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Filósofos Pré-Socráticos PDF

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filosofia grega filosofos pré-socráticos historia da filosofia pensamento antigo

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Este documento apresenta um resumo dos filósofos pré-socráticos, incluindo as suas principais ideias e correntes de pensamento. Fornece informações sobre os primeiros filósofos gregos que viveram no século VI a.C.

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Filósofos pré-socráticos A filosofia antiga grega tem uma historia extensa. Parte Os pré-socráticos do século VI a.C. e chega até o ano de 529 d.C. (com a fusão estabelecida aos elementos culturais Primeiros filósofos. Séc. VI a.C. romanos), ano em que...

Filósofos pré-socráticos A filosofia antiga grega tem uma historia extensa. Parte Os pré-socráticos do século VI a.C. e chega até o ano de 529 d.C. (com a fusão estabelecida aos elementos culturais Primeiros filósofos. Séc. VI a.C. romanos), ano em que o imperador Justiniano mandou Naturalistas. fechar as escolas pagãs e dispersar seus seguidores. Busca da “arché” (princípio da realidade). Nesse espaço de tempo, podemos destacar o começo Compreensão da “physis” (natureza). de tudo com o problema da Physis (isto é, da natureza) Cosmologia (origem racional do universo). e do Cosmo, e que, entre os séculos VI e V a.C. Raciocínio puro (logos). Correntes pré-socráticas Filósofos jônicos. A ideia de que tudo no universo pode ser reduzido basicamente a uma única substância é a teoria do monismo, e Tales e seus seguidores foram os primeiros a propor isso dentro da filosofia ocidental. a) Tales de Mileto: água (arché). Geômetra e astrônomo. Previu um eclipse. Panpsiquismo. b) Anaximandro de Mileto: apeiron, o infinito (arché). “Sobre a natureza”. c) Anaxímenes de Mileto: ar (arché). “Sobre a natureza” d) Heráclito de Éfeso: fogo, “inteligência” (arché). “Sobre a natureza”. “Tudo se move”. Orfismo. Filósofos pitagóricos (filósofos, religiosos e políticos). Ideal político aristocrático + comerciantes. Os pitagóricos identificavam o número (e seus componentes) como o “princípio”. Encaravam o universo como uma harmonia numérica. Encaravam a música, traduzida em determinações numéricas, como purificação e catarse. Os fenômenos da natureza, sobretudo o tempo, tem uma inferência numérica. A justiça coincidiria com o 4 (2 x 2) ou com o 9 (3 x 3), pela ideia de equidade. A inteligência coincidiria com o número 1, pela ideia de imobilidade, enquanto a opinião seria o 2. Os números não seriam meras representações mentais, mas, a própria realidade (physis). Os números, por sua vez, derivariam de dois “elementos” que, juntos, completam-se (um indeterminado e outro determinado). Os pares (“femininos”) são indeterminados e menos perfeitos; os ímpares (“masculinos”) são limitantes e mais perfeitos. O número 1 seria uma exceção a essa regra (nem par, nem ímpar, mas, parimpar), pois, dele todos os outros procederiam. Pitagóricos desconheciam o zero (0). O número 10, porém, seria o número da perfeição, representado como um triângulo perfeito, tendo o número 4 em cada lado (tetraktys). a) Pitágoras. Metempsicose. O fim da filosofia: purificar e libertar a alma do corpo. Influência órfica. b) Filolau. Atribuiu movimento à Terra. Antiterra (invisível). c) Árquitas. Maior dos pitagóricos e amigo de Platão. Filósofos eleatas (Filósofos de Eleia) Filósofos atomistas Os atomistas tentaram resolver a aporia (dificuldade a) Parmênides. Político ativo. “Sobre a natureza”. racional) imposta pelos atomistas acerca do ser. Pai da Ontologia (Teoria do Ser). “O ser é e o Segundo os atomistas, um ser que não nasce e que não-ser não é”. Razão (verdade) e sentidos (erro). não morre, nem sofre mudanças, adere aos O ser é imutável, atemporal, uniforme, necessário fundamentos da realidade sensível (átomos). O átomo e imutável. é indivisível e representa uma realidade captável apenas com o intelecto e é dotado de movimento. b) Zenão. Paradoxos contra a multiplicidade, divisibilidade e movimento. Criador da dialética, a) Leucipo. Fundador segundo Aristóteles. b) Demócrito. Aprofundou. c) Melisso. O ser é infinito, uno, incorpóreo. Sofistas Na antiga Grécia, Atenas tornou-se, no século V a.C., sob a administração de Péricles, uma cidade-Estado importante e próspera e entrou em sua "Era de Ouro" de erudição e cultura. Essa realidade despertou a atração de pessoas de toda a Grécia. Nesse contexto, havia consideráveis vantagens àquelas que conheciam e sabiam interpretar a lei. Atenas era administrada sob princípios democráticos, com um sistema legal estabelecido. Exigia-se de qualquer pessoa levada à corte que defendesse sua causa. Foi nesse cenário que se desenvolveu um verdadeiro grupo de mestres de retórica, conhecidos como sofistas. Os sofistas eram professores itinerantes de legislação e retórica. Protágoras (480 – 415 a.C.) – Abdera. Górgias (485 – 380 a.C.) – Leontinos. a) “O homem é a medida de todas as coisas”. a) “Sobre a natureza ou sobre o não-ser”. b) Antilogias (Todo argumento tem dois lados). b) Niilismo. c) O homem como foco da filosofia. c) Apresentava-se publicamente (retórica). d) Voltou-se para questões práticas. d) Foi embaixador em Atenas. e) Rejeitou a existência de definições absolutas. e) Acumulou notável fortuna material. f) Foi conselheiro de Péricles. f) Não professava ensinar a “areté” (virtude). g) Agnosticismo. Crime de impiedade. g) A retórica é rainha das ciências. Pródicos – (465 – 395 a.C.) – Céos. a) Horai. b) Sinonímia. c) Ética pessimista. d) Precursor de Sócrates. e) Deuses são a Hipostatização do útil. f) Reinterpretação do mito de Hércules. Os sofistas deslocam o interesse da filosofia da natureza para o homem. instauram um clima cultural que se poderia chamar com o moderno termo "iluminista" criticam a religião em perspectiva também ateia. criticam o conceito de verdade e de bem. destroem a imagem tradicional do homem. consideram a virtude como objeto de ensino. apresentam-se como mestres de virtude. são expressão da crise da aristocracia e da ascensão politica das novas classes Sócrates (469 – 399 a.C.) Sócrates se concentrou na problemática do Virtude (areté). Para Sócrates, é o que torna o Homem, cuja essência é a alma, a psyché homem um ser melhor e isso se dá pelo (inteligência). conhecimento. A fonte do mal é a ignorância. Liberdade. Para Sócrates, é o autodomínio Felicidade. Não pode vir das coisas exteriores, (razão > paixão). O maior dos escravos é quem do corpo, mas somente da alma. A alma feliz é não domina seus instintos. Nova concepção de ordenada (virtuosa). O homem virtuoso não ode herói (vence os inimigos interiores). Autarquia. sofrer nenhum mal, nem na vida, nem na morte. Julgamento. Acusado de crime de impiedade Sócrates acreditava na valorização da não- (zombar dos deuses e corromper os jovens). violência: a razão poderia impor-se pela convicção Para Sócrates, Deus seria a Inteligência e não pela força. Aceitou a condenação e se Ordenadora. recusou a fugir do cárcere. Sócrates era filho de um pedreiro (Sofronisco), de quem teria seguido a profissão, e de uma parteira (Fainarete). Estudou filosofia e chegou a ser convocado para o serviço militar, participando da Guerra do Peloponeso. Com a morte do pai, herdou dinheiro suficiente para viver com a esposa Xantipa sem precisar trabalhar. Casou-se ainda com Mirto. Sócrates teve três filhos: Lamprocles, Sofronisco e Menexeno. Sócrates tornou-se uma figura conhecida em Atenas, envolvendo-se em discussões filosóficas com concidadãos e conquistando um séquito de jovens alunos. Ao fim, acusado de negar os deuses e de corromper o espírito da juventude (crime de impiedade), foi condenado à morte. Embora lhe tivesse sido oferecida a alternativa do exílio, ele aceitou o veredito de culpado e recebeu sua dose fatal de cicuta em 399 a.C. Método socrático (dialética). Busca despojar a alma da ilusão do saber, curando-a. Fases: Negação, Ironia, Refutação e Maiêutica (obstetrícia espiritual). Negação: Induzir o interlocutor a apresentar o Ironia: Assumem-se as teses do adversário próprio saber. para revelar seu erro. Refutação: Levar o adversário à contradição e Maiêutica: Despertar a verdade que há em cada dissuadi-lo quanto às suas falsas convicções. uma de nós, mediante perguntas e respostas. Platão (428 – 348 a.C.) Teoria das Ideias ou das Formas. 