Habilidades Motoras: Aquisição, Retenção e Transferência PDF

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Este documento apresenta informações sobre habilidades motoras, incluindo os processos de aquisição, retenção e transferência. São descritos diferentes modelos de aprendizagem.

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Habilidades motoras: os processos de aquisição, os mecanismos de retenção e as determinantes da transferência AM… Até década de 60 do séc. XX 1939 E. Thorndike R. Woodworth N. Bernstein P. Fitts E. Fleishma...

Habilidades motoras: os processos de aquisição, os mecanismos de retenção e as determinantes da transferência AM… Até década de 60 do séc. XX 1939 E. Thorndike R. Woodworth N. Bernstein P. Fitts E. Fleishman A. Welford K. Craick Franklin Henry 1º Prof. Motor Learning Univ. Califórnia Após década de 60 do séc. XX 1939 J. Adams R. Schmidt J. Gibson R. Singer R. Magill T. Lee U. Bronfenbrenner E. Thelen S. Kelso K. Newell R. Marteniuk J. Clark B. Ulrich 1. Fases de aprendizagem (processos de aquisição e retenção). Alterações no executante e no desempenho motor através das fases de aprendizagem. A aprendizagem é um processo que envolve TEMPO PRÁTICA O iniciante progride ao longo de estádios ou fases. Estes, apesar de serem distintos, são contínuos. MODELO DE TRÊS ESTÁDIOS DE FITTS E POSNER (1967) Estádio Estádio Estádio Cognitivo Associativo Autónomo Desenvolvimento do Refinamento do Desempenho do padrão básico do movimento, maior movimento de forma movimento precisão e eficiência automatizada Prática Tempo Tempo Tempo MODELO DE TRÊS ESTÁDIOS DE Newell (1985) Estádio Estádio Estádio Coordenação Controlo Otimização Exploração motora da Refinamento do Desempenho do solução da tarefa de movimento, maior movimento de forma forma global precisão e eficiência automatizada Prática Tempo Tempo Tempo EXEMPLO: Aprendiz concentra-se em manter o equilíbrio e pedalar. Não dá atenção à postura ou a técnica. Aprendiz começa a ajustar postura, força nos pedais e a direção. Procura movimento mais suave e eficiente. Movimento torna-se automático. Atenção direcionada para outros aspetos da tarefa ou do ambiente. https://youtu.be/n7UcobScnck Stages of Skill Acquisition https://youtu.be/V8QZzvhkIyQ Performance e executante alteram-se durante a Caraterísticas de aprendizagem um iniciante? de uma HM. Por isso um expert sente dificuldade em ensinar um aprendiz. 1. Estádio Cognitivo/Coordenação ▪ Qual é o meu objetivo? Qual a melhor forma de pegar no material desportivo? Com que velocidade devo movimentar o braço? Como executo o movimento coordenado de membros superiores e inferiores?,… ▪ O praticante empreende uma elevada atividade cognitiva à medida que ouve as instruções e recebe os feedbacks. Exemplos?... ▪ O praticante verbaliza as ações ao longo da execução, de forma a guiar a sua ação. 1. Estádiocognitivo 1. Estádio Cognitivo/Coordenação ▪ Níveis de ATENÇÃO elevados, que limitam o praticante na sua disponibilidade para processar outras informações. ▪ Praticante pode estar consciente do seu ERRO mas não está geralmente habilitado a perceber o que de facto está errado e o que deverá fazer para melhorar a tentativa seguinte. ▪ Esta fase pode DURAR de poucos minutos a poucos dias (experiência anterior, HM com transporte corporal, HM com transporte corporal e manipulação de objeto,…). 2. Estádio Associativo/Controlo ▪ A atividade cognitiva altera-se: o praticante aprendeu a associar indicadores ambientais (e.g., distâncias, movimentações de colegas e adversários) e referências internas (e.g., sensoriais) com os movimentos necessários para atingir o objetivo da HM. 2. Estádio Associativo/Controlo ▪ Diminuição do número e frequência dos erros grosseiros. ▪ Os movimentos tornam-se menos bruscos e mais harmoniosos. ▪ Estádio de refinamento: aumento da consistência e da estabilidade do desempenho entre as repetições da tarefa. 2. Estádio Associativo/Controlo ▪ A variabilidade na performance diminui: o praticante adquire a capacidade de detetar e corrigir alguns dos seus próprios erros. ▪ Diminuição das sincinésias, no sentido da sua total erradicação. ▪ Estádio mais prolongado que o anterior (pode durar semanas ou meses). Tipos principais de sincinésias Reflexos tónicos de equilibração Movimentos controlados a nível medular que fazem retomar a posição vertical, quando o indivíduo se encontra em desequilíbrio. Estes reflexos podem prejudicar, por exemplo, a técnica de nado, ou as viragens na natação, pois a posição da cabeça, por reflexo, tende a manter-se o mais possível na vertical. Ex: Reflexo Tónico Labiríntico Termina por volta dos 6 meses Ex: Reflexo de Moro Termina por volta dos 2/3 meses https://youtu.be/DfnomzlY01I Tipos principais de sincinésias Coordenações primárias Os músculos distais, ao contraírem, propagam as contrações até aos músculos proximais. Alguns músculos são pluriarticulares (atravessam mais do que uma articulação). A sua contração “irradia” para outros músculos cuja contração não é necessária para a execução da HM. Na procura do gesto económico e eficaz, torna-se fundamental saber dissociar estas contrações. Tipos principais de sincinésias Irradiação contra lateral Contrações desnecessárias efetuadas pelo membro oposto na execução de uma HM que requer apenas a mobilização de um só membro. É fundamental saber dissociar os movimentos, “contrariando” o princípio da inervação recíproca que se baseia na ativação de ambos os membros em simultâneo na execução das HM. Tipos principais de sincinésias Automatismos adquiridos por aprendizagem Por vezes a aprendizagem das HM não é realizada de forma adequada, passando à fase da automatização da HM determinados gestos incorretos ou desnecessários. É necessário desmontar conscientemente as coordenações motoras aprendidas e voltar a efetuar a aprendizagem da HM de uma forma conveniente, até à sua correta automatização. 