Resumo - LC 258 de 2021 PDF

Summary

Este documento resume a Lei Complementar 258 de 2021, que estabelece o regime disciplinar aplicável aos agentes públicos do quadro permanente da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) no Ceará, Brasil. O documento descreve as regras de conduta ética, bem como os procedimentos para a apuração da responsabilidade administrativa disciplinar dos Policiais Penais e demais servidores.

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REGIME DISCIPLINAR DOS PP DO ESTADO DO CEARÁ Art. 1.º Esta Lei dispõe sobre o regime disciplinar aplicável aos agentes públicos do quadro permanente da Secretaria da Administração Penitenciária – SAP, definindo regras sobre o comportamento ético, bem como os procedimentos para apuração da responsab...

REGIME DISCIPLINAR DOS PP DO ESTADO DO CEARÁ Art. 1.º Esta Lei dispõe sobre o regime disciplinar aplicável aos agentes públicos do quadro permanente da Secretaria da Administração Penitenciária – SAP, definindo regras sobre o comportamento ético, bem como os procedimentos para apuração da responsabilidade administrativa disciplinar. A quem se aplica a Lei Complementar 258 de 2021 (regime disciplinar)? a. Policiais Penais de carreira. b. Demais agentes públicos do quadro permanente da SAP. Qual é o objetivo da Lei Complementar 258 de 2021? Estabelecer regras sobre o comportamento ético, bem como os procedimentos para apuração da responsabilidade administrativa disciplinar. A quem compete a apuração da responsabilidade administrativa disciplinar? Como a LC 258 se aplica a duas espécies de agentes, temos: A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário fica responsável por apurar as condutas praticadas pelos Policiais Penais. Enquanto para os demais agentes pertencentes ao quadro permanente da SAP, é competência da Procuradoria de Processo Administrativo Disciplinar(PROPAD), órgão de execução programática da Procuradoria-Geral dos Estados, apurar a responsabilidade disciplinar dos demais servidores públicos do quadro permanente da SAP. CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1.º Esta Lei dispõe sobre o regime disciplinar aplicável aos agentes públicos do quadro permanente da Secretaria da Administração Penitenciária – SAP, definindo regras sobre o comportamento ético, bem como os procedimentos para apuração da responsabilidade administrativa disciplinar. Art. 2.º Estão sujeitos às disposições desta Lei os policiais penais de carreira e demais servidores públicos do quadro permanente da SAP. § 1.º Compete à Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário - CGD apurar a responsabilidade disciplinar dos policiais penais de carreira, nos termos da Lei Complementar n.º 98, de 13 de junho de 2011. § 2.º É da competência da Procuradoria de Processo Administrativo Disciplinar – Propad, órgão de execução programática da Procuradoria-Geral do Estado, apurar a responsabilidade disciplinar dos demais servidores públicos do quadro permanente da SAP, nos termos da Lei Complementar n.º 58, de 31 de março de 2006. CAPÍTULO II DA RESPONSABILIDADE Art. 3.º Os policiais penais de carreira e os servidores públicos do quadro permanente da SAP respondem civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições, sujeitando-se, cumulativamente, às cominações cabíveis nas respectivas esferas. Parágrafo único. O agente público legalmente afastado do exercício funcional não estará isento de responsabilidade, nos termos do caput deste artigo, por infrações cometidas antes ou durante o afastamento, observadas as disposições desta Lei. Art. 4.º A responsabilidade civil do agente público decorre de ato doloso ou culposo que, nos termos do § 6.º do art. 37 da Constituição Federal, importe em dano ao Estado ou a terceiros. § 1.º A indenização devida em razão de responsabilização será descontada da remuneração do agente público, não lhe excedendo o desconto a 1/10 (um décimo) do valor total, exceto nos casos de danos decorrentes de atos dolosos enquadrados na Lei Federal n.º 8.429, de 2 de junho de 1992, situação em que o ressarcimento se dará de uma só vez. Em quais esferas os Servidores Públicos e Policiais Penais de carreira, respondem quando exercem um conduta irregular quanto as suas atribuições? Art. 3.