2ª Mundo Inteligível (Mundo das Ideias): Eterno, Navegação. Trata-se da descoberta da imaterial, invisível e real. Princípios originários: Metafísica. Uno (Bem) e Díade. Mundo sensível: criado, material, visível e Dialética. Processo de conhecimento. Pode ser cópia. Criado pelo Demiurgo (Deus-artífice). ascensional (sinótica) ou descensional Formado pelas coisas materiais. (diairética). Doxa (Opinião) x Episteme (Ciência). A Doxa Anamnese (Reminiscência). É a recordação divide-se em imaginação e crença. A Episteme de verdades conhecidas pela alma e que divide-se em ciência intermediária e intelecção. reemergem de vez em quando na experiência. Estado Ideal. O político deve ser um filósofo Arte. Mimese (Cópia). A arte esconde o (aristocracia). As classes estariam associadas verdadeiro e corrompe o homem. Ela se volta às almas (racional, irascível e apetitiva) para as faculdades irracionais da alma. Diálogos. Platão escreveu ao todo 36 diálogos, Academia. Escola fundada por Platão. subdivididos em nove tetralogias. Priorizava o ensino da Matemática. Platão tem uma visão Platão, nasceu Arístocles, em Atenas, no ano dualista do homem: corpo 428 a.C. Era filho de Ariston (descendente do (sensível) e por alma rei Codro) e de Perictíone (parente do legislador (suprassensível). Sólon). Membro de uma família aristocrática, foi inicialmente educado para uma carreira política. Foi discípulo de Crátilo, que, por sua vez, foi Metempsicose é a discípulo de Heráclito. Depois, Platão teve transmigração da alma Sócrates como mestre. Platão não apoiava a para um corpo. Platão democracia, inclusive pelas injustiças para com copia isso do Orfismo. Sócrates. Platão deixou Atenas e fez uma série de viagens (Mégara, Siracusa), quando teve conhecimento da filosofia pitagórica. De A partir do diálogo regresso a Atenas, fundou a Academia. Deixou Górgias, Platão passou a Atenas por outras ocasiões, até fixar-se por atribuir novo valor ao definitivo em Atenas em 360 a.C. Platão morreu mito, dando-lhe grande em Atenas em 348 a.C., aos 80 anos. Não teve importância narrativa. filhos. Aristóteles (384 – 322 a.C.) Aristóteles, o Estagirita. Família (Nicômaco e Viagens: Atenas. Ásia Menor. Macedônia. Faestis). Asclepíadas. Cálcis (morte, em 322 a.C.). Liceu. Escola fundada por Aristóteles em Ciências. O conhecimento foi dividido em três Atenas. Escola Peripatética. Aulas esotéricas e grandes áreas: Ciências Teoréticas, Ciências exotéricas. Práticas e Ciências Poiéticas. Ciências Teoréticas: Metafísica (causas do Ciências Práticas: Ética (fim supremo do ser), Física (substância sensível, movimento) e homem, a felicidade) e Política (cidadãos, Matemática (estudos dos objetos matemáticos). liberdade e ócio). Ciências Poiéticas: Buscam produzir algo. Lógica (Analítica). Órganon (Instrumento). Poesia (mimese e catarse) e Retórica (estudo Princípios (Identidade, Não-contradição e dos meios de persuasão). Terceiro Excluído. Aristóteles nasceu em Estagira, nordeste da Grécia (atual). Era filho de Nicômaco, médico da família real da Macedônia e foi educado como membro da aristocracia. Em Atenas, estudou e ensinou na Academia de Platão. Quando Platão morreu, Aristóteles trocou Atenas pela Jônia. Foi então designado preceptor na corte macedônica, onde instruiu o jovem Alexandre, o Grande. Em 335 a.C., retornou a Atenas e fundou o Liceu. Depois da morte de Alexandre em 323 a.C., um sentimento antimacedônico espalhou-se por Atenas. Aristóteles foi acusado de crime de impiedade, o que o levou a fugir para Cálcis, terra natal de sua mãe, onde morreu no ano seguinte. Aristóteles se diferencia de Platão em três aspectos gerais: o abandono da componente místico-religioso-escatológica. o escasso interesse pela matemática e, ao contrário, a valorização das ciências naturais; o método sistemático em vez do dialético-dialógico. Para Aristóteles, todos os seres são dotados de quatro causas: Material, Formal, Eficiente e Final. Em seus estudos sobre movimento, Aristóteles fala de Potência e de Ato, de onde vem a ideia de Motor. Existe uma substância suprassensível (Deus), que é causa do tempo e do movimento. É o Motor Imóvel. A Psicologia aristotélica é parte integrante da Física e estuda os seres animados (dotados de alma): vegetais, animais e homens. Filosofia Helenística As correntes filosóficas helenísticas derivam da verdadeira fusão estabelecida entre as culturas grega e orientais, a partir da expansão política, militar e territorial macedônica, comandada por Alexandre, o Grande, entre 334 e 323 a.C. Tratava-se de um contexto de crise política da Pólis, sendo o ideal cosmopolita cada vez mais valorizado. O homem da cidade cedeu para o homem-indivíduo. A concepção de homem atinge uma dimensão de igualitarismo universal, em detrimento do modelo exclusivamente grego. Surgiu, dessa forma, a necessidade de formas de pensamento mais adequadas à realidade imposta pela expansão macedônica. Nesse sentido, surgiram as chamadas correntes helenísticas. O centro cultural deixou de ser Atenas e passou a ser Alexandria. Cinismo. Fundado por Antístenes (445 – 365 Epicurismo. Fundado por Epicuro (341 – 271 a.C.), mas Diógenes de Sínope (412 – 323 a.C.). a.C.) foi o principal expoente. Escola do Jardim. Objetivo da vida: viver na virtude, conforme a Influência dos atomistas. natureza. Influência socrática (filosofia como arte de vida). Cinosargo (escola) – Nothoi (alunos Influencia cirenaica (felicidade x prazer). marginalizados). Felicidade: falta de dor (ataraxia, em relação à A mais anticultural das filosofias gregas. alma; e aponia, em relação ao corpo). Opunha-se às leis e aos costumes. Todos os homens são iguais. Defendia a Apatia (indiferença às vicissitudes), O conhecimento se fundamenta sobre a a Parresia (liberdade de palavra), Anaideia sensação. (liberdade de ação) e a Autarquia A alma é um agregado de átomos. (autodomínio). Estoicismo. Fundado por Zenão de Cítio (344 Ceticismo. Fundador por Pirro de Élida (360 – – 262 a.C.). 270). Também chamado de Pirronismo. Filósofos do portão (estoá, em grego). Influência dos gimnosofistas (pensadores Renegava a metafísica e toda forma de gregos), que diziam que tudo não passa de transcendência. Concebia a filosofia como a vaidade. arte de viver. Pirro negou o ser e os princípios do ser. Opunha-se ao Epicursimo (redução do mundo e As coisas são em si indiferenciadas, do homem a átomos e a identificação do prazer incomensuráveis e indiscrimináveis. como o bem do homem). Os sentidos e a razão não estão em condição Comparava a Filosofia a um pomar: muro de estabelecer a verdade e a falsidade. (Lógica), árvores (Física) e frutos (Ética). O homem deve permanecer sem opinião. Todos os seres são dotados de um senso de O sábio usa de afasia (calar-se), para atingir a conservação. ataraxia (imperturbabilidade). Filosofia Medieval A religião cristã, embora originária do judaísmo, surge e se desenvolve no contexto do helenismo, e é precisamente da síntese entre o judaísmo, o cristianismo e a cultura grega que se origina a tradição cultural ocidental de que somos herdeiros até hoje. A leitura que os primeiros pensadores cristãos fazem da filosofia grega é sempre altamente seletiva, tomando aquilo que consideram compatível com o cristianismo enquanto religião revelada. Assim, valorizaram sobremaneira a: a) metafísica platônica (dualismo entre mundo espiritual e material); b) lógica aristotélica (recursos demonstrativos e dialéticos); c) retórica dos estoicos e sua ética (resignação, austeridade e autocontrole). Patrística. Corrente filosófica cristã. Doutrina Santo Agostinho (354 – 430) dos pais (padres) da Igreja. Tagaste, Madaura, Cartago, Roma, Milão. São Justino (100-165), primeiro filósofo cristão Vida dissoluta e de prazeres. (apologeta). São Clemente de Alexandria (150 Concubinato. Adeodato (filho) – 215) e Orígenes (184 – 253) também se Confissões (autobiografia). destacam nesse período. Influência de Cícero e do Maniqueísmo. Os padres da igreja eram ligados à Escola Orador, Professor de Retórica. Neoplatônica de Alexandria. Santo Ambrósio x Neoplatonismo (Plotino e Conciliava os princípios filosóficos gregos aos Porfírio) + Cristianismo (São Paulo e São João). dogmas cristãos. Hipona: sacerdócio e bispado. Firmou-se através dos Concílios (Doutrina). Filosofia (Platão) + Teologia. Crer para entender. Opunha-se ao paganismo e às heresias. Teoria da Iluminação (revelação divina). Influência grega, judaica e cristã. História de ciclos (influência sobre Hegel). Lançou os fundamentos da tradição católica. A Cidade de Deus (Céu > Terra). Filosofia Árabe. Serviu para preservar o conhecimento ocidental. Cultura grega (difusão para o Oriente Médio: Pérgamo, Antioquia e Alexandria). Heresias cristãs (Arianismo e Nestorianismo) migraram para o Oriente Médio. Neoplatonistas fogem da perseguição de Justiniano recorrendo à Pérsia. Árabes se expandiram pelo Oriente Médio e absorveram e aprofundaram elementos das culturas grega e judaico- cristã. Traduziram e comentaram obras filosóficas ocidentais. Reintroduziram o saber grego na Europa. Avicena (Neoplatonismo + Aristotelismo). Muito bem aceito no Ocidente. Averróes (maior nome do Aristotelismo entre os árabes). Primado da Filosofia sobre a Religião. Maimônides (Guia dos Perplexos). Teologia Negativa (Deus é conhecido pelo que Ele não é). Escolástica. Aristotelismo cristão. Santo Tomás de Aquino (1225 – 1274). “Boi