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This document discusses Roman urbanism, including features of Roman cities, the architectural styles, and construction techniques during the Roman Empire. It details the importance of aqueducts, water supply, and the relationship between urban planning and social life. Key figures like Frontinus and Seneca are also mentioned.
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Aula de Revisões O Império Romano Principais características do urbanismo romano Ortogonalidade (plantas cidades Arquitetura: Insulae, domus, villae em quadriculado) Insul...
Aula de Revisões O Império Romano Principais características do urbanismo romano Ortogonalidade (plantas cidades Arquitetura: Insulae, domus, villae em quadriculado) Insulae (prédios de rendimento) Distribuição racional do mobiliário urbano Esgotos de uma enorme dimensão Adaptavam à matriz romana as Simetria, axialidade construções pré-existentes ou as Templos, termas, bibliotecas, condições do terreno teatro/anfiteatro Monumentalidade para impor o Aquedutos, latrinas publicas prestígio, a força e o poder romano Ruas muito largas, lajeadas e dois eixos principais: o cardo e o decomanus No cruzamento destes eixos encontrava-se o forum Plano da cidade romana As ordens arquitetónicas Técnicas construtivas dos Romanos Opus caementicium – caementa (séc. III a.C.) – cal, terra e água Opus incertum (séc. II a.C.) – opus reticulado exposto na diagonal Opus quadratum (séc. II) – pedra esquadriada Opus latericium (tijolo seco) ou testaceum (tijolo cozido) (séc. I a.C.) Opus signinum (miolo com tijolo impermeável utilizado no revestimento de piscinas, aquedutos, e também para revestir pavimentos ao ar livre. É um antepassado do mosaico E. J. Owens, “The Kremna Aqueduct and Water Supply in Roman Cities”, Greece & Rome, vol. 38, nº 1 (April 1991), pp. 41-58. Um eficaz e abundante fornecimento de água era olhado como uma comodidade essencial para o modo de vida no mundo Antigo. Um dos maiores problemas com que as autoridades tinham de lidar era com a manutenção de fontes de água para satisfazer a procura dos habitantes para fins domésticos, públicos, recreativos e industriais. Os Romanos são conhecidos pela sua tecnologia hidráulica em geral e pela construção de aquedutos em particular, trazendo água ao longo de grandes distâncias até às cidades. O geógrafo Strabo elogiou as capacidades de engenharia dos Romanos, mantendo verdadeiros rios de água conduzida através de aquedutos para a cidade de Roma. O governador da Britânia e depois chefe dos trabalhos hidráulicos da cidade de Roma, Sextus Julius Frontinus, afirmou igualmente a superioridade dos Romanos na gestão da água face aos egípcios e gregos. Muitas vezes a construção de um aqueduto significava a revitalização de uma cidade, com a chegada da água. Relação direta entre a construção de aquedutos e as termas públicas, e o esforço dos cidadãos para pagarem a construção de aquedutos prova o quanto as termas eram importantes para a vida social dos Romanos, inclusive na província, como ficou provado no caso de Kremna, Turquia. Aquedutos Aqua Claudia, Roma 11 aquedutos para levar água para 1 milhão. Aqueduto Pont du Gard, Gália. "A parte mais importante do progresso é o desejo de progredir“, Séneca (pensador defensor do estoicismo) Gregory S. Aldrete, Daily life in the Roman City: Rome, Pompeii and Ostia, London: Greenwood Press, 2004, p. 32. Em pontos estratégicos ao longo dos aquedutos, a água entrava em grandes tanques ou reservatórios. Estes serviam para parar a corrente de modo aos sedimentos ficarem separados da água. Assim, esperava-se que quando chegasse aos consumidores estivesse livre de impurezas. Na cidade, a água era distribuída por várias torres de armazenamento chamadas castella. Das castella, a água era distribuída por fontes, termas ou bacias. Só uma pequena fração de Romanos tinha água corrente nas suas casas, mas havia fontes e bacias localizadas na intersecção de quase todas as ruas. Os Romanos já empregavam escravos ou os aquarius para carregar com água para as suas casas. Captação da água da chuva na casa romana. Reconstituições. Numa Casa de Pompeios Teatro Romano em Lisboa Biblioteca de Celso em Éfeso, atual Turquia. Concluída em 135 d.C. Foi construída em homenagem ao senador Celso e para guardar 12000 rolos de pergaminhos. Panteão Romano Thermopolium, um dos 89 locais de Pompeios para vender comida quente e bebidas. Muitas das casas