H411 - Pedagogia da Educação Física PDF
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Academia Militar - 314 Miguel Marques
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This document is about pedagogy in physical education, specifically in a military context. It discusses the importance of creating successful learning environments and the different aspects of lesson planning and delivery. It also analyzes various teaching styles.
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Academia Militar - 314 Miguel Marques H411 – Pedagogia da Educação Física 1. Introdução 1.1. Conceitos Pedagogia – é a ciência que engloba um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o fenómeno educativo. É a ciência da educação. TESTE! Educação – conjunto d...
Academia Militar - 314 Miguel Marques H411 – Pedagogia da Educação Física 1. Introdução 1.1. Conceitos Pedagogia – é a ciência que engloba um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o fenómeno educativo. É a ciência da educação. TESTE! Educação – conjunto de ações visando o desenvolvimento do indivíduo, a fim de possibilitar a posse completa e a simultânea utilização de todas as suas faculdades de forma equilibrada e corretamente integradas no meio social. Educação Física Militar – Componente da educação global e especifica do militar. Consiste num conjunto de atividades que visam: força, resistência, flexibilid ade e velocidade i. Contribuir para preparar física, psíquica, social e culturalmente os militares, numa perspetiva global do homem; ii. Concorrer para o fortalecimento do moral; iii. Torna-los aptos para o desempenho das missões que lhe forem confiadas. A Educação Física Militar tem como objetivos: i. Conferir aos militares a aptidão física necessária par ao cumprimento das diversas missões que lhes possam ser atribuídas; ii. Contribuir para o desenvolvimento do espírito de equipa e do valor moral dos militares; iii. Promover a valorização contínua da cultura física dos militares e a formação dos seus quadros; iv. Promover e incentivar a ocupação dos seus tempos livres através da prática de atividades físicas (desportos de recreação/competição) como aperfeiçoamento da aptidão física. Êxito das aprendizagens – o êxito das aprendizagens depende, em grande parte, da qualidade do ensino, isto é, da competência do professor em criar condições de sucesso aos alunos. Importa, por isso, que as decisões relativas à organização e condução do ensino sejam tomadas a partir do conhecimento sobre os fatores que concorrem para a estruturação de situações que facilitem em promovam as aprendizagens escolares. TESTE! 1 Academia Militar - 314 Miguel Marques Didática – Conjunto sistemático de princípios e métodos que devem ser aplicados no ensino com vista a atingir os objetivos previamente definidos; Trata-se da ciência do ensino. Ensino – Fenómeno complexo, suscetível de ser estudado e compreendido, uma aticidade que se aprende, desenvolve e aperfeiçoa. O resultado final de uma aprendizagem depende, em grande parte, da forma como o professor conduz o ensino. A maioria dos alunos pode atingir os mais elevados índices de sucesso, caso sejam proporcionadas condições adequadas de aprendizagem Personalidade e características do professor; Método de ensino; Estudo dos fatores que explicam os resultados do ensino e a identificação das condições mais adequadas de aprendizagem. Ensino – Conjunto de atividades ligadas à transmissão de conhecimentos, gestou ou atitudes e que pressupõe a existência de dois elementos: 1.2. Processo de ensino – aprendizagem Intervenientes no processo pedagógico: o Formador – quem ensina o Formando - a quem se ensina o Objetivo – porque se ensina o Conteúdo – o que se ensina o Método – como se ensina Transmissão de conhecimentos exige: o Competência o Capacidade de comunicação 2 Academia Militar - 314 Miguel Marques Base do sucesso na aprendizagem: o Ninguém aprende sem o desejar; o Ninguém aprende sem esforço; o A melhor forma de se aprender é fazendo. Variáveis de presságio o Formação académica do professor; o Experiencia profissional; o Características; o Valores; Variáveis de programa o Objetivos do ensino; o Conteúdos; o Princípios metodológicos; o Normas de avaliação; Variáveis do contexto o Características da turma e dos alunos; o Motivação e nível de prestação inicial; o Material didático; Variáveis do produto o Efeitos a curto prazo; o Efeitos a longo prazo. 