Aula 7_EPH_2024-25 PDF
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Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa
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These lecture notes cover the history and epistemology behind psychology. It details the transition from philosophical thought to experimental psychology within the context of the 19th century.
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Tópicos da aula Tópicos da aula Da psicologia filosófica à ciência experimental Bell, Müller, Weber, Fechner Herman von Helmoltz Willlem Wundt Ética & deontologia Evolução da Psicologia A Epistemologia fornece uma estrutura para entender a mudança da psicologia da filosofia...
Tópicos da aula Tópicos da aula Da psicologia filosófica à ciência experimental Bell, Müller, Weber, Fechner Herman von Helmoltz Willlem Wundt Ética & deontologia Evolução da Psicologia A Epistemologia fornece uma estrutura para entender a mudança da psicologia da filosofia para a ciência. Essa mudança pôs em causa a confiabilidade da introspeção e da observação subjetiva, levando a metodologias experimentais. Raízes filosóficas: A base filosófica da psicologia concentrou-se na compreensão da mente humana através de métodos especulativos de filósofos como Aristóteles e Descartes (i.e., experiência subjetiva mais do que investigação empírica). Transição para a ciência empírica: Com a ascensão do empirismo, a psicologia começou a adotar métodos das ciências naturais, como a observação e a experimentação, afastando-se dos métodos especulativos. Esta mudança fazia parte de tendências intelectuais mais amplas na Europa do século XIX, especialmente na Alemanha, influenciadas pelo positivismo, que enfatizava o conhecimento derivado da experiência sensorial e dos métodos científicos. 3 Ética & deontologia Evolução da Psicologia Positivismo → corrente filosófica do início do século XIX, sistematizada principalmente pelo filósofo francês Auguste Comte que rejeitava a especulação e focava exclusivamente naquilo que podia ser observado e verificado empiricamente. Características do Positivismo Rejeição da Metafísica - desconsidera explicações metafísicas ou teológicas, que Comte e outros positivistas viam como especulativas e impossíveis de comprovação. O Conhecimento como Ferramenta para Prever e Controlar: A ciência, ao identificar leis naturais, teria o poder de prever acontecimentos, e esse conhecimento poderia ser aplicado para melhorar a sociedade. Hierarquia das Ciências: Comte acreditava que as ciências deveriam ser organizadas em uma hierarquia, com a matemática e a física como bases. Ele via a psicologia como subordinada à fisiologia e sociologia, pois, segundo ele, os fenômenos psicológicos seriam explicados por leis físicas e sociais. 4 Ética & deontologia Contexto histórico: Ciência e Filosofia do Século XIX O século XIX assistiu a avanços em domínios como a física e a fisiologia, fomentando uma cultura científica que dava prioridade às provas empíricas. Figuras como Helmholtz exemplificaram esta nova abordagem, combinando a investigação fisiológica com a investigação filosófica. Psicologia empírica: Os métodos empíricos utilizados nas ciências físicas influenciaram a psicologia. O sistema universitário alemão, influenciado pelo conceito de Humboldt de Bildung (educação abrangente) e Wissenschaft (conhecimento através da investigação), criou um ambiente fértil para o aparecimento da psicologia como ciência. Papel das figuras-chave: Helmholtz e Wundt foram fundamentais na aplicação de princípios científicos à psicologia. Os estudos fisiológicos de Helmholtz lançaram as bases abordagens empíricas, enquanto o estabelecimento de um laboratório por Wundt marcou um passo decisivo na institucionalização científica da psicologia. 5 Charles Bell (1774-1842) Charles Bell (1774-1842) Fisiologista inglês Fisiologia experimental Raízes dos nervos espinhais Especificidade dos nervos sensoriais Bell (cont.) Charles Bell (1774-1842) Experimentos com raízes de nervos espinhais anteriores e posteriores em animais Isolava raízes dos nervos, controlava estímulo sensorial e resposta motora Raízes anteriores: função sensorial Raízes posteriores: função motora Especificidade dos nervos sensoriais Cada órgão dos sentidos é incapaz de receber impressões endereçadas a um outro órgão Johannes Müller Johannes Müller(1801 – 1858) – 1858) (1801 Universidade de Berlim Professor de Helmholtz Handbuch der Physiologie des Menschen em 1833/40 A doutrina de energias nervosas específicas (Nervo sensorial) Sensações (aspectos fisiológicos e psicológicos) J. Müller (cont.) Johannes Müller (1801 – 1858) Sentidos são condições dos nervos, e não propriedades das coisas que os excitam Razão e imaginação interpretam aquelas mudanças nos nervos Acreditava que o ser humano tanto na mente quanto no corpo está sujeito às mesmas leis naturais que os corpos inanimados Descreveu as expressões faciais de diversas emoções e padrões de movimento expressivo Rudolf Hermann Lotze Rudolf Hermann (1817 Lotze (1817 – 1881) – 1881) Preocupado com