Análise de Dados Qualitativos PDF
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This document provides an introductory overview to qualitative data analysis, focusing on interviews. It covers the fundamentals of interview techniques. The document also discusses types of interviews, factors to consider, and preparation.
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Análise de Dados Qualitativos Leitura A entrevista em profundidade Índice Objetivos Condução das entrevistas Introdução o Competências comunicacionais e...
Análise de Dados Qualitativos Leitura A entrevista em profundidade Índice Objetivos Condução das entrevistas Introdução o Competências comunicacionais e interpessoais Entrevista Eficácia das entrevistas o Quando utilizar? o Como melhorar o Fatores a considerar o Técnicas de condução da entrevista o Tipos Entrevista estruturada Resumo Referências Bibliográficas o Vantagens e desvantagens Entrevista não estruturada o Vantagens e desvantagens o Técnicas Eficácia das entrevistas Preparação das entrevistas o Aspetos gerais o Elaboração do guião da entrevista aberta o Elaboração do guião da entrevista semiestruturada Objetivos Apresentar e explorar os diferentes tipos de entrevista; Explorar formas de melhorar a entrevista; Explorar a importância da preparação da entrevista, em particular o guião; Explorar dicas para a condução de uma entrevista; Identificar as vantagens e desvantagens da entrevista como método de recolha de dados. 3 Introdução A entrevista é um método de recolha de dados fundamental em diversos contextos, desde o ambiente académico até ao mundo organizacional. Compreender os diferentes tipos de entrevista e suas aplicações pode ser crucial para obter dados precisos e relevantes, seja para investigações empíricas, ou práticas organizacionais. Esta e-atividade tem como objetivo apresentar e explorar os diferentes tipos de entrevista, identificando as principais características e utilidades de cada tipo. Sendo um método muito utilizado e de grande valor, a aplicação eficaz da entrevista é um desafio que exige prática e conhecimento. Existem várias estratégias e técnicas que podem ser aplicadas para otimizar o processo e obter respostas mais completas e sinceras dos entrevistados. Nesta leitura iremos abordar algumas estratégias que permitem melhorar o processo da entrevista, desde a sua preparação até ao momento da condução. A preparação é um dos elementos mais importantes para o sucesso de uma entrevista. Um bom planeamento e a elaboração de um guião são essenciais para conduzir a entrevista de forma eficaz. Nesta e-atividade iremos destacar pontos relevantes na elaboração de um guião. Serão também exploradas determinadas técnicas a ter em conta no momento da condução da entrevista. Como todos os métodos de recolha de dados, a entrevista tem vantagens e desvantagens, iremos portanto explorar os seus pontos fortes e limitações. 4 Entrevista Quando utilizar? A entrevista é um método de recolha de dados quando queremos compreender com mais profundidade determinado assunto. Por exemplo, recorremos a este método se quisermos perceber quais as razões que Compreender levam um colaborador a sair da empresa, ou se quisermos compreender qual a perspetiva dos jovens em relação às políticas de arrendamento. A entrevista também pode ser um método adequado quando após a implementação de um questionário é necessária esclarecer e contextualizar determinadas Aprofundar respostas. Contextualizar 5 Entrevista Fatores a considerar Embora a escolha do método de recolha de dados esteja associada ao objetivo do estudo. É importante que o investigador tenha em conta alguns fatores. Deve refletir sobre o acesso aos entrevistados, o interesse em em aprofundar determinado conhecimento não é tudo, também é preciso ter em conta se a nossa amostra é de fácil acesso, se estará disponível para participar no nosso estudo, Acesso aos Competências se existem barreiras linguísticas e culturais. entrevistados do entrevistador O investigador também deve refletir sobre as suas competências enquanto entrevistador, pois a condução de uma entrevista eficaz implica experiência e competências. Um bom entrevistador deve: ter competências de comunicação e escuta ativa; ser sensível e empático em relação a determinadas questões; ser flexível e capaz de se adaptar a diferentes tipos de participantes e situações; ser capaz de criar um ambiente de confiança. 