3. Estádio Autónomo/Otimização ▪ Estádio final de aprendizagem após muita prática e experiência. ▪ A HM tornou-se quase automática ou habitual, permitindo ao praticante centrar-se em outros aspetos relevantes para o sucesso das suas ações. ▪ Pequena variabilidade na performance, e elevada estabilidade e consistência das respostas. 3. Estádio Autónomo/Otimização ▪ Controlo do movimento delegado para estruturas do SN inferiores e periféricas, o praticante não tem necessidade de pensar conscientemente no movimento enquanto executa a HM. ▪ O domínio e a automatização do movimento libertam o praticante para se centrar em outros aspetos relevantes para o sucesso da ação: estratégias, estética, antecipação. 3. Estádio Autónomo/Otimização ▪ Pequena variabilidade na performance e elevada estabilidade e consistência das respostas. ▪ Estas são realizadas de forma eficaz, económica e com um reduzido número de erros. Estes são detetados pelo próprio praticante, que realiza os ajustamentos necessários para os corrigir. 3. Estádio Autónomo/Otimização ▪ Nem todos os indivíduos atingem o estádio autónomo. ▪ A qualidade do ensino, assim como a qualidade e a quantidade de prática, são fatores importantes para atingir este estádio. ▪ Como os estádios são contínuos, é por vezes difícil detetar em que estádio de aprendizagem está um indivíduo. HM abertas (ambiente previsível) Contínuum Contínuum Em função da estabilidade do envolvimento HM fechadas (ambiente previsível) HM Fechada Fixação do padrão Variação das condições motor da ação O praticante deve: Exercitar o padrão de movimento aumentando a sua consistência (fixação), automatização e minimizando a energia despendida Exercitar com variação das caraterísticas do envolvimento (condições da ação) HM Aberta Variação da execução Variação das condições motora da exercitação O praticante deve: Exercitar a variabilidade e a versatilidade do padrão de movimento (execução motora) de acordo com as caraterísticas do envolvimento Exercitar com variação das caraterísticas do envolvimento (condições de exercitação) Interferência Contextual - O que variar? Execução motora Condições de exercitação Variação da posição inicial e Exercitação sob condições que não as final. habituais. Variação da direção e Exercitação sobre carga condicional. intensidade do movimento. Exercitação com um controlo ótico Variação da duração e limitado. velocidade. Exercitação com estimulação dos Combinação de exercícios. analisadores vestibulares. Exercitação com a acentuação Tarefas motoras adicionais durante a rítmica. exercitação. Utilização de objetos. Exercitação de acordo com um determinado ritmo. Variação dos aparelhos. Modificação do volume do Exercitação com oposição de um movimento. companheiro. Variação da trajetória. Exercitação com limitação do tempo. Relação velocidade-precisão Woodworth (1899) Velocidade do Velocidade do movimento movimento diminui: aumenta: Distância Distância maior entre menor entre alvos alvos Alvos mais Alvos mais estreitos largos A velocidade a que uma HM é desempenhada é influenciada pelas Lei de Fitts exigências da precisão do movimento. 1. Aceder ao site http://www.cs.cmu.edu/~bam/uicourse/2014inter/fittslaw/ Colocar as letras (a;a) e os valores (40 cm; 23 cm). Alterações no executante e na performance através dos estádios de aprendizagem Alterações na velocidade de aprendizagem A velocidade de aprendizagem diminui Alterações na coordenação inter segmentar Os padrões de coordenação alteram-se de um estado de “congelamento” dos membros para um estado em que estes trabalham juntos em sinergia funcional. Alterações de um padrão de coordenação antigo ou preferido Os padrões de coordenação alteram-se de um padrão antigo para um novo padrão. Alterações nos músculos envolvidos na HM O número de músculos envolvidos diminui e o padrão temporal da ativação do grupo muscular torna-se apropriado para o momento da ação. Alterações na energia gasta e na eficiência do movimento A quantidade de energia utilizada diminui e a eficiência do movimento aumenta. Alterações na procura dos objetivos cinemáticos da HM Objetivos com sequência espacial Objetivos com sequência temporal Alterações na atenção visual Verifica-se um grande incremento na capacidade de dirigir a atenção visual para as fontes mais apropriadas de informação. Alterações na atenção consciente durante a execução da HM Redução na quantidade de atenção consciente atribuída às caraterísticas do movimento. Alterações na capacidade de detetar o erro e de o corrigir Aumenta a capacidade de detetar e corrigir os erros da execução. CARATERÍSTICAS DA PERFORMANCE Rígida Mais relaxada Automática Imprecisa Mais precisa Precisa Inconsistente Mais consistente Consistente Lenta, hesitante Mais fluída Fluída Tímida Mais confiante Confiante Indecisa Mais decisiva Certeira Desadaptada Mais adaptável Adaptável Ineficaz Mais eficiente Eficiente Reconhecimento dos Muitos erros Controlo dos erros erros Aprendizagem (Magill, 2007) Alterações na capacidade de um indivíduo para desempenhar uma habilidade. Melhoria permanente no desempenho como resultado da prática ou da experiência. Processo cíclico e contínuo de instabilidade e estabilidade em direção à crescente complexidade APRENDIZAGEM TRANSFORMAÇÃO 2. Escalas de tempo de mudança: aquisição, retenção e transferência da aprendizagem Godinho et al. (1999) APRENDER O que ficou retido após termos esquecido tudo o resto. MODIFICAR o comportamento APRENDER RETER, no tempo, a competência adquirida/construída Curvas de desempenho ou performance nos processos de aquisição, retenção e transferência de aprendizagem. Para analisar o progresso do desempenho durante a prática recorremos às Curvas de desempenho ou performance Estas curvas representam Pontos graficamente a evolução da performance ao longo da prática Tentativas No gráfico em que são traçadas estas curvas C O Eixo das abcissas L O Eixo das ordenadas