Princípios de Microeconomia - Ponto 3 PDF
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This document presents an overview of consumer behaviour in microeconomics. It details concepts like consumer utility, marginal utility, and the factors influencing consumer decision-making processes.
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Princípios de Microeconomia Ponto 3 3 -- Comportamentos do Consumidor Consumidor - É um indivíduo que toma decisões económicas de consumo (compra) de bens e serviços para satisfação pessoal (obter utilidade) ou da família. É um agente que procura bens e/ou serviços. Comportamento do c...
Princípios de Microeconomia Ponto 3 3 -- Comportamentos do Consumidor Consumidor - É um indivíduo que toma decisões económicas de consumo (compra) de bens e serviços para satisfação pessoal (obter utilidade) ou da família. É um agente que procura bens e/ou serviços. Comportamento do consumidor - Refere-se à maneira como os consumidores (indivíduos) decidem como gastar o seu rendimento (R) na compra de bens e serviços. Pressupostos do comportamento do consumidor - Recursos limitados -- Os consumidores têm recursos limitados, isto é, o seu rendimento (R) não é suficiente para comprar todos os bens e serviços que ele gostaria de comprar para satisfazer as suas necessidades e interesses; - Problema económico -- Como escolher o melhor cabaz de bens e serviços (aquele que proporciona mais utilidade) com o rendimento disponível? - Maximização da utilidade -- O consumo de bens traz utilidade (satisfação) ao consumidor. Os consumidores procuram maximizar a utilidade quando compram bens e serviços; - Racionalidade e interesse próprio -- Pressuposto: os consumidores são quem pode julgar melhor os seus próprios interesses. Os consumidores tomam decisões de compra racionais, isto é, escolhem os bens e serviços que permitem obter mais utilidade (maior benefício individual). Por exemplo, entre dois produtos com o mesmo preço escolhem aquele que proporcionar mais utilidade; - Utilidade marginal decrescente -- A utilidade adicional que o consumidor obtém do consumo de unidades adicionais do mesmo bem é decrescente. 3.1 - Utilidades e preferências Utilidade Marginal - Valor de uso -- ligado ao fim a que os bens e serviços se destinam, isto é, a utilidade que têm, algo que é comum a todos os bens económicos → Utilitarismo; - Valor de troca -- ligado ao valor que os bens e serviços têm no mercado, isto é, o valor de aquisição/venda → Marginalismo; Utilidade -- é a satisfação que cada pessoa retira do consumo de um bem ou serviço. - Perspetiva cardinalista -- No início pensava-se que a utilidade de cada bem podia ser medida/ quantificada, isto é, que era possível atribuir um valor de utilidade a cada coisa. Considerava-se que a utilidade era mensurável, independente no consumo e aditiva. - Perspetiva ordinalista -- A utilidade serve para estabelecer relações de preferência entre os bens/ cabazes de um consumidor racional. A utilidade reflete a ordenação dos cabazes (e não a utilidade que tem para o consumidor). Exemplo: - Na abordagem cardinalista, por hipótese, um pão vale 5 unidades de utilidade e uma maçã vale 4; na abordagem ordinalista, o consumidor ao preferir o pão à maçã revela uma ordenação de preferências. De acordo com a teoria da utilidade, há 3 tipos diferentes de bens: - Bens económicos -- aqueles bens cujo consumo proporciona satisfação ao consumidor e que não existem em quantidade suficiente para satisfazer todas as necessidades (há escassez). - Males económicos -- são bens cujo consumo, normalmente contra a vontade do consumidor, diminui o seu nível de satisfação. Exemplo: poluição, insegurança. O consumidor tem que gastar recursos para evitar/ minimizar o seu consumo. - Bens neutrais (neutros) -- bens cujo consumo não aumenta nem diminui a satisfação do consumidor. Utilidade Total e Utilidade Marginal - Utilidade total (UT) -- é a utilidade que o indivíduo obtém pelo consumo de dada quantidade do bem (utilidade total de todas as unidades consumidas do bem). Pode ser representada por uma função de utilidade U(X1 , X2 ) = f (X1 , X2 ), em que X1 e X2 são as quantidades dos (dois) bens consumidos. - Utilidade marginal (Um) -- é a utilidade que o indivíduo obtém de cada unidade consumida do bem. A utilidade marginal vai diminuindo à medida que aumenta o número de unidades consumidas. O consumidor atinge o ponto de saciedade quando a Um = 0. Algebricamente: Uma imagem com Tipo de letra, file, branco, Azul elétrico Descrição gerada automaticamente *[É com base na utilidade marginal que o consumidor dá valor às coisas e toma as suas decisões de consumo.]