Resumos - MTI - AEFCH UCP PDF
Document Details
Uploaded by Deleted User
AEFCH UCP
Dinis Marques
Tags
Related
- Resumen destacado Solemne 2 Investigación 2 PDF
- Técnicas e Instrumentos de Investigación PDF
- Lecture Notes on Inquiries, Investigations, and Immersion PDF
- Métodos y Técnicas de Investigación Social - Tema 7 PDF
- Métodos y Técnicas de Investigación Social PDF
- Métodos Y Técnicas De Investigación Social PDF
Summary
These are summaries of methods and techniques of investigation. It appears to be a class that is focusing on social science research. The document starts with a discussion on the difference between common sense and scientific methods and then details some key concepts relating to the different types of investigation.
Full Transcript
Métodos e Técnicas de Investigação RuTura Com o Senso Comum Os factos sociais são pautados por diversas características: Exterioridade – exteriores ao indivíduo Coercividade – imposta ou lei Generalidade – dimensão coletiva Problema social: disfunções da sociedade, algo que precisa de ser corrigi...
Métodos e Técnicas de Investigação RuTura Com o Senso Comum Os factos sociais são pautados por diversas características: Exterioridade – exteriores ao indivíduo Coercividade – imposta ou lei Generalidade – dimensão coletiva Problema social: disfunções da sociedade, algo que precisa de ser corrigido (ex.: criminalidade). Questão social: problematização de forma sistematizada do objeto de estudo. SENSO COMUM - é partilhado por muitos grupos; - existem vários sensos comuns; - desenvolve-se através da informalidade; - opõe-se ao saber empírico/ciência. OBSTÁCULOS DA CIÊNCIA Naturalista – “é a natureza das coisas”. Individualista – tudo começa e acaba no indivíduo, independentemente de fatores externos. Etnocentrismo – ideia de superioridade de uma cultua (o meu grupo é que está certo, os outros não). Para fazer ciência temos de ultrapassar estes obstáculos, é preciso construir conhecimento sistematizado, é preciso verificar, nascendo a investigação social. Existem três etapas do procedimento, obrigatórias, independentemente do rumo da investigação. é a primeira etapa, que assenta na desconstrução dos preconceitos e falsas evidências, A rutura de forma a conseguir manter uma base de construção da nossa investigação. é a criação de um quadro conceptual organizado que está na base do fenómeno e que A construção vai conduzir a nossa investigação. consiste no processo de verificação e confirmação dos factos, uma vez que uma A verificação investigação só tem direito ao estatuto científico se este processo decorrer, ou seja, se a proposição poder ser verificada pelos factos. Estas três etapas complementam-se. A rutura não se inicia só no começo da investigação; completa-se pela construção; esta não consegue avançar sem as etapas iniciais; e a verificação vai buscar o seu valor à qualidade da construção. O objetivo de uma investigação é compreender mais profundamente fenómenos da vida coletiva. Os princípios fundamentais que toda a investigação deve respeitar pode-se apresentar na forma de sete etapas a percorrerem: os chamados atos do procedimento científico. 1. PERGUNTA DE PARTIDA 2. EXPLORAÇÃO 3. PROBLEMÁTICA 4. CONSTRUÇÃO DO MODELO DE ANÁLISE 5. OBSERVAÇÃO 6. ANÁLISE DE INFORMAÇÕES 7. CONCLUSÕES Dinis Marques – Métodos e Técnicas de investigação Licenciatura em Comunicação Social e Cultural – 2.º semestre 1) A Pergunta de Partida A construção de uma pergunta de partida é a etapa inicial de uma investigação. Vai espelhar o seguimento da investigação e do que se vai tratar, é sem dúvida o fio condutor. Esta é o meio através do qual o investigador tenta exprimir o mais exatamente possível o que procura saber, elucidar, compreender melhor, tendo uma atitude reflexiva. Uma pergunta de partida deve respeitar vários critérios e qualidades para que se considerada “boa”: Þ CLAREZA: diz respeito à precisão e à concisão da forma da pergunta. Falta de clareza – pergunta vaga, pergunta demasiado longa, que contém