mundo”. A Europa vivia uma fragmentação política e Expoente máximo entre os escolásticos. cultural e uma instabilidade social e econômica, Aristotelismo cristão. além do desinteresse dos bárbaros pela Frade dominicano. Discípulo de Alberto Magno. Filosofia. A Teologia retifica a Filosofia, mas não a substitui. A fé Esforço dos monges beneditinos. Copismo. melhora a razão. SIRG (séc. IX). Ente (Tudo aquilo que existe). Deus é ser (essência) Reforma Gregoriana. Escolas em mosteiros: Teologia Negativa. Trivium e Quadrivium. Cinco provas (vias) da existência de Deus: Movimento, Santo Anselmo (1033 – 1109). Monológio e Eficiência, Contingência, Perfeição e Finalidade. Proslógio. Prova da existência de Deus (retórica, Suma Teológica. lógica e ontológica). Livre arbítrio: o homem é natureza racional. Querela dos Universais. Realistas (Universais são reais). Conceitualistas (Universais são conceitos). Nominalistas (Universais são nomes). Filosofia Moderna Com frequência, a Filosofia Moderna é apresentada dividida em duas escolas, a dos racionalistas (incluindo Descartes, Pascal, Espinosa e Leibniz) e a dos empiristas (incluindo Bacon, Hobbes, Locke, Berkeley e Hume). Vários filósofos não se encaixaram automaticamente neste ou naquele grupo, cada qual sendo ao mesmo tempo semelhante e diferente dos outros de maneira complexa. Entretanto, a diferença essencial entre as duas escolas era epistemológica: elas divergiam em suas opiniões sobre o que podemos saber e como sabemos o que sabemos. Dito de maneira simples, os empiristas sustentavam que o conhecimento derivaria dos sentidos e da experiência, enquanto os racionalistas afirmavam que o conhecimento pode ser adquirido exclusivamente por meio da reflexão racional. Racionalismo René Descartes (1596 – 1650) Pascal (1623 – 1662) “Fundador” da Filosofia Moderna. Matemático, Físico, Teólogo e Discurso sobre o Método (1637). Filósofo. “Penso, logo existo!” (“Cogito ergo sum!”) Pensamentos. “Dúvida metódica” (verificar, analisar, sintetizar e enumerar). Oposição aos libertins. Apesar do ceticismo, o conhecimento é possível. "O coração tem suas razões, que Matemático. Propôs fundir álgebra e geometria. a própria razão desconhece". Duvida hiperbólica ou sistemática. Jansenismo x Catolicismo. res cogitans x res divina x res extensa. Aposta de Pascal e a existência Mente e corpo são substâncias distintas (dualismo). de Deus. Gênio maligno (induz ao erro). A imaginação é uma força Árvore cartesiana (Metafísica: raiz; física: tronco; galhos: ciências e poderosa no homem. moral). Espinosa (1632 – 1677) Leibniz (1646 – 1716) Ética. Monadologia. Família judaica. Verdades de razão (necessária) e de fato Deus é a causa de tudo que existe; tudo que existe, (contingente). existe em Deus. O universo é composto de “mônadas” Substância (aquilo que explica a si mesmo). (substâncias simples e individuais). Monismo da substância (Deus ou natureza). Cada mônada está isolada de outras mônadas. Dualismo do atributo (corpo e mente). Cada mônada contém uma completa Deus é o mundo e o mundo é Deus (panteísmo, representação de todo o universo em seu estado “Deus sive natura”). passado, presente e futuro. Deus é causa imanente do mundo. toda mente humana é uma mônada que contém O estoico moderno. Emoções ativas e passivas. uma representação completa do universo. Descartes Pascal Espinosa Leibniz Empirismo Francis Bacon (1561 – 1626) Thomas Hobbes (1588 – 1679) Novum Organum. O pensador de Malmesbury. A Teoria do Ídolos (Tribo, Caverna, Foro e Teatro). Influência de Galileu (1564 – 1642) O poder do homem está em produzir em um corpo Corporeísmo. novas naturezas. Mecanicismo. A ciência está na descoberta das formas. Materialismo. As três tábuas sobre as quais se deve basear a nova indução. John Locke (1632 – 1704) George Berkeley (1685 – 1753) Liberal, empirista e contratualista. “Idealismo imaterialista” (Nega a substância Teoria da tábua rasa. Crítica ao inatismo de Platão material). Monista. e o Racionalismo cartesiano. Ser é ser percebido (Uma coisa só existe na medida “Ensaio acerca do Entendimento Humano” (1690). em que ela percebe ou é percebida). Estudou Medicina e Física em Oxford. Todo conhecimento vem da percepção (O ser Experiência do príncipe e do sapateiro. sujeito é aquele que percebe e o ser objeto é o Todo conhecimento se origina na sensação. percebido). Não há ideias inatas no espírito. Experiência (fonte primária de conhecimento): Através das experiências, o entendimento produz depende dos sentidos. novas ideias por abstração. As ideias podem vir de fora (pelos sentidos: O entendimento é passivo na origem, pois é sensações) ou de dentro (da mente: pensamentos). tributário dos sentidos. Deus é a consciência onisciente e onipresente. O entendimento se torna ativo quando combina Considerava o empirismo lockeano “moderado”. ideias simples e forma ideias complexas. Tratado sobre os Princípios do Conhecimento A grande consequência do Empirismo se revela na Humano (1710). concepção do Estado social e do poder político. David Hume (1711 – 1776) Empirismo radical e cético. Opunha-se ao Racionalismo, sobretudo por seu caráter teológico-metafísico. Hume buscava na Filosofia, o que Newton alcançou na Física. Hume queria uma “Filosofia Natural”. Em Hume, a Natureza se impõe à razão. O homem-filósofo deve ceder ao homem-natureza. Tratado sobre a Natureza Humana (três volumes, entre 1739 e 1740). Investigação sobre o Entendimento Humano (1748). História da Inglaterra (seis volumes, entre 1754 e 1762). Profunda influência sobre o pensamento de Kant, a Fenomenologia e a Filosofia Analítica. Relacionou-se intelectualmente com Diderot, D’Alembert, d’Holbach e, sobretudo, Rousseau. Amigo de Adam Smith, defendia o livre-comércio. Apoiou a independência dos EUA. Impossibilidade de certeza absoluta. Não há ideias inatas. O conhecimento vem da experiência. A relação entre causa e efeito é discutível. A causalidade é um hábito. A base de causa e efeito é a experiência. O conteúdo da mente humana: percepções (impressões e ideias). Liberdade é não necessidade (casualidade). “A razão não pode contrapor-se à paixão na condução da vontade”. A religião não tem fundamento racional, nem moral. A religião é instintiva (medo da morte). Bacon Hobbes Locke Berkeley Hume Contratualismo Thomas Hobbes (1588 – 1679), o “gêmeo do medo”. John Locke (1632 – 1704). a) Leviatã (1651). “Autoridade inquestionável”. Contratualista liberal. Estado de natureza x Estado civil. Tratados sobre o Governo Civil (Governo Natureza má do ser humano (agressivo, belicoso). consentido). Autoridade constituída. O homem é visto em uma perspectiva mecanicista. Função do Estado: proteger os direitos naturais “Guerra de todos contra todos”. Bellum omnia omnes (Jusnaturalismo): vida, liberdade e propriedade. Estado e Sociedade fortes. Cláusula lockeana: O fundamento da A função do Estado = manter a ordem. propriedade é o trabalho. “Pai do Totalitarismo” x “Pensador democrático”. Último grande filósofo que justifica a Estado > Leis. Estado > Religião. escravidão. Empirismo x Filosofia Política. O Legislativo é o poder supremo (Leis>Estado). Um pensador individualista, mas, não liberal. O poder do Estado é limitado. A liberdade é a ausência de impedimento. Resistência ao governo tirânico. Homem = corpo natural. Estado = corpo artificial. Influenciou as revoluções Gloriosa, Americana Opôs-se à Revolução Puritana (1642 – 1649). e Francesa. Não defendia exatamente o Absolutismo, mas, o Defendia a tolerância religiosa. poder exercido de forma absoluta. Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) Escreveu sobre Política, Ética e Educação. Um dos maiores nomes do Iluminismo. Influenciou sobremaneira a Revolução Francesa (1789 – 1799). Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens (1755). Emílio (1762). O Contrato Social (1762). Participou da Enciclopédia, editada por Diderot (verbete = Economia Política). Correspondeu-se com Voltaire (Carta sobre a Providência) e com D’Alembert (Carta sobre os espetáculos). Compôs uma ópera (O adivinho da vila), em 1752. Dedicou-se ao estudo da Botânica no fim de sua vida. Vítima de perseguições políticas, instigadas por seu espírito contestador, viveu longo período no exílio. Rejeita a religião revelada e apoia uma religião natural (o homem Rousseau encontraria Deus em seu coração). Entende que a natureza humana é boa, corrompida pela sociedade, que é desigual e injusta. Contrário à escravidão, defendia a liberdade natural do homem. A soberania política pertence ao conjunto dos membros da sociedade, cujo fundamento é a vontade geral. O papel da Educação é a formação da vontade geral, convertendo cada indivíduo em cidadão. John Rawls (1921 – 2002) Professor de Filosofia Política (Harvard). Uma Teoria da Justiça (1971). Liberalismo Político (1993). O Direito dos Povos (1999). O Contrato Social se firma efetivamente mediante Justiça, garantida pela Liberdade e pela Igualdade. John Rawls Kant (1724 – 1804) O pensador de língua alemã Immanuel Kant (1724-1804) deixou uma produção que pode ser vista como um verdadeiro marco na Filosofia Moderna. O pensamento de Kant costuma estar segmentado em duas fases: a) Dogmática, que vai até a Dissertação de 1770. Kant era essencial e exclusivamente racionalista. b) Crítica, a partir da publicação da Crítica da razão pura (1ª ed. 1781). Kant buscou superar a dicotomia entre racionalismo e empirismo. Crítica da Razão Pura - 1781 (Teoria do Conhecimento – Filosofia Transcendental). Início do Idealismo alemão. Obra dedicada a Francis Bacon, o iniciador do Empirismo. Busca examinar os limites da razão teórica e estabelecer os critérios de um conhecimento legítimo. O conhecimento só é possível a partir da conjunção de matéria (a partir dos sentidos) e forma (categorias do entendimento). Juízos Analíticos (são lógicos, a priori) ≠ Juízos Sintéticos (são empíricos, a posteriori). Juízos sintéticos a priori = universais e necessários; ampliam o nosso conhecimento. Revolução Copernicana = o objeto é determinado pelo sujeito. Importante entender como os dois se relacionam. O conhecimento do objeto resulta de suas faculdades da mente (razão): sensibilidade e entendimento. Primeira parte do livro: Estética Transcendental (formas puras da sensibilidade: intuições de espaço e tempo). Segunda parte do livro: Analítica Transcendental (conceitos puros do entendimento: categorias) Há dois mundos: fenomênico (realidade de nossa experiência) e numênico (realidade em si mesma, “coisa-em-si”). Crítica da Razão Prática - 1788 Crítica do Juízo - 1790 Discussão sobre questões éticas. Kant analisa os juízos de gosto e os juízos Metafísica dos costumes (1797) também é sobre ética. teleológicos. Considera o homem como agente livre e racional. Juízos de gosto: fundamento da estética. É A ética é estritamente racional e universal. objetivo e universal. Os princípios da razão prática são leis universais e A beleza é uma “finalidade sem fim”. definem os nossos deveres. Juízos teleológicos: finalidade. A ética kantiana é uma ética do dever (prescritiva). Faculdade dos juízos: intermediária entre a razão As ações humanas seguem uma determinação causal, teórica e a razão prática. embora o homem seja racional e isso o diferencia da Kant analisa o belo por meio de categorias, do ordem natural. sublime e noção de gênio. O dever consiste na obediência a uma lei universal. O sublime é afim ao belo, mas não está nas Imperativo Categórico ≠ imperativos hipotéticos. coisas, mas no homem. Está associado ao que é A ética kantiana não visa a felicidade, mas, o dever. informe e ilimitado. A razão prática pressupõe uma crença em Deus e na O belo reflete a forma do objeto, caracterizada liberdade e imortalidade da alma. pela limitação. Immanuel Kant nasceu em 1724, numa modesta família de artesãos. Cresceu e trabalhou toda a vida na cosmopolita cidade portuária báltica de Konigsberg (atual Kaliningrado), então parte da Prússia. Embora nunca tenha deixado a província natal, tornou-se um filósofo internacionalmente conhecido ainda em vida. Kant estudou filosofia, física e matemática na Universidade de Konigsberg e lecionou na mesma instituição nos 27 anos seguintes. Em 1792, suas visões heterodoxas levaram o rei Friedrich Wilhelm II a proibi-lo de lecionar. Ele retornou ao ofício após a morte do rei, cinco anos depois. Kant publicou ao longo de toda a sua carreira, mas é mais conhecido pela série de obras inovadoras produzidas entre os cinquenta e setenta anos. Embora fosse um homem brilhante e sociável, nunca se casou. Morreu em 1804, com quase oitenta anos. Idealismo alemão Idealismo alemão é uma escola que teve desenvolvimento na Alemanha entre os séculos XVIII e XIX. Decorreu do Kantismo e esteve diretamente influenciada pelo Iluminismo e pelo Romantismo. O idealismo explorava as ideias em seus sentidos ontológico, epistemológico e ético. Os grandes nome do Idealismo alemão pós-kantiano: Johann Gottlieb Fichte (1762 – 1814), Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 – 1831) e Friedrich Schelling (1775 – 1854). Friedrich Hegel (1770 – 1831) Arthur Schopenhauer (1788 – 1860) Pensador monista e idealista. Sistema metafísico ateu e ético. Todo os fenômenos são aspectos de um único Pessimismo filosófico. espírito. O mundo como vontade e representação (1818). Filósofo da totalidade, do saber absoluto. Introduziu elementos orientais (indianos e budistas) Fenomenologia do Espírito (1807). à Filosofia alemã. Espírito (Consciência): Sensível, Infeliz e Absoluto. A vontade é a fonte da dor. O prazer é uma fuga. O Espírito Absoluto é uma força-guia na natureza. O amor é uma meta de vida; não garante felicidade. O que é real, é racional. O que é racional, é real. O sofrimento é positivo, porque se faz sentir. Dialética (História): Tese x Antítese → Síntese. A arte é um exercício de combate à dor, porquanto Cada movimento surge como solução das conduz ao controle da vontade. contradições inerentes ao movimento anterior. O homem necessita de uma vida de ascetismo. Beleza artística > Beleza natural. É da natureza da mulher ser obediente. Materialismo Ludwig Feuerbach (1804 – 1872) A essência do Cristianismo (1841). A experiência humana bastava para explicar a existência. Homens não são uma forma externalizada de um espírito absoluto, mas o oposto: criamos a ideia de um espírito maior, um deus, a partir de nossos próprios desejos e aspirações. Em nosso anseio por tudo o que há de melhor na humanidade (amor, compaixão, bondade), imaginamos um ser que incorpora essas qualidades no mais alto grau possível e o chamamos "Deus". A teologia (o estudo sobre Deus) é, portanto, nada mais do que antropologia (o estudo sobre a humanidade). Não só nos iludimos em pensar que um ser divino existe como também esquecemos ou renunciamos ao que somos. Perdemos de vista o fato de que tais virtudes já existem em humanos, não em deuses. Karl Marx (1818 – 1883). Família de origem judaica (O pai, Heinrich, advogado. A mãe, Henriette, dona de casa). Nasceu em Trier. Doutorou-se em Filosofia em Berlim (1841) aos 18 anos. Dedicou-se ao Jornalismo. Casou-se com Jenny von Westphalen (1843). Teve em Friedrich Engels um amigo e colaborador por toda a vida desde que se conheceram. Influências de Hegel e de Feuerbach. Foi um hegeliano de esquerda, mas depois rompeu. Leu e aprofundou as teorias dos economistas clássicos (Smith, Ricardo, Pecqueur, Say). Criticava o Socialismo Utópico, em favor do Socialismo Científico. A Ideologia Alemã (escrito em 1846). Manifesto do partido comunista (1848). Os dois em parceria com Engels. O Capital (1867). Os outros dois volumes foram publicados postumamente (1885 e 1894, respectivamente). Crítica da Economia Política (1859). Foi um dos principais organizadores da primeira Internacional (1864 – 1876). Alienação do trabalho (pior arquiteto x melhor abelha). Reificação. Materialismo histórico. Não é a consciência dos homens que determina o ser, mas é o ser social que determina a consciência do homem. A estrutura econômica determina a superestrutura das ideias. Superestrutura (política), Estrutura (sociedade) e Infraestrutura (economia). Materialismo dialético. Marx inverte a dialética hegeliana (das ideias para a história, da mente para os fatos). A luta de classes é o motor da história. A mercadoria tem duplo valor: valor de uso e valor de troca. Mais-valia. Produto suplementar não pago pelo capitalista ao operário. Processo de acumulação capitalista. O advento do Comunismo (Revolução Armada x Ditadura Proletária). Filosofia Contemporânea Existencialismo Søren Kierkegaard (1813 – 1855) Pai do Existencialismo. Prioriza a realidade concreta sobre o pensamento abstrato. Escreveu suas obras fazendo uso de pseudônimos. Família abastada. Rompeu o noivado com Regine Olsen (1841). Graduou-se em 1841 com um Magister Artium, equivalente a um PhD. Enten – Eller (1843). Escrito sob o pseudônimo de Victor Eremita. Temor e Tremor (1843). Escrito sob o pseudônimo de Johannes de Silentio. Fala de amor, religião e linguagem. O cavaleiro da fé. O Conceito de Angústia (1844). Escrito sob o pseudônimo de Vigikius Haufniensis. Angústia é o medo desenfreado. Vertigem de liberdade. O Desespero Humano (1849). Escrito sob o pseudônimo de Anti-Climacus. Desespero é associado a pecado. O ser humano está inserido em três estágios: estético (desespero, pecado, o paraíso das experiências sensoriais), ético (evolução, limitação moral, aceitação das leis) e religioso (difícil de ser assimilado, compromisso com a fé, existência verdadeira). Deus é (ser é eterno e infinito) e o homem existe (existir é criado e finito). O homem é responsável por seus atos. Martin Heidegger (1889 – 1976) Jean-Paul Sartre (1905 – 1980) Fenomenologia e Existencialismo. Foi aluno de Filosofia engajada. Posição política de Edmund Husserl. esquerda. “Ser e