* Lei da utilidade marginal decrescente: à medida que consumimos mais unidades de um bem, a utilidade marginal é decrescente (isto é, a utilidade total aumenta cada vez menos, podendo até diminuir). Regra de ouro da decisão do consumidor: *[A utilidade marginal do último Euro gasto em qualquer bem deve ser igual para todos os bens.]* ![Uma imagem com Tipo de letra, número, file, diagrama Descrição gerada automaticamente](media/image2.png) Dado que os preços e as quantidades de cada bem são diferentes, dividindo a utilidade marginal de um bem pelo seu preço (de mercado) obtém-se a utilidade por cada Euro gasto com a última unidade desse bem. Quando é que se atinge o ponto ótimo de consumo? - Quando não é possível aumentar a utilidade total fazendo transferência de dinheiro do consumo de um bem para o consumo de outro bem. - Quando a utilidade obtida com o último Euro gasto na compra de qualquer bem for igual para todos os bens. Como é que se atinge o equilíbrio? - À medida que consumimos mais unidades de um bem e menos unidades do outro, a utilidade marginal do primeiro decresce e a do segundo aumenta. - Então, haverá um ponto em que a utilidade marginal de cada Euro gasto nos dois bens será igual -- nesse ponto, estamos na situação de equilíbrio. As leis de Gossen resumem os fundamentos da teoria da escolha do consumidor: - Primeira lei de Gossen -- à medida que se consome mais unidades de um bem, a utilidade de cada unidade adicional consumida diminui. Trata-se da lei da utilidade marginal decrescente. - Segunda lei de Gossen -- para obter o máximo de satisfação, o consumidor deverá aumentar o consumo até que a utilidade marginal do último Euro gasto em cada bem seja igual para todos os bens. Trata-se da regra de ouro da decisão do consumidor. Relação entre a curva da utilidade marginal e a curva da procura individual? ![Uma imagem com texto, diagrama, file, Tipo de letra Descrição gerada automaticamente](media/image4.png) Utilidade marginal -- mede a satisfação (utilidade) de cada unidade consumida. Mede o valor em utilidade que o consumidor atribui a cada unidade do bem. Curva da procura -- indica a quantidade desejada para cada nível de preços. Mede o valor em Euros que o consumidor atribui a cada unidade do bem. *[Avaliam a mesma realidade com unidades de medida diferentes.]* Preferências: Uma imagem com texto, captura de ecrã, Tipo de letra, file Descrição gerada automaticamente Axiomas -- pressupostos básicos das preferências: - Monotonia -- mais quantidade de bens é sempre preferível a menos. - Completude -- o consumidor é sempre capaz de dizer se prefere o cabaz A ao cabaz B ou se é indiferente entre A e B. Isto é, o consumidor é sempre capaz de comparar e hierarquizar dois cabazes de bens. - Reflexividade -- cada cabaz de bens é pelo menos tão bom como outro cabaz idêntico. - Transitividade -- Se A(x1 , y1 ) ≻ B(x2 , y2 ) e B(x2 , y2 ) ≻ C(x3 , y3 ), então A(x1 , y1 ) ≻ C(x3 , y3) Curvas de Indiferença![](media/image6.png) - A linha (curva) que une o conjunto dos pontos (cabazes de consumo) que proporcionam o mesmo nível de satisfação designa -se por curva de indiferença (curva U 1). - Os cabazes A, B e C têm um valor em utilidade igual a U 1. O cabaz D tem um nível de utilidade inferior a U1 e o E superior a U1. Propriedades - Inclinação negativa -- se aumentar a quantidade consumida de um bem, é preciso diminuir a quantidade consumida do outro para manter o mesmo nível de utilidade. - Convexas -- 1.