Complementaridade na Utilização de Observação - PDF
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Universidade Europeia Online
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Summary
Este documento discute diferentes formas e métodos de observação, incluindo observação disfarçada e não disfarçada e observação natural vs. artificial. O documento também abrange tópicos como o cliente mistério, ética em estudos de observação e ambientes controlados.
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**Complementaridade na utilização de diferentes formas e meios de observação** Existem diversas formas de conduzir observações, que podem variar consoante diferentes graus: disfarce e naturalidade, cada uma com as suas particularidades, vantagens e limitações. A observação pode ser disfarçada ou n...
**Complementaridade na utilização de diferentes formas e meios de observação** Existem diversas formas de conduzir observações, que podem variar consoante diferentes graus: disfarce e naturalidade, cada uma com as suas particularidades, vantagens e limitações. A observação pode ser disfarçada ou não disfarçada. Quando a **observação** é **disfarçada**, os participantes não têm conhecimento de observação. Isso só pode ser feito com regras e condições específicas. O disfarce pode ser conseguido usando espelhos unilaterais, câmaras escondidas ou outros dispositivos discretos. Os próprios observadores também podem estar disfarçados. Um exemplo muito comum deste tipo de observação poderá ser o cliente mistério. Esta técnica é muito útil para obter dados comportamentais genuínos, já que as pessoas tendem a agir de forma mais natural quando não sabem que estão a ser observadas. Um exemplo da utilização deste tipo de observação poderia ser um investigador a observar as interações dos funcionários da empresa, fingindo ser um cliente. Este tipo de observação consegue captar a dinâmica real do ambiente de trabalho sem influência da consciência dos participantes sobre a observação. Por outro lado, a **observação não disfarçada** ocorre quando os participantes estão conscientes de que estão a ser observados. Isto tem algumas implicações no sentido em que os sujeitos podem sentir-se inibidos e alterar os seus comportamentos. No entanto, esta abordagem tem a vantagem da ética e transparência, sendo especialmente importantes onde a privacidade e o consentimento são cruciais. A título de exemplo, para o estudo da cultura organizacional poder-se-ia informar os participantes da observação, embora isso possa influenciar ligeiramente os comportamentos, existem maneiras de minimizar os efeitos. A observação também pode ser **natural** ou **artificial**. A **observação natural** é realizada num ambiente natural dos participantes, onde os comportamentos ocorrem de forma espontânea e não existe manipulação. Este tipo de observação é valioso por ser um retrato realista de como as pessoas se comportam nos seus contextos normais. Por exemplo, se um investigador quiser estudar a cultura da empresa e as dinâmicas de grupo, a observação deve ser feita no ambiente natural da amostra, ou seja, a empresa. Contrariamente à observação natural, a **observação artificial** ocorre em ambiente controlado, como, por exemplo, um laboratório, onde existe a possibilidade de determinadas variáveis serem manipuladas para observar o efeito no comportamento dos participantes. Por exemplo, se um investigador quiser estudar como determinadas características do espaço físico impactam o comportamento dos trabalhadores ao longo do dia, pode criar um ambiente simulado onde manipula, por exemplo, diferentes condições de iluminação e temperatura, enquanto observa comportamentos colaboradores. Concluindo, o tipo de observação deve ser escolhido consoante os objetivos da investigação. Podemos optar por uma observação disfarçada, em que se levantam questões éticas, mas que os nossos dados estão livres de manipulações por parte dos sujeitos, ou por uma observação não disfarçada, na qual os participantes podem sentir-se inibidos sendo à mesma possível recolher informações muito ricas. Também se pode optar entre observação no ambiente natural ou num ambiente artificial, que é controlado e manipulado pelo investigador.