Imagem Digital: Vetor e Bitmap PDF
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Uploaded by ExemplaryAlpenhorn
Senac
2024
João Toledo, Thiago Hara
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Summary
This textbook explores the fundamental principles of digital images and their practical applications in graphic design. It covers the differences between digital and analog images, technical aspects of file formats, resolutions, and color modes. The book also provides an introduction to digital design software, including Adobe Illustrator and Photoshop, and deals with color systems, basic image treatment, and manipulation techniques.
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IMAGEM DIGITAL: VETOR E BITMAP João Toledo Thiago Hara A Série Universitária foi desenvolvida pelo Senac Sã...
IMAGEM DIGITAL: VETOR E BITMAP João Toledo Thiago Hara A Série Universitária foi desenvolvida pelo Senac São Paulo com o intuito de preparar profissionais para o mercado de Imagem digital: vetor e bitmap trabalho. Os títulos abrangem diversas áreas, abordando desde conhecimentos teóricos e práticos adequados às exigências profissionais até a formação ética e sólida. Imagem digital: vetor e bitmap é um guia que explora os princípios fundamentais da imagem digital e suas aplicações práticas no design gráfico. A obra abrange desde a introdução à imagem digital e suas diferenças em relação à imagem analógica, até a exploração técnica de formatos de arquivos, resoluções e modos de cor. Os capítulos diferenciam de forma clara e direta imagens vetoriais e bitmaps, exibindo suas características e aplicabilidades específicas. Além disso, ferramentas digitais para criação e manipulação de imagens são apresentadas, proporcionando uma compreensão básica de softwares essenciais para o design como o Adobe Illustrator e o Adobe Photoshop. A obra versa ainda sobre sistemas de cor, técnicas básicas de tratamento e manipulação de imagens, tipos de arquivos de imagens, fechamento de arquivo e outros temas específicos do design gráfico, destacando também práticas para melhorar a qualidade visual e a precisão estética. Com uma abordagem prática e teórica, este livro visa capacitar os leitores com habilidades instrumentais basilares para um mergulho inicial na produção visual no cenário digital da atualidade. Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Simone M. P. Vieira – CRB 8a/4771) Toledo, João Imagem digital: vetor e bitmap / João Toledo; Thiago Hara. – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2024. (Série Universitária) Bibliografia. eISBN 978-85-396-4441-4 (ePub/2024) eISBN 978-85-396-4440-7 (PDF/2024) 1. Imagem digital 2. Processamento de imagem 3. Editoração de imagem I. Hara, Thiago. II. Título. III. Série. 24-2206r CDD–006.686 BISAC COM012000 Índice para catálogo sistemático: 1. Editoração de imagem 006.686 IMAGEM DIGITAL: VETOR E BITMAP João Toledo Thiago Hara Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Luiz Francisco de A. Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Editora Senac São Paulo Conselho Editorial Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Luís Américo Tousi Botelho Gerente/Publisher Luís Américo Tousi Botelho Coordenação Editorial Verônica Pirani de Oliveira Prospecção Andreza Fernandes dos Passos de Paula Dolores Crisci Manzano Paloma Marques Santos Administrativo Marina P. Alves Comercial Aldair Novais Pereira Comunicação Tania Mayumi Doyama Natal Coordenação de Arte Antonio Carlos De Angelis Coordenação de Revisão de Texto Marcelo Nardeli Acompanhamento Pedagógico Mônica Rodrigues do Santos Designer Educacional Ágatha Veiga Revisão Técnica Márcio José de Freitas Preparação e Revisão de Texto Raquel Santos de Souza Proibida a reprodução sem autorização expressa. Projeto Gráfico Todos os direitos desta edição reservados à Alexandre Lemes da Silva Emília Corrêa Abreu Editora Senac São Paulo Capa Av. Engenheiro Eusébio Stevaux, 823 – Prédio Editora Antonio Carlos De Angelis Jurubatuba – CEP 04696-000 – São Paulo – SP Tel. (11) 2187 4450 Editoração Eletrônica e Ilustrações [email protected] Leonardo Miyahara https://www.editorasenacsp.com.br Imagens Adobe Stock Photos © Editora Senac São Paulo, 2024 Sumário Capítulo 1 Capítulo 4 Introdução à imagem digital Softwares para e comunicação visual, 7 design gráfico, 61 1 A evolução tecnológica 1 Ambiente de trabalho e a produção de imagens, 8 e as ferramentas de 2 Diferenças em relação à produção de imagens, 62 imagem analógica e digital, 13 2 Introdução aos softwares 3 O uso da imagem digital de design gráfico, 71 na comunicação visual, 17 3 Recursos básicos e Considerações finais, 21 compatibilidade entre softwares, 73 Referências, 22 Considerações finais, 79 Referências, 80 Capítulo 2 Formatos de arquivo e Capítulo 5 características técnicas Ferramentas digitais para da imagem digital, 23 imagens vetoriais, 83 1 Imagem digital: dimensões 1 Ferramentas para criação em pixels, resolução e DPI, 24 e manipulação de imagens vetoriais, configuração da 2 Formatos de arquivos, 29 página e comandos básicos, 84 3 Modos de cor em RGB e CMYK, 34 2 Ferramentas de formas Considerações finais, 41 vetoriais, alinhamento, Referência, 41 recortes e composição, 90 3 Uso do path (caneta) e Capítulo 3 ferramentas de desenho, 95 Imagem digital: Considerações finais, 99 vetor e bitmap, 43 Referências, 100 1 Distinção entre imagens vetoriais e bitmaps, 44 Capítulo 6 2 Características e aplicabilidade Tratamento e manipulação de imagens vetoriais, 50 de imagens, 101 3 Características e aplicabilidade 1 Características e configurações de imagens bitmaps, 53 da imagem digital bitmap, 102 Considerações finais, 57 2 Tratamento de imagem, 106 Referências, 59 3 Seleção de área e fusão/efeitos de camadas, 112 Considerações finais, 116 Referências, 117 Capítulo 7 Capítulo 8 Criação e composição Técnicas para a criação de imagens em vetor, 119 de imagens em bitmap, 135 1 Ilustrações artísticas, 120 1 Manipulação de fotos 2 Diagramação, 126 e colagem digital, 136 3 Fechando o arquivo em PDF, 131 2 Técnicas de criação e composição com tipografia em camadas, 141 Considerações finais, 133 3 Salvando arquivos para Referências, 134 diversos formatos, 144 Considerações finais, 146 Referência, 147 Sobre os autores, 149 6 Imagem digital: vetor e bitmap Capítulo 1 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Introdução à imagem digital e comunicação visual Antes de mergulharmos no mundo das imagens digitais, que envolve pixels e vetores, vamos refletir sobre quantas vezes já tiramos uma foto. Nós geralmente não paramos para pensar no processo por trás da cap- tura de imagens, a tecnologia digital se tornou tão integrada ao nosso coti- diano que mal percebemos sua presença. Vamos abordar questões rela- cionadas a como a imagem digital se tornou uma ferramenta essencial na comunicação, influenciando as relações interpessoais, entre as pes- soas e os objetos, moldando desejos, e em nosso entendimento do mundo. A evolução tecnológica moldou a forma como produzimos e consu- mimos imagens ao longo dos séculos. Desde a invenção da fotografia até os avanços digitais mais recentes testemunhamos uma jornada fas- cinante de inovação e descoberta. Cada avanço tecnológico trouxe consigo novas possibilidades e desafios para a produção de imagens, expandindo nosso horizonte criativo e transformando a maneira como nos comuni- camos visualmente. 7 Ao compararmos a imagem analógica e a imagem digital, é inevitável notar as diferenças que distinguem esses dois meios. Enquanto a ima- gem analógica é baseada em processos físicos, químicos e tintas, a ima- gem digital é resultado da codificação de dados em forma binária e cor luz. Essa transição de uma representação tangível para uma forma vir- tual revolucionou não apenas a maneira como capturamos e armazena- mos imagens, mas também como as manipulamos e compartilhamos. A presença de imagens digitais permeia nosso cotidiano, transmitindo mensagens, contando histórias e influenciando nossa percepção. A ver- satilidade e a acessibilidade da imagem digital abriram novas fronteiras criativas, permitindo que artistas e profissionais de mídia explorem for- mas inovadoras de expressão visual e alcancem diversas audiências de maneiras antes inimagináveis. 