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This document is an introduction to sexology. It includes some scientific programs and topics related to group work for evaluation in sexology. It also includes basic concepts of sex and gender and some bibliographic references for further study.

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🌦️ Introdução à Sexologia https://www.dropbox.com/scl/fo/2fw18udpgeggm2uomfqsz/h?rlkey=85d kv0oeju7y5qlzs4bxdee3l&e=2&dl=0 Alguns Programas Científicos KU Leuven (Belgium) – Master Program Minnesota Univ...

🌦️ Introdução à Sexologia https://www.dropbox.com/scl/fo/2fw18udpgeggm2uomfqsz/h?rlkey=85d kv0oeju7y5qlzs4bxdee3l&e=2&dl=0 Alguns Programas Científicos KU Leuven (Belgium) – Master Program Minnesota University (USA) – Master Program Kinsey Institute (USA) – PhD Minor Indiana U Master in Sexology at University of Porto PhD in Human Sexuality at University of Porto Clinical Training in Sex Therapy - Sociedade Portuguesa de Sexologia (primeira aula não foi lecionada) Aula 1 Avaliação → Avaliação distribuída sem exame final: 1. Teste individual (60%) → 20 de novembro 2. Trabalho em grupo (40%) → 27 de dezembro (moodle) Critérios: Nota mínima 9,5 valores no teste individual Nota mínima 9,5 valores no trabalho em grupo Nota final ponderada mínima 9,5 valores Introdução à Sexologia 1 Temas exemplo para Trabalho em Grupo Sexualidade e envelhecimento Imagem corporal e bem-estar sexual Oncologia/ doenças crónicas/ VIH/SIDA e sexualidade Sexualidade na meia-idade (andropausa/menopausa) Erotismo, pornografia e comportamento/satisfação sexual Diversidade sexual (orientações/identidades sexuais) Diversidade de género (identidades e expressões de género) Diversidade relacional (não monogamias consensuais, poliamor) Resumindo Teste individual sobre primeiros três módulos: A. Perspetiva histórica da ciência do sexo B. Modelos teóricos de resposta sexual C. Determinantes psicológicos da resposta e funcionamento sexual Trabalho em grupo sobre o último módulo: D. Sexualidade e diversidade relacional, sexual e de género Pontos extra se o trabalho em grupo integrar perspetivas teóricas dos primeiros módulos. Bibliografia essencial Macedo, A. (2018). Identidade de género e orientação sexual na prática clínica. Edições Sílabo Nobre P. J. (2006). Disfunções Sexuais: Teoria, investigação e tratamento. Climepsi Pascoal, P. M. (Ed.) (2023). Intervenção Psicológica em Sexologia Clínica. Pactor Introdução à Sexologia 2 Aboim, S. (2013). A sexualidade dos Portugueses. Fundação Francisco Manuel dos Santos Bancroft, J.; Bancroft, J. (2008). Human sexuality and its problems. Churchill Livingstone. Bullough, V.; Bullough, V. (1994). Science in the Bedroom: A history of sex research. Basic Books Carvalheira, A. A. (2018). Em defesa do erotismo. Desassossego Ferreira, P. M., & Cabral, M. V. (Eds.) (2010). Sexualidades em Portugal: Comportamentos e riscos. Bizâncio Fonseca, L., Soares, C., & Vaz, M., Fonseca, L., Soares, C., & Vaz, M. (2003), A sexologia: Perspectiva multidisciplinar. Quarteto Editora. Lehmiller, J. J. (2018). The psychology of human sexuality. Wiley Blackwell Nodin, N. (2002). A sexualidade de A a Z. Bertrand Peterson, Z. D. (Ed.) (2017). The Wiley handbook of sex therapy. Wiley Blackwell Richards, C., & Basker, M. J. (Eds.) (2015). The Palgrave handbook of the psychology of sexuality and gender. Palgrave Macmillan Conceitos e definições Sexo Refere-se ao estatuto biológico e é tipicamente categorizado como macho/masculino, fêmea/feminino, ou intersexo. Diferentes níveis do sexo: Cromossomático Gonádico Hormonal Órgãos reprodutores interno Genitália externa Sexo atribuído ao nascimento Género social Introdução à Sexologia 3 Género Refere-se às atitudes, sentimentos, comportamentos que a cultura associa (e atribui) ao sexo biológico de uma pessoa. Três importantes “níveis” de género: Género socialmente atribuído Expressão de género Identidade de género Expressão de género Refere-se à apresentação individual - incluindo aparência física, escolha de vestuário - e comportamento individual. Dois níveis de expressão de género: Agida/Desempenhada → ativamente “performada” pelo indivíduo para passar uma imagem de género Percebida → a imagem percebida pelo exterior Identidade de género Refere-se ao próprio sentido/autodefinição enquanto homem, mulher, ou qualquer outra identidade. Algumas identidades de género: Homem Mulher Não-binário Transgénero … (incluindo combinações) Não conformidade de género Comportamentos ou atitudes que são, ou que são percebidas como sendo, incompatíveis com as expectativas de género. Introdução à Sexologia 4 Transgenderismo Refere-se a pessoas que podem identificar-se como sendo dos dois géneros, como não sendo de nenhum, ou como sendo de género diferente ao que socialmente é atribuído ao seu sexo biológico. Pode sê-lo com base nos sentimentos em relação a si, pode apresentar um género ambíguo na perceção de outras pessoas, ou pode mudar o seu sexo e/ou género de forma definitiva. Transexualidade (definição desatualizada!) Refere-se a pessoas dentro do espectro do transgenderismo, associado ao desejo de reatribuição de sexo/género através de intervenções cirúrgicas e/ou hormonais. Disforia de género Desconforto ou sofrimento associado à incongruência entre a identidade de género e o sexo e/ou género atribuídos à nascença. Cisgenderismo Refere-se às pessoas cujo género, sexo biológico e identidade de género confluem. Refere-se a pessoas que se identificam dentro de uma lógica binária (homem- mulher). Intersexualidade Inclui uma variedade de condições que levam a um desenvolvimento atípico das características físicas sexuais. Estas condições podem envolver anormalidades nos genitais externos, órgãos reprodutores internos, sexo cromossomático, ou hormonas sexuais. Assexualidade Introdução à Sexologia 5 Pessoas que experimentam pouca ou nenhuma atração sexual por outras pessoas de qualquer género. As pessoas assexuais podem também identificar- se com outras identidades que expressam uma orientação romântico-sexual. Algumas pessoas podem experienciar atração romântica de um ou de diferentes géneros, e algumas podem envolver-se em atividade sexual individual ou com parceiro/a(s). Dentro de espectro da assexualidade, existem outras identidades como: Pessoas arromânticas Pessoas demissexuais Orientação sexual Padrão predominante de fantasias, desejos e/ou comportamentos sexuais/românticos num período específico da vida de uma pessoa. Pode variar em determinadas alturas, com mudanças de circunstâncias ou experiências, ou pode manter-se por longas períodos de tempo. Algumas orientações sexuais: Homossexual (gay/lésbica) Heterossexual Bissexual Monossexual vs. Plurissexual Outras combinações e/ou definições fora do binarismo… Orientações sexuais não binárias: Androssexual Refere-se a atração sexual e/ou romântica por machos, homens, ou masculinidade. Inclui atrações por pessoas que se identifiquem como homens, machos, ou masculinos, independentemente da biologia, anatomia ou sexo/género atribuído à nascença. Ginossexual Refere-se a atração sexual e/ou romântica por fêmeas, mulheres, ou feminilidade. Inclui atrações por pessoas que se identifiquem como Introdução à Sexologia 6 mulheres, fêmeas, ou femininas, independentemente da biologia, anatomia ou sexo/género atribuído à nascença. Androginossexual Androginessexualidade, androginossexualidade ou ginandrossexualidade é uma identidade sexual (orientação sexual) que se caracteriza pela atração sexual por (1) mulheres e homens simultaneamente, (2) OU por pessoas de aparência andrógina de qualquer género, (3) por pessoas trans não- binárias de género andrógeno ou (4) por aspectos femininos e masculinos em certas pessoas. Pansexual / Polissexual Refere-se a pessoas que experienciam atração sexual e/ou romântica por qualquer pessoas, independentemente