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DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis)

• DSTs são patologias causadas por bactérias, vírus ou parasitas transmitidos durante o ato sexual de uma pessoa infetada para outra.
• A manifestação de sintomas pode ocorrer logo após a relação sexual ou demorar meses/anos.
• Um exame específico é necessário para identificar a presença de DSTs.
• Sintomas incluem leucorreia anormal, ardor ao urinar, feridas/bolhas genitais, comichão/irritação genital e dor abdominal/durante o ato sexual.

HPV (Vírus do Papiloma Humano)

• O HPV é uma infeção viral sexualmente transmissível (IST).
• Na maioria dos casos, a infeção não apresenta sintomas.
• Alguns tipos de HPV podem causar verrugas genitais/lesões que evoluem para cancro.
• Cancro de colo do útero, ânus, pénis, vulva, vagina e orofaringe podem ser causadas pelo HPV.
• Mais de 340 mil mulheres morrem anualmente de cancro de colo do útero relacionado com o HPV.
• Diagnóstico envolve Colposcopia, Peniscopia, Anuscopia, Biópsias, RT-PCR, Hibridização in Situ, Sorologia e Exame de Papanicolau.
• O tratamento pode envolver medicação, cirurgia, radioterapia e quimioterapia, dependendo se são verrugas genitais ou lesões cancerígenas/pré-cancerígenas.

Exame de Papanicolau

• É uma técnica de citologia esfoliativa pela remoção de células do útero enquanto a mulher está em posição de litotomia/ginecológica.
• A amostra obtida é analisada em contexto laboratorial.
• Recomendações antes do exame, evitar relações sexuais/uso de medicamentos/anticoncepcionais vaginais nos 2 dias anteriores e não estar menstruada.

Herpes

• É uma infeção viral causada por dois tipos de vírus.
• HSV-1 está associado a herpes labial, mas também pode causar herpes genital.
• HSV-2 está mais associado ao herpes genital.
• A transmissão pode ser sexual ou materno-fetal durante o parto.
• Sintomas incluem vesículas/lesões na área genital, dor, prurido e ardor ao urinar.
• O diagnóstico passa por análises sanguíneas, análise das lesões, serologia, culturas virais e PCR.
• Não existe cura, mas antivirais aliviam os sintomas.

Hepatite B

• É uma inflamação do fígado causada por infeção viral (hepatites A, B, C, D e E), disfunções imunitárias, substâncias tóxicas e distúrbios metabólicos.
• A Hepatite B é provocada pelo vírus da hepatite B (HBV).
• Existe Hepatite B aguda e crónica.
• É uma das formas mais graves de hepatite viral, com alta prevalência no continente asiático e africano.
• Em Portugal, afeta cerca de 1% a 1,5% da população.
• A transmissão do HBV ocorre via sangue, sêmen, secreções vaginais e durante relações sexuais desprotegidas.
• Pode ser transmitido por partilha de agulhas ou verticalmente, da mãe para o filho.
• Sintomas incluem dor abdominal, fadiga, diminuição do apetite, náuseas, vómitos, icterícia, urina escura, fezes claras e febre.
• O diagnóstico é feito por análises ao sangue para detetar o antigénio/anticorpo/vírus e exames para avaliar o funcionamento do fígado.
• O tratamento varia conforme a fase; na Hepatite B aguda é repouso, hidratação e dieta, e na crónica, remédios prescritos.

Tricomoníase

• É uma infeção sexualmente transmissível causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, que afeta o trato urogenital.
• O Trichomonas vaginalis é um parasita unicelular flagelado que se move em ambientes húmidos.
• Transmite-se por contato sexual desprotegido, incluindo relações vaginais, anais ou orais.
• Anualmente, cerca de 170 milhões de pessoas são infetadas, principalmente mulheres sexualmente ativas.
• Geralmente assintomática, mas quando os sintomas surgem, aparecem entre 5 e 28 dias após a exposição.
• Pode aumentar o risco de outras DSTs (como HIV) e causar complicações na gravidez.
• Homens podem transmitir o parasita mesmo sem sintomas evidentes.
• Sintomas nas mulheres incluem corrimento vaginal amarelo-esverdeado espumoso com odor forte, comichão/irritação vaginal, dor/ardor ao urinar, dor nas relações sexuais e dor abdominal.
• Sintomas nos homens incluem corrimento uretral ligeiro/claro, ardor ao urinar/após ejaculação e irritação/comichão no pénis.
• A tricomoníase é tratada com antibióticos, como metronidazol e tinidazol.
• É essencial que ambos os parceiros recebam tratamento simultâneo e evitem relações sexuais até o tratamento terminar e os sintomas desaparecerem.

