Saúde Mental Curso de Formação Polícia Penal – AP/APA 2025 PDF

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This document provides an overview of mental health and substance use disorders, aiming to present a comprehensive framework encompassing several mental illnesses, their characteristics, and relevant psychotherapeutic approaches and possible treatments.

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Curso de Formação Polícia Penal – AP/APA Disciplina: Saúde Mental com Ênfase em Dependência Química 2025 Saúde [...] saúde é um estado de completo bem- estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade...

Curso de Formação Polícia Penal – AP/APA Disciplina: Saúde Mental com Ênfase em Dependência Química 2025 Saúde [...] saúde é um estado de completo bem- estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade. - Organização Mundial da Saúde (OMS) Saúde Mental Década de 80: Problematização dos manicômios como forma de tratamento, gerando novas propostas ao indivíduo em sofrimento mental e a garantia de seus direitos. Surge a partir de movimentos como a Reforma Psiquiátrica e a Luta Antimanicomial. A Luta Antimanicomial é: ✔ Em defesa da integração social dos usuários de saúde mental e da superação de paradigmas limitantes que recaem sobre tais indivíduos. ✔ Reconhecimento como cidadãos plenos e detentores de direitos. Psicopatologia Pode ser definida como a disciplina que estuda o sofrimento da mente, ou seja, o estudo das doenças psíquicas, suas causas, as mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e suas formas de manifestação. -Psique – alma ou mente -Pathos – doença -Logo – conhecimento DALGALARRONDO, 2018. Principais patologias Transtorno Bipolar Caracterizado pela alternância entre episódios de depressão e de euforia. As crises podem variar de intensidade e duração. Além do sofrimento intenso, causa grande impacto em diversas áreas da vida do indivíduo. Obs: O risco de suicídio é 15 vezes maior do que da população em geral. Principais patologias Depressão Consiste em episódios de tristeza profunda, diminuição do interesse em atividades, fadiga, culpa excessiva, dificuldade de se concentrar, dentre outros. Pode levar a uma variedade de problemas emocionais e físicos e diminuir a capacidade de uma pessoa para funcionar no trabalho e em casa. Sintomas quase todos os dias, grande parte do dia. Principais patologias Espectro da Esquizofrenia Consiste em quadros que envolve delírios, alucinações, pensamentos desorganizados, comportamentos fora do padrão e episódios de diminuição da expressão emocional. Obs: no transtorno da esquizofrenia, os sintomas devem persistir, pelo menos, 6 meses. Transtorno de ansiedade A ansiedade é caracterizada como uma antecipação de ameaças futuras, tornando-se uma preocupação excessiva e desproporcional. Para definir se o estado ansioso é normal ou patológico, deve-se avaliar a intensidade e frequência com que ocorre, duração, e a interferência com o desempenho social e profissional do indivíduo. Os Transtornos de Ansiedade incluem quadros como: 1. Transtorno do Pânico Ataques de pânico recorrentes e inesperados. A principal característica de um ataque de pânico é a intensa sensação de medo e desconforto seguida por sensações somáticas (taquicardia, sudorese, tremor etc). 2. Fobia Específica Medo excessivo e persistente de objetos e situações específicas. 3. Fobia Social Medo excessivo e persistente de situações sociais ou de desempenho. 4. Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Uma variedade de preocupações excessivas e pressentimentos acerca de diversos eventos ou atividades. A intensidade é desproporcional e o indivíduo não consegue controlar, trazendo uma sensação angustiante. Estão presentes no decorrer de pelo menos seis meses. Sinais físicos como tensão muscular, insônia, pressão no peito. Sinais psicológicos como irritabilidade, angústia, dificuldade de concentração. Quadros que anteriormente eram caracterizados como Transtornos de Ansiedade: Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC): presença de obsessões e compulsões. As Obsessões são caracterizadas por pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são experimentados pelo indivíduo como intrusivos e inadequados, causando uma intensa ansiedade ou sofrimento. As Compulsões são definidas por comportamentos repetitivos (por ex. lavar as mãos, rituais de verificação ou de organização) ou por atos mentais (por ex. orar, contar ou repetir palavras mentalmente). Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT) Um evento traumático é constantemente revivido pelo indivíduo. A pessoa desenvolve um intenso medo, impotência ou horror e pode apresentar sintomas como taquicardia, sudorese, tremores, pânico. Transtornos de Personalidade O DSM-5 divide os 10 tipos de transtornos de personalidade em 3 grupos (A, B, e C), com base em características semelhantes. O grupo A é caracterizado por parecer estranho ou excêntrico. Contempla os seguintes transtornos de personalidade e suas características distintivas: Paranoide: desconfiança e suspeita Esquizoide: desinteresse em outras pessoas Esquizotípico: ideias e comportamentos excêntricos Transtornos de Personalidade O grupo B é caracterizado por parecer dramático, emocional ou errático. Antissocial: irresponsabilidade social, desrespeito por outros, falsidade e manipulação dos outros para ganho pessoal Borderline: intolerância de estar sozinho e desregulação emocional Histriônico: busca atenção Narcisista: autoestima desregulada e frágil e grandiosidade aparente Transtornos de Personalidade O grupo C é caracterizado por parecer ansioso ou apreensivo. Contempla os seguintes transtornos de personalidade e suas características distintivas: Esquivo: evita contato interpessoal por causa de sensibilidade à rejeição Dependente: submissão e necessidade de ser cuidado Obsessivo-compulsivo: perfeccionismo, rigidez e obstinação TRATAMENTO S ❖ Possibilidades de indicação de tratamento farmacoterápico e abordagem psicossocial no intuito de reintegrar a pessoa à sociedade. ❖O planejamento individualizado do tratamento é importante e deve ser realizado por profissionais especializados. ❖ Apoio e a participação dos familiares é essencial no tratamento. Estratégias para o tratamento Principais abordagens em Psicologia Psicanálise Psicanálise é uma teoria da mente humana e uma prática terapêutica. Concebida por Sigmund Freud entre 1885 e 1939, segue em desenvolvimento por psicanalistas de diferentes partes do mundo. Elabora que a vida psíquica é ativada pela energia de dois impulsos primitivos: o de vida/sexualidade e o de morte/agressão. Em sua prática terapêutica se utiliza de conceitos como: o inconsciente; o Complexo de Édipo; O Ego, o Id e o Superego; entre outros. Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) Desenvolvida por Aaron Beck e colaboradores, surge da integração entre os conceitos do Behaviorismo radical com teorias cognitivas. Parte da concepção de que é a forma como cada pessoa vê, sente e pensa quanto à determinada situação que causa desconforto, dor, tristeza ou qualquer outra sensação negativa. De forma diretiva, busca identificar padrões de comportamentos, pensamentos, crenças e hábitos que estão na origem dos problemas, para, a partir disso, definir técnicas que alterem essas percepções de forma positiva. Terapias Humanistas O foco é a experiência subjetiva de cada indivíduo. É não-diretiva e centrada na pessoa. Concentra-se no crescimento pessoal, na autenticidade e na autoexploração. Em sua prática terapêutica se utiliza de conceitos como: livre arbítrio; autoconceito; hierarquia de necessidades; empatia; entre outros. Estratégias para o tratamento Principais abordagens em Psiquiatria Integração de Abordagens Biopsicossociais: compreensão do indivíduo como um ser social junto às respectivas repercussões no seu funcionamento orgânico/biológico. Terapias de Estimulação Cerebral Ex.: eletroconvulsoterapia = usada em casos graves de depressão resistente ao tratamento. Farmacoterapia Principais classes de medicamentos utilizados: neurolépticos ou antipsicóticos (Ex. Risperidona); benzodiazepínicos (Ex. Diazepam); antidepressivos (Ex. Cloridrato de Fluoxetina); estabilizadores de humor (Ex. Carbonato de Lítio). Transtornos mentais e IMPUTABILIDADE De acordo com a a LEP, a penitenciária é a unidade