GT 3 Placenta e Anexos Embrionários PDF
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Rafaela Forti
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Summary
This document appears to be educational material on embryonic anatomy, specifically focusing on the placenta and related structures. It details the components and functions of the placenta, including membranes like the chorion, amnion, and allantois. It also explains development in various phases; and summarizes the function of these structures.
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GT 3 Bloco Gestação Rafaela Forti Placenta e Anexos Embrionários...
GT 3 Bloco Gestação Rafaela Forti Placenta e Anexos Embrionários 1- Citrofoblasto (ou trofoblasto celular): ANEXOS EMBRIONÁRIOS camada interna de células, que forma a parte embrionária da placenta e que 1- Cório. promove sustentação através das 2- Âmnio. vilosidades (primárias, secundárias e 3- saco vitelina. terciárias). O citotrofoblasto tem 4- Alantoide. propriedades invasoras e penetra no útero. 2- Sinciciotrofoblasto: massa Essas estruturas se desenvolvem no oócito. protoplasmática multinucleada (formada Função: assegurar proteção, nutrição, respiração e por fusão celular), observam limites excreção do concepto. celulares e que envolve as vilosidades coriônicas. O sinciciotrofoblasto produz MEMBRANAS FETAIS E PLACENTA enzimas proteolíticas e hormônios (progesterona, estrogênio, lactogênio A placenta é um órgão que realiza troca de placentário, glicocorticoides). nutrientes e gases entre os compartimentos materno e fetal. Ao iniciar a nona semana de Obs: em torno de 11 semanas de gravidez espera- desenvolvimento, a demanda do feto por fatores se que a placenta assuma toda a função do corpo nutricionais aumenta, fazendo com que ocorra lúteo (esteroidogênese), além da produção de grande mudanças na placenta: outros hormônios e trocas entre a unidade materno- 1- Uma elevação na área superficial entre os fetal. componentes materno e fetal para facilitar a troca. 2- A disposição das membranas fetais também se altera conforme aumenta a produção de líquido amniótico. MODIFICAÇÕES NO TROFOBLASTO O componente fetal da placenta deriva do trofoblasto e do mesoderma extraembrionário (a placa coriônica). Depois do embrião prender-se ao epitélio do endométrio, o trofoblasto se prolifera de forma rápida dividindo-se em duas camadas: 1 GT 3 Bloco Gestação Rafaela Forti pedúncio embrionário, dando origem ao sistema vascular extraembrionário. O sangue materno é fornecido à placenta por artérias espiraladas no útero. A invasão das artérias espirais por células citotrofoblásticas transforma esses vasos de diâmetro pequeno e de alta resistência em vasos de grande diâmetro e de baixa resistência, que podem fornecer quantidades maiores de sangue materno para os espaços intervilosos. CÓRIO FRONDOSO E DECÍDUA BASAL Nas semanas iniciais do desenvolvimento, as vilosidades cobrem a superfície inteira do cório. Conforme a gravidez progride, as vilosidades no polo embrionário continuam crescendo e expandindo-se, dando origem ao cório frondoso. As vilosisades no polo abembrionário degeneram, e, por volta do terceiro mês, esse lado cório é liso, No começo do segundo mês, o trofoblasto sendo, entao, conhecido como cório liso. se caracteriza por um grande número de vilosidades secundárias e terciárias, que dão à placenta uma aparência radial: A diferença entre os polos embrionário e abembrionário do cório também se reflete na estrutura da decídua, a camada funcional do endométrio, que é eliminada durante o parto e apresenta 3 regiões: O sistema capilar que está se Decídua basal: fica sobre o cório frondoso desenvolvendo no centro dos troncos e, consiste em uma camada compacta de células grandes, as células deciduais, com vilosos logo entra em contato com os capilares da placa coriônica e com o quantidades abundantes de lipídios e de glicogênios. 