ª lei de Gossen: ao diminuir a quantidade consumida de um bem o consumidor exige cada vez mais quantidade do outro para manter a mesma utilidade (lei da substituição). A inclinação é negativa, mas varia ao longo da curva. - Monótonas -- cada curva de indiferença divide o espaço em duas partes: quanto mais afastada da origem maior o nível de utilidade associado e vice-versa. - Não se cruzam -- o cruzamento de curvas de indiferença indica que as preferências do consumidor são inconsistentes. Viola o axioma da transitividade: há cabazes com maior utilidade em curvas de indiferença de menor valor. - Mapa de indiferença -- Para cada consumidor que consiga avaliar e comparar todas as situações de consumo há um mapa de indiferença que representa todo o espaço das escolhas possíveis. Taxa Marginal de Substituição (TMS) - Rácio de substituição: na passagem de A para B, o consumidor prescindiu de 3 livros (ΔY= -3) para obter mais 1 pão (ΔX=1). - Ao rácio de substituição entre os bens, mantendo o mesmo nível de utilidade, chama -se Taxa Marginal de Substituição (TMS). - A TMSY, X dá-nos a quantidade do bem Y (livros) que o consumidor está disposto a deixar de consumir para obter mais uma unidade de X (pão). - Geometricamente, a TMS é igual à inclinação da curva de indiferença num determinado ponto (A para B). A inclinação da curva de indiferença é igual ao rácio das utilidades marginais dos dois bens ou dos termos de substituição em que o consumidor está disposto a trocar um bem pelo outro. ![Uma imagem com texto, Tipo de letra, captura de ecrã, file Descrição gerada automaticamente](media/image8.png) A TMSY,X é igual ao simétrico da razão entre a utilidade marginal de X (pão, variável em abcissas) e a utilidade marginal de Y (livros, variável em ordenadas). À medida que o consumidor reduz a quantidade consumida de Y (livros) para poder obter maior quantidade de X (pães), a utilidade marginal de X diminui e a utilidade marginal de Y aumenta. Nota: ΔX e ΔY têm sinais contrários -- quando o consumo de X aumenta, o consumo de Y diminui e vice-versa -- logo ΔY/ΔX tem sinal negativo. Taxa Marginal de Substituição e preferências do Consumidor Bens substitutos perfeitos: - Bens satisfazem a mesma necessidade. - Curvas de indiferença são lineares. - A TMSY,X é constante. - O consumidor troca os bens a uma determinada taxa (que pode ser diferente da unidade) porque está apenas interessado na quantidade total consumida dos bens. - Exemplo de função de utilidade: U (X,Y) = αX + βY Bens substitutos imperfeitos: - ![](media/image10.png)Bens são parcialmente substitutos. - Curvas de indiferença são do tipo "bem-comportadas", com uma configuração normal (convexa em relação à origem dos eixos). - A TMSY,X é decrescente (em módulo). - Exemplo de função de utilidade: U (X,Y) = XαYβ (função do tipo Cobb-Douglas). Bens neutros: - Bens cujo consumo não altera a utilidade total. - Neste caso, o bem Y é neutro pois o seu consumo não altera o nível de satisfação. - A TMSY,X neste caso é infinita; seria igual a zero (nula) se o bem neutro estivesse no eixo horizontal (curvas de indiferença horizontais). - Exemplo de função de utilidade: U (X,Y) = 2X Bens complementares perfeitos: - ![](media/image12.png)Bens cujo consumo é feito em conjunto, numa determinada proporção (no exemplo, 1 unidade de X para 1 unidade de Y). - Curvas de indiferença em "L". - O ponto ótimo de consumo situa-se sempre no vértice das curvas de indiferença. Fora dos vértices, as curvas de indiferenças comportam-se como se os bens fossem neutros. - Não existe TMSY,X. - Exemplo de função de utilidade: U (X,Y) = min{ αX; βY} 3.2 -- Equilíbrio estático do Consumidor Restrição Orçamental Para definir a RO é importante definir primeiro as seguintes variáveis: - Rendimento nominal (R): dinheiro que o consumidor tem para comprar bens; - Bem X (X), bem Y (Y): representa a quantidade de cada bem. - Preço do bem X (PX ), preço do bem Y (PY ): preço de mercado de cada bem; - Despesa com o bem X (PX.X): dinheiro gasto com a aquisição do bem X; - Despesa com o bem Y (PY.Y): dinheiro gasto com a aquisição do bem Y. Restrição orçamental (RO): R = Px \*X + Py \*Y - Algebricamente, indica que a soma da despesa com o bem X mais a despesa com o bem Y não pode ser superior ao rendimento nominal do consumidor. - Graficamente, delimita todos os cabazes de bens X e Y que o consumidor pode adquirir