Bases Biológicas das Emoções - PDF

Summary

Este documento aborda as bases biológicas das emoções, focando na empatia. Explora os conceitos fundamentais da empatia, incluindo sua natureza social e biológica, bem como abordagens teóricas sobre o tema. São apresentadas várias perspectivas sobre a experiência empática, tais como o contágio emocional e a tomada de perspectiva.

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Bases biológicas das emoções Aula 1 – Empatia (conceitos básicos) Em algumas teorias das emoções, a componente cognitiva da A empatia humana é um fenómeno social complexo, biológico, empatia foi muito negligenciada. Está mais ligada às funções social e ada...

Bases biológicas das emoções Aula 1 – Empatia (conceitos básicos) Em algumas teorias das emoções, a componente cognitiva da A empatia humana é um fenómeno social complexo, biológico, empatia foi muito negligenciada. Está mais ligada às funções social e adaptativo, e devemos considerar os ganhos evolucionistas executivas: da linguagem e funcionamento executivo. Flexibilidade das emoções num determinado contexto; Recuperar informações sobre interpretações possíveis de um Pode emergir face a qualquer outro humano, mas também face a estado emocional; outras espécies ou condições/contextos. Controlar o que é nosso e o que é do outro (inibir a nossa resposta emocional e não confundir com a do outro). Não existe ausência ou presença de empatia. A empatia A empatia implica a capacidade de experimentar indiretamente e compreender o afeto de outras pessoas (Lockwood, 2016). deve ser vista dentro de um espectro, pois existem manifestações diferenciadas da experiência empática! (existem pessoas que apresentam comprometimentos nos recursos No caso da maternidade, esta leva afetivos, cognitivos...) a uma empatia exacerbada, por ex., quando os filhos estão A 1ª ideia de empatia surgiu na literatura da doentes (contágio emocional, não filosofia estética alemã (Einfühlung, "feeling conseguimos discernir a nossa into"). Edward Titchener (1909) usou pela experiência da do outro). primeira vez a palavra ‘‘empatia’’ na língua inglesa, e no contexto terapêutico, para descrever a capacidade humana de aceder à A empatia envolve aspetos emocionais dos outros, mas que são consciência do outro e, por imitação interna, interpretados por nós: responder mentalmente de forma análoga. - experiência afetiva primária (mais corporal) à Empatia relacionada à introspeção! - capacidade interpretativa das emoções É um processo inerente ao nosso estar no mundo, em sociedade. É Ainda não existe uma definição consensual da empatia. um fenómeno socioafetivo, que afeta a nossa vida, bem-estar e saúde Algumas definições encontradas no estudo de Decety & Lamm mental. (2006): Ao colocarmo-nos no lugar de outra pessoa, ficarmos sensibilizados ‘‘The ability to put oneself into the mental shoes of another person to understand his or her emotions and com uma experiência de sofrimento que não é nossa, também feelings (a form of simultation, or inner imitation)’’ conseguimos ser melhor interpretados e posicionarmo-nos na ‘‘An affective response that stems from the apprehension or comprehension of sociedade. another’s emotional state or condition, and which is similar to what the other person is feeling or would be expected to feel in the given situation’’ Existe um motivador de valência positiva e nível significativo de arousal. Sentimos a emoção do outro como se fosse nossa (resposta A empatia era contemplada nas dimensões: ativada no sistema biológico), o que dá uma valência negativa ao Afetiva (preocupação empática); fenómeno, mas é ao mesmo tempo um motivador para agir e alterar Cognitiva (tomada de perspetiva). a realidade de forma positiva. Nota: A literatura ainda não contemplava a dimensão comportamental! Vamos além da nossa própria experiência, também para antecipar possíveis implicações da experiência com o outro (ex: não vou falar sobre determinada coisa, porque a pessoa vai sofrer) à preocupação empática. ‘‘Somos autorreguladores e reguladores sociais ao mesmo tempo (afeta as relações diretamente)’’ Por outro lado... ter uma resposta empática afetiva com pouca autoconsciência não nos irá permitir fazer uma regulação emocional eficaz! Ex: Muitas vezes temos respostas de ansiedade porque estamos a ver alguém de quem gostamos a sofrer e não conseguimos ajudar essa pessoa... respondemos com algo mais corpóreo (aumento da resposta fisiológica). Resumindo...a empatia: Ocorre na presença de um estado afetivo em resposta a um estado afetivo de outrem, por observação ou imaginação; Suscitada pelo estado afetivo de outrem (partilha afetiva, Tipos de empatia autoconsciência, distinção eu-outro); ♡ Empatia afetiva à estado afetivo (como a experiência de Adaptativa, pois favorece a antevisão e compreensão dos emoção, dor ou recompensa), causado pelo compartilhamento do sentimentos, motivações e ações de outrem (ganho evolutivo para estado de outra pessoa por meio da observação ou imaginação de convivência coletiva) sua