2 GT 3 Bloco Gestação Rafaela Forti Decídua capsular: camada decidual sobre o polo abembrionário. Decídua parietal: com o crescimento da vesícula coriônica, ela se alonga e degenera, subsequentemente, o cório liso fica em contato com a parede uterina no lado oposto do útero, com a qual se fusiona, obliterando o lúmen uterino. Do lado fetal, a placenta é limitada pela placa coriônica: Observação: a única porção do cório que participa do processo de trocas é o cório frondoso, que, junto com a décidua basal, forma a placenta. De modo semelhante, a fusão do âmnio e do cório forma a membrana amnocoriônica, que oblitera a cavidade coriônica. É essa membrana que se rompe durante o trabalho de parto, liberando líquido. Em seu lado materno, tem como limite a decídua basal, da qual a placa decidual é incorporada mais intimamente à placenta. DÉCIDUA BASAL CÓRIO FRONDOSO PLACENTA Zona juncional: o trofoblasto e as células deciduais se misturam. Essa região, é MEMBRANA caracterizada pelas células gigantes ÂMNIO CÓRIO AMNORIÔNICA deciduais e sinciciais, é rica em material extracelular amorfo. Nessa fase da gestação, a maioria das células citotrofoblásticas vilosas já degenerou. ESTRUTURA DA PLACENTA Entre as placas coriônicas e decidual se encontram os espaços intervilosos, que são No início do quarto mês, a placenta tem dois repletos de sangue materno. Eles derivam componentes: das lacunas no sinciciotrofoblasto e estão 1- Porção fetal: formada pelo cório frondoso. revestidos por ele. 2- Porção materna: constituída pela decídua As árvores vilosas crescem para dentro dos basal. espaços intervilosos de sangue. Septos deciduais: são formados durante o quarto e quinto mês, são septos que se projetam para os espaços intervilosos, mas não alcançam a placa coriônica. Esses septos têm um eixo de tecido materno, mas sua superfície está coberta por uma camada de sinciciotrofoblasto, de modo que a camada sincial sempre separará o sangue materno presente nos espaços intervilosos do tecido fetal da vilosidade. Como 3 GT 3 Bloco Gestação Rafaela Forti resultado dessa formação septal, a placenta PLACENTA A TERMO se divide em vários compartimentos, ou contilédones: Placenta a termo: de 37 semanas completas até menos de 42 semanas completas. Superfície materna: Características: Diâmetro 15 a 25 cm Espessura 3 cm Peso 500 a 600g Como os septos deciduais não alcançam a No nascimento, ela se desprende da parede placa coriônica, o contato entre os vários uterina e, cerca de 30 minutos após o cotilédones se mantém. nascimento da criança, é expelida da cavidade uterina. Superfície fetal: Quando é vista a superfície materna, são claramente reconhecíveis de 15 a 20 áreas levemente salientes, os cotilédones, recobertos por uma camada fina de decídua basal. As fossas entre os cotilédones são formadas pelos septos deciduais. A superfície fetal da placenta é completamente recoberta pela placa coriônica. Várias grandes artérias e veias, os vasos coriônicos, convergem para o cordão umbilical. O cório, por sua vez, é recoberto pelo âmnio. A ligação do cordão umbilical em geral é excêntrica e, ocasionalmente, é até mesmo marginal. Entretanto raramente ele se insere nas membranas coriônicas fora da placenta Resultado: crescimento contínuo do feto e (inserção velamentosa). expansão do útero e da placenta. O aumenta em área da placenta superficial CIRCULAÇÃO DA PLACENTA acompanha aproximadamente o do útero em expansão e, ao longo de toda a gravidez, Os cotilédones recebem seu sangue por meio de 80 ela cobre aproximadamente 15 a 30% da a 100 artérias espiraladas que penetram a placa superfície interna do útero. decidual e entram nos espaços intervilosos em O aumento da placenta em espessura é intervalos mais o menos regulares. A pressão resultado da arborização das vilosidades arterial nessas artérias força o sangue para dentro existentes e não é causado por penetração dos espaços intervilosos e banha as pequenas adicional nos tecidos maternos. vilosidades da árvore vilosa com sangue oxigenado. Conforme a pressão diminui, o sangue flui de volta da placa coriônica para a decídua, entrando nas veias endometriais. Assim o sangue 4 GT 3 Bloco Gestação Rafaela Forti dos espaços intervilosos retorna para a circulação materna pelas veias endometriais. Algumas vezes a membrana placentária é chamada de barreira placentária, mas ela não é uma Os espaços intervilosos de uma placenta madura barreira na verdade, já que muitas substâncias contêm aproximadamente 150ml de sangue, que circulam livremente. são abastecidos cerca de 3 a 4 vezes por minuto. Esse sangue se move ao longo das vilosidades Como o sangue materno nos espaços intervitelinos coriônicas, que têm uma área superficial entre 4 e é separado do sangue fetal por diversos coriônico, 14 m2. a placenta humana é considerada um tipo de hemocorial. Normalmente, não há mistura entre os A troca placentária não ocorre em todas as sangues materno e fetal, entretanto, uma pequena vilosidades, apenas nas que tem vasos fetais em quantidade de células sanguíneas fetais contato íntimo com a cobertura de membrana ocasionalmente escapa por intermédio de defeitos sincicial. Nessas vilosidades, o sinciciotrofoblasto microscópios na membrana plasmática. frequentemente tem uma borda em escova que consiste em numerosas microvilosidades, as quais aumentam muito a área de contato superficial e, consequentemente, a taxa de troca entre as circulações materno fetal. Membrana placentária: Separa o sangue materno do fetal, composto por quatro camadas: 1- Camada endotelial de vasos fetais. 