1 A evolução tecnológica e a produção de imagens Antes da invenção da fotografia, a humanidade buscava maneiras de capturar e preservar imagens. Desde a pré-história, pinturas rupestres e outras formas de arte visual ou técnicas de impressão, foram usadas para registrar a realidade e expressar ideias. O desenvolvimento da foto- grafia foi impulsionado por uma série de descobertas científicas e avan- ços tecnológicos. A fotografia tem suas origens na descoberta da câmara escura, um fenômeno óptico conhecido desde a antiguidade. No entanto, o marco inicial da fotografia como processo tecnológico ocorreu em meados do século XIX. Em 1826, o francês Joseph Nicéphore Niépce conseguiu produzir a primeira imagem fotográfica permanente conhe- cida. Esta imagem, embora de qualidade rudimentar, representou um avanço significativo na captura e preservação de imagens visuais. Desde então, a fotografia passou por inúmeras transformações tec- nológicas, incluindo o desenvolvimento de processos de negativos e 8 Imagem digital: vetor e bitmap positivos, a introdução da fotografia em cores, a invenção da película fle- xível e, finalmente, a transição para a era digital com o advento das câme- ras digitais e smartphones. Esses avanços revolucionaram não apenas a forma como capturamos e compartilhamos imagens, mas também a maneira como percebemos o mundo ao nosso redor. A fotografia tor- nou-se uma linguagem universal, capaz de transcender barreiras linguís- ticas e culturais, e continua a desempenhar um papel central na comu- nicação contemporânea, graças à sua capacidade de capturar e transmitir experiências visuais de forma imediata e poderosa. Ao longo da história, muitos fotógrafos se destacaram por sua sensibilidade e percepção. Um dos mais influentes foi Henri Cartier-Bresson, cujo trabalho pioneiro na fotografia documental e fotojornalismo definiu muitos dos princípios fun- damentais da linguagem fotográfica. Cartier-Bresson foi um mestre em capturar “o momento decisivo”, aquele instante fugaz e efêmero que revela a essência de uma situação ou pessoa. Sua abordagem humanista e sua habilidade em narrar histó- rias visuais transcenderam fronteiras geográficas e culturais, tornando suas fotografias reconhecidas e admiradas em todo o mundo. Seu tra- balho influenciou gerações de fotógrafos e solidificou a fotografia como uma forma de arte e comunicação global. Além de Cartier-Bresson, outros fotógrafos também desempenharam papéis significativos na evolução da linguagem fotográfica e na sua capacidade de transcendência cultu- ral. Ansel Adams, por exemplo, foi fundamental na elevação da fotogra- fia de paisagens à categoria de arte, enquanto Dorothea Lange trouxe à tona questões sociais importantes por meio de suas fotografias docu- mentais durante a Grande Depressão nos Estados Unidos. No decorrer do século XX, nomes como Steve McCurry, continuaram a demonstrar o poder da fotografia como uma linguagem universal. McCurry viaja pelo mundo, capturando imagens que exploram a diversidade humana, conectando pessoas de diferentes culturas por meio de sua habilidade em contar histórias visuais. Vivian Maier é outra referência do século XX, cujo trabalho só foi descoberto e reconhecido postumamente. Maier foi Introdução à imagem digital e comunicação visual 9 uma fotógrafa de rua e passou décadas documentando a vida urbana em Chicago e Nova York, capturando momentos espontâneos da vida cotidiana. Suas fotografias são celebradas por sua composição meticu- losa e pela habilidade de capturar a essência das pessoas e dos ambien- tes urbanos com sensibilidade e profundidade. Conhecida por suas fotografias quadradas em preto-e-branco que exploram temas de marginalidade e alienação dentro da sociedade ame- ricana, Diane Arbus é uma figura central celebrada por sua habilidade em revelar a singularidade de seus sujeitos com uma honestidade crua e uma intimidade emocional na fotografia do século XX. Suas obras fre- quentemente focam pessoas comuns e pessoas marginalizadas em suas vidas cotidianas. David LaChapelle, por sua vez, é conhecido por suas imagens surrea- listas e extravagantes, que rompem com as convenções da fotografia comercial. Suas fotografias são marcadas por cores vibrantes e compo- sições elaboradas, explorando questões sociais, culturais e políticas de maneira provocativa e, por vezes, satírica. Outro nome importante é Sebastião Salgado, um renomado fotógrafo brasileiro conhecido por seu trabalho humanitário e documental. Ele ganhou destaque internacional por suas poderosas imagens em preto e branco que retratam questões sociais, ambientais e humanitárias ao redor do mundo. Salgado dedicou sua carreira a documentar a condição humana em diversas partes do globo, abordando temas como pobreza, migração, trabalho, desastres naturais e meio ambiente. Suas fotogra- fias são reconhecidas por sua beleza estética e profundidade emocio- nal, capturando a essência das experiências humanas e despertando consciência sobre questões globais. A importância desses fotógrafos e de outros ao longo do tempo não reside apenas em suas habilidades técnicas, mas também na sua capa- cidade de transmitir emoções, despertar empatia e promover a com- preensão entre pessoas de diferentes origens e perspectivas. Suas 10 Imagem digital: vetor e bitmap fotografias servem como pontes culturais, proporcionando insights pro- fundos sobre a condição humana e o mundo que compartilhamos. A fotografia também tem suma importância na comunicação de massa, sendo amplamente utilizada em artigos jornalísticos impressos e televisivos, no cinema, no design gráfico e na publicidade e propaganda. Ao longo da história, a evolução das tecnologias de imagem e a cres- cente importância da mídia visual têm moldado a forma como as men- sagens são transmitidas e recebidas pelos públicos. Na comunicação publicitária, desde os primeiros anúncios impressos até as campanhas digitais, a imagem tem sido uma ferramenta pode- rosa para atrair a atenção do público-alvo, transmitir mensagens e influen- ciar comportamentos de consumo. As imagens publicitárias são proje- tadas para despertar emoções, criar associações positivas com marcas e produtos, e persuadir os consumidores a tomar decisões de compra. Ao longo do tempo, a fotografia, o design gráfico e, mais recentemente, a produção de vídeos têm desempenhado papéis cada vez mais impor- tantes na comunicação. Fotógrafos e designers utilizam composição, cor, estilo visual, direção de arte e outras técnicas para criar peças gráficas atraentes e impactantes. A evolução da comunicação digital trouxe novas oportunidades para segmentação de audiência e personalização de men- sagens, tornando a imagem ainda mais importante para capturar a aten- ção em um ambiente cada vez mais saturado de informações. No jornalismo, a imagem desempenha múltiplos papéis, desde a ilus- tração de notícias até a documentação visual de eventos importantes. O fotojornalismo tem o poder de informar, provocar emoções e estimular debates sobre questões sociais, políticas e culturais. Ao longo dos anos, fotojornalistas talentosos capturaram momentos históricos, testemu- nhando e registrando eventos que moldaram o curso da história. Além disso, infográficos são frequentemente utilizados para comple- mentar matérias e apresentar dados complexos de forma acessível e Introdução à imagem digital e comunicação visual 11 compreensível para o público. Essas representações visuais ajudam os leitores a contextualizarem informações e a visualizar tendências, estatís- ticas e relações que podem ser difíceis de compreender apenas com texto. PARA PENSAR Nos dias atuais, com as mídias digitais e as redes sociais, a importância da imagem na comunicação só aumentou. Plataformas como Instagram, Facebook e o X (ex-Twitter) priorizam conteúdo visual e incentivam o compartilhamento de imagens para atrair a atenção e o engajamento. Você já parou para pensar em como as imagens e vídeos têm o poten- cial de se tornarem peças-chave na narrativa e de impulsionarem publi- cações bem-sucedidas? Vigna (2023) nos apresenta muitas outras formas de utilização de imagens, em outdoors, e-books, animações, embalagens videogames, jogos para smartphones, quadrinhos, narrativas gráficas entre outras for- mas de aplicação na economia criativa. Com a invenção do computador pessoal na década de 1980, a pro- dução de imagens passou por uma transformação radical. Antes limi- tada à fotografia analógica e técnicas de manipulação manual, a entrada do computador no cenário da criação visual inaugurou uma era de pos- sibilidades nunca imaginada. O surgimento da internet e das redes de comunicação globais na década de 1990 ampliaram ainda mais o alcance e a influência da pro- dução de imagens digitais. As criações visuais podiam ser compartilha- das instantaneamente de uma forma global, rompendo barreiras geográ- ficas e culturais e criando novas formas de interação e colaboração. A evolução tecnológica na produção de imagens continua em ritmo acele- rado, com o desenvolvimento de novas técnicas de renderização, inteli- gência artificial aplicada à edição de fotos e realidade aumentada. 12 Imagem digital: vetor e bitmap 2 Diferenças em relação à imagem analógica e digital A transição da imagem analógica para a digital marca não apenas uma mudança de meio, mas uma transformação fundamental na forma como concebemos, capturamos e manipulamos imagens. Essas duas modalidades apresentam diferenças significativas em vários aspectos, desde a forma como são pensadas, criadas, produzidas, até a maneira como são armazenadas e distribuídas. Um original na criação de imagens pode ser uma fotografia, uma pin- tura feita à mão, uma ilustração digital, ou qualquer outra forma de arte visual que seja concebida sem recorrer diretamente a outras obras exis- tentes como referência direta ou base para a criação. A originalidade na criação de imagens é valorizada por sua capacidade de transmitir uma voz única, contar uma história pessoal e estimular a imaginação do espec- tador de maneira autêntica e inovadora. Antes da era digital, os formatos analógicos de imagem eram as úni- cas possibilidades no cenário de produção visual, com destaque para a fotografia e para os formatos de impressão. A fotografia analógica abrange uma variedade de formatos, incluindo negativos de filme e cópias impres- sas em papel fotográfico. Na fotografia, tanto na analógica quanto na digi- tal, o processo criativo pode influenciar significativamente a percepção visual da obra. A imagem analógica muitas vezes é enaltecida por sua qualidade gráfica, com tons suaves e transições naturais entre as áreas claras e escuras. No entanto, a resolução e