Teoria e Metodologia do Treino (PDF)

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2024

Francisco Saavedra

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treino desportivo ciências do desporto metodologia do treino desporto

Summary

Este documento discute conceitos preliminares de treino desportivo, objectivos, carga de treino e capacidade de rendimento, bem como a fundamentação biológica do treino, focando-se no ciclo da auto-regeneração da matéria viva e adaptações em função do tempo de recuperação. O texto é um resumo/apresentação de um curso da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Escola de Ciências da Vida e do Ambiente Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde Teoria e Metodologia do Treino Ciências do Desporto Unidade de Ensino -...

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Escola de Ciências da Vida e do Ambiente Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde Teoria e Metodologia do Treino Ciências do Desporto Unidade de Ensino - Teórico 2 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra 1 Sumário Data: 23 set. 2024 Ciências do Desporto Conceitos preliminares: Treino desportivo; Objectivos do treino desportivo; Carga de treino e capacidade de rendimento; Fundamentação biológica do treino desportivo (CARMV). 2 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Treino Desportivo Refere-se a todas as medidas de incremento, manutenção e em alguns casos Ciências do Desporto de diminuição da prestação desportiva. Segundo um ponto de vista biológico, procura-se produzir estímulos motores sistemáticos e repetidos, supercríticos, centrados nas adaptações morfológicas e funcionais. Do ponto de vista pedagógico, exerce-se uma influência planificada e objectivada em todo o ser humano. 3 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Objectivos do Treino Desportivo Domínio da técnica e da tática; Ciências do Desporto Adaptação do organismo aos esforços de treino e competição (elevação da capacidade de trabalho, aquisição, manutenção e desenvolvimento das capacidades motoras); Habituação progressiva às exigências psico emocionais da competição. 4 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Planificação da Prestação Desportiva Ciências do Desporto Coordenação sistemática - cientificamente apoiada a curto, médio e longo prazo - de todas as medidas necessárias de programação, realização, controlo, análise e correcção do desenvolvimento da prestação desportiva, com o objectivo de a elevar. 5 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Periodização Divisão do ano de treino em períodos de tempo, com objectivos e conteúdos bem Ciências do Desporto determinados. A periodização do treino, está estreitamente ligada à noção de faseamento da forma desportiva, que não é um estado permanente, mas sim, periódico e renovável, que compreende três fases: 1. DESENVOLVIMENTO / AQUISIÇÃO; 2. CONSERVAÇÃO / ESTABILIZAÇÃO; 3. REDUÇÃO / PERDA. 6 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Classificação da carga de treino Soma dos estímulos (físicos e nervosos), realizados pelo organismo, visando desenvolver ou apenas manter o estado de treino. Ciências do Desporto (Navarro et al., 2000) CARGA EXTERNA CARGA INTERNA 7 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Classificação da carga de treino CARGA EXTERNA CARGA INTERNA Ciências do Desporto Trabalho mecânico que um Resposta fisiológica e stress desportista realiza e que lhe é psicológico imposto ao organismo imposto pelo exterior. face às exigências exteriores, que lhe são colocadas. Medido independentemente das suas características internas. É o reflexo da relação entre a exigência determinada pela carga externa e a capacidade individual do desportista. 8 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra O processo de adaptação do organismo humano Ciências do Desporto O objectivo final do treino é a melhoria do nível de resultados alcançados pelos atletas em competição, isto é, a ADAPTAÇÃO do organismo aos níveis: (i) morfológico, (ii) funcional, (iii) técnico, (iv) táctico e (vi) psicológico; exigidos pela competição. reacção estrutural e funcional do organismo e do seu sistema orgânico a um determinado regime de treino. 9 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra O processo de adaptação do organismo humano PLANOS ADAPTATIVOS Ciências do Desporto Fisiológico Bioquímico TREINO MELHORIA DE (Carga) Neuro motor RENDIMENTO Comportamental Estrutural Processos adaptativos que conduzem à melhoria do rendimento (Manso, 1999). 10 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Carga de treino e capacidade de rendimento O objetivo final do treino é a melhoria do nível de resultados alcançados pelos atletas em competição. Ciências do Desporto ADAPTAÇÃO Morfológico Funcional Técnico Tático Psicológico 11 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Carga de treino e capacidade de rendimento Este mecanismo de adaptação, fundamenta-se na qualidade do organismo, reagir a estímulos exteriores que perturbam o seu estado Ciências do Desporto de equilíbrio. Da relação estímulo/adaptação, surge no Treino Desportivo o conceito de carga de treino. 12 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Espaço do Treino Desportivo Ciências do Desporto CARGA Agressão ADAPTAÇÃO Regeneração 13 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Espaço do Treino Desportivo Perceção - Velocidade (m/s) - Distância (m) Subjetiva - Aceleração (m/s) Esforço Ciências do Desporto - Carga (kg) Processo de Treino Carga Externa Caraterísticas Individuais Quantidade e Organização Qualidade Carga Outra Interna Avaliação Resultados Fisiológica - Freq. Cardiaca (%rep) do Treino - VO2máx (ml/kg.min) (Figueira, 2013; Impellizzeri et al., 2005) 14 - Lactacemia (mmol/l) UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Fundamentação Biológica do Processo de Treino Desportivo Ciclo da Auto-Regeneração da Matéria Viva Ciências do Desporto Carga de treino Activação da função Destruição da estrutura Fadiga Diminuição da Capacidade Funcional Restabelecimento Reorganização da estrutura Organização estrutural superior inicial Fase de exaltação Melhoria da função Melhoria do rendimento 15 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Ciclo da Auto-Regeneração da Matéria Viva Ciências do Desporto Restab. D Exaltação A C Nível inicial das capacidades B Fadiga Escala de tempo § Carga Funcional (A a B); § Fadiga (B); § Restabelecimento - alimentação + repouso (B a C); § Fase de Exaltação (D). 