Enfermagem à Pessoa Submetida a Cirurgia Vascular PDF

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Summary

This document details various aspects of nursing care for patients undergoing vascular surgery. It covers topics such as peripheral arterial disease (PAD), aneurysms, venous thrombosis, and varicose veins, including their causes, symptoms, diagnostics, interventions, and nursing care.

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ENFERMAGEM À PESSOA SUBMETIDA A INTERVENÇÃO CIRÚRGICA LICENCIATURA EM ENFERMAGEM 3º ANO 2 de outubro de 2024 ENFERMAGEM À PESSOA SUBMETIDA A CIRURGIA VASCULAR Tiago Alves, ESSVA, 2024 ...

ENFERMAGEM À PESSOA SUBMETIDA A INTERVENÇÃO CIRÚRGICA LICENCIATURA EM ENFERMAGEM 3º ANO 2 de outubro de 2024 ENFERMAGEM À PESSOA SUBMETIDA A CIRURGIA VASCULAR Tiago Alves, ESSVA, 2024 Sumário Doença Arterial Periférica dos membros inferiores Aneurismas da Aorta Trombose Venosa Varizes DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) A principal causa da DAP é a aterosclerose, que envolve o espessamento gradual da íntima (camada mais interna da parede arterial) e da média (camada intermédia da parede arterial). Esse espessamento resulta da deposição de colesterol e lípidos nas paredes dos vasos, levando ao estreitamento progressivo da artéria. Fatores de risco significativos para DAP incluem: Uso de tabaco (fator mais importante) Diabetes Hiperlipidemia Proteína C-reativa elevada Hipertensão descontrolada Outros fatores de risco: história familiar, hipertrigliceridemia, idade avançada, hiper- homocisteinemia, hiperuricemia, obesidade, sedentarismo, e stress. DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Pode afetar as artérias ilíaca, femoral, poplítea, tibial ou peroneal, ou qualquer combinação destas. Área femoral-poplítea é o local mais comum em doentes não diabéticos. Doentes com diabetes tendem a desenvolver DAP nas artérias abaixo do joelho. Em casos avançados de DAP, múltiplos níveis de oclusões são encontrados. DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Manifestações Clínicas A gravidade das manifestações clínicas depende do local e da extensão da obstrução, bem como da circulação colateral. Sintoma clássico da DAP dos membros inferiores: Claudicação intermitente (dor muscular isquémica provocada pelo exercício, alivia em 10 minutos ou menos com o repouso e é reprodutível). Apenas cerca de 10% dos doentes com DAP apresentam o sintoma clássico de claudicação intermitente (Mulheres idosas experienciam menos frequentemente que os homens). Localização da dor conforme a artéria afetada: Claudicação nas nádegas e coxas indica envolvimento das artérias ilíacas. Claudicação na panturrilha indica envolvimento da artéria femoral ou poplítea. DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Manifestações Clínicas Outras manifestações: Parestesia (dormência ou formigueiro) nos dedos dos pés ou pés devido à isquemia do tecido nervoso. Neuropatia periférica, especialmente em diabéticos e em casos de isquemia prolongada. Aparência física do membro: Pele fina, brilhante e esticada, com perda de pêlos nas pernas. Pulsos pediosos, poplíteos ou femorais diminuídos ou ausentes. Palidez ao elevar a perna (palidez de elevação) e hiperemia reativa ao baixar (rubor dependente). DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Progressão da DAP À medida que a DAP progride e envolve vários segmentos arteriais, desenvolve-se dor contínua em repouso. Dor em repouso geralmente ocorre nos pés ou dedos dos pés e é agravada pela elevação do membro. A dor em repouso ocorre quando o fluxo sanguíneo é insuficiente para atender às necessidades metabólicas dos tecidos distais. A dor em repouso é mais comum à noite, devido à diminuição do débito cardíaco durante o sono e à posição dos membros ao nível do coração. Os doentes frequentemente procuram alívio pendurando a perna ao lado da cama ou dormindo