º Os policiais penais de carreira e os servidores públicos do quadro permanente da SAP respondem civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições, sujeitando-se, cumulativamente, às cominações cabíveis nas respectivas esferas. O agente público que esteja afastado, seja por aposentadoria, licença-saúde, licença por interesse pessoal, ainda assim pode ser responsabilizado? Parágrafo único. O agente público legalmente afastado do exercício funcional não estará isento de responsabilidade, nos termos do caput deste artigo, por infrações cometidas antes ou durante o afastamento, observadas as disposições desta Lei. Qual é o percentual máximo que pode ser descontado da folha de pagamento do agente público para que a responsabilidade civil seja reparada? A responsabilidade civil decorrer de quais atos (dolosos, culposos ou ambos)? Art. 4.º A responsabilidade civil do agente público decorre de ato doloso ou culposo que, nos termos do § 6.º do art. 37 da Constituição Federal, importe em dano ao Estado ou a terceiros. § 1.º A indenização devida em razão de responsabilização será descontada da remuneração do agente público, não lhe excedendo o desconto a 1/10 (um décimo) do valor total, exceto nos casos de danos decorrentes de atos dolosos enquadrados na Lei Federal n.º 8.429, de 2 de junho de 1992, situação em que o ressarcimento se dará de uma só vez. Ao agente público causar danos a terceiros, esse terceiro entre com uma ação diretamente contra o servidor público? § 2.º Em caso de prejuízo a terceiros, o servidor responderá perante o Estado, em ação regressiva proposta na forma da legislação. Art. 5.º A apuração da responsabilidade funcional, nos termos desta Lei, se processa por meio de investigação preliminar, de sindicância ou de processo administrativo disciplinar, assegurados em ambos o contraditório e a ampla defesa. § 1.º A investigação preliminar e a sindicância poderão tramitar perante a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado do Ceará – SAP, por delegação do Controlador-Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública. § 2.º Sob pena de responsabilização, o agente público exercente de função de chefia, ao tomar conhecimento de fato que possa configurar ilícito administrativo, deve representar perante autoridade competente, para apuração do fato. § 3.º Configurando a conduta funcional irregular, a um só tempo, ilícito administrativo, civil e penal, a autoridade competente para determinar a abertura do procedimento disciplinar adotará providências para a apuração da responsabilidade civil ou penal, quando for o caso, durante ou após concluída a sindicância ou o processo administrativo disciplinar. O que é a Legítima Defesa? Consiste no revide moderado e proporcional à agressão ou à iminência de agressão moral ou física, que atinja ou vise a atingir o servidor, os seus superiores hierárquicos, colegas de trabalho ou o patrimônio da instituição administrativa a que servir. O que é o Estado de Necessidade? O agente público cuja conduta se revele indispensável ao atendimento de urgência administrativa, inclusive para fins de preservação do patrimônio público. A legítima defesa, o Estado de Necessidade e a alienação mental podem excluir a responsabilidade administrativa? A legítima defesa, o Estado de Necessidade e a alienação mental excluem a responsabilidade administrativa, ao tempo do fato, comprovada por perícia médica oficial. Contudo, em caso de excesso, imoderação ou desproporcionalidade do ato praticado, culposo ou doloso, o agente pode ser responsabilizado. § 4º. A legítima defesa e o estado de necessidade excluem a responsabilidade administrativa, assim como a alienação mental ao tempo do fato, comprovada por perícia médica oficial. § 5.º Considera-se legítima defesa o revide moderado e proporcional à agressão ou à iminência de agressão moral ou física, que atinja ou vise a atingir o servidor, os seus superiores hierárquicos, colegas de trabalho ou o patrimônio da instituição administrativa a que servir. § 6.º Considera-se em estado de necessidade o agente público cuja conduta se revele indispensável ao atendimento de urgência administrativa, inclusive para fins de preservação do patrimônio público. § 7.º A legítima defesa e o estado de necessidade não excluem a responsabilização administrativa em caso de excesso, imoderação ou desproporcionalidade do ato praticado, culposo ou doloso. LEGÍTIMA DEFESA CPB Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. A legítima defesa é um direito que permite a uma pessoa se defender de uma agressão injusta, atual ou iminente, usando meios necessários e proporcionais. PODE SER APLICADA EM SITUAÇÕES, COMO: Disparar contra um indivíduo que está atirando ou prestes a atirar contra um colega; Disparar contra um agressor para repelir um roubo a patrimônio alheio. Para que a atuação em legítima defesa seja lícita, é necessário que: A agressão seja atual, iminente ou em curso A atuação em legítima defesa seja indispensável e proporcional O agente de segurança não cometa excessos ESTADO DE NECESSIDADE