3 Academia Militar - 314 Miguel Marques 1.3. Aprendizagem de atividades físicas Dos estudos processo-produto dois fatores parecem desempenar um papel crucial na aprendizagem de atividades físicas: TESTE! i. O tempo de empenhamento motor (tempo na tarefa); ii. O feedback pedagógico (reação do professor à prestação motora dos alunos com o objetivo de lhes fornecer uma informação relativa à realização de uma habilidade motora) 1.3.1. Indicadores de eficácia ou ineficácia no ensino das atividades físicas: De eficácia: i. A quantidade máxima de tempo de atividade em conteúdos específicos; ii. A quantidade máxima de tempo numa tarefa especifica com um grau de dificuldade adequado. De ineficácia (quantidade desproporcionada de tempo dedicado): i. À colocação do material; ii. Ao conteúdo não relacionado com os objetivos; iii. Em espera; iv. À informação. 4 Academia Militar - 314 Miguel Marques 1.4. Eficácia no ensino O professor eficaz é aquele que, sem recorrer a estratégias repressivas e/ou punitivas, encontra os caminhos suscetíveis de manter os alunos empenhados nas tarefas de aprendizagem em percentagens elevadas de tempo e de uma forma adequadas. 5 Academia Militar - 314 Miguel Marques 2. Objetivos Uma condição essencial para o êxito pedagógico consiste em traduzir, na prática, os objetivos gerais dos programas. Podem ser classificados em: TESTE! Objetivos gerais das atividades físicas; Objetivos específicos; Objetivos operacionais ou comportamentais. 2.1. Objetivos gerais As finalidades da educação física devem ter em conta uma análise social e uma análise das tradições e funções da educação física e dos desportos. Numa sociedade que se define pelo seu dinamismo, o objetivo da pedagogia é criar um homem capacitado para um desenvolvimento e adaptação constantes. 2.2. Objetivos específicos Dependem e são da responsabilidade do professor/formador. Dividem-se em objetivos relacionados com a dimensão biológica e motriz e os relacionados com o comportamento individual e social. Dimensão biológica e motriz: o Função atenuadora de fatores de risco o Desenvolvimento da aptidão física Dimensão comportamental (individual e social): o Favorece o equilíbrio psíquico o Ocupação dos tempos livres o Elemento cultural 2.3. Objetivos operacionais ou comportamentais Numa análise prática, um objetivo operacional compreende dois elementos essenciais: i. Um comportamento observável (alterações produzidas); ii. Um critério de rendimento (validação de alterações). 6 Academia Militar - 314 Miguel Marques A formulação completa de um objetivo operacional compreende cinco passos: i. Quem produzirá a alteração desejada? ii. Que comportamento observável prova o objetivo alcançado? iii. Qual será o produto desse comportamento (rendimento)? iv. Em que condições se deve desenvolver esse comportamento? v. Que critérios validam se o produto é o pretendido? 7 Academia Militar - 314 Miguel Marques 3. Fases do processo pedagógico TESTE! Planeamento; Preparação; principal e alternativo Conduta; Avaliação. 3.1. Planeamento Fatores de planeamento: Objetivo; o A primeira condição para que o instrutor possa ministrar uma instrução eficiente é que conheça, e dê a conhecer aos instruendo, o objetivo a atingir, definindo-o de uma forma clara e simples. Conteúdo o Tendo presente qual o objetivo da sessão, o instrutor desenvolve os conhecimentos e práticas essenciais à consecução do referido objetivo, sem esquecer dois fatores condicionantes do seu próprio trabalho: i. A caracterização da classe ii. O tempo disponível para ministrar a sessão. Estilo de ensino o O estilo de ensino depende essencialmente do objetivo e conteúdo da sessão. Em EFM utiliza-se fundamentalmente, o estilo de ensino por comando. Condições de trabalho o A definição do local de instrução e a escolha criteriosa dos meios auxiliares de instrução necessários, assim como a sua distribuição, são determinantes no planeamento. Devemos preparar cuidadosamente a organização da aula. Três razoes para planificar: stroot & Morton, 1959 i. Assegurar que o fluxo da lição se mantém e que os alunos permanecem centrados nas tarefas; ii. Reforçar a confiança e segurança do próprio professor; iii. O Sistema Institucional poderá requerer a planificação das sessões. 