Artigo O envelhecimento na atualidade PDF

Document Details

ForemostDandelion

Uploaded by ForemostDandelion

Rodolfo Herberto SCHNEIDER Tatiana Quarti IRIGARAY

Tags

aging social aspects of aging human development

Summary

This article discusses the aging process in contemporary society, examining chronological, biological, psychological, and social aspects. It argues that chronological age isn't the sole determinant of aging, highlighting the interplay of complex factors. The study also explores societal perceptions of aging and the diverse experiences of aging individuals.

Full Transcript

O envelhecimento na atualidade: aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais The process of aging in today’s world: chronological, biological, psychological and social aspects Rodolfo Herberto SCHNEIDER1...

O envelhecimento na atualidade: aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais The process of aging in today’s world: chronological, biological, psychological and social aspects Rodolfo Herberto SCHNEIDER1 Tatiana Quarti IRIGARAY1 Resumo O objetivo deste artigo é indicar aspectos que configuram o processo de envelhecimento na sociedade atual, especificamente as diferentes conceituações utilizadas para definir este processo em relação aos aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais envolvidos. A partir desta revisão da literatura, conclui-se que a idade cronológica não é a única forma de mensurar o processo de envelhecimento, sendo este uma interação de fatores complexos que apresentam uma influência variável sobre o indivíduo e que podem contribuir para a variação das intempéries da passagem do tempo. Biologicamente, os eventos ocorrem ao longo de certo período, mas não necessariamente o tempo é a causa destes eventos. Unitermos: Crenças em relação à velhice. Fases de ciclo da vida. Idoso. Abstract The aim of this study is to indicate aspects that characterize the aging process in today’s society, specifically the different conceptualizations used to define this process with regard to the chronological, biological, psychological and social aspects involved. Through this review of the literature, it may be concluded that chronological age is not the only way of measuring the aging process, this being an interaction of complex factors which have a variable influence on the individual and which may contribute to the inconstant inclemency of the passage of time. Thus, biologically, events occur over a certain period of time, but time is not necessarily the cause of these events. Uniterms: Beliefs toward aging. Life cycle stages. Aged. ENVELHECIMENTO NA ATUALIDADE A etapa da vida caracterizada como velhice, com produzem diferentes representações sociais da velhice suas peculiaridades, só pode ser compreendida a partir e também do idoso. Há uma correspondência entre a da relação que se estabelece entre os diferentes aspectos concepção de velhice presente em uma sociedade e as cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Essa atitudes frente às pessoas que estão envelhecendo. interação institui-se de acordo com as condições da O pressuposto deste estudo é analisar os cultura na qual o indivíduo está inserido. Condições aspectos envolvidos no processo de envelhecimento, históricas, políticas, econômicas, geográficas e culturais enfocando a importância do contexto social na ▼▼▼▼▼ 1 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Instituto de Geriatria e Gerontologia. Av. Ipiranga, 6690, 3º andar, Jardim Botânico, 90610-000, Porto Alegre, RS, Brasil. Correspondência para/Correspondence to: T.Q. IRIGARAY. E-mail:. 585 Estudos de Psicologia I Campinas I 25(4) I 585-593 I outubro - dezembro 2008 determinação da idade da velhice, pois indivíduo e incapacidade; outras estão cheias de vida e energia aos sociedade estão relacionados diretamente. A relação 85 anos (Bee, 1997). entre os aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos Outra classificação muito usada é por idade e culturais é fundamental na categorização de um indi- funcional, isto é, o quão bem uma pessoa funciona em víduo como velho ou não. A pessoa mais velha, na um ambiente físico e social em comparação a outras maioria das vezes, é definida como idosa quando chega de mesma idade cronológica. Por exemplo, uma pessoa aos 60 anos, independentemente de seu estado bioló- de 90 anos com boa saúde física pode ser funcional- gico, psicológico e social. Entretanto, o conceito de idade mente mais jovem do que uma de 65 anos que não está é multidimensional e não é uma boa medida do desen- (Papalia et al., 2006). A distinção entre idosos jovens, volvimento humano. A idade e o processo de envelhe- idosos velhos e idosos mais velhos pode auxiliar no cimento possuem outras dimensões e significados que entendimento de que o envelhecimento não é algo extrapolam as dimensões da idade cronológica. determinado pela idade cronológica, mas é conse- Em todo o mundo, o número de pessoas com qüência das experiências passadas, da forma como se 60 anos ou