Aula 3: A Civilização - Turismo e Meio Ambiente - PDF

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This document is lecture notes on the topic of civilization, covering various aspects such as Greek, Roman, Medieval, Renaissance, Baroque, Industrial Revolution, and Contemporary Urbanism. It provides information, characteristics, and details regarding each period. The notes are from a course in Tourism and Environmental Studies, offered at Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais.

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Prof. Daniel Hübner Disciplina: Turismo e Meio Ambiente Aula: A civilização Curso Técnico em Hospedagem Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Para a nossa avare...

Prof. Daniel Hübner Disciplina: Turismo e Meio Ambiente Aula: A civilização Curso Técnico em Hospedagem Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Para a nossa avareza, o muito é pouco; para a nossa necessidade, o pouco é muito.” Sêneca Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Aula 3: A Civilização Civilização Grega Civilização Romana Cidades Medievais Renascimento Barroco Revolução Industrial Urbanismo contemporâneo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Civilização Grega: Características arquitetônicas e urbanísticas Características de origem dos povos cretenses e micenas: -As cidades cretenses possuíam ruas em curvas de nível, estreitas e pavimentadas (água e esgoto); - As cidades micênicas eram cercadas por muralhas protetoras (povo militarista e comercial) constituídas por becos sem drenagem e esgoto canalizado. As cidades gregas são classificadas de acordo com a evolução política de sua civilização: 1. Primeiro momento da democracia 2. Segundo momento da democracia Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Civilização Grega: Características arquitetônicas e urbanísticas II 1. Primeiro momento da democracia As principais edificações eram: - Templo: dedicado aos Deuses; - Acrópole: palácio do Rei; - Ágora: praça onde se faziam as trocas comerciais; - Teatro: local de manifestações artísticas; - Muralhas: proteção às cidades Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Civilização Grega: Características arquitetônicas e urbanísticas III 1. Primeiro momento da democracia Cada edificação ocupava um lugar específico dentro do espaço urbano, de acordo com o grau de importância e função social. A Acrópole possuía lugar de destaque na paisagem urbana, geralmente na porção mais elevada do relevo, por ser a edificação de maior importância nesse período; A Ágora localizava-se na periferia, próxima às muralhas, por ser o local mais adequado à entrega de mercadorias vindas de fora; As ruas eram pavimentadas, com água e esgoto drenados; O traçado urbano era irregular, não possuindo forma definida; Atenas é um exemplo desse período. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Civilização Grega: Características arquitetônicas e urbanísticas IV 2. Segundo momento da democracia Acontece uma transformação do espaço urbano em função da evolução democrática, e a ágora passa a ter igual importância a da Acrópole; a sociedade grega torna-se mais organizada e racional, conseqüentemente influencia a organização do espaço urbano; Surge o primeiro urbanista ocidental no séc. V a.C. – Hipódamos: defendia os seguintes pontos na concepção de uma cidade: Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Civilização Grega: Características arquitetônicas e urbanísticas V 2. Segundo momento da democracia * as cidades devem ter uma forma regular ; é então criado neste período o traçado urbano conhecido como Tabuleiro de Xadrez. * as ruas devem ser orientadas e dimensionadas segundo a intensidade das atividades que acontecem na cidade. * as cidades devem criar efeitos estéticos e dividir-se em zonas urbanas. * a ágora passa ser um espaço cívico e isolado, portanto deve localizar-se no centro geométrico das cidades. * a cidade passa a ter 3 partes principais: o espaço dos deuses (templos); o espaço do estado (acrópole); o espaço do cidadão (ágora) * a cidade ideal deve ter 10.000 cidadãos. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Civilização Romana: Características arquitetônicas e urbanísticas I Roma foi fundada em 754 a. C. na península itálica, região do Lácio por um povo militarista com excepcional capacidade de organização. Grande desenvolvimento tecnológico da engenharia neste período, devido as técnicas de estratégia militar estarem muito evoluídas; Como a organização era ponto primordial para esta civilização, foi adotado o sistema ortogonal urbano que facilitou a fortificação das cidades; O desenvolvimento urbano se deu em função do grande desenvolvimento da economia, devido as conquistas de vários povos em várias partes do mundo da época; Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Civilização Romana: Características arquitetônicas e urbanísticas II As principais edificações eram: * os palácios onde moravam os imperadores ou césares; * as grandes mansões da classe alta; * o senado onde se faziam as leis , e tomavam-se decisões políticas e militares; * as termas que eram locais para banho público, voltadas principalmente para a classe mais privilegiada; * os templos dos Deuses semelhante aos gregos; * as arenas dedicadas à espetáculos para entretenimento do povo (único espaço público da época); * as colunatas, arcos e monumentos que ficavam nas ruas e eram formas de expressão das conquistas militares da civilização romana. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Civilização Romana: Características arquitetônicas e urbanísticas III Devido a repressão, o espaço público era reduzido e as praças e jardins só existiam nas grandes mansões A cidade de Roma foi a grande expressão urbanística desta civilização. Além das principais edificações apresentadas anteriormente, ela ainda possuía: * aquedutos para abastecimento de água da cidade; * esgoto canalizado; * ruas pavimentadas; * prédios de apartamentos com até 8 andares para abrigar a maioria da população. A cidade de Roma chegou a ter 1milhão de habitantes no período Antigo. Sua ruína data do ano de 476 d. C., com a conquista de Roma pelas invasões bárbaras. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Cidades Medievais: Características arquitetônicas e urbanísticas I Primeiro momento: séc. V ao IV: Amplo processo de desurbanização; Desaparecimento do teatro, banhos públicos e a arena Surge um núcleo urbano que tem como elemento principal um castelo ou um mosteiro; Ao redor destas edificações formam-se áreas das construções das casas das pessoas que viviam sobre a proteção do local, chamadas de Burgos; Os burgos tinham um traçado urbano irregular, as ruas eram estreitas porém pavimentadas; O sistema de esgoto era precário quase inexistente, por isto as casas não abriam janelas para as ruas devido ao mau cheiro; As “cidades“ medievais eram cercadas por muralhas altas como forma de proteção às constantes invasões; Quanto maior o número de muralhas em torno de um castelo, maior era a quantidade de servos dominados pelo senhor feudal. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Cidades Medievais: Características arquitetônicas e urbanísticas II Segundo momento: séc. X ao XV: Consolidação do feudalismo no interior Os artesãos e mercadores criam associações de classe, e surgem duas novas edificações no espaço feudal: as corporações de ofício e as corporações de mercadores (conhecidas também como guildas); Devido a intensificação das trocas comerciais, os burgos se expandem para além das muralhas, porém crescendo em torno dos castelos; Surge novamente o comércio e junto com ele as cidades vão reaparecer; O espaço medieval já não é mais adequado a realidade do desenvolvimento econômico, o senhor feudal perde poder e a burguesia passa a comandar os interesses da época; A igreja também reage e se adapta às novas mudanças, aparece a catedral gótica como símbolo da renovação da fé católica; É o fim do feudalismo, a cidade burguesa é que vai definir o novo espaço urbano. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Renascimento: Características arquitetônicas e urbanísticas I Séc. XVI e XVII: As cidades descem das colinas para as planícies; A cavalaria medieval perde terreno para a artilharia e infantaria, e com o surgimento dos canhões as muralhas tornam-se obsoletas; Aumenta a importância das cidades; Os traçados regulares dominam e se modificam; as ruas principais passam a irradiar-se de uma praça central; A arquitetura e a arte urbana se confundem com o planejamento urbano As igrejas e catedrais ganham destaque especial em grandes praças ajardinadas, assim como os palácios; Fontes, esculturas, estátuas, colunas e obeliscos decoram as praças; é o desenvolvimento do neoclássico; Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Renascimento: Características arquitetônicas e urbanísticas II As muralhas que no mundo clássico tinham um caráter defensivo, passam a ter um caráter ofensivo pois representam a repressão; Grandes praças e largos possuíam caráter puramente decorativo Haviam também os jardins que eram: * espaços verdes naturais cercados; * áreas verdes domesticadas; * praças de desenhos geométricos escalonadas em planos; * grandes rampas e escadas caracterizando o chamado jardim monumental, que era para ser visto e pouco usufruído. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Renascimento: Características arquitetônicas e urbanísticas III Em fins do séc. XVI dominam as chamadas “Leis da Perspectiva” que definiam: * regras para a construção de ruas e praças; * as edificações deveriam seguir princípios da mais rígida simetria e proporção; * as construções em geral eram monumentais e sempre estavam em locais onde ruas largas se confluiriam para elas criando efeitos estéticos nos espaços urbanos. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Barroco: Características arquitetônicas e urbanísticas A estética urbana torna-se informal e o traçado urbano não difere do neoclássico; A arquitetura urbana fica mais rica e movimentada; Permanecem:* o monumentalismo de praças, jardins e das edificações * os traçados rádio-concêntrico; * a escala humana continua esquecida; Há um retorno às coisas da natureza e os jardins incorporam este aspecto, porém seguindo o mesmo artificialismo geométrico; Em 1700 acontecem as primeiras modificações urbanas do período: * os jardins transformam-se em parques com arvoredo, córrego e um traçado desalinhado; A cidade barroca representa basicamente dois seguimentos sociais: * a aristocracia devido a imponência das construções; * burguesa devido ao grande desenvolvimento artístico promovido pela economia. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Revolução industrial: Características arquitetônicas e urbanísticas I Primeiro momento: 1760 a 1800 Acontece um crescimento explosivo das cidades; inicia-se o fenômeno do êxodo rural; As indústrias são instaladas dentro das cidades e elas trazem a mão-de-obra e o mercado consumidor; A cidade transforma-se na “urbe” que significa um centro de produção e comércio; O espaço urbano começa a se dividir em zonas caracterizadas pela sua função; Por este motivo o espaço urbano torna-se especializado e passa a ser divido em áreas industriais, comerciais e residenciais de baixo, médio e alto padrão, transformando a cidade num fenômeno sociológico complexo; Grandes preocupações urbanas surgem no cenário mundial: * saneamento básico * urbanização acelerada * condições de vida nas cidades Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Revolução industrial: Características arquitetônicas e urbanísticas II Segundo momento: 1800 a 1850 A Grã-Bretanha é o primeiro local onde começam a surgir as transformações deste período: * em menos de 1 século a população das cidades quadruplicou; * surge a necessidade de modificação do espaço urbano em função dos meios de produção e de transporte; * acontece então a primeira tentativa de adaptação da cidade à sociedade; Nova fase: * racionalização das vias de comunicação; * a indústria desloca-se para o subúrbio levando consigo a classe média e a operária * surgem novas edificações dentro do espaço urbano como os hotéis, as lojas de departamentos, os prédios de aluguel, etc; - Na tentativa de adaptação a nova realidade algumas idéias surgem como: * criação de leis urbanísticas para controlar e projetar o espaço urbano; * um retorno a alguns preceitos antigos como o traçado ortogonal das cidades; * a elaboração de planos de expansão urbana; Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Revolução industrial: Características arquitetônicas e urbanísticas III Segundo momento: 1850 a 1900 Em fins do séc. XIX e início do séc. XX surge uma disciplina diferenciada das artes urbanas de caráter reflexivo e crítico: o urbanismo - O urbanismo aparece com os seguintes objetivos: * questionar as realizações da sociedade industrial * resolver o planejamento da cidade maquinista * estabelecer as diversas relações entre a sociedade e a cidade moderna - várias linhas de pensamento originam-se neste período criticando a chamada “cidade industrial”, afirmando que ela é filha do capitalismo e que seus males derivam do regime econômico Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Urbanismo contemporâneo I Acontece na segunda metade do séc. XIX em diante. Trata-se de um questionamento do que vem a ser a cidade e quais os seus objetivos. Neste sentido os primeiros pensamentos do urbanismo surgem com teorias utópicas que defendem modelos preestabelecidos de cidades, os mais conhecidos são: * cidade linear (1882) * cidade jardim (1898) * cidade industrial (1901) Parte de alguns conceitos estabelecidos por estes modelos de cidades foram implantados na concepção das primeiras cidades modernas; A constante evolução da sociedade, o desenvolvimento econômico e tecnológico forçaram os urbanistas a estabelecerem regras mais claras para a definição dos espaços urbanos. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Urbanismo contemporâneo II Surgem então modelos de cidades que defendem concepções sociais e econômicas opostas , acreditando ser este o melhor caminho para a solução dos problemas urbanos da época. Os dois principais são: * Modelo Progressista (Le Corbusier) * Modelo Culturalista (Camilo Sitte) Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Urbanismo contemporâneo III * Modelo Progressista (Le Corbusier) - a idéia de modernidade deve estar inserida na cidade; - a verdadeira estrutura técnica e estética só se encontra nas formas puras; - a cidade deve ser racional e para tal deve se estruturar como uma indústria, isto é, devemos racionalizar todos os espaços e construções dentro da cidade incorporando os conceitos de estandartização e mecanização industriais; - o homem racional deve morar num lugar racional e sua moradia deve ser funcional e prática ( conceito da “máquina de morar”); - o homem possui necessidades tipo, é idêntico em atitudes, é definido portanto um homem-tipo deve ter um moradia-tipo e uma cidade-tipo; - o grande problema das cidades está na circulação, na salubridade e nas necessidades humanas, por isto a cidade deve ser objetiva e funcional na circulação, na moradia e na localização das atividades. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Urbanismo contemporâneo IV * Modelo Culturalista (Camilo Sitte) - a totalidade (aglomeração urbana) prevalece sobre as partes (indivíduos); - a questão cultural se sobrepõe a questão material, isto é, deve -se considerar as diferenças culturais em primeiro lugar para resolver os problemas urbanos do que as questões econômicas; - para que se possa prever o futuro é necessário ter como base os acontecimentos do passado; - as cidades devem ter limites precisos e bem definidos ( de 30 a 58 mil habitantes); - os limites das cidades devem ser em forma de cinturões verdes e ao atingirem o tamanho ideal , deve-se criar novo núcleo urbano assim como células vivas; - as cidades devem produzir efeitos estéticos como as cidades Renascentistas, para tal deve -se estudar os conceitos de perspectiva produzido por elas; Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner Urbanismo contemporâneo V * Modelo Culturalista (Camilo Sitte) - as ruas devem ser concebidas de tal forma que produzam um efeito diretor para locais de passagem e encontro; - as cidades devem seguir as linhas do terreno e considerar a incidência do sol para maior conforto existencial dos usuários. O modelo progressista foi o mais aplicado na elaboração de cidades, principalmente após as primeira e segunda grandes guerras mundiais, com a destruição de várias cidades européias; - ele influenciou vários arquitetos e urbanistas no mundo todo; - o modelo culturalista teve somente alguns de seus conceitos aplicados - após todas estas discussões sobre o modelo das cidades, chegou-se a conclusão de que a melhor maneira de resolver problemas urbanos seria através do planejamento territorial. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Daniel Hübner [email protected] Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

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