numa cadeira, para maximizar o fluxo sanguíneo. DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Isquemia crítica do MI Doente com dor crónica em repouso, ulceração ou gangrena. Isquemia crítica do membro pode levar à amputação se não tratada. Tentativa de salvar o membro com revascularização cirúrgica ou endovascular. Tratamento médico necessário se o paciente não for candidato à revascularização ou se esta não for tecnicamente possível. DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Complicações A DAP dos membros inferiores progride lentamente. Isquemia prolongada leva à atrofia da pele e dos músculos subjacentes. Trauma menor nos pés (ex.: bater com o dedo do pé, bolhas dos sapatos) pode resultar em cicatrização retardada, infeção da ferida e necrose tecidual, especialmente em diabéticos. Úlceras arteriais (isquémicas) ocorrem frequentemente sobre proeminências ósseas nos dedos dos pés, pés e pernas. Úlceras arteriais não cicatrizantes e gangrena são as complicações mais graves. Amputação pode ser necessária se o fluxo sanguíneo adequado não for restaurado ou se ocorrer infeção grave. Circulação colateral pode prevenir a gangrena em casos de DAP prolongada. Dor descontrolada e infeção grave e disseminada indicam a necessidade de amputação em indivíduos não candidatos à revascularização. DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Exames diagnósticos Vários exames podem avaliar o fluxo sanguíneo e delinear o sistema vascular: Ultrassom com Doppler mapeia o fluxo sanguíneo em toda a região de uma artéria. Pressões sanguíneas segmentares: Obtidas na coxa, abaixo do joelho e ao nível do tornozelo enquanto o paciente está deitado. Queda de PS segmentar superior a 30 mm Hg sugere DAP. Angiografia e ressonância magnética angiográfica delineiam a localização e extensão da DAP. DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Exames diagnósticos Índice de pressão tornozelo-braço (IPTB): Ferramenta de triagem para DAP. Realizado com um Doppler manual. IPTB é calculado dividindo a pressão sistólica do tornozelo pela maior pressão sistólica braquial esquerda ou direita. IPTB falso elevado pode ocorrer em doentes idosos ou diabéticos devido a artérias calcificadas e não compressíveis. Medição de IPTB não é recomendada imediatamente após cirurgia de revascularização ou em enxertos de bypass distal, devido ao risco de trombose do enxerto. DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Tipo de intervenção: Baseados em Cateter de Radiologia de Intervenção: Alternativas à cirurgia aberta para o tratamento da DAP dos membros inferiores. PTA com stent pode ser realizada; os stents podem ser revestidos para reduzir a reestenose. Aterectomia para remoção da placa obstrutiva pode ser realizada com diferentes dispositivos. Cirurgia: Cirurgia de bypass arterial periférico com veia autógena ou enxerto sintético é a abordagem mais comum. Outras opções incluem endarterectomia e angioplastia com enxerto. Amputação pode ser necessária em casos de necrose tecidual extensa, gangrena ou osteomielite. DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Avaliação de Enfermagem: Recolha de dados subjetivos e objetivos, incluindo fatores de risco e sinais de perfusão inadequada. Diagnósticos de Enfermagem: Perfusão dos tecidos periféricos comprometida - relacionada ao conhecimento deficiente dos fatores contribuintes. Intolerância à atividade - relacionada ao desequilíbrio entre oferta e necessidade de oxigénio. Capacidade para manter a saúde comprometida - relacionada à falta de conhecimento sobre a doença e medidas de autocuidado. (CIPE, 2015) DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Intervenções de Enfermagem: Após intervenção: Monitorizar a perfusão do membro operado após intervenção cirúrgica ou radiológica. Avaliar a extremidade operada a cada 15 minutos inicialmente e, posteriormente, a cada hora, observando