CPB Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1o - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. Estado de necessidade é formado quando o agente, diante do perigo, busca conservar direito próprio (estado de necessidade próprio) ou alheio (estado de necessidade de terceiros); uma vez que todos os bens juridicamente tutelados podem ser defendidos pelo estado de necessidade. REQUISITOS DO ESTADO DE NECESSIDADE: Perigo atual: trata-se da situação de risco concreto, provocado por comportamentos humanos, animais ou pela força da própria natureza, sem destinatário específico. Situação não provocada pelo agente de forma voluntária: O agente que provocou o fato por vontade própria, de forma dolosa, não pode alegar estado de necessidade, uma vez que houve voluntariedade em seus atos. Ameaça a direito próprio ou alheio: O estado de necessidade é formado quando o agente, diante do perigo, busca conservar direito próprio (estado de necessidade próprio) ou alheio (estado de necessidade de terceiros); uma vez que todos os bens juridicamente tutelados podem ser defendidos pelo estado de necessidade. Inexistência de dever legal em enfrentar o perigo: De acordo com o § 1o do art. 24 do Código Penal, indivíduos que têm a obrigação legal de enfrentar a situação de perigo, não podem alegar estado de necessidade, como é o caso de policiais e bombeiros. CAPÍTULO III DOS DEVERES FUNCIONAIS Art. 6.º São deveres dos agentes públicos abrangidos por esta Lei: I – desempenhar as atribuições legais e regulamentares inerentes ao cargo ou função com zelo, dedicação, eficiência e probidade; II – participar, no caso de policiais penais, de treinamentos ou cursos ofertados pelo Estado que busquem manter a preparação física e intelectual necessária para o exercício de sua função; III – manter conduta pública e privada compatível com a dignidade da função; IV – adotar as providências cabíveis e fazer as comunicações devidas, em face das irregularidades que ocorram em serviço ou de que tenha conhecimento; V – oferecer aos internos informações sobre as normas que orientarão seu tratamento, regras disciplinares e seus direitos e deveres; VI – cumprir suas obrigações de maneira que inspirem respeito e exerçam influências benéficas aos internos; VII – registrar as atividades de trabalho de natureza interna e externa em livros de ocorrências; VIII – preencher formulários próprios descritos no Procedimento Operacional Padrão (POP), dentre outros; IX – utilizar, conservar e guardar adequadamente aparelhos, materiais, veículos, armamentos, equipamentos, banco de dados, operação de sistema de monitoramento, sistemas de comunicação e outros disponíveis para o sistema prisional; X – desempenhar suas funções agindo sempre com discrição, honestidade, imparcialidade, respeitando os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, bem como lealdade às normas constitucionais; XI – respeitar e fazer respeitar a hierarquia do serviço público, obedecendo às ordens superiores, exceto se manifestamente ilegal; XII – fazer cumprir as regras, os princípios e fundamentos institucionais que regem o Sistema Penitenciário; XIII – comparecer no horário regular do expediente ou escala de plantão com pontualidade para exercer os atos de seu ofício; XIV – ter irrepreensível conduta profissional, colaborando para o prestígio do serviço público e zelando pela dignidade de suas funções; XV – desempenhar com zelo, presteza, eficiência e produtividade, dentro dos prazos, os serviços a seu cargo e os que, na forma da lei, lhe sejam atribuídos; XVI – tratar as pessoas com urbanidade; XVII – zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado; XVIII – fazer uso correto do uniforme, identidade funcional, brevês e distintivos do Sistema Penitenciário, conforme disciplinado em regulamento próprio; XIX – guardar sigilo sobre assunto da repartição; XX – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita do envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração; XXI – cumprir de forma pessoal e integral a carga horária do seu cargo e/ou função pública; XXII – representar contra ilegalidade, abuso de poder ou omissão no cumprimento da lei; XXIII – manter atualizados junto à Coordenadoria de Gestão de Pessoas da Secretaria da Administração Penitenciária os dados pessoais, comunicando qualquer alteração no estado civil, de endereço e/ou telefone. Parágrafo único. O disposto neste artigo não exime o agente público da obediência a outros deveres previstos em lei, regulamento e norma interna inerentes à natureza da função. CAPÍTULO IV DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES Art. 7.