a nitidez podem ser limitadas pelo tipo de filme ou papel utilizado, bem como pelo processo de revela- ção. A escolha do filme, o método de exposição e o processo de revela- ção podem afetar diretamente a qualidade e a estética da imagem final. Além da fotografia, temos também a reprodução em série de imagens com sistema de impressão analógico, cada formato tem suas caracte- rísticas únicas e resoluções, influenciando a estética e a qualidade final Introdução à imagem digital e comunicação visual 13 da imagem impressa, desde o brilho e a saturação das cores até a tex- tura e o contraste, oferecendo uma ampla gama de opções para artis- tas, designers e profissionais da indústria gráfica. Entre os principais for- matos, temos: Offset: método de impressão indireto, no qual a imagem é trans- ferida, por meio da tinta, de uma chapa de metal para um cilindro intermediário revestido com borracha (blanket), e então impressa no substrato final, geralmente papel. Este método oferece alta qua- lidade de impressão e é amplamente utilizado na produção de jor- nais, revistas, livros e materiais promocionais. Flexografia: é um processo de impressão direto, no qual a tinta é transferida diretamente da matriz de borracha, para o suporte. O formato tem esse nome devido a matriz ser de borracha flexível. É comumente usado para imprimir em superfícies não porosas, como plástico, e superfícies macias como papelão ondulado e embalagens flexíveis, onde uma pressão mais forte poderia dani- ficar o material. A flexografia é conhecida por sua velocidade e efi- ciência na produção em larga escala, sendo bastante utilizada em indústrias de embalagens e rótulos. Rotogravura: é um processo de impressão que utiliza cilindros gra- vados em baixo relevo para transferir tinta para o substrato. Cada cilindro contém áreas gravadas em diferentes profundidades, que determinam a quantidade de tinta transferida. Este método é um sistema de impressão direto, com secagem rápida da tinta e velo- cidade rápida na impressão. É extremamente eficiente na impres- são de grandes tiragens, com excelente qualidade em diversos tipos de materiais como plástico, filmes de embalagem e papelão revestido de alta qualidade, adequado para embalagens e aplica- ções que exigem impressões detalhadas e de alta resolução. A rotogravura é particularmente valorizada na indústria de embala- gens por sua habilidade em reproduzir imagens com detalhes finos, graduações suaves e cores consistentes. 14 Imagem digital: vetor e bitmap Serigrafia: também conhecida como silkscreen, é um processo de impressão manual em que a tinta é pressionada por meio de uma tela esticada em uma moldura. As áreas da tela que não devem ser impressas são bloqueadas por uma substância impermeável. A serigrafia é amplamente utilizada na produção de pôsteres, cami- setas, arte de rua e outros itens rígidos personalizados. Xilogravura: é uma técnica de impressão em relevo, na qual a ima- gem é esculpida em uma matriz de madeira (xilografia). A matriz é então entintada e pressionada contra o papel para transferir a imagem. Esta técnica é conhecida por sua aparência rústica e tex- turizada, e é frequentemente usada em gravuras artísticas e ilustrações. Em 1984, dois eventos marcantes mudaram o curso da produção de imagens: o lançamento do Macintosh pela Apple e o surgimento do Win- dows pela Microsoft. Esses sistemas operacionais pioneiros trouxeram consigo não apenas interfaces gráficas amigáveis, mas também as fer- ramentas necessárias para explorar novos horizontes na criação visual. A computação gráfica tornou-se acessível a um público mais amplo. Soft- wares como o Adobe Photoshop, lançado em 1988, e o CorelDRAW, em 1989, permitiram que artistas, designers e fotógrafos explorassem novas formas de expressão visual diretamente em seus computadores. De acordo com Andrade (2023): O Photoshop é um aplicativo de criação e aprimoramento de foto- grafias, imagens digitais, ilustrações 3D, vídeos, animações e designs para web e aplicativos para dispositivos móveis. Tudo isso o tor- nou um dos mais utilizados em computadores de plataforma Windows, macOS ou Linux, fazendo dele, sem dúvida, o aplicativo de maior destaque no mundo da fotografia e do design gráfico. (Andrade, 2023, p. 19) Essas ferramentas não apenas simplificaram processos anteriormente complexos, como a manipulação de imagens e a criação de ilustrações Introdução à imagem digital e comunicação visual 15 digitais, mas também abriram espaço para a experimentação criativa. Com o uso de técnicas como camadas, filtros e efeitos especiais, os pro- fissionais da imagem puderam ultrapassar as limitações do mundo físico e criar composições com uma liberdade sem precedentes. Na imagem digital, a captura de um original é realizada por meio de dispositivos eletrônicos, como câmeras digitais em smartphones e em scanners. A luz é convertida em sinais elétricos que são armazenados em formato digital. A imagem digital oferece uma ampla gama de possibilidades em ter- mos de resolução e qualidade. A possibilidade de ajustar configurações permite um controle preciso e, se bem utilizados, podem resultar em ima- gens nítidas e detalhadas. Ferramentas digitais desempenham um papel importante na criação, manipulação e edição da imagem. Com o uso de um software de edição, podemos aprimorar detalhes, ajustar cores, efei- tos de iluminação e realizar outras modificações para alcançar a quali- dade desejada. A capacidade de experimentar livremente e de forma não definitiva oferecida pela imagem digital amplia ainda mais as possibili- dades criativas, permitindo explorar diferentes abordagens e estilos. A evolução tecnológica na produção de imagens continua em ritmo acelerado, com o desenvolvimento de novos equipamentos e técnicas de renderização, inteligência artificial aplicada à edição de fotos e reali- dade aumentada/virtual. À medida que avançamos para o futuro, a inteligência artificial (IA) desempenha um papel cada vez mais importante na criação de imagens. Com algoritmos de aprendizado profundo e redes neurais cada vez mais sofisticadas, a IA será capaz de analisar grandes conjuntos de dados visuais, compreender padrões complexos e até mesmo gerar conteúdo visual original de maneira autônoma. Desde a melhoria da qualidade das imagens até a criação de obras de arte inovadoras, a IA promete revolu- cionar ainda mais a forma como concebemos e produzimos imagens, 16 Imagem digital: vetor e bitmap abrindo portas para novas formas de expressão e criatividade que antes eram inacessíveis. 3 O uso da imagem digital na comunicação visual Atualmente, o processo de criação de imagens para a comunicação visual passa pelo computador, seja na criação, edição, manipulação, tra- tamento, diagramação, ou fechamento de arquivo para impressão. Os for- matos de imagens digitais podem ser divididos em duas categorias prin- cipais: bitmaps e vetoriais. Em seu livro, Ilustração Digital, Vigna (2023) nos explica que a imagem bitmap é formada por um mapa de bits enquanto a imagem vetorial é formada por uma equação matemática. Os formatos vetoriais, como o Adobe Illustrator e o Scalable Vector Graphics (SVG), são compostos por equações matemáticas que descre- vem formas geométricas, como linhas, curvas e polígonos e podem ter aplicação de cor nas linhas ou nos preenchimentos das formas. Isso per- mite que as imagens vetoriais sejam redimensionadas sem perda de qualidade, tornando-as ideais para logotipos, ilustrações e gráficos que exigem escalabilidade e precisão. Por outro lado, os formatos de bitmap, como JPG, PNG e GIF, são compostos por uma grade de pixels indivi- duais, em que cada pixel contém informações de cor. Cada pixel é atri- buído a uma coordenada na imagem e possui uma cor específica deter- minada pela sua composição de canais de cor (RGB). Essas imagens são ideais para representar fotografias, paisagens e outras imagens com- plexas, pois são capazes de capturar uma ampla gama de detalhes e tex- turas. No entanto, elas têm uma resolução fixa e, portanto, podem per- der qualidade quando redimensionadas ou ampliadas, resultando em perda de nitidez ou pixelização. Quando falamos de imagens na comunicação visual, é essencial con- siderar não apenas o conteúdo da imagem, mas também questões Introdução à imagem digital e comunicação visual 17 técnicas relacionadas à sua resolução e qualidade, especialmente ao se adaptar a diferentes meios de visualização, como impressão e tela. Ao selecionar ou criar imagens para uso em materiais de comunicação visual, é fundamental entender a diferença entre resolução e qualidade da ima- gem. A resolução refere-se à quantidade de detalhes presentes em uma imagem e é medida em pixels por polegada (PPI) ou dots per inch (DPI). Quanto maior a resolução, maior a qualidade da imagem. Para materiais impressos, como cartazes, folhetos e revistas, a reso- lução ideal da imagem geralmente é mais alta do que para visualização em tela. Isso ocorre porque a impressão requer uma densidade maior de pixels para garantir uma reprodução nítida e detalhada. Além da resolu- ção da imagem, é importante considerar a resolução de saída necessá- ria para a impressão. Isso pode variar dependendo do tipo de impressora e do tamanho final da impressão. Geralmente, uma resolução de saída de 300 DPI é o padrão recomendado para impressão de alta qualidade e os formatos de arquivo mais comuns são JPG e PDF. É importante cer- tificar-se de salvar as imagens no formato apropriado, com a