C A R A Corresponde ao S São representadas U fator TEMPO N I as unidades de D (nº de sessões, A D medida do E períodos de S DESEMPENHO N prática, ensaios ou O S (e.g. s, cm, %, erros blocos de ensaios E I de desempenho) X de prática,…) O S 4 curvas de desempenho mais comuns (Godinho et al., 2000) Curva linear – indica uma progressão estável da performance ao longo do tempo, ensaios ou períodos de prática. Curva negativamente acelerada – apresenta uma melhoria notável no início, seguida de uma redução progressiva do nível de desempenho no final, i.e., ocorre melhoria no final, mas reduzida. CURVAS??? Curva positivamente acelerada – reflete um início lento, seguido de uma melhoria final acentuada. Curva em forma de “S” ou sigmóide – apresenta uma aceleração progressiva no desempenho, seguida de uma redução associada a maiores dificuldades à medida que se alcançam níveis de desempenho superiores. Estas curvas refletem os efeitos temporários do processo de aprendizagem. Demonstram o comportamento ao longo do tempo Ensai Pedro João Rui Paulo Luís André os 1 9 3 2 1 4 37 45 2 10 7 3 8 3 38 3 11 14 4 15 2 39 40 4 12 18 5 21 2 39 35 Pedro 5 13 23 6 22 1 39 30 João metros 6 14 26 7 23 1 40 25 Rui 7 15 27 8 22 1 40 20 Paulo 8 16 29 7 21 1 40 15 Luís 9 17 29 9 26 1 40 André 10 18 30 11 32 1 40 10 11 19 31 14 35 1 40 5 12 20 32 19 37 1 40 0 13 21 33 25 38 1 40 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 14 22 34 31 39 1 40 ensaios 15 23 35 37 40 1 40 Tipo Linear Negat Positiva Sigm Efei Efeito de ivame mente óide to tecto curva nte solo acelera aceler da ada Curva com efeito de solo: níveis de performance sistematicamente baixos, resultantes, por exemplo, da tarefa ser de difícil execução (Luís). 45 40 35 Pedro 30 João metros 25 Rui 20 Paulo 15 Luís André 10 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 ensaios Curva com efeito de teto: níveis de performance sistematicamente elevados, resultantes, por exemplo, da tarefa ser de fácil execução (André). 45 40 35 Pedro 30 João metros 25 Rui 20 Paulo 15 Luís André 10 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 ensaios Efeito de cross-over: em certo ensaio, um sujeito ultrapassa outro, terminando os dois em posições invertidas relativamente ao início da prova. Interceção de duas curvas alterando-se o posicionamento relativo do desempenho de dois sujeitos 45 (Pedro e Rui). 40 35 Pedro 30 João metros 25 Rui 20 Paulo 15 Luís André 10 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 ensaios Períodos de estagnação na melhoria do desempenho: nas curvas de performance observam-se com frequência estes períodos. Designam-se por Plateaux ou plataformas de desempenho. Podem ser o reflexo do fenómeno da aprendizagem latente A sequência dos ensaios 4, 5, 6, 7 e 8 do Paulo pode ser considerada uma plataforma de desempenho. PLATAFORMA DE DESEMPENHO 45 40 35 Pedro 30 João metros 25 Rui 20 Paulo 15 Luís 10 André 5 0 1 2 3 Crescente 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 TR ensaios Algumas causas das plataformas de desempenho: ▪ Desmotivação ▪ Fadiga atencional ▪ Perda de condição física ▪ Cansaço ▪ Níveis de desempenho próximos do limite máximo ou mínimo de execução. Análise da aprendizagem: as fases de aquisição, retenção e transferência Nas HM podemos considerar os efeitos temporários da prática (performance) e os efeitos duradouros da prática (aprendizagem). Como tal, quando analisamos a aprendizagem consideramos geralmente três fases distintas: AQUISIÇÃO, RETENÇÃO e TRANSFERÊNCIA. Não confundir com as fases ou estádios da aprendizagem! Fase de aquisição (Godinho et al., 2000) - conjunto de ensaios ou sessões de prática de uma HM. O nível de desempenho nesta fase corresponde à performance, isto é, aos efeitos temporários da prática. Schmidt & Wrisberg (2008) Fase de retenção (Godinho et al., 2000) – é solicitado o movimento efetuado anteriormente (fase de aquisição), mas após um período de repouso, ou sem a prática do movimento em estudo. Nesta fase avalia-se a capacidade do indivíduo em reter a performance no movimento adquirido. indicador das modificações mais ou menos permanentes resultantes da prática, isto é, da aprendizagem. RETENÇÃO Fase de transferência - Avalia-se a capacidade de o indivíduo transferir a competência adquirida: Para uma situação diferente, solicitando a capacidade de realizar movimentos novos. Para um movimento semelhante ao anterior, mas diferente nos seus parâmetros (e.g. temporais, espaciais, rítmicos, força, aceleração,…). Para a mesma situação, mas com o membro contrário. Nº de batimentos Aquisição / retenção / transferência – uma experiência 70 60 50 40 30 5 15 5 5 Tentativas Tentativas Tentativas Tentativas Nº de batimentos 70 60 50 40 30 Bloco tent. Blocos tentativas Bloco tent. Bloco tent. 1 1 2 3 4 1 1 Nº de batimentos Aquisição / retenção / transferência – uma experiência 70 60 50 40 30 5 15 5 5 Tentativas Tentativas Tentativas Tentativas Nº de batimentos 70 60 1 555 1 1 50 40 30 Bloco tent. Blocos tentativas Bloco tent. Bloco tent. 1 1 2 3 1 1 AQUISIÇÃO 45 40 35 30 metros 25 20 15 10 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 ensaios Luís João Rui Zé RETENÇÃO TRANSFERÊNCIA 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 1 2 3 1 2 3 Luís João Rui Zé Luís João Rui Zé BLOCOS DE ENSAIOS RETENÇÃO João reteve AQUISIÇÃO mais a apz TRANSFERÊNCIA Luís transferiu mais a apz 35 20 30 25 15 20 10 15 10 5 5 0 0 1 2 3 4 5 Luís João Luís João Porque se recorre à análise da apz agrupando os ensaios em blocos, e não considerando a totalidade dos ensaios individualmente? ▪ A estimativa de níveis médios de desempenho através de blocos de ensaios permite reduzir alguns efeitos indesejáveis quando se avalia a performance. É o caso do efeito do “acaso” (Godinho et al., 2000). CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DA FASE DE AQUISIÇÃO Quem demonstra níveis superiores de desempenho no início