º Pela gravidade, as transgressões disciplinares classificam-se em: I – de primeiro grau; II – de segundo grau; III – de terceiro grau; IV – de quarto grau. Parágrafo único. As transgressões previstas neste artigo aplicam-se aos servidores do quadro permanente da SAP, no que for compatível com o exercício das respectivas funções. A gravidade das transgressões disciplinares são classificadas em quantos graus? Há até 4 graus de gravidade de uma transgressão disciplinar. Art. 8.º Configuram transgressões disciplinares de primeiro grau: I – permutar horário de serviço ou execução de tarefa sem expressa permissão da autoridade competente; II – usar vestuário inadequado para o serviço; III – exibir desnecessariamente arma, distintivo ou algema; IV – deixar de ostentar distintivo, quando exigido para o serviço; V – não se apresentar ao serviço, sem justo motivo, ao término de licença de qualquer natureza, férias ou dispensa de serviço; VI – tratar de interesse particular na repartição; VII – atribuir-se indevidamente qualidade funcional diversa do cargo ou da função que exerce; VIII – acionar desnecessariamente sirene de viatura policial; IX – utilizar a chefia seus agentes de forma incompatível com o serviço policial penal; X – deixar de repassar ou de comunicar imediatamente ao superior hierárquico qualquer objeto achado, recuperado ou que lhe seja entregue em razão de suas atribuições; XI – salvo justo motivo, chegar atrasado ao serviço ou plantão para o qual estiver escalado, caso não reincidente. Art. 9.º Configuram transgressões disciplinares de segundo grau: I – negligenciar a guarda de bens, armas, instrumentos ou valores pertencentes à repartição penitenciária ou valores e bens pertencentes a presos ou a terceiros, que estejam sob sua responsabilidade; II – deixar de comunicar à autoridade competente informação que venha a comprometer a ordem pública ou o bom andamento do serviço; III – fazer uso indevido da cédula funcional ou da arma que lhe haja sido confiada para o serviço, caso não constitua falta mais grave; IV – indicar ou insinuar nome de advogado para assistir pessoa que esteja presa; V – deixar de frequentar com assiduidade, salvo justo motivo, cursos em que haja sido matriculado pelo órgão responsável pelo sistema penitenciário ou por este designado; VI – abster-se, sem justo motivo, de aceitar encargos inerentes à categoria funcional; VII – ofender os colegas de trabalho e demais servidores que compõem o sistema penitenciário, com palavras, atos ou gestos, qualquer que seja o meio empregado; VIII – agir com dolo ou culpa, provocando o extravio ou danificando objetos, livros e material de expediente do estabelecimento penitenciário, caso não constitua falta mais grave; IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública, caso não constitua falta mais grave; X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; XII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; XIII – praticar usura sob qualquer de suas formas; XIV – proceder de forma desidiosa; XV – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; XVI – incumbir a terceiros o cumprimento da carga horária do seu cargo, salvo se previamente autorizada a permuta de acordo com regulamento interno; XVII – ausentar-se do serviço sem autorização superior; XVIII – retirar, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da instituição, caso não constitua falta mais grave; XIX – permitir visitas, inobservando a fixação dos dias e horários próprios, de cônjuges, companheiros, parentes e amigos dos presos; XX – deixar de cumprir ordens emanadas de autoridades competentes, salvo se manifestamente ilegal; XXI – eximir-se do cumprimento de suas funções; XXII – recusar-se ou criar dolosamente obstáculo a prestar depoimento e/ou ser acareado na qualidade de testemunha, ou recusar-se a executar trabalho solicitado para instruir processo judicial ou administrativo; XXIII – gerar por palavra ou gestos ofensivos descrédito à Instituição Penitenciária; XXIV– desrespeitar decisão ou ordem judicial, ou procrastinar seu cumprimento; XXV – praticar ato definido em lei como abuso de poder; XXVI – salvo justo motivo, faltar ou chegar atrasado ao serviço ou plantão para o qual estiver escalado, se reincidente, abandoná-lo ou deixar de comunicar, com antecedência, à autoridade superior a que estiver subordinado a impossibilidade de comparecer à instituição; XXVII – veicular ou propiciar a divulgação de notícia falsa, documentação, imagens, áudios e vídeos de fatos ocorridos na SAP, nos meios de comunicação em geral, como jornais, sites, redes sociais, blogs, aplicativos, imprensa e demais meios de comunicação e interação social; XXVIII – apresentar-se ao