mais está crescendo mais rapidamente do vive e se administra a própria vida no presente e de que o de qualquer outra faixa etária em todo o mundo. expectativas futuras; é, portanto, uma integração entre A população de idosos, pessoas com 60 anos ou mais, as vivências pessoais e o contexto social e cultural em cresceu 7,3 milhões entre 1980 e 2000, totalizando mais determinada época, e nele estão envolvidos diferentes de 14,5 milhões em 2000. O Brasil, até 2025, será o sexto aspectos: biológico, cronológico, psicológico e social. país em número de idosos (World Health Organization - WHO, 2005). O aumento do número de anos é decorrente da Imagens da velhice redução nas taxas de fertilidade e do acréscimo da Mesmo nos dias atuais, o envelhecimento apare- longevidade nas últimas décadas. Em todo o mundo, observam-se quedas abruptas nas taxas de fertilidade. ce associado a doenças e perdas, e é na maioria das Além disso, estima-se que, até 2025, 120 países terão vezes entendido como apenas um problema médico. alcançado taxas de fertilidade total abaixo do nível de Para Neri e Freire (2000), o envelhecimento ainda está reposição (média de fertilidade de 2,1 crianças por ligado à deterioração do corpo, ao declínio e à incapa- mulher). Atualmente, 70 países já possuem taxa de cidade. “Na base da rejeição ou da exaltação acrítica da fertilidade menor que o nível de reposição, sendo que velhice, existe uma forte associação entre esse evento em 1975 apenas 22 países possuíam esse índice (WHO, do ciclo vital com a morte, a doença, o afastamento e a 2005). dependência” (Neri & Freire, 2000, p. 8). A velhice começou Atualmente, os especialistas no estudo do enve- a ser tratada como uma etapa da vida caracterizada lhecimento referem-se a três grupos de pessoas mais pela decadência física e ausência de papéis sociais a velhas: os idosos jovens, os idosos velhos e os idosos mais partir da segunda metade do século XIX. O avanço da velhos. O termo idosos jovens geralmente se refere a idade dar-se-ia como um processo contínuo de perdas e de dependência, que daria uma identidade de falta de R.H. SCHNEIDER & T.Q. IRIGARAY pessoas de 65 a 74 anos, que costumam estar ativas, cheias de vida e vigorosas. Os idosos velhos, de 75 a 84 condições aos idosos e seria responsável por um anos, e os idosos mais velhos, de 85 anos ou mais, são conjunto de imagens negativas associadas à velhice aqueles que têm maior tendência para a fraqueza e para (Debert, 1999). a enfermidade, e podem ter dificuldade para desem- As associações negativas relacionadas à velhice penhar algumas atividades da vida diária (Papalia, Olds atravessaram os séculos e, ainda hoje, mesmo com & Feldman, 2006). Embora esta categorização seja bas- tantos recursos para prevenir doenças e retardá-la, é tante usual, cada vez mais as pesquisas revelam que o temida por muitas pessoas e vista como uma etapa processo de envelhecimento é uma experiência hete- detestável. A célebre frase de uma artista brasileira idosa rogênea, vivida como uma experiência individual. Algu- famosa,“o envelhecimento é a prova de que o inferno existe” 586 mas pessoas, aos 60 anos, já apresentam alguma (grifo nosso), demonstra o quanto a velhice é uma Estudos de Psicologia I Campinas I 25(4) I 585-593 I outubro -.dezembro 2008 experiência individual que pode ser vivenciada de forma uma conotação negativa, remetendo à perda de atribu- positiva ou negativa, em consonância com a história tos tão valorizados pelo meio social e, simultaneamente, de vida da pessoa e da representação de velhice que pelo próprio idoso. Para Jones (2006), o significado social está enraizada na sociedade em que vive. Assim, relacionado às pessoas mais velhas é amplamente pode-se inferir que não importa a quantidade de anos negativo, embora não seja exclusivamente assim. Os que o indivíduo tem, mas sim, o que ele fez com os estereótipos negativos são atribuídos principalmente anos vividos, e como a sociedade trata alguém com pelos próprios idosos, que não se reconhecem como aquela idade. tal e falam da categoria “velho” como se não fizessem Estudos realizados em sociedades não ociden- parte da mesma. Tal atitude seria uma falsa consciência tais apresentam imagens positivas da velhice e do ou uma atitude preconceituosa? envelhecimento, ensinando que a representação de Por que a percepção da maioria das pessoas velhice enraizada nas idéias de deterioração e perda sobre os idosos é pior do que a realidade? Por que muitos não é universal. À medida que o envelhecimento é têm preconceito contra os idosos e a velhice? Uma das documentado em outros povos, constata-se que ele é razões, segundo Berger (1994), é que a cultura nos Estados um fenômeno profundamente influenciado pela cultura Unidos enfatiza o crescimento, a força e o progresso, (Uchôa, 2003). com uma exagerada veneração aos jovens. Outra expli- As concepções de velhice nada mais são do que cação dada por ele é que, para muitas pessoas, interagir resultado de uma construção social e temporal feita no com velhos