6 Entrevista Fatores a considerar Os recursos que este método de recolha de dados implica são muitos, desde o tempo despendido no momento da entrevista, tanto do entrevistador como dos participantes, até ao tempo despendido na análise de dados. É necessário pensar nas restrições de tempo e orçamento antes de se optar por este tipo de método. Tempo Tempo Na recolha de dados é preciso ter em conta: o despendido na despendido na agendamento, é preciso combinar uma data e recolha de análise de hora específica, pelo que pode ser difícil de dados. dados. conciliar agendas; a condução, as entrevistas demoram o seu tempo, dependendo do número de perguntas e profundidade da informação que se pretende. O momento de tratamento de dados é preciso ter em conta: a transcrição da entrevista é um processo muito demorado e cansativo, pelo que também implica muito tempo; análise de dados, embora existam softwares que facilitem a análise de dados, o investigador ainda desempenha um papel central, para além disso nunca é um processo de uma só pessoa. 7 Entrevista Fatores a considerar Por último, antes da escolha da entrevista, também se deve ter em causa as questões éticas. A confidencialidade, é crucial garantir que as informações partilhadas pelos participantes sejam protegidas. Isso inclui a proteção contra a divulgação não autorizada e o uso indevido das informações. O consentimento informado, antes de iniciar a entrevista, é necessário obter o consentimento informado do entrevistado. Isso Consentimento Imparcialidade e significa que ele deve ser informado sobre o informado e propósito da entrevista, como os dados serão responsabilidade confidencialidade analisados e usados e qualquer risco inerente. Durante a condução da entrevista, deve-se manter a imparcialidade, o entrevistador deve conduzir a entrevista de maneira imparcial e objetiva, evitando preconceitos e julgamentos discriminatórios. No fundo o entrevistador tem de ser responsável por garantir que a entrevista cumpre todos os requisitos éticos e legais. 8 Entrevista Tipos Existem diferentes tipos de entrevistas, que podem variar consoante o número de pessoas que são entrevistadas ao mesmo tempo e o grau de estruturação da entrevista. Em relação ao número de protagonistas, as entrevistas podem ser individuais, entre entrevistador e entrevistado, ou grupal, implica a recolha de informação num grupo, bem como das suas interações e dinâmicas. A entrevista grupal representa melhor a realidade, uma vez que os participantes influenciam e são influenciados, como acontece na nossa vida (José & Neves, 2014). Quanto ao grau de estruturação, as entrevistas podem ser estruturadas, semiestruturadas, e não estruturadas/ profundidade. As entrevistas estruturadas trata-se de uma técnica muito similar ao questionário, o investigador formula um conjunto de perguntas prévias que todos os participantes devem responder (Chambel & Curral, 2008). Nas entrevistas semiestruturadas o entrevistador tem um guião, mas adapta as perguntas consoante as respostas dos entrevistados, adiciona novas perguntas durante a entrevista se necessário, não precisa de realizar as mesmas perguntas exatamente iguais a todos os entrevistados. Por fim, as entrevistas abertas, constituem uma técnica não estruturada, é um modelo muito flexível que permite recolher dados com grande profundidade. As entrevistas abertas implicam diferentes fases que devem ser seguidas para que não se perca informação: definição do objetivo; criação de temas, não se formulam perguntas, mas sim temas que se pretendem abordar durante a entrevista; seleção dos participantes; entrevista e análise da informação obtida. Os 3 últimos momentos são partilhados pelos diferentes tipos de entrevista. 9 Entrevista estruturada Vantagens e desvantagens Na sua forma mais extrema, as entrevistas estruturadas consistem numa lista de perguntas construídas previamente, que o entrevistador lê e anota as respostas, é quase como um questionário. Entrevista estruturada As entrevistas semiestruturadas são as mais predominantes, Entrevista semiestruturada existe uma lista de perguntas, contudo serve como guia para o entrevistador. O guião embora construído previamente é flexível e pode ser adaptado ao longo da entrevista. Algumas das vantagens das entrevistas estruturadas são: a maior dificuldade do entrevistado em fugir do tópico, o que exige menos concentração ao entrevistador; em comparação com as entrevistas abertas é mais fácil, rápido e económico de se obter dados. Contudo, este tipo de estruturação também apresenta algumas limitações: o formato inflexível não permite ao investigador trazer novos assuntos; e favorece respostas estereotípicas. Figura 1. Entrevista estruturada. 