2- Tecido conjuntivo no eixo de vilosidade. 3- Camada citotrofoblástica. 4- Sinciciotrofoblasto. Circulação Placentária Fetal Do quarto mês em diante, a membrana placentária torna-se mais fina porque a cobertura endotelial dos Sangue pouco oxigenado do feto vai para vasos fica em contato íntimo com a membrana placenta pelas artérias umbilicais sincicial, aumentando enormemente a taxa de troca. Dividem-se artérias coriônicas (vilosidades coriônicas) Sangue fetal fica próximo do sangue materno Sangue oxigenado do feto vai para veia umbilical 5 GT 3 Bloco Gestação Rafaela Forti quantidade que chega ao feto depende Circulação Placentária Materna principalmente da distribuição, e não da difusão. Lembrete: difusão simples é um tipo de transporte Sangue fica no espaço interviloso à fora passivo de substâncias através da membrana do sistema circulatório materno celular. É um processo que ocorre da região em que as partículas estão mais concentradas para as regiões que sua concentração é menor, até que se Entra no espaço interviloso à artérias atinja um equilíbrio nas concentrações. espirais endometriais à impelido em jatos pela pressão sanguínea materna Troca de nutrientes e eletrólitos: A troca de nutrientes e eletrólitos, como aminoácidos, ácidos graxos livres, carboidratos e vitaminas é rápida e aumenta conforme a gravidez Flui em torno vilosidades coriônicas à avança. ocorrendo troca de substâncias Transmissão de anticorpos maternos: A competência imunológica começa a se desenvolver no final do primeiro trimestre, Sangue retorna através das veias momento no qual o feto sintetiza todos os endometriais para a circulação materna componentes do complemento. As imunoglobulinas consistem quase completamente em imunoglobulina G materna (IgG), que começa a ser transportada da mãe para o feto aproximadamente na décima quarta semana. Desse modo, o feto adquire imunidade passiva contra várias doenças infecciosas. Os recém-nascidos começam a produzir sua própria IgG, mas níveis adultos não são alcançados antes dos 3 anos de idade. Produção hormonal: Dois primeiros meses: O sinciciotrofoblasto também produz gonadotrofina coriônica humana (hCG), que FUNÇÕES DA PLACENTA mantém o corpo lúteo. Esse hormônio é excretado pela urina da mãe e, nos estágios iniciais da As principais funções da placenta são: gestação, sua presença é utilizada como indicador 1- Troca de produtos metabólicos e gasosos. de gravidez. 2- Produção de hormônios. 3- Transmissão imunológica. Outro hormônio produzido pela placenta é a 4- Produção hormonal. somatomamotrofina (anteriormente chamado de lactogênio placentário). Trata-se de uma substância Troca de gases: semelhante ao hormônio do crescimento que dá ao Gases: oxigênio, dióxido de carbono e monóxido feto prioridade sobre a glicose sanguínea materna e de carbono. torna a mãe diabetogênica até certo grau. Ele também promove o desenvolvimento mamário para É realizada por difusão simples. O feto pronto para produção de leite. nascer, extrai entre 20 a 30 ml de oxigênio por minuto da circulação materna, e mesmo uma Final do quarto mês: interrupção breve do suprimento de oxigênio é fatal a placenta produz progesterona suficiente para para o feto. O fluxo sanguíneo placentário é crítico manter a gravidez se o corpo lúteo for removido ou para o fornecimento de oxigênio, já que a não conseguir funcionar adequadamente. 