Aula 10 - Sistema Digestivo Parte 1 PDF

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This document provides information on the digestive system, including anatomy, functions, and histology. It details the various parts of the digestive tract and associated glands, along with the functions of each part. The document is geared towards a biomedicine engineering student learning about the human body.

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Anatomofisiologia II Licenciatura em Engenharia Biomédica Aparelho digestivo Anatomofisiologia II Anatomia do aparelho digestivo Tubo Glândulas digestivo anexas Trato gastro intestinal (GI) refere-se...

Anatomofisiologia II Licenciatura em Engenharia Biomédica Aparelho digestivo Anatomofisiologia II Anatomia do aparelho digestivo Tubo Glândulas digestivo anexas Trato gastro intestinal (GI) refere-se apenas ao estômago e intestinos Anatomia do aparelho digestivo 1. Boca ou cavidade oral (glândulas salivares e amígdalas) 2. Faringe (glândulas tubulares mucosas) 3. Esófago (glândulas tubulares mucosas) 4. Estômago (glândulas tubulares) 5. Intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo, com glândulas anexas fígado, vesícula biliar e pâncreas) 6. Intestino grosso (cego, cólon, reto e canal anal, com glândulas mucosas 7. Ânus Funções do aparelho digestivo Ingestão Introdução de alimentos líquidos ou sólidos no estômago Mastigação Processo através do qual os alimentos introduzidos na boca são triturados pelos dentes para facilitar ação das enzimas – fracionamento mecânico Movimento dos alimentos de um extremo ao outro do tubo digestivo (24- 36h). Propulsão Deglutição – ato de engolir – passagem do bólus ou bolo alimentar da cavidade oral para o esófago Peristaltismo – responsável pela progressão do conteúdo ao longo da maior parte do tubo digestivo Peristaltismo Ondas peristálticas: compostas por onda de relaxamento dos músculos circulares que gera onda de distensão que precede o bólus e onda de contração que se sucede ao bólus Funções do aparelho digestivo Contrações no tubo digestivo de forma a misturar os alimentos Mistura com as secreções digestivas e fracionar. Contrações segmentares – mistura no intestino delgado Secreções que lubrificam, liquefazem e digerem os alimentos Muco segregado ao longo de todo o tubo digestivo – lubrifica os alimentos e protege as células epiteliais da abrasão mecânica, Secreção dos efeitos do ácido do estômago e das enzimas digestivas; liquefaz os alimentos Enzimas segregadas na cavidade oral, intestino e pâncreas fracionam alimentos em pequenas moléculas que podem ser absorvidas pela parede intestinal Contrações segmentares Funções do aparelho digestivo Desdobramento das grandes moléculas orgânicas nos seus componentes: glícidos em monossacarídeos, proteínas em Digestão aminoácidos, triglicerídeos em ácidos gordos e glicerol Digestão mecânica (mastigação + mistura dos alimentos) Digestão química (enzimas digestivas) Vitaminas, minerais e água não são desdobrados Movimento de moléculas do tubo digestivo para a circulação Absorção sanguínea ou linfática Mecanismo depende do tipo de molécula: difusão, difusão facilitada, transporte ativo e co-transporte Funções do aparelho digestivo Processo através do qual os resíduos da digestão são removidos do organismo. Eliminação Intestino grosso Água e sais são absorvidos - solidificação Fezes são eliminadas por defecação Funções do sistema digestivo Funções do sistema digestivo Histologia do Tubo Digestivo Túnicas 1. Mucosa interna 2. Submucosa 3. Muscular 4. Serosa externa Histologia do Tubo Digestivo Glândulas 1. Glândulas mucosas unicelulares (mucosa) 2. Glândulas multicelulares (mucosa e submucosa) 3. Glândulas multicelulares (anexas, no exterior do tubo digestivo) Mucosa 3 Camadas 1. Epitélio mucoso – estratificado pavimentoso, cilíndrico simples 2. Lâmina própria – tecido conjuntivo laxo 3. Muscularis mucosae – camada fina e externa de músculo liso Mucosa O epitélio estende-se em muitos lugares para dentro da lâmina própria para formar glândulas intestinais e criptas. Submucosa Imediatamente abaixo da mucosa Camada espessa de tecido conjuntivo que contém nervos, vasos sanguíneos e pequenas glândulas Plexo submucoso (plexo de Meissner – plexo ganglionar parassimpático) Submucosa Plexo submucoso (plexo de Meissner – plexo ganglionar parassimpático) O esófago e o estômago não possuem plexo submucoso, mas o plexo é extenso em todo o resto do trato