10 Entrevista Não estruturada Vantagens e desvantagens As entrevistas em profundidade constituem uma técnica não estruturada, que tem como objetivo que o entrevistado explore o máximo sobre determinado assunto. Este tipo de entrevistas permite um entendimento profundo dos indivíduos sobre Entrevista aberta ou em determinado assunto. profundidade Este tipo de entrevistas não implicam uma lista preparada de questões, pelo que o entrevistador no decorrer da entrevista decide o que perguntar, ajustando-se às respostas dos participantes. Este tipo de entrevistas começa com a explicação dos assuntos ou tópicos que irão ser abordados e existe uma questão inicial, a partir daí o entrevistado desenvolve, e quando termina o entrevistador pode esclarecer alguns pontos ou passar para outro tema. As entrevistas em profundidade têm vantagens como: a flexibilidade da estrutura, o entrevistador não tem de seguir uma estrutura rígida; os dados são muito mais ricos; e podem surgir novas ideias e hipóteses. Contudo, também apresenta pontos negativos, como: o tempo despendido e custos; a dificuldade na condução, entrevistadores competentes são raros e muito caros; dificuldade na análise e interpretação dos dados, mais Figura 2. Entrevista não estruturada. suscetível a subjetividade. 11 Entrevista não estruturada Técnicas Existem várias técnicas específicas que podem ser adotadas para conduzir estas entrevistas, cada uma com um enfoque diferente para obter informações mais detalhadas e significativas. Perguntas ocultas uma técnica que se foca em explorar questões pessoais e sensíveis que os entrevistados podem não querer discutir diretamente. Através desta técnica é possível obter respostas sobre determinado assunto sem perguntar diretamente sobre ele, muito útil para abordar preocupações pessoais sentidas num nível profundo, Análise simbólica envolve a exploração de significados simbólicos através da comparação com os seus opostos. Técnicas de projeção, perguntar à pessoa relativamente a uma situação hipotética, ou em relação a uma terceira pessoa, de forma a ser possível interpretar o seu comportamento. Estas técnicas incluem uma variedade de exercícios criativos, por exemplo: completar frases, criação de histórias, role-play. Associação de palavras, é uma técnica onde os entrevistados devem responder com a primeira palavra que lhes vem à cabeça quando ouvem uma palavra ou frase específica. Isso ajuda a descobrir associações automáticas e espontâneas que podem revelar perceções e atitudes subjacentes. Também permite analisar a quantidade ou frequência de entrevistados que associam a mesma palavra. 12 Eficácia das entrevistas Nem sempre as entrevistas são eficazes, porque são demasiado informais ou mal preparadas. A eficácia de uma entrevista depende das competências do entrevistador, de preparação prévia, e da aplicação de competências interpessoais apropriadas. Para além disto uma entrevista exige ainda: identificar a informação que pretendemos recolher e identificar o tipo de relação que queremos manter com o entrevistado. A aplicação de competências interpessoais e a relação a manter com o entrevistado podem ser especialmente importantes dependendo do assunto. Existem assuntos delicados que implicam empatia e sensibilidade. Mesmo quando falamos de assuntos usuais, a relação que se estabelece com o entrevistador é muito importante para a quantidade e qualidade da informação que será revelada. Preparação Competências comunicacionais Competências interpessoais Relação com o entrevistado 13 Preparação da entrevista Aspetos gerais Independentemente do tipo de entrevista que se pretende conduzir, são necessários alguns aspetos gerais, que devem ser Objetivo tidos em conta antes da sua condução. Informação Inicialmente, deve-se pensar bem o que se pretende obter com a entrevista, quais são os seus principais objetivos. O Local entrevistador também deve recolher a informação necessária Tempo e esforço para a condução da mesma, deve estar bem informado. É preciso perder tempo também a elaborar um plano geral da entrevista, se for uma entrevista aberta ou em profundidade, implica a preparação de uma questão inicial geral e temas que se pretende abordar, por outro lado, se for uma entrevista estruturada implica a criação de um guião. Iremos abordar este ponto nos próximos slides de forma mais completa. Para além dos pontos já mencionadas a preparação de uma entrevista também implica algumas questões logísticas como a escolha do local da entrevista. No fundo, uma boa preparação da entrevista implica tempo e esforço. Figura 3. Preparação. 