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Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação
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This document provides theoretical information on nutritional assessment, including methods of evaluating nutritional status, both direct and indirect methods. The document discusses aspects like national and family-based assessments and direct methods, including retrospective 24-hour recall or prospective methods. It also touches upon related topics, such as food consumption, production, and evaluation.
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AVENUP- TEÓRICAS Avaliação do Estado Nutricional: processo de determinação do Estado Nutricional de um indivíduo ou grupo populacional como base para a identificação das necessidades e metas a seguir na planificação de cuidados de saúde individuais ou de programas comunitários que visem atingir tais...
AVENUP- TEÓRICAS Avaliação do Estado Nutricional: processo de determinação do Estado Nutricional de um indivíduo ou grupo populacional como base para a identificação das necessidades e metas a seguir na planificação de cuidados de saúde individuais ou de programas comunitários que visem atingir tais metas Interpretação da informação obtida através de… … MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ALIMENTAR INDIRETOS: AVALIAÇÃO DO ESTADO NACIONAL: balanças alimentares NUTRICIONAL DAS POPULAÇÕES FAMILIAR: consumo familiar e despesas, inquéritos familiares Indicadores Sociais/ Saúde; Indicadores com interesse nutricional; Balanças Alimentares; Inquéritos Familiares DIRETOS: RETROSPETIVOS: 24 horas anteriores; questionário de frequência; indicadores de qualidade nutricional; rastreadores AVALIAÇÃO DA TECNOLOGIAS INOVADORAS: assistente pessoal digital; métodos de avaliação imagem INGESTÃO assistida; tecnologias baseadas no telemóvel; tecnologias baseadas na web e computadores; NUTRICIONAL tecnologias baseadas em sensores e scan; PROSPETIVOS: diário alimentar; registo alimentar estimado; registo alimentar de peso; AVAIA modelo de dieta duplicado inventário; pesos e medidas; refeição duplicada Ingestão Alimentar; Antropometria; Sinais clínicos; Bioquímica AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR PRODUÇÃO ALIMENTAR Importações e stocks existentes→ → Exportações e usos não alimentares (Balanças alimentares) DISPONIBILIDADE ALIMENTAR TOTAL Auto- produção e doações→ →Perdas de produção e distribuição →(uso para restaurantes) AQUISIÇÃO FAMILIAR Stock das despesas→ →Perdas e desperdícios (Inquéritos familiares) DISPONIBILIDADE FAMILIAR Fatores que afetam a distribuição alimentar entre os elementos do agregado familiar (Inquéritos individuais) CONSUMO INDIVIDUAL →(uso para restaurantes) EXPLICAÇÃO DO ESQUEMA Após a produção alimentar, alguns dos produtos são exportados ou usados para fins não-alimentares. Os restantes, juntamente com os stocks já existentes e os produtos importados, dão origem à disponibilidade alimentar total, sendo esta medida pelas Balanças Alimentares. Estando disponíveis e rejeitando-se as perdas de produção e distribuição, bem como os usos para a restauração, juntamente com a auto-produção e doações, obtêm-se os valores de aquisição familiar. Estes, juntamente com o stock das despensas e excluindo as perdas e desperdícios, levam à disponibilidade familiar, avaliada através de inquéritos familiares. Os fatores que afetam a distribuição alimentar entre os membros do agregado familiar bem como os usos para restauração, constituem o consumo individual, avaliado por inquéritos individuais. OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E A HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS CARENCIAIS INDICADORES SOCIAIS São medidas de bem-estar social que fornecem uma visão das condições sociais e monitorizam a evolução numa variedade de aspetos sociais. Estatísticas que refletem condições sociais importantes e que facilitam o processo de análise dessas condições e da sua evolução. São usados para identificar problemas sociais que requerem intervenção, para definir prioridades e metas para a ação e gastos, e ainda para avaliar programas e políticas. Parâmetro ou valor derivado de parâmetros, que fornece informações ou descreve o estado de um fenómeno, com maior significado que aquele apenas relacionado diretamente ao seu valor quantitativo. Instrumento de medição sobre um aspeto da realidade social ou sobre as mudanças que nesta ocorrem INDICADOR DE ESTATÍSTICA AUSTRALIANO (1995): Medidas de bem-estar social que fornecem uma visão das condições sociais e monitorizam a evolução numa variedade de aspetos sociais. NAÇÕES UNIDAS (1994): Estatísticas que refletem condições sociais importantes e que facilitam o processo de análise dessas condições e da sua evolução. São usados para identificar problemas sociais que requerem intervenção, para definir prioridades e metas para ação e gastos, e ainda para avaliar programas e políticas. OCDE (2000): Parâmetro ou valor derivado de parâmetros, que indica, fornece informações ou descreve o estado de um fenómeno, com maior significado que aquele apenas relacionado diretamente ao seu valor quantitativo...informa algo sobre um aspeto da realidade social ou sobre as mudanças que nesta ocorrem. CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES SOCIAS segundo a área temática da realidade a que se referem →Saúde, educação, emprego, acesso a consumo, segurança pessoal, condições de habitação e do ambiente físico, lazer, participação social (OCDE) →População, saúde, educação, atividade económica, rendimento, património, uso do tempo, segurança pública, mobilidade social, cultura, comunicação, lazer (NAÇÕES UNIDAS) INDICADOR DE SAÚDE Variável que mede aspetos relevantes do estado de saúde (ou dos seus fatores determinantes) de uma população Medida/ variável que ajuda a descrever um acontecimento numa dada população e mede mudanças associadas a esse acontecimento que se repercutem na saúde, ao longo de um período de tempo Indicador (aspetos concretos de um sistema, exemplo, esperança média de vida à nascença) é diferente de índice (medida composta que combina vários indicadores, como o índice de massa corporal) SAÚDE: Dimensões da saúde Condições económicas, tratamento, condições de vida, alimentos e nutrição, cuidado, relacionamento, bem- estar e atividade física DETERMINANTES DE SAÚDE: As condições socioeconómicas, culturais