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Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa

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atitudes psicologia social comportamento formação de atitudes

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Este documento discute as atitudes, incluindo o que são, sua estrutura, função, formação e como são medidas. O texto aborda conceitos como cognições e afetos relacionados com as atitudes e diversos modelos importantes, com diversos exemplos.

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ATITUDES O que é uma atitude Estrutura e função das atitudes Formação das atitudes Medir atitudes As pessoas tentam frequentemente influenciar os outros Um vendedor tenta convencer clientes a comprar Os políticos tentam determinar o voto dos el...

ATITUDES O que é uma atitude Estrutura e função das atitudes Formação das atitudes Medir atitudes As pessoas tentam frequentemente influenciar os outros Um vendedor tenta convencer clientes a comprar Os políticos tentam determinar o voto dos eleitores As pessoas tentam causar boas impressões Os chefes tentam manter a dedicação dos empregados A publicidade tenta criar necessidades e interesse por produtos de consumo O que é uma atitude É uma avaliação de um objeto de pensamento Os objectos de atitude compreendem qq coisa Variam entre o mundano e o abstracto Incluem pessoas, objectos, grupos e ideias (Petty et al., 1997; Bohner & Dickel, 2011) Direta ou indiretamente afectam o comportamento em virtualmente qualquer interação social ATITUDES ESTRUTURA E FUNÇÃO DAS ATITUDES Constructo hipotético – não directamente observável Apreender o conceito através de definições conceptuais Apreender o conceito através de técnicas de medida Estrutura das atitudes – 3 bases ou componentes Característica importante das atitudes é a sua capacidade de aglutinar vários tipos de informação psicológica Behavior Atitude em relação ao controlo de armas Afeto – “Armas fazem sentir mal/ficar doente” Comportamento – “Voto a favor do controlo de armas” Cognição - “Armas em casa aumentam a probabilidade das crianças acidentalmente usarem e dispararem armas” (Katz & Stotland, 1959; Rosenberg & Hovland, 1960) …insatisfação com a abordagem tripartida Consistência entre as 3 componentes das atitudes Negligencia a existência de atitudes ambivalentes (Rosenberg et al., 1960; Miller & Tesser, 1986) A base da atitude pode ser apenas uma componente Crenças, afetos; ou comportamentos passados Atitudes não são necessariamente boas preditoras do comportamento Fraca consistência atitude-comportamento As atitudes são funcionais Teóricos Funcionalistas: Katz (2008); Smith, Bruner, & White (1956) Não se sabe qual a base mais importante das atitudes, mas as atitudes são psicologicamente importantes Funções das atitudes: 1) Expressar/distinguir-nos dos outros (value – expressive function) 2) Influenciam como processamos informação (Knowledge function) – eficiência, mas close-mindedness 3) Podem indicar uma intenção comportamental Atitudes racistas podem conduzir a usar estereótipos e a um comportamento discriminatório em relação a um grupo O tópico das atitudes é influente na Psicologia Social porque muitos aspectos estão relacionados com as atitudes como a auto-estima, racismo, atração ATITUDES FORMAÇÃO DAS ATITUDES Experiências de vida pessoais e únicas – as atitudes e a sua força podem variar individualmente porque reflectem a sua experiência de vida (Fazio & Zanna, 1978) Self-reference effect Aprendizagem social: 1) Indiretamente pela observação dos outros e media; 2) condicionamento clássico – sem consciência; 3) condicionamento operante – aprender a ter as visões correctas Influência e comparação social – as atitudes são formatadas pela informação social, papéis sociais e normas sociais ATITUDES envolvem cognições Incluem os pensamentos que reforçam as avaliações: CRENÇAS, CONHECIMENTO, MEMÓRIAS ASSOCIADAS E IMAGENS (Breckler, 1984; Eagly & Chaiken, 1998; Zimbardo & Leippe, 1991) Teoria da integração da informação (Anderson, 1971; Fishbein & Ajzen, 1975) Modelos expectativa-valor: Atitudes são função de Crenças sobre os atributos do objeto Expectativa de que o objeto possui certos atributos Valor ou avaliação dos atributos Crenças = Expectativa X Valor (Ao = ∑ei.vi) Atitudes formadas num momento têm por base as crenças mais acessíveis Crenças acerca do consumo Atitude face do tabaco ao tabaco descontrai Provoca Fumadores o cancro passivos João Valor do atributo (V) 3 -3 -2 expectativa (E) 1 0,5 0,2 VxE 3 -1,5 -0,4 S(ViEi) = 1,1 (V E ) = 1,1 i i Ana valor do atributo (V) 3 -3 -2 expectativa (E) VxF 0,2 1 0,8 0,6 -3 -1,6 S(ViEi) = -4 (ViEi) = -4 ATITUDES envolvem afetos TIPICAMENTE, QUALQUER OBJECTO DESENCADEIA UM CERTO GRAU DE EMOÇÃO NEGATIVA OU POSITIVA (Bargh, Chaiken, Raymond, & Hymes, 1996; Breckler, 1984; Cacioppo & Berntson, 1994; Fazio, Jackson, Dunton, & Williams, 1995; Fazio, Sanbonmatsu, Powell, & Kardes, 1986; Zanna & Rempel, 1988). Abordagem do condicionamento clássico à Formação de atitudes as pessoas passam a gostar de objectos que são emparelhados com estímulos positivos, mais do que os emparelhados com estímulos negativos, mesmo quando a atitude é medida em diferentes contextos O impacto da Meteorologia nas Atitudes face à vida Schwarz & Clore (1983) Avalie a sua “satisfação com a vida” Manipulação de mood: Dia de sol VS. Dia de chuva > Satisfação em média Dia de sol Efeitos do mood desaparecem quando “…a propósito como é que está o tempo?” Explicação: Atribuição (errada) do estado de espírito (mood) à atitude (grau de satisfação c/ vida) Efeito direto - Heurística do afeto: mood é a base direta do julgamento quando há pouca informação/tempo (Schwarz & Clore, 1988; Slovic et al. 2002) Efeito indireto – Há ativação em memória de conhecimento congruente com o mood (Forgas & Bower, 1987) ATITUDES ESTÃO ASSOCIADAS A COMPORTAMENTOS Estão ligadas a tendências comportamentais (aproximação /evitamento) Quando uma atitude é primada (trazida à mente, mesmo inconscientemente), é mais provável agirmos consistentemente com a atitude (Chen & Bargh, 1999). Estudos da neurociência indicam que as atitudes activam áreas do córtex que suportam ações específicas (Preston & de Waal, 2002). Quando vemos uma criança pequena a chorar ou um SUNDAE com cobertura de caramelo a derreter, a mente prepara o corpo para a ação de cuidar ou comer EFEITOS DOS COMPORTAMENTOS NAS ATITUDES A forma como os comportamentos podem prever as atitudes tem sido enfatizada pelas teorias de consistência cognitiva que sugerem uma forte tendência para as pessoas justificarem ou racionalizarem os comportamentos e para minimizar inconsistências entre atitudes e comportamentos Uma teoria de consistência cognitiva: Teoria da Dissonância Cognitiva de Festinger (1957) As pessoas perturbam-se (sentem mesmo arousal fisiológico) por inconsistências e despendem energia psicológica a restaurar a consistência Fazem-no tentando mudar a cognição para torna-la consistente com o comportamento O elemento da Teoria da dissonância que parece mais real para a maioria das pessoas é a ideia de que se pagaste um preço alto – dinheiro, tempo, esforço – e acontece ficares desapontado, provavelmente experiencias dissonância A energia que despendes é conhecida por justificação do esforço Quando é que a inconsistência produz dissonância? ESCOLHA É LIVRE JUSTIFICAÇÃO É INSUFICIENTE QUANDO HÁ CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS DO COMPORTAMENTO QUANDO AS CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS PODIAM SER ANTECIPADAS Outra teoria de consistência cognitiva: Teoria da Auto-percepção (Bem, 1972): As atitudes podem basear-se na auto-percepção do comportamento e consequente inferência sobre qual é a atitude Não-atitudes (Converse, 1970) “mass publics generally lack the structured belief systems seen in political elites; public political attitudes are highly unstable overtime” Evidência empírica passa por manipular a saliência relativa de comportamentos e avaliar se isso altera as atitudes que são inferidas a partir dos comportamentos Participantes que desempenham tarefas de role-playing tendem a mudar as suas atitudes no sentido da posição que defenderam (Cooper & Fazio, 1984; Harmon-Jones & Mills, 1999). A atitude é mais provável mudar quando é dado um incentivo pequeno, do que um grande incentivo Teoria da auto-percepção de Bem (1972) sugere que incentivos pequenos levam as pessoas a assumir que a sua atitude deve coincidir com a posição que defenderam, porque não vêm qualquer razão para terem desempenhado o comportamento Manipular a saliência de comportamentos passados (Salancik & Conway, 1975) Eu vou à Igreja pelo menos uma Eu vou à Igreja pelo menos uma vez por ano vez por semana Por vezes rezo antes de Rezo todas as noites antes de adormecer adormecer...... Atitude > POSITIVA face à religião Atitude > NEGATIVA face à religião É apenas quando as atitudes prévias são “fracas, ambíguas e não interpretáveis”, que “um indivíduo está essencialmente na mesma posição de um observador Manipular atitudes através do comportamento Wells & Petty (1980) Comportamentos simples afetam as atitudes Tarefa: testar qualidade som headphones para jogging VS. Bicicleta Simular o movimento: G1 acenar sim (jogging); G2 acenar não (bicicleta) São Movimentos universais de aceitação VS. negação Teoria da auto-percepção ou Teoria da dissonância cognitiva? (Cooper, Zanna, & Taves, 1978) Se o arousal é gerado pela dissonância deve ser possível influenciar o seu impacto – se leva a mudança de atitude ou não – pela forma como é interpretado ATITUDES COMO MEDIR ATITUDES Uma atitude não pode ser observada diretamente Não é possível ver a tendência duma pessoa para gostar de algo a partir da forma como medimos a velocidade da sua corrida Uma atitude pode expressar-se através de vários comportamentos Questionários de auto-relato – expresse a sua atitude em relação a... Exemplo de Diferencial semântico (Osgood, Succi, e Tannembaum, 1957) Uma forma é examinar mais do que um comportamento específico que reflita a atitude Medidas subtis: contacto do olhar, distância, linguagem corporal (exemplo: distância - cadeiras deixadas entre) Medidas fisiológicas: batimento cardíaco, electromiografia facial (músculos corrugadores/zigomáticos) - /+ atitudes Medidas cognitivas: Latência de resposta (TR - quanto mais forte for a atitude mais rápido é o tempo da resposta) (Fazio, 1995; Fazio & Williams, 1986). Racional por detrás do IAT (Implicit Association test) – mede enviesamentos subtis capazes de medir atitudes IAT - Attitudes Raciais e.g., Rudman, Greenwald, Mellott, & Schwartz (1999) Black White Black White White Black White Black IAT - Attitudes Raciais e.g., Rudman, Greenwald, Mellott, & Schwartz (1999) Black White Black White White Black White Black IAT - Attitudes Raciais e.g., Rudman, Greenwald, Mellott, & Schwartz (1999) Black White Black White White Black White Black IAT - Attitudes Raciais e.g., Rudman, Greenwald, Mellott, & Schwartz (1999) Black White Black White White Black White Black

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