trabalho alcoolizado ou sob efeito de substância que determine dependência física ou psíquica; XXIX – deixar de atender às requisições judiciais e administrativas ou deixar de dar ciência à chefia imediata, em caso de impossibilidade de fazê-lo; XXX – deixar de comunicar previamente à chefia imediata acerca da necessidade de ausentar-se da unidade de serviço para atender requisição, mediante apresentação de documentação comprobatória. Art. 10. Configuram transgressões disciplinares do terceiro grau: I – promover ou facilitar fuga de presos; II – aplicar de forma irregular dinheiro público; III - abandonar cargo, tal considerada a injustificada ausência ao serviço por mais de 30 (trinta) dias consecutivos ou 60 (sessenta) dias intercalados, no período de 12 (doze) meses; IV – cobrar carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa; V – praticar ato definido como crime que, por natureza e configuração, o incompatibilize para o exercício da função; VI – promover ou facilitar a entrada de equipamentos eletrônicos, armas, bebidas alcoólicas e substâncias entorpecentes nas dependências das unidades prisionais; VII– praticar ato de improbidade administrativa; VIII – adotar conduta que caracterize incontinência pública ou postura escandalosa na repartição; IX – provocar ou participar de greve ou paralisação total ou parcial, em prejuízo do serviço policial penal ou outros serviços inerentes à administração penitenciária; X – cometer crime tipificado em lei quando praticado em detrimento de dever inerente ao cargo ou função, ou quando o crime for considerado de natureza grave, a critério da autoridade competente; XI– executar medida privativa da liberdade individual sem as formalidades legais ou com abuso de poder; XII – negligenciar na revista do preso, deixando de apreender produtos ilícitos ou proibidos, conforme disposições regulamentares; XIII– permitir que os presos conservem em seu poder instrumentos que possam causar danos nas dependências a que estejam recolhidos, ou produzir lesões em terceiros; XIV – dar, vender, ceder, alugar ou emprestar cédula de identidade, distintivo funcional, peças de uniformes ou de equipamentos novos ou usados; XV – agredir fisicamente, em serviço, servidor ou particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; XVI – fazer uso, em serviço ou uniformizado, de substância que acarrete dependência física ou psíquica; XVII – acumular cargos, funções e empregos públicos remunerados, salvo nos casos permitidos na Constituição Federal, permitida a opção, ao final do processo disciplinar, caso constatada a boa-fé na acumulação. Art. 11. Configuram transgressões disciplinares de quarto grau: I – traficar substância que determine dependência física ou psíquica; II – revelar dolosamente segredo ou assunto de que tenha conhecimento, em razão de cargo ou função, que possam prejudicar o bom andamento e/ou funcionamento do serviço na repartição ou em unidades prisionais; III – praticar tortura ou crimes definidos como hediondos; IV – exigir, solicitar ou receber vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem, diretamente ou por intermédio de outrem, para si ou para terceiro, em razão das funções, ainda que fora desta. CAPÍTULO V DAS SANÇÕES DISCIPLINARES Art. 12. Constituem sanções disciplinares: I – a repreensão; II – a suspensão; III – a demissão; IV – a demissão a bem do serviço público; V – a cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Quais são as possíveis sanções disciplinares para o cometimento de transgressões para os agentes públicos pertencentes à SAP? I – a repreensão; II – a suspensão; III – a demissão; IV – a demissão a bem do serviço público; V – a cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Art. 13. A pena de repreensão será aplicada por escrito no caso de inobservância aos deveres funcionais previstos no art. 6.º desta Lei. Quando a sanção disciplinar de REPREENSÃO é aplicada? A repreensão é aplicada quando há a INOBSERVÂNCIA DOS DEVERES FUNCIONAIS, não há a necessidade de ter praticado as transgressões. Art. 14. A suspensão será aplicada: I – por até 30 (trinta) dias na hipótese de transgressão de primeiro grau ou na reincidência de falta já punida com repreensão; II – de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias na hipótese de transgressão de segundo grau. Quando a sanção disciplinar de suspensão será aplicada? Há duas formas de aplicação da SUSPENSÃO I. Se praticada a transgressão disciplinar de 1° grau ou houver reincidência na inobservância de dever funcionar. Acarretará ao agente público a suspensão por no máximo até 30 dias. II. Se praticada a transgressão disciplinar de 2° grau, aplica-se suspensão de 30 até 90 dias. Se o agente público for suspenso, fará jus aos direitos e vantagens inerentes à função pública? Há a possibilidade de conversão da suspensão em multa? § 1.