e ambientais gerais, a produção agrícola e de alimentos, educação, condições de vida e de trabalho (ambiente de trabalho, desemprego), água e esgoto, serviços sociais de saúde, habitação, as redes sociais e comunitárias, o estilo de vida dos indivíduos, a idade, o sexo e fatores hereditários →Fatores individuais (fatores genéticos, características socioeconómicas e outras); Fatores sociais (influências familiares e dos pares); Fatores Comportamentais e Estilo de Vida (ingestão alimentar e atividade física); Fatores ambientais (influências económicas- como o acesso-, características da comunidade, educação, posição social e marketing), tudo isto terá também influência no Índice de Massa Corporal COMO PODEMOS CAPTAR AS DIVERSAS DIMENSÕES DA SAÚDE? Através da natalidade/ mortalidade; morbilidade; fatores de risco e proteção; dados do estado nutricional/ consumo alimentar; dados sobre recursos e serviços prestados (dados administrativos, serviços disponíveis, profissionais…) O QUE É O ECHI PROJECT? ECHI (EUROPEAN CORE HEALTH INDICATORS) é um projeto de investigação europeu cujo objetivo foi propor uma lista coerente de indicadores de saúde para a comunidade europeia. →QUAIS OS INDICADORES ESCOLHIDOS PARA MONITORIZAR A SAÚDE PÚBLICA NA EUROPA? ECHI shortlist propõe 88 indicadores em 5 áreas diferentes (definidos em 2008 com uma revisão em 2010) 1. demográficos e socioeconómicos; 2. estado de saúde; 3. determinantes de saúde; 4. serviços de saúde; 5. promoção de saúde Dos 88 indicadores propostos pela shortlist do ECHI (2010), 64 estão a ser implementados e 24 a ser desenvolvidos. Para serem implementados tem de existir consenso na definição/fonte a usar e boa/razoável disponibilização QUAL O INTERESSE/UTILIDADE DO ECHI PROJECT? fornecer a base para uma recolha comparável de dados na área da SP em todos os estados da CE promover a ligação entre as necessidades de informação e a recolha de dados identificar lacunas de informação e ajudar a estabelecer prioridades de recolha e harmonização de dados servir de guia para a produção de relatórios internacionais, nacionais ou regionais na área da SP servir de guia para o desenvolvimento de bases de dados e sistemas de informação computorizados servir de guia para fazer “follow-up”/monitorização de programas de ação na área da saúde WHO – 2015: definiu 100 indicadores (Global reference list of 100 Core Health Indicators) OMS Os objetivos principais são: Monitorização de resultados de saúde nacionais e globais Reduzir os requisitos excessivos e a duplicação de informação Aumentar a eficiência dos investimentos de recolha de dados nos países Melhorar a disponibilidade e qualidade dos dados sobre os resultados Melhorar a transparência e prestação de contas !! Esta lista de referência global deve ser usada como orientação normativa e não como uma lista requerida ou exclusiva. INDICADORES…exemplos da ECHI shortlist e mais alguns… POPULAÇÃO POR SEXO E IDADE Número de indivíduos por faixas etárias: 0-14, 15-44, 45-64, 65-84. 85+ Total de homens e mulheres TAXA (BRUTA) DE NATALIDADE Nº de nados vivos ocorrido durante um determinado período de tempo, normalmente 1 ano civil, referido à população média existente nesse mesmo período; habitualmente expressa em nº de nados vivos por 1000 habitantes TBN=_____nº nados vivos ocorrido num determinado período de tempo___ x 10n População média nesse período de tempo ! A taxa bruta de natalidade é o número de crianças que nascem anualmente por cada mil habitantes, numa determinada área DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DAS MÃES (gravidez em adolescentes e mães com idade avançada) Número de nascimentos por 1000 mulheres com 15-19 por 1000 mulheres 20-34 por 1000 mulheres 35-49 TAXA DE FECUNDIDADE (FERTILIDADE) Nº de nados vivos observado durante um determinado período de tempo, normalmente 1 ano civil, referido ao efetivo médio de mulheres em idade fértil (entre os 15 e os 49 anos) desse período - Habitualmente expressa em nº de nados vivos por 1000 mulheres em idade fértil - Reposição populacional assegurada: taxa não pode ser inferior a 2,1 filhos por mulher TAXA DE CRESCIMENTO NATURAL Saldo natural (diferença entre o nº de nados vivos e o nº de óbitos num dado período de tempo) observado durante um período de tempo, normalmente durante 1 ano civil, referido à população média desse período - crescimento médio da população num determinado período de tempo - indica o ritmo de crescimento médio anual de uma população - habitualmente expressa por 100 ou 1000 habitantes TCN=______saldo natural__________ População média nesse período TAXA DE CRESCIMENTO EFETIVO Variação populacional observada durante um determinado período de tempo, normalmente 1 ano civil, referido à população média desse período (considera outras variações que não apenas as advindas do Saldo Natural) TCE=____P(t)- P(0)________ [P(0)+ P(t)/2] POPULAÇÃO POR GRAU DE EDUCAÇÃO Nº, % em 4 classes: elementar, secundário inferior, Secundário superior, terciário TAXA DE DESEMPREGO (1) Proporção (%) de população desempregada com idades entre 15-74 no total de pessoas aptas a trabalhar (desempregados e pessoas empregadas com idades entre 15-74) (2) Proporção (%) de pessoas desempregadas de longa duração (pessoas que estão desempregadas há um ano ou mais) com idades entre 15-74, no total de pessoas aptas a trabalhar. (desempregados e pessoas empregadas com idades entre 15-74) POPULAÇÃO ABAIXO DA LINHA DE POBREZA % população com rendimento abaixo dos 60% da mediana nacional DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS: Total de rendimentos auferidos pelos 20% com maiores rendimentos/ total de rendimentos auferidos pelos 20% com menores rendimentos ESPERANÇA DE VIDA À NASCENÇA (e aos 65 anos) Número médio de anos que um indivíduo à nascença pode esperar viver, caso os padrões de mortalidade existentes na altura do seu nascimento se mantivessem constantes ao longo da sua vida TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL Nº de óbitos de crianças com menos de 1 ano de idade, observado durante um determinado período de tempo, normalmente 1 ano civil, referido ao número de nados vivos do mesmo período - Habitualmente expressa em nº de óbitos de crianças com menos de 1 ano de idade por 1000 nados vivos TAXA DE MORTALIDADE PERINATAL Nº de óbitos fetais de 28 ou mais semanas de gestação e óbitos de nados vivos com menos de 7 dias de idade, observado