do seu sexo,género, ou sexualidade/orientação sexual. Skoliossexual Refere-se a pessoas que experienciam atração sexual e/ou romântica por pessoas com identidades de género não cisgénero, nomeadamente, pessoas não binárias, queer ou trans. Identidade sexual Autoidentificação individual com base nas relações entre o sexo biológico, o género, a expressão e identidade de género, sexualidade e orientação sexual. Aula 2 Sexologia e Sexualidade Sexualidade A capacidade de obter prazer através de várias formas de atividade e comportamento sexual. Inclui todos os aspetos de comportamento sexual, incluindo identidade de género, identidade sexual, orientações, atividades, e atitudes sexuais. Sexologia Introdução à Sexologia 7 Estudo da sexualidade, em particular em seres humanos, incluindo a anatomia, fisiologia, e psicologia da atividade sexual e reprodutiva. Comportamento sexual Engloba não só práticas físicas, mas também atitudes, experiências, desejos, preferências e uma variedade de fenómenos psicológicos e sociais, incluindo atos relacionados com reprodução mas também com satisfação sexual sem conceção. O comportamento sexual é condicionado pela cultura, mas também pela experiência individual e pela observação. O comportamento sexual pode acontecer com parceiro/a(s) (ex: sexo penetrativo) ou de forma individual (ex: masturbação). Alguns comportamentos sexuais podem não envolver qualquer estimulação direta do corpo (ex: fantasias eróticas, visualização de pornografia). World Health Organization (WHO) Sexualidade “Um aspeto central da pessoa humana ao longo da vida que engloba sexo, identidades e papéis de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. A sexualidade é vivenciada e expressa em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionamentos. Embora a sexualidade possa incluir todas estas dimensões, nem todas elas são sempre vivenciadas ou expressas. A sexualidade é influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, jurídicos, históricos, religiosos e espirituais.” (WHO, 2006) Saúde sexual Introdução à Sexologia 8 “Um estado físico, emocional, mental e social de bem-estar relacionado com a sexualidade, não meramente a ausência de doença, disfunção ou enfermidade. A saúde sexual requer uma abordagem positiva e respeitosa para com a sexualidade e relacionamentos sexuais, bem como a possibilidade de ter experiências sexuais prazerosas e seguras, livres de coerção, discriminação ou violência. Para que exista e se mantenha a saúde sexual, os direitos sexuais de todas as pessoas devem ser respeitados, protegidos e realizados” (WHO, 2006; Almeida et al., 2023) Tópicos associados à saúde sexual são abrangentes, incluindo: Orientação sexual, identidade e expressão de género, relações, e prazer; Condições como: ISTs, VIH, gravidez e aborto, disfunções/perturbações sexuais, violência sexual, abuso sexual, práticas danosas (ex: mutilação genital feminina). Direitos Sexuais O cumprimento da saúde sexual está vinculado à medida em que os direitos humanos são respeitados, protegidos e cumpridos, já reconhecidos nacional e internacionalmente. Incluindo: Direito à igualdade e à não discriminação Direito de não sujeição a tortura ou a tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes Direito à privacidade Direito ao mais alto padrão possível de saúde (incluindo saúde sexual) e segurança social Direito de casar e de constituir família e de contrair casamento com consentimento livre e, e à igualdade na dissolução do casamento Direito de decidir o número de e espaçamento entre filhos Direito à informação e à educação Introdução à Sexologia 9 Direito à liberdade de opinião e expressão Direito a um recurso efetivo para as violações dos direitos fundamentais → Em 1975 a OMS publica o relatório “Education and treatment in Human Sexuality: the training of health professionals”. O relatório recomenda, entre outras coisas, que a sexologia se torne uma disciplina autónoma na educação e treino dos profissionais de saúde. The World Association for Sexual Health Da Sexologia à Saúde Sexual e Direitos e Justiça Sexual O que era? Organização multidisciplinar fundada em 1978 Maior organização internacional, representando mais de 70 organizações e milhares de profissionais de diversas disciplinas. Declaração de Missão A WAS promove a saúde sexual ao longo do ciclo de vida da pessoa humana em todo o mundo, através do desenvolvimento, promoção e suporte da saúde sexual e direitos sexuais para todas as pessoas. WAS 2024: Nova declaração dos direitos sexuais Nova declaração do prazer sexual https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/19317611.2021.2023718 Introdução à Sexologia 10 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6951372/ Declaração dos Direitos Sexuais (WAS, 2014) https://worldsexualhealth.net/resources/declarationof-sexual-rights/ Declaração do Prazer Sexual (WAS, 2019) https://worldsexualhealth.net/?page_id=3539 Dia Internacional da Saúde Sexual – 4 de Setembro (desde 2010) Dia Nacional da Saúde Sexual – 4 de Setembro (desde 2021) https://www.cig.gov.pt/2021/09/4-setembro-dianacional-da-saude-sexual/ Outros Recursos – Sociedades Científicas International Academy of Sex Research (IASR) https://www.iasrsite.org/ Introdução à Sexologia 11 The International Academy of Sex Research is a scientific society whose objectives are to promote high standards of research in the area of sexual behavior, promoting communication between academics involved in this area of research. The IASR promotes the dissemination of research through its annual meeting and the publication of the journal Archives of Sexual Behavior. European Federation of Sexology (EFS) https://europeansexology.com/ The European Federation of Sexology promotes excellent and ethical practice in education, knowledge and skills to celebrate sexual health, intimacy and diversity with compassion, free from prejudice and violence. It is responsible for the Sexologies journal. Society for the Scientific Study of Sexuality (SSSS) https://www.sexscience.org/ The Society for the Scientific Study of Sexuality is dedicated to promoting knowledge about sexuality and communicating science- based sexuality research to professionals, policy makers and the general public. SSSS fosters a worldwide community of professionals from diverse disciplines committed to an academic and scientific approach to acquiring and disseminating rigorous knowledge about sexuality. “As a Society, we believe that freedom of inquiry is essential to promoting human well-being and reducing ignorance and prejudice about sexuality.” International Society for Sexual Medicine https://www.issm.info/ “Every human being has the right to a healthy and satisfactory sexual life” To be the most respected and trusted source of information, education and professional development on human sexual health through world- class publications, research findings, online and inperson opportunities for knowledge exchange, worldwide. Introdução à Sexologia 12 International Society for the Study of Women’s Sexual Health https://www.isswsh.org/ The International Society for the Study of Women’s Sexual Health is a multidisciplinary, academic and scientific organization with the following purposes: To create opportunities for communication between academics, researchers and professionals about sexual function and women's sexual experience; To support the highest standards of ethics and professionalism in research, education and clinical practice of female sexuality; To provide the public with accurate information about women's sexuality and sexual health. Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica (SPSC) https://spsc.pt/ A Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica is a scientific organization dedicated since 1985 (date of its creation) to the promotion and implementation of sexual health and rights in Portugal. A SPSC offers three specializations in the area of Sexology, which are structured cumulatively and culminate in Level 3, which corresponds to the specializations in Clinical Sexology / Sexual Therapy. International Academy of LGBT+ Psychology The International Academy of LGBT+ Psychology began to take shape in 2013 with the organization of the 1st International Conference on LGBT Psychology and Related Fields in Lisbon. This was followed by the 2nd International Conference on LGBT Psychology in 2016 in Rio de Janeiro and the 3rd again in Lisbon in 2022. The Academy's mission, in addition to organizing conferences, is to give visibility and establish LGBT+ psychology as a unique and viable scientific area, contributing to a sustainable civic and social development that respects sexual and gender diversity. Its main areas of promotion/intervention are: (1) community and clinical services, (2) research, and (3) education. Introdução à Sexologia 13 Algumas Publicações Importantes Sexologia Journal of Sexual Medicine Sexual Medicine Open Access Archives of Sexual Behavior Journal of Sex Research International Journal of Sexual Health Sexologies Journal of Sex and Marital Therapy Annual Review of Sex Research Sexual and Relationship Therapy Sexual Health Sexualidade Sexuality Research and Social Policy Culture, Health and Sexuality Psychology and Sexuality Psychology of Sexual Orientation and Gender Diversity Sex Roles Sexuality and Culture LGBT Health Journal of Homosexuality Journal of Bisexuality Journal of Lesbian Studies Sexualities International Journal of Transgender Health Introdução à Sexologia 14 Transgender Health LINKS DE INTERESSE Kinsey Institute http://www.kinseyinstitute.org/ Archives for Sexology http://www.sexarchive.info/ SexLab Network (UP) https://sexlab.fpce.up.pt/ Programa Doutoral em Sexualidade Humana (UP) https://www.fpce.up.pt/pdsh/index.html Aula 3 A História da Sexologia Richard von Krafft-Ebing (1840 – 1902) Médico psiquiatra alemão e diretor da Clínica Psiquiátrica da Universidade de Viena. Publicou "Psychopathia sexualis“ (1886), uma coleção de histórias clínicas documentando práticas sexuais estranhas e pouco usuais. Krafft-Ebing propunha que estas manifestações seriam sintomas de certas “doenças sexuais da mente”. O único propósito do desejo sexual é a procriação, pelo que qualquer forma de sexo recreativo seria uma perversão. Propõe 4 categorias de “Cerebral Neuroses”: Paradoxia: desejo sexual na altura errada da vida Introdução à Sexologia 15 Anesthesia: desejo sexual insuficiente Hyperesthesia: desejo sexual excessivo Paraesthesia: desejo sexual mal direcionado (ex: homo/bissexualidade, fetichismo sexual, sadismo, masoquismo, e pedofilia) Krafft-Ebing descreveu os malefícios da masturbação (bloqueava a inclinação erótica heterossexual), a homossexualidade como uma degeneração, a descrição do masoquismo e de inúmeros fetiches que envolviam o uso de objetos nos rituais masturbatórios. Introduziu o conceito de "sadismo" (baseado na vida de Marquês de Sade) e "masoquismo" (baseado no escritor Leopold von Sacher-Masoch). Em suma, Práticas sexuais estranhas ou pouco usuais eram sintomas de “doenças sexuais da mente” Qualquer forma de sexo recreativo é perversão, o único propósito deve ser a procriação Cerebral Neuroses e as suas 4 categorias Malefícios da masturbação Homossexualidade como degeneração Introduziu os conceitos sadismo e masoquismo Iwan Bloch (1872 - 1922) Iwan Bloch foi um dermatologista, psiquiatra e psicanalista alemão. Considerado o “pai da sexologia”, foi o primeiro a propor o conceito de Ciência da Sexualidade (Sexualwissenschaft–sexologia) em 1906. Formalizou a disciplina de Sexologia, integrando aspetos socioculturais e antropológicos nas teorias médicas e biológicas da sexualidade. Co-editou a revista Journal for Sexology e escreveu: "Comprehensive Handbook of Sexology” e "Prostitution“ entre 150 publicações. Introdução à Sexologia 16 Defendia os direitos das mulheres e a descriminalização da prostituição, do aborto e da homossexualidade. Havelock Ellis (1859 - 1939) Médico Inglês, dedicou a sua vida ao estudo científico da sexualidade. A sua obra mais controversa: “Sexual Inversion” foi banida por advogar tolerância para com os homossexuais. Ellis participou, juntamente com Magnus Hirshfeld e Iwan Bloch na promoção da Sexologia no início do Século XX. Tal como Bloch, Ellis defendia os direitos das mulheres no acesso ao controlo da reprodução. Ellis fica também ligado ao estudo da masturbação, contribuindo para a sua normalização enquanto experiência sexual. Publicou Studies in the Psychology of Sex. Magnus Hirshfelf (1868 – 1935) Médico e sexólogo alemão, considerado o "Einstein do Sexo“, foi talvez o mais importante pioneiro da sexologia e trabalhou com Iwan Bloch. Em 1908 publicou o primeiro Journal for Sexology. Abre o primeiro Institute for Sexology em 1919 e em 1921 organiza o 1º congresso internacional de sexologia. Um dos primeiros no mundo a realizar cirurgias de alteração de sexo (hoje, afirmação de género). Propunha que a homossexualidade era como uma mistura entre dois géneros. Magnus Hirshfeld foi o pensador mais radical da sua época. Sendo judeu, gay e socialista foi perseguido por Hitler, destruíram o seu instituto e queimaram os seus livros e documentos, e finalmente fugiu para França. Introdução à Sexologia 17 “The great vanquisher (conqueror) of all prejudice is not humanity, but science” Sigmund Freud (1856 - 1939) Neurologista, psiquiatra e psicanalista austríaco. Freud originalmente propôs o abuso sexual na infância como uma explicação geral para a origem das neuroses. Para Freud a sexualidade foi mais um meio do que um fim em si mesmo. Freud utiliza o termo “libido” para designar a forma motivacional primitiva da personalidade que exprime a sexualidade e a agressividade. Apesar de advogar a importância da energia sexual (líbido), propõe a necessidade de mecanismos de defesa com vista à orientação dessa energia para fins socialmente aceites (sublimação - substituir a meta sexual originária por outra não sexual, porém psiquicamente a ela atrelada). Wilhelm Reich (1897 - 1958) Psiquiatra, psicanalista e sexólogo austríaco. Uma das figuras mais radicais da psiquiatria. Publicou diversas obras, entre as quais “A função do orgasmo” em 1927. No seu trabalho sobre o orgasmo, Wilhelm defendia que o orgasmo era a descarga da pulsão libidinal, e que a saúde física e sexual dependia da potência orgástica, introduzindo também questões associadas ao afeto no prazer sexual. É tratado de forma condescendente por Freud e outros importantes psicanalistas que o acusam de simplificar as questões da psique. Crítico da repressão sexual da época, publica outras obras como The Imposition of Sexual Morality em 1932 e The Sexual Revolution em 1936. António Egas Moniz (1874 - 1955) Introdução à Sexologia 18 Egas Moniz foi professor de neurologia na faculdade de Medicina de Lisboa e foi mais conhecido pelas suas atividades nesse campo (tendo, inclusive, ganho o prémio Nobel pelos seus avanços na área da lobotomia). No entanto, publicou na década de 1910 “A Vida Sexual - Physiologia e Pathologia” (1913). O livro, em dois volumes, consistia de um tratado sobre a função sexual e sobre todas as formas degenerativas de sexualidade, ou patológicas. A terapêutica de “A Vida Sexual” pode condensar-se nestas três indicações: 1º. Combater o onanismo (masturbação) assim como outros elementos nocivos da vida sexual; 2º. Suprimir o estado neurasténico (transtorno psicológico resultado do enfraquecimento do sistema nervoso central, culminando na debilidade física e mental) sexual ou geral produzido pelas condições anti-higiénicas da vida sexual; 3º. Combater, por tratamento psíquico apropriado, os sentimentos e as impulsões homossexuais e desenvolver o desejo