suposições. Þ EXEQUIBILIDADE: realizável/fazível – impõe um carácter realista. Falta de exequibilidade – pouco realista face aos meios disponíveis, difícil execução. Þ PERTINÊNCIA: tem de fazer sentido / ser verdadeira / intenção de compreender os fenómenos / tem de se enquadrar na temática abordada / pergunta aberta Falta de pertinência – procura resposta puramente descritiva, estuda previsões futuras, quando interfere com questões morais, pergunta filosófica. A pergunta de partida deve exprimir o mais exatamente possível o que procura saber, elucidar, compreender melhor. A pergunta não deve ser vaga, mas sim precisa e não deve cobrir um campo de análise demasiado vago. 2) A Exploração Nesta etapa do procedimento tenta-se perceber como se procede e como se explora a temática da investigação, como sabemos se a informação tem qualidade. Esta exploração assenta nas operações de leituras e de entrevistas exploratórias (entre outros métodos): - As leituras visam assegurar a qualidade e fidelidade da problematização; - As entrevistas ajudam o investigador a ter um contacto com a realidade; A Leitura Existem diversos critérios para a escolha das leituras: ligações com a pergunta de partida; dimensão razoável do programa da leitura; elementos de análise e interpretação; abordagens diversificadas; intervalos regulares para tempo de reflexão e troca de ideias. O principal objetivo da leitura é retirar ideias para o trabalho, implicando que o leitor seja capaz de fazer surgir essas ideias, de as compreender em profundidade e de as articular entre si de forma coerente. Como encontrar estes textos? Junto de especialistas, material para o grande público, revistas académicas, bibliotecas, reportórios universitários, bibliografias. Entrevistas Exploratórias Tem a função de revelar determinados aspetos do fenómeno estudado. O investigador adota uma postura em que se põe em causa os seus preconceitos, podendo imaginar novas ideias. QUEM ENTREVISTAR? - docentes, investigadores especializados e peritos com domínio na temática; - testemunhas privilegiadas que têm um bom conhecimento sobre a área estudada; - público a quem o estudo diz diretamente respeito. 2 Dinis Marques – Métodos e Técnicas de investigação Licenciatura em Comunicação Social e Cultural – 2.º semestre Uma entrevista deve ter: poucas perguntas para não confundir o entrevistado; perguntas abertas para dar um dinamismo contínuo à entrevista; intervenções precisas para não haver um desvio do assunto; independência às minhas convicções para não manipular as respostas; registo (gravação); análise – interpretação da entrevista. No final desta etapa, o investigador pode ser levado a reformular a sua pergunta de partida, de forma a ter em conta os ensinamentos do trabalho exploratório. 3) A Problemática Esta etapa consiste na abordagem que se decide adotar para tratar o problema posto pela pergunta de partida, ou seja os conceitos que vão orientar o trabalho. É uma maneira de interrogar os fenómenos estudados. Devemos explorar as leituras e as entrevistas e, depois, construir a nossa problemática com base no confronto crítico das diferentes perspetivas. A problemática consiste num conjunto de teorias, principais pontos de referência teóricos, e conceitos fundamentais, bem como das relações que entre eles se estabelecem, tendo em conta as leituras e as informações recolhidas. As interações entre as diferentes etapas da investigação implicam que a problemática se mantenha aberta durante todo o processo. Critérios que nos podem ajudar a escolher a problemática: - argumentos de razão - novidade - pertinência face aos objetivos do próprio investigador - realismo relativamente aos recursos dos quais disponibiliza - perspetivas da problemática em termos de operacionalização 4) Construção do Modelo de Análise Nesta etapa, o investigador cria um ponto de vista, que se traduz num conjunto de hipóteses que são respostas provisórias à pergunta de partida. A construção do modelo de análise constitui a charneira entre a