Farmacologia - Corantes PDF

Farmacologia - Corantes CORANTES EM OFTALMOLOGIA CORANTES PARA O FILME LACRIMAL Fluoresceína A fluoresceína é um corante vital, orgânico, hidrossolúvel, que cora defeitos epiteliais. O corante é estimulado com a luz azul (comprimento de onda menor e energia maior) e emite luz verde (compriment...

Farmacologia - Corantes CORANTES EM OFTALMOLOGIA CORANTES PARA O FILME LACRIMAL Fluoresceína A fluoresceína é um corante vital, orgânico, hidrossolúvel, que cora defeitos epiteliais. O corante é estimulado com a luz azul (comprimento de onda menor e energia maior) e emite luz verde (comprimento de onda maior e energia menor). As apresentações são na forma de colírios a 0,25%, 1%, 2% ou tiras. As principais aplicações clínicas da fluoresceína são: Pesquisa do tempo de rotura do filme lacrimal (BUT). Tonometria de aplanação. Testes de Milder, Jones I e Jones II. Adaptação de lente de contato. Avaliação do fluxo lacrimal. Pesquisa de defeitos epiteliais. Os frascos de colírio contendo fluoresceína contaminam-se com facilidade por Pseudomonas. Além disso, não devemos pingar fluoresceína em fragmentos de córnea e conjuntiva antes de realizar imunofluorescência (ex: pesquisa de clamídia e penfigoide ocular cicatricial), porque a substância altera a interpretação do exame. Rosa bengala Rosa bengala é um corante vital, hidrossolúvel, que cora em vermelho células mortas ou em sofrimento, tanto do epitélio corneano quanto conjuntival. As apresentações são colírio a 1% ou tiras. Útil no diagnóstico do olho seco, pesquisa de ceratite dentrítica e áreas pressionadas por lentes de contato. Possui certa atividade anti-viral, devendo ser evitada quando se planeja cultura do vírus. As principais reações adversas são ardor, irritação e hiperemia. É possível atenuar estes efeitos instilando anestésico antes do rosa bengala. Lissamina verde Corante vital, ácido, orgânico e hidrossolúvel. Cora a córnea e a conjuntiva de modo semelhante ao rosa bengala, ou seja, cora células epiteliais em sofrimento ou desvitalizadas. No entanto, é mais confortável, menos irritante e menos tóxico ao epitélio que o rosa bengala. As apresentações são colírio a 1% ou tiras. O exame em lâmpada de fenda pode ser realizado com luz branca ou com filtro vermelho. A rosa bengala e a lissamina verde coram células epiteliais da córnea e conjuntiva quando ocorre disrupção da mucina do filme lacrimal, por isso são muito utilizados na avaliação do olho seco (como mencionado no capítulo de disfunção do filme lacrimal). Estes corantes também podem ser utilizados para avaliar o grau de extensão de neoplasias epiteliais da superfície ocular. NOTAS Obs: Corante vital é um corante utilizado em tecidos vivos. Não alteram o metabolismo e não causam toxicidade aos tecidos. Os corantes não-vitais, como a hematoxilina-eosina, por exemplo, são utilizados em peças histológicas, mas não em tecidos vivos. CORANTES PARA O CRISTALINO Azul de Trypan Solução aquosa, com concentrações entre 0,10-0,15%.  Cora a cápsula anterior, sendo especialmente importante nas cataratas brancas. É utilizado antes do viscoelástico. Não possui ação farmacológica e não causa efeitos colaterais. Indocianina verde Solução a 0,5% diluída em BSS. Cora a cápsula anterior, também sendo alternativa nas cataratas brancas. CORANTES PARA MEMBRANA LIMITANTE INTERNA (MLI) E MEMBRANA EPIRRETINIANA (MER) Triancinolona Não é um corante, mas a deposição de seus cristais sobre a MLI facilita sua remoção. Também deposita-se sobre a MER, facilitando sua identificação. Azul de Trypan Cora de forma satisfatória as membranas epirretinianas, corando a MLI de forma tênue. Principal corante para MER. Indocianina verde Corante aniônico que tem grande afinidade pela MLI. Apresenta iodo na sua composição. Infracianina verde É um corante verde com propriedades muito semelhantes à indocianina, mas não apresenta iodo em sua formulação. Apresenta grande afinidade pela MLI. Azul brilhante Grande afinidade pela MLI, sendo o corante mais utilizado no Brasil nas cirurgias maculares.