é lembrar-se da proximidade com a morte. seio de uma sociedade com valores e princípios próprios, Assim, o preconceito serviria como fator protetor que são atravessados por questões multifacetadas, porque manteria afastadas as idéias de declínio e de multidirecionadas e contraditórias. Na época contem- morte. De acordo com Papalia et al. (2006), o envelhe- porânea, florescer do século XXI, ao mesmo tempo em cimento é visto em diversas culturas como indesejável. que a sociedade potencializa a longevidade, ela nega Os estereótipos refletem idéias errôneas comuns, como: aos velhos o seu valor e sua importância social. Vive-se as pessoas idosas são doentes, são rabugentas e excên- em uma sociedade de consumo na qual apenas o novo tricas. Esses estereótipos são prejudiciais e geram uma pode ser valorizado, caso contrário, não existe produção imagem distorcida da velhice, pois se sabe que a maioria e acumulação de capital. Nesta dura realidade, o velho dos idosos não é doente, além de apresentarem dimen- passa a ser ultrapassado, descartado, ou já está fora de sões de personalidade que teceram ao longo de toda a moda. Pode-se entender um pouco mais a dinâmica da vida. sociedade atual nas palavras de Pacheco (2005), que Para Helman (2005), na sociedade moderna as toma como exemplo o fenômeno dos aparelhos pessoas idosas tendem a ter um status muito mais baixo, celulares: pois, atualmente, é o jovem que freqüentemente tem Em poucos anos, eles se modificaram centenas de maiores habilidades e um conhecimento mais amplo vezes. Desenhos modernos, bonitos e funcionais são em determinadas áreas da vida. Os jovens são mais criados para que as pessoas pareçam antenadas, hábeis para absorver e compreender as últimas inova- jovens e bem-sucedidas. O medo da transformação ENVELHECIMENTO NA ATUALIDADE ções tecnológicas, e em uma velocidade muito mais que surge com a velhice assemelha-se um pouco ao rápida. Eles têm acesso a muito mais fontes exteriores fenômeno dos celulares. Tem-se medo de envelhecer de conhecimento do que tiveram seus pais e avós pelos como se tem receio de ser ridicularizado ao usar o aparelho antigo de dez anos, como os tijolões dos meios de comunicação, livros e internet. ‘tiozinhos’. O ser humano envelhecido é-nos apre- Embora a velhice seja nada além do que um sentado, pela ideologia dominante, como o aparelho construto social, o preconceito continua florescendo. A ultrapassado. Fala, mas ninguém quer! (p. 65). idade é uma categoria embutida dentro dela mesma, é O status reduzido das pessoas idosas é também discutível e obsoleta. Enquanto todos os outros estágios devido à ênfase contemporânea na juventude, beleza, da vida são planejados e construídos social e cultural- autonomia, independência e na habilidade de ser mente e não existem conflitos para eliminar a infância, produtivo ou reprodutivo. Assim, “ser velho” assume a adolescência e a idade adulta do panorama do 587 Estudos de Psicologia I Campinas I 25(4) I 585-593 I outubro - dezembro 2008 desenvolvimento humano, a velhice é colocada à mar- não é velho (Araújo & Carvalho, 2005). Para Prado (2002), gem (Andrews, 1999), pois ao mesmo tempo em que as terceira idade é uma criação recente no mundo ociden- pessoas querem viver muito, não querem ficar velhas tal. “O fenômeno do envelhecimento populacional, nem se parecer com velhos. marcante no século XX, empurrou a velhice para idades mais avançadas” (p. 12). Qual o nome da velhice? Os termos “amadurecer” e “idade madura” tam- bém são muito utilizados e significam a sucessão de Atualmente, percebe-se uma proliferação dos mudanças ocorridas no organismo e a conquista de termos utilizados para se referir às pessoas que já viveram papéis sociais e de comportamentos considerados mais tempo ou à fase da vida anteriormente chamada próprios ao adulto mais velho (Neri & Freire, 2000). “A apenas de velhice. Entre os termos mais comuns estão: preferência por termos como terceira idade ou idade terceira idade, melhor idade, adulto maduro, idoso, madura pode parecer um eufemismo, palavra de origem velho, meia-idade, maturidade, idade maior e idade grega que significa soar bem” (p.14). O uso de tantos madura (Neri & Freire, 2000). termos e expressões tem por objetivo “soar bem, Ainda é comum que a maioria das pessoas mais mascarando o preconceito e negando a realidade. Se velhas resista a ser chamada de velha. Segundo Ferreira não houvesse preconceito, não seria necessário disfarçar (2000), a palavra “velho” significa muito idoso, antigo, nada por meio de palavras” (p.18). Segundo as mesmas gasto pelo tempo, experimentado, veterano, que há autoras, as pessoas que viveram mais tempo devem ser muito tempo exerce uma profissão ou tem certa quali- chamadas simplesmente de velhas ou idosas. dade, desusado, obsoleto. Nesta breve definição, As palavras, na maioria das vezes, trazem consigo percebem-se os vários sentidos negativos da palavra uma forte associação. O termo pensionista, no Reino velho como algo já ultrapassado, descartado e fora de