dos romanos de artesãos e mercadores não tinham cozinha e comiam aqui. Insula, insulae As ruas das cidades romanas eram pavimentadas e com canais para garantir o escoamento da água. Pompeios Queda do Império Romano Os Mouros, o povo berbere sob Os invasores só podiam maravilhar-se domínio Árabe, perpetuou a vida com a civilização Romana e com as estruturas que estes tinham criado, urbana nas áreas que invadiram e mas estava para além da sua conquistaram da PI. Algumas destas capacidade copiá-las ou mantê-las em cidades chegaram a crescer neste ordem. O declínio ou desaparecimento período, como Córdova e Sevilha. Mas das cidades parecia inevitável. esta não foi a norma, pois outros Na ilha britânica, só duas cidades se invasores como os Germânicos vindos terão mantido depois da queda do Império – Londinium (Londres) e da Europa Central estavam Eboracum (York). acostumados a viver em pequenas Neste período, resistiu melhor o comunidades. comércio no mar do Mediterrâneo e as cidades que dominavam esse Artesanato, próspero anteriormente, mercado, como Roma, Bizâncio, caiu com as cidades. Veneza. Nos Balcãs a maioria das cidades romanas foram abandonadas. Norman John Greville Pounds, The Medieval City, 2005 A paz garantida pelo Império – Pax Romana – dispensou a construção de grandes estruturas defensivas, mas a partir do século III, bárbaros começaram a ameaçar as cidades do oeste e sul da Europa. Muros foram erguidos. Todas as cidades com alguma importância passaram a ter muros. Algumas continuaram a ser importantes centros de atividade social e económica, mas outras ficaram desertas. A riqueza destas cidades dependia da paz que permitia o livre comércio de bens entre cidades e diferentes zonas do império. Essa segurança estava prestes a desaparecer. O declínio do Império Romano foi acompanhado pelo abandono das cidades. Cristianismo e Feudalismo Cristianismo tornou-se uma fé Apesar das cidades estarem aceite no Império Romano c. fora da órbita do sistema 313. Onde esta estava feudal, na maioria dos casos as estabelecida, o seu novas cidades foram representante – o bispo- promovidas por senhores passou a superentender a área feudais. As cidades eram-lhes de influência da anterior cidade financeiramente benéficas. romana. Quando o comércio Contudo, tornaram-se a começa a ressurgir nos séculos possibilidade de escapatória ao IX e X, estes núcleos urbanos próprio feudalismo. passam a atrair de novo populações. Stadt Luft macht frei – “o ar da O Papa, bispo de Roma, passou cidade faz-nos livres” a ocupar a posição de liderança Neste contexto surgem as dos antigos Césares. cartas de Foral, que deriva de ‘Foro’, que por sua vez deriva de ‘fórum’ Península Ibérica Os grandes reservatórios de água Bacia de Buhayra, Sevilha La Menara, Marraquexe Séc. XII A questão da captação e armazenamento da água da água Ibn Sahib al-Salât deixa um texto onde relata detalhadamente a aventura da conquista das águas: “Disposições tomadas para a captação da água destinada a regar a Buhayra e a alimentar Sevilha de água potável, de maneira a satisfazer a necessidade tanto da classe privilegiada quanto das classes populares”. Ele procura então nos Fahs, fora de Bâb Qarmûna, pelo caminho que conduz a Carmona, os traços de um antigo canal que estava coberto de terra, tornando-se assim difícil de recuperar. O engenheiro hidráulico Al-Hâj Ya’îsh, depois de ter inspeccionado o vestígio em questão, descobriu que se tratava do traçado de um canal antigo, obra dos reis romanos do passado. Este canal servia de alimentação de água a Sevilha. Depois, uma outra ordem foi dada para a construção de uma bacia de retenção em Hârat Mâyûr (quarteirão Mayor), em Sevilha. A chegada da água a esta bacia teve lugar no Sábado 22 de Fevereiro de 1172. Neste dia, o comandante dos Crentes presidia às festividades de inauguração acompanhada de dignatários almóadas, dos magistrados e do corpo de elite da armada. Abadia de Cluny, 910, Borgonha Convento de Cristo em Tomar A primeira utopia: Thomas More, Utopia, 1516 As utopias da Idade Moderna apresentam- se como utopias urbanas. Porém, há obras anteriores que inspiram as utopias modernas. -Platão, A República ou Politeia (1ª conceção de sociedade perfeita). -Aristóteles, Politica – polis é a melhor forma de viver em comunidade. -Até a Nova Atlântida (1624-27) de Francis Bacon cita os Diálogos de Platão. Ciência e educação informam o desenho da utopia e da cidade Se há um aspeto em que a teoria da