cor, temperatura, pulsos e sensibilidade. Gerir a dor pós-operatória, especialmente importante em doentes com histórico de dor isquémica crónica. Evitar posicionamento com flexão dos joelhos, exceto durante exercícios; incentivar mobilização precoce e evitar períodos prolongados de sedentarismo. Realizar o tratamento das feridas cirúrgicas com técnica assética para prevenir infeção. DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Intervenções de Enfermagem: Promoção da Saúde: Reduzir os fatores de risco de doenças cardiovasculares (DCV): Cessação do tabaco é essencial para reduzir o risco de eventos cardiovasculares, progressão da DAP e morte. Os doentes diabéticos devem manter a hemoglobina glicada (HbA1C) abaixo de 7,0%, idealmente o mais próximo possível de 6,0%. Gestão rigorosa dos lípidos é crucial; inclui intervenções dietéticas e farmacológicas (estatinas). Hipertensão deve ser controlada com um objetivo de pressão arterial abaixo de 140/90 mm Hg (ou 130/80 mm Hg para diabéticos/insuficiência renal). DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Intervenções de Enfermagem: Promoção da Saúde: Regime Medicamentoso: Agentes antiplaquetários são fundamentais para reduzir os riscos de eventos cardiovasculares e morte em doentes com DAP. Aspirina (75-325 mg/dia) é recomendada; doentes intolerantes podem usar clopidogrel (Plavix). DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) DOS MI Intervenções de Enfermagem: Promoção da Saúde: Exercício: Programas de exercício supervisionados são fundamentais para melhorar a capacidade de caminhar em doentes com claudicação intermitente. Exercício mais eficaz: caminhada (30-60 minutos/dia, 3-5 vezes/semana, durante 3-6 meses). Encorajar atividade física progressiva. Terapia Nutricional: Os doentes devem ajustar a ingestão dietética para manter um IMC abaixo de 25 kg/m² e a circunferência da cintura abaixo de 102 cm para homens e 88 cm para mulheres. Recomendar dieta rica em frutas, vegetais e grãos integrais, e baixa em colesterol, gordura saturada e sal. ANEURISMAS DA AORTA A aorta é a maior artéria e fornece oxigénio, nutrientes e sangue a todos os órgãos vitais. Um dos problemas mais comuns que afeta a aorta é o aneurisma, uma dilatação localizada permanente na parede do vaso. Os aneurismas ocorrem mais frequentemente em homens do que em mulheres, e a incidência aumenta com a idade. Podem ocorrer em várias localizações, sendo menos comuns os aneurismas das artérias periféricas. ANEURISMAS DA AORTA Os aneurismas aórticos podem envolver o arco aórtico, a aorta torácica e/ou aorta abdominal. Cerca de 75% dos aneurismas aórticos ocorrem na aorta abdominal e 25% na aorta torácica. Uma aorta abdominal com mais de 3 cm de diâmetro é considerada aneurismática. As causas principais são classificadas como degenerativas, congénitas, mecânicas, inflamatórias ou infecciosas. Fatores de risco incluem idade, género masculino, hipertensão, doença arterial coronária, histórico familiar, colesterol elevado, DAP dos membros inferiores, doença das artérias carótidas, AVC prévio, uso de tabaco e obesidade. Os fatores de risco mais importantes são o género masculino, idade avançada e uso de tabaco. Ligação Genética: O desenvolvimento de aneurisma aórtico tem um forte componente genético, relacionado a várias anomalias congénitas, como a válvula aórtica bicúspide, síndrome de Marfan, e defeitos específicos de colagénio. ANEURISMAS DA AORTA Classificação: Aneurismas são classificados como verdadeiros ou falsos: Aneurismas verdadeiros → envolvem a parede da artéria, com pelo menos uma camada do vaso intacta, e podem ser fusiformes (circunferenciais) ou saculares. Aneurismas falsos (pseudoaneurismas) → resultam de uma rutura em todas as camadas da parede arterial, com hemorragia contida por estruturas anatómicas circundantes. ANEURISMAS DA AORTA Manifestações Clínicas: Aneurismas da aorta torácica: são