com o rendimento R. Propriedades Espaço orçamental (ou conjunto de possibilidades de consumo): PXX+PYY ≤ R. Espaço à esquerda e sobre a RO. R/PX: Rendimento real em bem X. Quantidade máxima de bem X que é possível comprar com R. R/PY: Rendimento real em bem Y. Quantidade máxima de bem Y que é possível comprar com R. Espaço à direita da RO: São cabazes inacessíveis com o rendimento R. Despesa é superior ao rendimento. Exemplo, cabaz B. Espaço à esquerda da RO: São cabazes acessíveis com o rendimento R. Despesa é inferior ao rendimento. Exemplo, cabaz A. Bem Compósito Podemos comparar um bem X com o conjunto de todos os outros bens desejados pelo consumidor. Neste caso, o bem Y é um bem compósito (ou bem numerário), pois representa a despesa gasta com todos os bens com exceção de X. Para fazer a representação gráfica normal, basta considerar que PY = 1. ![](media/image14.png)Inclinação da RO - A inclinação da RO: [Reta do tipo Y = a + bX, sendo R/PY a ordenada na origem e -- PX /PY a inclinação da RO.] PX /PY dá-nos a taxa de troca permitida pelo mercado: quantidade de Y que é necessário deixar de comprar para comprar mais uma unidade de X, gastando o mesmo valor R; - PX /PY dá-nos o custo de oportunidade de consumir mais uma unidade de X; - PX /PY dá-nos o preço relativo de X face a Y; Efeitos sobre a RO ![](media/image16.png)Diminuição do rendimento, (RO verde). - Reduz o espaço orçamental. - Reduz o poder de compra (isto é, o rendimento real). Aumento do rendimento, (RO azul). - Aumenta o espaço orçamental. - Aumenta o poder de compra de ambos os bens. Diminuição de ambos os preços em 30%, de PX2 para PX1 e PY2 para Py1 (RO azul). - Aumenta o espaço orçamental. - Aumenta o poder de compra de ambos os bens. Aumento do preço de X, de PX2 para PX3 (RO verde). - Reduz o espaço orçamental. - Diminui o poder de compra. Redução do preço de Y, de PY2 para PY1 (RO laranja). - Aumenta o espaço orçamental. - Aumenta o poder de compra em termos do bem Y. Ponto Ótimo de Consumo - ![](media/image18.png)Sobrepondo no mesmo plano a restrição orçamental e as curvas de indiferença do consumidor, o ponto ótimo de consumo é aquele que proporciona mais utilidade ao consumidor com o rendimento de que dispõe e aos preços de mercado. - Em termos gráficos, é o ponto da RO que tangencia a curva de indiferença mais à direita possível (ponto A). No Ponto Ótimo (Ponto A do gráfico) - A taxa à qual o consumidor está disposto a trocar os bens por forma a manter o mesmo nível de satisfação iguala a taxa à qual o consumidor pode trocar os bens no mercado (taxa de substituição no mercado). - O declive da curva de indiferença (dado pelo valor da TMSY,X) é igual ao declive da restrição orçamental (dado pelo simétrico do rácio dos preços - PX /PY ). Algebricamente, atinge-se o ponto ótimo quando se verificam duas condições em simultâneo: 1.ª condição: quando a taxa marginal de substituição for igual ao simétrico do quociente dos preços; Uma imagem com Tipo de letra, file, diagrama, captura de ecrã Descrição gerada automaticamente 2.ª condição: quando todo o rendimento for gasto, isto é, rendimento = despesa: ![Uma imagem com Tipo de letra, texto, número, símbolo Descrição gerada automaticamente](media/image20.png) Resolvendo o sistema de equações, obtém-se: - As quantidades ótimas procuradas X\* e Y\*, dados os preços e rendimento. - A função procura ordinárias de X e Y: X = f(PX) e Y = f(PY). - As curvas de Engel de X e Y: X = f(R) e Y = f(R). 3.3 -- Alterações no rendimento e nos preços Alterações no rendimento: curva consumo-rendimento (CCR) - ![](media/image22.png)Ao conjunto de cabazes ótimos traçado num mapa de indiferença para diferentes níveis de rendimento, mantendo os preços constantes, chama-se curva consumo-rendimento. - Resulta da expressão: Alterações no rendimento: curva de Engel ![](media/image24.png)À relação entre a quantidade ótima procurada do bem X para cada nível de rendimento R chama-se curva de Engel. É uma função do tipo X = f(R) e preços constantes. - Três tipos de bens: Normais: X↑ quando R↑↑. Curva de Engel tem inclinação positiva (∆𝑋/∆𝑅\> 0). Inferiores: X↑ quando R↓. Curva de Engel tem inclinação