heterossexual… “Há vários casos de cura comprovativos da excelência dos processos que devem ser empregados e que enunciei, mas nenhum tem alcançado tanto sucesso como a hipnose… E concluiremos este capítulo com estas consoladoras palavras: a homossexualidade trata-se e cura-se.” Alfred Kinsey (1894 - 1956) Kinsey e seus colaboradores desenvolveram um estudo que fez um mapeamento da sexualidade e experiências sexuais de mais de 11,000 norte-americanos. Um dos primeiros e mais famosos sexólogos americanos. Fundou o Institute for Sex Research, Indiana University, agora Kinsey Institute for Research in Sex, Gender, and Reproduction. Kinsey e seus colaboradores entrevistavam os sujeitos em profundidade com entre 350 e 500 perguntas , em entrevistas que demoravam duas horas. Os temas abrangidos iam Introdução à Sexologia 19 desde a idade em que apareceram os pelos púbicos até à frequência do contacto sexual com animais. A amostra era muito variada, desde estudantes e membros de residências estudantis, passando por pacientes, prostitutas e prostitutos, até presidiários e grupos eclesiásticos. Percorreu todo o país (EUA) e, graças à técnica de «bola de neve» chegou a pessoas da comunidade homossexual. No entanto estas amostragens não se revelaram totalmente representativas da população em geral. Por exemplo, Kinsey cingiu-se a pessoas caucasianas. A publicação de “O Comportamento Sexual do Homem” foi verdadeiramente explosiva, com mais de duzentos mil exemplares vendidos após dois meses de publicação. Apesar disso, estava-se na presença de um livro sobre sexo muito pouco erótico: estava cheio de referências estatísticas, gráficos e esquemas. Mas muitas das estatísticas deixaram todos boquiabertos: de 27 a 37% dos homens casados admitiam ter relações extramatrimoniais; 90% dos homens masturbavam-se; 60% tinham contacto oral-genital. No entanto, os dados mesmo surpreendentes foram os relacionados com a homossexualidade: 37% dos homens entrevistados disse ter tido pelo menos uma vez na vida uma relação homossexual com ejaculação/orgasmo. A taxa atingia os 50% em homens solteiros com menos de 35 anos. Mais ou menos 10% eram exclusivamente homossexuais durante, pelo menos, 3 anos , entre os 16 e os 55 anos de idade. Os Movimentos Sociais Introdução à Sexologia 20 As décadas dos movimentos sociais (1960’s-1970’s) Revolução / Libertação sexual Movimento feminista Movimento gay Revolução / Libertação sexual Contraria as normas tradicionais quanto ao género e sexualidade, normalizando a vivência da sexualidade, expressão de corpo e o comportamento sexual fora do casamento. Movimento feminista Reivindica a ocupação do espaço público pela mulher através de controlo do próprio corpo - pílula, aborto, etc. Movimento gay Reivindica o direito à existência legal e à ocupação do espaço público e de vivência relacional e sexual. Bases Históricas e Conquistas A partir das décadas de 1960/1970, alinham-se diversos movimentos sociais que concretizam as propostas das várias figuras mais relevantes na construção da ciência do sexo: A oposição à moralidade sexual e repressão sexual; A reivindicação e acesso da mulher ao controlo da sua capacidade reprodutiva (contracetivos) e afirmação no espaço público; A reivindicação da vivência de uma sexualidade livre e de afirmação do corpo como fonte de prazer sexual ; Introdução à Sexologia 21 A evidência empírica da vivência da sexualidade para além da reprodução (ex: Kinsey); A forte oposição à patologização da homossexualidade e da criminalização dos comportamentos homossexuais (leis sodomização) Gerando-se assim, uma nova fase na Sexologia. Uma nova fase que já inclui mulheres! William Masters (1915 - 2001) e Virginia Johnson (1925 - 2013) Masters era ginecologista e Johnson assistente de investigação, ambos americanos. Foram pioneiros no estudo da Resposta Sexual e no diagnóstico e tratamento de disfunções sexuais. Fundaram o primeiro SexLab em 1964 (St. Louis, USA) Para os seus estudos recolheram dados sobre a fisiologia da resposta sexual humana em mais de 300 casais e por mais de uma década. Publicaram em 1966 "Human Sexual Response - the sexual response cycle” e em 1970 "Human Sexual Inadequacy - principles of sexual therapy” A abordagem à terapêutica sexual é de base comportamentalista e de aprendizagem. Helen Kaplan (1929 - 1995) Helen Kaplan foi uma das primeiras, senão a primeira, reputada sexóloga. Foi investigadora e terapeuta sexual de formação psicanalista que constitui um referencial histórico da sexologia moderna. Na linha de Masters e Johnson, Kaplan desenvolveu estudos sobre o ciclo de resposta sexual, chamando a atenção para a importância do Desejo como componente motivacional da sexualidade. Publica em 1974: “The new Sex Therapy” e em 1979 “The Sexual Desire Disorders”. John Gagnon (1931-2016) Introdução à Sexologia 22 Gagnon foi um dos primeiros sociólogos da sexualidade humana. Iniciou a sua carreira no Institute for Sex Research (Kinsey Institute). O seu principal contributo foi o desenvolvimento de uma abordagem sociológica à sexualidade e ao comportamento sexual. Juntamente com William Simon produziu a obra fundacional “Sexual Conduct: The Social Sources of Human Sexuality" em 1973. Desenvolveu a teoria de Sexual Scripts → diretrizes que determinam/condicionam o comportamento sexual adequado, e são informados por três dimensões: (1) culturais, (2) interpessoais, e (3) intrapsíquicas. A utilização da sua teoria foi fundamental para informar e modelar estratégias de prevenção à transmissão do VIH no surgimento da pandemia. → Foi o primeiro a estabelecer uma linha de investigação na área da homossexualidade, nomeadamente no domínio social e político, no Kinsey Institute. Richard Green (1936 - 2019) Richard Green foi um psiquiatra e sexologista, mais conhecido pela sua investigação sobre as causas da homossexualidade e da transexualidade. O seu trabalho foi marcado por modelos positivistas e exclusivamente comportamentalistas com crianças com marcado desejo de “mudança de género” e com pessoas adultas transsexuais. Segundo Green, o não conformismo de género / comportamentos cross- gender na infância eram os principais indicadores de pessoas adultas (homens) homossexuais e pessoas trans (homens-trans). Estes comportamentos deveriam ser “tratados” desde cedo e punidos pelos pais com reforço de comportamentos de género estereotipados. Publicou a obra “The Sissy Boy Syndrome and the Development of Homosexuality”. As principais críticas apontadas a Green foram o seu discurso patologizante da homossexualidade e da transsexualidade, dizendo que Introdução à Sexologia 23 deviam ser evitadas. Do ponto de vista científico, na sua obra há uma confusão entre conceitos como orientação sexual, expressão de género e identidade de género. Contudo, foi um dos defensores da retirada da homossexualidade do DSM-II-R em 1974 e um dos responsáveis pela introdução do termo “perturbação da identidade de género” no DSM-III em 1980. Foi um dos primeiros sexólogos a investigar a identidade de género, criando uma das primeiras clínicas no Reino Unido “Gender Identity Clinic” Contributos fundamentais: Editor fundador da Archives of Sexual Behavior Presidente fundador da IASR (International Academy of Sex Research) Um dos fundadores da Harry Benjamin International Gender Dysphoria Association John Money (1921 - 2006) John Money foi um psicólogo e sexólogo e um dos primeiros responsáveis pela introdução de conceitos como “identidade de género”, “papel de género”, “orientação sexual” nos anos 1950 e 1960. Estabeleceu a Clínica de Identidade de Género em Johns Hopkins e esteve envolvido nas primeiras cirurgias médicas de afirmação de género (redesignação sexual), as quais defendia fervorosamente como necessárias para pessoas trans (mas também para bebés intersexo) Foi um dos grandes sexólogos norte-americanos do século XX