durante um determinado período de tempo, normalmente 1 ano civil, referido ao nº de nados vivos e fetos mortos de 28 ou mais semanas do mesmo período - Habitualmente expressa em nº de óbitos fetais de 28 ou mais semanas e óbitos de nados vivos com menos de 7 dias de idade por 1000 nados vivos e fetos mortos de 28 ou mais semanas TAXA DE MORTALIDADE NEONATAL PRECOCE Nº de óbitos de nados vivos com menos de 7 dias de idade, observado durante um determinado período de tempo, normalmente 1 ano civil, referido ao nº de nados vivos do mesmo período -Habitualmente expressa em nº de óbitos de nados vivos com menos de 7 dias de idade por 1000 nados vivos TAXA DE MORTALIDADE NEONATAL Nº de óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade, observado durante um determinado período de tempo, normalmente 1 ano civil, referido ao nº de nados vivos do mesmo período de tempo - habitualmente expressa em nº de óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade por 1000 nados vivos TAXA DE MORTALIDADE INFERIOR A 5 ANOS Nº de óbitos de crianças com menos de 5 anos de idade, observado durante um determinado período de tempo, normalmente 1 ano civil, referido ao nº de nados vivos do mesmo período -habitualmente expressa em nº de óbitos de crianças com menos de 5 anos por 1000 nados vivos !!! Segundo a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a taxa de mortalidade inferior a 5 anos é o melhor indicador isolado da situação de saúde da infância de um país e mesmo do progresso desse país RAZÕES: → mede um resultado final do processo de desenvolvimento e não um só fator de contribuição → representa o resultado de uma grande variedade de fatores de contribuição: a alimentação, os conhecimentos e cuidados de saúde da mãe, a disponibilidade de cuidados de saúde, o nível de imunização, a disponibilidade de água potável e saneamento básico e a segurança do meio ambiente de um modo geral → menos influenciada pelo erro da média do que por exemplo o PIB → até 1 ano de idade muitas crianças morrem por problemas de parto, malformações congénitas, morte súbita (Taxa Mortalidade Infantil alta) e estão protegidas por amamentação e imunidade inata (Taxa de Mortalidade Infantil baixa) →entre 1-5 anos de idade, caso não haja suficiente alimentação e cuidados maternos e de saúde a criança é mais vulnerável TAXA BRUTA DE MORTALIDADE Nº de óbitos observado durante um determinado período de tempo, normalmente 1 ano civil, referido à população média desse período -Habitualmente expressa em nº de óbitos por 1000 habitantes TBM=__nº óbitos observado num determinado período de tempo_______ x 10n População média desse período de tempo MORTALIDADE POR CAUSA A EUROSTAT recolheu dados e criou uma lista com as causas de morte mais frequentes, a lista foi criada tendo em conta os seguintes grupos etários: dos 0- 64 e +65. Segundo a WHO: (causas mais comuns) − Países de baixo rendimento (447 de 1000): infeção respiratória baixa, doença cardíaca coronária, doenças diarreicas, HIV/SIDA − Países de alto rendimento (138 de 1000): doença cardíaca coronária, AVC’s (doença vascular cerebral), cancro de pulmão TAXA DE MORTALIDADE MATERNA nº de óbitos de mulheres devido a complicações da gravidez, do parto e de puerpério, observado durante um determinado período de tempo, normalmente 1 ano civil, referido ao número de nados vivos do mesmo período - habitualmente expressa em nº de óbitos de mulheres nestas condições por 100.00O nados vivos ou nascimentos totais. TAXA DE MORBILIDADE número de portadores de determinada doença/condição, observado durante um determinado período, normalmente um ano civil, referido à população média do mesmo período; - habitualmente expressa em nº de doentes por 1000 ou 10000 habitantes. CRIANÇAS COM BAIXO PESO À NASCENÇA Crianças que nascem com menos de 2500g; - habitualmente expressa em %. ALEITAMENTO MATERNO Percentagem de crianças amamentadas aos 3 meses de idade; Percentagem de crianças amamentadas aos 6 meses de idade. Percentagem de crianças que fazem um ano no determinado ano civil em que foram amamentadas, pelo menos, parcialmente, quando tinham 3 e 6 meses de idade. ÍNDICE DE MASSA CORPORAL % população com IMC >= 30 kg/m2. Proporção de adultos (18+) obesos CONSUMO DE ÁLCOOL, FRUTA E VEGETAIS Litros de álcool puro consumido por pessoa com mais de 15 anos por ano Proporção de pessoas com +15 anos que reportam comer frutas (excluindo sumos) pelo menos 1x por dia Proporção de pessoas com +15 anos que reportam que consomem vegetais (excluindo batatas e sumos) pelo menos uma vez por dia TAXA DE ANALFABETISMO nº de pessoas sem saber ler nem escrever com 15 ou mais anos de idade, observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população total com 15 ou mais anos do mesmo período. ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO relação entre população idosa e população jovem, definida habitualmente como quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos; -Habitualmente expressa por 100 pessoas dos 0-14 anos. IE=____população idosa (65+)_____ x 10n População jovem (0-14) ÍNDICE DE LONGEVIDADE relação entre a população mais idosa e a população idosa, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com 75 ou mais anos e o número de pessoas com 65 ou mais anos; -Habitualmente expressa por 100 pessoas com 65 ou mais anos. IL=___população mais idosa (75+)___ x 10n População idosa (65+) ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA DE IDOSOS (ou crianças 0-14 anos) Relação entre a população idosa e a população em idade ativa, definida habitualmente como quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos; -habitualmente expressa por 100 pessoas com 15-64 anos. IDI=___população idosa (65+)___ População ativa (15-64) INDICADOR SIMPLES: medida específica que reflete aspetos concretos de um sistema EXEMPLO: esperança média de vida à nascença; taxa de mortalidade infantil, taxa de alfabetização… INDICADOR COMPOSTO/ SINTÉTICO/ ÍNDICE: medida composta que combina vários indicadores (agregação/ associação/ relação de vários indicadores) EXEMPLO: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento na elaboração dos relatórios anuais, desde 1993; medida sucinta e padronizada que mede o bem-estar através das realizações médias (acontecimentos) de um país em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: vida longa e saudável, conhecimento e nível de vida digno. DIMENSÕES- IDH