da aquisição e no final da aquisição A regularidade ou irregularidade do desempenho de cada indivíduo ao longo da sequência dos ensaios. Aspeto indicador da estabilidade do desempenho e do nível de aprendizagem Resultado médio do desempenho de cada indivíduo: média de todos os ensaios ou média dos blocos de ensaios Níveis de desempenho superiores significam maior aprendizagem, isto é, maior permanência dos efeitos CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DA FASE DE RETENÇÃO Quem apresentou níveis superiores de desempenho, significando uma maior retenção da aprendizagem Quem apresentou maior regularidade ao longo dos ensaios correspondentes a esta fase CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DA FASE DE TRANSFERÊNCIA Quem demonstra maior capacidade em efetuar o mesmo movimento perante diferentes caraterísticas do contexto (e.g. > ou < distância; > ou < intensidade) … ou um movimento diferente mas com caraterísticas similares ao aprendido em termos de parâmetros do movimento, elementos percetivos ou elementos concetuais Isto significa uma maior capacidade de transferência intratarefa ou intertarefa relativamente à HM aprendida Quem demonstra maior capacidade em transferir o movimento de um membro para o outro (transferência interlateral) Medidas de erro em tarefas de precisão: erro absoluto, erro constante e erro variável As medidas de erro analisam: - A quantidade de erro (e.g. desvio, em cm, de um dardo em relação a um alvo) - A natureza ou tendência de erro (e.g. se o dardo ficou aquém ou além do alvo) Dois indivíduos com a mesma pontuação final numa tarefa de lançamento a um alvo, podem apresentar desempenhos completamente diferentes ao longo da execução das tentativas. SUJEITOS A e B SUJEITO A 6 tentativas: EA= 1,7 SUJEITO B Importância de se usarem os 3 tipos principais de erro: EA EC EV Medidas de erro mais comuns: Erro absoluto (EA) – medida de precisão do desempenho, expressa em valor quantitativo absoluto face ao objetivo da tarefa. Erro constante (EC) – medida de magnitude e direção do erro de resposta (enviesamento da resposta). Informa sobre o desvio positivo (sobre estimativa) ou negativo (sub estimativa) da resposta. Erro variável (EV) – medida da variabilidade ou consistência da resposta ao longo das tentativas. FÓRMULA DE CÁLCULO PARA MEDIDA DE DESEMPENHO BLOCOS DE Não é necessário saber as fórmulas ENSAIOS  X −O Erro absoluto (EA) n Erro constante (EC)  (X − O) n Erro variável (EV)  (X − EC ) 2 n Avaliação de movimentos de precisão + - Na medição dos movimentos de pontaria a avaliação é feita desenhando uma linha horizontal que passa pelo centro do alvo para distinguir erros acima da linha (positivos) e abaixo da linha (negativos). Paulo João 3 3 2 2 1 1 -1 -1 -2 -2 -3 -3 Variabil Tiago Erro Erro Erro idade absoluto constante variável 3 total 2 1 Paulo 2.4 0.4 2.15 4,78 -1 -2 João 2.2 2.2 0.75 2,32 Tiago 0 0 0 0 Antecipação-Coincidência em Jovens Tenistas Análise da posição de receção e da velocidade estímulo. Costa (2007) Antecipação-Coincidência em Jovens Tenistas Análise da posição de receção e da velocidade estímulo. Costa (2007) 3. Transferência da aprendizagem: conceitos de generalização, similaridade e elementos idênticos. Estratégias para amplificar a TA. Lateralidade e transferência intermanual da aprendizagem. ▪ TA (Schmidt & Wrisberg, 2008) – ganho ou perda de proficiência de um indivíduo numa tarefa como resultado da prática anterior ou da experiência noutra tarefa. ▪ Com as experiências de TA, pretende-se verificar a influência de experiências anteriores na apz de uma nova tarefa ou a influência da modificação de determinados parâmetros do movimento na execução da mesma tarefa ou a influência do treino de um membro na performance do membro contra-lateral. Transferência inter-tarefa Transferência de Transferência intra-tarefa Aprendizagem Neutra Negativa Transferência bilateral Positiva Se uma experiência anterior numa tarefa inicial é benéfica à apz de uma segunda tarefa......ocorreu uma transferência positiva Se uma experiência anterior é prejudicial ou não tem qualquer influência......ocorreu uma transferência negativa ou nula, respetivamente Aspetos fundamentais do conceito de TA: Generalização (Schmidt & Wrisberg, 2008) – TA que ocorre de uma tarefa ou situação para outra semelhante. Similaridade (Schmidt & Wrisberg, 2008) - quanto maior for a similaridade entre as várias HM, maior será a possibilidade de ocorrer TA positiva. EXEMPLOS? A GENERALIZAÇÃO também promove TA de um local de instrução para outro, com outras caraterísticas (i.e., mudança de contextos). e.g. Fisioterapia Ou… O executante adapta a habilidade para satisfazer as exigências particulares de uma outra situação Exemplo: Um par executa simultaneamente rolamento de mão dada. Transferência Distante As crianças desenvolvem as HMF na infância (correr, saltar, rebater, lançar, receber, pontapear, trepar..) para, no futuro, produzirem movimentos e HM complexas (corrida de obstáculos, salto em altura, passe de peito, lançamento na passada, recepção de passe picado, remate à baliza, escalada,…) SIMILARIDADE Nível de semelhança entre a estrutura de duas tarefas Os movimentos similares têm características comuns Semelhança entre as Afinidade dos objetivos suas características da resposta dos cinéticas e cinemáticas. movimentos. As características e as regras que controlam os movimentos similares são semelhantes. A organização da prática deve contribuir para a capacidade de produzir uma variedade de movimentos da mesma classe ou família, i.