experiência. A empatia vai, então, além do contágio emocional, pois implica uma capacidade de tomada de perspetiva (basilar no comportamento moral e pró-social). ☞ Temos sempre de saber diferenciar o que o outro está a sentir do que nós estamos a sentir (de forma consciente temos de saber discernir o agente da ação. Existe um outro, e é ele que está envolvido na ação, não nós!). Logo, não é um contágio emocional puro, mas sim uma experiência empática. ♡ Empatia cognitiva à tomada de perspetiva, mentalização ou teoria da mente. Permitem que o observador entenda as crenças, Nota: algumas populações neurotípicas não conseguem processar a desejos e emoções de outra pessoa (mentalização, Teoria da Mente). informação empática da mesma maneira que nós. Têm rotas neuronais diferentes. Precisavam de estabelecer um ponto de quem são eles e o outro, e não conseguem. Também os bebés não o conseguem fazer, entendem que a mãe é uma continuidade do ‘‘eu’’. Há um problema quando algumas rotas não se modificam ao longo do desenvolvimento.. ♡ Empatia compassiva à promove a tendência a agir em consonância com a experiência afetiva, é a preocupação empática que prepara a pessoa para prestar suporte ao outro. ✔ relação com o comportamento prosocial A empatia faz parte do nosso processamento relacional. As pessoas ✘ mas, nem sempre o comportamento é uma componente de que não têm o conseguem fazer, usam mais rotas cognitivas. output, pode ser só de antecipação (por ex., de diferentes soluções Ex: psicopatas usam essas rotas para dar resposta empática, mas para um problema). cognitivamente (não afetivamente!). O contágio emocional pode existir, em parte, mas não ser suficiente, logo não há a empatia afetiva. A empatia afetiva é tangencial, porém distinta de outras experiências ♡ Tarefas comportamentais: como: Joint Simon Effect (JSE) Fenómeno que ocorre em tarefas onde dois participantes compartilham um objetivo conjunto (como pressionar botões em resposta a estímulos). É modulado pela presença de outro participante na tarefa. Conexão com “eu-outro”: No JSE, o efeito reflete como a interação com outra pessoa altera as nossas representações cognitivas, integrando a ação do "outro" ao sistema de ações próprias. Isso demonstra como dividimos tarefas e ajustamos o comportamento (Sentimentos positivos por alguém; não necessariamente envolve, por ex., a capacidade de vivenciar a resposta do com base na percepção de uma "mente compartilhada" no contexto contágio emocional) do trabalho conjunto. Exemplo: Se a tarefa exige que cada participante responda a estímulos apresentados de forma lateralizada, a presença de outro jogador pode influenciar como o participante responde, mesmo quando não diretamente necessário. Medir a empatia Existem diferentes instrumentos para a mensuração da empatia, que Sally-Anne Effect deve contemplar as diversas dimensões do fenómeno e as suas Tarefa usada para avaliar a teoria da mente. Ela examina a correlações com outros domínios emocionais, tais como capacidade de antecipar/fazer inferências sobre os estados mentais prosocialidade e regulação emocional. de outras pessoas, mesmo quando eles divergem da realidade. A sua aplicação está intimamente ligada à dimensão cognitiva da empatia, porque avalia se conseguimos colocar-nos no lugar do outro para ♡ Questionários de autorrelato entender que alguém pode ter uma crença falsa. Interpersonal Reactivity Index (IRI; Davis): escala multidimensional da empatia que contempla: tomada de perspetiva, fantasia, Exemplo clássico: preocupação empática e angústia pessoal. 1º Sally coloca uma bola numa cesta e sai da sala. 2º Anne, na ausência de Sally, move a bola para uma caixa. Balanced Emotional Empathy Scale (BEES; Mehrabian): escala 3º Pergunta-se à Anne “Onde Sally vai procurar a bola?”. Essa pergunta mede unidimensional focada no aspeto emocional da empatia, ou seja, na a habilidade de compreender que Sally tem uma crença diferente (e incorreta – provavelmente irá procurar a bola onde a deixou, na cesta) experiencia vicária. Esse teste é muito usado para Empathy Quotient (EQ; Baron-Cohen): mensura a empatia com base avaliar desenvolvimento social e em componentes afetivas e cognitivas; bastante usada na avaliação cognitivo em crianças e de dificuldades sociais em população neurodivergente. populações com condições como a perturbação do espectro do Questionnaire of Cognitive and Affective Empathy (QCAE; Reniers): autismo. Mas até em situações de uma escala multinível que captura vários aspetos da empatia gamificação é utilizada... organizados e, duas escalas principais – empatia cognitiva e empatia afetiva O IRI e QCAE são as escalas mais ricas para interpretar o fenómeno empático. Efeito do Espectador (Bystander Effect) ToM Afetiva (empatia cognitiva) Fenómeno que descreve a diminuição da probabilidade de uma Refere-se à capacidade de entender as emoções de outra pessoa. pessoa ajudar alguém em necessidade quando há outros Apesar de estar relacionada à empatia, o termo "afetiva" aqui é observadores