problemática e o trabalho de elucidação da análise e recolha de dados de observação ou experimentação. Os conceitos e as hipóteses são os elementos do modelo de análise. Þ Uma hipótese é uma proposição que prevê uma relação entre dois termos, que podem ser conceitos ou fenómenos. A hipótese deve ser refutável. Þ A conceptualização é uma construção abstrata que visa dar conta do real. Para este efeito, apenas exprime o essencial da realidade em questão. A construção do modelo de análise pode consistir numa: - Teorização emprestada: está em consonância com o modelo dedutivo, consiste em ir buscar a uma teoria já existente os seus conceitos e hipóteses gerais, adaptando-os com pertinência ao fenómeno estudado; - Teorização produzida: está de acordo com um procedimento indutivo, consiste em o investigador produzir os seus próprios conceitos e hipóteses. - Combinação das duas teorias. 3 Dinis Marques – Métodos e Técnicas de investigação Licenciatura em Comunicação Social e Cultural – 2.º semestre 5) A verificação: observação A observação engloba um conjunto de operações através dos quais o modelo de análise é submetido ao teste dos factos e confrontados com dados observáveis. Para termos um bom trabalho de observação temos de colocar as seguintes questões: OBSERVAR O QUÊ? EM QUEM? COMO? Os dados a reunir são aqueles que são úteis à verificação das hipóteses, ou seja, dados pertinentes, que são determinados pelos indicadores das variáveis. Podemos ter uma amostra: Total ou parcial (ex.: a população portuguesa; 10% do concelho de Lisboa) Representativa – um pequeno grupo de pessoas/textos que representa a amostra. De conveniência – utilizar a amostra mais favorável para a investigação. Snowball – por contactos Investigador procede diretamente à recolha de informações, sem se dirigir aos OBSERVAÇÃO sujeitos interessados. Os indivíduos observados não intervêm na produção da DIRETA informação. Dirige-se ao sujeito para obter as informações procuradas, os sujeitos intervêm OBSERVAÇÃO na produção de informação, usa normalmente um questionário ou uma INDIRETA entrevista. A observação compõe-se, com efeito, de três operações: - escolha/criação do instrumento de observação; - testar o instrumento de observação antes de o utilizar; - aplicá-lo sistematicamente e proceder à recolha dos dados pertinentes. A escolha entre os diferentes métodos de recolha de dados depende das hipóteses de trabalho e da decorrente definição dos dados pertinentes. Além disso, é outrossim necessário ter em conta as exigências de formação necessárias para uma aplicação correta de cada método. Critérios para a avaliação da metodologia: FIABILIDADE REPLICAÇÃO VALIDADE IMPACTO SOCIAL Inquérito por Questionário Consiste em colocar a um conjunto de inquiridos, geralmente representativos da população, uma série de perguntas, relativas a um acontecimento ou problema. O inquérito por questionário procura uma relação entre variáveis e é mais complexo do que a sondagem. Þ METODOLOGIA QUANTITATIVA Características do inquérito por questionário: questionário codificado; questões fechadas ou abertas; tratamento quantitativo dos casos; administração indireta, quando preenchido pelo investigador; ou indireta, preenchido pelo participante. plataformas online (ex.: google forms) Os casos do inquérito por questionário têm de ser testados antes de servirem como método e posteriormente devem ser analisados estatisticamente. 4 Dinis Marques – Métodos e Técnicas de investigação Licenciatura em Comunicação Social e Cultural – 2.