é., movimentos similares Movimentos com um PROGRAMA MOTOR idêntico Elementos Similaridade CONCEITOS idênticos Discutíveis quanto à sua especificação Critérios de similaridade entre HM: 1. Programas motores 2. Elementos percetivos 3. Estratégias e conceitos Similaridade entre HM 1. Programas motores (PM) Representação na memória de uma classe de ações que partilham caraterísticas invariantes comuns.. Ordem dos elementos. Estrutura temporal das contrações. Força relativa HM com componentes cinéticas e cinemáticas similares. Ex.? O PM de lançar por cima do ombro é comum ao lançamento do dardo, ao serviço de ténis e ao remate em voleibol. CINÉTICA Quantidade de trabalho realizado sobre um objeto para tirá-lo do repouso e movê-lo a uma velocidade v. CINEMÁTICA Ramo da física que procura descrever os movimentos sem se preocupar com as forças que originam os mesmos. PARÂMETROS Trajetória Deslocamento Aceleração Velocidade Similaridade entre HM 2. Elementos percetivos Muitas HM apresentam em comum as mesmas solicitações percetivas (e.g. visuais). Ex.: análise da trajetória aérea de bolas de ténis, de andebol ou de voleibol, com o objetivo de as intercetar. Análise de estruturas rítmicas. 3. Estratégias e conceitos Há estratégias e conceitos que são comuns a diversas HM e atividades motoras. Ex.: As regras das diferentes modalidades e os princípios que decorrem dessas regras. Programa Elementos Estratégias motor percetivos e conceitos Rotação do Perseguição Variar a ombro antes visual da bola seleção da Ténis e Badminton da batida. ou peteca. batida. Finalização do Julgamento Colocação movi/ em preciso da eficiente do Bowling e Tiro direção ao localização objeto. alvo. do alvo. Manutenção Interpretação Manter do equilíbrio precisa dos distância em movimento movimentos apropriada Hóquei em patins e Futebol enquanto do oponente. entre manipula um companheiro objeto. s de equipa. A TA de elementos comuns é mais pronunciada quando os sujeitos começam a aprender a HM. Uma vez aprendida a HM, o sujeito deverá passar mais tempo a praticá-la do que a incidir nos elementos comuns a outras HM. Conforme o nível da HM aumenta maior proporção da experiência de aprendizagem deverá ser dedicada à realização da HM em situações similares ao contexto da sua realização Especificidade da aprendizagem – as melhores experiências de aprendizagem são as que mais aproximam os componentes do movimento às condições da HM e do seu contexto. Porque ocorre transferência negativa? (facilmente ultrapassada pela prática…) Perturbação na representação na memória como resultado da aprendizagem de uma nova HM: Ajustamento entre as caraterísticas percetivas espaço temporais específicas da nova HM e o sistema motor. Confusão cognitiva: Confusão criada pelas caraterísticas específicas da nova HM, sobretudo quando são bastante diferentes das caraterísticas específicas das HM anteriormente aprendidas. Qual a vossa opinião? Os efeitos negativos da Transferência de Aprendizagem são: A Muito comuns e afetam todas as fases de aprendizagem B Muito comuns e afetam as primeiras fases de aprendizagem C Pouco comuns e afetam as fases mais tardias de aprendizagem D Pouco comuns e afetam as primeiras fases de aprendizagem Transferência inter-tarefa Transferência de Transferência intra-tarefa Aprendizagem Neutra Negativa Transferência bilateral Positiva Transferência inter-tarefa Objetivo: verificar a influência da prática de uma HM na aprendizagem de outra HM. Metodologia: Grupo Tarefa A Tarefa B Experimental Grupo Não pratica Tarefa B Controlo Transferência intra-tarefa Objetivo: verificar a influência que diferentes condições de prática ou de variações da mesma tarefa têm no desempenho dessa habilidade. Metodologia: Condições de Condições de Grupo A prática A prática C Condições de Condições de Grupo B prática B prática C Transferência bilateral Objetivo: verificar a capacidade de aquisição e performance da mesma tarefa após a prática com o membro oposto. Metodologia: Pré-teste Prática TRANSFER MP MNP MNP MP MNP MNP MP MP MNP MP Geralmente… Tempo de prática Sucesso na execução Maior ênfase com o membro preferido Mb não preferido permanece bastante ignorado até que o praticante se encontre numa situação onde a falta de competência bilateral faça a diferença Independentemente de o MP ser aquele que deve iniciar a aprendizagem… A quantidade de TB é superior de um membro para outro - transfer assimétrico - ou é similar - transfer simétrico ???? MP MNP e.g. Halsband (1992); Thut et al. (1996) MNP MP e.g. Parlow e Kinsbourne (1990); Haaland e Hof (2003) MP MNP e.g. Sainburg e Wang (2002); Teixeira (2006) Causas da TA bilateral EXPLICAÇÃO EXPLICAÇÃO BASEADA NO COGNITIVA CONTROLO MOTOR Transferência da informação Incorpora os Programas importante relacionada com motores e a atividade do o que se pretende atingir no sistema nervoso. desempenho da destreza. Estratégias para amplificar a TA ▪ Variabilidade na execução dos movimentos ▪ Interferência contextual ▪ Simuladores da prática real ▪ Aumentar a prática na tarefa original ▪ Variar os exemplos ao ensinar conceitos e princípios ▪ Acentuar as componentes similares das habilidades ▪ Reduzir a frequência da informação de retorno sobre o resultado. LATERALIDADE E TRANSFERÊNCIA INTER-MANUAL DE APRENDIZAGEM TIMA em destrímanos processo simétrico EFEITO DO TIPO DE TAREFA! TIMA em sinistrómanos processo diferente Mecanismos cognitivos e de programação motora ? Constrangimentos espaciais e temporais Transferência da prática de um membro para o membro contralateral PREFERÊNCIA LATERAL MAGNITUDE ? DIREÇAO TIMA TIMA Simétrica Assimétrica Ocorre igualmente e A quantidade de TIMA é independentemente do superior numa determinada membro que treina a direção (> do MP - MNP ou tarefa. > do MNP - MP). TRANSFERÊNCIA INTER-MANUAL DE APRENDIZAGEM Magalhães (2007) DES TIM de aprendizagem simétrica SIN TIM de aprendizagem assimétrica MNP MP TIM de aprendizagem MP MNP idêntica em SIN e DES MNP MP TIM de aprendizagem > SIN TRANSFERÊNCIA INTERMANUAL DA APRENDIZAGEM MP – MNP: 5 x MNP 20 x MP 5 x MNP MNP – MP: 5 x MP 20 x MNP 5 x MP Amostra Contrabalançada! Gomes (2012) Preferência Manual na Transferência Intermanual de Aprendizagem em Crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico Orientadora: Professora Doutora Olga Vasconcelos Co-orientadora: Professora Doutora Paula Rodrigues Mª Madalena Santos Porto, 2012 INTRODUÇÃO RELEVÂNCIA DO ESTUDO OBJECTIVO DO ESTUDO METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÕES SUGESTÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS Preferência Manual (PM) A Preferência Manual pode ser definida pela escolha de uma das mãos ou pelo uso preferido desta em situações nas quais apenas uma pode ser utilizada para determinada tarefa. INTRODUÇÃO (Porac & Coren, 1981) Transferência Intermanual de Aprendizagem (TIMA) Capacidade que revela que, após a prática com um membro numa determinada tarefa, existe uma maior facilidade de aprendizagem dessa mesma tarefa com o membro não INTRODUÇÃO treinado. (Kirsch & Hoffmann, 2010) Direção da TIMA  TIMA simétrica MP MNP (e.g.Teixeira, 2006;Van Mier & Petersen, 2006) INTRODUÇÃO  TIMA assimétrica MP MNP (e.g. Redding & Wallace, 2008) MNP MP (e.g. Kumar & Mandal, 2005; Stöckel, Weigelt & Krug, 2011) Qual a importância da TIMA? Identificar o comportamento dos membros quanto à direção da transferência. INTRODUÇÃO Ajudar o professor a elaborar práticas que facilitem o desempenho óptimo das habilidades com qualquer membro. Relevância do estudo Muito se tem escrito acerca da TIMA, não existindo ainda um consenso na melhor forma de beneficiar deste aspecto tão particular da aprendizagem motora. Não há consenso nos resultados dos estudos da TIMA em relação à simetria ou assimetria da direção da transferência nos destrímanos e sinistrómanos. Os estudos são escassos em faixas etárias infantis, e não temos conhecimento de estudos que relacionem as variáveis, sexo, idade e PM com a TIMA. OBJETIVO DO ESTUDO Investigar o efeito da preferência manual (PM) na TIMA, em crianças dos 6 aos 9 anos. METODOLOGIA Classificação do estudo Estudo transversal e experimental Amostra n = 49 crianças (28 ♀ e 21 ♂), dos 6 aos 9 anos. METODOLOGIA 28 sinistrómanas 21 destrímanas 15 ♀ 13 ♂ 13 ♀ 8♂ Critérios de exclusão  Diminuição da capacidade cognitiva. METODOLOGIA  Diminuição da capacidade motora.  Prática de actividades desportivas, musicais ou plásticas ao nível extracurricular. Instrumento e Tarefa Purdue Pegboard Modelo 32020 METODOLOGIA OBJECTIVOS Avaliar a destreza manual fina. Avaliar os movimentos globais dos dedos, mãos e braços. Avaliar as assimetrias motoras funcionais. Avaliar situações relacionadas com a transferência de aprendizagem e o tipo de prática. Os sujeitos foram contrabalançados em relação à PM, sexo e idade, e em cada situação registou-se o número de pinos introduzidos nos respectivos orifícios. Os sujeitos foram divididos em dois grupos, relativos a duas condições diferentes de transferência: MP-MNP e MNP-MP. METODOLOGIA Cada sujeito realizou 30 tentativas. Na condição MP-MNP: Os sujeitos realizaram 5 tentativas na avaliação inicial (AI) METODOLOGIA com a MNP 15 tentativas na aquisição (Aq) com a MP 5 tentativas na retenção (Rt) com a MP 5 tentativas na avaliação final (AF) com a MNP Na condição MNP-MP, procedeu-se de forma inversa em relação à mão de execução da tarefa. Cálculo da percentagem de TIMA: Nº médio pinos introduzidos na av.final - Nº médio de pinos introduzidos na av.i nicial  100 Nº médio pinos introduzidos na av.inicia l METODOLOGIA (Woodworth & Scholsberg, 1971) SPSS 18 Programa S.P.S.S. versão 18 Estatística Descritiva (média e ANALÍSE desvio padrão) METODOLOGIA ESTATÍSTICA ANOVA multivariada para examinar o efeito dos factores PM, sexo, idade e condição de transferência, e suas interacções relativamente à TIMA. Nível de significância: p ≤ 0,05 RESULTADOS TIM em função da condição de transferência e da PM. Valores em percentagem. 18 16 14 12 10 MP-MNP MNP-MP 8 RESULTADOS 6 4 2 0 destrímanos sinistrómanos 18 16 14 12 10 destrímanos 8 sinistrómanos 6 4 2 0 MP-MNP MNP-MP Interação entre idade e sexo na TIMA 25,0000 20,0000 15,0000 RESULTADOS Masc Fem 10,0000 5,0000 ,0000 6-7 anos 8-9 anos CONCLUSÕES Verificou-se uma interação significativa entre a idade e o sexo. As outras variáveis (PM, sexo, idade e condição de transferência) não revelaram efeitos com significado estatístico. Apesar de não se terem observado diferenças estatisticamente significativas relativamente à condição de transferência, verificou-se um comportamento substancialmente relevante no sentido de a TIMA ser simétrica nos destrímanos e assimétrica nos sinistrómanos, apresentando estes últimos uma percentagem superior de TIMA na condição MNP para a MP, sobretudo no grupo mais novo e no sexo feminino. SUGESTÕES Efetuar um estudo com amostra mais numerosa, no sentido de procurar esclarecer o comportamento dos sinistrómanos e dos destrímanos quanto à direção da TIMA. Investigar o efeito do grau da PM na TIMA. Investigar se em idades mais avançadas se mantém o comportamento de a TIMA ser simétrica nos destrímanos e assimétrica nos sinistrómanos, com maior percentagem de TIMA na condição MNP-MP. Bilateral Transfer of Learning in Children A Study in Classical Ballet C. Oliveira, P. Rodrigues, O. Vasconcelos Motor Control and Learning Laboratory Center of Research, Education, Innovation and Intervention in Sport symmetrical learning Pref. side > NP side 6 – 8 yrs n = 10 n = 20 NP side > Pref. n= side n = 10 34 Pref. side > NP (RH/RF) side 9 – 11 yrs n = 07. Start at age of 5 yrs n = 14 NP side > Pref.. Identical performance level side n = 07. Two weekly ballet classes Technical Capacity Music Performance. Posture. Timing. Expression. Alignment. Response time. Communication. Coordination. Balance RAD (2011). Video recording. 3 judges (K = 0.487-0.722; p < 0.001) Lickert scale: Very poor (1) Very good (5) STEP CLOSE STEP POINT WALKS AND POINT 6 – 8 yrs. Technical Capacity Music Performance. Posture. Timing. Expression. Alignment. Response time. Communication. Coordination. Balance RAD (2011). Video recording. 