16 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Adaptações em Função do Tempo de Recuperação etc a) Recuperação demasiado longa Ciências do Desporto b) Recuperação demasiado curta etc etc c) Recuperação óptima 17 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Lei de Roux-Arnoldt Schultz Cargas demasiado fracas - provocam atrofia e perda de capacidades. Ciências do Desporto Cargas médias - mantém as capacidades sem benefício se não de uma certa manutenção. Não tem efeito de treino. Cargas fortes - induzem a hipertrofia, promovem novos arranjos estruturais e consequente melhoria funcional. Indicadas para o desenvolvimento equilibrado. Cargas demasiado fortes - provocam um esgotamento e uma perda de capacidades. 18 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Lei de Roux-Arnoldt Schultz Cargas 20% ou menos, abaixo do rendimento actual. Volume e/ou intensidade demasiado baixa. Ciências do Desporto Estímulo infra crítico não há adaptação Intensidade e volume elevados, pouca recuperação. Estímulo demasiado elevado sobre treino Relação óptima entre volume, intensidade e recuperação. Estímulo adequado adaptação óptima (Grosser, 2015) 19 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Estrutura da Prestação Desportiva TÉCNICA (Coordenação destreza motora) Ciências do Desporto CAPACIDADE PSIQUÍCA CAPACIDADE CÓGNITIVA (Táctica) PRESTAÇÃO DESPORTIVA CONDIÇÕES GENÉTICAS CONDICIONANTES EXTERNAS CONDIÇÃO FÍSICA (Força, Resistência, velocidade, flexibilidade) 20 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra http://www.utad.pt/Seccoes/desporto/ Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Escola de Ciências da Vida e do Ambiente Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde Teoria e Metodologia do Treino Ciências do Desporto Unidade de Ensino Teórico 3 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra 1 Sumário Data: 30 set. 2024 Ciências do Desporto Componentes da carga de treino. Princípios do treino desportivo: Princípios Biológicos, Princípios Metodológicos e Princípios Pedagógicos. 2 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CONGRESSO GINÁSTICA 2024 Ciências do Desporto Participação creditada pelo docente da disciplina – 10% (2 valores). https://www.ginastica.org/congresso2024 3 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra COMPONENTES DA CARGA DE TREINO Ciências do Desporto 4 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra COMPONENTES DA CARGA DE TREINO CARGA Ciências do Desporto Volume Intensidade Duração Densidade Complexidade Frequência 5 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra COMPONENTES DA CARGA DE TREINO Volume Ciências do Desporto Quantidade de trabalho mecânico realizado pelos praticantes num exercício, numa unidade ou ciclo de treino. Unidade de medida: Metros ou km percorridos; Kg levantados Repetições elementos técnicos, Minutos ou segundos de aplicação, Horas de treino Sessões de treino Coutts, AJ (2001). Monitoring training in team sports, Sports Coach, 24:19–23 6 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra COMPONENTES DA CARGA DE TREINO Volume Ciências do Desporto ABSOLUTO RELATIVO Treino intervalado Treino de força Valor da frequência pela duração, ou a Carga (kg ou %), com que se realiza um distância percorrida em cada repetição. determinado número de séries e de repetições de um exercício. Exemplo: Exemplo: 30 rep. de 100 m por 15’’ 5 séries de 4 repetições, com 100 kg 3000 m ou 450’’ (7’ e 30’’) 2000kg 7 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra COMPONENTES DA CARGA DE TREINO Intensidade Ciências do Desporto Quantidade de trabalho realizado na unidade de tempo. UNIDADES DE MEDIDA JDC, Desportos combate, Esforços cíclicos Treino de força Ginástica Velocidade de deslocamento Carga máxima a vencer num Número de exercícios do Metros ou km percorridos. única repetição (1RM) elemento técnico na unidade de tempo Ex: percorrer 1000 m em 04’,00’’ Ex: 100kg = 100% Ex: Ritmo de execução dos elementos Coutts, AJ (2001). Monitoring training in team sports, Sports Coach, 24:19–23 8 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra COMPONENTES DA CARGA DE TREINO Intensidade Ciências do Desporto Indicadores: Frequência cardíaca (bpm), Distância percorrida (m ou km), Ventilação pumonar (VO2máx.), Lactato sanguíneo (mmol/l), % da carga, Perceção subjetiva de esforço (PSE). Coutts, AJ (2001). Monitoring training in team sports, Sports Coach, 24:19–23 9 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra COMPONENTES DA CARGA DE TREINO Duração Ciências do Desporto Tempo de aplicação ou duração de cada um dos estimulos ou séries de exercicios (quantificado através do tempo [horas, minutos ou segundos], ou número de séries e repetições da tarefa). Coutts, AJ (2001). Monitoring training in team sports, Sports Coach, 24:19–23 10 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra COMPONENTES DA CARGA DE TREINO Densidade Ciências do Desporto Relação entre a duração dos períodos de realização de trabalho e a duração do intervalos de repouso Coutts, AJ (2001). Monitoring training in team sports, Sports Coach, 24:19–23 11 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra COMPONENTES DA CARGA DE TREINO Complexidade Ciências do Desporto Grau de sofisticação de um exercício (…) exigência de coordenação imposta e o grau de dificuldade de execução da tarefa motora que se pertende realizar. Aumento da solicitação do SNC, fadiga geral do organismo Coutts, AJ (2001). Monitoring training in team sports, Sports Coach, 24:19–23 12 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra COMPONENTES DA CARGA DE TREINO Frequência Ciências do Desporto Número de repetições de um exercício na UT CARGA CONTINUA Frequência = 1 Frequência = nº de repetições CARGA INTERVALADA Frequência = nº de séries x nº de repetições Número de UT realizadas num microciclo (semana de treino) PRINCIPIANTES 3–4 AVANÇADOS 4–8 COMPETIÇÃO 6 – 10 ALTO RENDIMENTO 8 – 22 Coutts, AJ (2001). Monitoring training in team sports, Sports Coach, 24:19–23 13 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS DO TREINO PRINCIPIOS DO TREINO Ciências do Desporto BIOLÓGICOS METODOLÓGICOS PEDAGÓGICOS 14 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS BIOLÓGICOS DO TREINO Princípio da Sobrecarga Lei de Roux Arnoldt-Schulz Ciências do Desporto Máxima Tolerância Limiar (Navarro, 2007) 15 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS BIOLÓGICOS DO TREINO Princípio da Especificidade O exercício é consubstanciado pelo grau existente entre este e a Ciências do Desporto lógica interna da modalidade