Tempo” (1927). Antilcolonialismo. Dasein (ser aí). O ser que tem uma compreensão do Influenciado pela Fenomenologia de Husserl. Ser. A existência precede a essência (ser humano). O ser humano é ainda mais fundamentalmente Relacionamento com Simone de Beauvoir estruturado por sua temporalidade. (“Castor”). Existência autêntica e inautêntica. “O ser e o nada”. “A Náusea”. Verdade (não-encanto). Arte (revelação da verdade). O “Em-si” (não tem consciência de si ou do Linguagem (casa do ser). mundo). “Ser-para-a-morte”. O “Para-si” (consciência humana). Relação com o Nazismo. “O homem está condenado a ser livre”. Heidegger teve uma relação direta com o Nazismo, “O existencialismo é um humanismo”. afiliando-se ao regime. Angústia, fruto da consciência da liberdade. Foi professor de Hannah Arendt, com quem se “O inferno são os outros”. envolveu amorosamente. Friedrich Nietzsche (1844 – 1900), o filósofo da suspeita. Nietzsche nasceu aos 15 de outubro de 1844 em Röcken, nas imediações de Lutzen. Filho de Karl Ludwig Nietzsche (1813 – 1849) e de Franziska Nietsche (1826 – 1897). Ele foi um crítico impiedoso do passado e um verdadeiro profeta “inatual” dos nossos dias. Sofreu um colapso mental em 1889 (03 de janeiro) em Turim. Viveu sob os cuidados da mãe e, depois da morte desta, da irmã. Morreu aos 25 de agosto de 1900 em Weimar. Estudou filologia clássica em Bonn e em Leipzig. Sofreu influência de Schopenhauer, ao ler “O Mundo como vontade e representação”. Em 1869, aos 25 anos, assumiu a disciplina de Filologia Clássica na Universidade de Basileia. Aí se tornou amigo de Jakob Burckhardt. Também manteve amizade com o compositor alemão Richard Wagner. Em 1879, demitiu-se do ensino, alegando problemas de saúde. Passou a viver, sempre mudando, entre a Suíça, Itália e Sul da França. Em 1882, conheceu Lou Salomé, com quem viveu uma intensa relação. Leitor de Dostoievski, Nietzsche destacava a obra “Crime e Castigo”. OBRAS IDEIAS CENTRAIS O nascimento da tragédia (1872). Dionisíaco e Apolíneo. Humano, demasiado humano (1878). Saturação da história. Aurora (1881). Niilismo. A Gaia Ciência (1882). A morte de Deus. Assim falou Zaratustra (1883). O super-homem (Übermensch). Além do bem e do mal (1886). Filosofia do martelo. A Genealogia da moral (1887). Transvalorização. O crepúsculo dos ídolos (1888). Eterno retorno. O Anticristo (1888). Vontade de potência. Ecce homo (1888). Amor fati. FRASES Aquilo que não me mata, só me fortalece. (Crepúsculo dos ídolos). Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te. (Além do bem e do mal). Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.(Humano demasiado humano) Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura. (Assim falou Zaratustra). É mais fácil lidar com uma má consciência do que com uma má reputação. (A Gaia ciência). Temos a arte para não morrer da verdade. (A Vontade de Poder). O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são. (O Anticristo). A mulher foi o segundo erro de Deus (Crepúsculo dos ídolos) A filosofia para Nietzsche, representada por Sócrates, o “homem de uma visão só”, instaura o predomínio da razão, da racionalidade argumentativa, da lógica, do conhecimento científico, da demonstração. Com isso, o homem perde a proximidade com a natureza e suas forças vitais, que mantinha no período anterior e que encontra sua expressão nos rituais dionisíacos, na dança, na embriaguez. O advento do cristianismo reforçará a direção com o espírito do sacrifício e da submissão, com o pecado e a culpa, com o supremo paradoxo do “deus morto”, Cristo, o “crucificado”, como Nietzsche se refere a ele. Nossa cultura seria fraca e decadente devido ao predomínio das “forças reativas” que a construíram. A verdade e a moral são os instrumentos que os fracos inventaram para submeter e controlar os fortes, os guerreiros. A tradição ocidental é o resultado desse processo. Fenomenologia A Fenomenologia é uma escola filosófica que tenta investigar todos os fenômenos da nossa experiência interior - é o estudo da consciência e suas estruturas. Husserl assumiu uma abordagem similar à de Descartes, mas a utilizou de modo diferente. Ele sugeriu que, se adotarmos uma atitude científica em relação à experiência, deixando de lado toda suposição particular (incluindo a suposição de que um mundo externo existe fora de nós), então poderemos começar a filosofar numa lousa limpa, livre de todas as inferências. Husserl chamou essa abordagem de fenomenologia: uma investigação filosófica sobre os fenômenos da experiência. Precisamos olhar para a experiência com urna atitude científica, deixando de lado (ou "colocando entre parênteses", como dizia Husserl) cada uma de nossas suposições. E, se olharmos cuidadosa e pacientemente, poderemos criar uma base segura de conhecimento para nos ajudar a lidar com problemas :filosóficos que têm nos acompanhado desde o início da filosofia. Edmund Husserl (1859 – 1938) Fundador da Fenomenologia. Criticou o Positivismo e o Historicismo. Ideias para uma fenomenologia Pura (1913). Husserl queria explorar a experiência em primeira pessoa de modo sistemático, deixando de lado todas as pressuposições. O conhecimento das essências é possível quando colocamos entre parênteses os pressuspostos em relação ao mundo exterior (Epoché = suspensão do juízo). Eidética = abstração da essência. Noesis = compreensão imediata. Noema = entidades objetivas. De ascendência judaica, foi perseguido pelas leis nazistas de 1933. Husserl Max Scheler (1874 – 1928) A Fenomenologia concentra-se no intelecto ao investigar as estruturas da consciência, ignorando a experiência do amor ou do coração humano. O formalismo na ética e a ética material dos valores (1913 – 1916). Amor e conhecimento (1923). O amor cria uma ponte do conhecimento mais pobre para o mais rico. Influenciado por Blaise Pascal, crê numa lógica específica no coração humano, diferente da lógica do intelecto. O amor é uma espécie de “parteira espiritual” que conduz o homem rumo ao conhecimento. Max Scheler Maurice Merleau-Ponty (1908 – 1961) Ponto de partida: estudo da percepção. “Corpo próprio”: além de uma coisa, é uma condição de experiência permanente. O corpo é um elemento na abertura perceptiva para o mundo. Diferente de Husserl, acredita que a experiência não é só mental, mas, também corporal. Fenomenologia da Percepção (1945). Corpo-sujeito. Mente e corpo não são entes separados (oposição à tradição cartesiana). Pensamento e percepção são incorporados. Mundo, consciência e corpo são todos parte de um único sistema. Merleau-Ponty Filosofia Analítica Por volta do início do século XX, as teorias de Albert Einstein (explicação mais detalhada sobre a natureza do universo) e a psicanálise de Sigmund Freud (ideia radicalmente nova sobre o funcionamento da mente) proporcionaram aos filósofos voltar sua atenção para questões de filosofia moral e política ou para questões mais abstratas da lógica e da análise linguística. Na vanguarda do movimento de análise lógica, que se tornou conhecida como Filosofia Analítica, estava a obra de Gottlob Frege, que uniu o processo filosófico da lógica com a matemática. Suas ideias foram recebidas de maneira entusiástica por um filósofo e matemático britânico, Bertrand Russell. Bertrand Russel (1872 – 1970) Um liberal, um socialista, um pacifista, mas sem profundidade em nenhuma dessas partes. Crítico da corrida armamentista e da guerra do Vietnã. Entusiasta da democracia, defendia o sufrágio feminino. Era um crítico ao regime stalinista e ao dogmatismo marxista. Opunha-se à rigidez moral vitoriana quanto à sexualidade. Apoiava a ideia de divórcio. Tese logicista (Lógica simbólica), de fundamentação matemática. Ludwig Wittgenstein (1889 – 1951) Filho de uma abastada família austríaca de origem judaica, viveu o ambiente cultural efervescente de Viena no final do séc. XIX. Influenciou as duas correntes da Filosofia Analítica da linguagem contemporânea: a semântica formal e a pragmática. Estudou engenharia e matemática. Em Cambridge, estudou com Bertrand Russel. Lutou na I Guerra Mundial pelo Império Austro-Húngaro. Tractatus logico-pholosophicus (1921). Busca uma essência da linguagem. Wittgenstein busca fundamentar o conhecimento da realidade através da lógica, e não da epistemologia. Grandes problemas metafísicos se originariam da má interpretação da linguagem A Filosofia tem por objetivo a elucidação lógica dos pensamentos. A Filosofia não é um corpo doutrinal, mas uma atividade. Sem Filosofia, os pensamentos são nebulosos e indistintos. Sua tarefa é torná-los claros e bem delimitados. Investigações Filosóficas (1952). Verdadeira ruptura com a primeira obra. Aqui surge um segundo Wittgenstein. Nas Investigações a linguagem, entendida como tendo uma estrutura básica, uma forma lógica, desaparece, dissolve-se, dando lugar aos jogos de linguagem, múltiplos, multifacetados. A noção de jogo de linguagem se dá pelo uso que fazemos das expressões linguísticas nos diferentes contextos ou situações em que as empregamos. Wittgenstein Bertrand Russel Escola de Frankfurt Horkheimer Adorno Benjamin Marcuse Theodor Adorno (1903-1969) Filósofo alemão. Max Horkheimer (1895-1973) foi um dos fundador, juntamente com Horkheimer, em 1924, da fundadores, juntamente com Adorno, da Escola de famosa Escola de Frankfurt. Exilou-se por motivos Frankfurt, Horkheimer nasceu na Alemanha, políticos na Inglaterra (1933) e depois nos Estados doutorando-se pela Universidade de Frankfurt. Em Unidos (1937); retornando em 1949 à Alemanha. 