8 Academia Militar - 314 Miguel Marques Fatores que afetam a planificação: i. As metas e objetivos da atividade; ii. A organização; iii. O nível da atuação do aluno; iv. O enquadramento temporal; o gosto pelas atividades por parte dos alunos e a importância dada por estes às atividades. v. Tempo médio dedicado à planificação a. Homens – 9 min b. Mulheres – 15min Plano de lição Preparação/organização e captação de vontade Preliminares Revisão Parte inicial Introdução (Objetivo) TESTE! Concretiza as novas aquisições A considerar: Conteúdo, sequência, tempo, meios e avaliação Na sequência deve-se ter especial atenção às progressões de orfem fisiológica e pedagógica Parte Inclui a fase prepatória, fundamental e final fundamental Dizer qual o objetivo da sessão, imp! Arrumação Anúncio da próxima instrução Sumário Parte final 3.2. Preparação Verificação da praticabilidade do planeamento; O seu grau de conhecimentos é suficiente; O conteúdo, as fases, a sequência e o tempo estão maximizados por forma a atingir os objetivos propostos; A organização (é a mais correta, a integridade física dos instruendos está salvaguardada); A avaliação (face aos conteúdos é a mais correta). 9 Academia Militar - 314 Miguel Marques 3.3.Conduta A conduta da instrução deve ser realizada de acordo com o planeamento. A apresentação: A apresentação da instrução deve ser realizada de forma a criar nos instruendos motivações que levem à sua participação ativa e consciente. Utilizar meios auxiliares de instrução apelativos; Optar por locais de instrução adequados; Evidenciar e transmitir entusiasmo; Manter os instruendos ativos (mental e fisicamente). A aplicação: Aplica é aprender executando. O instrutor deverá ter sempre presente o seguinte esquema: Explicar – Demonstrar – Aplicar (EDA ou EDIP/EDR) Regras de conduta: o Variedade pedagógica; o Despertar permanente atenção; o Expor com clareza e simplicidade; o Estabelecer e manter comunicação. 3.4. Avaliação A principal finalidade da instrução não é a do instrutor ensinar, mas a do instruendo aprender. Haverá que confirmar as aquisições. Permite: Verificar se os instruendos estão a adquirir competências; Tirar dúvidas; Que o instrutor modifique a sua conduta; Motivar os instruendos; Classificar os instruendos Uma sessão deverá comportar uma avaliação afim de verificar em que medida os objetivos foram atingidos pelos alunos. Avaliação pedagógica inclui a avaliação da aprendizagem. 10 Academia Militar - 314 Miguel Marques 4. Lição Características de uma lição: Fazer parte de um conjunto – Planeamento integrando conteúdos de cada aula. Os conteúdos deverão ter ligação com a aula anterior e a seguinte- Ser coletiva – Deve ser dirigida a toda a classe, devendo ter em conta a média das duas condições físico-técnicas. Ter caráter pedagógico – Quer no aspeto quantitativo (intensidade) quer no aspeto qualitativo (conteúdos, evolução das habilidades motoras). Princípios gerais pedagógico: Explicação, demonstração, imitação; Clareza e simplicidade na apresentação dos fundamentos; Evolutiva; Exercícios competitivos Repetição Motivação Princípios para a eficiência na execução: Execução correta; Concentração: Encadeamento da prática; Consolidar aquisições Dar tempo para a auto evolução Motivação individual Aprendizagem de um gesto motor Explicação e demonstração Imitação (auto-correção) Repetição (automatismo) Comportamento do instrutor na lição: voz, gestos, colocação no terreno; correções; manutenção da disciplina; esclarecimento de dúvidas; faltas a evitar. 11 Academia Militar - 314 Miguel Marques Tomada da decisão no ensino 4.1. Estilos de Ensino TESTE! Podemos atribuir uma classificação quanto à forma do ensino nas suas diversas dimensões. Há a referir os seguintes tipos de estilos de ensino: ✓ Por comando; ✓ Por tarefas; ✓ Por avaliação recíproca; ✓ Por programação individualizada; ✓ Por descoberta orientada; ✓ Por solução de problemas. 