Unido, é muitas vezes usado como sinônimo de pessoa moda. De acordo com Gibson (2000), atitudes precon- velha. Lá, é esperado que as avós sejam, por excelência, ceituosas e estereótipos sociais estão também incorpo- pessoas velhas. Assim, há uma estreita relação entre ser rados na linguagem e, provavelmente, levarão muitos pensionista, ser avó e ser uma pessoa velha (Bytheway, anos para ocorrerem mudanças nesse sentido. Para ele, 1995). a palavra velho não significa decrepitude, desgaste, fora Palavras como old, older, elderly e referências de de moda, mas simplesmente se refere ao número de idade cronológica podem posicionar alguém como anos que a pessoa viveu. velho, mas cada caso precisa ser visto individualmente A palavra terceira idade, atualmente tão usada, dentro de realidades próprias (Bytheway, 2000). Posi- teve sua origem na França, na década de 1960, e era cionar alguém como velho requer atenção a cada utilizada para descrever a idade em que a pessoa se detalhe. O posicionamento de alguém como idoso não aposentava. A primeira idade seria a infância, que tradu- pode ser simplesmente respondido pela ocorrência de ziria uma idéia de improdutividade, mas com possibi- palavras como “avó” ou referência de idade cronológica. lidade de crescimento. Já a segunda idade seria a vida Muitas frases que deveriam ser esperadas para posicionar adulta, etapa produtiva. Na época em que a expressão R.H. SCHNEIDER & T.Q. IRIGARAY alguém como velho não fazem sentido dentro de todas terceira idade foi criada, procurou-se garantir a atividade as circunstâncias. Por exemplo, em algumas situações das pessoas depois da aposentadoria, que ocorria na particulares, tais como um encontro de centenários, ser França por volta dos 45 anos. Com o avanço contínuo descrito com 90 anos posiciona alguém como relativa- da esperança de vida, a expressão “terceira idade”passou mente jovem. As palavras “avó”, “aposentado” e “pen- a designar a faixa etária intermediária, entre a vida adulta sionista” suscitam controvérsias na realidade brasileira e a velhice (Neri & Freire, 2000). Desta forma, o uso do porque elas não são sinônimas de “ser velho”. Avô pode termo terceira idade torna-se inadequado para descre- ser alguém aos 30 anos ou até um milionário que pode ver o grupo de indivíduos com 60 anos ou mais, e traz ter se aposentado aos 35 anos (Jones, 2006). ainda uma conotação negativa ao termo velhice, porque A existência de múltiplas palavras para nomear 588 se compreende que quem está na terceira idade ainda a velhice revela o quanto o processo de envelhecimento Estudos de Psicologia I Campinas I 25(4) I 585-593 I outubro -.dezembro 2008 é complexo, negado, evitado ou mesmo temido. Evi- rentes idades biológicas e subjetivas em indivíduos com dencia claramente a existência de preconceitos, tanto a mesma idade cronológica. por parte da pessoa idosa quanto da sociedade. As Assim, a idade cronológica deixa de ser um pessoas idosas e a sociedade em geral precisam se marcador preciso para as mudanças que acompanham reeducar quanto à superação de idéias preconceituosas, o envelhecimento, passando a ser apenas uma forma pois se tornar velho é aceitar a velhice e ser orgulhoso padronizada de contagem dos anos vividos, uma vez dos muitos anos que conferem experiência, sabedoria que existem variações de diferentes intensidades rela- e liberdade. cionadas ao estado de saúde, participação e níveis de independência entre pessoas mais velhas que possuem As idades da velhice a mesma idade. Segundo alguns estudos, outros even- tos, relacionados à vida pessoal, familiar e profissional Determinar o início da velhice é uma tarefa com- servem de pontos de referência para mudanças. Desta plexa porque é difícil a generalização em relação à forma, o envelhecimento humano pode ser compreen- velhice, e há distinções significativas entre diferentes dido como um processo complexo e composto pelas tipos de idosos e velhices. A idade é um fato pré- diferentes idades: cronológica, biológica, psicológica e determinado, mas o tratamento dado aos anos depende social. das características da pessoa. Assim, torna-se difícil saber que critérios utilizar para se definir o início da velhice, Idade cronológica pois os aspectos que caracterizam este período são questões ainda controversas que provocam inúmeras A idade cronológica, que mensura a passagem discussões entre os profissionais, atraindo a atenção de do tempo decorrido em dias, meses e anos desde o estudiosos. nascimento, é um dos meios mais usuais e simples de Na realidade, existem diferentes formas de se se obter informações sobre uma pessoa. Porém, o con- definir e conceituar a velhice. Uma delas é a definição ceito de idade é multidimensional e, por isso, a idade preconizada pela Organização Mundial da Saúde, que é cronológica não se torna uma boa medida da função baseada na idade cronológica, na qual a definição de desenvolvimental (Hoyer & Roodin, 2003). idoso inicia aos 65 anos nos países desenvolvidos e aos Para Schroots e Birren (1990), a