frequentemente assintomáticos; sintomas, quando presentes, incluem dor torácica profunda e difusa. Aneurismas da aorta ascendente e do arco aórtico: podem causar angina, rouquidão e disfagia devido à compressão de estruturas adjacentes. Aneurismas da aorta abdominal: são frequentemente assintomáticos e podem ser descobertos em exames físicos de rotina. Sintomas incluem dor nas costas, desconforto epigástrico e alterações na eliminação intestinal. ANEURISMAS DA AORTA Complicações: A mais grave é a rutura do aneurisma Rutura na cavidade retroperitoneal pode ser parcialmente contida por estruturas anatómicas, mas rutura na cavidade torácica ou abdominal resulta em hemorragia maciça e alta mortalidade (>90%). Doentes em estado de choque hipovolémico apresentam: Taquicardia Hipotensão Pele pálida e fria Diminuição do débito urinário Alteração do nível de consciência. ANEURISMAS DA AORTA Exames de diagnóstico: Radiografia de tórax para revelar alargamento anormal da aorta torácica. Ultrassom para triagem e monitorização do tamanho do aneurisma. Tomografia computorizada (TAC) é o teste mais preciso para determinar o tamanho e a presença de trombos no aneurisma. Angiografia fornece informações detalhadas sobre todo o sistema aórtico. ANEURISMAS DA AORTA Tipos de Intervenção: Reparação Aberta de Aneurisma (OAR): Envolve uma grande incisão abdominal, onde o cirurgião: 1. Corta o segmento aórtico doente. 2. Remove qualquer trombo ou placa. 3. Sutura um enxerto sintético à aorta, proximal e distal ao aneurisma. 4. Sutura a parede aórtica nativa em torno do enxerto para atuar como proteção. Se as artérias ilíacas também forem aneurismáticas, um enxerto bifurcado substitui todo o segmento doente. Todos os OARs requerem clampagem da aorta proximal e distal ao aneurisma. O risco de complicações renais pós-operatórias aumenta em doentes com OAR acima das artérias renais. ANEURISMAS DA AORTA Tipos de Intervenção: Procedimento de Enxerto Endovascular (EVAR): Alternativa minimamente invasiva à OAR convencional. Envolve a colocação de um enxerto aórtico sem sutura dentro do aneurisma através da artéria femoral. O sangue flui pelo enxerto endovascular, evitando a expansão do aneurisma. A parede aneurismática encolhe com o tempo, pois o sangue é desviado através do endoenxerto. ANEURISMAS DA AORTA Tipos de Intervenção: Complicações da EVAR: EVAR é menos invasivo, mas ambos os métodos apresentam taxas semelhantes de morbidade e mortalidade a longo prazo. A complicação mais comum é o "endoleak" (vazamento de sangue de volta para o aneurisma antigo). Outras complicações incluem crescimento do aneurisma acima ou abaixo do enxerto, dissecção aórtica, migração do stent, trombose do enxerto, infeção no local da incisão e hematomas. Doentes submetidos a EVAR precisam de visitas de acompanhamento regulares e exames de TAC ou RM para monitorizar complicações. Disfunção do enxerto pode exigir conversão para reparação cirúrgica aberta. ANEURISMAS DA AORTA Tipos de Intervenção: Complicações Graves: Hipertensão Intra-abdominal (IAH) e Síndrome Compartimental Abdominal (ACS) Complicações potencialmente letais em reparos de emergência de aneurisma roto. IAH reduz o fluxo sanguíneo para as vísceras, e ACS refere-se à perfusão insuficiente dos órgãos, resultando em falência de múltiplos órgãos. ACS ocorre em cerca de 25% dos casos de OAR e EVAR com rutura, com uma taxa de mortalidade de até 70%. A pressão intraabdominal é medida indiretamente por meio de um cateter urinário. O tratamento inclui controle de fatores como elevação da cabeceira, instabilidade hemodinâmica e dor não controlada. Descompressão percutânea pode ser necessária em casos graves de ACS. ANEURISMAS DA AORTA Avaliação de Enfermagem: Realizar uma história clínica completa e uma avaliação física detalhada. Procurar sinais de doenças vasculares coexistentes (cardíacas, pulmonares, cerebrais e dos membros inferiores). Monitorizar