presentes. Ele avalia o comportamento empático ligado a uma compreensão racional ou cognitiva das emoções prosocial e como ele é influenciado por normas sociais ou pelo alheias (não a "sentir" essas emoções, que seria empatia emocional) fenómeno de difusão de responsabilidade. Exemplo: Reconhecer que alguém está triste porque perdeu um ente Conexão com normas sociais: Em situações de emergência, as querido, mesmo que eu não compartilhe o mesmo sentimento. pessoas tendem a agir conforme percebem a ação (ou inação) dos outros ao redor. Se os demais não ajudam, é menos provável que 🧠 Área do cérebro envolvida: alguém tome a iniciativa, mesmo que reconheça a necessidade de à vmPFC (Ventral Medial Prefrontal Cortex, ou Córtex Pré-frontal ajuda. Ventromedial): Esta área está associada à tomada de decisões sociais, processamento de emoções, e à capacidade de atribuir estados Exemplo clássico: O caso de Kitty Genovese (1964) foi frequentemente emocionais a outras pessoas. É essencial para integrar informações citado como um exemplo (embora controverso) desse efeito, onde várias emocionais no raciocínio e na interação social. testemunhas supostamente não intervieram durante um ataque. ToM Cognitiva Refere-se à capacidade de entender e prever estados mentais não emocionais, como crenças, intenções, pensamentos ou conhecimentos de outras pessoas. ♡ Psicofisiologia Exemplo: Saber que alguém acredita em algo que eu sei ser falso (como no Sally-Anne effect). A empatia pode ser estudada junto com medidas biológicas (bastante informativas da experiência vicária), tais como batimentos 🧠 Área do cérebro envolvida: cardíacos (ECG), atividade da pele (EDA) e aspetos estruturais e à dmPFC (Dorsal Medial Prefrontal Cortex, ou Córtex Pré-frontal funcionais (fMRI) e dinâmicos do cérebro (EEG). Dorsomedial): Essa região está mais envolvida no raciocínio abstrato sobre os pensamentos e intenções dos outros. É crucial para o processamento de informações sobre o “eu” e o “outro” e para inferências sociais complexas. Tem sido muito estudada em contextos de reação a dor, e estudos recentes têm tentado mapear o circuito de recompensa na empatia. No entanto, o próprio conceito da empatia ainda se está a desenvolver. Não há nenhum estudo completo sobre empatia e ainda não temos nenhuma metodologia que nos permita alcançar a complexidade do fenómeno. Ou seja, no processo de medir a empatia, distanciamo-nos do fenómeno num todo. Diferenças principais ToM Afetiva: Envolve o entendimento das emoções dos outros, ligando-se ao aspecto emocional das interações sociais. ToM Cognitiva: Está relacionada ao entendimento de estados mentais não emocionais, como crenças e intenções. Abordagens e modelos teóricos da empatia Áreas cerebrais: vmPFC: Mais ligada às emoções e interpretações no contexto social. ♡ Os primeiros estudos que tentavam integrar a experiência afetiva dmPFC: Mais ligada ao raciocínio abstrato e cognitivo sobre estados e cognitva usaram a Teoria da mente, ou seja, a capacidade de mentais. compreender e atribuir estados mentais (crenças, intenções, desejos) a si mesmo e aos outros. ♡ Teoria E-S (Empathizing – Systemizing) de Baron-Cohen ♡ Teoria da perceção-ação (Preston e de Wall, 2002; 2007) Verificou-se que pessoas com autismo (competências cognitivas A empatia surge da nossa resposta neural que ‘‘mimetiza’’ gerais preservadas) têm algum grau de teoria da mente. internamente o estado mental de outra pessoa. Então, o autor estruturou uma teoria com 2 fatores - processamento Há uma resposta empática, de acolhimento, por parte dos animais empático em duas instâncias: ao sofrimento e dor. Os animais apresentam comportamentos prosociais, com base na experiência empática. Empathizing (E): é a instância afetiva, capacidade de identificar e responder de forma empática (apropriada) aos estados emocionais Existe alguma estrutura que nos permite fazer isso... O biólogo de outras pessoas. estudou qual seria, e identificou os neurónios-espelho. Existe semelhança na forma como essa rede é ativada como a dos seres Systemizing (S): refere à instância cognitiva, habilidade de analisar humanos. e construir sistemas com base em regras lógicas ou padrões que governam o sistema social. Diferentes perfis empáticos - maior empatia vs. predominância em sistematizar Nota: esses perfis dependem de características de personalidade, fatores culturais, estrutura social... ♡ Recentemente, a teoria E-S foi ampliada para a Teoria do cérebro Ou seja.... são ativados circuitos neurais similares ao outro que sente: masculino extremo (EMB) do autismo (Baron-Cohen, 2002), - neurónios-espelho (córtex pré-motor e córtex parietal) - áreas emocionais (por ex., a ínsula anterior) processam o estado devido às diferenças sexuais evidentes na empatia (M>H ) e na emocional compartilhado (e.g., a antecipação da experiência sistematização (H>M ). dolorosa por outrem). Baron-Cohen propôs que há uma diferença de género nos estilos cognitivos gerais: Cérebro Masculino Típico: Tendência maior à sistematização, ou ♡ Modelo multidimensional de Decety e Jackson (2004) seja, a capacidade de entender e construir sistemas, padrões ou Integra aspetos biológicos e informações associadas a outras teorias regras (ex: lógica, matemática, tecnologia). (de empatia cognitiva e afetiva). Cérebro Feminino Típico: Tendência maior à empatia, ou seja, a habilidade de identificar e compreender os estados mentais, Existem 2 tipos de controlo diferentes: emoções e intenções de outras pessoas. Compartilhamento emocional (afetivo) Refere-se à habilidade de compartilhar emoções com outra pessoa. No autismo, segundo a EMB, haveria um desequilíbrio extremo em Ele acontece quando observamos alguém a passar por uma emoção favor da sistematização e uma dificuldade significativa na empatia. (como tristeza ou dor) e, automaticamente, espelhamos esse estado Isso resultaria no que Baron-Cohen chamou de um "cérebro emocional de forma inconsciente (contágio emocional). masculino extremo" 🧠 No cérebro: A EMB sugere que: ↬ Amígdala: Envolvida no processamento de emoções, especialmente no reconhecimento de emoções fortes, como medo Indivíduos autistas têm uma hiperdesenvolvida habilidade de ou tristeza. sistematizar. Eles seriam especialmente bons em identificar padrões, ↬ Córtex cingulado anterior: Associado à regulação emocional e à detalhes e regras em sistemas, como ciência, matemática, ou até dor empática, isto é, sentir algo semelhante ao que o outro está a mesmo coleções ou hobbies específicos. experienciar. É importante para simular a experiência emocional alheia. Por outro lado, indivíduos autistas apresentariam dificuldades significativas em empatia (tanto emocional quanto cognitiva). Isso reflete-se nas dificuldades em entender as intenções ou emoções de outras pessoas, o que é uma característica diagnóstica da perturbação do espectro do autismo. Flexibilidade mental e regulação emocional (cognitivo) Os três componentes (compartilhamento emocional, flexibilidade Diz respeito à capacidade de tomar a perspectiva do outro. Não se mental e autoconsciência) trabalham de forma integrada para trata apenas de sentir o que o outro sente, mas de compreender de permitir que a empatia seja eficaz e adaptativa. forma racional o estado mental dele, como as suas intenções, crenças ou motivações. Resumo: Também inclui a regulação emocional, ou seja, a capacidade de lidar Compartilhamento emocional: Sentimos a emoção do outro com as emoções sentidas (evitando que elas nos sobrecarreguem), (componente afetivo). enquanto pensamos sobre o outro. Flexibilidade mental: Permite que entendamos racionalmente o que 🧠 No cérebro: o outro está a sentir ou a pensar (componente cognitivo). ↬ Córtex pré-frontal medial: Envolvido na reflexão sobre o estado Autoconsciência: Mantém a separação entre o que sentimos e o que mental do outro e na integração de informações emocionais e o outro sente, ajudando a regular as emoções e evitar sobrecarga sociais. (componente de controlo). ↬ Córtex parietal inferior: Associado ao raciocínio sobre a posição do corpo e mente do outro em relação ao "eu". Ajuda a diferenciar "as minhas emoções" das "emoções do outro". ♡ 2 rotas de processamento basilares Na relação entre esses componentes (compartilhamento emocional e flexibilidade mental e regulação emocional), tem de haver um grau de autoconsciência. Este componente é responsável pela capacidade de manter uma separação clara entre o eu e o outro. Ele evita que as emoções do outro tomem conta completamente de nós, ajudando a preservar a autonomia emocional. Também protege contra o esgotamento Bottom-up (de baixo para cima): emocional, especialmente em situações de exposição prolongada ao Refere-se ao processamento que começa com a entrada sofrimento dos outros. sensorial (informações captadas pelos sentidos), que depois é interpretada. 🧠 No cérebro: ↬ Córtex pré-frontal dorsolateral: Envolvido no controlo cognitivo e Exemplo: Contágio emocional ou resposta vicária. na diferenciação entre o "eu" e o "outro". Ajuda a regular a empatia Quando vemos alguém a chorar, as nossas regiões subcorticais (como a para que não se torne sobrecarga emocional. amígdala) podem desencadear automaticamente uma reação emocional semelhante à que estamos a observar, sem precisar de interpretação consciente. Características: Rápido, automático, e não depende de funções cognitivas complexas. 