Citopatologia Oncótica - Unidade III

Citopatologia Oncótica - Unidade III

• A citopatologia oncótica estuda as células anormais e as doenças do sistema respiratório e do trato urinário.
• O sistema respiratório é composto por vias respiratórias e pulmões. As vias respiratórias superiores incluem fossas nasais, faringe e laringe; e inferiores, traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos.
• Os pulmões têm irrigação sanguínea proveniente de duas fontes: circulação pulmonar (troca gasosa) e circulação brônquica (sustentação).
• O sistema respiratório possui uma porção condutora (conduz o ar) e uma porção respiratória (troca gasosa).
• As células principais do tecido pulmonar (em preparações citológicas) são células do epitélio respiratório e macrófagos.
• As células colunares ciliadas auxiliam na passagem de ar, com cromatina fina, núcleos basais e cílios.
• As células mucossecretoras (globet cells) secretam mucinas, protegendo e lubrificando as vias aéreas. Possuem núcleos basais e citoplasma distendido.
• As células basais ou de reserva são precursoras de células ciliadas e mucossecretoras, são pequenas e indiferenciadas.
• As células neuroendócrinas (células de Kulchistsky) são encontradas no epitélio brônquico, associadas a terminações nervosas e têm funções sensitiva e secretora.
• Existem dois tipos de pneumócitos: Tipo I (revestem 95% da superfície interna alveolar, planas e sem divisão) e Tipo II (células redondas, vacuoladas, produzem surfactante, controle de tensão superficial, fagocitose de micro-organismos).
• Os macrófagos alveolares são células de defesa, originárias de pulmões ou monócitos circulantes.
• Células mesoteliais são encontradas em biópsias, especialmente em lesões da pleura.
• Células serosas são importantes na defesa pulmonar e fazem parte dos componentes orgânicos do fluido que reveste as vias respiratórias.

Coleta e Confecção de Esfregaços

• As infecções respiratórias, como resfriado comum, influenza, pneumonia, tuberculose e infecções fúngicas, são causas comuns de doença respiratória.
• A amostra citológica precisa de quantidades e qualidades adequadas de material citológico para uma precisão diagnóstica.
• Amostras são coletadas por meio da punção aspirativa com agulha fina (PAAF), raspagens, escovados, lavados e análise de escarro.

Análise da Citologia Normal e Citopatologia Neoplasica do Sistema Respiratório

• Cânceres pulmonares (CPPC e CPCNP) são classificados com base nos estágios de metástase para fins de estadiamento e tratamento, pois quase todos os CPPC já produziram metástases por ocasião do diagnóstico.
• Os CPPC (pequenas células) são caracterizados por células redondas ou ovais e normalmente estão associados ao tabagismo.
• Os cânceres de células não pequenas, como o carcinoma espinocelular, estão relacionados ao tabagismo e se originam de brônquios centrais. Outros tipos, como o adenocarcinoma, são encontrados mais em mulheres e não fumadores.
• O carcinoma de células grandes também tem um prognóstico desfavorável devido à sua tendência precoce de formação de metástases distantes.

Citopatologia da Mama: Anatomia e Histologia da Mama

• O câncer de mama é um dos mais incidentes em mulheres com 59 anos ou idade mais avançada, com fatores de risco relacionados a genéticos, ambientais e comportamentais.
• Apesar da mamografia, o melhor tratamento terapêutico é multidisciplinar para o carcinoma mamário.
• O carcinoma ductal é o mais comum, pode ser "in situ" (preso aos ductos) ou invasor (ultrapassa os ductos).
• O carcinoma lobular acomete lóbulos e é menos comum, geralmente afeta as duas mamas.
• O carcinoma inflamatório é raro e agressivo, causando edema e hiperemia na mama.
• A sintomatologia inicial inclui um nódulo e/ou uma proliferação de células, dependendo da carcinogênese.
• A classificação quanto ao tipo histológico e estadiamento tumoral compreende os aspectos das células e dos tecidos ao redor.
• O sistema TNM (Tumor-Nódulo-Metástase) é utilizado para classificar o câncer de mama e considerar os tamanhos de tumores, comprometimento de linfonodos axilares e presença de metástases.
• Existe um sistema de graduação histológica (SBR) com 3 graus distintos, avaliando a formação tubular, pleomorfismo nuclear e o índice mitótico para determinar as classificações quanto a graduação histológicas.
• A presença ou não de comprometimento de linfonodos axilares, além do seu tamanho e localização, contribui para o prognóstico e a agressividade do tumor primário e chance de metástase.

Citopatologia do Trato Urinário: Anatomia e Histologia do Trato Urinário

• A citologia urinária auxilia na investigação de pacientes em risco de carcinoma urotelial, um tipo de câncer com significante mortalidade. Ela é pouco invasiva, com alta sensibilidade e especificidade para lesões uroteliais de alto grau.
• O sistema urinário (rins, ureteres, bexiga e uretra) tem um epitélio especializado chamado "urotélio" ou "epitélio transicional".
• Três tipos de câncer de bexiga, classificados conforme a célula afetada são: carcinoma de células de transição, carcinoma de células escamosas e adenocarcinoma.
• Quando o câncer se limita ao revestimento da bexiga, é considerado superficial; quando invade a parede muscular ou gânglios linfáticos, é invasivo.
• Outros diagnósticos detectáveis na urina incluem marcadores tumorais, como mRNA do marcador Survivina, e métodos imunocitoquímicos, como p53/ki674, p16, citoqueratina 20, que auxiliam na detecção de carcinomas uroteliais de alto grau.

Métodos Diagnósticos

• Mamografia, ultrassonografia, marcadores tumorais, imuno-histoquímica (IHQ), esfregaços (PAFF/biópsias) são os principais métodos diagnósticos para câncer de mama.
• Para a prevenção do câncer de mama são utilizados autoexames, mamografias, ultrassonografias, marcadores tumorais e biópsias.
• Exames como punção aspirativa com agulha fina (PAAF) são usados para obter amostras de nódulos ou tumores.