desportiva. Rendimento Exercício Reproduz a especificidade/exigências (Castelo, 2003) da competição 16 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS BIOLÓGICOS DO TREINO Princípio da Reversibilidade Ciências do Desporto As adaptações adquiridas podem ser reversíveis devido a lesões, doenças, sobre treino, conceptualização errada dos exercícios de treino, falta de treino… (Castelo, 2003) 17 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS BIOLÓGICOS DO TREINO Princípio da Heterocronia Ciências do Desporto Diretamente relacionado com o momento em que surge o efeito retardado da carga. Quanto maior for a intensidade do exercício, mais rapidamente se faz sentir o seu efeito, mas também mais rapidamente surge a perda após a interrupção do esforço. Quanto menos intenso e prolongado for o exercício, mais tarde se faz sentir o efeito, mas também mais lento será o desaparecimento desse efeito. (adaptado de Castelo et al., 1996) 18 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS METODOLÓGICOS DO TREINO Princípio da relação ótima entre o exercício e o repouso Ciências do Desporto A chave para a prescrição do treino é a compreensão do efeito que a carga coloca no individuo (dose – resposta). Tipos de supercompensação (Navarro, 2006) 19 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS METODOLÓGICOS DO TREINO Princípio da continuidade Está intimamente relacionado com a periodização. Para que ocorram Ciências do Desporto adaptações é necessário que a carga seja aplicada sistematicamente e num continuum ao longo do tempo 20 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS METODOLÓGICOS DO TREINO Princípio da progressividade Ciências do Desporto Elevação gradual do nível de exigências do treino no que concerne às componentes volume, intensidade e complexidade (exercício e exigências psicológicas). 21 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS METODOLÓGICOS DO TREINO Princípio da ciclicidade Ciências do Desporto Necessidade de repetir de forma sistemática e organizada, os conteúdos de treino específicos a cada modalidade. 22 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS METODOLÓGICOS DO TREINO Princípio da individualidade Ciências do Desporto O ser humano possui uma individualização biológica e psicológica (variabilidade entre elementos da mesma espécie). Cada individuo reage aos estímulos de treino de forma diversa, dependendo de fatores como idade, nível inicial de aptidão física e estado de saúde. 23 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS METODOLÓGICOS DO TREINO Princípio da multilariedade Ciências do Desporto O desenvolvimento das capacidades não acontece isoladamente, estando associado ao desenvolvimento das restantes. Uma preparação multifacetada possibilita melhores resultados (individuo domina uma maior quantidade de movimentos; consegue assimilar novas habilidades e métodos de treino mais complexos). 24 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS PEDAGÓGICOS DO TREINO Princípio da atividade consciente Ciências do Desporto O individuo deverá saber os motivos pelos quais realiza uma determinada tarefa e perceber qual o objetivo da sua realização. Treinador deverá fornecer ao atleta informação que contribua para a sua compreensão do processo e o torne mais consciente e informado. 25 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS PEDAGÓGICOS DO TREINO Princípio da sistematização Ciências do Desporto Para a aquisição de uma qualquer capacidade, os praticantes percorrem um caminho que deve estar perfeitamente balizado e implicar um aumento gradual em termos de dificuldade, uma progressão pedagógica. 26 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra PRINCIPIOS PEDAGÓGICOS DO TREINO Princípio da atividade apreensível Ciências do Desporto A carga e os conteúdos de treino, deverão estar ajustados às necessidades do praticante. Nem demasiado acessíveis, nem excessivamente exigentes. Regras para a elaboração dos exercícios de treino Do simples para o complexo; Do conhecido para o desconhecido; Do pouco para o muito; Concreto para o abstrato 27 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra http://www.utad.pt/Seccoes/desporto/ Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Escola de Ciências da Vida e do Ambiente Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde Teoria e Metodologia do Treino Ciências do Desporto Unidade de Ensino Teórico 4 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra 1 Sumário Data: 07.10.2024 Ciências do Desporto Caracterização das capacidades motoras (coordenativas, condicionais e coordenativo/condicionais). Período sensível versus Período crítico. 2 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS A capacidade de rendimento, está intimamente relacionado com Ciências do Desporto o crescimento, desenvolvimento e maturação do individuo. As etapas de formação desportiva (iniciação, orientação e especialização), devem estar estruturadas de forma a permitirem o seu integral e harmonioso desenvolvimento. (Grosser, 2000) 3 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS (Crescimento, Maturação e Desenvolvimento) Crescimento Ciências do Desporto Aspetos biológicos quantitativos (hipertrofia e hiperplasia celular). Maturação Fenómeno biológico qualitativo, associado com o amadurecimento das funções de diferentes órgãos e sistemas. Desenvolvimento Interação entre as características biológicas (crescimento e maturação), com o meio ambiente. 4 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS (Crescimento, Maturação e Desenvolvimento) Fatores que influenciam o crescimento Ciências do Desporto Hereditários Neuro-endócrinos Etnia Sexo Endógenos Crescimento, Doença Desenvolvimento e Maturação Exógenos Nutricionais Ambientais 5 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS CAPACIDADES MOTORAS Ciências do Desporto CONDICIONAIS COORDENATIVAS (determinadas quantitativamente pelo factores (determinadas qualitativamente pela condução dos energéticos) estímulos) COORDENATIVO Força máxima; Força rápida; CONDICIONAIS Equilíbrio; Precisão; Ritmo; Fluidez; Resistência. (determinadas pelos factores Encadeamento; Constância do energéticos e pelo SNC) movimento. Resistência aeróbia; Resistência anaeróbia. Velocidade de reacção; Força velocidade; Velocidade cíclica máx.; Velocidade Acíclica max.; Flexibilidade. Destreza (agilidade e habilidade) = capacidade de condução e de adaptação. (adaptado de Grosser, 2000) 6 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS As capacidades motoras apresentadas, são pressupostos do rendimento para Ciências do Desporto a aprendizagem e realização dos movimentos desportivos. 