Revisão AV1 Psicologia Escolar 2024.2 PDF

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2024

Adriana Romaõ

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psychology educational psychology learning theories psychology of education

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This document is a review of the first assessment of school psychology. It covers topics including school psychology in Brazil, its contributions and research, nativism, environmentalism (behaviorism), and interactionism, in an undergraduate context.

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REVISÃO AV1 PSICOLOGIA ESCOLAR PROFESSORA: ADRIANA ROMÃO A PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL: PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES E PESQUISAS NA ÁREA.  Um dos primeiros movimentos da psicologia escolar no século XIX estava ligado aos trabalhos realizados por Stanley Hall, nos Estados Unidos. ...

REVISÃO AV1 PSICOLOGIA ESCOLAR PROFESSORA: ADRIANA ROMÃO A PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL: PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES E PESQUISAS NA ÁREA.  Um dos primeiros movimentos da psicologia escolar no século XIX estava ligado aos trabalhos realizados por Stanley Hall, nos Estados Unidos.  No cenário europeu, sobressaía a psicologia escolar desenvolvida na França, caracterizada principalmente pela intervenção psicológica junto aos alunos com necessidades escolares especiais e pelos trabalhos desenvolvidos por Alfred Binet, que focalizava, dentre outros objetivos, o desenvolvimento de instrumentos psicométricos capazes de avaliar a inteligência humana (Gomes, 2004). A PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL: PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES E PESQUISAS NA ÁREA.  A psicologia escolar norte-americana e a francesa influenciaram a psicologia escolar no Brasil.  Cruces (2006, p.20) destacou que “a psicologia desenvolveu-se no Brasil principalmente para atender problemas da educação, sobretudo a formação de professores”, mas não como área específica de atuação em psicologia escolar (Campos & Jucá, 2006).  Eram desenvolvidas pesquisas junto aos alunos com necessidades especiais e dificuldades de aprendizagem (Antunes, 1999).  A educação coloca em funcionamento as condutas psicológicas dos indivíduos. A psicologia da educação é a disciplina-ponte entre as distintas abordagens da psicologia atual, como disciplina- ponte é parte tanto da psicologia como da educação, pois investiga problemas e elementos do processo educativo, utilizando-se das teorias produzidas ou desenvolvidas na área da psicologia.  Com o auxílio dessas teorias, a psicologia da educação busca compreender a complexidade humana e o modo como adquirimos conhecimentos e, nesse sentido, não está situada apenas no âmbito da escola, mas nos grupos em que estamos inseridos, onde temos experiências significativas que permitem avançar ou refletir sobre a nossa aprendizagem (DAVIS; OLIVEIRA, 2007). INATISMO  Ao retomar as áreas básicas da Psicologia da Educação, ou seja, a Psicologia do Desenvolvimento e a Psicologia da Aprendizagem, o que se pode concluir através da concepção inatista é que a aprendizagem depende do desenvolvimento (FONTANA e CRUZ, 1997). Portanto, a criança aprenderá conforme o grau de maturação, prontidão e inteligência. Essa visão maturacionista marcou o início da relação entre a psicologia científica e a educação.  Neste sentido, a criança progride por iniciativa própria. O desenvolvimento psicológico nada mais é que um processo autônomo e independente das influências sociais. INATISMO  O Inatismo é a concepção fundamentada no Racionalismo e no Idealismo, segundo a qual o homem, ao nascer, apresenta as condições para conhecer os objetos, e essas são determinadas pela hereditariedade, sendo, portanto, inatas ou pré- determinadas. O desenvolvimento do homem está desvinculado do meio, as condições para aprender são dadas pela bagagem hereditária, o indivíduo já se encontra pronto, e as ideias são anteriores à experiência.  