arquitetura e as utopias urbanas humanistas têm em comum é a ideia de integrarem jardins na arquitetura, tanto em forma como escala. Cidades ideais segundo arquitetos, Piero della Francesca Sforzinda Antonio Averlino (c. 1400-1469), conhecido como Filarete, escreveu o Tratatto di Architettura entre 1461 e 1464 e é dedicado a Francesco Sforza, duque de Milão. Vai imaginar Sforzinda como uma cidade com edifícios, ruas e parques, num plano simétrico, desenhado acomo um octógono e um quadrado no centro com um palácio e uma catedral. -Todos os edifícios de Sforzinda têm um jardim, com umlago com peixes, uma colunata, ou mesmo uma fonte. -Esta utopia também revela o conhecimento de hidráulica do seu tempo. -No centro do mundo estavam jardins suspensos, numa clara alusão aos jardins de Babilónia. Sforzinda, por Filarete (c. Fischer viu aqui o modelo para os 1464) para Francesco Sforza jardins de Isola Bella. Palmanova G. Braunio, Lisboa, séc. XVI Lisboa é antes de mais um porto movimentado Visão de D. Manuel I: o futuro de Portugal passaria pela conquista do oceano 1. Paço junto do rio em alternativa À Alcáçova que tinha no castelo: o Paço da Ribeira 2. Grande modificação da zona ribeirinha: -as “boticas” da Ribeira, prédios fora das muralhas e voltados para o rio. O alinhamento das ruas é a maior inovação da urbanização manuelina. Alinhamento das fachadas nas ruas principais, à custa dos proprietários, e cuja reconstrução teria de ser feita em tijolo e não em madeira (carta de 1502). Rua d’El Rei, ligação entre o Rossio e o Terreiro do Paço Construção da Alfândega Nova, armazéns reais, a Casa dos Contos 26 de Dezembro de 1500: manda cortar todos os olivais que ainda existiam dentro das muralhas fernandinas. As cercas do Convento da Trindade e do Convento de São Francisco começaram a ser ocupadas. População em 1550: c. 100.000 habitantes Preciso evitar madeiras por causa dos incêndios e evitar insalubridade por causa das pestes. Ruas da Idade Moderna Stuart Blumin (2008), The encompassing City: Streetscapes in Early Modern Art and Culture, Manchester University Press. Ritta Laitinen e Thomas V. Cohen (eds.) (2009), Cultural History of Early Modern Europrean Streets, Brill. Naomi Miller (2003), Mapping the City: The Language and Culture of Cartography in the Renaissance, London: Cotinuum. Karen Newman (2007), Cultural Capitals: Early Modern London and Paris, Princeton University Press. Daniel Vaillancourt (2009), Les urbanités parisiennes au XVIIe siècle: Le livre du trottoir, Québec, Canada: Les Presses de l’Université Laval. Vida na rua nas cidades europeias renascentistas: forma urbana, representação, discurso e perceção Estudos de história urbana da Idade Média e Idade Moderna foram dominados por questões de história política e arquitetónica. Cerca de 1980 esta abordagem foi desafiada por perspetivas antropológicas dos espaços urbanos, como por exemplo com os estudos dos rituais urbanos de Veneza e Florença de Edward Muir e Richard C. Trexler. Representações simbólicas, ações e discursos ou as suas interpretações passaram a ser vistos como fontes importantes para uma compreensão mais profunda das cidades históricas. Para além dos estudos de religião (muito importantes nestes períodos, inclusive pelo seu impacto nas cidades com atos como as procissões), e das histórias das minorias, podemos observar um interesse crescente nas dimensões espaciais da história urbana medieval e renascentista nos últimos vinte anos. Não quer isto dizer que aspetos espaciais não fossem já incluídos, mas antes do “spatial turn” e das novas reflexões sobre a relação entre “espacialidade” e “sociabilidade” nos estudos históricos, espaço era sobretudo visto como algo tridimensional e dado previamente. A Rua Nova dos Mercadores como a 5th Avenue de New York Papel de D. Manuel I na reintrodução de animais exóticos na Europa Embaixada para o Papa em 1514 – Elefante Annone (elefante branco domesticado, originário do Ceilão e oferecido ao Papa Leão X) Embaixada para o Papa em 1515 – envio do rinoceronte que morre num naufrágio e acaba por chegar empalhado a Roma. Ainda assim, causou uma forte impressão. Esquisso de Rafael di Sanzio, Elefante Annone, c. 1514 Hospital Real de Todos-os-Santos Dá notícia a Crónica de D. João II, de Garcia de Resende, do seguinte: “No anno de mil, e quatro centros, e noventa e dous, a quinze dias do mês de Mayo mandou el Rey perante si fundar e começar os primeiros alicerces do Esprital grande de Lisboa, da