7 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS CONDICIONAIS Essencialmente a força e a resistência e as suas formas especificas Ciências do Desporto de manifestação. Determinam a quantidade de um movimento, são caracterizadas pelos processos de obtenção e transformação de energia. 8 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS CONDICIONAIS FORÇA Ciências do Desporto Máxima Rápida Resistente Absoluta Relativa Limite Inicial Explosiva Reativa Cíclica Acíclica 9 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS CONDICIONAIS RESISTÊNCIA Ciências do Desporto GERAL ou de BASE ESPECIAL Aeróbia, a necessidade de O2 é Preponderantemente anaeróbia; trabalho em praticamente compensada. Objectivo de divida de O2. Objectivo de treino: aumento da treino: Aumento do consumo de O2. capacidade da divida de O2. RESISTÊNCIA DE RESISTÊNCIA DE RESISTÊNCIA MUSCULAR SPRINT VELOCIDADE LOCAL (100, 200 m) (400 a 1500 m) (dinâmica; estática). Intensidade Intensidade Intensidade Fraca a Média Intensidade Máxima Sub máxima Fraca a Máxima A resistência e as suas diferentes formas de expressão 10 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS COORDENATIVAS Assentam nos processos funcionais do sistema nervoso central. Ciências do Desporto Pressupostos para a aprendizagem da técnica desportiva assumem um papel decisivo na estrutura do movimento. (Meinel & Schnabel, 1999) 11 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS COORDENATIVO CONDICIONAIS São tanto quantitativo energéticas como qualitativas e Ciências do Desporto dependentes dos processos de condução do SNC. 12 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS COORDENATIVO CONDICIONAIS VELOCIDADE Ciências do Desporto Velocidade Máxima Acíclica Velocidade Máxima Cíclica Velocidade de Reacção (Velocidade de execução) (Velocidade de deslocamento) Estimulo - tempo de reacção, Movimentos acílcicos contra Movimentos cíclicos contra pequenas incluindo o tempo latente (Ex: partida pequenas resistências. (Ex: boxe). resistências. (Ex: sprint). de blocos). Contra grandes resistências VELOCIDADE - FORÇA Capacidade de aceleração – força inicial (Ex: lançamentos, saltos, etc). Velocidade e as suas formas de manifestação. 13 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS COORDENATIVO CONDICIONAIS Flexibilidade ou mobilidade articular - capacidade de executar Ciências do Desporto movimentos com grande amplitude em determinadas articulações. É um pressuposto para a execução qualitativa e quantitativa de um movimento. 14 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS COORDENATIVO CONDICIONAIS FLEXIBILIDADE Ciências do Desporto Geral Específica Ativa Passiva Ativa Passiva (Estática e Dinâmica) (Estática e Dinâmica) (Estática e Dinâmica) (Estática e Dinâmica) A flexibilidade e as suas diferentes formas de expressão (Bompa, 2002) 15 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS EM SÍNTESE As capacidades motoras são pressupostos do rendimento para a Ciências do Desporto aprendizagem e realização dos movimentos desportivos. Permitem ao treinador, dividir e estruturar os movimentos desportivos e o rendimento, em determinados pormenores e deduzir o grau de importância de diferentes exercícios de treino, (diagnosticar, aperfeiçoar e desenvolver). 16 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS E DESENVOLVIMENTO Desenvolvimento Ciências do Desporto Físico Social pressupõe amadurecimento Afetivo Cognitivo Emocional 17 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS E DESENVOLVIMENTO A criança não é um ser humano em miniatura; Ciências do Desporto Apresenta características próprias da sua idade; Existem formas de perceber, compreender e se comportar diante do mundo, próprias de cada faixa etária; Existe uma assimilação progressiva do meio ambiente, implica uma acomodação das estruturas. (Bock et al., 2009) 18 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS E DESENVOLVIMENTO Período sensível Ciências do Desporto Momento ideal para o desenvolvimento, aprendizagem e assimilação harmónica de uma nova capacidade (Fase sensível). Período crítico Momento após o qual o potencial se esgota, caso a capacidade não tenha tido condições para se desenvolver. (Gorayeb, 1986) 19 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra CAPACIDADES MOTORAS PERIODO SENSIVEL Representação dos momento em que o organismo reage melhor à estimulação externa (FASE SENSÍVEL | JANELA DE OPORTUNIDADE) Ciências do Desporto IDADE 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Capacidade de aprendizagem Capacidade de diferenciação Capacidade de reacção Capacidade de orientação Capacidade de ritmo Capacidade de equilíbrio Resistência Força Velocidade Flexibilidade 20 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra http://www.utad.pt/Seccoes/desporto/ Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Escola de Ciências da Vida e do Ambiente Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde Teoria e Metodologia do Treino Ciências do Desporto Unidade de Ensino Teórico 5 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra 1 Sumário Data: 14 out. 2024 Ciências do Desporto Definição e delimitação do conceito de força. Formas de expressão de força. Deficit de Força. Fatores determinantes da força muscular aspetos musculares (anatomofisiológicos). 2 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FORÇA As acções desportivas, apresentam situações diversas, tais como, reagir contra o Ciências do Desporto peso do próprio corpo, contra uma resistência exterior e contra a acção da gravidade. 3 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FORÇA No âmbito do Treino Desportivo, a dimensão da definição do conceito de Ciências do Desporto força, deverá ser compreendida como uma grandeza dependente de factores qualitativos (estrutura do músculo, processos metabólicos e de enervação), e factores quantitativos (intensidade, volume, duração, etc.). 4 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FORÇA Grandeza Física NETT (1967), citado por M. LETZELTER (1978), define força como: Ciências do Desporto …o esforço exigido ao músculos em flexão ou extensão para se opor a uma resistência; STOBOY (1968); Capacidade do homem desenvolver tensões ou manter uma carga em equilíbrio; MEUSEL (1969); força é a capacidade de um ser humano mover uma massa (o seu corpo ou um engenho desportivo), ou ainda a capacidade de superar uma resistência ou de se lhe opor através do trabalho muscular; ROTHING (1983);...acção de um corpo sobre o outro... 