Citopatologia Oncótica na Biomedicina

Citopatologia Oncótica

• A área de Biomedicina começou no Brasil em 1966 na Unifesp.
• O número de especializações de Biomedicina aumentou consideravelmente, incluindo a citopatologia oncótica, referendada pelas resoluções n.º 78 e 83 do Conselho Federal de Biomedicina, de 29/04/2002.
• A resolução n.º 287 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde e pelo Ministério da Educação reconhece a Biomedicina como profissão na área da saúde.

Histórico e Importância da Citopatologia na Biomedicina

• A primeira utilização do termo "célula" foi em 1665, por Robert Hooke.
• O médico Georgios Papanicolaou, nascido em 1883, desenvolveu um método para identificar células cancerígenas em esfregaços vaginais em 1925.
• O trabalho científico de Papanicolaou, embora não tenha sido imediatamente reconhecido, trouxe significativas contribuições para a prevenção do câncer.
• No final dos anos 1980, o médico Harald zur Hausen identificou a relação entre o papilomavírus humano (HPV) e o câncer de colo do útero. Essa descoberta levou ao desenvolvimento de uma vacina profilática contra o HPV, inserida no calendário nacional de vacinação para jovens.

Legislações

• A RDC n.º 302 (2005) regulamenta o funcionamento dos laboratórios clínicos, estabelecendo critérios mínimos de qualidade, organização e preços.
• A RDC n.º 306 (2004) estabelece normas para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
• As infraestruturas dos laboratórios devem obedecer às RDC n.º 50 e 189.

Controle de Qualidade dos Exames Citopatológicos

• Os laboratórios que realizam exames citopatológicos devem estar limpos, bem iluminados e ventilados.
• A área de preparação de amostras deve ser separada da área de análise dos espécimes.
• A fase pré-analítica é crucial para garantir a representatividade e a qualidade das amostras. Isso inclui instruções claras para os funcionários da recepção, informações precisas aos pacientes e protocolo para a coleta (evitando duchas, lavagens, cremes vaginais, etc.).
• O período de abstinência sexual e o período menstrual devem ser considerados.
• A documentação da identificação das amostras deve ser verificada e correspondente à requisição.
• Amostras que não atendam com os critérios de aceitação devem ser rejeitadas e registradas. São exemplos de rejeições: dados ilegíveis, identificação incorreta, divergências de informações e a ausência de fixação prévia.
• As amostras coletadas, fixadas e enviadas ao laboratório devem ser acondicionadas adequadamente para manter a integridade e estabilidade da amostra respeitando a temperatura correta e utilizando recipientes isotérmicos.
• Amostras fixadas em álcool a 96% tem boa conservação por semanas, enquanto aquelas com fixadores de camada (propilenoglicol e etanol) se conservam por apenas uma semana.
• Amostras em meio líquido podem ser armazenadas em temperatura ambiente por até 60 dias, e o pellet estável por até 14 meses.
• A amostra satisfatória para avaliação, segundo o Ministério da Saúde (2013), deve apresentar células em quantidade representativa, bem distribuídas, fixadas e coradas, permitindo diagnóstico preciso dos epitélios do colo do útero.

Citologia Esfoliativa Normal

• Células superficiais: núcleo picnótico, denso e citoplasma abundante.
• Células intermediárias: forma poligonal, citoplasma abundante e núcleo com cromatina granular..
• Células parabasais: maiores, arredondadas, citoplasma mais abundante, bordas bem delimitadas e cor azul-esverdeada.
• Células basais: pequenas e redondas, núcleo volumoso e central e podem estar em processo de renovação do epitélio escamoso.
• Células endocervicais: altas, núcleo redondo ou oval, volumoso e excêntrico, cromatina finamente granular, e descamam em agrupamentos de células, com disposição em "favo de mel" ou "paliçada".
• Células endometriais:  pequenas, descamam em agrupamentos celulares densos, tridimensionais e duplo contorno.
• Essas células são importantes para avaliação e diagnóstico em exames citológicos.