14 Preparação da entrevista Elaboração do guião da entrevista aberta Embora as entrevistas abertas ou em profundidade não impliquem um guião estruturado, com perguntas pré-definidas, não estão livres de preparação. Introdução Primeiramente, os entrevistadores devem preparar um forma de Questão geral começar: um agradecimentos, introdução ao estudo, onde Finalização expliquem os principais objetivos, e pedir o consentimento do participante. De seguida devem ter uma questão geral de abertura que permita que o participante explore e aprofunde o mais possível. Devem também ser identificados os temas que gostariam de abordar para não se esquecerem na condução da entrevista. Esta listagem é especialmente importante, pois no decorrer de uma entrevista em profundidade é possível que a conversa se afaste do caminho que o entrevistador quer seguir e, assim, será mais mais provável de não se esquecer de abordar nenhum ponto. Por fim, o entrevistador também deve ter preparadas perguntas sociodemográficas, se necessário, um agradecimento final e despedida. Figura 4. Preparação. 15 Preparação da entrevista Elaboração do guião da entrevista semiestruturada Existem alguns aspetos que são fundamentais ter em conta no momento de elaboração de um guião para uma entrevista semiestruturada. Em primeiro lugar, o entrevistador deve ter um texto introdutório, no qual se apresenta, agradece a presença do participante, explica o principal objetivo do estudo e o que é esperado do participante. Neste texto, é importante incluir aspetos como “não existem respostas certas e erradas”, pedir a autorização do participante para a gravação, e garantir a confidencialidade da informação. Ainda antes de se começar a entrevista é importante que o entrevistador pergunte se o participante tem alguma dúvida. Na segunda parte da elaboração do nosso guião, devemos dividir as nossas perguntas por secções de forma a que haja uma lógica na sequência de perguntas. Dentro de cada tema, deve-se começar pelas questões mais genéricas, de seguida questões mais centrais no tema, e terminar com questões profundas sobre o tema. Depois de se questionar o participante sobre os diferentes temas, deve-se colocar uma pergunta de encerramento, uma pergunta menos profunda e que tem como objetivo abrir espaço a que outros temas surjam, ou que o entrevistado acrescente algo que considere relevante. No encerramento da entrevista, o investigador deve perguntar se existe alguma questão por esclarecer e deve agradecer. 16 Condução da entrevista Competências comunicacionais e interpessoais A eficácia de uma entrevista também está dependente das competências do entrevistador, interpessoais e comunicacionais. Imagine que teria agora mesmo uma entrevista marcada, estes pontos seriam essenciais: Pontualidade: o primeiro ponto de todos seria chegar à entrevista a horas, estar lá à hora marcada, ou algum tempo antes para receber o entrevistado. Assim que chega deve dirigir-se ao participante para o cumprimentar, olhar nos olhos mas sem ser intrusivo. Deve começar a conversa, agradeça antecipadamente a disponibilidade e colaboração. A partir daí pode introduzir o âmbito da entrevista, enquadramento e quais os seus objetivos, deve também deixar claro quanto tempo esta irá demorar, ou uma estimativa. Ainda nos momentos iniciais deve explicar que vai tomar notas e peça autorização para gravar. Durante a entrevista existem algumas competências fundamentais, tais como: deve falar devagar e de forma clara; em momento algum deve interromper o participante; deve demonstrar empatia e interesse pelo entrevistado, prestando-lhe total atenção e dando-lhe sinais de que o está a ouvir e compreender. Permitir o silêncio, é importante dar aos entrevistados tempo para pensar. Deve permanecer neutro, quer concorde quer discorde das opiniões expressas pelo entrevistado. 17 Eficácia das entrevistas Como melhorar De forma a se melhorar a eficácia das entrevistas existe uma série de fatores em que se pode investir, tais como: formação do entrevistador, preparação da entrevista, pré-teste do guião, e reavaliação do que foi feito ao fim de um número de entrevistas. Entrevistadores capazes e experientes são raros e caros, é necessário investir em formação e treino em entrevistas que inclua como colocar diferentes tipos de questões, praticar a escuta ativa, e aprender a lidar com respostas difíceis. Também será importante investir em simulações em ambientes controlados que permita desenvolver experiência na condução de entrevistas. Por fim, consciencializar para os enviesamentos e riscos, de que forma é possível evitá-los para tornar as entrevistas mais justas e imparciais. A preparação da entrevista implica a recolha de dados e informações antes da entrevista, bem como a definição de um método previamente planeado e estruturado. Quando falamos numa entrevista estruturada é extremamente importante que o entrevistador desenvolva um guião com perguntas que cubram todos os aspetos importantes que quer abordar, deve também ter perguntas adicionais ou de seguimento, dependendo das respostas do candidato. O guião deve estar organizado por secções, para que a estrutura seja clara e faça sentido. Uma estratégia que nos permite avaliar e validar se o nosso guião está estruturado e organizado, é através da sua aplicação. A condução de uma entrevista piloto com um colega ou voluntário pode ser fundamental para corrigir erros, ambiguidades e melhorar a eficácia das perguntas. De forma a refinarmos a entrevista, uma análise ao fim de 3 entrevistas, pode ser importante para identificarmos se o nosso guião vai de encontro aos nossos objetivos, ou se são necessárias alterações. 