qualidade e as configurações de compressão adequadas para o projeto. Ao prepa- rar o material para impressão, é importante considerar a sangria e as margens de segurança, que garantem que as imagens se estendam além das bordas do documento e que não haja elementos importantes muito próximos das bordas, evitando cortes indesejados durante o processo de impressão e acabamento. IMPORTANTE A sangria, também conhecida como bleed, é uma área adicional ao redor do conteúdo de um documento que se estende além das margens finais. Essa área é importante em projetos de impressão, especialmente quando o documento tem elementos que se estendem até as bordas do papel, como cores sólidas, imagens ou elementos gráficos. A principal função da sangria é permitir que o papel seja refilado com precisão garantindo um bom acabamento no material impresso. Sem a sangria, pequenas variações no corte do papel podem resultar em bordas brancas visíveis 18 Imagem digital: vetor e bitmap ao redor do documento finalizado, o que prejudica a aparência profissio- nal do projeto. Geralmente, essa área de sangria tem entre 3 a 5 milíme- tros, mas pode variar dependendo das especificações do projeto e das orientações da gráfica. Para o uso em mídias digitais, como sites, mídias sociais e apresen- tações, a resolução ideal da imagem pode variar dependendo do dispo- sitivo de visualização. Enquanto alguns monitores de alta resolução podem exigir imagens com maior densidade de pixels, para visualização em tela e internet, é recomendável ajustar a resolução para 72 DPI e sal- var as imagens em formatos compatíveis com a web, como JPEG, PNG ou GIF caso sejam imagens bitmap; em caso de imagens vetoriais o for- mato compatível com web mais indicado seria o SVG. Cada formato de imagem tem suas próprias características e propriedades, o que diferen- cia a escolha do formato para garantir uma reprodução nítida e eficiente das imagens, enquanto mantém os arquivos em um tamanho gerenciá- vel para upload e download. Essa adaptação de formatos e de imagens para diferentes meios de comunicação digital permite maximizar a qua- lidade visual e a eficiência do desempenho, proporcionando uma expe- riência de usuário agradável e satisfatória. Ao preparar imagens para uso em diferentes meios de comunicação visual, é importante adaptar a resolução e o formato da imagem con- forme necessário. Ferramentas de edição de imagem permitem ajustar a resolução, o tamanho e o formato da imagem para atender às especi- ficações de cada meio, garantindo uma reprodução precisa e com a qua- lidade adequada. Quanto maior a resolução e a qualidade da imagem, maior é o tamanho do arquivo. Em contrapartida, quanto menor for a resolução e, consequentemente, menor a qualidade gráfica da imagem, menor é o tamanho do arquivo. Outra questão importante e que gera bastante confusão são as cores. Para impressão analógica, de formato industrial, é essencial garantir que Introdução à imagem digital e comunicação visual 19 as imagens estejam no modo de cor pigmento CMYK (ciano, magenta, amarelo e preto), que é o padrão para impressão. Utilizar perfis de cor adequados para o tipo de impressão e o tipo de papel é essencial para garantir uma correspondência precisa das cores. Já o formato de cor RGB (red, green, blue) é utilizado em meios digi- tais, como telas de computador, smartphones, TVs, projetores, painéis digitais e outros dispositivos eletrônicos. Este também é o padrão de cor para a produção e edição de vídeos, websites, conteúdo para mídias sociais, apresentações eletrônicas, aplicativos e outros formatos de con- teúdo digital. O formato RGB é o adequado para qualquer aplicação que envolva a exibição de cores em meios digitais, aproveitando ao máximo as capacidades das telas e dispositivos eletrônicos. Além das especificações técnicas, há várias considerações importan- tes a serem feitas ao utilizar imagens digitais na comunicação visual. Manter a consistência visual nas imagens utilizadas nos materiais de comunicação contribui para a qualidade do trabalho, isso inclui o estilo, a escala cromática, características da composição e o tipo de imagem (fotografia, ilustração bitmap, imagens vetoriais, gráficos etc.). Uma apa- rência visual consistente ajuda a fortalecer a comunicação, a identidade e a criar uma experiência coesa. Ao produzir, ou selecionar imagens para a comunicação visual, certi- fique-se de que elas sejam relevantes para a mensagem e que tenham forte impacto visual. Escolha imagens que capturem a atenção do espec- tador e transmitam a mensagem de forma clara e eficaz. Sempre res- peite os direitos autorais ao usar imagens digitais. Certifique-se de que existe a licença de uso, ou a permissão do autor para usar as imagens escolhidas ou que elas estejam licenciadas para uso comercial, conforme necessário. Existem muitos bancos de imagens que oferecem uma ampla variedade de imagens com diferentes tipos de licenças. Também é importante garantir que as imagens sejam acessíveis a todos os espectadores, incluindo pessoas com deficiência visual. Isso 20 Imagem digital: vetor e bitmap pode incluir fornecer descrições alternativas de texto (alt text) para ima- gens em páginas da web, usar legendas em vídeos e garantir que as ima- gens tenham qualidade gráfica, contraste suficiente para facilitar a visualização. Considerações finais A evolução tecnológica na produção de imagens reflete não apenas avanços científicos, mas também uma busca contínua pela expressão visual e pela comunicação. A fotografia, em particular, desempenhou um papel fundamental ao longo dessa jornada, tornando-se uma linguagem universal capaz de transcender fronteiras culturais e geográficas. Por meio do trabalho de fotógrafos visionários testemunhamos não apenas a evolução da tecnologia de imagem, mas também a capacidade da foto- grafia de capturar a essência da condição humana e promover a com- paixão entre os povos. A transição da imagem analógica para a digital marcou uma mudança significativa na forma como concebemos, criamos e publicamos ima- gens. Enquanto a imagem analógica valoriza a qualidade gráfica e a esté- tica tradicional, a imagem digital oferece uma versatilidade e uma gama de possibilidades criativas sem precedentes. A computação gráfica e os softwares de edição democratizaram o processo de criação visual, per- mitindo que artistas e designers explorem novas formas de expressão e experimentação. No contexto da comunicação visual contemporânea, as imagens digi- tais desempenham um papel central na transmissão de mensagens e na construção de narrativas envolventes. Ao adaptar imagens para diferen- tes meios de comunicação, é essencial considerar não apenas questões técnicas, como resolução e formato, mas também aspectos relacionados à relevância, impacto e acessibilidade. Ao manter a consistência visual, respeitar os direitos autorais e garantir a acessibilidade das imagens, Introdução à imagem digital e comunicação visual 21 podemos criar experiências visuais significativas e inclusivas que res- soam com nosso público-alvo. Referências ANDRADE, Marcos Serafim de. Adobe Photoshop. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2023. VIGNA, Carolina. Ilustração digital. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2023. 22 Imagem digital: vetor e bitmap Capítulo 2 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Formatos de arquivo e características técnicas da imagem digital Dentro do universo da produção visual digital, a compreensão dos for- matos de arquivo e das características técnicas da imagem é de grande importância para todos aqueles que trabalham com criação, manipula- ção e compartilhamento de conteúdo visual. Neste capítulo, vamos enten- der melhor os formatos de arquivo, explorando suas peculiaridades e usos específicos, enquanto também desvendamos as complexas carac- terísticas técnicas que definem a qualidade e a adaptabilidade das ima- gens digitais. 23 Ao trabalhar com imagens, seja para propósitos artísticos, comerciais ou científicos, é importante entender como os diferentes formatos de arquivo influenciam não apenas o armazenamento e transmissão de ima- gens, mas também como esses formatos moldam a interpretação visual pelos dispositivos e meios de exibição. Além disso, as características técnicas como dimensões em pixels, resolução, DPI e modos de cor, desempenham um papel fundamental na definição da nitidez, fidelidade de cores e adaptabilidade das imagens em variados contextos, desde a visualização em monitores digitais, telas de dispositivos como celulares e tablets, indo até a reprodução em impressões de alta qualidade. Veremos também o que há por trás dos formatos de arquivo, desta- cando suas forças e limitações, ao mesmo tempo que explora as carac- terísticas técnicas que capacitam as imagens digitais a comunicarem- -se de forma eficaz em um mundo cada vez mais orientado visualmente. Prepare-se para uma jornada informativa e prática, na qual a compreen- são profunda desses elementos se torna a chave para o sucesso na mani- pulação e apresentação visual de conteúdo digital. 1 Imagem digital: dimensões em pixels, resolução e DPI As imagens digitais são representações visuais armazenadas eletro- nicamente e que são compostas por pixels, os elementos básicos que compõem uma imagem. A palavra “pixel” é uma contração de dois ter- mos: “picture” e “element” (em inglês), que significam “imagem” e “ele- mento”, respectivamente. Ela foi usada pela primeira vez durante a década de 1960, quando surgiu a necessidade de descrever os elementos indi- viduais que compõem uma imagem em dispositivos de exibição como monitores e telas de computadores. O termo foi popularizado no campo da computação gráfica e da tecnologia da informação para se referir à menor unidade de uma imagem digital. 