🧠 Regiões cerebrais associadas: Amígdala e córtex cingulado anterior Top-down (de cima para baixo): Estudos da empatia permitem estudar a rede de comunicação entre Refere-se ao processamento que começa com funções cognitivas regiões do cérebro, como é distribuída, e afastaram-se das superiores (como interpretação e controlo) e depois influencia a abordagens mais localizacionistas. nossa resposta emocional ou motora. Redes distribuídas – várias áreas coparticipam responsabilidade para geral um output cognitivo e comportamental. O modelo de Decety já Exemplo: Autoconsciência e teoria da mente. Antes de reagirmos, tomamos perspectiva, regulamos nossas emoções e tem como base esta ideia de redes distribuídas. Na rede distribuída compreendemos de forma racional o que o outro está a sentir (diferenciando existe interação simultânea, que pode ser sequencial ou caótica. o que sentimos, do que o outro sente) à são processamentos interativos! Características: Lento, interpretativo, envolve controlo consciente, teoria da mente e funções executivas. Córtex cingulado anterior e ínsula anterior Regiões cerebrais associadas: Hoje existe uma participação maior do córtex cingulado anterior e da 🧠 Córtex pré-frontal medial e dorsolateral (funções executivas e ínsula anterior (mas não significa que estas estruturas apenas teoria da mente). participem no processamento empático!) As rotas cerebrais dependem da resposta ao ambiente! A rota percetiva pode acontecer primeiro, ou a top down pode acontecer primeiro... isso vai depender das necessidades da resposta ao ambiente.... Ex: no medo, são ativadas as rotas mais bottom up. Bases neurais da empatia Neurónios-espelho Córtex cingulado Relaciona-se com a ínsula, formando um hub sensorial-preditivo no Uma rede de empatia é, de forma geral, composta por sistema de controle afetivo, cognitivo e motor. Importante para a empatia e neurónios-espelho, a ínsula, e o sistema límbico. tarefas exigentes em termos atencionais ou cognitivos Microimitação é um processo basilar da experiência vicária! Se não (monitoramento e controlo). ativamos as redes ligadas aos neurónios espelho não conseguimos ter a experiência empática. Imitar envolve conexões entre o sistema de neurónios-espelho fronto-parietal, além da área visual de ordem superior (parte posterior do sulco temporal superior) – comunicação através da ínsula. Nota: Existem rotas e estruturas semelhantes, que acumulam neurónios espelho, nos gorilas e no ser humano. Ínsula anterior Conexões com regiões pré- frontais, regiões temporo-límbicas (e.g., polos temporais, amígdala e córtex cingulado) e subcorticais. Importante na integração de informações interoceptivas e afetivas, possibilitando uma experiência afetiva subjetiva e estado de sentimento global. O córtex cingulado anterior participa do processamento da TPJ, mPFC e MTG experiência vicária. Nas experiências de dor, na visualização de Um estudo meta-analitico evidenciou que a cognição moral recruta alguém a sofrer... algum tipo de sofrimento... nós antecipamos as áreas cerebrais envolvidas na ToM e empatia afetiva – rede comum! respostas em nós, imitando a resposta do outro, com ativação 🧠TPJ (junção temporoparietal), associada a processos de tomada de semelhante no ACC. perspetiva e à Teoria da mente, processamento de info social e à Tudo o que acontece no processamento empático está a acontecer distinção entre o ‘‘eu’’ e o ‘‘outro’’. Relaciona-se a tomada de decisão mais na região anterior. em contextos morais. à Ínsula como grande estrutura relevante para o processamento Nota: a TPJ pode ser vista como uma área que articula as aprendizagens empático. E na conjunção entre o córtex pré frontal e o córtex sociais (baseadas em experiências anteriores) com a experiência empática, cingulado anterior. permitindo-nos não só entender o que os outros estão a viver, mas também ajustar a nossa resposta de forma adequada. Interação entre córtex cingulado e insula: 🧠 mPFC (córtex pré-frontal medial), envolvido no processamento A ínsula comunica às regiões mais profundas (tronco encefálico, TPJ, social e na Teoria da Mente, e participa na autorreferência (pensar mPFC e MTG, cerebelo, hipocampo...), e participa com o córtex sobre nós mesmos), e na integração de info sobre o ‘‘eu’’ e os outros. cingulado (interage com regiões hipocampais e hipercampais). Relaciona-se com decisões que envolvem interações sociais e à regulação de emoções. Axónios levam informação, e dendrites recebem informação de populações de neurónios de áreas diferentes. 🧠 MTG (giro temporal médio), relacionado ao processamento de linguagem e informações semânticas. Também envolvido em Empatia da dor/sofrimento: processos sociais (e.g., reconhecimento de faces e compreensão de Respostas empáticas recrutam áreas cerebrais semelhantes àquelas narrativas). envolvidas durante o estado correspondente na primeira pessoa (ACC, tálamo e AI). O correlato mais próximo da insula é o córtex parietal lateral. Fazemos inferências a partir dessa região. Nota: Respostas empáticas também podem ativar outras redes neurais relevantes para a cognição social (mentalização e observação de emoções de ordem superior como exclusão social e constrangimento), além da associada à empatia afetiva. Importante A interação entre córtex cingulado e ínsula não é exclusiva da empatia! Também está associada à moralidade. Essas estruturas estão em todos os fenómenos sociais.... mas quando passamos da empatia para algo mais complexo (comportamento social e moralidade) temos outras estruturas envolvidas.... Neurotransmissores e hormonas ♡ Serotonina Modula e equilibra respostas emocionais. ♡ Ocitocina Regula emoções e impulsos, promovendo interações sociais Aumenta a empatia e o vínculo social. saudáveis. Facilita a perceção emocional e reforça comportamentos pró-sociais Quando os níveis de serotonina estão adequados, há uma maior nas interações. estabilidade emocional, o que facilita comportamentos empáticos. 