Gonorreia

• É uma Doença Infeciosa Sexualmente Transmissível causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae.
• Afeta células epiteliais da uretra, colo do útero, ânus e orofaringe.
• Muitas vezes transmitida por pessoas assintomáticas ou com sintomas ignorados.
• Estima-se que 50% das mulheres e 10% dos homens infetados com N. gonorrhoeae sejam assintomáticos.
• Possibilidade de contrair a doença é maior nas mulheres com menos de 25 anos, nos homens que têm sexo com outros homens e nas pessoas com comportamentos sexuais de risco.
• Sintomas genitais nos homens incluem disúria, corrimento amarelado/esverdeado, edema e dor nos testículos.
• Sintomas genitais nas mulheres incluem disúria, corrimento amarelado/esverdeado, perda de sangue fora da menstruação e dor durante relações sexuais.
• A gonorreia é tratada com antibiótico, sendo recomendado o tratamento do parceiro para evitar reinfeção.
• Recomenda-se consulta de vigilância após algumas semanas para confirmar a ausência da bactéria, durante esse período a pessoa infetada deve fazer abstenção sexual.
• A cura não significa imunidade à bactéria, podendo a doença ser retransmitida.

Clamídia

• A Clamidiose genital é uma doença infecciosa sexualmente transmissível, causada pela bactéria Chlamydia Trachomatis.
• Pode ser transmitida verticalmente durante o parto normal ou por relações sexuais vaginais, retais ou orais, por contato com fluidos genitais.
• A doença poder ser assintomática ou sintomática passados 10 a 20 dias após o contágio, sendo transmissível no período de incubação.
• Sintomas da clamídia são semelhantes aos sintomas da gonorreia, inclui dor ou ardor ao urinar, dor abdominal e pélvica.
• Mulheres podem ter corrimento vaginal espesso/amarelado, dor nas relações sexuais e hemorragias fora do período menstrual.
• Homens podem ter corrimento/prurido na uretra e orquite (inflamação/infeção testicular) com inchaço do escroto/desconforto.
• Diagnóstico com teste rápido, cultura de bactérias ou pesquisa do DNA da clamídia (em urina/exsudatos genitais).
• Tratamento é feito com antibióticos como Doxiciclina ou Azitromicina.
• É importante a medicação extensiva aos seus parceiros sexuais, caso contrário, a infeção tende a repetir-se.
• O rastreio de clamídia é obrigatório para pessoas com histórico de ISTs, ou que tiveram contato com pessoas infetadas, e mulheres grávidas (exames pré-natal).
• Em todas as mulheres com menos de 25 anos sexualmente ativas.
• Mulheres com mais de 25 anos que tiveram mais do que um parceiro, homens que mantém relações desprotegidas com homens e infetados com vírus da imunodeficiência humana.
• Alguns serotipos de Chlamydia trachomatis causam linfogranuloma venéreo, mais prevalente entre os homens que mantêm relações sexuais com outros homens.
• Em 2018, foram notificados 52 casos de linfogranuloma venéreo.
• Em 2018, os casos de clamídia foram 72% em homens, 68% entre os 15-34 anos e 61% na região metropolitana de Lisboa.

Sífilis

• É uma infeção bacteriana provocada pela bactéria Treponema palladium.
• A transmissão é por contato sexual (vaginal/anal/oral), contato com lesões cutâneas ou mucosas de sífilis e transmissão materna durante a gravidez (Sífilis congénita).
• A incidência é maior no sexo masculino (6x mais), no grupo etário dos 25-34 anos e nos homens que fazem sexo com homens.
• A sífilis primária apresenta sintomas 2-3 semanas após o contágio, com a presença de caroço indolor avermelhado na região do corpo que foi via de entrada da bactéria (cancro duro).
• A sífilis secundária apresenta erupção cutânea com manchas avermelhadas generalizada 6-12 semanas após o contágio.
• Pode apresentar manchas grandes salientes (cinzentas ou esbranquiçadas) nas regiões quentes e húmidas corpos condiloma lata e sintomas semelhantes à gripe.
• A sífilis latente é onde a bactéria permanece no organismo década sem manifestar sinais, e a sífilis terciária ocorre muitos anos após o contágio.
• Na sífilis terciária, a bactéria pode ter sintomas muito graves envolvendo órgãos (como coração e tecidos).
• O diagnóstico da sífilis é feito com base nos sintomas, na história relatada pelos doentes, nos resultados do exame físico e na confirmação por análises de sangue.
• A análise do líquico cefalorraquidiano obtido por punção lombar também pode ser utilizada quando há suspeita de neurosífilis.
• O tratamento é feito com antibióticos como a penicilina, mas a doxiciclina é uma opção terapêutica para pacientes alérgicos.

Prevenção DSTs

• A prevenção primária ocorre quando um distúrbio é prevenido.
• Medidas da camada primária incluem vacinação, uso de preservativos, educação sexual e reduzir o número de parceiros sexuais.
• A prevenção secundária ocorre quando a doença é detetada e tratada precocemente, através rastreio regular, notificação/rastreio de parceiros sexuais, vigilância e acompanhamento médico contínuo.