digestivo. Muscular Músculo liso disposto em duas camadas: Interna circular Externa longitudinal Exceção: parte superior do esófago (músculo estriado) e estômago (3 camadas) Muscular Plexo nervoso mesentérico (plexo de Auerbach) é muito mais extenso do que o plexo submucoso, controla a motilidade do trato intestinal Plexo intramural ou S. N. entérico Plexo submucoso Plexo mesentérico Serosa ou Adventícia Serosa Camada de tecido conjuntivo +epitélio pavimentoso simples Porções do tubo digestivo que se projetam para a cavidade peritoneal apresentam camada mais externa serosa Serosa ou Adventícia Adventícia Camada de tecido conjuntivo comum a outros órgãos Une estruturas Regulação do Aparelho Digestivo Nervosa Química Regulação nervosa do aparelho digestivo Sistema nervoso entérico Controlo local do aparelho digestivo Plexo intramural Neurónios entéricos: 1. Sensitivos (detetam alterações químicas ou mecânicas) 2. Motores (estimulam ou inibem a contração do músculo liso e secreções) 3. Interneurónios entéricos (comunicação entre sensitivos e motores) Regulação nervosa do aparelho digestivo Sistema nervoso entérico Coordena o peristaltismo e regula os reflexos locais que controlam a atividade de pequenas regiões específicas. Atua normalmente em conjunto com SNC (inervação autónoma) Regulação nervosa do aparelho digestivo Sistema nervoso central Assume controlo geral do aparelho digestivo quando os reflexos são ativados por estímulos com origem no tubo digestivo Neurónios sensitivos do CN X conduzem estímulos ao SNC, onde os reflexos são integrados. Reflexos do SNC podem ser ativados pela visão, cheiro ou sabor – estimulam sensação de fome Regulação nervosa do aparelho digestivo Sistema nervoso central Reflexos influenciam neurónios parassimpáticos do CN X que controlam respostas ou modificam a atividade do SNE e dos reflexos locais. Alguns neurónios simpáticos inibem contração e atividade secretora Regulação química do aparelho digestivo Hormonas Gastrina, secretina – segregadas pelas células endócrinas do aparelho digestivo; participam na regulação de muitas funções do tubo digestivo bem como na regulação de glândulas anexas Substâncias químicas parácrinas Histamina, etc – auxiliam reflexos locais do SNE a controlar fatores ambientais do tubo digestivo (pH) Peritoneu O peritoneu é uma membrana serosa que reveste a cavidade abdominopélvica. Este revestimento é formado por tecido conjuntivo. Ainda, reveste as paredes abdominais (como peritoneu parietal) e todos os órgãos viscerais (como peritoneu visceral). O peritoneu sustenta e suspende os órgãos dentro da cavidade abdominal e fornece uma sustentação importante para a neurovasculatura que supre estes órgãos. Peritoneu Existem várias pregas peritoneais, conhecidas como mesentérios, epiplons (omentos) e ligamentos. O omento maior e menor divide a cavidade peritoneal numa cavidade maior e outra menor, as quais são espaços anatómicos importantes. Os órgãos localizados atrás do peritoneu parietal posterior são conhecidos como retroperitoneais, enquanto que os órgãos que se projetam para dentro da cavidade e são totalmente cobertos pelo peritoneu visceral são conhecidos como intraperitoneais. Peritoneu Paredes da cavidade abdominal estão revestidas por membranas serosas muito lisas que segregam fluido seroso – película lubrificante entre folhetos Função – reduzir fricção entre os órgãos durante os seus movimentos no abdómen Peritoneu Peritoneu visceral Membrana que reveste os órgãos Peritoneu parietal Reveste face interior do corpo Peritoneu Peritoneu Mesentério Mantém em posição muitos dos órgãos da cavidade abdominal Constituído por 2 camadas de membranas serosas separadas por tecido conjuntivo laxo Passagem de nervos e vasos desde parede abdominal Peritoneu Mesentério Peritoneu Mesentério Órgãos retroperitoneais Não têm mesentérios Duodeno, pâncreas, cólon ascendente, cólon descendente, reto, rins, glândulas suprarrenais e bexiga Peritoneu Mesentério Pequeno epíplon Liga pequena curvatura do estômago, porção proximal do duodeno ao fígado e diafragma Peritoneu Mesentério Pequeno epíplon Liga pequena curvatura do estômago, porção proximal do duodeno ao fígado e diafragma Peritoneu Mesentério Grande epíplon Estende-se como uma prega da grande curvatura do estômago ao cólon transverso Peritoneu Mesentério Grande epíplon Forma uma grande prega dupla de mesentério que se estende, inferiormente, a partir do estômago sobre o intestino delgado Bolsa