5 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FORÇA Capacidade Motora e Biológica Ciências do Desporto … capacidade do ser humano, com base nos processos metabólicos e de inervação, vencer ou opor-se a uma resistência através da sua estrutura muscular. A estrutura muscular pode desenvolver força sem encurtamento ou alongamento (comportamento estático - trabalho isométrico); com encurtamento (comportamento dinâmico - trabalho concêntrico); ou então de alongamento (comportamento dinâmico de cedência - trabalho excêntrico). 6 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FORÇA Formas de Contracção Muscular Ciências do Desporto Acção Muscular Isométrica o músculo é activado e desenvolve força sem gerar movimento da articulação. Acção Muscular Concêntrica ocorre quando uma massa está a ser levantado e os músculos envolvidos, normalmente, se encurtam. Acção Muscular Excêntrica ocorre quando um peso está a retornar à sua posição inicial, de forma controlada, e os músculos também estão sendo alongados de forma controlada. Tipos de Acção Muscular 7 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra MODALIDADES DE FORÇA Ciências do Desporto Tipos de Força Força Máxima Força Rápida Força Resistência Diferentes formas de expressão de força. 8 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra MODALIDADES DE FORÇA Ciências do Desporto Força Máxima - maior tensão que se pode aplicar, arbitrariamente, contra uma resistência, seja de forma Dinâmica (concêntrica/excêntrica), ou Estática. Força Máxima Estática (isométrica) - é a maior força que o sistema neuromuscular pode realizar por contracção voluntária contra uma resistência inamovível e/ou insuperável. A Força Máxima depende: (i) secção transversal do músculo e (ii) da coordenação intramuscular. (Frey, 2008) 9 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra MODALIDADES DE FORÇA Força Rápida – possibilita mover o próprio corpo, parte dele ou simplesmente lançar objectos, com a máxima velocidade possível. Ciências do Desporto Força rápida depende fundamentalmente, da coordenação inter e intramuscular. Força Resistência - capacidade que o músculo tem para fazer frente à fadiga, durante a realização de acções motoras, preponderantemente de força, com uma actividade prolongada ou repetida (estáticas ou dinâmicas). É determinada pela força máxima e pelas qualidades de resistência anaeróbia. 10 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra DIAGNÓSTICO DE PARÂMETROS GERAIS E ESPECIFICOS Défice de Força Ciências do Desporto Curvas força-carga 6 semanas antes (-), e 6 semanas depois (--), de um período de treino de força, empregando acções concêntricas quase máximas, para o aumento da taxa de produção de força. é de salientar, que a diferença entre a força máxima isométrica e a força máxima excêntrica, é reduzida (adaptado de Buhrle e Schmidtbleicher, 2011). 11 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra DIAGNÓSTICO DE PARÂMETROS GERAIS E ESPECIFICOS O deficit de força, assume um papel determinante como parâmetro de diagnóstico, para a consecução Ciências do Desporto do processo de treino. Se há uma diferença acentuada entre a força máxima excêntrica e a força máxima isométrica, torna-se evidente que uma quantidade substancial de potência muscular, não está a ser mobilizada. Com uma melhor adaptação do sistema nervoso, através de um treino dirigido para a melhoria da taxa de produção de força - adaptações neuronais – diminui esse deficit. Pelo contrário, se for utilizado um método com objectivos hipertróficos, esta diferença aumenta. Com o controlo regular do deficit de força, podemos não só, escolher o método de treino mais adequado, como também, obter informações, sobre o estado momentâneo de treino de força máxima. (Schmidtbleicher, 2009) 12 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR ANATOMOFISIOLÓGICOS Ciências do Desporto 1. TAMANHO DA ESTRUTURA MUSCULAR (SECÇÃO TRANSVERSAL DO MÚSCULO). Existe uma relação directamente proporcional entre a produção de força e a unidade de área de secção muscular. 13 FACTORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR ANATOMOFISIOLÓGICOS Ciências do Desporto 2. AUMENTO VOLUMÉTRICO DA ESTRUTURA MUSCULAR Hipertrofia Tecido conjuntivo Aumento do número Aumento das desenvolvimento dos Aumento da de fibras hiperplasia Miofibrilas invólucros vascularização (?) musculares Causas prováveis de hipertrofia (adaptado de Fox e Matthews, 2004) 14 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR ANATOMOFISIOLÓGICOS Ciências do Desporto 2. AUMENTO VOLUMÉTRICO DA ESTRUTURA MUSCULAR Modelo hipotético das modificações estruturais no tamanho do músculo, como resposta adaptativa ao treino de força e à imobilização (adaptado de Macdougall, 2000). 15 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR ANATOMOFISIOLÓGICOS Ciências do Desporto 3. TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES SO FOG FG Fibras do Tipo I Fibras do Tipo IIa e IIab Fibras do tipo IIb [2x] Velocidade contração Velocidade contração Velocidade contração Resistência à fadiga Resistência à fadiga Resistência à fadiga Produção força Produção de força Produção de força Mitocôndrias (tamanho/densidade) Mitocôndrias (tamanho/densidade) Mitocôndrias (tamanho/densidade) Diâmetro Diâmetro Diâmetro 16 Principais características dos diferentes tipos de fibras musculares (adaptado de Hunter & Harris, 2008) FACTORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR ANATOMOFISIOLÓGICOS 3. TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES Ciências do Desporto (Bosco e Komi, 1999) 17 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra http://www.utad.pt/Seccoes/desporto/ Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Escola de Ciências da Vida e do Ambiente Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde Teoria e Metodologia do Treino Ciências do Desporto Unidade de Ensino - Teórico 6 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Sumário Data: 21 out. 2024 Fatores determinantes da capacidade de produção de força. Ciências do Desporto 1. Fatores nervosos centrais: 1.1. Recrutamento das unidades motoras, 1.2. Frequência de ativação das unidades motoras e 1.3. Sincronismo. 