24 Imagem digital: vetor e bitmap Figura 1 – Como os pixels formam uma imagem Em monitores, telas de TV e dispositivos, os pixels são organizados em linhas e colunas, formando uma grade que constitui uma imagem. As propriedades fundamentais das imagens digitais incluem dimensões em pixels, resolução e DPI. As dimensões em pixels indicam a quantidade de pontos que com- põem uma imagem, determinando sua largura e altura. Por exemplo, uma imagem com dimensões de 1.920 x 1.080 possui 1.920 pixels na largura e 1.080 pixels na altura. A multiplicação desses valores dá o total de pixels na imagem, ou seja, 2.073.600 pixels. Formatos de arquivo e características técnicas da imagem digital 25 Figura 2 – Mecânica das dimensões em pixels numa imagem A resolução, em termos gerais, vai se referir à densidade de pixels em uma área específica da imagem, normalmente equivalendo a uma pole- gada. Segundo Martins (2019), designer e fotógrafo brasileiro, historica- mente no mercado, existe uma certa confusão de nomenclatura no que se refere à resolução de uma imagem digital, qualidade da imagem de um monitor e qualidade de imagem impressa: O termo resolução é usado indiscriminadamente para descrever qualidade da imagem, qualidade do monitor, definição de impres- soras, tamanho da imagem, etc. Ora, resolução é uma parte crítica da imagem digital, é a chave para o seu entendimento. Portanto, ter dúvidas quanto à propriedade de seu uso pode trazer embara- ços ao iniciante... (Martins, 2019, p. 11). Dessa forma, temos a resolução da imagem, que vem a se referir à quantidade de pixels utilizada na imagem digital e à quantidade de infor- mação que o pixel traz para compor a imagem em si. É medida em pixels per inch – pixels por polegada (PPI). 26 Imagem digital: vetor e bitmap Figura 3 – Mecânica da resolução em DPIs/PPIs Em seguida, temos a resolução de um monitor, que vem a ser a quan- tidade de pontos que permite a visualização de uma tela. Vale lembrar que, em um monitor, são visualizadas imagens em DPI (dots per inch – pontos por polegada) e PPI. Assim como as dimensões em pixels, sua resolução é expressa pelo número de pontos dispostos na horizontal por quantidade de linhas dispostas na vertical. Exemplo: 1.024 x 768, signi- ficam 1.024 pontos por linha horizontal dispostos 768 vezes vertical- mente. A resolução de um monitor é medida em DPI e, nesse caso, um ponto equivale a um pixel. Finalmente, temos a resolução de uma impressão. A quantidade de DPIs que uma impressora consegue alcançar resulta em um trabalho de maior ou menor qualidade de impressão. Impressoras a laser (ou ainda impressoras comuns de escritório ou jatos de tinta caseiras), usualmente trabalham com resoluções que vão de 300 a 600 DPI. Impressoras de composição (impressoras industriais chamadas de imagesetters), podem alcançar resoluções de 1.200, 2.400 DPIs ou até mais. Neste caso, uma resolução mais alta implica em mais pontos por unidade de medida, resultando em uma imagem mais nítida quando impressa. A resolução é essencial ao trabalhar com impressões de alta qualidade. Ainda segundo Martins (2019), vale o lembrete: Formatos de arquivo e características técnicas da imagem digital 27 Imagem → ppi (pixels per inch, pixels por polegada) Monitor → número de pixels na horizontal x número de pixels na vertical Impressão → dpi (dots per inch, pontos por polegada) No campo prático, a compreensão desses elementos é essencial. Ao criar imagens para a web, pode ser vantajoso balancear dimensões meno- res em pixels com resoluções eficientes. Por outro lado, projetos desti- nados à impressão exigem resoluções mais altas para garantir uma repro- dução fiel e impactante. Para determinar a eficiência de uma resolução, é necessário conside- rar a finalidade de uso da imagem, a distância de visualização, e o meio em que será apresentada ou impressa. Por exemplo, a resolução de 72 DPI geralmente é usada em imagens para a web, e é uma resolução ade- quada para visualização em telas de computador e dispositivos móveis. Isso mantém o tamanho do arquivo baixo para carregamento rápido, sem sacrificar muito a qualidade visual para a maioria dos usuários. Já a resolução de 300 DPI é o padrão para impressões de alta quali- dade onde a imagem será visualizada de perto, como em revistas, fol- ders, folhetos e impressos em geral. Isso proporciona detalhes nítidos e gradações suaves. No caso de 1.200 DPI (ou superior), tal resolução é muitas vezes des- necessária para uso geral, mas pode ser vantajosa para impressões que exigem detalhes extremos, como impressões de arte ou onde a precisão dos detalhes é crítica. Entretanto, a maioria dos sistemas de impressão não suporta essa resolução em mídias padrão, logo, essa qualidade de resolução somente se aplicaria a um scan de imagem em cromo ou mesmo fotografia impressa, a fim de capturar todos os detalhes dela. Vale lembrar que o tipo de papel influencia diretamente na resolução a ser utilizada. Papéis de alta qualidade como o couché permitem impres- sões de alta resolução. Papéis jornal, por exemplo, não suportam bem 28 Imagem digital: vetor e bitmap resoluções acima de 150-200 DPI devido à sua porosidade, o que faz a tinta nesse papel se espalhar de forma um pouco exagerada em alguns casos prejudicando a nitidez da impressão. A distância de visualização e o tamanho da impressão também influen- ciam na resolução de uma imagem. Resoluções mais altas são impor- tantes quando a imagem será vista de perto. Para outdoors ou banners vistos a distâncias maiores, resoluções mais baixas são adequadas e mais econômicas. Quanto maior a impressão, menor pode ser o DPI, dado que a imagem será vista de uma distância maior. Outdoors e ban- ners frequentemente usam resoluções entre 150 e 200 DPI. Em sistemas de impressão gráfica offset, a resolução máxima de 300 DPI é suficiente para produzir resultados de alta qualidade para a maio- ria das aplicações de impressão comercial, considerando-se o tipo de papel e a qualidade de impressão desejada. Resoluções mais altas não melhoram a qualidade perceptível da impressão em papéis padrão e podem resultar em tamanhos de arquivo desnecessariamente grandes, o que dificulta o manuseio e a impressão. Em suma, a eficiência de uma resolução depende do uso adequado ao contexto e necessidades específicas de cada aplicação. É um equilí- brio entre a qualidade visual desejada e as limitações técnicas do equi- pamento de exibição ou impressão, bem como considerações práticas, como o tamanho do arquivo. 2 Formatos de arquivos Na criação digital, a escolha do formato de arquivo é uma decisão estratégica que molda não apenas a forma, mas a qualidade e a adap- tabilidade de uma imagem. De acordo com Nelson Martins, no momento que um projeto é criado em um determinado programa, o arquivo é armazenado em seu formato Formatos de arquivo e características técnicas da imagem digital 29 intrínseco (ou ainda formato nativo), isto é, no formato exclusivo desen- volvido especificamente para aquele programa em questão. Quando um trabalho é criado em determinado aplicativo, o arquivo é salvo num formato nativo, ou seja, o formato proprietário criado especificamente para aquele aplicativo. A extensão do formato de arquivo nativo do CorelDRAW, por exemplo, é.cdr, diferente do for- mato de arquivos genéricos como.txt, que são arquivos de texto não associados a um aplicativo específico (Martins, 2019, p. 26). Por conta de suas características intrínsecas relacionadas a imagens, todos os programas de criação e edição de imagens são altamente fle- xíveis no que se refere à troca de arquivos, ou seja, são mutuamente com- patíveis e alternáveis, ainda conforme Martins (2019): Por possuírem características próprias (relativas a imagens), todos os softwares de criação e de edição de imagens gráficas são extre- mamente versáteis para o intercâmbio de arquivos, ou seja, são intercambiáveis (Martins, 2019, p. 26). Abaixo, uma lista de formatos de arquivos intercambiáveis mais uti- lizados para a criação de imagens digitais: Joint Photographic Experts Group (JPEG): o formato JPEG é um arquivo de alta compressão, que equilibra a redução de tamanho de arquivo com a preservação da qualidade visual. A compressão JPEG utiliza técnicas sofisticadas para eliminar detalhes redun- dantes, criando uma imagem compacta, mas mantendo uma qua- lidade visual perceptível. É ideal para fotografias e imagens com- plexas, e é uma escolha frequente para uso de imagens na web, onde o espaço de armazenamento é precioso. Portable Network Graphics (PNG): o formato PNG permite o uso de transparência na imagem. Sua qualidade sem perda o torna uma escolha ideal para gráficos e imagens com elementos trans- parentes, frequentemente encontrados em design gráfico e 30 Imagem digital: vetor e bitmap desenvolvimento web. Ao contrário do JPEG, o PNG utiliza com- pressão sem perda, preservando os detalhes da imagem. Sua capa- cidade de manter informações de transparência o torna indispen- sável para logotipos, ícones e qualquer imagem que exija uma sobreposição suave em diferentes contextos visuais em sites e aplicativos na internet. Graphics Interchange Format (GIF): o GIF é