epiplóica - avental gordo Pequeno epiplon Grande epiplon Peritoneu Mesentério Ligamento coronário Liga fígado ao diafragma Tem no centro uma grande abertura – área descoberta do fígado Peritoneu Mesentério Ligamento falciforme Liga fígado à parede anterior do abdómen Peritoneu Mesentério Liga fígado à parede anterior do abdómen Cavidade oral Limites Anterior: lábios Posterior: fauces (orofaringe, pilares amigdalinos, abertura para faringe) Lateral: bochechas Superior: palato Inferior: pavimento muscular Cavidade oral Regiões 1. Vestíbulo – espaço entre os lábios ou bochechas e os alvéolos dentários 2. Cavidade oral pp dita – medialmente aos alvéolos dentários Lábios e bochechas Lábios Pregas musculares Músculo orbicular dos lábios + tecido conjuntivo Epitélio estratificado queratinizado fino no bordo dos lábios Vasos sanguíneos vistos à transparência - coloração Lábios e bochechas Freios Pregas mucosas que se estendem a partir dos alvéolos dentários em direção aos lábios Bochechas Paredes laterais da cavidade oral Internamente: mucosa de epitélio pavimentoso estratificado Externamente: pele Cavidade oral Bochechas Músculo bucinador Almofada adiposa da bochecha Palato e amígdalas palatinas Palato duro Porção óssea anterior Palato mole ou véu palatino Músculo esquelético e tecido conjuntivo Úvula – projeção do bordo posterior do palato mole Vómer Localiza-se na parte medial da órbita É o menor e mais frágil osso da face. Articula com: frontal, etmóide, maxilla e concha nasal inferior Língua Grande órgão muscular que ocupa maior parte da cavidade oral pp dita Ligada à cavidade oral pela porção posterior, parte anterior livre Freio lingual Língua Músculos Intrínsecos - contidos na língua; responsáveis pela mudança de forma (achatamento, elevação) Extrínsecos – externos à língua mas ligados a ela; protrusão e retração, movimentação lateral e modificações de forma Língua Porções Separadas por sulco terminal 2/3 anteriores cobertos por papilas com recetores gustativos 1/3 posterior sem papilas e com recetores gustativos dispersos e amígdala lingual Dentes 32 dentes separados por 2 arcadas dentárias – maxilar e mandibular Constituição dos dentes Coroa Colo anatómico – junção amelo-cementária Raiz Tecidos dos dentes Tecidos dos dentes Tecidos dos dentes Periodonto Gengiva Osso alveolar Ligamento periodontal Cemento radicular Mastigação Dentes anteriores – cortam e rasgam Dentes posteriores – esmagam e trituram Fracionamento dos alimentos aumenta superfície total Enzimas só digerem moléculas superficiais da partícula – mastigação aumenta eficácia da digestão Mastigação Dentes anteriores – cortam e rasgam Dentes posteriores – esmagam e trituram Fracionamento dos alimentos aumenta superfície total Enzimas só digerem moléculas superficiais da partícula – mastigação aumenta eficácia da digestão Mastigação Músculos elevadores da mandíbula 1. Temporais 2. Masseteres 3. Pterigoideus internos Músculos abaixadores da mandíbula 1. Pterigoideus externos Mastigação Mastigação Reflexo da mastigação Reflexo bulbar integrado no tronco cerebral que controla movimentos básicos da mastigação Presença de alimentos estimula recetores sensoriais que ativam reflexo que provoca relaxamento dos músculos da mastigação Quando a mandíbula baixa, o estiramento dos músculos desencadeia reflexo que provoca contração dos músculos elevadores da mandíbula Boca fechada com alimentos inicia novamente o ciclo. Glândulas salivares Parótidas Submandibulares Sublinguais Glândulas tubulares enoveladas linguais palatinas bucais labiais Glândulas salivares Glândulas salivares de maiores dimensões são constituídas por glândulas alveolares compostas ramificadas com cachos de alvéolos semelhantes a cachos de uvas Produzem secreções serosas diluídas ou secreções mucosas e espessas Glândulas salivares Parótidas Maiores glândulas salivares Glândulas serosas – produzem saliva aquosa Segrega amílase Localizadas anteriormente ao pavilhão auricular Glândulas salivares Parótidas Canal parotídeo – abre na margem anterior da glândula, atravessa face lateral do masséter e penetra no bucinador, entrando na cavidade oral junto ao 2º molar superior Glândulas salivares Submandibulares Glândulas mistas – serosas e mucosas (segrega amilase e muco) Massa mole ao longo do limite inferior da metade posterior da mandíbula. Canal atravessa anteriormente em profundidade no pavimento bucal e abre junto ao freio da língua Glândulas salivares Sublinguais As mais