🧠 Mecanismo: 🧠Mecanismo: A ocitocina ativa áreas do cérebro como a amígdala (envolvida no A serotonina age principalmente no córtex pré-frontal (que regula o processamento emocional) e o córtex pré-frontal (importante para comportamento e a tomada de decisões) e em estruturas tomar decisões sociais). Esses efeitos ajudam as pessoas a se límbicas (relacionadas a emoções). Ela ajuda a equilibrar as emoções conectarem emocionalmente e a responderem de forma mais e controlar impulsos, favorecendo interações sociais mais positivas e empática aos outros. empáticas. Exemplo: Exemplo: A ocitocina fortalece o vínculo emocional entre a mãe e o bebé durante a Quando uma pessoa mantém calma e controlo emocional ao ver alguém amamentação. A sua libertação promove sensações de bem-estar, conexão triste, é possível que a serotonina esteja a ajudar a regular essas emoções e emocional e empatia, essenciais para a criação de laços afetivos e para o a promover uma resposta mais empática e racional. desenvolvimento de um relacionamento seguro e próximo entre ambos. ♡ Cortisol O cortisol é a principal hormona do stress. ♡ Dopamina Quando os níveis de cortisol são moderados, pode aumentar a Recompensa e reforça comportamentos empáticos. sensibilidade empática, já que nos pode tornar mais atentos às Ativa o sistema de recompensa em respostas altruístas ou de necessidades e emoções dos outros. conexão emocional. No entanto, altos níveis de cortisol podem inibir a empatia, devido à sobrecarga emocional e ao distanciamento emocional que o stress 🧠Mecanismo: causa. A dopamina ativa o núcleo accumbens e o estriado ventral, que são áreas do cérebro associadas ao sistema de recompensa. Quando 🧠Mecanismo: fazemos algo bom por outra pessoa (ou recebemos algo bom), a O cortisol é produzido pelas glândulas suprarrenais em resposta ao dopamina é libertada, criando uma sensação de prazer e reforçando stress e afeta a amígdala e o hipocampo (áreas do cérebro envolvidas o comportamento. no processamento emocional e na memória). Se os níveis de cortisol são muito elevados, eles podem prejudicar o funcionamento Exemplo: Quando ajudamos alguém e sentimos prazer ou satisfação com a ação, a do córtex pré-frontal, que está envolvido na regulação emocional e dopamina está envolvida nesse processo de recompensa, incentivando-nos na tomada de decisões. a agir de forma empática novamente. Exemplo: Quando alguém está extremamente stressado, pode ter dificuldades para se conectar emocionalmente com os outros ou demonstrar empatia, pois a sobrecarga de cortisol interfere na capacidade de lidar com as emoções. Em suma... A empatia está associada a uma perspetiva nossa de responder de forma altruísta. Mas às vezes usamos de forma egoísta. Por ex., para sermos mais bem adaptados do que outrem. Naturalmente, a empatia permite-nos vinculação, conexão com o outro, e é nesse sentido que é altruísta. Muitas vezes temos um ganho secundário na relação com o outro. Há sempre uma componente de egocentrismo, mas não necessariamente de egoísmo. A nossa resposta intra individual depende da nossa disposição ou Algumas notas: não com as normas sociais. Algumas pessoas são mais conformistas, - Serotonina (sistema top down – modula a resposta emocional) e ocitocina outras mais ativas e procuram a mudança. Há pessoas que até podem (bottom up) têm rotas diferentes. atuar de forma conformista, mesmo não sendo empáticas com - Sensação de felicidade – ocitocina e serotonina. Uma atua no sistema sanguíneo e outra no sistema gastro intestinal (daí se dizer que o intestino é determinada situação... o ‘‘2º cérebro’’). Resposta habitual empática Fatores que modulam a resposta empática Criamos um perfil de hábitos de empatia. Internalizamos a regra, não ♡ Fatores interpessoais precisamos de pensar, usar recursos cognitivos de controlo para dar Tipo e qualidade da relação estabelecida. aquela resposta empática automática. Disposição cognitiva e emocional para a interação. ↬ competitção à respostas contraempáticas (Numa situação de competição, dar uma resposta contraempática, vai ao encontro com o que é expectável. Logo, nem sempre o Empatia, confiança e prosocialidade movimento contraempático é prejudicial.) ♡ Pró-socialidade humana - surge de uma combinação de: ↬ cooperação à resposta vicária Adaptação Evolutiva: comportamentos pró-sociais melhoraram a ♡ Fatores genéticos sobrevivência e reprodução dos indivíduos e dos seus genes em Responsáveis por 35% da variância na empatia (‘‘acordada’’ pelas contextos específicos. nossas experiências sociais’’), por 30% na empatia cognitiva e 26% Ex.1: Altruísmo recíproco - Ajudar os outros que provavelmente retribuirão o na empatia afetiva. favor aumenta a sobrevivência individual e os benefícios a longo prazo. Ex.2: Seleção de grupos - A cooperação dentro de grupos pode aumentar o ♡ Diferenças individuais sucesso do grupo na competição intergrupo. Influenciam a forma como recebemos a informação, processamos e integramos no conhecimento anterior. Características pessoais, e.g., traços emocionais e de personalidade, aspetos Subprodutos de outras adaptações: comportamentos pró-sociais sociodemográficos, cultua, priming emocional, experiência prévia, resultantes da sobreposição de outros sistemas adaptativos. condições clínicas. Ex: Empatia - uma adaptação para entender os estados emocionais dos outros que, incidentalmente, promove comportamento altruísta. Erros em Sistemas Adaptativos: mecanismos evolutivos que orientam o comportamento pró-social podem falhar em ambientes modernos, levando a "erros" no altruísmo à inadequação de comportamentos prosociais exacerbados. Ex.1: Empatia generalizada: sentir-se compelido a ajudar estranhos ou indivíduos não relacionados em necessidade. Ex.2: Doação de caridade: Apoiar causas que não têm benefício evolutivo direto (por exemplo, doar para populações distantes). Ex.3: Altruísmo patológico: Sacrificar excessivamente o bem-estar pelos outros. ♡ Confiança Fatores emocionais associados ao bem estar Estamos confortáveis para agir em conformidade com a nossa Relação das emoções com as decisões de saúde experiência emocional interna no contexto à tenho confiança entre o que eu sinto e o que é congruente socialmente. Os estados afetivos globais contribuem para comportamentos Quando não é congruente causa sofrimento. prejudiciais à saúde, como fumar, consumo de álcool e comer demais. Só pode haver uma resposta comportamental empática, quando há confiança! Exercício ‘‘sync: vamos sincronizar’’? Experiência vicária (partilha de emoção), mas também tem de A valência emocional influencia a resposta ao stress: demonstrar a resposta comportamental expectável socialmente. Emoções positivas: ativam estruturas cerebrais associadas à Disposição para a ação, confiança, resposta adaptativa prosocial sensação de bem-estar de forma persistente, o que favorece a regulação da hormona de stress (cortisol); Sincronização de contágio emocional: resposta emocional conjunta Emoções negativas: ativam estruturas cerebrais associadas à que envolve resposta empática intraindividual. resposta face a ameaça, medo e ansiedade (i.e., amígdala), sendo que a velocidade com que a pessoa se recupera desta experiência de alerta é indicador de risco para várias condições de saúde. As emoções também contribuem para as perceções de risco e para as Aula 2 – Emoções e promoção da saúde decisões relacionadas à saúde: Tem-se estudado emoções com um impacto negativo na saúde. Emoções integrais podem gerar decisões adaptativas porque Mas quais serão os fatores promotores emocionais positivos da destacam ameaças, motivam ações mitigadoras ou sinalizam a saúde? necessidade de cumprir um objetivo; Emoções incidentais podem influenciar decisões não relacionadas. A medicina psicossomática e as ciências bio comportamentais têm estudado como emoções e relações sociais afetam a saúde física, demonstrando que: ambas influenciam mutuamente o desenvolvimento e o curso das doenças, através da ativação de mecanismos fisiológicos associados. desempenham papéis importantes no comportamento de saúde e na adaptação a doenças crónicas. As decisões sobre saúde afetam significativamente a qualidade, a trajetória e a duração da vida humana: Existe influência do estilo de vida nas nossas decisões, mudanças, Muitas causas de mortalidade e redução da qualidade de vida, qualidade de vida. Não podemos só planear, temos de agir... temos como doenças cardíacas, diabetes e cancro, podem ser prevenidas de perceber de forma autoconsciente como respondemos às com modificações comportamentais; situações, quais as dificuldades emocionais que nos impedem de Uma boa experiência e gestão emocional poderá influenciar os mudar estilos de vida... resultados em saúde, posto que as emoções podem favorecer melhores decisões à o 1º pilar da saúde mental é a autoconsciência A maioria das nossas heurísticas e vieses, de forma inconsciente, sobre o que estamos a sentir! estão associadas a emoções. Cerca de 90% de hábitos e heurísticas de pensamentos influenciam as nossas escolhas de dia-a-dia... Temos de voltar a ganhar controlo sobre as nossas escolhas! A empatia para connosco vai mobilizar-nos para a mudança de Gatilhos visuais, pedómetros e coaching de saúde com mensagens perspetiva na saúde. Pode ajudar nos a moldar a linguagem que de texto aumentaram a atividade física. utilizamos, mas sobretudo a moldar e alterar representações mentais que temos. ♡ Meditação Efeito dos traços emocionais e relações sociais Meditação focada: envolve a sustentação da atenção concentrada em Traços de personalidade e emoções: sensação, ação organímica ou objeto específico, ignorando outros As emoções e características de personalidade influenciam tanto a estímulos à consciência e atenção no aqui e agora. saúde quanto a qualidade das relações