INDICADORES- IDH INDICADORES QUANTITATIVOS- OBJETIVOS: referem ocorrências concretas da realidade social (exemplo, taxa de desemprego) VS INDICADORES QUALITATIVOS- SUBJETIVOS: medidas construídas a partir da avaliação dos indivíduos sobre a realidade social (exemplo: índice de confiança nas instituições) INDICADORES DESCRITIVOS: descrevem características e aspetos da realidade que não são dotados de significados valorativos (exemplo: taxa de mortalidade infantil) VS INDICADORES NORMATIVOS: refletem explicitamente juízos de valor ou critérios normativos (exemplo: número de pobres) INDICADORES RECURSO – input indicators: medidas associadas à disponibilidade de recursos humanos, financeiros ou equipamentos; quantificam os recursos disponibilizados nas diversas áreas políticas (exemplo: nº de nutricionistas por mil habitantes; gasto per capita por estudante universitário) INDICADORES PROCESSO/FLUXO – throughput indicators: indicadores intermediários, traduzem em medidas quantitativas o esforço operacional de alocação de recursos para obtenção de melhorias efetivas (exemplo: nº de consultas de nutrição por mês; fruta escolar distribuída por aluno) Esforço →INDICADORES RESULTADO/PRODUTO - output indicators: referem-se às variáveis resultantes de processos sociais complexos; quantificam melhorias efetivas de bem-estar; retratam os resultados efetivos de determinadas políticas (exemplo: esperança de vida ao nascer; nível de pobreza; % crianças fora do sistema de ensino) →INDICADORES: Têm origem em dados recolhidos de forma: → CONTÍNUA (óbitos, nascimentos…) → PERIÓDICA (recenseamento da populaçãoo, BA, IOF) → OCASIONAL (inquérito alimentar nacional…) Funções/ uso → Descrever a situação - diagnosticar → Analisar evolução e tendências - monitorizar → Planificar → Formular políticas → Avaliar → Investigar A sua utilidade depende de: → Facilidade de obtenção → Simplicidade de cálculo → Representatividade (maior ou menor cobertura populacional - da área/região/país) → Estabilidade temporal (séries históricas extensas e comparáveis) → Universalidade → Aceitação geral → Relevância social principais características → Simplicidade de cálculo / Fácil comunicação → Periodicidade → Desagregabilidade → Fiabilidade/ Reprodutibilidade (garantem concordância, produzem os mesmos resultados, entre medições repetidas sob as mesmas condições; relacionada com a qualidade da recolha dos dados → Validade (grau de proximidade entre o conceito e a medida; ex.: nível de pobreza; % famílias rendimento abaixo salário mínimo vs. rendimento médio per capita) → Sensibilidade (capacidade de refletir mudanças significativas quando se alteram as condições que afetam a dimensão em estudo; ex.: programa diabetes – Taxa geral de mortalidade vs. Taxa de mortalidade por diabetes) → Especificidade (consegue refletir alterações ligadas somente às mudanças da dimensão em estudo; ex.: pior em conceitos mais abstratos, IDH) Limitações: → Qualidade da recolha de dados (confiança nos registos administrativos…) → Falta de padronização das definições (impede comparabilidade…) → Descontinuidade/irregularidade da recolha → Atrasos na disponibilização/publicação → Problemas na cobertura territorial ! “Uma cifra estatística isolada é como poste com luz queimada: pode servir como apoio, mas sozinha não ilumina nada.” FONTES DE INFORMAÇÃO/ SISTEMAS DE INFORMAÇÃO SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA bases de dados/motores de busca centrados na recolha de dados básicos sobre a saúde da população e seus fatores determinantes; combinam a possibilidade de análise de dados temporais e de análises comparativas a nível nacional/europeu/internacional; alguns não são apenas sistemas de informação, mas “sistemas integrados de conhecimentos”, combinam dados, informação analítica e descritiva, e conhecimentos já baseados na evidência. IMPORTÂNCIA/UTILIDADE DOS Sistemas de Informação facilitar/permitir: →diagnosticar →comparar/monitorizar →planear/gerir/implementar → avaliar BASES DE DADOS NACIONAIS: INE DGS GEOSAUDE → PNPAS (Plano Nacional Para a Alimentação Saudável) PORDATA → base de dados de Portugal Contemporâneo BASES DE DADOS EUROPEUS: EUROSTAT ECHIM HEIDI EUPHIX – base de dados baseada na internet para profissionais de saúde, técnicos decretores de políticas e outros; apresenta informação sobre saúde pública com especial atenção às semelhanças e diferenças entre países da EU. BASES DE DADOS MUNDIAIS: OMS Banco Mundial (World Bank) Nações Unidas OECD UNICEF - publica anualmente o relatório de situação mundial de infância GAPMINDER - site recente que junta informação de vários sítios e mostra a evolução ao longo do tempo; explica a importância das bases de dados estatísiticos (indicadores/ índice) e a sua interpretação ONDE PROCURAR RELATÓRIOS? Nacionais: → Anuário Estatístico de Portugal 2014 (INE) → Anuários Estatísticos Regionais 2014 (INE) → Estatísticas da Saúde 2014 (INE) Europeus: → The European Health Report 2015 (WHO) → Status Report on Alcohol and Health in 35 European Countries 2013 (WHO) Internacionais: → World Health Statistics 2015 WHO → A situação mundial da infância 2015 (UNICEF) – publica anualmente o relatório da situação mundial da infância → Relatório de Desenvolvimento Humano 2015 (UN) → GAPMINDER – site recente que junta informação de vários sítios e mostra a evolução ao longo do tempo Fontes de Informação Alimentação/Nutrição → European Food and Nutrition Action Plan (NOPA) 2015-2020 – relatório /plano de ação da OMS criada com a colaboração União Europeia cujo objetivo é fornecer informação comparável; contém dados e detalhes de mais de 300 políticas nacionais e subnacionais na Região Europeia. INQUÉRITOS INDIVIDUAIS 2º INQUÉRITO ALIMENTAR NACIONAL (INSA 2009) Os resultados constituirão a base científica para o aconselhamento governamental na elaboração de políticas de educação e promoção para a saúde, através de escolhas alimentares e estilos de vida saudáveis, adequados aos vários grupos da população portuguesa, como comtemplado no Plano Nacional de Saúde 2004- 2010 IAN AF O conhecimento do consumo alimentar e da atividade física da população portuguesa é uma prioridade nacional, reconhecida nas Orientações Estratégicas do Plano Nacional de Saúde 2012-2016 SPCNA (Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação) Está a realizar um estudo de avaliação nutricional que comtempla a avaliação da ingestão alimentar, dos