º semestre multiplicidade de dados, dimensão de representatividade da amostra, correlação de vantagens causalidade entre variáveis, custo (quando online). pouca fiabilidade das respostas, complexidade do trabalho, superficialidade das desvantagens respostas, credibilidade do trabalho. As perguntas do questionário devem servir a pergunta de partida. - deve ser clara - curta e direta - não manipula - evitar perguntas que tenham mais que uma pergunta - uso da afirmativa e voz ativa - evitar o uso dos termos técnicos, usar termos mais precisos e comuns - a linguagem deve ser adequada aos participantes Entrevista em profundidade As entrevistas servem para compreender a perspetiva dos atores sociais, analisar um problema específico, reconstruir processos históricos ou experiências passadas e as trajetórias de vida nas suas dimensões sociais e individuais. Há um contacto direto entre o interlocutor e o investigador. Þ METODOLOGIA QUALITATIVA É aquela que já tem perguntas pré-definidas e que o seu modelo já está ESTRUTURADA definido. Guião de perguntas estruturadas e restritas, sem haver qualquer tipo de flexibilidade. Tem um guião que consiste em questões a abordar na entrevista, e é apenas SEMIESTRUTURADA indicativo. É flexível, far-se-á na ordem que se quiser. O entrevistado pode falar abertamente. Não existe uma ordem nem perguntas estruturadas, segue naturalmente uma ABERTA conversa entre o investigador e o entrevistado. Traduzem um compromisso entre a necessidade de colocar as questões EM PROFUNDIDADE sobre determinados temas e ainda a colocação de questões para classificar com uma organização livre do seu discurso. vantagens profundidade, flexibilidade os resultados podem ser influenciados pela relação com o entrevistador ou com a desvantagens competência do mesmo; demasiado flexível e aberto. Método Biográfico No método biográfico o objeto de estudo é o indivíduo e a sua vida. - reconstrução de histórias de vida e/ou casos; - multi-método de recolha de dados; - critérios para análise; - interacionismo simbólico e sociologia do conhecimento. vantagens conhecer a perspetiva individual desvantagens é uma construção, é muito subjetivo 5 Dinis Marques – Métodos e Técnicas de investigação Licenciatura em Comunicação Social e Cultural – 2.º semestre Observação Direta Este método é baseado na observação visual. Existem dois tipos de observação: participante e não participante. A observação participante consiste em que o investigador participe na vida social de um grupo ou comunidade, durante um período, com o objetivo de estudar aspetos da mesma por meio de observação de eventos. A observação não participante observa “do exterior”, sendo mais flexível. A observação pode ter diferentes durações e é feita à revelia ou com o acordo das pessoas em questão, ou ainda com ou sem grelhas de observação pormenorizada. análise de fenómenos (comportamentos, interações, etc), estudo direto de vantagens acontecimentos no momento em que ocorrem, recolha de dados não previstos, espontaneidade, autenticidade. dificuldade de aceitação do grupo, subjetivo, dificuldade de interpretação das desvantagens observações, tempo e exigência do método, possibilidade de afetar os resultados. Pesquisa Documental É a análise de documentos, processo de pesquisa e levantamento, processo de interpretação. Existem vários tipos de documentos, como cartas, diários, biografias, fotografias, vídeos, documentos oficiais, manuscritos, jornais, documentários, filmes, impressos, etc. Critérios da pesquisa documental: Autenticidade – os documentos têm de ser genuínos. Credibilidade – os documentos têm de estar isentos de erros e distorções. Representatividade – os documentos têm de ser típicos Significado – os documentos têm de ser claros e legíveis. economia de tempo e dinheiro, evita recurso a outros métodos, análises multivariadas, vantagens valorização de um importante e precioso material documental. nem sempre é possível aceder a estes documentos, problemas de credibilidade e de desvantagens adequação dos dados às exigências da investigação, o risco de interpretação incorreta. 6) Análise de Informações Posteriormente à seleção, recolha e tratamento das informações, estas devem ser analisadas tendo em conta o ponto de vista teórico adotado, testando a validade das hipóteses inicialmente formuladas. 1) descrever os factos – interpretação 2) medir as relações entre as variáveis – análise crítica 3) comparar as relações observadas com as relações esperadas – discussão de resultados Os principais métodos de análise das informações são a análise estatística de dados e a análise de conteúdo. 