o paciente para sinais de rutura do aneurisma, como diaforese, palidez, fraqueza, taquicardia, hipotensão, dor abdominal, nas costas, virilha ou periumbilical, alterações no nível de consciência, ou uma massa abdominal pulsátil. Registar dados de referência para comparação com avaliações pós-operatórias. Prestar especial atenção aos pulsos periféricos, e ao estado renal e neurológico do paciente. ANEURISMAS DA AORTA Diagnósticos de enfermagem: Risco de perfusão dos tecidos periféricos comprometida – relacionado oclusão do vaso e isquemia Risco de Infeção – relacionada com a intervenção cirúrgica Risco hemorragia – relacionada com a possibilidade de rutura do aneurisma ANEURISMAS DA AORTA Intervenções de enfermagem: No pós-operatório, os doentes geralmente vão para a UCI por 24 a 48 horas para monitorização rigorosa. Monitorizar a permeabilidade do enxerto e a perfusão renal. Monitorizar complicações possíveis: isquemia cardíaca, arritmias, infeções, tromboembolismo venoso (TEV) e complicações neurológicas. ANEURISMAS DA AORTA Intervenções de enfermagem: Manutenção da permeabilidade do enxerto: Uma pressão arterial adequada é crucial para manter a patência do enxerto. Administrar líquidos intravenosos e componentes sanguíneos conforme prescrito. Evitar hipertensão severa para prevenir tensão excessiva nas anastomoses arteriais, utilizando diuréticos ou antihipertensivos intravenosos, se necessário. Prevenção de infeção: Administrar antibióticos conforme prescrito. Monitorizar sinais de infeção Manter as incisões cirúrgicas limpas e secas e usar técnica asséptica rigorosa ao cuidar de linhas IV e cateteres. ANEURISMAS DA AORTA Intervenções de enfermagem: Status neurológico: Avaliar o nível de consciência, tamanho das pupilas, simetria facial, movimento dos membros e qualidade dos pulsos, especialmente após cirurgias que envolvam a aorta ascendente e o arco aórtico. Status cardiovascular: Monitorizar continuamente o ECG, controle de eletrólitos, gases sanguíneos arteriais, administração de oxigénio, medicamentos antidislipidémicos e antihipertensivos, e controle da dor. Status gastrointestinal: Íleo pós-operatório pode ocorrer devido à anestesia e manipulação intestinal durante a cirurgia. Utilizar um tubo nasogástrico para descompressão gástrica e monitorizar o retorno da função intestinal. Encorajar a deambulação precoce para ajudar na recuperação da função intestinal. ANEURISMAS DA AORTA Intervenções de enfermagem: Status da perfusão periférica: Avaliar e registar todos os pulsos periféricos regularmente Verificar a temperatura da pele, cor, tempo de reenchimento capilar, sensibilidade e movimento das extremidades. Status da perfusão renal: Registar a produção urinária horária e monitore os níveis de ureia e creatinina sérica. Manter uma monitorização precisa da ingestão e saída de líquidos Registar o peso diário. ANEURISMAS DA AORTA Intervenções de enfermagem: Preparação para a alta: Instruir o paciente e o cuidador a aumentar gradualmente as atividades em casa. Ensinar a evitar levantamento de peso por 6 semanas após a cirurgia. Relatar qualquer vermelhidão, inchaço, dor aumentada, drenagem das incisões, ou febre ao profissional de saúde. Instruir o paciente e o cuidador a monitorizar alterações na cor ou temperatura das extremidades A disfunção sexual em homens é comum após cirurgia aórtica; documentar a função sexual pré- operatória e recomendar aconselhamento conforme apropriado. TROMBOSE VENOSA A trombose venosa envolve a formação de um trombo associado a inflamação da veia. Classifica-se em trombose venosa superficial (SVT) ou trombose venosa profunda (DVT). Tromboembolismo venoso (VTE) é o termo preferido, abrangendo DVT e embolia pulmonar (PE). SVT pode ser mais grave do que se pensava, com cerca de 25% dos doentes com SVT também tendo VTE no momento do diagnóstico. TROMBOSE VENOSA A tríade de Virchow: Três fatores importantes na etiologia da trombose venosa: 1. Estase venosa: Ocorre quando as válvulas venosas são disfuncionais ou os músculos das extremidades estão inativos, comum em pessoas obesas, grávidas, ou com imobilidade prolongada. 