negativa (∆𝑋 ∆𝑅\< 0). Superiores: X↑↑ quando R↑. Curva de Engel tem inclinação positiva (∆𝑋 ∆𝑅\> 0). Alterações no rendimento: elasticidade procura-rendimento - Peso do consumo de um bem no rendimento: é a percentagem que a despesa com esse bem tem no rendimento do consumidor. A soma dos pesos de todos os bens no rendimento é igual a 1, quando o consumidor gasta todo o rendimento. - Exemplo: Se a despesa com o bem X for igual a 3 e o rendimento igual a 10, o peso de X em R será (PX \*X)/R = 3/10 = 0,3 → 30%. Elasticidade: - A elasticidade compara a variação percentual de duas variáveis económicas. A elasticidade procura-rendimento (ηX,R) é igual à variação percentual da procura de um bem quando o rendimento aumenta 1%. Relação entre a elasticidade procura-rendimento e a curva de Engel: - Bens normais (1.ª necessidade): 0 \< ηX,R ≤ 1 A procura do bem X aumenta quando o rendimento aumenta, mas menos do que proporcionalmente (isto é, em menor percentagem). - Bens normais (superiores, luxo): ηX,R \> 1 A procura do bem X aumenta quando o rendimento aumenta, mas mais do que proporcionalmente. - Bens inferiores: ηX,R \< 0 A procura do bem X diminui quando o rendimento aumenta. O bem X vai sendo substituído por um bem de melhor qualidade. Alterações nos preços: bens ordinários e bens Giffen - Bens ordinários Bem cuja quantidade procurada baixa em resposta ao aumento do seu preço. É a reação normal do consumidor e que dá origem à curva da procura negativamente inclinada. - Bens Giffen Bem cuja quantidade procurada aumenta em resposta ao aumento do seu preço. É uma situação pouco frequente e temporária em que a curva da procura é positivamente inclinada. ![](media/image26.png)Alterações nos preços: Curva consumo-preço - Curva resultante da união de todos os pontos ótimos provocados pelo aumento do preço de um bem. - Sempre que o preço de Y aumenta, o consumidor ajusta a procura pelos bens e encontra uma nova quantidade ótima que maximiza a sua utilidade. Alterações nos Preços: alterações na despesa com o bem Uma imagem com texto, file, Tipo de letra, diagrama Descrição gerada automaticamente Alterações nos preços: elasticidade procura-preço - ![](media/image28.png)Podemos avaliar o impacto na despesa com o bem Y resultante do aumento do preço de Y recorrendo ao conceito de elasticidade. - Denominamos de elasticidade procura-preço (ɛY,Py) a redução percentual na quantidade procurada quando o preço aumenta em 1%; - Para bens ordinários a elasticidade procura-preço (ɛY,Py) [é negativa]; - Porque a expressão é negativa (é a inclinação da curva da procura). Alterações nos preços: elasticidade procura-preço Procura elástica: ɛY,P \< --1 se o preço diminuir, a despesa com o bem aumenta; se o preço aumentar, a despesa com o bem diminui; Procura inelástica: --1 \< εY,P \< 0 se o preço diminuir, a despesa com o bem diminui; se o preço aumentar, a despesa com o bem aumenta; Procura unitária: εY, P = --1 ;se o preço diminuir ou aumentar, a despesa com o bem mantém-se igual; Procura rígida: εY,P = 0 (curva da procura vertical); se o preço diminuir, a despesa com o bem baixa; se o preço aumentar, a despesa com o bem aumenta. A quantidade procurada não se altera; Procura perfeitamente elástica: εY,P = --∞ (curva da procura horizontal); se o preço diminuir, a despesa com o bem aumenta; se o preço aumentar, a despesa com o bem diminui. Para pequenas variações no preço a quantidade procurada altera-se muito; [Não se deve confundir elasticidade com inclinação.] - *[A elasticidade é igual à inclinação da curva da procura ponderada pelo ponto (P; X) da curva onde estamos a medir a elasticidade.]* O valor da elasticidade varia ao longo da curva procura (a inclinação pode variar ou não). É maior (em módulo) para preços mais elevados e mais baixa para preços mais baixos. Por que razão os bens têm diferentes elasticidades procura-preço? - tipo de bens (consumidor tem mais dificuldade em reduzir o consumo dos bens de 1.ª necessidade); - existência ou não de substitutos (possibilidade de escolha do consumidor); - peso do bem no orçamento do consumidor (se o peso do bem for muito grande, o consumidor reage mais às variações do preço).