idade cronológica 60 anos nos países em desenvolvimento. No Brasil, de pode ser entendida como algo absoluto e nela são acordo com o Estatuto do Idoso (2003), as pessoas com fixadas propriedades que podem ser medidas. Ela é me- idade igual ou superior a 60 anos são reconhecidas como dida pelo tempo, empregando-se um padrão absoluto idosas. Entretanto, alguns direitos como a gratuidade ou escalas de medida. Dada a comparação do tempo no transporte coletivo público urbano e semi-urbano com medida, esta definição tende a obscurecer o fato só é concedida aos maiores de 65 anos. de que o tempo não é fundamentalmente absoluto ou O envelhecimento humano, cada vez mais, é objetivo, mas relativo e subjetivo. Diferentes variáveis entendido como um processo influenciado por diversos de tempo, como tempo histórico, idade (nascimento), ENVELHECIMENTO NA ATUALIDADE fatores, como gênero, classe social, cultura, padrões de coorte podem reduzir o mesmo conceito de tempo saúde individuais e coletivos da sociedade, entre outros. físico clássico. Entretanto, este modelo não apresenta Para San Martín e Pastor (1996), não existe um necessariamente concomitância com a idade biológica consenso sobre o que se nomeia velhice porque as no processo de envelhecimento. Andrews (2000) afirma divisões cronológicas da vida do ser humano não são que é absurdo insistir que a idade cronológica deve absolutas e não correspondem sempre às etapas do fazer parte da identidade. Ela, assim como outros processo de envelhecimento natural. A velhice não é aspectos de identidade, compreende dimensões definida por simples cronologia, mas pelas condições objetivas e subjetivas. físicas, funcionais, mentais e de saúde das pessoas, o A idade cronológica refere-se somente ao que equivale a afirmar que podem ser observadas dife- número de anos que tem decorrido desde o nascimento 589 Estudos de Psicologia I Campinas I 25(4) I 585-593 I outubro - dezembro 2008 da pessoa, portanto não é um índice de desenvolvi- Neri (2005), “a idade social diz respeito à avaliação do mento biológico, psicológico e social, pois ela por si só grau de adequação de um indivíduo ao desempenho não causa o desenvolvimento. Segundo Hoyer e Roodin dos papéis e dos comportamentos esperados para as (2003), a idade é meramente um marcador aproximado pessoas de sua idade, num dado momento da história do processo que influencia o comportamento ao longo de cada sociedade”. do tempo. Por outro lado, o envelhecimento social deve ser entendido como um processo de mudanças de Idade biológica papéis sociais, no qual são esperados dos idosos com- portamentos que correspondam aos papéis deter- A idade biológica é definida pelas modificações minados para eles. Há papéis que são graduados por corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo idade e que são típicos desta parte da vida. Diferentes de desenvolvimento e caracterizam o processo de padrões de vestir e falar são esperados de pessoas em envelhecimento humano, que pode ser compreendido diferentes idades, e o status social varia de acordo com como um processo que se inicia antes do nascimento as diferenças e de acordo com a idade (Schroots & Birren, do indivíduo e se estende por toda a existência humana. 1990). As mudanças e as perdas fazem parte do enve- A experiência de envelhecimento e velhice pode lhecimento. A partir dos 40 anos, a estatura do indivíduo variar no tempo histórico de uma sociedade, pois o diminui cerca de um centímetro por década, princi- início dela é demarcado em cada época por critérios palmente devido à diminuição da altura vertebral oca- estabelecidos para agrupar categorias etárias (Neri & sionada pela redução da massa óssea e outras alterações Freire, 2000). “A sociedade não o faz com base em pura degenerativas da coluna vertebral. A pele fica mais fina invenção, mas como resposta a mudanças evolutivas e friável, menos elástica e com menos oleosidade. A compartilhadas pela maioria das pessoas dos vários visão também declina, principalmente para objetos grupos etários, seja em virtude de determinação bioló- próximos. A audição diminui ao longo dos anos, porém gica, seja em virtude de determinação histórica e social” normalmente não interfere no dia-a-dia. Com o envelhe- (p.14). A idade social corresponde, assim, aos comporta- cimento, o peso e o volume do encéfalo diminuem por mentos atribuídos aos papéis etários que a sociedade perda de neurônios, mas, apesar desta redução, as determina para os seus membros. Ela é composta por funções mentais permanecem preservadas até o final atributos que caracterizam as pessoas e que variam de da vida (Costa & Pereira, 2005). acordo com a cultura, o gênero, a classe social, o transcorrer das gerações e das condições de vida e de Idade social trabalho, sendo que as desigualdades destas condições levam a desigualdades no processo de envelhecer. A A idade social é definida pela obtenção de cultura tem um importante papel nesse aspecto, pois hábitos e status social pelo indivíduo para o preenchi- define como