Avaliação do Paciente com Cegueira e VSN PDF

Summary

Este documento discute avaliação de pacientes com cegueira ou visão subnormal (VSN), abordando diagnóstico, reconhecimento de necessidades sociais, prescrição de correção óptica, encaminhamento a especialistas e aconselhamento legal. O documento também aborda a anamnese, refração e diferentes testes para avaliação da acuidade visual.

Full Transcript

Visão Subnormal - AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM CEGUEIRA E VSN A avaliação do paciente com Cegueira/VSN envolve uma série de fatores: Diagnóstico/tratamento (se disponível) da causa da baixa visão. Reconhecimento das demandas sociais/funcionais do indivíduo. Reconhecimento do ambiente em q...

Visão Subnormal - AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM CEGUEIRA E VSN A avaliação do paciente com Cegueira/VSN envolve uma série de fatores: Diagnóstico/tratamento (se disponível) da causa da baixa visão. Reconhecimento das demandas sociais/funcionais do indivíduo. Reconhecimento do ambiente em que o indivíduo está inserido. Prescrição de correção da ametropia, auxílios ópticos e não ópticos. Encaminhamento para serviços de orientação/mobilidade. Orientações quanto aos aspectos legais da deficiência. Anamnese Alguns itens especiais devem ser observados na anamnese, como o tempo de início da doença e da deficiência visual, os tratamentos prévios já realizados, os auxílios ópticos prescritos anteriormente, bem como a adaptação do paciente aos mesmos. No exame inicial, é importante detectar se há preferência/dominância de algum dos olhos e se há posições do olhar e cabeça que resultam em melhor visão (posições de bloqueio de nistagmo, por exemplo). Refração É fundamental a correção das ametropias em pacientes com baixa visão. Algumas estatísticas evidenciam que 15% dos pacientes referenciados a serviços de visão subnormal apresentam melhora com correção óptica de ametropias. Preconiza-se o uso do retinoscópio, régua de retinoscopia e caixa de lentes com armação de prova. A partir da refração encontrada à esquiascopia, procede-se à avaliação subjetiva com a armação e lentes de prova. A distância de trabalho inicial para a retinoscopia é a mesma utilizada em pacientes com visão normal, mas pode ser reduzida caso a faixa retinoscópica não seja nítida. Quanto menor a acuidade visual, maior deve ser o intervalo testado para que o paciente perceba diferenças na refração subjetiva: para uma acuidade visual de 20/150, este valor é de 1,50 D, enquanto para acuidade visual de 20/200, a diferença é de 2,0 D. Caso haja astigmatismo, utiliza-se o cilindro cruzado de Jackson, e, analogamente, quanto menor a acuidade visual, maior será o valor do cilindro cruzado necessário para que o paciente perceba as diferenças. O cilindro cruzado de +- 0,25D é empregado em pacientes com visão normal, o de +-0,50D para pacientes com acuidade visual entre 20/30 e 20/50 (0,66 - 0,4), +- 0,75D para pacientes com acuidade visual entre 20/50 e 20/100 (0,4-0,2) e +-1,0D para pacientes com acuidade visual < 20/100. O autorrefrator não é confiável em pacientes com VSN pela dificuldade de fixação e frequente presença de posições viciosas do olhar/cabeça. Os refratores tipo Greens (forópteros) não são adequados em pacientes com acuidade visual inferior a 20/100. A refração encontrada deve ser comparada com os óculos em uso do paciente, podendo ser realizada sobrerrefração nestes utilizando clips de Halberg, que permitem a manutenção da distância vértice e uma comparação precisa para embasar a nova prescrição. As tabelas de acuidade visual devem ser posicionadas a uma distância que permita a refração subjetiva, geralmente 1-2 m. Lembre-se que devemos adicionar ao final da prescrição -1/d (metros), pois a refração está sendo realizada a menos de 6 metros e precisamos anular a vergência negativa dos raios que atingem o olho do paciente. Logo, se realizarmos o teste a 2 m, adicionamos -0,50 D, e no teste a 1m, adicionamos -1,0 D na prescrição para longe. Após definida a prescrição para longe, define-se a prescrição para perto através de tabelas de leitura específicas. A adição para perto dependerá da distância de trabalho que permitirá melhor resolução visual (D=1/f). Como existem vários auxílios para perto, estudaremos com detalhes no capítulo específico. Acuidade visual Corresponde à medida do poder de resolução do sistema visual, ou a capacidade de discriminação de detalhes de alto contraste. As principais formas de se medir a acuidade visual são através dos testes de resolução ou dos testes de reconhecimento. Os testes de resolução avaliam o menor detalhe espacial que pode ser discriminado, permitindo que um padrão de estímulo possa ser distinguido do outro. Uma das metodologias mais utilizadas é a do olhar preferencial. Exemplo: Cartões de acuidade de Teller, Lea Gratings e Teste de Cardiff. Os testes de reconhecimento avaliam o menor detalhe espacial que permite a identificação de objetos ou optotipos. Exemplos: Snellen ou ETDRS. A acuidade visual em indivíduos com VSN deve ser medida monocular e binocularmente, pois, em alguns casos, quando o olho dominante do paciente tem visão mais baixa, sua acuidade visual binocular pode ser pior que a monocular. Nestes casos, indica-se a oclusão do olho dominante durante atividades de leitura, por exemplo.

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