as bases fisiológicas da psicologia Explicação da percepção de espaço Parte nativista - sustenta que não se pode perceber o mundo sem construí-lo em termos espaciais (Kant) Parte empírica - os pormenores das relações entre várias partes diferentes devem-se à aprendizagem Ernst Heinrich Weber (1795-1878) Ernst Heinrich Weber (1795-1878) Nasceu em Wittenberg e estudou na Universidade de Leipzig Anatomista e fisiologista Estudo pioneiro dos órgãos dos sentidos e a sensibilidade da pele. Ernst Heinrich Weber (1795-1878) Problema da relatividade perceptual: Weber inspirou-se em Daniel Bernoulli que em 1838 disse que 1 franco vale mais para um homem pobre do que 10 francos para um homem rico. Mudanças físicas nem sempre produzem mudanças psicológicas. Menor diferença perceptível: Qual é a menor diferença entre dois pesos que pode ser percebida com confiabilidade? A percepção da diferença não era fixa mas variável e dependia do tipo de peso apresentado. “A capacidade para discriminar pequenas diferenças num estímulo depende não só da intensidade do estímulo, senão também de uma certa relação entre a diferença de pesos e o peso padrão utilizado no experimento” GustavGustav TheodorTheodor FechnerFechner (1801-1887) (1801-1887) Físico e Filósofo ELEMENTOS DE PSICOFÍSICA em 1860 INTRODUÇÃO À ESTÉTICA em 1876 Problema: relação entre fenómenos físicos e fenómenos mentais Expande a teoria de Weber e estabelece a psicofísica. Gustav Theodor Fechner (1801-1887) matemática + crenças = Psicofísica Psicofísica “ciência exata das relações funcionais de dependência entre o mundo físico e o psíquico, em que o evento físico era medido e controlado com os instrumentos da física, e o evento mental era indiretamente registrado mediante o relato verbal dos sujeitos experimentais” (Figueiredo, 1989, p. 50) Gustav Theodor Fechner (1801-1887) Elemente der Psychophysik, 1860. Métodos psicofísicos capazes de quantificar de forma precisa a consciência imediata de um estímulo (sensação). Demonstra princípios de limiar absoluto e diferencial. Demonstração da sua formulação acerca da relação entre o mundo físico (estímulo) e o mundo psicológico (sensação). A assim chamada Lei de Fechner: A percepção de um estímulo aumenta de forma logarítmica em relação ao aumento da sua intensidade física. E.g.: se dobramos a intensidade de uma luz, não necessariamente percebemos que ela ficou duas vezes mais intensa; sentimos um aumento, mas em menor proporção. Hermann von Helmholtz (1821-1894) Hermann Hermann von Helmholtz von Helmholtz (1821-1894) (1821-1894) Formou-se em fisiologia e física, fazendo a ponte entre estes campos para estudar cientificamente a perceção humana, e os seus estudos formam a base da psicologia experimental Opositor dos vitalistas = visão dos processos biológicos como dependentes de uma "força vital" especial, diferente das forças físicas ou químicas Defendeu que todas as forças são perceptíveis e mensuráveis por meios mecânicos (fisiologia mecânica). Refutou a ideia de força vital, demonstrando que os processos biológicos seguiam as mesmas leis da física que os fenómenos inanimados e que a energia nos processos biológicos podia ser rastreada e medida de forma semelhante à energia em processos físicos e químicos. Contribuições de H. von Helmholtz para a Psicologia Condução nervosa e tempos de reação Antes de Helmholtz, acreditava-se que a condução nervosa era instantânea e impossível de medir → compreensão mais filosófica onde o tempo entre um estímulo e a resposta era uma questão metafísica. Os estudos de Helmholtz sobre a velocidade de condução nervosa em rãs demonstraram que os processos mentais podiam ser medidos quantitativamente. As suas experiências sobre o tempo de reação – nas quais media o tempo de reação de uma pessoa ao responder a um estímulo específico, como um toque ou uma luz -marcaram um afastamento das teorias filosóficas, centrando-se antes em dados observáveis. Teoria da Inferência Inconsciente (teoria da perceção) Helmholtz propôs que: “A sensação é a captação do estímulo enquanto a percepção compõe-se da sensação mais experiência”. A perceção se baseia na “inferência inconsciente” - processos mentais/cognitivo automáticos, complexos e aprendidos através da experiência passada. Contribuições de H. von Helmholtz para a Psicologia A lei da conservação da energia (1847) de Helmholtz postulava que a energia num sistema fechado permanece constante (i.e., a energia não pode ser criada nem destruída, mas apenas transformada de uma forma em outra). Esta ideia desafiou as noções dualistas de separação mente-corpo ao enfatizar as leis físicas que também regem os processos mentais. Estudou a fisiologia e a física da visão – oftalmoscópio: Permitia a visualização da retina e do interior do olho humano. Derruba argumento dos vitalistas de que certas propriedades dos órgãos vivos eram impenetráveis (e.g., demonstra que afinal o olho e a visão podem ser estudados cientificamente, de acordo com princípios da óptica e da física). Estes estudos transformaram o entendimento da visão humana e simbolizaram a queda de barreiras que separavam as ciências da vida das ciências físicas. 