uma sociedade vê os idosos e o processo mento de muitos papéis sociais ou expectativas em de envelhecimento. Neri (2001a) afirma que a idade social relação às pessoas de sua idade, em sua cultura e em diz respeito à avaliação do grau de adequação de um R.H. SCHNEIDER & T.Q. IRIGARAY seu grupo social. Um indivíduo pode ser mais velho ou indivíduo ao desempenho dos papéis sociais e dos mais jovem dependendo de como ele se comporta comportamentos esperados para as pessoas da sua dentro de uma classificação esperada para sua idade idade em um dado momento da história de cada em uma sociedade ou cultura particular. A medida da sociedade. idade social é composta por performances individuais Socialmente, pode-se inferir que a pessoa é de papéis sociais e envolve características como tipo definida como idosa a partir do momento em que deixa de vestimenta, hábitos e linguagem, bem como respeito o mercado de trabalho, isto é, quando se aposenta e social por parte de outras pessoas em posição de deixa de ser economicamente ativa. A sociedade atribui liderança. Ela também se relaciona com as idades aos aposentados o rótulo de improdutivos e inativos. 590 cronológica e psicológica (Schroots & Birren, 1990). Para Com a aposentadoria, muitas vezes se percebe um Estudos de Psicologia I Campinas I 25(4) I 585-593 I outubro -.dezembro 2008 rompimento abrupto das relações sociais com outras algumas capacidades cognitivas como a rapidez de pessoas com as quais o indivíduo conviveu durante aprendizagem e a memória diminuem naturalmente muitos anos. Ocorre, ainda, uma redução salarial consi- com a idade. No entanto, essas perdas podem ser derável e a falta de atividades alternativas fora do compensadas por ganhos em sabedoria, conhecimento ambiente de trabalho. e experiência. Felizmente, na maioria das vezes, o declínio Pacheco (2005) considera a aposentadoria “um no funcionamento cognitivo é provocado pelo desuso rito de passagem para a velhice, ela acentua sua vin- (falta de prática), doenças (como depressão), fatores culação à terceira idade, numa sociedade de consumo comportamentais (como consumo de álcool e medica- na qual apenas o novo é cultuado como fonte da mentos), fatores psicológicos (por exemplo, falta de renovação, do desejo, da posse” (p. 65). Debert (1999) motivação, de confiança e baixas expectativas) e fatores possui outro entendimento à medida que não considera sociais (como a solidão e o isolamento), mais do que o a aposentadoria uma passagem para a velhice. Para envelhecimento em si (WHO, 2005). essa autora, a aposentadoria deixou de ser um momento Estudo realizado por Argimon e Stein (2005) reve- de descanso e recolhimento e tornou-se um período la que o envelhecimento em si não ocasiona mudanças de atividade e lazer. Mais uma vez, percebe-se o quanto significativas nas habilidades cognitivas: “os idosos, a velhice é uma experiência heterogênea e complexa, apesar da idade avançada, apresentaram um desenvol- pois para alguns a aposentadoria pode significar o vimento de habilidades cognitivas cujo declínio é de desengajamento da vida social e, para outros, o início intensidade leve, não sendo suficiente para acarretar de uma vida social prazerosa, composta por atividades mudanças significativas no seu padrão cognitivo” e lazer. (p. 71). Para essas autoras, um dos aspectos que poderia atuar como fator de proteção do declínio cognitivo é a Idade psicológica escolaridade, já que “os idosos que tinham mais escola- ridade conservaram um melhor resultado no período O conceito de idade psicológica pode ser usado de três anos em muitas funções cognitivas examinadas” em dois sentidos. Um se refere à relação que existe entre (p.70). Vê-se, também, que a senilidade não é um a idade cronológica e às capacidades psicológicas, tais componente normal do envelhecimento. Desta forma, como percepção, aprendizagem e memória, as quais o idoso não perde a capacidade de raciocínio e a idade prenunciam o potencial de funcionamento futuro do não leva ao declínio das funções intelectuais, uma vez indivíduo (Neri, 2005). que a presença de patologias, e não a idade em si, está envolvida na maior parte dos problemas que interferem Hoyer e Roodin (2003) definem a idade psico- nas habilidades cognitivas dos idosos. lógica como as habilidades adaptativas dos indivíduos para se adequarem às exigências do meio. As pessoas Outro conceito de idade psicológica tem relação se adaptam ao meio pelo uso de várias características com o senso subjetivo de idade. Este conceito depende psicológicas, como aprendizagem, memória, inteli- de como cada pessoa avalia a presença ou a ausência gência, controle emocional, estratégias de coping etc. de marcadores biológicos, sociais e psicológicos do ENVELHECIMENTO NA ATUALIDADE Há adultos que possuem tais características psicológicas envelhecimento com outras pessoas de sua idade (Neri, com graus maiores que outros e, por isso, são consi- 2005). O julgamento subjetivo, a estimação da duração derados “jovens psicologicamente”, e outros que de