6 Dinis Marques – Métodos e Técnicas de investigação Licenciatura em Comunicação Social e Cultural – 2.º semestre Análise de Conteúdo A análise de conteúdo incide sobre mensagens variadas. Esta oferece a possibilidade de tratar de forma metódica informações e testemunhos que apresentam um certo grau de profundidade e complexidade. Esta análise apresenta-se em duas categorias: São extensivos – análise de um grande número de informações sumárias e MÉTODOS QUANTITATIVOS teriam como informação de base a frequência do aparecimento de certas características de conteúdo ou de correlação. São intensivos – análise de um pequeno número de informações complexas e MÉTODOS QUALITATIVOS pormenorizadas e têm como informação de base a presença ou ausência de uma característica ou o modo segundo qual os elementos do discurso se articulam. Existem 3 tipos: Þ Análise temática: revela juízos sociais dos locutores a partir de um exame de certos elementos do discurso – distingue-se em análise categorial e análise de avaliação. Þ Análise formal: incide sobre a forma e encadeamento do discurso – distingue-se em análise da expressão e análise de enunciação. Þ Análise estrutural: significado de um texto revelado através da maneira como os elementos estão dispostos. adequada ao estudo implícito, permite um distanciamento do investigador das suas vantagens próprias interpretações, metódica, permite um controlo posterior ao trabalho. desvantagens é difícil generalizar, é simplista, é laborioso e o campo de aplicação é muito reduzido. 7) conclusões A conclusão compreenderá uma retrospetiva das grandes linhas do procedimento que foi seguido, uma apresentação pormenorizada dos contributos para o conhecimento originados pelo trabalho e por últimas considerações de ordem prática. - qual era a minha pergunta de partida? - qual foi a minha abordagem à pergunta? - o campo de observação - comparação entre as expetativas dos resultados e a realidade - o que tenho de novo para dizer - qual é o meu contributo para a sociedade - quais as limitações - o que fica por fazer 7 Dinis Marques – Métodos e Técnicas de investigação Licenciatura em Comunicação Social e Cultural – 2.º semestre ANÁLISE ESTATÍSTICA A análise estatística é especialmente adequada para as investigações orientadas para o estudo de correlações entre fenómenos suscetíveis de serem exprimidos por variáveis quantitativas. Impõe-se também em todos os casos em que este estudo seja recolhido por meio de um inquérito com perguntas fechadas. Esta apresentação diversificada dos dados não pode substituir a reflexão teórica prévia, a única a fornecer critérios explícitos e estáveis para a recolha, a organização e, sobretudo, a interpretação dos dados, assegurando a coerência e o sentido do conjunto do trabalho. grande precisão e rigor; a capacidade dos meios informáticos manipularem rapidamente vantagens um grande número de indivíduos estatísticos e de variáveis; a clareza dos resultados. desvantagens não dispõe por si própria de um poder explicativo. Métodos quantitativos Dados numéricos Relação dedutiva entre teoria e investigação Positivismo/ciências naturais Perspetiva objetiva da realidade social Medição de conceitos Definição operacional – variável. Indicadores medem conceitos que não são diretamente quantificáveis. Medicas medem conceitos que são diretamente quantificáveis. Como se medem os conceitos? Perguntas num questionário. Categorias de observação. Análise de estatísticas oficiais. Categoriais de uma análise de conteúdo. Variáveis quantitativas Variável nominal – casos não podem ser ordenados (ex.: género) Variável ordinal – casos podem ser ordenados, mas não são contínuos (ex.: escala likert) Variável contínua – casos podem ser ordenados de forma contínua (ex.: idade, salário) Para usar estas variáveis, usa-se frequências estatísticas – média, mediana e moda. Um indicador ou vários indicadores? Um indicador apenas pode não fornecer dados fiáveis (ex.: pergunta ambígua, opções insuficientes...) e pode só captar parte das características de uma variável enquanto, vários indicadores fornecem dados mais fiáveis (confirmação) e têm a capacidade de captar diferentes facetas de uma variável. 