O meio em que vive, a cultura, as relações que estabelece em sua vida não interferem em sua capacidade de aprendizagem; o desenvolvimento sim. Para aprender, o aluno precisa estar maduro, “pronto”, “apto”, e a educação apenas poderá aprimorar aquilo que já carrega em si, aquilo que é. O papel do professor é o de trazer à tona essa predisposição, interferindo de forma mínima, auxiliando o aluno a organizar o conhecimento que vai sendo despertado. O AMBIENTALISMO (O BEHAVIORISMO) “ O bebê é como uma argila” “O bebê é como uma folha em papel branco”  Podemos entender que a criança nasce sem características psicológicas predeterminadas. Nesta visão, o desenvolvimento infantil seria um produto determinado basicamente pelo ambiente. O ambiente é quem irá modelá-lo da forma que considerar correta.  Essa corrente confere grande importância ao ambiente no desenvolvimento humano, afirmando inclusive que as características humanas advêm das condições do meio em que se encontra. O ambiente é mais importante que a maturidade biológica, uma vez que os estímulos do ambiente promovem o aparecimento de certos comportamentos. AMBIENTALISMO  As alterações no comportamento podem ocorrer das seguintes maneiras:  a) manipulando os estímulos do ambiente, de modo a aumentar o prazer ou diminuir a dor;  b) examinando o efeito do comportamento no ambiente: se o comportamento é inadequado, pode-se extingui-lo, retirando-o por completo do indivíduo; se é positivo, pode- se reforçá-lo. Alguns comportamentos, ainda, podem ser punidos. O COMPORTAMENTALISMO AMERICANO (BEHAVIORISMO)  Os psicólogos americanos behavioristas, Watson e Skinner, serão os responsáveis por elaborar as teorias mais consistentes e convincentes a partir do pressuposto ambientalista. A partir dos conceitos de reforço e extinção, caberia ao professor observar o comportamento do aluno e condicioná-lo para que pudesse obter as reações “desejáveis” e extinguir as “indesejáveis” (BARROS, 2004, p.8).  Como o behaviorismo enfatiza a possibilidade de controle sobre os eventos, essa concepção permitiria um grau maior de poder dos educadores sobre os comportamentos no contexto escolar. O COMPORTAMENTALISMO AMERICANO (BEHAVIORISMO)  Nesse sentido, a aprendizagem, na visão ambientalista, corresponde a um processo em que o comportamento é resultado da experiência. Os estímulos devem ser analisados para que se entenda como eles permitem alcançar determinadas respostas esperadas no contexto escolar como aquisição de mais conhecimentos, prestígio e notas altas.  O papel do professor, nessa concepção, é apresentado por Becker (2008): se o aluno é considerado uma tabula rasa, é o professor e somente ele que transmite conhecimento. O aluno recebe passivamente e aprende melhor se o conhecimento for repetido até fixar-se em sua mente. INTERACIONISMO  O interacionismo é uma corrente que tem como seus principais representantes Jean Piaget e Lev Vygotsky. A característica geral é a de que o conhecimento é produzido pela ação do indivíduo sobre o meio, e do meio sobre o indivíduo; ocorre uma interação em que o indivíduo modifica seu comportamento e sua estrutura cognitiva. O meio, no interacionismo, é o mundo físico dos objetos e o mundo social e suas relações e cultura.  As bases epistemológicas do interacionismo são difíceis de precisar, porém alguns autores apontam a discussão entre o inatismo (apriorismo) e o ambientalismo (empirismo) como fundante dessa nova perspectiva (DAVIS; OLIVEIRA, TERRA, CASTORINA, BECKER). INTERACIONISMO  A metodologia interacionista defende que fatores orgânicos e ambientais exercem influência no processo de desenvolvimento dos seres humanos, inclusive em sua formação educacional. Em outras palavras, o conhecimento é resultado da combinação entre fatores objetivos e subjetivos que fazem parte do cotidiano de cada estudante.  Esta concepção considera os dois elementos: o biológico e o social, que não podem ser dissociados e exercem influência mútua. A experiência da criança em um determinado ambiente é ativa e ao mesmo tempo em que ela modifica este meio, ela é modificada por ele, em especial pela interação com outros indivíduos. INTERACIONISMO  De acordo com Oliveira et all (1999, p. 30) “o desenvolvimento se constrói na e pela interação da criança com outras pessoas de seu ambiente, particularmente com aquelas mais envolvidas afetiva e efetivamente em seu cuidado”. Isto significa que o desenvolvimento humano não é individual, mas sim, perpassa pelo coletivo.  