estilos de vida (atividade física, consumo de bebidas alcoólicos, hábitos tabágicos) e de saúde de uma amostra representativa da população portuguesa. Numa 1ª fase estão a ser inquiridos adultos e numa 2ª fase estão a ser inquiridas crianças e adolescentes. − A Nestlé é a entidade mecenas deste projeto, cujos protocolos do estudo foram desenvolvidos pela SPCNA, Instituição responsável pelo desenho do projeto, pelo treino dos inquiridores, pela verificação da sua execução e pela análise e divulgação dos dados. Direção Geral da Saúde Portugal: Alimentação Saudável em Números (2013) Portugal: Alimentação Saudável em Números (2015) European Nutrition and Health Report (ENHR II) O principal objetivo do projeto é produzir um relatório compreensivo e atual sobre nutrição e a saúde na Europa, que se foque na dieta, nível de atividade física, hábitos tabágicos e consumo de bebidas alcoólicas. Este relatório contribuirá para a identificação dos principais problemas nutricionais e ao nível da saúde na EU e para monitorizar e avaliar as políticas alimentares e nutricionais que estão em vigor nos Países Membros. A metodologia implica a recolha e critica de informação disponível nos indicadores mais usados para a avaliação do estado nutricional e de saúde da população dos 25 países europeus. Também irá disponibilizar informação sobre hábitos alimentares, indicadores de saúde relacionados com a dieta, tal como estabelecer políticas alimentares e nutricionais para os países da Europa. EFSA EFCOSUM (European Food Consumption Survey Method) Tabelas de composição alimentar INQUÉRITOS FAMILIARES →DAFNE-ANEMOS (é um banco de dados de disponibilidade de alimentos europeu com base em pesquisas de orçamento familiar (IOF)) BALANÇAS ALIMENTARES →Food balance sheets MEDIDAS (formas de medir a frequência de determinado acontecimento) MEDIDAS ABSOLUTAS: números, frequências absolutas (NÚMERO ABSOLUTO) MEDIDAS RELATIVAS: quocientes, frequências relativas, expressões de uma medida em função de outra, habitualmente contam com tamanho populacional e/ ou tempo (RAZÃO, TAXA, PROPORÇÃO) !! São formas de medir a frequência de determinado acontecimento RAZÃO: mede a relação entre duas quantidades distintas (com características diferentes); quociente de duas quantidades cujo numerador não está incluído no denominador; razão = a/b; Exemplo: razão de masculinidade = número de homens/número de mulheres PROPORÇÃO: quociente de duas quantidades cujo numerador está sempre incluído no denominador; exprime-se frequentemente em %; proporção = a/a+b varia entre 0 e 1 e não tem dimensão Exemplo: proporção de população idosa (+ 65) num determinado país; % mortes por tumores malignos. TAXA medida de frequência com que um dado acontecimento ocorre numa população, num determinado período de tempo; quociente calculado por divisão de um numerador respeitante a um acontecimento ocorrido num período de tempo específico, por um denominador, geralmente a população média existente nesse mesmo período de tempo. componentes: numerador, denominador, tempo específico em que se verificou o acontecimento e, geralmente um coeficiente de multiplicação sob a forma de uma potência de 10; mede a probabilidade ou risco de ocorrência de um determinado fenómeno ou acontecimento, por unidade de tempo. Exemplos: Taxa de Mortalidade Geral (nº óbitos/população total, num período de tempo); Taxa de Mortalidade Materna (nº óbitos mulheres por complicações gravidez- parto-puerpério /nº nados vivos, num período de tempo) numa “Verdadeira” taxa, tem-se em conta um período de tempo, mas não existe relação entre numerador e denominador; taxa = a/b; varia entre 0 e + e tem dimensão TIPOS DE TAXAS: → BRUTAS OU GERAIS (calculadas para a população total) → ESPECÍFICAS (calculadas para partes/subgrupos da população total, exemplo: idade, sexo…) → AJUSTADAS OU PADRONIZADAS (brutas ou específicas, calculadas por forma a remover /eliminar o efeito de diferenças na estrutura da população em causa (ex: ajustada para a idade, para o sexo…) PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA PREVALÊNICA: descreve a existência de doença/condição (casos); n.º de casos de determinada doença ou condição, presentes numa população, num dado momento; mede a proporção de indivíduos com uma determinada doença ou condição numa população, num determinado momento; não tem dimensão/[0-1]; útil para o planeamento dos serviços de saúde (conhecimento das necessidades de cuidados médicos na população) PREVALÊNCIA INSTANTÂNEA OU PONTUAL → n.º de casos de uma doença/condição presentes numa população, num determinado momento (momento exato). PREVALÊNCIA PERIÓDICA OU DE PERÍODO → n.º de casos de uma doença/condição presentes, numa população, durante um determinado período de tempo (período de observação). INCIDÊNCIA: descreve a ocorrência de “novos” casos de doença/condição; n.º de “novos” casos de determinada doença ou condição, que surgem numa dada população durante um determinado período de tempo; mede a proporção de indivíduos de uma população que adquiriram determinada doença /condição, durante um determinado período de tempo; mede uma mudança de estado (não tinha e passou a ter) RISCO útil para explorar teorias de causalidade, avaliar efeitos de medidas preventivas (avaliar programas de prevenção). INCIDÊNCIA CUMULATIVA = Risco = Proporção de Incidência → mede a probabilidade de ocorrência/risco médio de um indivíduo pertencente a uma população sã, contrair a doença/condição, num determinado período de tempo. TAXA DE INCIÊNCIA = Densidade de Incidência → mede a rapidez de ocorrência/velocidade com que surgem novos casos de doença/condição, numa dada população, tendo em conta o fator pessoa-tempo. INQUÉRITOS FAMILIARES Unidade de estudo: família Estes inquéritos são mais económicos que os inquéritos individuais, não fornecem dados sobre a distribuição alimentar dos membros da família (resultados expressos em quantidade de alimentos/ pessoa), permitem a comparação de padrões de consumo alimentar entre grupos socioeconómicos, regiões e países, são mais úteis em estudos ecológicos (formulação de hipóteses) Métodos utilizados (estimam a disponibilidade familiar) Contabilização de alimentos Inventário Registo familiar Listas CONTABILIZAÇÃO DE ALIMENTOS (food account) (INDIRETO) O responsável do agregado familiar mantém um registo detalhado das quantidades (e preços) dos produtos alimentantes adquiridos para o lar (incluindo