8 Dinis Marques – Métodos e Técnicas de investigação Licenciatura em Comunicação Social e Cultural – 2.º semestre Escala de Likert Afirmações (não perguntas). Itens agrupados devem referir-se a um mesmo tipo de objeto. Itens que compõem a escala devem estar relacionados. Exemplo: Variável – engagement com site “x” Quatro indicadores recolhidos por diferentes métodos digitais: likes, shares, tempo dispendido no site, eye tracking Fiabilidade Consistência interna entre indicadores/medidas (indicadores que compõem uma escala relacionam-se entre si); estabilidade (ao longo do tempo) e consistência entre observadores. TESTES DE FIABILIDADE Cronbach alpha - teste que mede fiabilidade interna - varia entre 1 (fiabilidade perfeita) e 0 (inexistência de consistência) - o valor aceitável varia entre 0.7 e 0.8 Inter-coder reliability - mede consistência entre a codificação feita por diferentes codificadores (pessoas) - 10% dos dados totais Dados em falta Acontece quando um dos participantes não responde a uma certa questão Previne-se tornando a resposta obrigatória no formulário É importante codificar-se a falta de dados corretamente (ex.: 0) Valores atípicos Dado aberrante Disruptivo em relação aos restantes resultados Erro? Tipos de Análise Þ ANÁLISE UNIVARIADA Análise de uma variável de cada vez, têm alcance descritivo. São compostas por: - tabelas e/ou diagramas de frequência; - medidas estatísticas de tendência central; - medidas de dispersão. ANÁLISE DA SIMETRIA NAS VARIÁVEIS Skweness - distribuição normal = 0 - distribuição simétrica = entre -0.5 e 0.5 - distribuição assimétrica com cauda da curva à direita = skew positiva - distribuição assimétrica com cauda da curva à esquerda = skew negativa 9 Dinis Marques – Métodos e Técnicas de investigação Licenciatura em Comunicação Social e Cultural – 2.º semestre Kurtosis - mede curva, ou sejam mede outliers - achatada = kurtosis negativa - muito alta = kurtosis positiva - normal = 0 - excesso de kurtosis = 3 Þ ANÁLISE BIVARIADA Análise referente à relação entre duas variáveis. São compostas por: - co-relação difere de causalidade - teste de co-relação de Pearson – relaciona variáveis contínuas - teste de co-relação de Spearman – relaciona variáveis ordinais e ordinal + contínua - tabela de contingência – relaciona variáveis nominais e nominal + contínua ANÁLISE DA CO-RELAÇÃO 0 a 1 (relação inexistente a forte) +/- (direção da relação) Força da relação em ciências sociais 1a3 Fraca 3a5 Moderada mais do que 5 Forte TESTES DE SIGNIFICÂNCIA ESTATÍSTICA Mede até que ponto se podem generalizar os resultados para a população total, ou seja, o grau de confiança com que se pode fazer a generalização. Hipótese nula (duas variáveis não estão relacionadas na população – ex.: relação entre género e idas ao ginásio) Testes: Qui-quadrado (nominais e contínuas) – testa se a relação observada é significativamente diferente da relação esperada T-test – compara duas médias A-nova – compara mais do que duas médias Paired sample test – compara médias entre pares de unidades semelhantes Co-relação (Pearson; Spearman) COMPARAÇÃO DE MÉDIAS Grupo de controlo / grupo da experiência Wave1/wave2 Pré e pós teste Google forms (Exemplo – formulário; dataset) - Recodificação Excel SPSS - 3 janelas: sintaxe; output; dataset - Data view e variable view Þ ANÁLISE MULTIVARIADA Esta análise mobiliza técnicas matemáticas mais complexas. As principais famílias de técnicas são: - análises fatoriais, que visam revelar as co-variações entre variáveis e modalidades; - análises classificatórias, cujo objetivo é construir classes de indivíduos homogéneas e diferentes entre si. - modelos de regressão, que procuram avaliar o efeito de uma variável sobre um fenómeno. 10