Aula 8 Principais Doenças Imunológicas, Bacterianas, Fúngicas e Virais com Manifestação Bucomaxilofacial PDF
Document Details
Uploaded by PlentifulFourier
Alabama A&M University
Tânia Sanches Pato
Tags
Summary
Este documento apresenta uma aula sobre doenças imunológicas, bacterianas, fúngicas e virais com manifestação bucomaxilofacial, fornecendo informações gerais sobre infecções virais, incluindo herpes, varicela, hepatites, HPV e HIV.
Full Transcript
Principais Doenças Imunológicas, Bacterianas, Fúngicas e Virais com Manifestação Bucomaxilofacial Infecções Virais de...
Principais Doenças Imunológicas, Bacterianas, Fúngicas e Virais com Manifestação Bucomaxilofacial Infecções Virais de Interesse Estomatológico Tânia Sanches Pato Doenças infecciosas virais de interesse em Estomatologia Infecções virais Características gerais, clínicas, diagnose e tratamento História natural Herpe Varicela- Hepatites HPV HIV s vírus zoster infecciosa s Tânia Sanches Pato Infecção pelo Herpes Vírus Humano (VHS) Praticamente toda a população tem contato com o vírus do herpes simples humano em idades bem precoces, geralmente durante a primeira infância. Em mais de 99% dos infectados na primoinfeccção, a doença evolui subclinicamente, de modo que os infectados permanecem imunizados de modo perene. Em menos de 1% dos infectados, ocorre a gengivoestomatite herpética primária, com o quadro clínico clássico Tânia Sanches Pato Infecção pelo Herpes Vírus Humano (VHS) A sintomatologia geral é a que ocorre na maioria das viroses humanas (febre, mal-estar geral, inapetência, fadiga, dores no corpo). Em casos excepcionais de crianças desnutridas ou com imunodeficiências graves, pode ocorrer a infecção disseminada pelo organismo, com quadros gravíssimos, inclusive no sistema nervoso central (meningites por VHS). Tânia Sanches Pato Infecção pelo Herpes Vírus Humano (VHS) Nessa pequena fração da população que sofreu a estomatite herpética primária (gengivoestomatite herpética primária), o vírus permanece em estado latente no gânglio de Gasser (do quinto par craniano – nervo trigêmeo). Tânia Sanches Pato Infecção pelo Herpes Vírus Humano (VHS) Na adolescência, por queda momentânea da imunidade (luz solar em excesso, estresse emocional, problemas hormonais em mulheres, entre outros), o vírus é ativado e retorna ao local da primeira infecção ou periferia, e inicia-se o ciclo da estomatite herpética recorrente ou recidivante. Os locais mais comuns incluem a porção média anterior dos lábios e mucosa nasal, podendo ocorrer em outras áreas próximas. Tânia Sanches Pato Infecção pelo Herpes Vírus Humano (VHS) O quadro clássico é o de vesículas, que se rompem um ou dois dias depois, deixando ulcerações secundárias, que logo se coalescem (se juntam), formando uma úlcera única, que em prazo variável (10 a 14 dias) evolui para a reparação sem sequelas cicatriciais. Normalmente, quem sofre de estomatite herpética recorrente percebe (por uma sintomatologia fugaz), na fase prodrômica da doença (fase sem sintomas clínicos), que dentro de um ou dois dias vai sofrer o surto (aura). Tânia Sanches Pato Infecção pelo Herpes Vírus Humano (VHS) Os vírus tipos 1 e 2 (são vírus DNA e variam entre si em sua estrutura. ) pertencem à família Herpesrviridae, sendo parentes próximos do citomegalovírus (CMV), do vírus varicela Zoster (VZV) e do Epstein-Barr vírus (EBV). Diagnóstico: quadro clínico somado aos dados da anamnese. hemograma: em torno de uma semana após a instalação do quadro clínico, vai mostrar linfocitose (aumento no número de linfócitos) e presença de virócitos (macrófagos degenerados). Tânia Sanches Pato Infecção pelo Herpes Vírus Humano (VHS) Tratamento: antivirais preferencialmente tópico (aciclovir, valaciclovir, famciclovir). Aciclovir: um esquema efetivo em adultos e crianças (aciclovir creme 5%, cinco vezes ao dia por 4 dias, iniciado logo após o diagnóstico), inclusive nos quadros recorrentes. Tânia Sanches Pato Infecção pelo Herpes Vírus Humano (VHS) O tratamento sistêmico (maiores de 12 anos) inclui: Valaciclovir (2 g V.O., duas vezes ao dia por 1 dia) Famciclovir (250 mg V.O., três vezes ao dia por 5 dias). Tânia Sanches Pato Infecção pelo vírus varicela- zoster O agente causador da varicela é um vírus RNA, da mesma família do vírus do