prisional destinada aos condenados a cumprir pena no regime fechado, enquanto as colônias agrícolas são destinadas aos presos do regime semiaberto e a casa do albergado para aqueles em regime aberto. Há ainda os hospitais de custódia (IPF) onde devem cumprir medida de segurança quem cometeu crime e foi considerado inimputável. ⦁ Imputável: é a capacidade de atribuir a alguém a responsabilidade por um delito. ⦁ Semi-imputável: é a perda parcial da compreensão da conduta ilícita e do discernimento sobre os atos praticados. ⦁ Inimputável: o indivíduo não tem condições de compreender/ medir suas ações e as consequências destes atos. Pessoa com transtorno mental ou com qualquer forma de deficiência psicossocial “Aquela com algum comprometimento, impedimento ou dificuldade psíquica, intelectual ou mental que, confrontada por barreiras atitudinais ou institucionais, tenha inviabilizada a plena manutenção da organização da vida ou lhe cause sofrimento psíquico e que apresente necessidade de cuidado em saúde mental em qualquer fase do ciclo penal, independentemente de exame médico-legal ou medida de segurança em curso” (CNJ, 2023). Resolução 487/2023 - Institui a Política Antimanicomial do Poder Judiciário; - Tem como objetivo modificar os espaços para tratamento de pessoas com transtorno mental, que tenham cometido crime e sejam inimputáveis de acordo com a lei; - Orienta que as pessoas que cumprem Medida de Segurança recebam tratamento na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS); - Indicação para cuidado assistencial de caráter não asilar; Resolução 487/2023 - Fechar gradualmente Hospitais de Custódia, conforme previsto há mais de 20 anos na Lei Antimanicomial; - Prevê alinhamento do fluxo de trabalho entre o Judiciário e a rede de saúde. Tipos de drogas e seus efeitos SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS Drogas que agem no cérebro (lícitas e ilícitas) Alterações no comportamento, humor e cognição CRITÉRIOS DO TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIA (DSM-V) Baixo controle: 1) Uso em maiores quantidades e num período mais longo do que o pretendido; 2) Desejo ou esforços mal sucedidos de reduzir ou controlar o uso da substância; 3) Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância; 4) Fissura: desejo ou necessidade intensa; CRITÉRIOS DO TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIA (DSM-V) Prejuízo Social: 5) Fracasso em cumprir ocupações no trabalho, na escola ou no lar; 6) Uso contínuo da substância apesar dos problemas sociais ou interpessoais causados ou piorados por seus efeitos; 7) Abandono das atividades sociais, profissionais e recreativas; CRITÉRIOS DO TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIA (DSM-V) Uso arriscado: 8) Uso da substância em situações perigosas; 9) Uso da substância continua, apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado pela substância; CRITÉRIOS DO TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIA (DSM-V) Sintomas farmacológicos: 10) Tolerância: aumento progressivo da dose da droga para produzir intoxicação ou efeito desejado; 11) Abstinência: manifestação sintomas desagradáveis após diminuição ou de interrupção do uso da drogas. ------------------------------------------------------------------------------ O sofrimento ou prejuízos no funcionamento social, profissional e outras áreas importantes tem um período (recomendado) para observação dos critérios de 12 meses. PADRÃO DE USO ⦁ Experimental: inicial, esporádico ⦁ Recreativo: sem consequências negativas ⦁ Frequente: regular e não traz prejuízos significativos ⦁ Nocivo: danos a saúde física e mental ⦁ Dependência: constante e descontrolado, relação disfuncional entre indivíduo e consumo DEPENDÊNCIA DE DROGAS ⦁ Compulsão: desejo incontrolável ⦁ Tolerância: doses crescentes ⦁ Abstinência: sinais e sintomas ⦁ Alívio ou evitação da abstinência ⦁ Relevância do consumo: prioridade EFEITOS NO CÉREBRO ⦁ DEPRESSORAS: diminuem a atividade motora (álcool, opióides, inalantes, sedativos, ansiolíticos). ⦁ PERTURBADORAS: causam delírios e alucinações (cannabis, alucinógenos). ⦁ ESTIMULANTES: aumentam a atividade, estado de alerta exagerado, aceleração, insônia (anfetaminas, cocaína). Outras drogas: vários tipos de classificação e efeitos mistos que não possibilitam uma única categoria (tabaco e cafeína). FATORES DE RISCO ⦁ BIOLÓGICOS: predisposição genética, etc; ⦁ PSICOLÓGICOS: traumas e adversidades na infância, morbidades psiquiátricas, problemas de comportamento, baixa resiliência, expectativa positiva quanto aos efeitos da droga, etc; ⦁ SOCIAIS: estrutura familiar disfuncional, exclusão social, baixa escolaridade, ambiente permissivo ou estimulador de drogas, etc. TIPOS DE DROGAS - ÁLCOOL ⦁ É a droga de uso e abuso mais amplamente utilizada no mundo; ⦁ É um grave problema de saúde pública; ⦁ Não existe consumo sem riscos; ⦁ Associado a acidentes e violência; ⦁ Os efeitos do álcool dependem da quantidade de álcool no sangue, estado nutricional, velocidade do consumo, etc; ⦁ Intoxicação: incoordenação motora, sonolência, comprometimento da atenção e memória. TIPOS DE DROGAS - TABACO ⦁ Um dos maiores problemas de saúde pública; ⦁ Redução do apetite e aumento da ansiedade; ⦁ Os efeitos são: doenças cardiovasculares, doenças respiratórias, ⦁ câncer... Abstinência: irritabilidade, ansiedade, dificuldades concentração, aumento de do apetite, inquietação,insônia... TIPOS DE DROGAS - CANNABIS ⦁ Os efeitos psíquicos crônicos são: prejuízos na capacidade de aprendizagem e memória e diminuição da motivação; ⦁ Os efeitos físicos crônicos são: problema respiratório, risco de infarto, piora na função cognitiva e déficit de atenção; ⦁ Abstinência: irritabilidade, ansiedade, insônia, humor deprimido, desconfortos físicos, etc. TIPOS DE DROGAS - ALUCINÓGENOS ⦁ Cogumelos, LSD, ecstasy; ⦁ Diversas drogas que provocam distorções na percepção, como alucinações e delírios; ⦁ Causam euforia, ânimo e confusão mental e a medida que os efeitos da droga diminuem, desencadeia depressão, delírios e psicoses. TIPOS DE DROGAS – SEDATIVOS, ANSIOLÍTICOS ⮚ Usados para fins de benefícios terapêuticos (estresse, insônia e ansiedade); ⮚A intoxicação pode ocorrer tanto em indivíduos que usam com prescrição médica ou por conta própria; ⮚ Abstinência: hiperatividade, tremores nas mãos, insônia, alucinações visuais, táteis ou auditivas e ansiedade. TIPOS DE DROGAS – OPIÓIDES ⮚ São analgésicos potentes para tratar dor, mas são usados como drogas de abuso comuns pela ampla disponibilidade e efeitos euforizantes; ⮚ As drogas mais conhecidas: ópio, morfina, codeína, heroína e metadona; ⮚ Intoxicação: prejuízos na atenção e memória, parada respiratória. TIPOS DE DROGAS – INALANTES ⮚ Efeitos tem início rápido e tem pouca duração; ⮚ Doses tóxicas: euforia, perturbações auditivas e visuais, desorientação; ⮚ Uso crônico pode causar danos ao cérebro como as demais drogas. Ex: cola, lança-perfume, combustíveis, papelaria, produtos de beleza e de limpeza. TIPOS DE DROGAS – ESTIMULANTES ⮚ São drogas que aumentam a atividade cerebral, acelerando os processos psíquicos; Anfetaminas: ⮚ diminuição do sono e apetite, sensação de maior energia e menor fadiga; ⮚ Doses tóxicas: acentua-se esses efeitos e pode surgir irritação, agressividade, delírios e alucinações. TIPOS DE DROGAS – ESTIMULANTES Cocaína: ⮚ Pó (aspirado), dissolvido água (injetável), pedra/crack ou merla (fumado); ⮚ Sensação intensa euforia poder, excitação, insônia, falta de e apetite, etc; ⮚ Doses tóxicas: taquicardia. TIPOS DE DROGAS ESTIMULANTES - CRACK ⮚ Efeito rápido e duração breve; ⮚ Os efeitos: convulsões e prejuízos nas habilidades cognitivas; ⮚ Sinais de dependência: mudanças de hábitos, comportamento e aparência física, redução elevada apetite/peso, fraqueza, desnutrição e aparência de cansaço físico. Tratamento e prevenção da dependência química A dependência química afeta todos os aspectos da vida de um indivíduo e pode ser causada por múltiplos fatores: genéticos, ambientais, sociais, familiares e individuais. O uso de drogas normalmente começa com fins recreativos ou como uma fuga da realidade. Mas, quando a necessidade de consumí-las passa a ser incontrolável, o usuário se torna dependente apresentando distúrbios físicos, mentais e emocionais. Quais os sintomas da dependência química? ✔ perda de peso; ✔ mudanças de comportamento; ✔ olhos vermelhos; ✔ alterações de humor; ✔ fadiga constante; ✔ problemas financeiros; ✔ falta de preocupação com a ✔ diminuição da produtividade; higiene pessoal; ✔ aumento da frequência cardíaca ou da ✔ distúrbios do sono; pressão arterial. Como prevenir a dependência química? Entender os riscos e as consequências negativas da utilização das drogas é essencial para criar estratégias de prevenção da dependência química. Compreender os fatores que podem levar uma pessoa a consumir drogas, especialmente em situações de vulnerabilidade social e emocional. Desenvolver estratégias de prevenção nos mais diversos âmbitos sociais de um indivíduo desde a sua infância, com a promoção de informações de referência sobre os problemas decorrentes da dependência em casa, na escola, na comunidade, no trabalho. Psicoterapias e Medicações As psicoterapias se baseiam na aplicação de um conjunto de técnicas e métodos psicológicos, podendo ter objetivos diferentes, como a solução de problemas, a modificação de comportamentos e o auxílio no desenvolvimento de novas concepções sobre si mesmo e o mundo. É importante que cada caso seja avaliado por um profissional da área para avaliar a possibilidade do uso de medicações (ansiolíticos, antidepressivos, entre outros). Internações De modo geral, as internações são realizadas quando o paciente necessita de assistência integral e multidisciplinar ou apresenta comportamentos agressivos e pensamentos suicidas. Formas de Internação: a) Voluntária: Como o nome sugere, esse tipo de internação é feito com o consentimento do usuário, com base na avaliação e indicação de equipe de profissionais especializados. Formas de Internação: b) Involuntária: pode ser solicitada por um familiar, responsável legal ou especialista que acompanha o tratamento, sendo realizada sem o consentimento do dependente químico. Em geral, o usuário não tem a percepção crítica da necessidade de internação e oferece risco iminente para si mesmo ou para outras pessoas. c) Compulsória: determinada pela Justiça mediante pedido formal de um médico, que precisa fazer um laudo atestando que a pessoa não tem condições físicas e psicológicas para procurar tratamento sem intervenção de um terceiro. A prevenção de recaída também é uma etapa importante para a manutenção da abstinência. ⮚ CAPS AD como serviço de referência a nível territorial. ⮚ Associações como os Alcoólicos Anônimos, os Narcóticos Anônimos, comunidades terapêuticas e instituições religiosas também podem colaborar para o tratamento dos pacientes com uma dependência. A POLÍTICA DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS Historicamente, no Brasil, o tema do uso do álcool e de outras drogas vem sendo associado à criminalidade e práticas antissociais e à oferta de tratamentos inspirados em modelos de exclusão/separação do convívio social. Redução de danos É um conjunto de estratégias que visa minimizar os danos causados pelo uso de diferentes drogas, sem necessariamente ter de se abster do seu uso. Apresentam alguns pilares conformes descritos abaixo: DALGALARRONDO, 2018. Redução de danos 1. É uma alternativa de saúde pública para modelos moral/criminal e de doença do uso e da dependência de drogas. 2. Reconhece a abstinência como resultado ideal, mas aceita alternativas que reduzam danos. 3. Surgiu principalmente como uma abordagem de “baixo para cima”. 4. Promove acesso a serviços de baixa exigência como para alternativa abordagens tradicionais de alta exigência. PORTARIA Nº 2.197, DE 14 DE OUTUBRO DE 2004 Redefine e amplia a atenção integral para usuários de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, e dá outras providências. Art. 5º O componente de atenção hospitalar de referência, objeto do inciso III, do artigo 2º desta Portaria, define que os Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad serão instalados em Hospitais Gerais, e tem como objetivos principais: - dar suporte à demanda assistencial caracterizada por situações de urgência/emergência que sejam decorrentes do consumo ou abstinência de álcool e/ou outras drogas, advindas da rede dos Centros de Atenção Psicossocial para a Atenção a Usuários de Álcool e outras Drogas (CAPSad), da rede básica de cuidados em saúde (Programa Saúde da Família, e Unidades Básicas de Saúde), e de serviços ambulatoriais; - oferecer suporte hospitalar, por meio de internações de curta duração para usuários de álcool e/ou outras drogas, em situações assistenciais para as quais os recursos extra-hospitalares disponíveis não tenham obtido a devida resolutividade, ou ainda em casos de necessidade imediata de intervenção em ambiente hospitalar, sempre respeitadas as determinações da Lei nº 10.216, e sempre acolhendo os pacientes em regime de curtíssima e curta permanência; - oferecer, nas situações descritas nos incisos III e IV, do artigo 2° desta Portaria, abordagem, suporte e encaminhamento adequado aos usuários que, mediante avaliação geral, evidenciarem indicativos de ocorrência de comorbidades de ordem clínica e/ou psíquica; - evitar a internação de usuários de álcool e outras drogas em hospitais psiquiátricos. LOCAIS DE TRATAMENTO NA SUSEPE: UNIDADE 05 CENTRO DE CUSTÓDIA HOSPITALAR VILA NOVA Contextualização: Contextualização: Unidade Psiquiátrica (05) do CCHVN Esta unidade masculina é destinada a receber privados de liberdade do regime fechado em crise de saúde mental. Após este período, o sujeito retorna ao estabelecimento penal (exceto NUGESP). Objetivos da internação: Plano Terapêutico Singular Diagnóstico, Definição de Metas e Plano Pós Alta; Manejo de sintomas agudos (breves); Remissão dos sintomas graves; Alta (Nota de alta, receitas, contato com EP). INSTITUTO PSIQUIÁTRICO FORENSE (IPF) Histórico: Fundação: 4 de abril de 1925 através do decreto 3.454 que criou os manicômios judiciários. Até então os presos que cometiam crimes iam para a Casa de Correção. Decreto 17.010 de 14 de dezembro de 1964 passa a chamar-se Instituto Psiquiátrico Forense Dr. Maurício Cardoso (médico/legista e estudioso dos assuntos médico-forenses). Atualmente, abriga em torno de 160 pessoas privadas de liberdade, sob medida de segurança, as quais estão sob tratativas p/ ingresso na RAPS. Grupo de trabalho (GT) interinstitucional foi criado para auxiliar na saída dos pacientes do IPF. Entidades como: Departamento Penitenciário (DEPEN), Ministério Público (MP), Tribunal de Justiça (TJ), SUSEPE, Secretaria Estadual de Saúde (SES) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Referências Bibliográficas ❖ AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM 5. Porto Alegre, Artmed, 2014. ❖ CORDEIRO, Daniel Cruz. Transtornos por uso de substância- conceituação e modelos teóricos. In: O TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA E AS TERAPIAS COGNITIVAS-COMPORTAMENAIS, ZANELATTO & LARANJEIRA (org), Disponível em: https://statics- submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/133765138.pdf ❖ GUIA PRÁTICO SOBRE USO, ABUSO E DEPENNDÊNCIA DE SUBSTÂNCIAS PSICOTRÓPICAS PARA EDUCADORES E PROFISSIONAIS DA SAÚDE. Prefeitura de São Paulo, Secretaria especial para Participação e Parceria, 2016, MARQUES, Ana Cecília Petta R. M. e RIBEIRO, Marcelo (org). ❖ BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde Mental no SUS: Os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. ❖ BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Justiça. Reforma Psiquiátrica e Manicômios Judiciários: Relatório Final do Seminário Nacional para a Reorientação dos Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. ❖ DIAS, Hércules. Drogas é possível vencer. Governador Valadares: 2014. ❖ Miller Willian Richard, Rollnick Stephen. Entrevista Motivacional: Preparando as pessoas para a mudança de comportamentos adictivos. Porto Alegre: Artes Médicas; 2001. ❖ SILVA, Cláudio Jerônimo da; SERRA, Ana Maria. Terapias Cognitiva e Cognitivo-Comportamental em dependência química. Revista Brasileira de Psiquiatria, vol.26. São Paulo: 2004. ❖ ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação de transtornos mentais e de comportamentos da CID-10. Porto Alegre: Artmed, 1993. ❖ PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias. 2ed, Brasília, Presidência da República. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, SENAD, 2010. OBRIGADO E SEJAM BEM-VINDOS!

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