6 GT 3 Bloco Gestação Rafaela Forti Todos os hormônios são sintetizados no trofoblasto sincicial. Além da progesterona, a placenta produz quantidades crescentes de hormônios estrogênicos, predominantemente o estriol, até um pouco antes do final da gravidez, quando se alcança nível máximo. Esses altos níveis de estrógenos estimulam o crescimento uterino e o desenvolvimento das glândulas mamárias. ÂMNIO E CORDÃO UMBILICAL Cordão umbilical: 1 a 2 cm de diâmetro 55cm a 60 cm de comprimento. Formado por tecido conjuntivo – geleia de Wharton. Correm os vasos umbilicais. Se encontra com o âmnio e saco vitelino. A própria vesícula vitelínica ocupa um espaço na cavidade coriônica, ou seja, o espaço entre o âmnio Âmnio: e a placa corônica: O sistema amniótico é a unidade morfológica e, sobretudo, funcional entre o âmnio e o líquido amniótico, o continente e o conteúdo, insolúvel ligados. A linha oval de reflexão entre o âmnio e o ectoderma embrionário (junção âmnio- ectodérmica) é o anel umbilical primitivo. Na quinta semana do desenvolvimento, as seguintes estruturas passam pelo anel: 1- Pedúnculo embrionário: contendo o alantoide e os vasos umbilicais, que Com a progressão do desenvolvimento, a cavidade consiste em duas artérias e suas veias. amniótica aumenta rapidamente à custa da 2- Pedúnculo vitelino (ducto vitelino): cavidade coriônica e o âmnio começa a envolver os acompanhado dos vasos vitelinos. pedúnculos embrionários e da vesícula vitelínica, 3- Canal que conecta as cavidades comprimindo-os e dando origem ao cordão intraembrionária e extraembrionária. umbilical primitivo. Distalmente, o cordão contém o pedúnculo da vesícula vitelínica e os vasos umbilicais. Proximalmente, ele contém algumas alças intestinais, que se desenvolvem rapidamente, e algumas delas são empurradas para o espaço extraembrionário no cordão umbilical. 7 GT 3 Bloco Gestação Rafaela Forti Essas alças intestinais expulsas formam a hérnia coriônica. A formação excessiva de umbilical fisiológica. fibrinoide frequentemente causa infarto nos espaços intervilosos ou, algumas vezes, até mesmo em um cotilédone inteiro que, LÍQUIDO AMNIÓTICO então, adota uma aparência esbranquiçada. Funções: SANGRAMENTO GESTACIONAL Proteger o feto de lesões mecânicas. Possibilitar o movimento do feto, Sangramento no primeiro trimestre: prevenindo a contração dos membros. Prevenir adesões entre as paredes do âmnio. De implantação: o trofoblasto penetra na decídua Possibilitar o desenvolvimento do pulmão basal materna e pode, ao romper pequenos vasos, do feto, no qual há movimento de vaivém provocar sangramento de pequena intensidade, que do líquido para os bronquíolos. na maioria das vezes é auto limitado. Tem importância clínica, pois e passível de confusão Características: com período menstrual, levando a erro de datação É um líquido que preenche a cavidade amniótica, é da gravidez, pois nesses dois fenômenos coincidem claro e aquoso, produzido pelas células amnióticas, no tempo do ciclo menstrual. mas é derivado principalmente do sangue materno. Sangramento no segundo e terceiro trimeste: O volume líquido aumenta de aproximadamente 30. Ml em 10 semanas de gestação para 450 ml em Placenta prévia: a placenta pode se implantar 20 semanas, e de 800 para 1000 ml em 37 semanas. próximo ao colo uterino (marginal) ou bloquear, parcial ou totalmente o canal de parto. Pode haver O volume de líquido amniótico é reposto a cada 3 rompimento de vasos durante atividade uterina na horas. gravidez e obstáculo ao parto vaginal. O sangramento pode ser é ativo e volumoso e indolor. Obs: a partir do quinto mês, o feto engole seu Para tal quadro dá-se o nome de placenta prévia próprio líquido amniótico e estima-se que ingira (marginal ou total). cerca de 400 ml por dia, quase metade do volume total. A urina fetal soma-se diariamente ao líquido Descolamento prematuro de placenta: a placenta amniótico no quinto mês, mas elas são compostas pode se descolar do seu leito de implantação como principalmente por água, já que a placenta funciona consequência de sangramento ativo causado por como meio de troca para as escórias metabólicas. doenças sistêmicas maternas não controladas, uso de alguns tipos de drogas, traumatismo e por causa Durante o parto, a membrana amniocorônica forma idiopática. O quadro é grave para o feto e mãe. O uma cunha hidrostática que ajuda a dilatar o canal útero mostra-se hipertônico. cervical. FUNÇÕES DO LÍQUIDO AMNIÓTICO No final da gravidez ocorre redução nas trocas entre a circulação materna e fetal, algumas alterações placentárias indicam essa redução: 1- Aumento de tecido fibroso no eixo da vilosidade. 2- Espessamento das membranas basais nos capilares fetais. 3- Alterações que obliteram os pequenos capilares das vilosidades. 4- Deposição de fibrinoide na superfície da vilosidade na zona juncional e na placa 8