invocação de todolos Santos, na maneira em que ora está feito, o qual lugar era horta do mosteiro de S. Domingos. E nos primeiros alicerces el Rey por sua mão por honra de tão Santo, tão grande, e piedoso edifício, lançou muitas moedas douro, e esse dia andou todo ahi vendo como se começava, e comeu em casa do Conde de Monsanto, que he pegada com a horta do dito Esprital” Construído 1492-1504 Medicina na cidade Planta: 4 claustros com capela ao centro -Os doentes eram separados por sexo e patologia -os expostos -os doentes mentais -os doentes com sífilis -3 enfermarias, S.Vicente, S.Cosme e St. Clara -ala dos nobres Prédios típicos da Lisboa manuelina Casa mais antiga de Lisboa Brás de Albuquerque Filho do vice-rei da Índia, Afonso de Albuquerque No arrabalde da porta de St.ª Catarina, a viúva do judeu Guedelha Palaçano, que fora físico real, temendo perigo de confisco venda estas terras a Luís de Atouguia. Era uma propriedade com licença para “fazer uma rua e casas”. As herdeiras de Luís de Atouguia darão a partir de 1513 origem à urbanização destes terrenos. Ordens de D. Manuel I para o Bairro Alto: -“que se deribem os olivais de muros adentro…” (16 de Dezembro de 1500) -Demolição das “balcoadas” (1499-1502) --”frontais das casas que estiverem feitos de madeira…” passem a ser de “tijolo como os que agora sam feitos” --a fachada “se faça parede direita” Projeto de Juan de Herrera, arquiteto de Filipe II. Concluído por Filipe Terzi (que tb trabalhou no Paço da Ribeira), Baltazar Álvares e Pedro Nunes Tinoco. A fachada é de Baltazar Álvares. Mosteiro de São Vicente de Fora, 1582-1629 A igreja de St.ª Engrácia, início da construção 1682 Panteão Nacional, 1966 aberto ao público João Nunes Tinoco e João Antunes(1642-1712), Igreja de Santa Engrácia,1682-1960 Modelos: San Pietro in Montorio (Tempietto) e o projeto de Donato Bramante para São pEdro de Roma. Palácio Fronteira Villa di Castello, arredores de Florença Palácio Palhavã Palácio da Anunciada Palácio da Anunciada foi descrito pelo padre António Carvalho da Costa na sua Chorografia Portuguesa de 1712: Tem esta Freguesia muytas casas nobres, como saõ as dos Condes da Ericeyra, que fundou Fernando Alvares de Andrade, ilustre descendente dos Condes de Andrade em Galiza, & tambem fundador do Mosteyro da Annunciada: foraõ feytas estas casas no anno de 1530. & com as obras modernas saõ hoje humas das melhores de Lisboa. Tem huma entrada magnifica entradose por hum claustro de columnas com huma fonte no meyo, primeyro a hum quarto bayxo, aonde há grutas, & fontes para a commodidade do Estio, & a melhor livraria de Portugal pelo numeroso, & selecto, adornada de Globos, & instrumentos Mathematicos, medalhas, & outras antiguidades. Por aqui se desce a hum espaçoso jardim com huma fonte feyta por Berino, que se tem pela melhor de Espanha. Fóra do jardim há huma grande rua cuberta de redes, & chea de passaros, & da outra parte de arvores, & hortas deliciosas. No quarto alto, a que se sobe por huma sumptuosa escada, se vem quatro quartos differentes adornados de preciosos moveis, & excellentes pinturas, & todos se terminaõ em hum bellissimo eyrado de obra Mosaica com varias fontes, & estatuas. Jardim fictício construído no Terreiro do Paço para o fogo de artifício realizado por ocasião das festas de casamento de D. Pedro II e D. Maria Sofia de Neuburgo, 1687, In João dos Reis, Copia dos Reaes Aparatos, BNP, Inv. A. T. 317 Fonte do Neptuno, Palácio Nacional de Queluz D. João V Reinado 1706-1750 As Reais Quintas de Belém Jardins de Belém Real Palácio de Mafra Palácio-Convento de Mafra, 1717-1730 Palácio-Convento das Necessidades Palácio das Necessidades A escola tinha os mesmos privilégios e prerrogativas dos restantes sistemas de ensino como o Colégio do Espírito Santo da Companhia de Jesus e depressa passou a competir com os Jesuítas. Aqui existia uma das maiores bibliotecas do reino e o ensino moderno oferecido no Oratório, tal como os seus resultados, desempenharam um papel Por decreto estipulou-se que mesmo o público não fundamental no religioso podia ter acesso ao ensino ministrado pela Iluminismo cultural. Congregação do Oratório de Lisboa. Todos os padres podiam decidir quais os temas que podiam ensinar mas não podiam colocar um número limite à quantidade de alunos. A igreja O palácio A praça com o Palácio-convento Convento da Congregação do obelisco das Necessidades Oratório de Lisboa (1742-1750) Casas dos Bichos e Casa do Gelo, Necessidades