1934, foi para os Estados Unidos, onde lecionou na Inicialmente dedicou-se ao estudo de Kierkegaard, Universidade Columbia, em Nova York, regressando sobretudo à sua noção de subjetividade, passando em 1950 à Alemanha. Horkheimer desenvolveu em depois à análise da dialética em um sentido crítico à estreita colaboração com Adorno, uma profunda formulação de Hegel. Desenvolveu urna teoria crítica reflexão sobre o projeto filosófico, político, científico e da ideologia da sociedade industrial e de sua cultura, cultural do Iluminismo, e sua influência na formação que marca distintamente a posição da escola de da sociedade contemporânea e ele sua ideologia, no Frankfurt. Formulou o conceito de "indústria cultural" célebre Dialética do Iluminismo (1947). Sua obra é para caracterizar a exploração comercial e a voltada sobretudo para temas centrais da sociedade vulgarização da cultura, principalmente através do contemporânea como a família, a questão da rádio e do cinema. Denunciou sobretudo a ideologia autoridade política e do autoritarismo, a cultura de da dominação da natureza pela técnica, que traz massas e a ideologia da sociedade burguesa. Apesar como consequência a dominação do próprio homem. de crítico do materialismo dialético, Horkheimer pode É famosa, nesse sentido, sua polêmica com Popper ser considerado um neomarxista por seu uso de e sua crítica ao Positivismo. Adorno destacou-se categorias do marxismo em suas análises e por sua também como musicólogo, tendo sido ligado a Alban critica ao positivismo sociológico. Obras principais: A Berg, um dos criadores da música atonal, e situação atual da filosofia social (1931); Estudos escrevendo uma série de estudos sobre a música sobre a autoridade e a Família (1936), em desde Wagner até a música popular e o jazz. Suas colaboração com Marcuse e outros membros da obras principais são: Kierkegaard, construção do escola; Por uma crítica da razão instrumental (1967). estético (1933), Dialética do esclarecimento (1947, Muitos de seus artigos e ensaios foram publicados na com Horkheimer), Filosofia da nova música (1949). Revista de pesquisa social, que dirigiu, destacando- Dialética negativa (1966), Teoria estética (1968), se Um novo conceito de ideologia (1930) e Teoria Três estudos sopre Hegel (1969). tradicional e teoria crítica (1937). A Teoria Crítica da Escola de Frankfurt teve como objetivo o desenvolvimento de uma teoria crítica da cultura e da sociedade retomando a filosofia de Marx, sobretudo sua análise da ideologia, e aproximando-a de suas raízes hegelianas. A Escola de Frankfurt preocupou-se sobretudo com o contexto social e cultural do surgimento das teorias, valores e visão de mundo da sociedade industrial avançada, procurando assim atualizar e desenvolver a teoria marxista enquanto teoria filosófica e sociológica. A crítica frequentemente feita à interpretação frankfurtiana do marxismo é de que o aspecto revolucionário do pensamento de Marx acaba se enfraquecendo. Walter Benjamin (1892-1940) foi um dos mais originais pensadores da escola de Frankfurt. Walter Benjamin nasceu na Alemanha, de família judia, revelando em seu pensamento forte influência da tradição cultural judaica, sobretudo da mística e da teologia. Inspirando-se em Marx, de cujo pensamento deu uma interpretação própria. Benjamin desenvolveu uma profunda reflexão critica sobre a arte e a cultura na sociedade de seu tempo, ainda que basicamente através de ensaios, artigos e textos fragmentários, publicados em revistas literárias e jornais. Em vários desses escritos. dentre os quais destaca-se seu ensaio sobre "A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica", procura entender a mudança radical que se dá em relação à obra de arte, o que caracteriza, retornando urna ideia hegeliana, a perda de urna "aura", aquilo que faz do objeto de arte algo de único e especial. Ao reproduzir-se e difundir-se um objeto artístico, tal como acontece com o cinema e a fotografia, há uma ruptura com o modo tradicional de nos relacionarmos com esse objeto; por outro lado, essa nova relação contém um elemento revolucionário, capaz de contribuir decisivamente para a transformação das próprias estruturas sociais. Dentre seus escritos, destacam-se ainda um ensaio sobre Baudelaire e as "Teses sobre a filosofia da história". Sua obra completa (Escritos coletados, 6 vols.) foi publicada postumamente (1972- 1975). Herbert Marcuse (1898-1979) foi um filósofo alemão (nascido em Berlim) que estudou na Universidade de Freiburg, onde foi aluno de Husserl e Heidegger. Posteriormente ligou-se a Adorno e Horkheimer, tornando-se um dos mais destacados membros da escola de Frankfurt. Transferiu-se para os Estados Unidos (1934), como a maioria dos membros da escola, tendo sido professor em diversas universidades americanas (Columbia. Harvard, Califórnia). Marcuse alcançou grande notoriedade sobretudo a partir dos movimentos estudantis de 1968 na França, Alemanha e Estados Unidos, devido a suas teses revolucionárias e a sua interpretação crítica da sociedade industrial contemporânea. A principal contribuição de Marcuse à teoria crítica frankfurtiana pode ser considerada a relação que desenvolveu entre o pensamento de Marx e o de Freud, em urna interpretação que realça o sentido libertário tanto do marxismo quanto da teoria psicanalítica. Para Marcuse, a repressão sexual e a repressão social são indissociáveis em nossa cultura. Denunciou inclusive a aparente tolerância existente no liberalismo de certas sociedades industriais avançadas como uma pseudoliberdade, conduzindo no fundo ao conformismo. Marcuse criticou igualmente o marxismo oficial da União Soviética, considerando-o muito distante do caráter revolucionário da filosofia de Marx. Suas principais obras são: Razão e revolução (1941), Eros e civilização (1955), O homem unidimensional (1964), O fim da utopia (1967). Jürgen Habermas Jürgen Habermas (1929) é um filósofo alemão, pertencente à chamada "segunda geração" da escola de Frankfurt. Foi assistente de Adorno de 1956 a 1959, professor na Universidade de Heidelberg (1961-1964) e depois em Nova York (1968), diretor do Instituto Max Planck (1971), em Starnberg, Alemanha, sendo atualmente professor na Universidade de Frankfurt. A obra de Habermas desenvolve-se na perspectiva da teoria crítica da sociedade iniciada pela escola de Frankfurt, pretendendo ser uma revisão e uma atualização do Marxismo capaz de dar conta das características do capitalismo avançado da sociedade industrial contemporânea. Inspirando-se em Weber, Habermas toma como ponto central de sua análise a racionalidade dessa sociedade, caracterizando- a cm termos de uma razão Instrumental, que visa estabelecer os meios para se alcançar um fim determinado. Segundo essa análise, o desenvolvimento técnico, e a ciência voltada para a aplicação técnica, que resultam dessa razão instrumental, acarretam a perda da autonomia do próprio hem, submetido igualmente às regras de dominação técnica do mundo natural. Para Habermas, numa perspectiva crítica, é necessário portanto recuperar a dimensão da interação humana, de uma racionalidade não-instrumental, baseada no agir comunicativo entre sujeitos livres, de caráter emancipador em relação à dominação técnica. A ideologia corresponde, para Habermas, à distorção dessa possibilidade de ação comunicativa, produzindo relações assimétricas e impedindo que a interação se realize plenamente. A crítica, ao explicitar as condições da ação comunicativa, implícitas em todo uso significativo do discurso, permite o desmascaramento da ideologia e a retomada da razão emancipadora. Nesse sentido, a proposta de Habermas formula-se em termos de uma teoria da ação comunicativa, recorrendo inclusive à filosofia analítica da linguagem para tematizar essas condições do uso da linguagem livre de distorção como fundamento de uma nova racionalidade. Contra os críticos da Modernidade, que se caracterizam pela racionalidade técnica, como Lyotard, Habermas, no entanto, defende o racionalismo do projeto iniciado pelo *Iluminismo, considerando-o como projeto ainda a ser desenvolvido e ainda significativo para nossa época, desde que a razão seja entendida criticamente, no sentido do agir comunicativo. Dentre suas obras mais importantes, destacam-se: Teoria e praxis (1963), Técnica e ciência como "ideologia" (1968), Conhecimento