ofertas e autoprodução). Estima-se também o consumo extra domiciliário (através de uma lista das aquisições diárias elaborada por cada um dos membros do agregado familiar). INVENTÁRIO (INDIRETO) Idêntico ao método anterior, mas inclui também a realização (pelo entrevistador ou responsável do agregado alimentar) de um inventário de todos os produtos alimentares existentes no alojamento no início e no fim do período de observação. Tem como vantagem ser mais preciso em relação à quantidade de alimentos realmente disponível para consumo em cada uma das famílias, contudo apresenta como desvantagem alertar para alimentos armazenados. REGISTO FAMILIAR (DIRETO) São pesados ou quantificados por medidas caseiras todos os alimentos a consumir (crus ou cozinhados) tendo em conta desperdícios de preparação (parte edível). São estimados e subtraídos os gastos com visitas e os desperdícios finais (prato). Por vezes também se faz o registo individual (consumo extra domicílio) e do gasto com animais domésticos. Se necessário podem ser realizadas mais visitas VISITA DE MANHÃ: o entrevistar recolhe informação sobre as quantidades de alimentos utilizados no pequeno-almoço, estima os desperdícios finais do jantar do dia anterior e pesa aquilo que vai ser utilizado no almoço. VISITA DA TARDE: o entrevistador estima os desperdícios finais do almoço e pesa o que vai ser utilizado no jantar. !!Técnica que combina o registo e a memória LISTAS (DIRETO) Com o auxílio de um questionário estruturado (listagem de alimentos adequada aos hábitos alimentares da população a estudar) é pedido ao representante do agregado familiar informação quantitativa e preço de todos os alimentos adquiridos (comprados, oferecidos ou produzidos) e consumidos pelo agregado familiar durante um dado período de tempo, geralmente 1 semana. VANTAGENS: método fácil e económico (necessita apenas de 1 visita do entrevistador); DESVANTAGENS: recorre à memória (importante avisar o responsável do agregado familiar antes da visita para que este possa guardar talões de compra, o que pode, ao mesmo tempo, distorcer os padrões de compra); não fornece informação sobre o consumo fora do domicílio, de visitas, dos diferentes elementos do agregado familiar Os métodos que dão informação BRUTA são os INDIRETOS (contabilização de alimentos e inventário) →São mais indicados para populações de maior abastecimento exterior e maior nível educacional Os métodos que dão informação LÍQUIDA são os DIRETOS (registo familiar e listas) →são mais indicados para populações com elevada autoprodução, elevado abastecimento exterior e baixo nível educacional Escolha do método deve ser baseada: na principal origem do abastecimento, no tipo de avaliação pretendida, escolaridade dos inquiridos, disponibilidade de inquiridores, duração do estudo… INQUÉRITOS AOS ORÇAMENTOS FAMILIARES Há o registo de tudo o que é comprado pelo responsável do agregado familiar e é pedido a cada elemento do agregado que registe o que adquire fora de casa em função do preço É um exemplo típico do método de Contabilização de Alimentos São realizados regularmente (anualmente até 5/5anos) por instituições governamentais com fins essencialmente económicos (receitas e despesas dos agregados familiares) Em Portugal são feitos desde 1967, demoram geralmente 1 mês a serem realizados e inclui a sazonalidade As questões sobre o consumo familiar reportam-se durante 1 mês e as questões sobre consumo extra reportam-se durante 15 dias Uma vez que não são obtidos em função de quantidades /peso não são úteis para fins nutricionais. Se tivesse fins nutricionais deveria incluir: ❖ Informação quantitativa sobre os produtos alimentares adquiridos num período de tempo ❖ Um nível razoável de agregação dos grupos de produtos alimentares utilizados ❖ Informação sobre o número, idade e sexo dos componentes do agregado familiar DAFNE-ANEMOSsoft (Data Food NEtworking project) É um banco de dados de disponibilidade de alimentos europeu com base em pesquisas de orçamento familiar; reconhece a limitada quantidade, qualidade e comparabilidade das fontes alimentares europeias OBJETIVO: harmonização dos dados europeus relativos aos IOF’s e informação socioeconómica dos vários países da Europa numa base de dados construída a baixo custo, de base de dados alimentar/ nutricional OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Identificar disparidades de hábitos alimentares e os seus determinantes sociodemográficos Avaliar a evolução temporal das práticas alimentares Identificar sub-grupos populacionais com hábitos alimentares desajustados Desenvolver medidas preventivas que visem alterar escolhas dos consumidores e implementar uma alimentação saudável Dividido em 15 grupos alimentares e 32+ sub-grupos alimentares, em rural/semi-urbano/urbano e educação primária/secundária/superior Estimativa de disponibilidade diária por pessoa (independente de idade ou sexo) A disponibilidade de alimentos e bebidas é calculada pela fórmula: Média per capita obtida pela razão da disponibilidade familiar diária e o número de membros do agregado familiar ❖ DAFNE-ANEMOSSoft →Disponibilidades familiares médias de alimentos /bebidas divididos em 15 grupos e alguns subgrupos →A informação pode ser consultada por países, por localidade, educação, ocupação e tipo de agregado familiar. Pode observar-se: Dados metodológicos Comparações dentro de um país Comparações entre países Evolução temporal →De acesso livre →O software apresenta a informação em vários formatos (tabelas, gráficos, mapas…) e com vários tipos de detalhe →Apresenta 3 principais funções de análise: Tendências dentro de um país Comparação entre países Comparação nos países → Os resultados são apresentados por localização, educação, ocupação, tipo agregado familiar 1990-1995-2000 Disponibilidade familiar em Portugal ( % de diferença da média de 1990) Bebidas alcoólicas; Açúcar/produtos açucarados; Gorduras/óleos positivos Pescado; Leite/produtos lácteos Cereais, batatas, leguminosas; Fruta, Produtos hortícolas negativos Carne/produtos cárneos; Refrigerantes INQUÉRITOS AOS ORÇAMENTOS FAMILIARES (IOF/ HBS) É um exemplo típico do método de Contabilização de Alimentos, são realizados regularmente (anualmente ou de 5 em 5 anos) por instituições governamentais, são inquéritos com representatividade nacional, visam os agregados familiares e não só os seus indivíduos em particular, têm essencialmente fins económicos (visam apurar receitas e despesas dos agregados familiares) EM PORTUGAL: Os inquéritos aos orçamentos familiares (IOF) são feitos de 5 em 5 anos, são os inquéritos às despesas das famílias O desenvolvimento destes inquéritos visa: A atualização periódica da estrutura das despesas da população residente num país (pilar fundamental para atualização do cabaz de bens e serviços utilizado no Índice de Preços do Consumidor) Recolhe dados sobre o rendimento disponível monetário e não monetário dos agregados familiares Recolhe dados sobre alguns indicadores de conforto básico Amostra: aleatória estratificada e multietápica, representativa dos agregados familiares residentes em alojamentos não coletivos no território nacional Tamanho amostral: 1990 – 12 403 af (40 047 indiv.) 