2. Dano do endotélio (revestimento interno da veia): Pode ser causado por lesões diretas (cirurgia, cateterização intravascular, trauma) ou indiretas (quimioterapia, diabetes, sépsis). 3. Hipercoagulabilidade do sangue: Ocorre em várias condições, como anemias graves, malignidades, síndrome nefrótica, e pode ser exacerbada por medicamentos como corticosteroides e estrogénios. TROMBOSE VENOSA A tríade de Virchow: A agregação de plaquetas e fibrina captura glóbulos vermelhos (RBCs) e plaquetas adicionais, formando um trombo. Turbulência no fluxo sanguíneo contribui para a embolização, onde o trombo pode-se deslocar e causar uma embolia pulmonar. TROMBOSE VENOSA Trombose Venosa Superficial (SVT): Manifestações Clínicas: Veia subcutânea palpável, firme e cordiforme, área circundante avermelhada e quente, elevação leve da temperatura e leucocitose. Fatores de Risco: Idade avançada, gravidez, obesidade, terapia com estrogénios, viagens longas, histórico de SVT ou VTE. Exames de diagnóstico: Uso de ultrassom para confirmar diagnóstico e avaliar a extensão do trombo. TROMBOSE VENOSA Tromboembolismo Venoso (VTE): Manifestações Clínicas: Edema unilateral da perna, dor, sensibilidade à palpação, veias superficiais dilatadas, eritema, e temperatura corporal elevada. Complicações → Embolia Pulmonar Diagnóstico: Baseado em avaliação clínica combinada com teste de D- dímero e ultrassom. TROMBOSE VENOSA Procedimentos cirúrgicos: Opções cirúrgicas incluem: Trombetomia venosa: remoção de um trombo através de uma incisão na veia. Recomenda-se a terapia anticoagulante após o procedimento. Inserção de filtros na veia cava inferior: para doentes com contraindicações à anticoagulação. Os filtros agem como dispositivos de "peneira", prevenindo a migração de coágulos para os pulmões. TROMBOSE VENOSA Avaliação de Enfermagem: Dados subjetivos: Informação de Saúde Importante: História de trauma na veia, cateter intravascular (ex.: cateter central de inserção periférica), varizes, gravidez ou parto recente, bacteremia, obesidade, repouso prolongado no leito, arritmia cardíaca (ex.: fibrilhação auricular), DPOC, insuficiência cardíaca (IC), cancro, distúrbios de coagulação e estados de hipercoagulabilidade, Lúpus eritematoso sistémico, enfarte do miocárdio (MI), lesão medular, AVC, viagens prolongadas, fratura óssea recente, desidratação Medicação: Uso de estrogénios (incluindo contracetivos orais, terapia hormonal), tamoxifeno, corticosteroides, quantidades excessivas de vitamina E, drogas estimulantes da eritropoiese Cirurgia ou outros tratamentos: Qualquer cirurgia recente, especialmente ortopédica, ginecológica, gástrica ou urológica, cirurgia anterior envolvendo veias, cateter venoso central Padrões Funcionais de Saúde: Abuso de drogas intravenosas, uso de tabaco, obesidade, inatividade, dor na área à palpação ou ao caminhar TROMBOSE VENOSA Avaliação de Enfermagem: Dados objetivos: Geral: Febre, ansiedade, dor Tegumentar: Aumento do tamanho da extremidade comparada com o outro lado Pele tensa, brilhante, quente, eritematosa, sensível à palpação Em alguns doentes, ausência de alterações físicas na extremidade afetada Cardiovascular: Distensão e calor das veias superficiais na área afetada Edema e cianose das extremidades TROMBOSE VENOSA Diagnósticos de Enfermagem: Dor aguda - relacionada com a congestão venosa, retorno venoso prejudicado e inflamação. Capacidade para manter a saúde comprometida – relacionado com a falta de conhecimento sobre a doença e o tratamento. Risco de integridade da pele comprometida – relacionado com a perfusão tecidual periférica alterada. Risco de hemorragia – relacionado com a terapia anticoagulante. Risco de status