3 judges (K = 0.487-0.722; p < 0.001) Lickert scale: Very poor (1) Very good (5) CLASSICAL WALKS TRANSFER OF WEIGHT 9 – 11 yrs. p=0.042 p=0.007 6 - 8 yrs 9 – 11 yrs PS > NPS NPS > PS p=0.028 p=0.009 6 - 8 yrs 9 – 11 yrs PS > NPS NPS > PS p=0.011 p=0.012 6 - 8 yrs 9 – 11 yrs PS > NPS NPS > PS. No significant effects on the interaction of transfer condition and age variables. 4. Aprendizagem motora na teoria da informação: Programas motores e parâmetros do movimento TEORIAS IMPORTANTES DO CONTROLO MOTOR COM REPERCUSSÕES NA AM: Teorias com base em Programas Motores Jack Adams Richard Schmidt (anos 70 séc. XX) (anos 70 séc. XX) Teorias com base ecológica e psicossociocultural James Gibson Urie Karl Newell (anos 60 Bronfenbrenner (anos 90 séc. XX) (anos 80 séc. XX) séc. XX) Teorias da Informação, com base em Programas Motores (e.g., Adams, 1971; Schmidt, 1975) Princípios mecanicistas, base cognitiva Ações planeadas segundo informação percetiva e realizadas de forma sequencial. Movimento controlado top-down Input sensorial, explicações baseadas no processamento da informação: a pessoa recebe, armazena, transforma e transmite informações para poder perceber, pensar, decidir e agir Traço percetivo e traço de memória O envolvimento é apenas a fonte de estímulos Programa motor, esquema, parâmetros do movimento Aprendizagem: melhoria no processamento informacional Prevalecem estudos em ambiente laboratorial Teoria dos Sistemas Dinâmicos ou Sistemas de Ação (e.g, Kelso, 1980; Newell, 1985) Psicologia ecológica (Bronfenbrenner, 1979. The ecology of human development). Integração entre perceção/ação (Newell, 1986): tarefa, organismo, ambiente Coordenação motora e graus de liberdade (Bernstein, 1967); perceção direta (Gibson, 1966) Affordances: relação entre estrutura/escala corporal, capacidade de ação e envolvimento Estruturas coordenativas, constrangimentos, auto-organização, atratores e adaptabilidade Aprendizagem: Integração entre perceção e ação. Exploração e adaptação. Estudos em situações naturais Posicionamento integrado dos domínios Aumento do nº de estudos sob o teórico, empírico e experimental paradigma dos sistemas dinâmicos PROGRAMAS MOTORES E CONTROLO DO MOVIMENTO Conceito de programa motor (PM) (Adams, 1971) Informação memorizada através da prática e da experiência sobre a sequência de comandos e de variáveis específicas de um movimento. Organização esquemática da ação que determina a sequência de sub-ações que compõem uma tarefa. É como fazer um bolo! Tudo acontece numa certa ordem comandado pela memória e pela perceção. As funções de evocação e reconhecimento correspondem a duas estruturas nucleares do Programa Motor: O traço de O traço memória perceptivo Operações de Operações de evocação reconhecimento (recall) (recognition) Seleção e iniciação Condução e avaliação da resposta do movimento PROGRAMAS MOTORES E CONTROLO DO MOVIMENTO Conceito de programa motor genérico (PMG) (Schmidt, 1975) Representação na memória de uma classe de ações que partilham caraterísticas invariantes comuns. Caraterísticas INVARIANTES:. Ordem dos elementos Conjunto de caraterísticas que definem um PMG.. Estrutura temporal das Não variam de uma ação contrações para outra.. Força relativa Ordem dos elementos Responsável pela sequência de ações que podem ser executadas por diferentes grupos musculares. Estrutura temporal das contrações Estabelece a estrutura temporal das contrações musculares e assegura a manutenção da proporcionalidade de tempo relativo entre as diferentes partes ou componentes do movimento. Força relativa Assegura a proporção constante entre a intensidade das contrações dos diferentes grupos musculares, independentemente do tempo de movimento ou da sua amplitude. Cada movimento está associado a um determinado conjunto de valores dos parâmetros invariantes do PMG. A variação da especificação desses parâmetros resulta numa variação da resposta motora. A especificação dos parâmetros requeridos para a realização do movimento não altera a integridade das invariantes do PMG seleccionado pelo indivíduo. Lançar uma bola O mesmo PMG está associado ao conjunto de movimentos (ação) de lançar uma bola...... Cabendo ao indivíduo determinar a velocidade ou a trajetória de lançamento...... Recorrendo para tal à especificação dos PARÂMETROS do PMG. Parâmetros do PMG Não são representados no PMG Posição inicial São adicionados ao Ordem dos Duração PMG para atender às elementos exigências específicas Velocidade Estrutura temporal da tarefa, atribuindo-lhe das contrações Aceleração uma configuração única Força relativa Força geral Responsáveis pela VARIABILIDADE Trajetória das ações motoras Posição final Adams Um PM para cada movimento Schmidt Um PMG regulador de toda uma classe de movimentos PMG organizados em 2 níveis Consistência Variabilidade MACROestrutura MICROestrutura Aspetos Aspetos Tani (1995) invariantes variantes Programa motor genérico - experiência Escrever o nome próprio nas seguintes variantes:. com a mão direita. com a mão direita, punho rígido. com a mão esquerda. com a mão esquerda, pega palmar Relação de uma letra com outra Desenho de certas letras Verificar! Tendência para parar em certas letras Espaços entre as letras (e as palavras) Ao longo da aprendizagem de uma HM ▪ Diminuição da ▪ Manutenção da variabilidade da variabilidade da MACROestrutura MICROestrutura A nossa assinatura é sempre idêntica… mas sempre diferente! Garantir a adaptação do comportamento aos desafios do envolvimento Tani (1995) Estudos têm demonstrado que os PMG possuem informações gerais sobre: ▪ Estruturas de coordenação (informação biomecânica) ▪ Amplitude das trajetórias (informação espacial) ▪ Duração dos movimentos (informação temporal) ▪ Velocidade e aceleração (informação cinemática) ▪ Intensidade das forças (informação dinâmica). Transferência entre movimentos similares de ações motoras de diferentes modalidades Passo de marcha, passo de corrida