4.1.1. Estilo de ensino por comandos Aparece por influencia dos militares na Educação Física O professor é o elemento preponderante Os conteúdos assumem um valor autónomo; Mecanicistas; O aluno é o elemento passivo a quem compete executar e à ordem; As situações didáticas apresentam só uma solução, que deverá ser previamente demonstrada; A execução é à voz, determinando: o A tomada de uma posição inicial; o A execução de um exercício ou de determinado movimento; o Uma formação, uma metodologia de trabalho; 12 Academia Militar - 314 Miguel Marques As vozes de comando dividem-se em: o Voz de advertência; o Voz de execução O incentivo à participação é, por excelência, o “medo da não execução em conformidade com as ordens e esquema delineado para a classe”; Forma fácil de induzir um regime disciplinador na classe. 4.1.2. Estilo de ensino baseado na programação individualizada Baseia-se no principio do trabalho individualizado, pressupondo a existência de diferenças entre os alunos; Adaptável em função de necessidades especificas, permitindo rentabilizar o trabalho de cada um; O aluno trabalha ao seu ritmo, ao mesmo tempo que lhe é incutida responsabilidade acrescida e iniciativa; Importância acrescida da fase pré-interativa, nomeadamente ao nível do diagnostico e prescrição. 4.1.3. Estilo de ensino por tarefas Os conteúdos são apresentados de uma forma global e genérica assumindo a forma de tarefa; Exige grande empenho na organização de forma a levar os alunos a atingir os objetivos; Proporciona um maior grã de individualização, sendo este já enquadrado numa possível auto-avaliação; Responsabilidade acrescida. 4.1.4. Estilo de ensino por avaliação recíproca A avaliação das aquisições é feita pelos próprios alunos, cabendo ao professor a definição dos critérios dessa mesma avaliação. O incentivo à participação advém do envolvimento do aluno na determinação dos padrões de rendimento constantes da redação dos objetivos e na escolha das atividades. 13 Academia Militar - 314 Miguel Marques 4.1.5. Estilo de ensino por descoberta orientada Na essência pressupõe o domínio de alguns conhecimento de sustento aos objetivos finais; O professor assume o papel de elemento incentivador, orientador e controlador das atividades, ajudando e esclarecendo; Os objetivos traduzem-se nos comportamentos desejados e são operacionalizados; São propostas questões que conduzam à solução preconizada pelo professor (dissonância cognitiva -» busca -» descoberta da solução); Fases: ✓ Recordar conhecimentos; ✓ Introduzir a questão de partida; ✓ Estimular a reflexão e dirigir o raciocínio; ✓ Avaliar a e aperfeiçoar a solução proposta ✓ Interligação solução/proposta 4.1.6. Estilo de ensino baseado na solução de problemas Pretende-se explorar os conhecimentos e técnicas dos alunos; O conteúdo é o problema, o objetivo a solução Requer elevado sentido de maturidade, conhecimentos, habilidades por forma a induzir à descoberta; O professor terá que ter a preparação necessária para compreender os passos seguidos pelos alunos e “entender” a solução encontrada. 14 Academia Militar - 314 Miguel Marques 5. Professores principiantes vs professores expert TESTE! 5.1. Os principiantes Confiam muito na documentação escrita para planear as suas lições; Usam a primeira aula de um ciclo para decidir se os próximos planos são aceitáveis ou devem ser modificados. Decidem a partir do plano escrito em vez de considerarem as necessidades e interesses dos alunos; Trocam frequentemente de tarefas por forma a cumprirem o plano. 5.2. Os expert Confiam grandemente na sua experiencia para planear as suas lições; Ensinam de forma adaptativa em função do seu conhecimento das características da classe e do comportamento dos alunos num dado momento; Gastam mais tempo em tarefas a desenvolver baseados na observação das necessidades (mais informação específica). 5.3. Evolução 15 Academia Militar - 314 Miguel Marques 5.3.1. O professor principiante TESTE! Estudante e professor no 1º ano; Utiliza regras sem ter necessariamente em conta o contexto; A sua primeira tarefa é ganhar experiencia 5.3.2. O professor principiante avançado Professor com 2 a 3 anos de experiencia; Reconhece similitudes nas situações Começa a desenvolver conhecimento estratégico quanto à sua ação; Começa a responder ao contexto 5.3.3. O professor competente Professor com 3 a 4 anos de experiencia e alguns mais experientes; Tem consciência do que é necessário fazer; Isola os elementos chave na condução da aula. 5.3.4. O professor eficaz Professor com 5 ou mais anos de experiência; Construiu um largo repertório de experiencias pedagógicas; 16 Academia Militar - 314 Miguel Marques Ensino fluido e sem reflexões quanto ao seu agir; Reconhece facilmente o produto do seu trabalho. 