º Durante o período de suspensão, o agente público não fará jus aos direitos e vantagens inerentes ao exercício do cargo. § 2.º A autoridade competente para aplicar a pena de suspensão poderá convertê-la, antes do início de sua execução, em multa equivalente a 50% (cinquenta por cento) da remuneração correspondente ao período da suspensão, devendo o agente público permanecer em serviço. Para transgressões de 3° grau qual a sanção disciplinar cabível? Art. 15. A sanção cabível em casos de transgressão disciplinar de terceiro grau é a demissão. Parágrafo único. A demissão dar-se-á a bem do serviço público na hipótese de transgressão disciplinar de quarto grau e de transgressão disciplinar de terceiro grau em que a gravidade da infração justificar a medida, a critério da autoridade julgadora. Art. 16. A sanção de cassação de aposentadoria ou de disponibilidade será aplicada ao agente público que houver praticado, em atividade, transgressão disciplinar sujeita à penalidade de demissão, inclusive a bem do serviço. Art. 17. As sanções disciplinares resultarão de sindicância e de procedimento administrativo disciplinar, os quais reger-se-ão conforme disposto no art. 20 desta Lei, assegurados o exercício do contraditório e da ampla defesa, bem como os recursos e meios a ela inerentes. Parágrafo único. Na aplicação da sanção, a autoridade competente levará em consideração os antecedentes funcionais do agente público, as circunstâncias em que o ilícito ocorreu, a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela provierem. CAPÍTULO VI DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Em quais casos há a extinção da punibilidade da transgressão disciplinar? Art. 18. Extingue-se a punibilidade da transgressão disciplinar: I – pela morte do agente público; II – pela prescrição. OBS: Lembre-se sempre da diferença entre exclusão e extinção, são conceitos diferentes. Quais são os prazos para prescrição das sanções disciplinares? § 1.º A prescrição se consuma nos seguintes prazos: I – para infrações sujeitas à pena de repreensão, em 2 (dois) anos; II – para infrações sujeitas à pena de suspensão, em 4 (quatro) anos; III – para infrações sujeitas à pena de demissão, de demissão a bem do serviço público e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, em 6 (seis) anos. § 2.º Não se aplica o disposto no § 1.º deste artigo: I – a ilícitos caracterizados como crime, cuja prescrição dar-se nos prazos e condições previstos na legislação penal; II – no caso de abandono de cargo, cujo prazo de prescrição não se inicia enquanto estiver em curso o ilícito. Quando o prazo de prescrição é iniciado e interrompido? § 3.º O prazo de prescrição inicia-se na data em que conhecido o fato e interrompe-se pela abertura de sindicância ou de processo administrativo, quando for o caso. § 4.º Suspensa a tramitação de sindicância ou de processo administrativo disciplinar por qualquer motivo imperioso devidamente justificado pela autoridade competente, inclusive em razão de incidente de insanidade mental, o curso da prescrição também se considerará suspenso, sendo retomado após o definitivo julgamento do incidente ou quando findo o impedimento que motivou a suspensão. Quem é responsável pela aplicação de sanções disciplinares aos agentes públicos de carreira e pertencentes ao quadro permanente da SAP? Art. 19. Conforme previsto em legislação específica, são competentes o Chefe do Executivo e o Controlador Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário para aplicar as sanções previstas nesta Lei. Governador e o Controlador da CGD Art. 1.o O art. 20 da Lei Complementar n.o 258, de 26 de novembro de 2021, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 20. As sindicâncias e os processos administrativos disciplinares instaurados para apurar a responsabilidade dos policiais penais de carreira reger-se-ão pelo disposto na Lei n.o 13.441, de 29 de janeiro de 2004, já para os demais servidores do quadro da SAP, pelo disposto na Lei n.o 9.826, de 14 de maio de 1974. Parágrafo único. A apuração disciplinar de que trata esta Lei dar-se-á em atenção aos princípios da legalidade, da moralidade, da impessoalidade e da justa motivação, sem prejuízo da observância às demais normas éticas e comportamentais definidas como padrão de conduta para a gestão administrativa estadual, levando em consideração, em especial, o disposto na Lei n.o 15.036, de 18 de novembro de 2011." (NR)

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