Citologia Oncótica e Amostras em Base Líquida

Citopatologia Oncótica - Introdução

• A biomedicina começou no Brasil em 1966 na Unifesp.
• Existem inúmeras mudanças curriculares na área de saúde.
• A biomedicina possui mais de 30 especializações, incluindo citopatologia oncótica.
• Esta especialização está referendada pelo Conselho Federal de Biomedicina.
• As resoluções n. 78 e 83, de 29/04/2002, do Conselho Federal de Biomedicina regulamentam a citopatologia oncótica.
• A Resolução n. 287, do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde, e pelo Ministério da Educação reconhece a profissão.

Histórico e Importância na Biomedicina

• A habilitação exige comprovação em currículo.
• Estágio mínimo de 500 horas em instituições oficiais ou particulares reconhecidas pelo MEC.
• Exame obrigatório de estágio em nível superior, especialização ou curso de Pós-Graduação.

Normativa n. 01/2012

• Descreve atividades do biomédico.
• Inclui: colheita de citologia cervicovaginal, preparo de amostras, metodologias de coloração e técnicas avançadas em citologia.
• Inclui: citologia em meio líquido, imunocitoquímica, colorações especiais e biologia molecular.

Diagnóstico Citopatológico

• Inclui: citologia cervicovaginal, mamária, derrames cavitários, líquido cefalorraquiano, trato respiratório, urinárias e anal.
• Inclui controle de qualidade interno e externo.
• O biomédico tem responsabilidade na análise e assinatura do laudo.

Citologia em Medicina Preventiva

• Robert Hooke desenvolveu o microscópio composto.
• Introduziu a terminologia "célula".
• Geórgios Papanicolaou descobriu o ciclo menstrual, as variações nos padrões e as células cancerígenas no esfregaço vaginal.
• Apesar de inovador, seu trabalho foi inicialmente negligenciado.
• O teste de Papanicolau é uma das descobertas mais importantes para o controle do câncer.
• Harald zur Hausen demonstrou a relação do papilomavírus humano com o câncer de colo do útero e ganhou o prêmio Nobel de Medicina em 2008.
• Surgiu o desenvolvimento de vacinas profiláticas para o HPV.

Legislações

• RDC n. 302 (2005): Regulamento Técnico para Funcionamento de Laboratórios Clínicos.
• Normatiza e dá as diretrizes mínimas para os laboratórios.
• RDC n. 306 (2004): Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Importância para a organização dos laboratórios.

Controle de Qualidade dos Exames Citopatológicos

• Os laboratórios devem ser limpos, bem iluminados e ventilados.
• As áreas de preparação de amostras devem ser separadas das áreas de avaliação.
• A fase pré-analítica garante a representatividade e qualidade das amostras.  
• Pacientes devem ser informados sobre procedimentos como abstinência sexual de 48 horas antes da coleta.
• Outros detalhes incluem uso de cremes vaginais, duchas ou lavagens.
• Critérios de aceitação de amostras incluem: identificação correta da lâmina e frasco, fixação adequada.  
• Critérios de rejeição incluem: dados ilegíveis, identificação incorreta, material insuficiente.

Coleta de material genital

• Os exames não devem ser feitos durante a menstruação ou antes de 3 dias após o fim do período menstrual.
• Não devem ter tido relações sexuais ou ter realizado duchas vaginais nos últimos 48 horas.
• Não devem ter utilizado absorventes internos, cremes, espermicidas ou medicamentos vaginais.
• Não devem ter feito procedimentos ginecológicos recentes (colposcopia, ecografia transvaginal, endoscopia ginecológica ou histeroscopia).
• Para as pacientes em amenorreia ou menopausa, a coleta pode ser feita a qualquer momento.
• Se houver necessidade de biópsia, é preciso aguardar 20 dias.
• É importante a utilização de técnicas adequadas para a ectocérvice e endocérvice.
• Idealmente, a coleta é feita anualmente.
• Com resultado normal, o exame preventivo pode ser feito a cada 3 anos.

Citologia esfoliativa normal (Diferenciação Morfológica)

• As células basais são redondas a ovais com citoplasma pequeno e núcleo redondo.
• As células parabasais são arredondadas e possuem maior citoplasma do que as basais com bordas bem delimitadas, além de serem basófilas, sendo de tom azul-esverdeado.
• As células intermediárias têm núcleo poli-hidrico e são menores que as parabasais.
• As células superficiais possuem núcleo picnótico e citoplasma claro.