sociais. Meditação de monitoramento aberto: envolve a busca pela Traços como afetividade negativa e neuroticismo estão ligados a consciência momento a momento das experiências internas e piores resultados de saúde. externas, sem priorizar ou rejeitar elementos específicos da Sintomas de disfunção emocional, como ansiedade, depressão, experiência à vivenciar o momento, aceitar o que se está a sentir e raiva e stress, estão fortemente associados ao desenvolvimento e pensar como modular. É um desafio. Nota: a meditação focada e de monitoramento aberto estão integradas no curso de doenças cardiovasculares, cancro e diabetes, e maior risco mindfulness. de morte prematura. Por outro lado, a afetividade positiva está associada a um menor Meditação em compaixão e bondade: envolve a busca por uma risco de doenças graves e morte prematura. atenção consciente a uma pessoa ou grupo, cultivando sentimentos de bondade, proximidade e benevolência à acolher a necessidade do outro, mas atender também às nossas próprias necessidades. Atenção: A meditação é um recurso, alimenta a afetividade positiva. No entanto, a eficácia da meditação não dispensa outros recursos em saúde! Em conjunto, amplificam a resposta social adaptativa e o nosso bem-estar. Relações pessoais e emoções: Benefícios da meditação: A qualidade e a presença dessas relações podem prever o Oferece benefícios profundos no fortalecimento da desenvolvimento e o curso de doenças físicas. capacidade de concentração, monitoramento Fatores como baixo apoio social, isolamento e solidão estão ligados atencional e no controlo mental e aumento da à mortalidade precoce. criatividade, contribuindo significativamente para o bem-estar físico, mental e emocional. Aspetos específicos dos relacionamentos íntimos, tais como estado civil, satisfação, conflitos e ruturas (divórcio, viuvez), também influenciam a longevidade e a mortalidade. Meditação Transcendental (MT): reduz a pressão arterial em hipertensos e não hipertensos, sendo mais eficaz que relaxamento muscular, mas equivalente a educação em saúde; Monitoramento aberto: reduz pressão arterial melhor que controlos em lista de espera, mas sem evidência clínica clara; Bondade Amorosa e compaixão: após 8 semanas de bondade amorosa, aumenta o tónus vagal cardíaco; após 6 semanas de Intervenções promotoras de bem-estar compaixão e bondade, aumenta emoções positivas, maior conexão Estudos de revisão sistemática congregam evidências da eficácia de social, melhor controlo da frequência cardíaca. várias intervenções na saúde: Práticas baseadas em mindfulness e terapia cognitivo- comportamental são eficazes na redução do stress, ansiedade e depressão, melhorando rotinas de sono e imunidade. Intervenções breves que incorporam respiração profunda e gratidão podem ser benéficas a estados afetivos positivos mais duradouros e melhores relações. ♡ Mindfulness e alterações cerebrais Futuro das intervenções em bem-estar As intervenções atuais precisam ser ajustadas para terem um impacto grande e duradouro, melhorando a saúde psicológica e física. É preciso determinar o tempo ótimo de intervenção para garantir sua eficácia a longo prazo e em grande escala. Precisamos mudar de cuidados individuais para um modelo de saúde pública que considere a aspetos biopsicossociais e previna problemas de base populacional, o que exigirá uma nova infraestrutura para oferecer essas intervenções em larga escala. Mudanças na atividade cerebral e função mental associadas à prática Além disso, as intervenções devem ser acessíveis e eficazes para ou pós-treino em mindfulness: pessoas de diferentes raças, etnias e regiões. Esses achados precisam ser traduzidos em políticas que gerem impacto social Efeito global médio meta-analítico: ↬ córtex frontopolar- relacionado à meta-consciência aprimorada; ↬ córtex cingulado anterior e médio, e córtex orbitofrontal- relacionadas à autoregulação e à regulação emocional; ↬ córtices sensoriais e a ínsula- relacionadas à consciência corporal; ↬ hipocampo- relacionada a processos de memória; ↬ fascículo longitudinal superior e o corpo caloso - envolvidas na comunicação intra e inter-hemisférica. 🧠A Default Mode Network (DMN) [ínsula, mPFC, PCC, precuneus...] é um conjunto de áreas do cérebro que se ativa quando estamos em repouso ou não focados em tarefas externas. A Default Mode Network (DMN) é ativada quando estamos em repouso ou não envolvidos em tarefas externas específicas. Em momentos de descanso ou ausência de foco em tarefas externas, o cérebro tende a ativar áreas associadas a processos internos, como autorreflexão, imaginação, ruminação, e até mesmo planeamento futuro. Ou seja, enquanto não estamos focados em algo externo, a DMN entra em ação para lidar com esses processos internos. No mindfulness, o objetivo é reduzir a ativação da DMN para diminuir a tendência de ruminar sobre o passado ou se preocupar com o futuro, e aumentar a atenção no momento presente (respiração, sensações corporais, sons...)

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