2. Fatores nervosos periféricos: 2.1. Fuso neuromuscular, 2.2. Órgão tendinoso de Golgi e 2.3. Recetores articulares 2 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FORÇA MUSCULAR Tarefas de vida diária Ciências do Desporto Aptidão física Desporto 3 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FORÇA MUSCULAR A resposta adaptativa do músculo ao treino de força, é o processo Ciências do Desporto mais importante que ocorre ao nível da estrutura muscular. A manifestação de força não é só condicionada pela quantidade e tipo de fibras musculares, mas também, pela qualidade e quantidade dos estímulos, provocados na estrutura muscular. 4 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra DIAGRAMA DA ANATOMIA MUSCULAR Miofibrila Reticulo sarcoplasmático Núcleo Ciências do Desporto Bíceps Filamentos de miosina Músculo Epimisio Filamentos de actina Mitocôndria Fibras musculares Perimisio Fasciculo 5 (adaptado de: Baechle TR & Earle RW (eds.) (2008). Essentials of strength training and conditioning. Third edition. Champaign, IL: Human Kinetics) FACTORES NERVOSOS CENTRAIS Recrutamento da Ciências do Desporto UMs Frequência de ativação das UMs Sincronismo 6 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Unidade funcional básica de um músculo, Ciências do Desporto Constituída pelo neurónio, axónio e fibras musculares, Mais pequena estrutura do sistema neuromuscular que se pode ativar isoladamente Representação esquemática de uma unidade motora (adaptado de Brooks et al., 2000). In: Brooks, G., Fahey, TD, White, TP & Baldwin, KM (eds) (2000). Exercise Physiology: Human Bioenergetics and Its Applications, 3rd edn. Mayfield Publishing Co, Mountain View. 7 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Ciências do Desporto A ação muscular é despoletada através de um impulso elétrico (potencial de ação), conduzido pela célula nervosa (neurónio motor alfa), proveniente da espinal-medula, que via fibra nervosa chega às células musculares, fazendo-as reagir. 8 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos centrais 1. Recrutamento das unidades motoras Ciências do Desporto De acordo com estudos e critérios da neurofisiologia, as UMs, poderão dividir-se segundo três características distintas: (1) resistência à fadiga; (2) velocidade de contração e (3) magnitude de força desenvolvida. Permitindo-nos agrupá-las em dois grandes grupos: i. Unidades motoras de contração lenta ii. Unidades motoras de contração rápida Adaptado de: Enoka RM (1988). Muscle strength and its development. New perspectives. Sports medicine 6(3), 146–168 9 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos centrais 1. Recrutamento das unidades motoras Ciências do Desporto Fibras tipo I Fibras tipo IIa Fibras tipo IIab Fibras tipo IIb(IIx) [SO - slow oxidative] [FO - fast oxidative] [FOG - fast oxidative glycolytic] [FG - fast glycolytic] [S - slow] [FR - fast fatigue resistant] [FI - fast intermediate fatigability] [FF - fast fatigable] Caminhar Corrida longa Caminhar Corrida rápida rápido duração [FF] [S] [FR] [FI] Recrutamento ordenado das UMs em função da variação da velocidade de contração, da força produzida e resistência à fadiga Adaptado de: Enoka, RM & Fuglevand, AJ (2001). Motor unit physiology: some unresolved issues. Muscle & nerve, 24(1), 4–17. 10 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos centrais 1. Recrutamento das unidades motoras Ciências do Desporto Modelo hipotético da sequência do recrutamento das unidades motoras, de acordo com o tamanho, e em função da intensidade da atividade (recrutamento ordenado das UMs). Adaptado de: Enoka RM (1988). Muscle strength and its development. New perspectives. Sports 11 medicine 6(3), 146–168 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos centrais 1. Recrutamento das unidades motoras Ciências do Desporto O tipo de u.m. recrutadas para uma determinada ação é definido pelas suas características neurofisiológicas Envolvimento relativo das fibras musculares (lentas e rápidas), em diferentes modalidades desportivas Modalidade Fibras rápidas Fibras lentas 100 m sprint Alto Baixo Maratona Baixo Alto Halterofilia Alto Baixo Agachamento com halter Alto Alto Futebol Alto Alto Basquetebol Alto Baixo Ciclismo de fundo Baixo Alto 12 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos centrais 1. Recrutamento das unidades motoras Ciências do Desporto In: Henneman, E, Somjen, G & Carpenter, DO (1965). Functional significance of cell size in spinal motoneurons. Journal of Neurophysiology, 28, 560–580. Representação do principio do tamanho (Extraído 13 de: Haff & Triplett, 2016). UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos centrais 1. Recrutamento das unidades motoras Ciências do Desporto Este modelo - PRINCÍPIO DO TAMANHO - tem grande validade para contracções isométricas voluntárias. Há contudo, alguns indicadores que revelam grandes violações a este princípio: q As UMCR podem ser recrutadas preferencialmente às UMCL na realização de acções musculares rápidas do tipo balístico; q Em músculos que participem em movimentos pluriarticulares, algumas UM podem ser activadas selectivamente, ou ainda, para a execução de movimentos específicos; q Em contracções explosivas, todas as UM são activadas, mesmo quando só são exigidos pequenos valores de força. 14 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos centrais 1. Recrutamento das unidades motoras Ciências do Desporto O princípio de Henneman, aplicabilidade, na maior parte das ações de força, transportando algumas vantagens, tais como: 1. as ações motoras, através deste recrutamento, são pré-determinadas; 2. possibilita que os centros nervosos superiores, não tenham de especificar quais as UMs ativadas; 3. torna mais económicos e eficientes os movimentos e 4. permite uma regulação gradual e ajustada de força. 15 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos centrais 2. Frequência de ativação das unidades motoras Ciências do Desporto A força produzida por um músculo, é devida à combinação do número de UMs activadas e à razão, em que nessas UMs, são despoletados os potenciais de acção. Extraído de: Sale, DG (2003). Neural Adaptation to Strength Training. In Strength and Power in Sport, PV Komi (Ed.). 16 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos centrais 2. Frequência de ativação das unidades motoras Ciências do Desporto O aumento da frequência de ativação das UMs, incrementa a taxa de produção de força (relação entre a força manifestada e o tempo necessário para a realizar), isto é, o declive da curva força tempo. Adaptado de: Sale, DG (2003). Neural Adaptation to Strength Training. In Strength and Power in Sport, PV Komi (Ed.). 17 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos centrais 3. Sincronismo Ciências do Desporto Ilustração de uma contracção singular (twitch), somação e estimulação continua (contracção tetânica) (Adaptado de Brooks et al., 2005). 