por ter desenvolvido a Teoria de Desenvolvimento Sexual, trazendo para o centro da questão as influências socioculturais e psicológicas para a construção do “sexo” – ou seja, género. Identificou os diferentes níveis do sexo: cromossomático, gonádico, hormonal, órgãos sexuais internos, genitália externa, sexo atribuído à nascença, e género social. Introdução à Sexologia 24 A sua conduta foi, no entanto, altamente controversa e condenável. Confundindo sexo biológico com género, decide fazer experiências com crianças intersexo sobre a capacidade de manipular o sexo e o género. A sua Teoria do desenvolvimento psicossexual defendia a “neutralidade de género no nascimento”. O caso mais mediático foi o de David Reimer (1965-2004). David Reimer nasceu biologicamente macho mas uma cirurgia de circuncisão levou a uma grave disfunção no pénis. Money foi consultado por ser um dos maiores especialistas na área da identidade de género e da intersexualidade, que aconselhou os pais de Reimer a fazer uma cirurgia de resignação sexual e a criá-lo como sendo uma menina… https://youtu.be/SLFGMWoQaCU?si=d7tGkXmGUelzC8oo Milton Diamond (1934 - 2024) Milton Diamond era um biológo e sexólogo que se tornou conhecido por contestar a evidência de Money e revelar a verdade da história de David Reimer. Ao contrário de Money, Diamond argumenta que existe uma predisposição biológica no nascimento para o desenvolvimento da sexualidade, da orientação sexual, e da identidade de género – separando estes conceitos. As suas maiores contribuições forma na área do tratamento da intersexualidade, defendendo: Que a intersexualidade é uma condição diferente do desenvolvimento sexual e não uma perturbação; Que os médicos nunca façam cirurgia sexual a bebés sem consentimento informado de pais/mães, e que esta deve fazer-se de acordo com o estudo de diferentes variáveis que permitam prever o desenvolvimento de género; Que se destigmatize a condição e o secretismo em torno da intersexualidade. Canal de Youtube: https://www.youtube.com/miltondiamond Introdução à Sexologia 25 Outros Importantes Sexólogos/as: Em Portugal… Júlio Machado Vaz Ana Alexandra Carvalheira António Santinho Martins Francisco Allen Gomes Afonso de Albuquerque Pedro Nobre José Pacheco Pacheco Palha Nuno Monteiro Pereira … Lisa M. Diamond Lisa Diamond é uma psicóloga feminista que de debruça sobre o estudo da fluidez sexual. No seu livro, “Sexual fluidity: Understanding women’s love and desire”, estudou mais de 100 mulheres não heterossexuais por mais de uma década. World Sexual Health Day - https://www.youtube.com/watch?v=haCVb84sLXs Entrevista com Lisa Diamond por Joe Kort: https://www.youtube.com/watch? v=DtHClVXr60c I Seminário Internacional do Programa Doutoral em Sexualidade Humana, Universidade do Porto (2018) Cynthia Graham - https://www.youtube.com/watch?v=kkEWupRjQ-M David Barlow - https://www.youtube.com/watch?v=1Eyp2VlU4uA Leonore Tiefer - https://www.youtube.com/watch?v=3z81cDlJVkM Annamaria Giraldi - https://www.youtube.com/watch?v=UchOJE_dhA0 Aleksandar Stulhofer - https://www.youtube.com/watch?v=Yh0Q4DTGMS4 Erick Janssen - https://www.youtube.com/watch?v=Vo-F6ZM10lw John Bancroft - https://www.youtube.com/watch?v=RMcmHn8g-hU Introdução à Sexologia 26 Richard Green - https://www.youtube.com/watch?v=QZDSZ5wbGeo Aula 4 Modelos Psicológicos de resposta e funcionamento sexual Modelos Conceituais: Masters e Johnson e o modelo psicofisiológico Kaplan e o modelo trifásico Basson e o modelo circular Bancroft e Janssen e o modelo de controlo dual Barlow e o modelo cognitivo-afetivo Nobre e o modelo cognitivo-emocional Modelos Clássicos de resposta sexual: Havelock Ellis Beach Zuckerman Wilhelm Reich Masters and Johnson Helen Kaplan Modelo de Havelock Ellis O modelo desenvolvido por Ellis (1906) constituí a primeira concetualização da resposta sexual humana. Para Ellis, a resposta sexual pode ser dividida em duas fases distintas aplicáveis tanto aos homens como às mulheres: Tumescência Ativação/criação de energia sexual ou excitação Introdução à Sexologia 27 Detumescência Processo de libertação da energia sexual Modelo de Frank Beach Beach (1956), baseando-se em estudos experimentais acerca do comportamento sexual dos ratos, construiu um modelo bifásico de resposta sexual humana. Foi o primeiro sexólogo a escrever sobre “excitação sexual” (sexual arousal), como um construto motivacional. Fase da excitação Cuja responsabilidade é atribuída ao mecanismo de ativação sexual (a que chamou SAM) Fase de intromissão e ejaculação Ativada pelo mecanismo de intromissão e ejaculação (IEM). Beach chamou ainda a atenção para a existência de um período refratário posterior à ejaculação, que nos ratos se estende por alguns minutos. Modelo de Zuckerman Zuckerman (1971) adaptou o modelo de Beach à resposta sexual humana sugerindo que as duas fases teriam mecanismos fisiológicos distintos. Fase de excitação (SAM) Associada à ativação do sistema nervoso parassimpático Fase de intromissão e ejaculação (IEM) Associada à ativação do sistema nervoso simpático Modelo de Wilhelm Reich Wilhelm Reich (1927) propôs um modelo de resposta sexual baseado em duas grandes fases que se subdividem em cinco fases: Introdução à Sexologia 28 Fase do controlo voluntário Controlo voluntário da excitação Fase involuntária Contrações musculares involuntárias Súbita subida para o clímax Orgasmo Diminuição da excitação e relaxamento Masters e Johnson’s sexual response model Masters & Johnson (1966). Human Sexual Response Masters & Johnson (1970). Human Sexual Inadequacy. https://www.youtube.com/watch?v=aZcYTCo-D9s The model proposed by Masters and Johnson (1966) constitutes the central basis for their studies on the physiology of the human sexual response, also serving as a starting point for the subsequent classification of sexual dysfunctions presented by the authors in 1970. William Masters and Virginia Johnson developed foundational work in the field of the physiology of sexual response, the classification of sexual dysfunctions and the creation of an empirically validated therapeutic intervention protocol. The objective was to study the physiological mechanisms associated with sexual response and understand their implications in the phenomena of sexual dysfunction. Masters and Johnson created a physiology laboratory and collected data on a variety of physiological variables. Heartbeat Introdução à Sexologia 29 Breathing Muscle tension Genital and behavioral measurements 694 volunteers participated in the studies, including 276 couples who engaged in masturbatory activity (natural or artificial – vibrator), vaginal intercourse (with two positions, woman on bottom and man on bottom) and artificial coitus (using a phallic object), while their behaviors were observed, and their physiological activity was monitored. Fundamentalmente, o modelo baseia-se nas modificações fisiológicas periféricas apresentadas por homens e mulheres no decurso da resposta sexual humana e descreve quatro fases distintas: Excitação Planalto (plateau) Orgasmo Resolução These four phases are common to men and women, and there is a similarity between the physiological processes involved in the male and female sexual response. An obvious example is the similarity between penile erection and vaginal lubrication. These two phenomena are compared in terms of "reactive intensity", response time and changes due to age. Introdução à Sexologia 30 Four phases of Masters and Johnson’s sexual response model Let’s examine the changes that occur in the internal & external anatomy of men & women at each stage… Excitement Introdução à Sexologia 31 Plateau Orgasm Resolution Two fundamental physiological responses to effective sexual stimulation Vasocongestion Engorgement of blood vessels in particular body parts in response to sexual arousal Myotonia Muscle tension Men