muito conhecido por sua capacidade de animação. É um formato de arquivo dinâmico onde cada quadro da animação é encapsulado em uma única ima- gem, criando sequências visuais leves e envolventes. Apesar de sua paleta de cores limitada (256 cores), o GIF destaca-se na sim- plicidade, sendo uma escolha popular para memes, emojis anima- dos e pequenas sequências de movimento. Sua adaptabilidade o torna uma ferramenta criativa em um mundo visualmente diversi- ficado. É utilizado somente para imagens com movimento, não sendo adequado para impressão. Tagged Image File Format (TIFF): o formato TIFF é um arquivo de qualidade sem perda. Amplamente utilizado em cenários profissio- nais, o TIFF mantém cada detalhe da imagem original, tornando-se um arquivo muito valioso em áreas como fotografia profissional, design gráfico e impressões de alta qualidade. A ausência de com- pressão no TIFF garante que cada pixel seja uma reprodução fiel da imagem original. Sua capacidade de suportar diversas cama- das e canais de cor contribui para sua reputação como uma esco- lha robusta para a produção visual de alta fidelidade, porém, fica um arquivo muito pesado e não é recomendado para uso em web. Bitmap (BMP): o BMP, embora menos comum nos dias de hoje, é um velho conhecido dos designers gráficos. Armazenando ima- gens sem compressão, o BMP mantém a integridade dos pixels, mas, consequentemente, resulta em arquivos de tamanhos signi- ficativos. A ausência de compressão no BMP significa que cada Formatos de arquivo e características técnicas da imagem digital 31 pixel é representado de forma direta, sem perda de informação. No entanto, sua natureza volumosa o torna menos prático para a web e ambientes onde a eficiência no uso do espaço é crucial. Scalable Vector Graphics (SVG): o formato SVG é projetado para gráficos escaláveis e transcende a limitação de resolução, propor- cionando imagens nítidas e flexíveis que se adaptam a diferentes tamanhos de exibição sem perda de qualidade. O SVG não apenas representa formas, mas também elementos interativos, como links e animações. Sua estrutura XML permite fácil edição e integração com tecnologias web, tornando-o uma escolha ideal para ícones, logotipos e gráficos em ambientes online. Encapsulated PostScript (EPS): o formato de imagem EPS é um tipo de arquivo vetorial amplamente utilizado no design e na indús- tria gráfica. Criado pela Adobe Systems, o EPS é projetado para con- ter imagens e gráficos que podem ser facilmente integrados em documentos produzidos por softwares como Adobe Illustrator e InDesign. A principal característica deste formato é sua capacidade de armazenar imagens vetoriais, juntamente com informações sobre cores, transparências, textos e outros elementos gráficos. RAW: o formato RAW é muitas vezes considerado um “negativo digital”, pois captura a essência crua da imagem. Ao preservar todos os dados sensoriais da câmera, o RAW oferece flexibilidade inigua- lável durante o pós-processamento, permitindo ajustes detalhados de exposição, balanço de branco e outros parâmetros. Cada fabri- cante de câmera tem sua variação de formato RAW, como CR2 (Canon) ou NEF (Nikon). Apesar de exigir mais espaço de armaze- namento, o RAW se destaca em produções fotográficas profissio- nais, onde a fidelidade e a manipulação detalhada são essenciais. WebP: o formato WebP é um formato desenvolvido pelo Google, que combina compressão superior com qualidade visual, resul- 32 Imagem digital: vetor e bitmap tando em arquivos menores que mantêm uma reprodução visual impressionante. O WebP suporta compressão com e sem perda, oferecendo flexibilidade adaptável às necessidades específicas. Sua eficiência é notável em ambientes web, acelerando o carre gamento de páginas e melhorando a experiência do usuário em contextos em que a largura de banda e a velocidade são fatores críticos. Quadro 1 – Resumo dos formatos de imagem, suas vantagens, desvantagens e uso indicado FORMATO VANTAGENS DESVANTAGENS USO INDICADO Compressão eficiente, Fotografias e imagens JPEG Compressão com perda amplamente suportado para web Compressão sem perda, Imagens para web que PNG Arquivos maiores que JPEG suporta transparência requerem transparência Suporta animações, Animações simples GIF Limitado a 256 cores transparência para web Sem perda de qualidade, Impressão de alta TIFF Tamanho de arquivo grande suporta camadas qualidade, fotografia Tamanho de arquivo Gráficos simples em BMP Simples, sem compressão muito grande ambiente Windows Não adequado para Gráficos, ícones e SVG Escala sem perda, interativo imagens complexas logotipos para web Ideal para impressão, Não é facilmente Ilustrações para EPS suporta imagens vetoriais visualizável em todas impressão profissional e bitmaps as plataformas Tamanho de arquivo Dados brutos da câmera, RAW grande, requer Fotografia profissional alta qualidade de edição processamento Compressão com e Imagens para web, Não suportado por todos WebP sem perda, suporta desempenho em os navegadores transparência e animação carregamento Formatos de arquivo e características técnicas da imagem digital 33 3 Modos de cor em RGB e CMYK Na criação de imagens digitais, a escolha do modo de cor é uma parte complexa onde se faz o uso extenso de paletas visuais. Aqui, mergulha- remos nas nuances dos modos de cor RGB e CMYK, explorando suas origens, aplicações distintas e seu impacto na riqueza cromática das imagens digitais. Para estudarmos a cor, precisamos antes entender como funciona a luz. Tudo o que podemos perceber com a visão é relacionado à luz. Tudo o que vemos ao nosso redor são corpos luminosos e corpos iluminados. Dentro da categoria de corpos luminosos temos o Sol, as lâmpadas, leds, velas acesas, chamas, etc., e dentro da categoria de corpos iluminados, temos tudo o que sofre incidência de luz. O que chamamos de luz branca (luz do Sol ou de qualquer fonte lumi- nosa) é constituída de ondas eletromagnéticas. Cada oscilação eletro- magnética de comprimento de ondas diferentes que são perceptíveis aos olhos humanos é chamada de cor. Figura 4 – As ondas eletromagnéticas que compõem a luz branca e seus comprimentos de onda O conjunto de oscilações (cores) é chamado de espectro. Na luz branca estão contidas todas as cores visíveis e algumas invisíveis (existem no 34 Imagem digital: vetor e bitmap espectro, “cores” invisíveis ao olho humano, situadas acima do violeta [ultravioleta] e abaixo do vermelho [infravermelho]). O espectro de luz visí- vel é subdividido nas seguintes cores, em ordem crescente de compri- mento de onda medidos em nanômetros (nm): Violeta: com um comprimento de onda de aproximadamente 380- 430 nm, é a cor do espectro visível mais próxima da radiação ultra- violeta. Anil: possui comprimento de onda de aproximadamente 430-450 nm, e é algumas vezes incluído entre o violeta e o azul. Azul: tem comprimento de onda de aproximadamente 450-520 nm. Antecede o verde. Verde: com comprimento de onda de aproximadamente 520-570 nm, é uma cor essencial para a fotossíntese nas plantas. Antecede o amarelo. Amarelo: possui comprimento de onda de aproximadamente 570- 590 nm, o amarelo é uma cor visível antes de chegarmos ao laranja. Laranja: tem comprimento de onda de aproximadamente 590-620 nm, o laranja tem comprimentos de onda mais longos. Antecede o vermelho. Vermelho: Com o comprimento de onda de aproximadamente 620- 750 nm, é o mais longo no espectro visível. O vermelho é a última cor antes de entrarmos na região invisível do infravermelho. Essas cores formam o espectro de luz visível, e quando combinadas, produzem a luz branca. O fenômeno de separar a luz em suas cores com- ponentes é conhecido como dispersão, e pode ser observado em situa- ções como a decomposição da luz solar por meio de um prisma. Formatos de arquivo e características técnicas da imagem digital 35 Figura 5 – Um prisma decompondo a luz branca As regiões adjacentes do espectro eletromagnético incluem radia- ções como ultravioleta (UV) com comprimentos de onda menores que o violeta e infravermelho (IR) com comprimentos de onda maiores que o vermelho. Cada região do espectro tem aplicações específicas em ciên- cia, tecnologia e diversas áreas da vida cotidiana. A exposição das cores em objetos segue um processo específico: quando um objeto é iluminado, ele recebe as ondas eletromagnéticas (ou cores) presentes na luz branca emitida por uma fonte luminosa. Durante esse momento, ocorre uma troca de energia com a fonte luminosa, onde o objeto absorve uma parte da energia e reflete o restante. Isso implica que a matéria tem a capacidade de absorver uma fração da luz branca incidente, refletindo ou permitindo a passagem da porção restante. Consequentemente, as cores que percebemos são, na verdade, as ondas eletromagnéticas que o objeto não absorveu e que refletiu de volta, 36 Imagem digital: vetor e bitmap formando a cor específica. Por exemplo, quando observamos um carro verde, isso significa que o objeto absorveu todas as cores, refletindo ape- nas a cor verde. Nesse contexto, afirmamos que o veículo possui a colo- ração verde. No caso de materiais impressos, pigmentos (ou tintas) são utilizados sobre o papel subtraindo (ou absorvendo) a maior parte das ondas ele- tromagnéticas presentes na luz e refletindo somente determinados com- primentos de onda, resultando na exibição de uma cor específica. IMPORTANTE É importante ressaltar que a matéria em si é acromática, ou seja, não possui cor. As sensações cromáticas surgem como resultado de