respiratório comprometido – relacionado com o risco de embolização do trombo. (CIPE, 2015) TROMBOSE VENOSA Intervenções de Enfermagem: Profilaxia: Profilaxia de VTE é uma medida essencial em doentes hospitalizados. Mobilização precoce é o método mais eficaz para reduzir o risco de VTE. Meias de compressão elástica e dispositivos de compressão sequencial (SCDs) ajudam na prevenção, especialmente quando combinados com anticoagulação. Rever medicamentos, vitaminas, minerais e suplementos dietéticos que possam interferir na terapia anticoagulante. Ajustar doses de anticoagulantes com base nos estudos de sangue e parâmetros prescritos. TROMBOSE VENOSA Intervenções de Enfermagem: Risco associado à terapia anticoagulante: Observar atentamente sinais de hemorragia, como epistaxe, sangramento gengival, sangue em vómito, urina, fezes, escarro, ou sangramento em locais de trauma ou incisões cirúrgicas. Monitorizar sinais vitais para alterações: queda da PA, aumento da FC. Evitar injeções intramusculares (IM). Avaliar alterações no estado mental, especialmente em doentes idosos, o que pode indicar hemorragia cerebral. TROMBOSE VENOSA Intervenções de Enfermagem: Preparação para a alta: Educação sobre a modificação dos fatores de risco para VTE, uso de meias de compressão elástica, importância de monitorizar valores laboratoriais, instruções sobre medicamentos e orientações para o acompanhamento. Após a resolução do edema, medir o paciente para meias de compressão personalizadas e recomendá-las por pelo menos 2 anos para apoiar as paredes e válvulas das veias, reduzindo o inchaço e a dor. Incentivar a cessação do tabaco e evitar todos os produtos com nicotina, se aplicável. Instruir o paciente a evitar roupas apertadas, limitar períodos prolongados de pé ou sentado sem movimento, e fazer exercícios frequentes durante viagens longas. Ensinar sobre sinais e sintomas de PE, como início súbito de dispneia, taquipneia e dor torácica pleurítica. TROMBOSE VENOSA Intervenções de Enfermagem: Preparação para a alta: Instruir sobre uma dieta equilibrada, incluindo a manutenção de uma ingestão consistente de alimentos que contenham vitamina K para doentes em uso de varfarina. Encorajar hidratação adequada para prevenir hipercogulabilidade do sangue devido à desidratação. Ajudar a desenvolver um programa de exercícios, com ênfase em caminhadas e natação, para melhorar o retorno venoso e a qualidade de vida. VARIZES São veias subcutâneas dilatadas (3 mm ou mais de diâmetro), tortuosas, geralmente encontradas no sistema venoso safeno. Podem ser pequenas e inofensivas ou grandes e salientes. As varizes primárias (idiopáticas) são devidas a uma fraqueza congénita das veias e são mais comuns em mulheres. Varizes secundárias geralmente resultam de um tromboembolismo venoso (VTE) anterior. Podem ocorrer em locais como esófago, vulva, região pélvica, cordões espermáticos e região anorretal (hemorróidas). As válvulas venosas incompetentes permitem o fluxo retrógrado de sangue, resultando em aumento da pressão venosa e dilatação venosa. VARIZES Fatores de risco incluem: História familiar de doença venosa Fraqueza estrutural das veias Sexo feminino Uso de contracetivos orais ou terapia hormonal Tabagismo Idade avançada Obesidade Gravidez História de VTE VARIZES Manifestações Clínicas e Complicações: Os sintomas mais comuns incluem: Sensação de peso, dor após longos períodos de pé ou sentado, aliviada por caminhada ou elevação dos membros Sensações de pressão, prurido, queimadura, formigueiro, cãibras, edema, pernas inquietas ou cansadas, cãibras noturnas Complicações raras: rutura das varizes e ulcerações da pele. Complicação mais frequente → trombose venosa superficial (SVT). Exames de Diagnóstico: As varizes superficiais são diagnosticadas pela aparência. O ultrassom pode detetar obstruções e refluxo no sistema venoso. VARIZES Tipo de Intervenções: Escleroterapia: envolve