https://www.youtube.com/watch?v=YOvHKSxxuYw Excitement phase Engorgement of penis (cavernous and spongy bodies) and testes (vasocongestion) Increase in muscle tension Increased heart rate and blood pressure Introdução à Sexologia 32 Plateau phase Engorgement and elevation of testes increases. Further increase in muscle tension, heart rate and blood pressure Cowper’s gland secretions may occur. Emission phase of orgasm Contractions of internal structures Both internal and external urethral sphincters contract Result: seminal fluid pools in urethral bulb Introdução à Sexologia 33 Expulsion phase of orgasm Contractions of muscles at base of penis and in penile urethra External urethral sphincter relaxes Result: expulsion of semen Resolution phase Introdução à Sexologia 34 Sexual anatomy returns to the nonexcited state Refractory period: time following orgasm in the male during which he cannot experience another orgasm Women https://www.youtube.com/watch?v=XB4S_e_sgUA Excitement phase (external) Engorgement of clitoris, labia minora, vagina, and nipples (vasocongestion); produces vaginal lubrication. Increase in muscle tension Increased heart rate and blood pressure Introdução à Sexologia 35 Excitement phase (internal) Vaginal lubrication begins (due to vasocongestion) Clitoris engorges with blood Uterus elevates Increase in muscle tension, heart rate, and blood pressure Introdução à Sexologia 36 Plateau phase (external) Further increase in muscle tension, heart rate and blood pressure Labia minora deepen in colo Clitoris withdraws under its hood Plateau phase (internal) Further increase in muscle tension, heart rate and blood pressure Orgasmic platform forms Clitoris withdraws under its hood Uterus becomes fully elevated Introdução à Sexologia 37 Orgasm phase (external) Orgasmic platform (outer 1/3 of vagina) contracts rhythmically 3-15 times Clitoris remains retracted under hood Orgasm phase (internal) Introdução à Sexologia 38 Uterine contractions (in addition to contractions of orgasmic platform) Resolution phase (external) Clitoris descends and engorgement subsides Labia return to unaroused size and color Introdução à Sexologia 39 Resolution phase (internal) Uterus descends to unaroused position Vagina shortens and narrows back to unaroused state Introdução à Sexologia 40 Sexual Response: some differences between men and women There are many more similarities than differences in sexual response between men and women. Greater variability in female response (three response patterns vs one in men) Male refractory period Multiple orgasms: Some women can have more than 1 orgasm separated by brief periods of time (maybe only a few seconds) All women are theoretically physiologically capable of experiencing multiple orgasms, though only about 15% of women report regularly having multiple orgasms Some men can also experience multiple orgasms - These men report that withholding ejaculation is important for experiencing multiple orgasms → ejaculation Introdução à Sexologia 41 often triggers refractory period. Kaplan’s sexual response model Kaplan (1974). The New Sex Therapy. Kaplan (1979). The Sexual Desire Disorders. Kaplan's model constitutes a break with the previous ones, integrating a phase in the sexual response cycle that is eminently motivational. Desire phase Its inclusion resulted both from its theoretical influences (psychoanalysis - libido) and from the clinical relevance of difficulties with sexual interest/desire. Kaplan (1977, 1979) developed a model of human sexual response involving three essential phases: Desire phase Excitement phase Orgasm phase Introdução à Sexologia 42 Desire Phase Kaplan conceives the desire phase as an experience of specific sensations that motivate the subject to initiate or respond to sexual stimulation. This phenomenon is often associated with the concept of "libido", with its origin resulting from the activation of certain centers of the limbic system. Sexual Desire: "These sensations are produced by the physical activation of a specific neuronal system in the brain. When this system is activated, the person becomes "hot", may experience genital sensations, or feel vaguely sexy, interested in sex, open to sex (…) These sensations cease after sexual gratification, i.e., after orgasm" (Kaplan, 1979, p. 10) Excitement Phase This phase is described by Kaplan as a genital vasocongestion reflex in both men and in women, which causes erection of the penis in men, vaginal lubrication, swelling of the labia minora and clitoris, and erection of the nipples in women This phase is identical to that proposed by Masters and Johnson. Introdução à Sexologia 43 Orgasm Phase The third phase of the human sexual response proposed by Kaplan consists of the reflex contraction of the pelvic muscles, which are the basis of male and female orgasm. Introdução à Sexologia 44 Aula 7 Principais críticas aos Modelos de Resposta Sexual Artificialidade das fases Universalidade/diversidade da resposta sexual humana Excessiva dependência de fatores fisiológicos (ou seja, resposta genital) Ausência de componentes psicológicos/subjetivos (cognições e emoções) Are there (really) four phases in M&J sexual response model? Bi-phasic model of (1) sexual arousal and (2) orgasm M&J describe the motor without an engine. Introdução à Sexologia 45 Perspetivas Críticas Leonore Tiefer (1991) “Sexual response was seen in terms of a closed energy system ignited by external stimulating events” (Tiefer, 1991). Críticas metodológicas: Enviesamento na seleção da amostra Experiência sexual diversificada Estatuto social e económico elevado Interesse e liberalismo sexual Enviesamento do experimentador Críticas feministas: Introdução à Sexologia 46 Diferenças socioculturais relativamente ao género Modelos Psicológicos de resposta e funcionamento sexual Modelos Conceituais: Masters e Johnson e o modelo psicofisiológico Kaplan e o modelo trifásico Basson e o modelo circular Barlow e o modelo cognitivo-afetivo Nobre e o modelo cognitivo-emocional Dimensões integrantes da sexualidade Biológica Psicológica Social Cultural Comunicacional Comportamental Ética Visão geral da sexualidade estreitamente ligada a um sistema de valores e crenças que tem por base: O modelo reprodutivo do sexo: O paradigma do coito heterossexual O mito da beleza física e jovem A dicotomização dos papeis psico-socio-culturais Introdução à Sexologia 47 Mitos perturbadores da sexualidade Os orgasmos devem ser simultâneos As pessoas com deficiência são assexuadas Ter fantasias é imoral ou anormal O álcool melhora o desempenho sexual O bom sexo é espontâneo Todo o contato físico deve levar à penetração A masturbação no âmbito de uma relação sexual é imoral Se um homem perde a ereção isso significa que ele não acha a sai parceira atrativa … (outros mitos) Homens O homem está sempre interessado e pronto para o sexo No sexo o que conta é o desempenho O homem deve conduzir e orquestrar o comportamento sexual O homem tem maiores necessidades sexuais O verdadeiro homem é duro e as emoções são mariquices O sexo equivale a penetração O sexo requer uma ereção … (outros mitos) Mulheres A mulher não deve tomar a iniciativa “Sou anormal porque não tenho orgasmos vaginais” A mulher deve ser multiorgástica A mulher que não tem orgasmo com a penetração é frígida Introdução à Sexologia 48 O orgasmo clitoriano é imaturo: as verdadeiras mulheres têm orgasmo vaginal A contraceção é responsabilidade da mulher Uma mulher capaz de reagir sexualmente pode sempre ser excitada pelo parceiro … (outros mitos) Modelo Circular de Basson (2000) Female sexuality is less dependent on biophysiological aspects (relief of sexual tension) Female motivation for engaging in sexual activity non-strictly sexual (importance of context) Female sexual arousal is not dependent on the perception of genital vasocongestion Orgasm / discharge