um pro- cesso fisiológico dentro do cérebro de cada pessoa. Indivíduos com dis- funções como o daltonismo podem não realizar esse processo de maneira plena ou eficaz, afetando sua percepção das cores. Por conta dessas características da luz, podemos classificar as cores como aditivas ou subtrativas. De acordo com Martins (2019): A cor aditiva é conseguida pela adição de luzes de cores diferen- tes. Nesse sistema, a ausência de cor é a preta. A união de todas as luzes é a cor branca. Três cores primárias são utilizadas para compor o sistema aditivo: vermelho, verde e azul (RGB – red, green, blue). Elas formam a cor branca e, quando combinadas, podem resultar em qualquer cor do espectro visível. Com a cor subtrativa ocorre o oposto: as cores são obtidas pela subtração da luz de diversas cores. Nesse sistema, a cor branca é a ausência de todas as cores e a cor preta é a presença de todas elas. O sistema subtrativo é baseado na luz refletida, como a que se percebe quando se olha um papel branco. À medida que adicio- namos cores a esse papel, mais luz é absorvida e menos luz é refle- tida. No sistema de cores subtrativas, as cores primárias são ciano, Formatos de arquivo e características técnicas da imagem digital 37 magenta e amarelo, os opostos exatos do vermelho, verde e azul (Martins, 2019, p. 77-78). Dessa forma, obtemos os seguintes modos de cor: RGB: fundamentado na adição de luz, é a essência da exibição digi- tal. Três canais principais, red, green e blue se misturam para criar milhões de cores, dando vida a telas de dispositivos, desde moni- tores de computador até telas de smartphones. Cada canal do RGB varia de 0 a 255, representando a intensidade de cada cor. A com- binação dessas intensidades forma uma paleta visual rica e vibrante. O modo RGB é ideal para projetos voltados para mídias digitais, em que a luminosidade e a intensidade das cores são fundamentais. CMYK: é oriundo da impressão e opera sob o princípio da mistura de três canais – ciano, magenta, amarelo – que se misturam em diferentes proporções para reproduzir uma gama de cores, crucial para a impressão colorida. A adição do canal de preto (K) aprimora a profundidade e o contraste, resultando em reproduções mais precisas e consistentes. Na teoria, sobrepondo as três cores CMY, daria preto pois anularia toda reflexão de cor, mas o pigmento não é puro e não consegue alcançar, por isso o quarto canal do preto. Sem a adição de preto, a mistura de ciano, magenta, e amarelo resulta em um marrom muito escuro e a tentativa de chegar no preto ao se carregar de mais pigmento e solvente o papel, pode encharca-lo e danificar o mesmo. O CMYK é particularmente efi- caz na impressão porque simula a absorção de luz, replicando o processo natural de pigmentação. IMPORTANTE A dicotomia existente entre os modos de cor RGB e CMYK, representa a dualidade entre a luz e a pigmentação na reprodução de cores. Enquanto 38 Imagem digital: vetor e bitmap o RGB brilha na tela, emanando luz por meio da sobreposição de verme- lho, verde e azul, o CMYK se destaca na impressão, utilizando ciano, magenta, amarelo e preto para absorver a luz e produzir uma gama mais ampla de tons. Compreender as diferenças é essencial para criar ima- gens que mantenham sua integridade visual em diferentes contextos. A transição de RGB para CMYK requer considerações cuidadosas, pois nem todas as cores exibidas digitalmente podem ser reproduzidas com per- feição na impressão. O gerenciamento de cores torna-se necessário para preservar a intenção original do designer ao transitar entre esses modos. Na prática, as escolhas entre RGB e CMYK impactam diretamente a qualidade visual do projeto. Projetos voltados para web e mídias digitais flutuam no mundo vibrante do RGB, enquanto produções impressas exi- gem a fidelidade do CMYK para garantir resultados consistentes. A distinção entre os sistemas RGB e CMYK reflete as diferentes neces- sidades de meios digitais e impressos. No entanto, à medida que a tec- nologia avança, surgem questionamentos sobre o futuro desses siste- mas. A realidade aumentada, por exemplo, desafia a rigidez dessas categorias, enquanto novas tecnologias de impressão exploram aborda- gens mais flexíveis. Já a realidade virtual pode demandar modos de cor inovadores para capturar a experiência visual imersiva. O futuro dos sis- temas de cores pode estar em soluções mais integradas e adaptáveis, capazes de se ajustar de forma mais dinâmica às exigências de diversos meios, promovendo uma harmonia mais fluida entre a luz digital e a tan- gibilidade impressa. PARA PENSAR À medida que novas tecnologias emergem, os modos de cor podem evo- luir. A habilidade de adaptar-se a essas mudanças será uma habilidade valiosa para os criadores visuais do futuro. Você está pronto para aden- trar e viver essa possível transformação? Formatos de arquivo e características técnicas da imagem digital 39 Na criação e visualização de imagens digitais, periféricos e progra- mas podem influenciar na produção criativa dos designers. Os monito- res são atores que desempenham um papel muito importante na cria- ção de imagens e podem trazer resultados em representações visuais largamente diferentes da imagem pretendida. Esses dispositivos variam em especificações como resolução, calibração de cores, gama de cores e contraste. Monitores com tecnologia Retina, por exemplo, têm uma densidade de pixels extremamente alta, o que produz imagens muito níti- das e reduz a visibilidade dos pixels individuais. Isso significa que deta- lhes finos são mais perceptíveis e as cores podem aparecer mais vivas e precisas. Em contraste, monitores mais antigos ou com tecnologia infe- rior podem ter uma resolução mais baixa, o que leva a uma menor niti- dez e clareza. Além disso, se o monitor não estiver devidamente calibrado para precisão de cores, a fidelidade delas na imagem pode ser compro- metida, resultando em tonalidades distorcidas ou desbotadas. O navegador utilizado para visualizar imagens também pode influen- ciar a percepção da imagem, embora em menor grau do que o monitor. Diferentes navegadores podem ter implementações variadas de geren- ciamento de cores, e nem todos utilizam perfis de cores da mesma maneira. Alguns navegadores podem ajustar as cores de uma imagem para se adequarem ao perfil de cores do sistema operacional, enquanto outros podem ignorar os perfis de cores incorporados. Além disso, a forma como os navegadores lidam com a renderização de imagens pode variar; compressão de imagem e algoritmos de redimensionamento podem afetar a nitidez e a qualidade geral. Dessa forma, a mesma ima- gem pode parecer ligeiramente diferente em termos de cor e clareza quando visualizada em diferentes navegadores, como Firefox, Opera, Safari, Edge ou Chrome. Essas diferenças são geralmente sutis, mas para trabalhos de precisão de cor ou para uma apresentação consistente em várias plataformas, essas variações podem ser significativas. 40 Imagem digital: vetor e bitmap Considerações finais É evidente que as dimensões em pixels, resolução, DPI, formatos de arquivos e modos de cor são mais do que simples elementos técnicos. São alguns dos alicerces sobre os quais a expressão visual se constrói, molda e transcende. Compreender a interconexão profunda entre esses elementos é de grande importância para a criação de imagens digitais, seja qual for sua finalidade, utilização em um app, um website ou em um impresso. Enquanto contemplamos o horizonte digital, vislumbramos desafios e inovações futuras. Novos formatos podem surgir, modos de cor podem evoluir, e a busca por expressão visual única continuará a impulsionar a criatividade. Referência MARTINS, Nelson. A imagem digital na editoração: ajustes, conversão e fechamento de arquivos para impressão. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2019. Formatos de arquivo e características técnicas da imagem digital 41 Capítulo 3 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Imagem digital: vetor e bitmap No design gráfico, a escolha entre imagens vetoriais e bitmaps é fun- damental, determinando não apenas a linguagem final de um projeto, mas também sua funcionalidade e versatilidade. Esses dois tipos de imagens digitais, embora compartilhem o objetivo comum de representação grá- fica, diferem significativamente em suas estruturas e, por consequência, nas suas aplicações. A compreensão dessas diferenças é essencial para quem busca maximizar a eficácia de seus trabalhos, adaptando-se às necessidades específicas de cada projeto. Vamos explorar as caracterís- ticas distintas e as aplicações de imagens vetoriais e bitmaps, oferecendo uma base de conhecimento necessária para a tomada de decisões sobre o tipo de imagem mais adequado para cada situação de produção. 