Citologia Esfoliativa – Interpretação e Comentários

• O objetivo principal é detectar lesões intraepiteliais e neoplasia invasiva.
• O método pode apresentar falhas em casos com baixo numero de lesões.
• Um exame negativo não indica ausência de lesão; a repetição do exame em três ciclos consecutivos reduz a probabilidade de falso negativo para cerca de 1%.

Citologia em Base Líquida

• É um aprimoramento da citologia convencional, oferecendo maior homogeneidade no preparo das lâminas.
• Técnicas em base líquida incluem: DNAcitoliq, ThinPrep, SurePath, GynoPrep, CytoRich, LiquiPrep e Shandon PapSpin.
• O método pode ser armazenado por 6 meses em geladeira ou 2 anos congelado.
• A citologia em meio líquido veio aperfeiçoar o processo de coleta e diminuição de amostras insatisfatórias.

Colorações

• O método de Papanicolaou é mais caro, mas com características mais evidentes.
• Cianofílicas (azul - roxo)
• Eosinofílicas: (rosa - vermelho) e (roxo- vermelho)
• Shorr é mais barato, mas características menos evidentes.
• Cianofílicas são: (cinza - verde).

Corantes

• Hematoxilina: corante básico de solução aquosa que cora estruturas ácidas.
• Orange G: corante ácido de base alcoólica que cora componentes básicos.
• EA: corante de base alcoólica com afinidade por estruturas basofílicas e acidofílicas.

Coloração de Papanicolau

• Os objetivos da coloração sao: permitir a definição e os detalhes estruturais do núcleo, a determinação da transparência celular e a diferenciação de elementos celulares utilizando a passagem dos esfregaços em diferentes concentrações de álcool e a presença dos corantes EA e orange-G, além das fases de hidratação, desidratação e diafanização.

Coloração de Shorr

• É composta de uma fase de coloração do núcleo pela hematoxilina e uma fase de coloração do citoplasma por um corante de Shorr.
• A coloração de Shorr é considerada boa por seu custo, tempo de realização e pelas características morfotintoriais atendidas pelo processo de coloração.

Citologia Hormonal

• Avalia as condições endócrinas para o diagnóstico da citologia clínica.
• O epitélio escamoso não queratinizado é provido de receptores hormonais.
• O estrógeno induz maturação completa do epitélio escamoso.
• A progesterona inibe o processo de maturação.

Citologia Hormonal e Padrões Citológicos nas Diferentes Fases da Vida da Mulher

• Destaca as diferentes fases do ciclo menstrual e suas características.
• Fase menstrual: leucócitos, detritos celulares e células epiteliais.
• Fase estrogênica/proliferativa: células intermediárias e um aumento das células superficiais.
• Fase ovulatória: predominância de células superficiais e picos do estrógeno e LH.
• Fase progestacional/secretora: predominância de células intermediárias com leve inchaço.
• A menopausa apresenta vários padrões celulares, característicos de baixa atividade estrogênica.

Análise da Citopatologia Cervicovaginal em Condições Inflamatórias e Infecciosas

• Analisa vários microorganismos, como fungos causadores de vaginose bacteriana, protozoários, como Trichomonas vaginalis ou bactérias como Candida albicans, e vírus, como o herpes.

Análise da Citopatologia Cervicovaginal em Condições de Infecções Virais

• O HPV infecta epitélios escamosos de vulva, vagina, colo uterino, perianal e regiões penianas.
• O vírus usa a célula para replicação, com hipercromasia, aumento do citoplasma, formando halos perinucleares e coilócitos.
• Outra possibilidade é que o vírus se incorpore ao DNA, aumentando o tamanho e tornando o núcleo hipercromático, sem alterações citoplasmáticas.

Lesões Intraepiteliais Escamosas e HPV

• O HPV é um vírus que está frequentemente associado às lesões intraepiteliais escamosas.
• As lesões de baixo grau geralmente revelam o efeito citopático, principalmente através do coilócito.
• Entretanto, em lesões de alto grau, a infecção viral pode ser verificada por métodos de biologia molecular.

Referências

• (Livro) Manual de citopatologia diagnóstica, por Gamboni, Mercedes; Mizara, Elias Fernando (ed)., et al.

Teste seus conhecimentos sobre citologia oncótica, conservação de amostras e estruturas da genitália feminina. Este quiz aborda as normas e técnicas práticas relevantes para profissionais biomédicos na área de diagnóstico. Prepare-se para avaliar suas habilidades e informações fundamentais sobre o tema.