5.3.5. O professor expert Somente alguns atingem este patamar; Ensina por intução; Parece que age inconscientemente; Face a um problema especifico novo intervém construído a solução através do recurso à sua experiencia. 17 Academia Militar - 314 Miguel Marques 6. Elaboração do plano de aula 6.1. Verificação Estado dos obstáculos Zona de rolamentos Caixas de areia (zona de receção) 6.2. Plano alternativo Condições climatéricas 18 Academia Militar - 314 Miguel Marques 7. Análise de sessão de Educação Física A análise da sessão de Educação Física através dos instrumentos que selecionamos permite ao observador aceder a um conjunto de dados gerais e específicos que lhe vai permitir perceber a distribuição temporal dos episódios de gestão, o comportamento do instrutor e o seu perfil de intervenções corretivas. 7.1. Observação Sistema de recolha de dados tendo por domínio as condutas exteriorizadas (verbais ou motoras); Funções da observação: Descritiva, de verificação, formativa, avaliativa. Tipos de observação: Ocasional: não é organizada, não obedecendo a qualquer regra; Sistemática: recorre a processos lógicos com elevados níveis de objetividade e valor científico. 7.2. Registo Tipos de registo: Registo de duração: Neste tipo de registo é registada a duração de tempo passado em cada episódio/comportamento que está a ser observado. Registo de intervalos: Neste tipo de registo utilizam-se vários intervalos de tempo distribuídos ao longo da sessão para proceder à observação dos episódios /comportamentos que estão a ser observados. Registo de ocorrências: Neste tipo de registo é registada cada ocorrência do episódio /comportamento que está a ser observado 19 Academia Militar - 314 Miguel Marques 8. Sistemas de Observação Características de um Sistema de Observação: Domínio: é o campo ou objecto de análise objectivo do sistema Categorias: conceitos que delimitam unidades de comportamentos a observar Processo de notação: conjunto de regras que permitem quantificar as observações ou seja, são os métodos de recolha e de registo dos dados) Operações para domínio do sistema: treino de observadores e qualidades metrológicas Critérios para a construção de categorias (conceitos que delimitam unidades de comportamentos a observar) Exaustividade: todas as unidades de registo devem caber numa categoria sendo que nenhum comportamento deverá ficar de fora; Exclusividade: numa mesma unidade só deve caber um comportamento; Objetividade: técnicas de observação e de notação rigorosas, com fidelidade e validade 20 Academia Militar - 314 Miguel Marques 8.1. Gestão do Tempo da Sessão (GTS) Origem: Este sistema foi desenvolvido com base no sistema de análise do tempo de aula (ATA). Constituição: O sistema é constituído por 5 categorias de análise do tempo da sessão. Registo: É realizado um registo de duração de cada uma das categorias apresentadas. Notação de dados: O sistema desenvolvido apresenta duas possibilidades de recolha dos dados: Método 1 - Neste método o utilizador tem de introduzir para cada um dos episódios o tempo inicial e final de cada categoria. Método 2 - Neste método o utilizador pode utilizar um botão para efetuar a contagem de tempo através de um cronómetro Instrução (I) - Episódios temporais caracterizados pelas intervenções verbais do Instrutor ou de um substituto, relativas à matéria de ensino, para comunicar à turma não só o para quê e o que porquê da actividade de aprendizagem, mas também, o que fazer, como fazer e os resultados alcançados Organização (O) - Episódios temporais caracterizados pelas intervenções verbais ou não verbais do instrutor ou de um substituto, para regular as condições da vida em classe, nomeadamente para se reunirem em determinado local, ocuparem o lugar de realização de um exercício ou mudarem de estação, para dar indicações sobre os deslocamentos, a colocação, transporte e manuseamento de material, a formação de grupos Prática Não Específica (PNE) - Episódios temporais caracterizados por termos mais de 50 da classe empenhada em tarefas motoras prescritas pelo Instrutor não relacionadas com os objectivos fundamentais da Unidade de Ensino Prática Específica (PE) - Episódios temporais caracterizados por termos mais de 50 da classe empenhada em