Teoria do Programa Motor Teoria dos Sistemas Dinâmicos O passo de marcha e o passo de A coordenação entre mbs e corpo corrida caracterizam-se por auto organiza-se 2º parâmetros estruturas de tempo relativo de controlo específicos e diferentes. condições ambientais. Marcha e corrida são Velocidade: parâmetro crítico de controladas por PM diferentes. controlo para marcha e corrida. A alteração do padrão de andar A transição da marcha para a para correr ocorre a determinada corrida envolve uma competição velocidade porque o indivíduo entre dois atratores, cada um com escolheu passar do programa uma auto-organização mais que controla a marcha para o estável para cada tipo de que controla a corrida. velocidade (marcha/corrida). Variabilidade entre Indivíduos PROF. DR. MATHEUS PACHECO Diferenças individuais Quais são as possíveis fontes de variabilidade entre indivíduos? “Capacidades Motoras” Diferenças na Aprendizagem Diferenças Morfológicas Problemas Capacidades Motoras (possível! – vejam Anderson, 2021; Ericsson & Lehman, 1996) Coordenação Histórico: - Se existe QI, deve existir QM Orientação/ Controle de - Correlações entre tarefa são baixas Precisão Integração de resposta - Mas não nulas! - Então deve ter algo no indivíduo que dá Tempo de Velocidade base para essas relações reação do braço Controle Destreza - Testes em pilotos da força aérea de taxa Manual americana Fleishman, 1972 Capacidades Motoras De certa forma – inatas (ou com seu máximo pré- definido) Uma mesma capacidade poderia dar base para várias habilidades Mais de uma capacidade daria base para uma mesma habilidade Podia ser dependente da fase da aprendizagem! ◦ Ackerman (1988) Diferenças na “aprendizagem” Diferenças Iniciais Antigamente, a área de AM tentava estudar tarefas “novas” para impedir contaminações de prática anterior… Sempre iniciamos com “algo” ◦ Não somos “telas em branco” ◦ Temos um repertório anterior ◦ Temos preferências Diferenças Iniciais Vamos considerar estágios bem iniciais da vida (emergência do alcançar) Thelen et al., 1993: Diferenças Iniciais Nossas preferências na realização de tarefas também influenciam no que aprendemos Diferenças Iniciais Snapps-Child & Corbetta (2009) Sumário de diferenças iniciais Podemos diferir em ◦ Comportamento Inicial ◦ Repertório ◦ Estratégias ◦ Preferências ◦ Variabilidade do comportamento inicial ◦ Estratégias ◦ Preferências Diferenças na Interação com a tarefa Nossas preferências na realização de tarefas também influenciam ? Erro Espacial (cm) Meta Tempo de Movimento (s) Diferenças na Interação com a tarefa E isso é individual Diferenças na Interação com a tarefa O erro nos dá base para mudança, mas quanto mudamos de acordo com o erro? ◦ “Parece” proporcional em alguns casos ◦ Depende da tarefa ◦ As vezes é de forma descontínua Pacheco & Newell, 2018a Diferenças na Interação com a tarefa O erro nos dá base para mudança, mas quanto mudamos de acordo com o erro? ◦ “Parece” proporcional em alguns casos ◦ Depende da tarefa ◦ As vezes é de forma descontínua Pacheco et al., 2021 Diferenças na Interação com a tarefa O erro nos dá base para mudança, mas quanto mudamos de acordo com o erro? ◦ “Parece” proporcional em alguns casos ◦ Depende da tarefa ◦ As vezes é de forma descontínua ◦ E isso é individual Pacheco et al., 2021 Diferenças na interação com a tarefa Brakke & Pacheco, 2019 Diferenças na interação com a tarefa Brakke & Pacheco, 2019 Sumário de diferenças na interação com a tarefa Podemos diferir em ◦ Conservadorismo para mudar ◦ Como lidamos com o erro ◦ Conservadorismo na sensibilidade para mudar ◦ Mudar não-localmente (salto) ◦ Estratégias para mudar Diferenças na Solução Formalmente, grande parte das tarefas são redundantes: existe mais de uma solução para uma meta 𝑣𝑥 𝑣𝑦 𝑣𝑦 𝑥𝑓 = 4.9 𝐸𝑟𝑟𝑜 = |𝑥𝑓 − 𝑐| 𝑣𝑥 𝑣𝑦 𝑐 𝑣𝑥 Diferenças na Solução Pacheco & Newell, 2018b Diferenças na Solução Nasu et al., 2014 Indivíduo convergem com a prática? (se tornam mais similares ?) Argumento Pacheco & Newell (2018) Se as pessoas iniciam de forma diferente Se elas buscam (exploram) de forma diferente E a tarefa não restringe (limita/ constrange) as possíveis soluções… Então não há necessidade de convergência! Consequências Consequências E se a tarefa for restritiva? Os indivíduos escolhem como errar Pacheco et al., 2020 Entretanto, em alguns casos… Pacheco et al., 2021 Entretanto, em alguns casos… Diferenças “morfológicas” Interação Biomecânica x Intervenção Se as forças dependem do tamanho dos membros… Se nossos tamanhos não são proporcionais… Devemos ensinar a mesma técnica a ambas? Interação Biomecânica x Estratégia Porque os melhores velocistas não eram altos até o Bolt ganhar todas as provas? Valorização da saída (e frequência da passada) O que mais define a corrida? ◦ Amplitude da passada Mais diferenças… Dorsoepitroclear Flexor carpal ulnar Kunc et al., 2023 Problemas Mudanças dependentes do indivíduo Como cada um lida com mudanças é individual Ambas “soluções” podem ser funcionais Vidal & Lacquaniti, 2021 Equifinalidade e Diferenças Pacheco et al., 2024 Equifinalidade e Diferenças Pacheco et al., 2024 O problema do ensino Sabendo que existem várias soluções e caminhos, como intervir? Pergunta (1): Precisamos intervir? Estudos mostram que talvez não… Hodges & Lee (1999) O problema do ensino Sabendo que existem várias soluções e caminhos, como intervir? Pergunta (2): A mesma instrução nos leva ao mesmo lugar? Nope… Gandon et al., 2020 O problema do ensino Sabendo que existem várias soluções e caminhos, como intervir? Pergunta (3): Diferentes condições geram diferenças? Nope… Pacheco & Newell, 2018c O problema do ensino Sabendo que existem várias soluções e caminhos, como intervir? Pergunta (4): Sabemos para onde queremos levar nosso atleta? Nope… (modelo dos campeões) veja, por exemplo, Glazier & Davids (2009); Glazier & Mehdizadeh (2019) E agora?

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