a injeção de uma substância para destruir veias superficiais varicosas. Laserterapia Intervenção cirúrgica (Safenectomia ou stripping da safena): Remoção completa ou parcial da veia safena Indicada para SVT recorrente ou quando a insuficiência venosa crónica não pode ser controlada com terapia conservadora. O cirurgião faz pequenas incisões na perna, uma perto da virilha e outra no tornozelo ou joelho. Um fio ou sonda especial é introduzido na veia safena, que é amarrada e retirada através dessas incisões. VARIZES Avaliação de Enfermagem: Avaliação da dor: Avaliar a dor: Avaliar a intensidade, localização e qualidade da dor usando escalas como a escala numérica (0-10). Resposta à medicação: Avaliar a eficácia dos analgésicos administrados. Avaliação as feridas cirúrgicas: Inspecionar as incisões: Verificar sinais de infeção, como vermelhidão, calor, secreção ou edema. Estado dos pensos: Verificar se estão limpos, secos e intactos. VARIZES Avaliação de Enfermagem: Avaliação da circulação: Sinais de TVP: Observar sinais de trombose venosa profunda, como dor na panturrilha, inchaço e calor local. Perfusão periférica: Verificar a coloração, temperatura e preenchimento capilar dos membros inferiores. Avaliação da mobilidade e capacidade funcional: Avaliar a mobilidade: Observar a capacidade do paciente de deambular e realizar atividades diárias. Presença de edema: Monitorizar edema nos membros inferiores, especialmente após a deambulação. VARIZES Avaliação de Enfermagem: Dor Aguda - relacionada ao trauma cirúrgico. Risco de Infeção - relacionado à incisão cirúrgica. Mobilidade comprometida - relacionada à dor pós-operatória e ao desconforto. Risco de trombose venosa profunda - relacionado à imobilização e estase venosa. Integridade da pele comprometida - relacionada ao uso de curativos e meias de compressão. (CIPE, 2015) VARIZES Intervenções de Enfermagem: Administrar analgésicos: Conforme prescrito, monitorizar a eficácia e os efeitos colaterais. Aplicar medidas não farmacológicas: Compressas frias, elevação das pernas, e técnicas de relaxamento. Monitorizar a dor: Reavaliar a dor regularmente e ajustar o plano de gestão da dor conforme necessário. Manter técnica asséptica nos cuidados às feridas cirúrgicas. Monitorizar sinais de infecção e relatar qualquer alteração. Instruir sobre a importância da higiene adequada e os cuidados com as feridas em casa. VARIZES Intervenções de Enfermagem: Ajudar na deambulação precoce: Incentivar o paciente a levantar-se e caminhar com supervisão, conforme a tolerância. Estimular a movimentação das pernas, mesmo quando o paciente estiver acamado. Uso de meias de compressão: Garantir que sejam utilizadas corretamente para prevenir estase venosa. Avaliar regularmente sinais de dor ou inchaço nas pernas. Aplicar cremes hidratantes nas áreas ao redor das incisões e monitorar a pele sob as meias de compressão. Trocar os pensos conforme indicado: Garantir que os pensos sejam trocados com a frequência necessária e que a pele ao redor permaneça íntegra. VARIZES Intervenções de Enfermagem: Preparação para a alta: Evitar ficar sentado ou em pé por longos períodos. Manter o peso corporal ideal. Evitar roupas apertadas e tomar precauções contra lesões nas extremidades. Caminhar diariamente. Ensinar o uso correto e cuidados com as meias de compressão elástica personalizadas. Instruir o paciente a posicionar as pernas periodicamente acima do nível do coração. VARIZES Intervenções de Enfermagem: Preparação para a alta: Evitar ficar sentado ou em pé por longos períodos. Manter o peso corporal ideal. Evitar roupas apertadas e tomar precauções contra lesões nas extremidades. Caminhar diariamente. Ensinar o uso correto e cuidados com as meias de compressão elástica personalizadas. Instruir o paciente a posicionar as pernas periodicamente acima do nível do coração. OBRIGADO

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