O adulto, o outro, a cultura do qual o sujeito faz parte e o contexto social são elementos primordiais para o desenvolvimento, aprendizagem do indivíduo e a formação das suas funções psicológicas superiores. O que o sujeito se constitui, suas formas de ser, agir, comportar-se depende de suas interações. INTERACIONISMO  Piaget irá nos mostrar, segundo Becker (2008), como o sujeito se desenvolve cognitivamente. Suas pesquisas procurarão responder a uma indagação de cunho epistemológico: como passamos de estruturas mais simples de pensamento para as mais complexas? (CASTORINA, 2014).  Todo o organismo quer estar em equilíbrio, porém somos confrontados cotidianamente com objetos desconhecidos ou situações inusitadas, e nossa estrutura cognitiva é desequilibrada (desequilibração), ou seja, é perturbada. Para alcançar novamente o equilíbrio, precisamos construir conhecimento, reorganizando nossa estrutura interna, mobilizando conhecimentos e experiências de maneira que essa nova estrutura consiga resolver o problema causado pela desequilibração. INTERACIONISMO  A adaptação do indivíduo ao meio necessita de dois mecanismos que, embora diferentes entre si, ocorrem simultaneamente e são inseparáveis: a assimilação e a acomodação.  A assimilação é quando o sujeito se dirige ao objeto com uma estrutura cognitiva que não é capaz de compreendê-lo na totalidade, fazendo uso de experiências e soluções anteriores que estão organizadas. Há, na assimilação, a primazia do sujeito sobre o objeto (DAVIS; OLIVEIRA, p.38), e o processo de assimilação pode ser melhor percebido em crianças de até dois anos, pois, nesse estágio (sensório-motor), a criança explora o mundo com seu aparato sensorial.  A acomodação é um processo pelo qual as estruturas cognitivas são alteradas, a estrutura mental até então utilizada para adaptar- se ao meio é reorganizada para alcançar um novo equilíbrio. Na acomodação, o objeto age sobre o sujeito, modificando-o (TERRA, 2008). INTERACIONISMO  O sócio-interacionismo de Vygostsky diferencia-se do interacionismo de Piaget ao considerar o ambiente social como fator externo determinante para a construção do conhecimento. Para Vygotsky, as características individuais e até mesmo as atitudes individuais estão repletas de trocas com o grupo, ou seja, mesmo o que acreditamos ser mais individual no ser humano foi construído a partir de sua relação com os demais. A aprendizagem sempre inclui relações entre as pessoas.  O sócio-interacionismo de Vygotsky se alicerça em três aspectos: o aspecto instrumental, o aspecto cultural e o aspecto histórico. INTERACIONISMO  No aspecto instrumental, a natureza é a mediadora das funções psicológicas superiores. Nós não somente recebemos e respondemos aos estímulos do meio, nós modificamos o meio, rearranjamos funções superiores e criamos outras, nos apropriando dessas modificações. As funções superiores não são fixas.  O aspecto cultural nos mostra que, ao nascer, o homem já se encontra incluído em uma sociedade com determinada cultura. As tarefas definidas para as crianças na sociedade em que nascem determinam os tipos de problemas para os quais deverão estar preparadas para enfrentar e quais os tipos de instrumentos mentais e físicos de que deve dispor para realizar essas tarefas. É o aspecto cultural – a inserção do homem numa cultura, com linguagem e instrumentos já constituídos – que produz a passagem do biológico ao sócio-histórico (OLIVEIRA, 2008, p.24). INTERACIONISMO  E, por fim, o aspecto histórico reúne as contribuições dos aspectos anteriores e enfatiza o papel do trabalho como o que determina a ação do homem no mundo. Os instrumentos culturais amplificam o trabalho e permitem que o homem realize tarefas de forma mais rápida e mais eficiente, colaborando para as mudanças na natureza, na sociedade e no próprio homem. O Conselho Federal de Psicologia, acompanhando a orientação