43 Com as imagens vetoriais temos a escalabilidade infinita e a preci- são. Compostas por caminhos definidos por pontos e linhas baseados em fórmulas matemáticas, elas permitem redimensionamento sem perda de qualidade, tornando-as ideais para a criação de marcas, logotipos, identidades visuais e gráficos. A natureza editável das imagens vetoriais facilita alterações de design, adaptações de cor e transformações de forma, destacando sua versatilidade em aplicações que vão desde impres- sos até interfaces digitais. Este formato é particularmente valorizado em projetos em que a consistência visual e a nitidez são primordiais, demons- trando sua importância para o design. Imagens bitmaps são quaisquer formatos de arquivo (jpg, png, gif, tiff, bmp, etc.) caracterizados pela sua composição em pixels, com informa- ção de cor, que juntos formam uma imagem completa. Este tipo de ima- gem é adequado para capturar detalhes complexos e variações sutis de cor, como encontradas em fotografias e pinturas digitais. A utilização de imagens bitmap é vasta, abrangendo desde a edição de fotos até a cria- ção de composições detalhadas para jogos e animações. Embora limi- tadas pela resolução fixa, que pode resultar em perda de qualidade ao serem redimensionadas, as imagens bitmaps possuem grande diferen- cial para projetos que demandam riqueza visual e detalhamento gráfico, como materiais de arte, publicidade, marketing, PDV, vídeos, capas de livros e revistas e conteúdo digital. 1 Distinção entre imagens vetoriais e bitmaps Nas práticas do mercado de comunicação, a escolha do formato de imagem reflete uma compreensão das forças e limitações de cada tipo, bem como uma estratégia deliberada para alcançar objetivos específicos de comunicação. Designers e profissionais de comunicação devem ava- liar cuidadosamente o propósito, o meio e o contexto de uso para sele- cionar o formato de imagem mais apropriado, garantindo assim a eficá- cia da mensagem visual e a eficiência da produção. A capacidade de 44 Imagem digital: vetor e bitmap trafegar entre esses dois formatos é uma habilidade valiosa, permitindo a criação de soluções flexíveis e impactantes que atendem às demandas dinâmicas do mercado de comunicação. A distinção entre esses dois for- matos é, portanto, um componente essencial no repertório de um desig- ner gráfico, permitindo uma aplicação mais eficaz e adequada ao con- texto de cada projeto. Para aprofundar a distinção entre imagens vetoriais e bitmap, é importante entender como cada formato se encaixa nas neces- sidades específicas, que abrange desde a publicidade e branding até a produção de conteúdo impresso e digital. A escolha entre um e outro pode impactar significativamente a eficácia da comunicação visual, a qualidade percebida da marca e a eficiência da produção. Imagens vetoriais são compostas por caminhos definidos por uma série de pontos (ou nós) conectados, linhas, curvas e formas geométri- cas, todos baseados em equações matemáticas, dispostas em um plano cartesiano (figura 1). Figura 1 – Desenhos de linhas vetoriais Imagem digital: vetor e bitmap 45 Esta característica confere às imagens vetoriais uma capacidade única de escalabilidade sem perda de qualidade. Independentemente de serem ampliadas ou reduzidas, elas mantêm sua clareza e precisão, tornando- -as ideais para logos, ícones, ilustrações detalhadas e tipografia que necessitam de ajustes finos e de tamanho frequentes. Segundo Vigna (2023), a ilustração vetorial tem infinitas aplicações. Suas maiores vanta- gens são a escalabilidade (tolera ser redimensionada sem perda de qualidade) e a flexibilidade (é possível, por exemplo, alterar a espessura ou a cor de um traço sem precisar refazer todo o dese- nho) (Vigna, 2023, p. 72). Já as imagens bitmap (ou rasterizadas), por outro lado, são forma- das por uma grade de pixels (a menor unidade de medida de uma ima- gem digital), cada um com sua cor específica. Ao ampliar uma imagem bitmap, os pixels se tornam visíveis, o que pode levar a perda de quali- dade, apresentando bordas serrilhadas ou uma aparência pixelizada. No entanto, esse formato é ideal para representar imagens complexas e detalhadas, como fotografias, em que a riqueza de detalhes e a variação de cores são primordiais. Como nos explica Vigna (2023): Quando rasterizamos uma imagem vetorial, ou seja, quando trans- formamos a informação vetorial em um bitmap, ela pode ser cha- mada de imagem raster. Apesar de correto, o mais comum é nos referirmos a todas as figuras não vetoriais apenas como bitmap, independentemente de sua origem (Vigna, 2023, p. 66). A escolha entre vetor e bitmap é influenciada por diversos fatores, incluindo o meio em que a imagem será utilizada, o propósito do projeto, e a necessidade de escalabilidade. Enquanto as imagens vetoriais são mais adequadas para criações que exigem ajustes de tamanho, clareza e precisão, como identidades visuais e gráficos para mídias variadas, as imagens bitmap são ótimas escolhas para trabalhos que demandam um 46 Imagem digital: vetor e bitmap alto nível de detalhe e nuances de cor, como fotografias e imagens digi- tais para impressão em alta resolução. A comunicação visual, seja digital ou impressa, frequentemente exige a convergência de ambos os formatos. Imagens vetoriais são usadas para criar layouts, gráficos e textos que requerem ajustes de tamanho, enquanto imagens bitmap são escolhidas para fotografias de produtos, pessoas ou cenários que adicionam realismo e apelo emocional às com- posições. A habilidade de integrar de forma harmoniosa vetores e bit- maps permite criar materiais de comunicação visualmente impactantes e adaptáveis a múltiplos meios. Combinar imagens vetoriais e bitmaps em um único projeto pode não apenas trazer uma conotação experimental, mas também abrir um leque de possibilidades criativas, técnicas e expressivas. De acordo com Mar- tins (2019): Na maioria dos casos, os arquivos de imagens gráficas precisam ser ajustados para que se enquadrem na necessidade do trabalho. É essencial fazer a edição da imagem mesmo que seja a mais sim- ples intervenção, por exemplo, um elemento gráfico que é pequeno demais e tenha de ser aumentado, uma fotografia superdimensio- nada que precisa ser reduzida (Martins, 2019, p. 62). Essa abordagem híbrida permite que designers e artistas explorem a interseção entre os dois formatos, aproveitando as forças de cada um para criar obras visuais inovadoras e impactantes. Alguns motivos pelos quais essa combinação pode enriquecer os projetos são inovação visual, técnica, expressão artística, narrativa, experimentação e exploração de conceitos. Podemos incluir: Textura e profundidade: ao incorporar bitmaps em desenhos veto- riais, podemos adicionar textura, sombra e profundidade, trazendo uma sensação de realismo e complexidade visual que seria difícil de alcançar apenas com vetores. Imagem digital: vetor e bitmap 47 Detalhes realistas em ilustrações: usar fotografias (bitmaps) em conjunto com ilustrações vetoriais permite a inserção de detalhes realistas em composições de outra forma estilizadas, criando um contraste visual intrigante que pode destacar elementos específi- cos do design. Colagem e montagem: a fusão de vetores e bitmaps facilita a cria- ção de colagens digitais, nas quais elementos realistas e estiliza- dos coexistem, contando histórias visuais ricas e complexas que podem evocar emoções ou interpretações pessoais. Dinamismo e movimento: a combinação de texturas dinâmicas e formas geométricas pode criar a ilusão de movimento e energia, tornando o design mais vibrante e atraente. Surpresa e quebra de expectativas: misturar formatos pode desa- fiar as expectativas tradicionais do espectador sobre ilustração e fotografia, levando a leituras mais profundas ou surpreendentes do seu trabalho. Temas e metáforas: a interação entre elementos vetoriais e bitmap pode ser usada para explorar contrastes com temas como a rela- ção entre o artificial e o natural, o digital e o analógico, ou o futuro e o passado, enriquecendo o conteúdo conceitual dos projetos. A diferença entre imagens vetoriais e bitmaps em relação à lingua- gem gráfica e ao estilo autoral reflete a diversidade e a riqueza do design gráfico como campo da expressão criativa. Ao combinar esses dois for- matos, é importante considerar as questões técnicas, como a resolução das imagens bitmap para garantir que elas se mantenham de alta quali- dade quando redimensionadas ou impressas. Ao criarmos uma imagem bitmap, devemos levar em consideração o tamanho final da arte para as configurações do documento, assim, evitamos surpresas desagradáveis com a resolução. Também é essencial pensar sobre a coesão visual do 48 Imagem digital: vetor e bitmap projeto, garantindo que a integração dos formatos pareça intencional e harmoniosa, em vez de desconexa ou acidental. Integrar imagens vetoriais e bitmaps pode definitivamente adicionar uma dimensão experimental aos projetos, permitindo explorar novas fronteiras visuais e conceituais. Essa abordagem não só demonstra habi- lidade técnica e criatividade, mas também pode comunicar mensagens mais complexas e envolventes por meio da combinação única de rea- lismo e abstração. Como em qualquer experimentação artística, o sucesso dessa relação dependerá de como equilibrar e harmonizar os diferentes elementos para atingir o efeito desejado. A seleção entre vetores e bitmaps também determina as ferramen- tas de software e as técnicas específicas que serão utilizadas, cada uma com suas próprias opções de ferramentas e limitações. Designers devem dominar uma variedade de habilidades técnicas, desde desenho vetorial e manipulação de caminhos (paths/nós) até edição de imagens e reto- que fotográfico, para explorar plenamente o potencial de cada formato. Para começar a experimentar e criar com a combinação de imagens vetoriais e bitmaps, é importante se equipar com as ferramentas, soft- wares e recursos corretos. A boa notícia é que existe uma ampla gama de opções disponíveis, tanto gratuitas quanto pagas, que podem aten- der às necessidades de criativos de todos os níveis. Algumas ferramentas de design são mais adequadas para trabalhar com um tipo de imagem do que com o outro. Po