herpes simples humano (Herpetoviridae). O recém-nascido de mãe vacinada ou que contraiu a varicela (catapora) recebe imunização passiva pelo leite, que dura até os seis meses de idade. Tânia Sanches Pato Infecção pelo vírus varicela-zoster O contato inicial se dá por via direta (vias aéreas superiores – partículas do vírus em aerossóis) ou por objetos contaminados (via indireta). Raramente a catapora é transmitida via contato com as lesões cutâneas. Tânia Sanches Pato Infecção pelo vírus varicela- zoster O vírus possui alta infecciosidade e o primeiro contato produz a varicela (catapora), que é uma doença do grupo das vesicobolhosas. Tânia Sanches Pato Infecção pelo vírus varicela-zoster A doença confere imunização perene contra a catapora. É importante salientar que a catapora pode se associar à síndrome de Reye, que acomete crianças e jovens (adolescentes) que utilizam a aspirina (AAS) durante a fase clínica aguda da catapora, levando a comprometimento hepático e cerebral fulminante (causa edema cerebral). Boa parte dos óbitos se deve a essa associação e nem todos são orientados a respeito. Tânia Sanches Pato Infecção pelo vírus varicela- zoster A vacinação se faz a partir de um ano de idade, pela tetra vacina (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Tânia Sanches Pato Infecção pelo vírus varicela- zoster O diagnóstico é feito com base clínica, a partir da sintomatologia e das lesões cutâneas e na mucosa oral (não são raras). A sorologia revela, na fase aguda da doença, altos títulos de IgM circulantes, que diminuem com a cura e desaparecem algum tempo depois, permanecendo altos títulos de IgG. Tânia Sanches Pato Infecção pelo vírus varicela- zoster Após a catapora, o vírus pode permanecer em estado latente num gânglio nervoso. Um segundo surto, geralmente na idade adulta, provoca o zoster, uma infecção vesicobolhosa e cutâneo- mucosa, que acompanha o trajeto de um nervo sensitivo superficial, raramente ultrapassando a linha média do local atingido Tânia Sanches Pato Infecção pelo vírus varicela- zoster Conhecido popularmente como “cobreiro”, o zoster de repetição em adultos revela imunidade diminuída e exige investigação de doença de base, não sendo raro em linfomas e outras doenças, inclusive na AIDS. O diagnóstico, igualmente, é feito com base clínica e informações da história médica. A sorologia para zoster revela, durante o curso da doença, altos títulos de IgM, que baixam após a cura, permanecendo altos títulos de IgG. Tânia Sanches Pato Infecção pelos vírus da Hepatite A hepatite A é causada pelo vírus HAV (RNA da família dos picornavírus). Seus sintomas incluem: febre, mal-estar, náusea, inflamação hepática e desconforto abdominal. Tânia Sanches Pato Infecção pelos vírus da Hepatite A via de contaminação é a fecal-oral, em locais com condições precárias de saneamento básico, pelo contato sexual. Surtos epidêmicos podem ocorrer por água ou comida contaminada. A contaminação por transfusão sanguínea é rara, mas pode acontecer. A evolução é benigna e a imunização após a doença é perene. Tânia Sanches Pato Infecção pelos vírus da Hepatite A hepatite B é uma doença altamente incapacitante, estimando-se em 350 milhões de indivíduos portadores crônicos do vírus da hepatite B no mundo. Destes, 50% correm o risco de morte por cirrose e hepatocarcinoma. Nos adultos, a maioria desenvolve infecção aguda (5-10% dos casos cronificam). Quando ocorre na infância tende a se cronificar. Em 1 a 2% dos casos ocorre a hepatite fulminante, de alta morbidade e mortalidade. Tânia Sanches Pato Infecção pelos vírus da Hepatite Os sintomas incluem: anorexia, náusea, vômitos, dor abdominal, Hepatomegalia, icterícia, urina escura (cor de “borra de café”), e transaminases (TGO, TGP e LDH) aumentam significativamente no curso agudo da doença. Tânia Sanches Pato Infecção pelos vírus da Hepatite A transmissão é parenteral-percutânea ou mucosa, através de sangue ou outros fluídos orgânicos (saliva, sêmen, fluido vaginal, leite materno). Tânia Sanches Pato Infecção pelos vírus da Hepatite Os profissionais de saúde correm risco 2 a 10 vezes maior de contaminação, devendo sempre trabalhar com protocolos recomendados de biossegurança, além de receber a vacina após a sorologia. Tânia Sanches Pato Infecção pelos