e interesse (1968), O problema da legitimação no capitalismo tardio (1973), Para a reconstrução do materialismo histórico (1976), Teoria da ação comunicativa (1981), O discurso filosófico da modernidade (1985). Utilitarismo Trata-se de uma doutrina centrada na questão da ética e defendida por grandes pensadores, como Bentham e John Stuart Mill. Na definição de Mill, "as ações são boas quando tendem a promover a felicidade, más quando tendem a promover o oposto da felicidade". As ações, boas ou más, são consideradas assim do ponto de vista de suas consequências, sendo o objetivo de uma boa ação, de acordo com os princípios do utilitarismo, promover em maior grau o bem geral. As críticas ao Utilitarismo geralmente apontam para a dificuldade de se estabelecer um critério de bem geral, para o fato de que essa doutrina aceita o sacrifício de uma minoria em nome do bem geral, e para a não-consideração das intenções e motivos nos quais a ação se baseia, levando em conta apenas seus efeitos e consequências. Jeremy Bentham (1748-1832) foi um filósofo inglês, fundador do Utilitarismo, desenvolvido depois por John Stuart Mill (1806-1873). Para Bentham, o Utilitarismo seria a doutrina que, do ponto de vista moral, consideraria a utilidade como o principal critério da atividade. Tratava-se de uma teoria da felicidade pensada segundo o modo de uma economia política ou em termos de gestão do capital-vida. Em seu livro mais importante, Princípios de moral e de legislação (1780), Bentham escreveu: "A natureza colocou o homem sob o império de dois mestres soberanos: o prazer e a dor. O princípio de utilidade reconhece essa sujeição e a supõe como fundamento do sistema que tem por objeto erigir, com a ajuda da razão e da lei, o edifício da felicidade. "O importante é que o homem procure calcular como obter o máximo de felicidade com um mínimo de sofrimento. Em outra obra, intitulada O panóptico (1786), Bentham elaborou todo um plano de organização arquitetural das prisões a fim de submeter os prisioneiros a uma vigilância permanente e poder reinseri-los no sistema produtivo. Pretendia estender esse plano a todas as instituições de educação e de trabalho. Escreveu também outro livro muito importante: Defesa da usura (1787). John Stuart Mill (1806-1873) foi um filósofo e economista inglês que sempre esteve preocupado com a reforma e a melhoria das condições de vida dos homens. Toda a sua vida foi pautada por uma intensa atividade: fundou revistas, círculos de estudos e foi membro do Parlamento. Seus livros principais são: System Sistema de lógica (1843), Ensaios sobre algumas questões não-resolvidas de economia política (1844), Princípios de economia política (1848) e Utilitarismo (1863). É considerado um dos primeiros a elaborar as chamadas leis da prova ou da pesquisa científica: expôs as quatro regras fundamentais do método experimental, já anunciadas por Francis Bacon (concordância, diferença, resíduos e variações) concomitantes. Retomou de Bentham o princípio segundo o qual o interesse e o prazer constituem as molas da conduta humana, para elaborar uma moral utilitarista: do ponto de vista da moral, a utilidade é o principal critério da atividade humana; não há em nós uma consciência moral capaz de designar o bem e portadora de princípios de ação; o bem e o mal são uma questão de experiência; a reflexão moral se funda no fato de que os homens são seres sociais: os sentimentos morais fundamentais são a simpatia e a fraternidade. Jeremy Bentham John Stuart Mill Pragmatismo Concepção filosófica que defendendo o empirismo no campo da teoria do conhecimento e o utilitarismo no campo da moral (valoriza a prática mais do que a teoria e considera que devemos dar mais importância ás consequências). O critério de verdade deve ser encontrado nos efeitos e consequências de uma ideia, em sua eficácia, em seu sucesso (A validade de uma ideia está na concretização dos resultados que se propõe obter). Charles Sanders Peirce (1839-1914) foi um filósofo norte-americano, de formação científica (físico e químico), criador do Pragmatismo e que escreveu inúmeros trabalhos de lógica, metafísica, teoria do conhecimento e filosofia da ciência. Peirce concebe o Pragmatismo como um método para estabelecer o significado dos conceitos a partir dos efeitos práticos de seu uso concreto. Desenvolveu, nessa linha, uma teoria consensual de verdade, que seria o acordo a que chegariam os cientistas após o exame de suas hipóteses. Contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da lógica matemática contemporânea e para a discussão da importância da probabilidade e do método indutivo na ciência. É de grande importância sua teoria dos signos, que propõe distinções entre ícones, signos que guardam uma semelhança com o objeto representado; índices, que indicam o objeto representado; e símbolos, que são convencionais e supõem uma regra de uso para sua aplicação (uma das bases da semiótica contemporânea). William James (1842-1910) foi um filósofo e psicólogo norte-americano, conhecido como um dos fundadores do Pragmatismo, definindo a verdade por "aquilo que tem êxito praticamente e traz o novo ao mundo", e como o primeiro a desenvolver a psicologia nos Estados Unidos. Seu livro Principles of Psychologv (1890) é um clássico. Em 1875, criou, em Harvard, o primeiro laboratório de psicologia. Uma de suas teses centrais diz que a consciência é uma função biológica, que ela é ação sobre e no real, adaptação ativa a um meio que a influencia, mas que também modela (pois é operante). James encontra-se na origem do "Funcionalismo" que será adotado por Dewey e outros da "escola de Chicago". Seu pragmatismo deriva, na ordem do conhecimento, do Empirismo e, na ordem da ação, do Utilitarismo de John Stuart Mill. O espírito que o domina sustenta que se deve dar maior importância à prática do que à teoria, o critério da verdade devendo ser procurado na ação. Porque a verdade é uma ideia que tem êxito, o verdadeiro é aquilo que se verifica e que é útil. O mesmo ocorre na ordem moral: o justo consiste naquilo que é vantajoso para nossa conduta. O conhecimento deve ser prospectivo, voltado para o futuro e, por isso, a verdade é concebida como um "programa", seu valor sendo medido por sua eficácia (“valor monetário” de nossas ideias). John Dewey (1859-1952) foi um filósofo e educador norte-americano, além de professor de filosofia, psicologia e pedagogia nas Universidades de Chicago e Columbia (Nova York). Desenvolveu o Pragmatismo formulado por Charles Peirce e William James, aplicando essa doutrina à lógica e à ética, e defendendo o Instrumentalismo ou o Experimentalismo em teoria da ciência. Tornou-se célebre por ter fundado a chamada Escola Ativa. Sua obra é vasta: Escola e sociedade (1889), A criança e o currículo (1902). Como nós pensamos (1910), Democracia e educação (1916), Experiência e educação (1938), Ensaios de lógica experimental (1916, 1954). Criticou severamente o sistema tradicional de ensino centrado no mestre, esse monarca da classe. Formulou uma concepção pedagógica segundo a qual a educação deve ser "urna preparação para a vida adulta", seus fins não devendo ser autoritariamente fixados do exterior nem tampouco estáticos. A preocupação central de toda construção pedagógica deve ser a experiência, porque toda a pedagogia precisa organizar-se em torno desse fenômeno atual e vivo, que é o problema prático que se põe a criança, seguido do debate no qual ela se engaja para resolvê-lo. A didática se resume no famoso método "do problema", que se desenvolve em cinco fases: a) a criança traz um problema (um objeto, uma preocupação etc.. relacionados com sua vida); b) definição em comum do problema; c) inspeção dos dados disponíveis; d) formação de uma hipótese de trabalho; e) comprovação da experiência (da validade das informações. dos meios e dos raciocínios). Dewey inventou a escola ativa e os métodos ativos. Sua essência está em lançar mão das motivações espontâneas da criança para a descoberta, pela experiência pessoal, das informações úteis a serem assimiladas. Hannah Arendt (1906 – 1975) 1. Filósofa alemã, de origem judaica, estudou com 2. Notabilizou-se sobretudo por suas reflexões sobre Heidegger e Jaspers, tendo emigrado a situação do mundo atual e sobre as crises que inicialmente para a França e depois para os marcam nossa época: crise da religião, crise da Estados Unidos (1941), onde foi professora na tradição filosófica e crise da autoridade política. New School for Social Research de Nova York. 3. Para resolver essas crises, propõe a retomada de algumas características básicas dos movimentos revolucionários modernos como a Revolução Americana e a Francesa, em que o sistema de conselhos tornava as decisões políticas mais democráticas e participativas. 