pequenas Glândulas mistas mas principalmente constituídas por alvéolos mucosos Imediatamente abaixo da mucosa do pavimento bucal Não têm canais individuais bem definidos; abrem no pavimento através de 10 a 20 pequenos canais Glândulas salivares - secreções 1 – 1.5l de saliva/dia Porção serosa contém amílase salivar Amilase salivar Quebra ligações covalentes entre moléculas de glicose, amido ou outros polissacarídeos para produzir dissacarídeos, maltose e isomaltose Glândulas salivares - secreções Libertação de maltose e isomaltose produz sabor doce na boca Apenas 3-5% do total de glícidos são digeridos na boca Maioria dos amidos nos tecidos vegetais estão revestidos por celulose sendo inacessíveis à amílase salivar Glândulas salivares - secreções Lisozima Em conjunto com imunoglobulina A combate infeções – atividade antibateriana Ausência de secreções salivares aumenta risco de ulceração, infeções da mucosa oral e cáries dentárias Glândulas salivares - secreções Mucina Proteoglicano que confere propriedades lubrificantes às secreções das glândulas salivares Secreção salivar estimulada por SN simpático e parassimpático (+ imp) Núcleos salivares do tronco cerebral aumentam secreção, emitindo potenciais de ação através de fibras parassimpáticas do CN VII (facial) e IX (glossofaríngeo) Regulação nervosa do sistema digestivo Faringe Comum aos aparelhos respiratórios e digestivo. Recebe ar da cavidade nasal e ar + alimentos da boca Liga-se inferiormente ao aparelho respiratório com a laringe e ao digestivo com o esófago Faringe Nasofaringe Parte superior da faringe Estende-se das coanas até ao palato mole (tecido muscular e conjuntivo que separa a nasofaringe da orofaringe) Faringe Nasofaringe Úvula – projeção de tecido mole que prolonga o bordo posterior do palato mole Evita que as substâncias deglutidas contactem contactem com a nasofaringe e com as fossas nasais Faringe Nasofaringe Tubas auditivas ( trompas de Eustáquio) – estendem-se desde ouvido médio e abrem na nasofaringe (ar passa para igualar pressão atmosférica e do ouvido médio) Adenóides / amígdalas faríngeas – tecido linfoide. Hipertrofia pode dificultar passagem de ar pelas tubas auditivas Faringe Orofaringe Da úvula à epiglote. Cavidade oral abre-se na orofaringe através das fauces. Alimentos, bebidas, ar passam através da orofaringe. Faringe Orofaringe Revestida por epitélio pavimentoso estratificado que fornece proteção contra abrasão. Perto das fauces existem as amígdalas palatinas e lingual. Faringe Laringofaringe Estende-se desde o topo da epiglote ao esófago Posteriormente à laringe 3 músculos: os constritores da faringe superior, médio e inferior Esófago Parte do tubo digestivo que se estende da faringe ao estômago 25 cm comprimento Situa-se no mediastino, anteriormente às vertebras e posteriormente à traqueia Passa através do hiato esofágico no diafragma Esófago Paredes espess Esófago Paredes espessas 4 túnicas caraterísticas do tubo digestivo: 1. Mucosa 2. Submucosa 3. Muscular 4. Adventícia Epitélio pavimentoso estratificado Glândulas da submucosa produzem muco espesso, lubrificante Esófago Esfincter esofágico superior Esfincter esofágico inferior ou cárdia Deglutição Fase Fase Fase cefálica faríngea esofágica Involuntária Voluntária Involuntária Deglutição Fase cefálica Forma-se bolo alimentar na boca que é empurrado pela língua contra o palato duro, forçando a sua progressão para a parte posterior da boca e depois orofaringe Deglutição Fase faríngea É reflexa Inicia-se com a estimulação dos recetores táteis na área da orofaringe CN V (trigémio) e IX (glossofaríngeo) conduzem potenciais de ação ao centro da deglutição no tronco cerebral Geram potenciais de ação nos neurónios motores conduzidos por CN V (trigémio), IX (glossofaríngeo) , X (vago) e XI (espinhal) ao palato mole e faringe Deglutição Fase faríngea Elevação palato mole para encerrar comunicação com nasofaringe e da faringe para receber bolo alimentar Músculos constritores da faringe superior, médio e inferior contraem consecutivamente para forçar a progressão dos alimentos na faringe Esfíncter esofágico superior relaxa e a elevação da faringe abre esófago 1-2s, involuntária Deglutição Fase faríngea Deglutição Fase esofágica 5-8s Ondas peristálticas levam ao relaxamento do esfíncter esofágico inferior Presença de alimentos no esófago estimula plexo intramural e o CN X que controlam as ondas peristálticas

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