of sexual tension may or may not occur and if it does occur, it can present a wide variety of forms. Modelo da resposta sexual feminina - Basson A resposta sexual das mulheres mais frequentemente provém das necessidades de intimidade do que da necessidade de excitação sexual. A excitação sexual da mulher é uma excitação mental subjetiva que pode ser ou não acompanhada da consciência de alterações vasocongestivas na sua genitália. A resposta orgástica pode ser altamente variável: o orgasmo depende do tipo de estimulação, pode até ser desvalorizado. O desejo sexual feminino Muitas motivações para a atividade/envolvimento sexual. A maioria das mulheres sexualmente saudáveis não experienciam desejo sem haver estimulação sexual. Introdução à Sexologia 49 A excitação sexual das mulheres não se reduz à vasocongestão genital. O processamento dos estímulos é influenciado por: Fatores psicológicos: Vivências sexuais do passado, socialização repressiva, crenças religiosas, atitudes sexuais… Fatores contextuais: Dificuldades interpessoais, disfunção do parceiro, contextos sexuais e emocionais insatisfatórios, estimulação desadequada ou insuficiente… Fatores biológicos: Condição médica, saúde mental, fármacos, uso de substâncias, ciclo de vida (gravidez, pós-parto, menopausa…) Circular (non-linear) model of women’s sexual response - Rosemary Basson Women’s sexual response more commonly arises from the desire for intimacy (rather than the need for physical sexual arousal / release or the occurrence of spontaneous sexual desire). The feeling of women’s sexual excitement often does not correlate with objective sexual arousal (physiological, genital). Women may express more responsive than spontaneous desire. The orgasmic experience is highly variable. Basson's model of women’s sexual response does NOT consider orgasm and resolution as essential. The emphasis on the subjective nature of sexual satisfaction (as opposed to the primary goal of having an orgasm) may be consistent with women's varied sexual experiences. Introdução à Sexologia 50 Sexual Arousal Sexual arousal in women mainly defined as a subjective experience and not a physiological or genital experience (vasocongestion/vaginal lubrication) Several studies have shown the relative independence of the subjective and physiological arousal response in women. Women usually do not focus their attention on the physiological changes that accompany arousal. Sexual arousal is strongly influenced by a set of non-physiological (psychosocial variables): Erotic stimuli + Partner’s excitement + Cognitive distractions – Interpersonal problems – Spectator role (spectatoring) – Limitações do Modelo de Basson Introdução à Sexologia 51 Modelo baseado em observações clínicas, não laboratoriais/experimentais. A concetualização de que o desejo feminino é como responsivo em natureza pode reforçar estereótipos negativos das mulheres como sexualmente passivas. Modelo largamente baseado na intimidade – exclui mulheres cujo desejo sexual e excitação não estão ligados com a intimidade. Desejo Sexual Desejo como força homeostática → Modelos da redução da pulsão VERSUS Desejo emerge (sempre) da excitação a um estímulo, nunca é espontâneo → Modelos da motivação por incentivo. Modelos de redução da pulsão O desejo sexual (libido) Introdução à Sexologia 52 É espontâneo, gerado internamente, também activado e aumentado por estímulos externos Resulta de mecanismos homeostáticos como fome e sede, que procuram manter o estado do organismo constante Cria um estado de tensão que motiva a busca de satisfação sexual, ativa ou passivamente Pensamentos ou fantasias sexuais surgem espontaneamente e concomitantemente com o desejo Excitação sexual é o conjunto de alterações fisiológicas que tornam o organismo capaz de atividade sexual Excitação subjectiva: percepção subjectiva da excitação fisiológica Pulsão, desejo e excitação sexual como processos diferentes? Pulsão: mecanismo homeostático baseado em mecanismos subcorticais, filogeneticamente antigos, para ativar a procura e a recetividade à atividade sexual (sistema límbico) Desejo: reações a potenciais parceiros sexuais/pessoas atraentes baseados na adição de processos corticais (mais rápidos do que os subjacentes à excitação sexual) Excitação: mecanismos psicofisiológicos que preparam o organismo para a atividade sexual Aula 8 Modelos Psicológicos de resposta e funcionamento sexual Modelos Conceituais: Masters e Johnson e o modelo psicofisiológico Kaplan e o modelo trifásico Basson e o modelo circular Barlow e o modelo cognitivo-afetivo Introdução à Sexologia 53 Nobre e o modelo cognitivo-emocional Limitações dos modelos anteriores (M&J e Kaplan): Limitações na concetualização de “disfunção sexual” Masters & Johnson centram as disfunções sexuais na ansiedade de desempenho (spectatoring) Segundo Kaplan, as disfunções sexuais são causadas apenas por ansiedade (medo de falhar) Assim, toda a terapia sexual era focada na redução da ansiedade sexual! David Barlow Barlow (1986). Causes of sexual dysfunction: The role of anxiety and cognitive interference. Journal of Consulting and Clinical Psychology Barlow et al. (1983). Anxiety increases sexual arousal. Journal of Abnormal Psychology Modelo cognitivo-afetivo de Barlow Rutura com as teses de Masters & Johnson (e de Kaplan) sobre o papel central da ansiedade sexual: Insucesso das terapias que visam a redução da ansiedade, Falta de suporte empírico para as conceptualizações teóricas, Pequenos ganhos terapêuticos nas propostas terapêuticas apresentadas. Ênfase na interação entre a ativação fisiológica e os processos de interferência cognitiva. Mais importante do que as manifestações autonómicas é a grelha de interpretação cognitiva. Introdução à Sexologia 54 Introdução à Sexologia 55 Esquemas cognitivos são padrões e expectativas em relação à reposta sexual que conduz os pensamentos, emoções e comportamentos na resposta sexual. Dificuldades de autorregulação resultam de quatro principais fontes: 1. Conteúdos dos esquemas cognitivos 2. Défice de aptidões sexuais 3. Expetativas de desempenho negativas 4. Desistência/evitamento Modelo cognitivo-emocional de Nobre (2003-2006) Aplicação dos princípios da Teoria Cognitiva (Beck, 1996) ao funcionamento sexual. Estudos empíricos sobre a importância das variáveis cognitivas e emocionais na resposta e funcionamento sexual masculino e feminino: Variáveis predisponentes ou de vulnerabilidade (traço): personalidade, afeto, esquemas cognitivos, crenças sexuais Introdução à Sexologia 56 Variáveis de processo: ativação de esquemas (erros cognitivos), expectativas de desempenho, distração cognitiva performance expectations, cognitive distraction Variáveis de produto: pensamentos automáticos e emoções → Propostas de intervenção terapêutica - Técnicas cognitivas (reestruturação cognitiva das crenças sexuais; estratégias de reorientação da atenção). Resposta sexual, disfunção sexual e fatores psicológicos Crenças sexuais Esquemas sexuais Atribuições causais Expectativas de desempenho Distração cognitiva Foco da atenção Pensamentos automáticos Exigências de desempenho Controlo do desempenho sexual Variáveis emocionais e de humor Introdução à Sexologia 57 Estudos empíricos acerca das Dimensões Psicológicas Estudos realizados com diferentes amostras de indivíduos com e sem disfunção sexual evidenciaram a importância das variáveis psicológicas-traço no funcionamento sexual → fatores de risco para dificuldades sexuais: Elevado neuroticismo e baixa abertura à experiência Propensão para experiências emocionais negativas e diminuição das emoções positivas Introdução à Sexologia 58 Propensão para a inibição sexual devido à ameaça de falha do desempenho Elevada propensão para o auto-focus sexual e embaraço em situações sexuais Mais esquemas de incompetência Crenças sexuais disfuncionais associadas ao desempenho