18 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos centrais 3. Sincronismo Ciências do Desporto Ilustração de uma contracção singular (twitch), (Adaptado de Brooks et al., 2005). 19 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos centrais 3. Sincronismo Ciências do Desporto Ilustração de uma contração com efeito de somação [(a) onda] e estimulação continua [(b) contracção tetânica] (Adaptado de Brooks et al., 2005). 20 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES NERVOSOS PERIFÉRICOS Fuso Neuromuscular Sensível ao alongamento e velocidade de Ciências do Desporto contração Órgão tendinoso de Golgi Sensível à tensão gerada pela ação muscular Mecanorecetores articulares Velocidade e amplitude do movimento 21 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos periféricos 1. Fuso neuromuscular Ciências do Desporto In: Baechle TR TR & Earle RWRW (eds.) (2008). Essentials In: Baechle & Earle (eds.) (2008). Essentials of strength training and conditioning.In:Third of strength training and conditioning. Third edition. Champaign, IL: Human Kinetics. edition.P Champaign, Correia, & Espanha,IL: M. Human Kinetics. (2012). Aparelho Locomotor – Volume 2. Funções neuromusculares e adaptações à actividade física. Lisboa: Edições FMH-UTL. 22 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos periféricos 2. Órgão tendinoso de Golgi Ciências do Desporto In: Baechle TR & Earle RW (eds.) (2008). Essentials In: Correia, P & Espanha, M. (2012). Aparelho Locomotor – Volume 2. Funções of strength training and conditioning. Third edition. Champaign, IL: Human Kinetics. neuromusculares e adaptações à actividade física. Lisboa: Edições FMH-UTL. 23 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FACTORES DETERMINANTES DE PRODUÇÃO DE FORÇA Fatores nervosos periféricos Ciências do Desporto Propriocepção (inibição neuromuscular) EMG gravado do músculo gastrocnemius durante um salto em profundidade, de um sujeito não treinado (superior) e um treinado (inferior). Komi, P.V. (1986) Training of muscle strength and power: interaction of neuromotoric, hypertrophic and mechanical factors. International Sale, D.G. (1988) Neural adaptation to resistance training. Medicine and Science in Sports and Exercise 20 (Suppl.), S135–S145. Schmidtbleicher, D. & Gollhofer, A. (1982) Neuromuskuläre Untersuchungen zur Bestimmung invividueller Belastungsgrösen für ein Teifsprung-training. Leistungssport 12, 298–307. 24 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra E-mail: [email protected] Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Escola de Ciências da Vida e do Ambiente Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde Teoria e Metodologia do Treino Ciências do Desporto Unidade de Ensino Teórico 7 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Sumário Data: 28 out. 2024 Ciências do Desporto Mecanismos de adaptação neuronal: 1. Incremento da atividade dos músculos agonistas; 2. Nível de desenvolvimento de força; 3. Recrutamento seletivo das unidades motoras, dentro dos músculos agonistas; 4. Atividade selectiva dos agonistas dentro de um grupo muscular; 5. Co contração dos músculos antagonistas. 2 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Ciências do Desporto Adaptações neuronais Ativação apropriada Diminuição da Total ativação dos ativação músculos músculos agonistas músculos sinergistas antagonistas Adaptado de: Sale, DG (2003). Neural adaptation to strength training. In: Strength and Power in Sport (ed. PV Komi), pp. 281– 314. Blackwell Scientific Publications, Oxford. 3 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Consequências metodológicas para o treino de força decorrentes dos fatores nervosos Ciências do Desporto Exercício de supino com barra 4 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Consequências metodológicas para o treino de força decorrentes dos fatores Ciências do Desporto nervosos Prensa de pernas (Leg Press) Afundo com haltere (Lunge) 5 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Consequências metodológicas para o treino de força decorrentes dos fatores nervosos Ciências do Desporto Mecanismo Método Ação Muscular Intensidade Repetições Séries Intervalo (Conc/Exc.) (% 1RM) (n) (n) (min) Recrutamento Concêntrico ≤ 80 6 - 10 3 Incremento da taxa de Frequência produção de força Concêntrico 80 - 150 5-8 3-5 3-5 Excêntrico Sincronismo Propriocepção Reativo CMAE 100 10 - 30 5 - 10 Adaptado de: Schmidtbleicher, D. (1992) Training of power events. In: Strength and Power in Sport (ed. P. V. Komi), pp. 381– 395. Blackwell Scientific Publications, Oxford. 6 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal Ciências do Desporto Os factores neuronais, denominados por coordenação inter e intramuscular, assumem um papel determinante na manifestação da capacidade física força. Os fenómenos de adaptação, dão-se respeitando o princípio biológico de treino - Retardamento do Efeito da Carga - o organismo reage às diferentes cargas funcionais, em tempo e forma diversa. 7 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal § Coordenação inter e Ciências do Desporto intramuscular § Recrutamento das UMs; § Aumento da frequência de ativação; § Sincronismo; § Inibições neuromusculares. Representação esquemática, do papel relativo das adaptações neuronais e musculares, durante o treino de força (adaptado de Astrand, Rodahl, Dahl HÁ & Stromme, 2006). 8 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal Pelas vivências práticas do processo de treino, a estrutura muscular Ciências do Desporto necessita de tempo para se adaptar. As adaptações biomecânicas verificam-se poucas horas após a ocorrência dos estímulos. Em contraste, as adaptações hipertróficas podem verificar-se após um período relativamente mais longo. 9 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal Os ganhos na capacidade de rendimento, alcançados após pequenos Ciências do Desporto períodos de treino, resultam da eficiência da coordenação intermuscular e, das adaptações neuronais do tipo intramuscular. (Hakkinen, Komi, 1983; Hakkinen, 1986; Schmidtbleicher, Buhrle, 1987) 10 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal O mecanismo responsável pelos ganhos de força, ao fim de um período de Ciências do Desporto tempo de treino considerável, é a hipertrofia muscular. (Mcdougall, 1986) 11 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal Ciências do Desporto 1 - Incremento da atividade dos agonistas; 2 - Nível de desenvolvimento de força; 3 - Recrutamento seletivo das unidades motoras dentro dos músculos agonistas; 4 - Atividade seletiva dentro de um grupo muscular; 5 – Co contração dos músculos antagonistas. 