Coleta de Material Genital

• A coleta para exame de Papanicolaou deve ser realizada fora do período menstrual e 48 horas após relações sexuais.
• Diferentes materiais são usados na coleta conforme a necessidade, sendo importante a utilização de espécime padronizado.

Citologia em esfregaço convencional

• O método consiste na coloração de esfregaços de secreção cervicovaginal, pela técnica de Papanicolau.
• Objetivo: detectar lesão intraepitelial e neoplasia invasiva.
• O método não é perfeito e pode não detectar lesões em alguns casos. O exame negativo não significa ausência da condição.

Citologia em Base Líquida

• É um aprimoramento do método convencional com maior homogeneidade na preparação das lâminas.
• Possui técnicas específicas.

Colorações

• Papanicolau: custo mais alto e com cores mais evidentes.
• Eosinofílicas: cor rosa/vermelho.
• Cianofílicas: cor cinza/verde.
• Shorr: custo menor e cores menos evidentes.

Corantes

• Hematoxilina: corante básico que cora componentes ácidos (basofílicos).
• Orange G: corante ácido que cora componentes básicos (eosinofílicos).
• EA: corante que cora estruturas basofílicas/ácidas e eosinofílicas.

Coloração de Papanicolau

• Permite definir detalhes estruturais do núcleo.
• Distingue componentes cianofílicos e eosinófilos.
• Três etapas de coloração, hidratação e diafanização da amostra.

Coloração de Shorr

• Uma fase de coloração do núcleo.
• Uma fase de coloração do citoplasma com corante específico a base de Shorr.
• Inclui etapas de hidratação, desidratação e diafanização.
• Tempo e custo de realização menores comparado a Papanicolau.

Citologia Hormonal

• Avaliação das condições endócrinas das pacientes através do estudo morfológico das células vaginais.
• O epitélio escamoso não queratinizado possui receptores hormonais.
• O Estrógeno induz a maturação epitelial completa e predominância de células maduras.
• A Progesterona inibe o processo de maturação do epitélio.

Citologia Hormonal e Padrões Citológicos nas Diferentes Fases da Vida da Mulher

• As diferentes fases do ciclo menstrual refletem nas características morfológicas das amostras citológicas.

Análise da Citopatologia Cervicovaginal em Condições Inflamatórias e Infecciosas

• O exame citopatológico pode identificar diversas bactérias, fungos, protozoários, e vírus.
• A análise pode identificar vários tipos de organismos em condições inflamatórias e infecciosas na amostra de esfregaço cervicovaginal.
• Indicadores específicos de determinadas infecções.
• Citopatologia cervicovaginal auxilia na identificação de condições inflamatórias e infecciosas.

Análise da Citopatologia em Condições de Infecções Virais

• HPV: Vírus do papiloma humano, com possibilidade de infecção, transmissão sexual e vários tipos.
• Herpes vírus simples (HSV-1 e 2) acometem principalmente, rosto/lábio e genital, respectivamente, principalmente no inicio da vida sexual.

Lesões Intraepiteliais Escamosas e HPV

• Uma causa de lesão intraepitelial é o HPV.
• Nas lesões de baixo grau, existe maior frequência de coilócitos, enquanto nas de alto grau a frequência é menor.
• A biologia molecular contribui para a detecção de infecção viral na amostra.

Referências

• Manual de citopatologia diagnóstica.

Interatividade

• A preparação de um esfregaço cervicovaginal requer coleta em 3 regiões da amostra: ectocervix, endocervix e fundo de saco vaginal.

Explore a importância da citopatologia oncótica na biomedicina, desde sua introdução no Brasil até as contribuições significativas de pioneiros como Georgios Papanicolaou. Aprenda sobre a evolução da pesquisa, regulamentações e seu impacto na saúde pública.