eventos ou a quantia de tempo decorrida compõem possuem tais traços em graus menores e são conside- este conceito de idade psicológica, que se correlaciona rados “velhos psicologicamente”. diretamente com a idade cronológica e o meio. Em parte, a caracterização do indivíduo como A idade psicológica pode também ser definida velho é dada quando ele começa a ter lapsos de me- pelos padrões de comportamento adquiridos e manti- mória, dificuldade de aprendizado e falhas de atenção, dos ao longo da vida e tem uma influência direta na orientação e concentração, comparativamente com forma como as pessoas envelhecem. O envelhecimento suas capacidades cognitivas anteriores. Sabe-se que é resultado de uma construção que o indivíduo fez mesmo durante o processo de envelhecimento normal, durante toda a vida. A auto-eficácia, que é a crença do 591 Estudos de Psicologia I Campinas I 25(4) I 585-593 I outubro - dezembro 2008 indivíduo na capacidade de exercer controle sobre a derar o envelhecimento como um fenômeno mais am- própria vida, está relacionada às escolhas pessoais de plo no qual outros fatores participam e podem contri- comportamento durante o processo de envelhecimento buir na variação das intempéries da passagem do tempo. e à preparação para a aposentadoria. Saber superar as Desta forma, biologicamente, os eventos ocorrem em adversidades determina o nível de adaptação a mudan- um período de tempo, mas não por causa dele. ças e a crises próprias do processo de envelhecimento O envelhecimento é um processo complexo e (WHO, 2005). “Homens e mulheres que se preparam para multifatorial. A variabilidade de cada pessoa (genética e a velhice e se adaptam a mudanças fazem um melhor ambiental) acaba impedindo o estabelecimento de ajuste em sua vida depois dos 60 anos” (p.27). parâmetros. Por isso, o uso somente do tempo (idade Estudos atuais sugerem que os idosos podem cronológica) como medida esconde um amplo conjunto apresentar uma imensa capacidade de se adaptar a de variáveis. A idade em si não determina o envelheci- novas situações e de pensar estratégias que sirvam como mento, ela é apenas um dos elementos presentes no fatores protetores. O conceito de resiliência, que pode processo de desenvolvimento, servindo como uma ser definido como a capacidade de recuperação e referência da passagem do tempo. manutenção do comportamento adaptativo mesmo Os termos criança, adolescente e adulto são quando ameaçado por um evento estressante, e o de usados na vida diária sem nenhum questionamento, plasticidade, caracterizado como o potencial para no entanto, o termo velho suscita desagrados, e algumas mudança, são vividos pelos idosos e constituem fatores pessoas até mesmo exigem que se deixe de usá-lo. indispensáveis para um envelhecimento bem-sucedido. Quando uma criança se torna adolescente, quando um Neri (2001a) define a idade psicológica como “a adolescente se torna adulto e quando um adulto de maneira como cada indivíduo avalia em si mesmo a torna idoso? Devido à falta de precisão entre o início e o presença ou a ausência de marcadores biológicos, fim de cada fase do desenvolvimento, estes são agru- sociais e psicológicos da idade, com base em mecanis- pamentos úteis, embora limitantes. mos de comparação social mediados por normas etárias” Na sociedade atual convive-se com diferentes (p.43). tempos: o tempo do indivíduo e o tempo social. As regras sociais determinam o tempo para ir à escola, começar uma carreira, casar, ter filhos, ter netos e se Considerações Finais aposentar. As pessoas procuram estar dentro do tempo social, sentindo-se mal quando estão atrasadas ou Dadas as diferentes dimensões de idade que adiantadas. O tempo social é imposto às crianças, compõem o processo de envelhecimento, pode-se adolescentes, adultos e idosos e é um modelo linear de desenvolver um perfil de idade compreensivo para desenvolvimento do qual não se pode fugir. Ele define qualquer indivíduo. Por exemplo, uma mulher de 70 também em que momento as pessoas são consideradas anos pode ter uma boa saúde (idade biológica), mas ter velhas. Desta forma, a velhice é uma construção social e problemas de atenção (idade psicológica). Essa mesma cultural, sustentada pelo preconceito de uma sociedade mulher pode se considerar uma excelente professora R.H. SCHNEIDER & T.Q. IRIGARAY que quer viver muito, mas não quer envelhecer. de línguas, mais do que uma avó. As medidas de idade cronológica, biológica, psicológica e social são rele- O uso de inúmeros termos e expressões para se vantes e importantes para a compreensão do processo referir às pessoas mais velhas e à velhice revela a exis- de envelhecimento, mas não para a sua determinação, tência de preconceitos sociais por parte da sociedade e pois a velhice é apenas uma fase da vida, como todas as do próprio indivíduo que envelhece. Ao longo das outras, e não existem marcadores do seu começo e do últimas décadas, cada vez mais os indivíduos envelhe- seu fim. cem, mas não querem parecer velhos, pois na sociedade Quando se leva em