12 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal Ciências do Desporto 1. INCREMENTO DA ATIVIDADE DOS AGONISTAS Dá-se pelo aumento do recrutamento das UM’s ou pelo aumento da frequência de descarga dos impulsos nervosos. Na fase de introdução de novos exercícios, procura-se mobilizar todas as UM’s, aumentando a força muscular, pela ativação total dos músculos agonistas. …/… 13 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal Ciências do Desporto 1. INCREMENTO DA ATIVIDADE DOS AGONISTAS Quanto maior for a excitabilidade do neurónio motor, maior será a frequência para despoletar a acção da UM; o aumento da frequência origina o incremento da expressão de força. 14 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Adaptações Neuronais Ciências do Desporto 2. NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO DE FORÇA Em muitas das tarefas motoras desportivas, só uma fracção de segundos é determinante para a maior produção de força possível. Nestes casos, o nível de desenvolvimento de força é um factor condicionante da tarefa motora e decisivo para o seu sucesso. …/… 15 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal Ciências do Desporto 2. NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO DE FORÇA Os maiores níveis de descarga de UM’s, são observados em acções de caráter balístico maximal, onde se registaram níveis tão elevados como 120Hz. Treino com execuções a alta velocidade, induzem maiores ganhos de força que o treino com execuções a baixa velocidade. (Duchateau e Hinaut, 2013; Narizi et al. 2017; Desmedt e Godaux, 2017) 16 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra …/… FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal Ciências do Desporto 2. NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO DE FORÇA A especificidade do treino, reveste-se de extrema importância. O treino com cargas elevadas, induz melhorias na expressão máxima de força isométrica, associada a um pequeno aumento na curva eletromiografia integrada (IEMG), que se manifesta bastante tarde. O treino de saltos provoca, inicialmente, melhorias no nível de desenvolvimento de força, conjugado com um brusco aumento da curva IEMG. (Hakkinen et al., 2015) 17 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal Ciências do Desporto 3. RECRUTAMENTO SELETIVO DAS UM’s DENTRO DOS AGONISTAS O recrutamento das UM’s é orientado pelo princípio do tamanho (LEI DE HENNEMAN). As UMCR evidenciam ser activadas preferencialmente em acções concêntricas curtas, rápidas e com um tempo de relaxação curto, assim como, em acções excêntricas de moderada ou alta velocidade. (Enoka, 2011; Sale, 2011 e Nardone et al., 2019) …/… 18 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal Ciências do Desporto 3. RECRUTAMENTO SELETIVO DAS U.M. DENTRO DOS AGONISTAS O distanciamento da LEI DE HENNEMAN, poderá estar relacionado com a especificidade da velocidade e tipo de ação e com o padrão de movimento no treino de força. Muitas vezes, observa-se que a magnitude dos ganhos são dependentes da similaridade dos testes de força e os exercícios aplicados no programa de treino. Esta especificidade de padrão de movimento, no treino de força, evidência o papel da aprendizagem e coordenação no desempenho de força. (Rutherford e Jones, 2016) 19 …/… UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal 4. ATIVIDADE SELETIVA DOS AGONISTAS DENTRO DE UM Ciências do Desporto GRUPO MUSCULAR Alguns músculos, são ativados em função de outros, dependendo da velocidade, do tipo de ação e do padrão de movimento. Os músculos com uma elevada concentração de fibras do tipo II, podem ser activados preferencialmente aos músculos de contração lenta (tipo I), na realização de movimentos de elevada velocidade. A participação relativa do músculo, depende do ângulo da articulação. (Sale, 2011; Duchateau et al., 2016; Van Zuylen et al., 2018) 20 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra FATORES DETERMINANTES DA FORÇA MUSCULAR Mecanismos de Adaptação Neuronal 5. CO-CONTRAÇÃO DOS ANTAGONISTAS Ciências do Desporto Desempenha um papel fundamental na efectivação de qualquer movimento. Em contrações fortes: (1) ajuda os ligamentos a manterem a estabilidade das articulações, (2) melhora a coordenação dos movimentos. Em ações de elevada velocidade, do tipo balístico: (3) favorece a estabilização, precisão (mecanismo de travagem). Em actividades que envolvam contracções elevadas e rápidas: (4) funciona como um mecanismo de protecção. 21 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra E-mail: [email protected] Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Escola de Ciências da Vida e do Ambiente Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde Teoria e Metodologia do Treino Ciências do Desporto Unidade de Ensino Teórico 9 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Sumário Data: 04 nov. 2024 Ciências do Desporto Métodos de Treino da Força: a) Métodos de treino para hipertrofia muscular; b) Métodos de treino para o incremento da taxa de produção de força (Adaptações Neurais); c) Métodos de treino mistos; d) Método para o ciclo muscular de alongamento encurtamento (CMAE). 2 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Métodos de Treino de Força Métodos de Treino para Hipertrofia Muscular Métodos Hipertróficos provocam um aumento da massa muscular, Ciências do Desporto acompanhado de pequenas adaptações nervosas. Aumento força máxima. 3 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Métodos de Treino de Força Métodos de Treino para Hipertrofia Muscular Métodos Hipertróficos Ciências do Desporto a) Elevado número de séries (3 - 5); b) Elevado número de repetições (8 - 12); c) Cargas submáximas (60 a 80% de 1RM). 4 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Métodos de Treino de Força Métodos de Treino para Hipertrofia Muscular Método Método Método Carga Método Carga Método Ciências do Desporto Culturista I Culturista II Constante Progressiva Isocinético (extensivo) (intensivo) Ação Muscular Concêntrica * * * * Excêntrica * Intensidade 80% 70,80,85,90% 60-70% 85-95% 70% Repetições 8-10 12,10,7,5 15-20 8-5 15 Séries 3-5 1,2,3,4 3-5 3-5 3 Intervalo 3’ 2’ 2’ 3’ 3’ (Schmidtbleicher, 1985, 1991; Buhrle, 1986; Hartmann e Tunnemann, 1988) 5 UTAD|DCDES - Francisco Saavedra Métodos de Treino de Força Métodos de Treino para o Incremento da Taxa de Produç?

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