da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), configura o Psicólogo Escolar e Educacional, conforme abaixo:  Atua no âmbito da educação formal realizando pesquisas, diagnóstico e intervenção preventiva ou corretiva em grupo e individualmente. Envolve, em sua análise e intervenção, todos os segmentos do sistema educacional que participam do processo de ensino-aprendizagem. Nessa tarefa, considera as características do corpo docente, do currículo, das normas da instituição, do material didático, do corpo discente e demais elementos do sistema. Em conjunto com a equipe, colabora com o corpo docente e técnico na elaboração, implantação, avaliação e reformulação de currículos, de projetos pedagógicos, de políticas educacionais e no desenvolvimento de novos procedimentos educacionais (CFP, 2007, p. 18). O PSICÓLOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR: PAPEL E OBJETIVOS.  O trabalho do psicólogo escolar/educacional tem como diretriz o desenvolvimento do viver em cidadania. Busca instrumentos para apoiar o progresso acadêmico adequado do aluno, respeitando diferenças individuais. É pautado na promoção da saúde da comunidade escolar a partir de trabalhos preventivos que visem um processo de transformação pessoal e social. Para tanto, baseia-se nos conhecimentos referentes aos estágios de desenvolvimento humano, estilos de aprendizagem, aptidões e interesses individuais e a conscientização de papéis sociais. FINALIDADES DA PSICOLOGIA ESCOLAR  Incentivar os educadores (incluídos os próprios psicólogos) para tomada de posições políticas em relação aos problemas sociais que afligem a todos;  Estimular a escolha deliberada e conscientemente assumida de uma atuação profissional sustentada por teorias psicológicas, cuja visão contemple o homem em suas múltiplas determinações e relações histórico-sociais;  Assessorar a escola no desenvolvimento de uma concepção de educação, na compreensão e amplitude de seu papel, em seus limites e possibilidades, utilizando os conhecimentos da Psicologia; FINALIDADES DA PSICOLOGIA ESCOLAR  Desenvolver uma concepção de Psicologia voltada a um compromisso social;  Propor uma concepção do fracasso escolar não como um processo individual;  Mediar os processos de reflexão sobre as ações educativas a partir da atuação com os diversos profissionais da educação;  Propor e apoiar a construção de novas alternativas sociais para auxiliar na administração de possíveis deficiências escolares; FINALIDADES DA PSICOLOGIA ESCOLAR  Compreender e elucidar os processos de desenvolvimento bio- psico-social dos envolvidos com a escola;  Compreender e elucidar os processos diferenciados de desenvolvimento da aprendizagem (aprender a aprender) de cada aluno e de cada professor;  Compreender e clarificar a construção da subjetividade (construção do Eu) em cada ambiente educacional;  Assessorar a escola na busca da humanização do sujeito, através do encontro da cognição com a motricidade, os afetos e as emoções na educação; FINALIDADES DA PSICOLOGIA ESCOLAR  Cultivar o enfoque preventivo: trabalhar as relações interpessoais na escola, visando a reflexão e conscientização de funções, papéis e responsabilidades dos envolvidos;  Buscar ser o mediador do processo reflexivo e não o solucionador de problemas;  Conscientizar o indivíduo da importância de sua participação e responsabilidade nos grupos em que está inserido, como a família, a escola, o trabalho e a sociedade. ATIVIDADES DO PSICÓLOGO ESCOLAR  Assessorar a escola na construção do Projeto Político-Pedagógico;  Apoiar a escola em seu trabalho de resgate do valor e da autonomia do professor;  Assessorar o professor na articulação entre a teoria de aprendizagem adotada e a prática pedagógica;  Trabalhar com políticas públicas;  Conscientizar pais e professores sobre necessidades básicas de crianças e adolescentes;  Mobilizar a comunidade educacional em torno de propostas de intervenção com utilização de recursos da comunidade;  Pesquisar, desenvolver, aplicar e divulgar os conhecimentos relacionados com Psicologia Escolar/Educacional. OBRIGADA!

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