1995 – 10 554 af (32 124 indiv.) 2000 – 10 020 af (28 311 indiv.) 2005 – 10 403 af 2010 – 9 489 af 2015 – 11 398 af Unidade amostral: agregado familiar pessoa/ grupo de pessoas a viverem juntas e a partilharem despesas alimentares Taxa de resposta: 1990 – n.d.; 1995 – 77,3 %; 2000 – 73,2 % ; 2010 – 68 %; 2015 - 64,1% Per capita Disponibilidade diária do agregado familiar / número de dias x tamanho do agregado familiar VANTAGENS: Aplicados com regularidade em muitos países Utilização de amostras com representatividade nacional Conduzidos com metodologias semelhantes Dados acessíveis a baixo custo Permitem a ligação da informação alimentar com dados demográficos e socioeconómicos (agregado e membros do agregado) LIMITAÇÕES: Não idealizadas para fins alimentares/ nutricionais Não consideram diferenças de idade/ género dos membros do agregado familiar Períodos de recolha diferentes por país Falta de informação sobre consumo alimentar fora de casa ÚTEIS PARA ESTUDAR: Níveis e padrões alimentares Evolução temporal Comparação entre países Adequação de recomendações alimentares Identificar subgrupos populacionais com deficiências específicas Associação entre alimentação e saúde Influencias demográficas Implementação e avaliação de políticas alimentares Sistemas de monitorização e vigilância BALANÇAS ALIMENTARES Métodos de avaliação da disponibilidade alimentar de um país num determinado período de tempo, habitualmente um ano civil Conjunto de dados estatísticos (agrícolas e comerciais) referentes à disponibilidade de alimentos de um país, durante um determinado período de tempo, habitualmente um ano civil Disponibilidades alimentares expressas per capita (por habitante): → Quantidade de produto alimentar (Kg/per capita/ano ou g/per capita/ano) →Energia (cal/per capita/ano) →Macronutrientes (g7 per capita/dia) É um método de avaliação do consumo de alimentos de forma INDIRETA, a nível NACIONAL; representa o “consumo alimentar aparente” a nível nacional !!! DISPONIBILIDADE ALIMENTAR É DIFERENTE DE CONSUMO ALIMENTAR É um balanço que resulta de entradas e saídas, à escala nacional, da quantidade de alimentos que se encontra disponível para consumo humano, durante um determinado período de tempo ENTRADAS= produção + importação + variação de stocks SAÍDAS= exportação + utilização para fins não alimentares (sementes, alimentação animal, produtos processados) + perdas no armazenamento e transporte BALANÇA ALIMENTAR PORTUGUESA Definida pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) METODOLOGIA Ambiente geográfico: país Período de referência: ano civil Campo de observação: integra todos os produtos da agricultura, pesca e indústria alimentar, cuja principal função seja a alimentação humana - Grau de desagregação da informação alimentar: 14 grupos e 50 sub-grupos FOOD BALANCE SHEETS Publicadas pela FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations) 1961- 2011 (176 países) Há uma lista dos 21 grupos e subgrupos Grande total + (total) Produtos vegetais + (total) Produtos animais + (total) EXEMPLO: Cereais excluindo feijão + (total) Arroz Trigo Cevada Milho Centeio Aveia Painço Sorgo Cereais… LIMITAÇÕES/ FONTES DE ERRO DAS BALANÇAS ALIMENTARES Não avaliam o consumo alimentar real (a produção caseira, o consumo de animais domésticos e a destruição ao nível dos domicílios não são quantificados) Consideram o país um todo uniforme, sem distinção de diferentes grupos populacionais (idade, sexo, sociocultural, económico), zonas geográficas e sazonalidade Disponibilidade e fiabilidade dos dados estatísticos (diferentes de país para país) Alimentos não comercializados/ declarados (mercado negro, auto-produção, caça, pesca) Stocks/ desperdícios de difícil contabilização (destruição para controlo de preços…) Estimar população total no período (emigrantes ilegais, turistas, refugiados) Passagem de alimentos a produtos primários equivalentes Passagem de alimentos a nutrientes VANTAGENS DAS BALANÇAS ALIMENTARES Estatísticas recolhidas anualmente em quase todos os países Metodologia semelhante Reunidas numa base de dados única (FAO) Dizem respeito tanto aos agregados domésticos privados como também ao setor não domiciliar (escolas, hospitais, restaurantes…) Dados sobre “disponibilidade per capita” de itens alimentares, energia, macronutrientes, mas também quantidades produzidas, importadas, exportadas… UTILIDADE Avaliar a evolução das disponibilidades alimentares de um país ao longo do tempo Comparar as disponibilidades alimentares entre países, num mesmo período de tempo Indicar em que medida as disponibilidades alimentares de um país estão adequadas às necessidades nutricionais Determinar o grau de auto- suficiência de um país (produção/ importação) Permitir o estudo das relações entre disponibilidades alimentares e padrões de doença de um país Desenvolver e avaliar políticas alimentares a nível nacional (produção, distribuição e consumo) PORTUGAL TEM UMA ALIMENTAÇÃO MEDITERRÂNICA? DISPONIBILIDADE ALIMENTAR NACIONAL MAI: Mediterranean Adequacy Index (índice de adequação mediterrânica) Portugal é referido como país mediterrânico! Não só pela sua história, pelas suas práticas sociais e culturais, mas também pelos seus hábitos alimentares. Razão da % de energia vinda de: “ALIMENTOS MEDITERRÂNICOS” (cereais e derivados, leguminosas, batatas, hortícolas, fruta, frutos secos, peixe, óleos vegetais e vinho) “ALIMENTOS NÃO- MEDITERRÂNICOS” (leite e produtos lácteos, carne e derivados, ovos, gorduras animais, refrigerantes, açúcar e produtos açucarados) Mínimo: 0; máximo: mais infinito; DM: > ou = 4 (elevado) Desde 1961 até 2003, o MAI (índice de adequação