18 Eficácia das entrevistas Técnicas na condução da entrevista No início da entrevista deve-se sumarizar as informações sobre Sumário a pessoa, previamente fornecidas, e que requerem a confirmação da mesma, ou acréscimo de alguns dados. Aprofundamento de questões Ao longo de toda a entrevista é essencial que o entrevistador Tipos de questões vá confirmando algumas respostas, para aumentar a precisão e clarificação das resposta e garantir que as compreendeu. Finalização da entrevista Pós-entrevista O tipo de questões a serem utilizadas também são muito importantes para a quantidade e qualidade de informação que iremos conseguir adquirir, por exemplo devem-se evitar perguntas de sim ou não, perguntas com respostas induzidas, perguntas muito longas, ou várias perguntas de uma só vez. O entrevistador deve comunicar ao entrevistado que a entrevista terminou, agradecer-lhe o tempo despendido e disponibilizar para responder a eventuais perguntas. Os momentos posteriores à entrevista também são importantes, o entrevistador deve finalizar as anotações quando estas ainda estão presentes. Por fim, deve rever todas as notas e comentários que fez sobre as respostas. Figura 5. Entrevista. 19 Resumo Nesta e-atividade, foram explorados diversos tipos de entrevistas, bem como as principais estratégias e técnicas para melhorar a sua aplicação. Destacou-se a importância da preparação, da elaboração de um guião eficaz, e da condução adequada da entrevista, evidenciando que cada etapa do processo é crucial para a obtenção de dados com qualidade. A variedade de tipos de entrevista – estruturada, semiestruturada e aberta– permite uma flexibilidade que pode ser adaptada às necessidades específicas de cada investigação. Entrevistas estruturadas garantem uniformidade e facilitam a comparação de respostas, enquanto entrevistas semiestruturadas e abertas permitem uma exploração mais profunda das perceções e experiências dos entrevistados, proporcionando insights mais ricos e detalhados. A melhoria da entrevista envolve várias estratégias, desde a preparação detalhada até à construção competente do guião. A preparação é fundamental, pois garante que o entrevistador esteja bem informado sobre o tema e os objetivos da entrevista, o que facilita a formulação de perguntas pertinentes e a criação de um ambiente de confiança e conforto para o entrevistado. A elaboração de um guião claro e conciso ajuda a manter a entrevista focada e estruturada, sem perder a flexibilidade necessária para explorar tópicos emergentes durante a conversa. 20 Resumo A condução da entrevista requer competências interpessoais e comunicacionais e técnicas específicas. O entrevistador deve ser capaz de ouvir ativamente, fazer perguntas de seguimento apropriadas e adaptar-se às respostas dos entrevistados, sempre mantendo uma postura respeitadora. Técnicas como a reformulação de perguntas e o uso de pausas podem ajudar a obter respostas mais completas e sinceras, enriquecendo os dados coletados. No entanto, como qualquer método de recolha de dados, a entrevista apresenta vantagens e desvantagens. Entre as vantagens, destaca-se a capacidade de obter informações detalhadas e profundas diretamente dos participantes, a flexibilidade para explorar novos tópicos e a possibilidade de observar as reações não verbais dos entrevistados. Por outro lado, as entrevistas podem ser influenciadas por enviesamentos do entrevistador ou do entrevistado, exigem tempo e recursos para serem realizadas e analisadas, e podem apresentar dificuldades na padronização das respostas. Reconhecer essas limitações é essencial para minimizar seus impactos e maximizar a eficácia das entrevistas. A formação adequada dos entrevistadores, a utilização de técnicas padronizadas quando apropriado e a triangulação de dados com outros métodos de recolha de dados podem ajudar a mitigar alguns desses desafios. 21 Referências Bibliográficas Chambel, J. M. & Curral, L. (2008). Psicologia Organizacional, da Estrutura à Cultura. Lisboa: Livros Horizonte. José, R. S. & Neves, R. S. (2014). Métodos e técnicas de investigação em Psicologia Organizacional. In S. P. Gonçalves (Ed.). Psicossociologia do trabalho e das organizações. Princípios e práticas (pp. 31-61). Lisboa: Pactor. 22 Vai mais à frente Obrigado europeia.pt © Copyright Universidade Europeia. Todos os direitos reservados