sexual e à satisfação sexual Afeto-Traço A investigação tem demonstrado o papel do Afeto Traço Positivo e Negativo enquanto fatores de vulnerabilidade para a Depressão e Perturbações da Ansiedade(Clark & Watson, 1991; Brown et al., 1998). Estudos sobre o papel do Afeto-Traço no funcionamento sexual são escassos. Os estudos sobre o Afeto Estado indicam o papel relevante do Afeto Positivo (Mitchell etal., 1998, Nobre et al., 2004). Homens com DE apresentaram uma maior propensão para experiências emocionais negativas e, sobretudo, pela predisposição para a diminuição Introdução à Sexologia 59 generalizada de emoções positivas e de bem-estar (Quinta-Gomes, 2012; Quinta-Gomes &Nobre, 2009). Mulheres com problemas sexuais apresentaram níveis mais baixos de afeto-traço positivo em comparação com as mulheres sem problemas sexuais (Oliveira & Nobre, 2013). Esquemas Cognitivos Os Esquemas Precoces Mal Adaptativos (EPM) parecem estar associados a Perturbações de Personalidade e diversos quadros clínicos (Young, 2002; Young et al., 2003; Nordahl et al., 2005; Kellog & Young, 2006). Homens com disfunções sexuais apresentaram mais EPM de dependência/incompetência e ativaram mais esquemas de diferença, desamparo e particularmente de incompetência em situações de potencial insucesso sexual, comparativamente a homens sexualmente saudáveis (Quinta-Gomes & Nobre, 212). Mulheres com DS apresentaram mais EPM defracasso,dependência/incompetência e vulnerabilidade. Em resposta aeventos sexuais negativos, as mulheres com DS activaram maisesquemas de incompetência, autodepreciação e diferença / solidão(Oliveira & Nobre, 2013). Esquemas cognitivos ativados em situações de insucesso sexual Mulheres Incompetência *** “Sou incompetente” Diferença/Solidão ** Introdução à Sexologia 60 “Sou diferente” Desamparo ** “Sou desamparada” *p <.05. **p <.01. ***p <.001. (Nobre, P.J., Pinto-Gouveia, J. (2009). Journal of Sex Research) Homens Indesejabilidade Rejeição ** “Sou rejeitado” Incompetência *** “Sou incompetente” Diferença/Solidão ** “Sou diferente” *p <.05. **p <.01. ***p <.001. (Nobre, P.J., Pinto-Gouveia, J. (2009). Journal of Sex Research) Introdução à Sexologia 61 Crenças Sexuais nos Homens Contenção dos sentimentos Os homens não devem expressar os seus sentimentos Exigência de desempenho Um homem está sempre pronto para o sexo Um homem deve satisfazer qualquer mulher Um homem deve ser capaz de durar toda a noite As consequências de uma falha são catastróficas Falocentrismo O sexo requer uma ereção O sexo equivale a penetração Crenças sobre sexualidade feminina Introdução à Sexologia 62 O que mais satisfaz a mulher é a potência do pénis O orgasmo só é possível através do coito vaginal Crenças Sexuais Disfuncionais (Nobre, Pinto-Gouveia & Gomes, 2006) Homens Conservadorismo sexual * “Só existe uma forma aceitável de ter sexo (posição de missionário)” Mito do macho latino * “Um verdadeiro homem está sempre pronto para o sexo” “Um verdadeiro homem tem relações sexuais com muita frequência” *p <.05. **p <.01. ***p <.001. (Nobre, Pinto-Gouveia, & Gomes (2006). Journal of Sex Research) Crenças Sexuais nas Mulheres Conservadorismo sexual A mulher que inicia a atividade sexual é imoral Introdução à Sexologia 63 Uma mulher não pode dizer ‘sim’ ao sexo Declínio sexual com a idade Sexo é só para mulheres menores de 30 anos A vida sexual da mulher pára com a menopausa Importância da imagem corporal Mulheres pouco atraentes não são sexualmente felizes Expectativas irrealistas Mulheres normais têm orgasmo sempre que querem Todas as mulheres podem ter orgasmos múltiplos Crenças Sexuais Disfuncionais (Nobre, Pinto-Gouveia & Gomes, 2006) Mulheres Conservadorismo sexual “Masturbação é errada e pecaminosa” “A melhor prenda que a mulher pode levar para o casamento é a virgindade” Crenças relativas à idade * “Depois da menopausa as mulheres não conseguem atingir o orgasmo” *p <.05. **p <.01. ***p <.001. (Nobre, Gouveia, & Gomes (2006). Journal of Sex Research) Introdução à Sexologia 64 Atribuições causais Estudos indicam que homens com disfunção sexual tendem a atribuir as suas dificuldades a fatores internos, minimizando as influências externas (Fichtenet al., 1988; Simkins-Bullock et al., 1992, Weisberg et al., 1995). Um estudo experimental conduzido com homens funcionais mostrou que a manipulação de atribuições internas para uma situação de falha sexual ocasional provoca uma diminuição da resposta de ereção perante estímulos eróticos subsequentes (Weisberg et al., 2001). Expectativas de eficácia Homens Estudos experimentais mostraram a importância das expectativas de eficácia na resposta sexual. A manipulação de expectativas negativas numa amostra de homens sexualmente funcionais provocou diminuição da resposta de ereção perante exposição a filmes eróticos subsequentes (Bach et al., 1999). Mulheres Introdução à Sexologia 65 Manipulação de expectativas de eficácia através de falso feedback positivo faz aumentar resposta de excitação sexual fisiológica em mulheres com disfunção sexual (Palace, 1995). Distração Cognitiva Estudos indicam que tarefas de distração cognitiva durante a exposição a estímulos eróticos diminui a resposta sexual genital e subjetiva em homens e mulheres sem problemas sexuais (Beck etal., 1987; Elliot & O’Donohue, 1997; Farkas et al., 1979; Geer and Fuhr, 1976;Viglietta, 1982). Autores sugerem que os pessoas sexualmente disfuncionais estariam antecipadamente distraídos, focando a sua atenção em estímulos relacionados com exigências de desempenho. Pensamentos Automáticos (Nobre & Pinto-Gouveia 2008) Homens Antecipação do fracasso *** “Estou condenado ao fracasso” Foco na ereção *** “Tenho de conseguir uma ereção” “Porque é que isto não está a funcionar?” Escassez de pensamentos eróticos *** *p <.05. **p <.01. ***p <.001. Introdução à Sexologia 66 (Nobre, P.J., Pinto-Gouveia, J. (2008). Cognitive Therapy & Research) Mulheres Pensamentos de abuso *** “Ele está a abusar de mim” Fracasso/Desistência *** “Não estou a sentir nada” “Quando é que isto acaba?” Escassez de pensamento eróticos *** *p <.05. **p <.01. ***p <.001. (Nobre, P.J., Pinto-Gouveia, J. (2008). Cognitive Therapy & Research) Introdução à Sexologia 67 Emoções Ansiedade Ativação moderada do sistema simpático através de manipulação experimental aumenta a resposta de excitação fisiológica perante estímulos eróticos em estudos com populações de homens e de mulheres (Palace, 1995; Palace & Gorzalka, 1990; Meston &Gorzalka, 1996; Hoon et al., 1977; Lange et al., 1981; Barlow et al., 1983;Beck et al., 1987). Afeto deprimido Estudos com populações masculinas indicam que a manipulação do afeto deprimido provoca diminuição da excitação sexual face a estímulos eróticos (Heiman & Rowland, 1983; Koukounas & McCabe, 2001;Meisler & Carey, 1991; Mitchell et al., 1998; Rowland et al., 1995, 1996). Introdução à Sexologia 68 Emoções durante atividade sexual Homens Tristeza * Prazer *** Satisfação * *p <.05. **p <.01. ***p <.001. (Nobre, Pinto-Gouveia (2006). Archives of Sexual Behavior) Mulheres Tristeza * Culpa *** Mágoa *** Prazer *** Satisfação ** *p <.05. **p <.01. ***p <.001. Introdução à Sexologia 69 (Nobre, Pinto-Gouveia (2006). Archives of Sexual Behavior) Conclusão Os resultados apoiam a importância dos fatores psicológicos, sobretudo de natureza cognitiva e emocional, na resposta e no funcionamento sexual de homens e de mulheres. Mesmo após controlado os efeitos de dimensões médicas, relacionais, demográficas, o conjunto de fatores psicológicos explica uma percentagem significativa da variabilidade do funcionamento sexual. → “Se a sexualidade fosse um corpo humano, o erotismo seria o coração. O erotismo é um coração a bombear sangue para oxigenar todos os órgãos e sistemas da sexualidade” (Carvalheira, 2018) exame Introdução à Sexologia 70

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