tarefas motoras prescritas pelo Instrutor relacionadas com os objetivos fundamentais da Unidade de Ensino (Às vezes a regra dos 50 não se aplica como é o caso por exemplo, do trabalho por vagas) Outros (OC) - Episódios temporais caracterizados por intervenções de gestão não contempladas nas categorias anteriores 21 Academia Militar - 314 Miguel Marques 8.2.Sistema de Observação do Comportamento do Instrutor da Academia Militar (SOCIAM) Origem: Sistema adaptado do Sistema de Observação do Comportamento do Professor (SOCP) Constituição: O sistema é constituído por 7 categorias de análise do comportamento do Instrutor Registo e notação de dados: Registo de intervalos: Intervalos 5 segundos; Amonstragem temporal: Períodos de 3 minutos (sendo obrigatório os primeiros e os últimos 3 minutos os outros períodos são distribuídos uniformemente pela sessão); Organização comportamental hierárquica: no caso de ocorrência de dois comportamentos no mesmo intervalo apontar o comportamento hierarquicamente superior (de acordo com a ordem da listagem apresentada) Instrução sem Demonstração (IsD) - Intervenções do Instrutor relativas à matéria de ensino ou à forma de realização do exercício sem Demonstração. Instrução com Demonstração (IcD) - Intervenções do Instrutor relativas à matéria de ensino ou à forma de realização do exercício com Demonstração Feedback (FB) - Toda a reacção verbal ou não verbal do Instrutor à prestação motora dos alunos com o objectivo de o interrogar sobre o que fez e como o fez e/ou de avaliar, descrever ou corrigir a sua prestação Organização (O) - Intervenções do Instrutor que regulam as condições materiais da vida da classe nomeadamente formação de grupos deslocamentos colocação transporte ou manuseamento de material Intervenções Verbais dos Alunos (IVA) - Período durante o qual o Instrutor ouve os alunos quer quando o aluno fala por sua iniciativa ou responde a uma questão posta pelo professor quer quando levanta dúvidas Observação (OB) - Períodos durante os quais não ocorrem intervenções verbais do Instrutor embora se mostre interessado no que esta a acontecer na sessão Outros (OC) - Outros não especificados 22 Academia Militar - 314 Miguel Marques Observação com possibilidade de recurso à amostragem temporal: quando se faz observação de uma sessão de 45 minutos, os períodos de observação devem ser distribuídos da seguinte forma: 23 Academia Militar - 314 Miguel Marques 8.3.Sistema de Observação do Feedback Pedagógico Origem: Sistema adaptado do Sistema de Observação do Comportamento do Professor (SOCP) Constituição: O sistema é constituído por 4 dimensões (Prescritivo descritivo Interrogativo Avaliativo) compostas por 8 categorias Registo e notação de dados: Registo de ocorrências Método de registo: registo de ocorrências, diferenciando as unidades de intervenção e as unidades de informação Convenções de registo: Os dados permitem uma apreciação quantitativa e qualitativa que pode ser exercida sobre cada comportamento ou sobre cada dimensão particular. Os dados a obter incluem a taxa de intervenção por minuto, a taxa de informação por minuto e as frequências relativas de cada categoria O quadro de apresentação de resultados especifica os cálculos possíveis Prescritivo + (P+) - O instrutor reage de forma positiva à prestação do aluno ou atleta informando o da forma com deverá realizar a execução seguinte ou, ainda, a forma como a deveria ter realizado Prescritivo – (P-) - O instrutor reage de forma negativa à prestação do aluno ou atleta informando o da forma com deverá realizar a execução seguinte ou, ainda, a forma como a deveria ter realizado. Descritivo + (D+) - O Instrutor descreve de forma positiva a prestação, informa o executante da forma como o realizou Descritivo – (D-) - O Instrutor descreve de forma negativa a prestação, informa o executante da forma como o realizou Interrogativo + (I+) – O Instrutor reage à prestação do aluno interrogando o positivamente sobre a execução que acabou de realizar Interrogativo - (I-) – O Instrutor reage à prestação do aluno interrogando o negativamente sobre a execução que acabou de realizar Avaliativo Positivo (AV+) - O Instrutor reage à prestação emitindo um juízo positivo da execução. Avaliativo Negativo (AV-) - O Instrutor reage à prestação emitindo um juízo negativo da execução. 24