4. Na filosofia política, é importante sua análise do 5. Dentre suas principais obras destacam-se As totalitarismo, que interpreta como resultante origens do totalitarismo (1951) e A condição precisamente da crise de autoridade. humana (1958). No clássico As Origens do Totalitarismo, Arendt ocupa-se, sobretudo, da emergência do nazismo e do stalinismo como fenômenos do igualitarismo totalitário que vocifera: “Se você não é igual a mim, não tem direito a existir”. “Foi como se naqueles últimos minutos [Eichmann] resumisse a lição que sua longa carreira de mal nos ensinou, a lição da terrível banalidade do mal, diante da qual as palavras e o pensamento parecem impotentes”. Hannah Arendt em Eichmann em Jerusalém. Em A Condição Humana, publicado em 1958, Arendt traça um relato do desenvolvimento histórico da situação da existência humana, da Grécia Antiga até a Europa moderna. Ela teve como meta no livro discutir as possibilidades da vita activa no mundo moderno. Ela define as três atividades (labor, trabalho e ação) e descreve quatro campos possíveis: o político, o social, o público e o privado. A autora então explica como os gregos antigos posicionavam Arendt defendia um conceito de “pluralismo” no âmbito político, acreditando que com esse pluralismo uma potencial liberdade e igualdade política seria gerada entre as pessoas. Arendt ressaltava que para assumir a responsabilidade política deveriam estar presentes pessoas adequadas e dispostas, já que elas seriam responsáveis pelos convênios e leis que toda a sociedade deveriam se submeter. Com isso defendia um sistema de democracia direta ou um sistema de conselhos. Em julho de 1933 ela foi detida durante oito dias pela Gestapo. Já naquele ano Arendt defendia a postura de que se devia lutar ativamente contra o nacional-socialismo. Ao contrário dos filósofos alemães da época, entre eles alguns judeus, e isso gerou uma repugnância da parte de Arendt, que os considerava oportunistas ou mesmo entusiastas. Nesse mesmo ano Hitler assumia o poder alemão e Arendt por ser judia ficou impedida sua segunda tese que lhe daria acesso à docência nas universidades alemães. Seu envolvimento com o sionismo a levava a colidir com o antissemitismo do Terceiro Reich, fatores que a levaram a sair da Alemanha. Em 1963 Hanna Arendt é contratada como professora da Universidade de Chicago, onde ensina até 1967, ano em que se muda para Nova York e passa a lecionar na New School for Social Research. O trabalho filosófico de Hanna Arendt abarca temas como a política, a autoridade, o totalitarismo, a educação, a condição laboral, a violência e a condição feminina. Estruturalismo Doutrina filosófica que considera a noção de estrutura fundamental como conceito teórico e metodológico. Concepção metodológica em diversas ciências (linguística, antropologia, psicologia etc.) que tem como procedimento a determinação e a análise de estruturas. Pode-se considerar o estruturalismo corno uma das O método estruturalista de investigação científica foi principais correntes de pensamento, sobretudo nas estabelecido pelo linguista suíço Ferdinand de Saussurre, ciências humanas, em nosso século. que afirma ver na linguagem a predominância do sistema sobre os elementos, visando extrair a estrutura do sistema através da análise das relações entre os elementos. A linguística, desse modo, teria por objeto não a descrição empírica das línguas, mas a análise do sistema abstrato que constitui as relações linguísticas. Lévi-Strauss aplicou o método estruturalista no estudo elos mitos e das relações de parentesco nas sociedades primitivas, tornando as estruturas sociais como modelos a serem descritos, estabelecendo assim o sentido da cultura em questão. Michel Foucault Foucault, Michel (1926-1984) empreendeu urna importante análise epistemológica do surgimento das ciências humanas e de seu papel em nossa cultura, bem como uma crítica à noção tradicional de sujeito. Por outro lado, foi também grande a influência do próprio método de análise do discurso proposto por Foucault. Seu ponto de partida é o conceito de episteme, uma rede de significados — uma "formação discursiva" — que caracterizaria uma determinada época nos diversos domínios da sociedade e da cultura: da literatura à ciência, da arte à filosofia. A análise arqueológica, que realizou, representa um método original em história das ideias, cujas bases são formuladas em sua obra Arqueologia do saber (1969). Essa análise é essencialmente uma análise do discurso, tomado no entanto em um sentido prévio a qualquer categorização, procurando estabelecer relações não- tematizadas e examinar com rigor corno as categorizações se dão no discurso, como o próprio discurso se constitui. As palavras e as coisas: "o homem é uma invenção que a arqueologia de nosso pensamento mostra claramente a data recente, e talvez também o fim próximo". Inspirando-se em Nietzsche, desenvolveu seu método em outra direção, que chamou de "genealogia", conceito que introduziu em seu Vigiar e punir (1975). A genealogia é essencialmente uma análise histórica de como o poder pode ser considerado explicativo da produção dos saberes. Os discursos são vistos agora a partir das condições políticas que os tornam possíveis. O poder, contudo, deve ser visto aí de uma forma difusa, não se identificando necessariamente com o Estado, mas nas várias instâncias da vida social e cultural, em uma perspectiva que Foucault denominou "microfísíca do poder". No primeiro volume de sua última obra, História da sexualidade, desenvolveu sua análise nessa direção. Além dos já citados, destacam-se ainda os seguintes livros: História da loucura na idade clássica (1961), O nascimento da clínica (1963), A ordem do discurso (1971), História da sexualidade em três volumes: A vontade do saber (1976), O uso dos prazeres (1984) e O cuidado de si (1984). Positivismo Lógico Doutrina do Círculo de Viena, também conhecida como Empirismo lógico, Positivismo Lógico ou neopositivismo. Sua ideia central é a de que a linguagem da física constitui um paradigma para todas as ciências, naturais e humanas (dentre estas últimas sobretudo a psicologia), estabelecendo a possibilidade de se chegar a uma ciência unificada. Essa linguagem, por sua vez, se reduz a sentenças protocolares, que descrevem dados da experiência imediata, e a sentenças lógicas que são analíticas. A verificação empírica e o formalismo lógico são assim as bases da doutrina. Uma das tarefas mais importantes, relativas à lógica da ciência, será o desenvolvimento das operações que corrente sustenta e que são possíveis: indicar as regras sintáticas para a inserção dos diferentes conceitos biológicos, psicológicos e sociológicos na linguagem física. Essa análise dos conceitos de linguagens parciais conduz à concepção de uma linguagem unitária que suprimiria o estado de dispersão que reina atualmente na ciência. Feminismo A maior parte da história registrada, as mulheres têm sido consideradas subordinadas aos homens. Durante o século XVIII, no entanto, a justiça dessa disposição começou a ser questionada abertamente. Entre as vozes discordantes mais proeminentes estava a da radical inglesa Mary Wollstonecraft. Muitos defendiam as diferenças físicas entre os sexos para justificar a desigualdade social entre mulheres e homens. A visão de Locke de que o conhecimento advinha da experiência e da educação pôs em xeque tal raciocínio. Para Wollstonecraft se a homem e mulheres é dada a mesma educação, ambos vão adquirir o mesmo conhecimento. “Uma defesa dos direitos da mulher” (1792) foi uma espécie de resposta a Emílio (1762), de Jean-Jacques Rousseau. Wollstonecraft semeou os movimentos sufragistas e feministas que floresceriam nos séculos XIX e XX. Simone de Beauvoir (1908 – 1980) foi uma filósofa francesa ligada à corrente existencialista e à fenomenologia. Em O segundo sexo, escreveu que o padrão de medida do humano passa por uma visão peculiarmente masculina. O “Eu” do conhecimento filosófico é masculino (falta de oposição); seu par binário, o feminino, é o “Outro”. O Eu é ativo e consciente, enquanto o Outro é tudo o que o Eu rejeita: passivo, sem voz e sem poder. As mulheres são julgadas como iguais apenas na medida em que agem como os homens. O pensamento de que as mulheres podem ser e fazer o mesmo que os homens é um erro (são diferentes). A relação que cada pessoa tem com o próprio corpo e com ·o mundo é fortemente influenciada pelo gênero sexual. Separou o ente biológico (a forma corporal das mulheres) e feminilidade (urna construção social). A construção é aberta à interpretação, o que significa existirem várias maneiras de "ser mulher". "Exortam-nos: sejam mulheres, permaneçam mulheres, tornem-se mulheres. Todo ser humano do sexo feminino não é, portanto, necessariamente mulher. Ninguém nasce mulher, torna-se mulher". As mulheres devem livrar-se da ideia de ser como os homens e da passividade que a sociedade lhes atribuiu. Uma existência autêntica é o único caminho para a igualdade e a liberdade.

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