consideração somente a brasileira o idoso carece de maior valorização. idade cronológica, está-se falando apenas da passagem Como o Brasil não é mais um país de jovens, 592 do tempo sob o aspecto numérico, ao invés de consi- mas sim um país que está envelhecendo, com mais de Estudos de Psicologia I Campinas I 25(4) I 585-593 I outubro -.dezembro 2008 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, estima-se Debert, G. G. (1999). A reinvenção da velhice: socialização e processos de reprivatização do envelhecimento. São Paulo: que a maior valorização do idoso possa se concretizar Universidade de São Paulo/Fapesp. em um futuro próximo, no qual a tendência seria rever Estatuto do Idoso: (2003). Lei n°10.741, de 1 de outubro de os estereótipos associados à velhice. A visão do envelhe- 2003. Dispõe sobre o estatudo do idoso e das outras cimento como sinônimo de doença e perdas evoluiria providências. Brasília: Senado Federal. para a concepção de que esta fase do ciclo vital é um Ferreira, A. B. H. (2000). Miniaurélio século XXI escolar: o momento propício para novas conquistas e para a minidicionário da Língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. continuidade do desenvolvimento e produção social, cognitiva e cultural. As experiências e os saberes acumu- Gibson, H. B. (2000). It keeps us young. Ageing and Society, 20 (6), 773-339. lados ao longo da vida seriam vistos como ganhos que Helman, C. G. (2005). Cultural aspects of time and ageing: podem ser otimizados e utilizados em prol do próprio time is not the same in every culture and every indivíduo e da sociedade. Dentro desta perspectiva, a circumstance; our views of ageing also differ [Special velhice passaria a ser considerada uma fase boa da vida, Issue]. European Molecular Biology Organization, 6 (S1), S54-S58. não rotulada apenas pelas perdas, mas também re- conhecida pelos ganhos e pela administração das trans- Hoyer, W. J., & Roodin, P. A. (2003). Adult development and aging. New York: The McGraw-Hill. formações, cabendo ao idoso potencializar os próprios Jones, R. L. (2006). ‘Older people’ talking as if they are not recursos e atuar na autoconstrução da subjetividade e older people: positioning theory as an explanation. da identidade. Journal of Aging Studies, 20 (1), 79-91. Quais serão os efeitos culturais e sociais do Neri, A. L. (2001a). O fruto dá sementes: processos de número crescente de pessoas idosas na população? As amadurecimento e envelhecimento. In A. L. Neri (Org.), Maturidade e velhice: trajetórias individuais e socioculturais pessoas idosas serão consideradas por suas famílias e (pp.11-52). Campinas: Papirus. comunidades como pessoas respeitáveis ou como Neri, A. L. (2005). Palavras-chave em gerontologia. Campinas: pessoas não produtivas? Alínea. Neri, A. L., & Freire, S. A. (Orgs.). (2000). E por falar em boa velhice. Campinas: Papirus. Referências Pacheco, J. L. (2005). Sobre a aposentadoria e envelhe- cimento. In J. L. Pacheco, J. L. M. Sá, L. Py & S. N. Goldman Andrews, M. (1999). The seductiveness of agelessness. Ageing (Orgs.), Tempo rio que arrebata (pp.59-73). Holambra: and Society, 19 (3), 301-318. Setembro. Andrews, M. (2000). Ageful ans proud. Ageing and Society, Papalia, D. E., Olds, S. W., & Feldman, R. D. (2006). Desenvolvi- 20 (6), 791-795. mento humano. Porto Alegre: Artmed. Araújo, L. F., & Carvalho, V. A. M. L. (2005). Aspectos Prado, S. D. (2002). O curso da vida, o envelhecimento sócio-históricos e psicológicos da velhice. Revista de humano e o futuro. Textos Envelhecimento, 4 (8), 1-12. Humanidades, 6 (3), 1-9. San Martín, H., & Pastor, V. (1996). La epidemiologia de la vejez. Argimon, I. L., & Stein, L. M. (2005). Habilidades cognitivas Rio de Janeiro: Atheneu. em indivíduos muito idosos: um estudo longitudinal. Cadernos de Saúde Pública, 21 (1), 64-72. Schroots, J. J., & Birren, J. E. (1990). Concepts of Time and Aging in Science. In I. Birren, J. E. II. Schaie & K. Warner Bee, H. (1997). O ciclo vital. Porto Alegre: Artes Médicas. (Orgs.), Handbook of the Psychology of Aging (pp.45-64). ENVELHECIMENTO NA ATUALIDADE Berger, K. S. (1994). The developing person through the life London: Academic Press. span. New York: Worth Publishers. Uchôa, E. (2003). Contribuições da antropologia para uma Bytheway, B. (1995). Agism. Buckingham: Open University abordagem das questões relativas à saúde do idoso. Press. Cadernos de Saúde Pública, 19 (3), 849-853. Bytheway, B. (2000). Youthfulness and agelessness: a World Health Organization. (2005). Envelhecimento ativo: comment. Ageing and Society, 20 (6), 781-789. uma política de saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde. Costa, E. F. A., & Pereira, S. R. M. (2005). Meu corpo está mudando o que fazer? In J. L. Pacheco, J. L. M. Sá, L. Py & S. N. Goldman (Orgs.), Tempo rio que arrebata (pp.13-25). Recebido em: 12/9/2006 Holambra: Setembro. Aprovado em: 9/11/2006 593 Estudos de Psicologia I Campinas I 25(4) I 585-593 I outubro - dezembro 2008

Use Quizgecko on...
Browser
Browser