mediterrânica), calculado pela FAO através da Balança Alimentar tem vindo a diminuir. Em 1961 era de 4,2, em 1969 era de 4 e em 2003 era aproximadamente 1,75. Conclui-se então que Portugal se está a afastar do padrão alimentar mediterrânico, assim como a França, Grécia, Itália e Espanha. Notavelmente, as tendências da transição da dieta estão a decorrer de forma mais rápida em Portugal do que nos outros 4 países mediterrânicos.” O índice de Portugal era 0,82 enquanto que o da Grécia, por exemplo, era 2,04. Verificou-se uma diminuição da disponibilidade (em % de energia) dos grupos mediterrânicos de cerais (excluindo a cerveja), leguminosas, vinho, frutos gordos, peixe, hortícolas e um aumento da disponibilidade (em % de energia) dos grupos não mediterrânicos em carne, laticínios, gorduras animais (excluindo a gordura de peixes) e ovos. TRANSIÇÃO NUTRICIONAL Fenómeno no qual ocorrem mudanças nos padrões nutricionais e de atividade física numa dada população, ao longo do tempo, sendo em geral uma passagem da desnutrição para a obesidade. Foco no planeamento familiar, controlo de doenças infeciosas; Foco no envelhecimento Foco na prevenção de fome/ desnutrição; Foco na intervenção médica iniciativas políticas e mudança comportamental →TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA: passagem de um padrão de elevada natalidade e mortalidade para um padrão de baixa natalidade e mortalidade e consequentemente, um aumento da esperança média de vida Natalidade e mortalidade→ Natalidade e mortalidade → esperança média de vida →TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA: passagem de um padrão caracterizado por elevada prevalência de doenças infeciosas associadas à má nutrição, períodos de fome e más condições sanitárias para um outro caracterizado pela elevada prevalência de doenças crónicas não transmissíveis, associadas ao estilo de vida típico das sociedades urbanas e industrializadas Doenças infeciosas (má nutrição) → Doenças crónicas não transmissíveis →TRANSIÇÃO NUTRICIONAL: passagem de um padrão caracterizado pela alta prevalência de desnutrição para um outro caracterizado pela prevalência de doenças crónicas não transmissíveis relacionadas com a alimentação e atividade física Desnutrição → Doenças crónicas não transmissíveis (devido ao estilo de vida) Existem 5 PADRÕES/ MODELOS NUTRICIONAIS: PALEOLÍTICO= Recoletor de alimentos FOME RECESSÃO DE FOME= Ausência de fome DOENÇAS CRÓNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS= doenças degenerativas MUDANÇAS/ ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS ❖ RECOLETOR DE ALIMENTOS ALIMENTAÇÃO: grande variedade de alimentos; predominância de alimentos de origem vegetal e animais selvagens; rica em hidratos de carbono e fibra; pobre em gorduras (saturada) ATIVIDADE FÍSICA: elevada atividade física ESTADO NUTRICIONAL: pouca massa gorda (população robusta); algumas deficiências nutricionais; baixa incidência de obesidade DEMOGRAFIA: população jovem; elevada mortalidade; baixa natalidade; baixa esperança média de vida à nascença TECNOLOGIA: processo tecnológico inexistente População caçador- coletor ❖ FOME ALIMENTAÇÃO: menor variedade de alimentos; predominância de alimentos de cereais; pobre em gorduras ATIVIDADE FÍSICA: moderada atividade física ESTADO NUTRICIONAL: diminuição da estatura; aumento das doenças relacionadas com deficiências nutricionais (especialmente crianças e mulheres) DEMOGRAFIA: população jovem; elevada mortalidade materna e infantil; elevada natalidade; baixa esperança média de vida à nascença TECNOLOGIA: início do armazenamento de alimentos População agrícola ❖ RECESSÃO DE FOME ALIMENTAÇÃO: pouca variedade de alimentos; rica em produtos hortofrutícolas e alimentos de origem animal; pobre em cereais integrais; pobre em hidratos de carbono complexos (amido) e gorduras ATIVIDADE FÍSICA: baixa atividade física/ sedentarismo ESTADO NUTRICIONAL: aumento da estatura; manutenção de algumas deficiências nutricionais (especialmente crianças e mulheres); muitas outras desapareceram DEMOGRAFIA: população jovem e idosa; baixa mortalidade; elevada natalidade TECNOLOGIA: processos de armazenamento de alimentos (salga e desidratação); tecnologia de enlatamento; processos de refinação de alguns alimentos Revolução industrial- desenvolvimento das grandes cidades ❖ DOENÇAS CRÓNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS ALIMENTAÇÃO: rica em alimentos processados, alimentos de origem animal e açúcar; rica em gordura total, colesterol e hidratos de carbono refinados; pobre em gordura polinsaturada e fibras ATIVIDADE FÍSICA: aumento do sedentarismo ESTADO NUTRICIONAL: aumento da massa gorda; aumento da obesidade e osteoporose, diabetes, doenças cardiovasculares e cancro DEMOGRAFIA: aumento da população idosa; baixa natalidade; aumento da esperança média de vida à nascença TECNOLOGIA: enumeras tecnologias de processamento alimentar Países industrializados- sociedades abastadas ❖ MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS ALIMENTAÇÃO: rica em produtos hortofrutícolas, leguminosas e cerais integrais; pobre em alimentos processados e açúcar; rica em hidratos de carbono complexos, gordura insaturada e micronutrientes ATIVIDADE FÍSICA: atividade física/ exercícios de lazer ESTADO NUTRICIONAL: diminuição da massa gorda; fortalecimento ósseo; diminuição da incidência de doenças degenerativas (prevenção e terapêutica) DEMOGRAFIA: aumento da população idosa; elevada esperança média de vida à nascença TECNOLOGIA: período auge da mecanização e da robotização industrial; novos alimentos Sensibilização das populações para a mudança: hábitos alimentares e atividade física DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE/ ALIMENTAR/ NUTRICIONAL DIAGNÓSTICO CLÍNICO OBJETIVO: Curar a doença da pessoa INFORMAÇÃO NECESSÁRIA: história clínica, exame físico e exames complementares TIPO DE DIAGNÓSTICO: diagnóstico individual PLANO DE AÇÃO: tratamento, reabilitação AVALIAÇÃO: acompanhamento clínico (melhora/ cura) DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO: OBJETIVO: melhorar o nível de saúde da comunidade INFORMAÇÃO NECESSÁRIA: dados sobre a população, doenças existentes, causas de morte, serviços de saúde… TIPO DE DIAGNÓSTICO: diagnóstico comunitário PLANO DE AÇÃO: programas de saúde prioritários AVALIAÇÃO: mudanças no estado de saúde da população “tirar a melhor fotografia possível” …envolve fazer escolhas!