vírus da Hepatite A hepatite C é a forma mais grave, pois uma boa porcentagem evolui para câncer do fígado. Se propaga pelo sangue e seus derivados (quando usados em grandes quantidades). O diagnóstico das hepatites B e C é feito principalmente com biópsia de fígado e sorológicos, dos quais o mais sensível é a técnica de PCR (reação em cadeia de polimerase) RT (real time), que consegue detectar em torno de 400 cópias de vírus no organismo. Tânia Sanches Pato Infecção pelos vírus da Hepatite A atenção aos portadores de hepatites exige: consultas marcadas no fim do dia; adiar tratamento eletivo até infecção estar resolvida; luvas e máscara duplas; reduzir o número de instrumentos que causam aerossóis; atenção para medicamentos hepatotóxicos. Tânia Sanches Pato Infecção pelos vírus da Hepatite Para o vírus da Hepatite A: Anti-HAV IgM (anticorpos IgM contra o vírus da hepatite A); Anti-HAV (anticorpo total, IgG+IgM, contra a hepatite A). Tânia Sanches Pato Para o vírus da Hepatite B (HBV): Infecção pelos HBsAg (antígenos de superfície vírus da do vírus da hepatite B); Hepatite Anti-HBs (anticorpo contra o antígeno de superfície do vírus da hepatite B); Anti-HBc IgM (anticorpo IgM contra o antígeno core do vírus da hepatite B); Anti-HBc (detecta anticorpo total, IgG+IgM, contra o antígeno core do vírus da hepatite B); Hbe-Ag (antígeno “e” do vírus da hepatite B); Anti-Hbe (anticorpo contra o antígeno “e” do vírus da hepatite B). Tânia Sanches Pato Infecção pelos vírus da Hepatite Para o vírus da Hepatite C (HCV): Anti-HCV (anticorpo contra o vírus da hepatite C). Tânia Sanches Pato Infecção pelo HPV O HPV (Human Papilloma vírus) é um vírus DNA não envelopado, da família Papillomaviridae. São conhecidos mais de 200 subtipos, dos quais o 16, o 18, o 31 e o 45 estão incriminados no câncer de colo de útero (vale lembrar que já existe vacinação disponível para meninas dos 9 aos 13 anos). Tânia Sanches Pato Infecção pelo HPV Na cavidade oral, causam lesões únicas ou múltiplas (pápulas), pequenas, em formato de “dedos de luva” ou “couve-flor”. Alguns subtipos estão ligados atualmente ao carcinoma epidermoide de orofaringe (subtipos 2, 11, 16 e 18). Tânia Sanches Pato Infecção pelo HPV O diagnóstico é feito com base clínica e histopatológico, que revela proliferação papilar e digitiforme do tecido epitelial com hiperqueratose, em estroma fibrovascular. Observa-se a presença de coilócitos, que são inclusões virais do HPV. A transmissão sexual causa o condiloma acuminado, ou “verruga venérea”, que também pode ocorrer na mucosa oral. Tânia Sanches Pato Infecção pelo HIV O HIV pertence ao gênero Lentivírus, da família Retroviridae (retrovírus), de estrutura RNA, do qual se conhecem dois tipos: o HIV1, mais prevalente e infeccioso, e o HIV2, mais confinado ao continente africano, parece ser mais resistente que o HIV1 às drogas antirretrovirais. Tânia Sanches Pato Infecção pelo HIV O contágio se realiza pelo sangue e sêmen, embora o HIV tenha sido isolado de todos os fluidos humanos. Tânia Sanches Pato Infecção pelo HIV Reprodução do HIV Tânia Sanches Pato Infecção pelo HIV O indivíduo soropositivo para o HIV, na fase da doença, é vitimado por infecções oportunistas, e dentre estas, a candidíase causada notadamente pelas espécies albicans e dubliniensis tem grande interesse estomatológico, pois funciona como um indicador biológico do grau da imunodeficiência do indivíduo infectado. Outras doenças oportunísticas, de natureza fúngica, bacteriana e viral, podem se instalar, sempre com Sarcoma de sintomatologia e quadros exacerbados, Kaposi devido à imunossupressão da imunidade celular. Tânia Sanches Pato Infecção pelo HIV O diagnóstico é feito atualmente por testes bastante rápidos e confiáveis, sorológicos e moleculares. O teste rápido DPP Bio-Manguinhos HIV 1 e 2 (a partir de fluido oral, sangue total e plasma) está sendo produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Outros testes incluem a RT-PCR (reação em cadeia de polimerase em tempo real), com altas sensibilidade e especificidade. Os principais exames iniciais ainda utilizados no diagnóstico da SIDA (AIDS), após os testes rápidos de triagem, incluem o ELISA (enzime linked immunosorbent assay) e o Western Blotting. Tânia Sanches Pato Tânia Sanches Pato