18 Contribuições de H. von Helmholtz para a Psicologia O seu trabalho ilustrou a utilização de métodos empíricos em psicologia, como a medição de impulsos nervosos para explorar o processamento sensorial. Implicações para a Psicologia: Ao sugerir que os processos mentais e físicos seguiam os mesmos princípios, Helmholtz defendeu uma abordagem científica unificada para o estudo da mente. Este princípio encorajou os psicólogos a adotarem uma abordagem experimental Impulsionou uma abordagem científica mecanicista na biologia e na medicina. 19 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia Wilhelm Maximilian Wundt foi médico, filósofo e psicólogo alemão, considerado o “Pai” e um dos fundadores da psicologia experimental junto com Ernst Heinrich Weber (1795-1878) e Gustav Theodor Fechner (1801-1889). Wundt estudou sob a orientação de Helmholtz e, inicialmente, partilhava o seu foco nos métodos fisiológicos. A sua primeira obra, “Princípios de Psicologia Fisiológica” (1874), propunha a integração de estudos fisiológicos com a psicologia introspectiva e afirmava o seu propósito de demarcar um novo domínio da ciência. 20 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia Psicologia Fisiológica e Völkerpsychologie: Wundt diferenciou entre a psicologia fisiológica, que estudava cientificamente a experiência imediata, e a Völkerpsychologie (psicologia cultural), que abordava comportamentos sociais complexos através de uma perspetiva filosófica A psicologia como disciplina científica: Wundt imaginou a psicologia como uma disciplina independente; Isto envolveu métodos experimentais rigorosos que distinguiram a psicologia como um campo científico. 21 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia Consciência animal e evolucionismo Wundt entendia a vida como uma linha contínua, abrangendo desde o menor animal até ao ser humano, acreditando que a consciência era uma propriedade universal de todos os seres vivos, fazendo parte do processo evolutivo. As suas conceções fisiológicas foram influenciadas pelo pensamento de Charles Darwin (1809-1882), que acreditava que a consciência estava presente em todas as criaturas, desde as pertencentes à mais baixa escala até nós, seres humanos. Essa forma de pensar a Psicologia iniciou as experiências com animais, acreditando que revelariam verdades sobre os seres humanos. 22 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia Psicologia Experimental Wundt, com o intuito de realizar pesquisas sistemáticas sobre a mente e o comportamento, criou o primeiro laboratório formal de psicologia experimental do mundo, no Instituto Experimental de Psicologia da Universidade de Leipzig na Alemanha, em 1879. No seu laboratório ele testava inicialmente os processos sensoriais básicos nos seres humanos. O objetivo da psicologia experimental era descrever exatamente a consciência e o comportamento. Para ele, haviam dois tipos de observação: a interna e a externa. 23 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia Dois tipos de observação A observação externa prende-se com o relato de eventos percetíveis no mundo exterior, colaborando para a compreensão de relações como a causa e efeito em corpos físicos. A observação interna, chamada de introspeção ou auto- observação, envolve a atenção aos eventos internos, como pensamentos e sentimentos, dispondo informações sobre o funcionamento da "mente". Wundt não via os mundo interno e externo como excludentes, mas interativos. 24 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia Grupo de Investigação de Wundt, 1880. Laboratório de Psicologia Experimental, Leipzig, Alemanha. 25 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia Laboratório de Psicologia Experimental O Laboratório de Psicologia Experimental serviu de modelo para outros laboratórios e departamentos em todo o mundo. As suas experiências desvincularam a psicologia da filosofia e enquadraram- na nos moldes das ciências. O laboratório foi formalmente reconhecido pela Universidade de Leipzig em 1885. Este apoio institucional ajudou a psicologia a ganhar legitimidade académica Muitas experiências foram realizadas no seu laboratório, como as medições das sensações e da percepção no seu aspecto visual, tátil, olfativo e cinestésico. Além de investigação sobre sentimentos, vontade e emoção, por meio do registo das variações físicas, tais como, da alteração da respiração e da pulsação. 26 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia "O objetivo primordial da psicologia experimental é fazer uma descrição exata da consciência.” Wilhelm Wundt Psicologia como Ciência Natural Para reconhecer a psicologia como ciência, Wundt alterou o status de campo de estudo da filosofia, para se tornar uma ciência natural. A psicologia foi fundada com base nas ciências naturais, entendendo a psiquê como passível de ser estudada em laboratório, seguindo os paradigmas utilizados nas ciências naturais. A abordagem de Wundt na psicologia foi influenciada pelos filósofos empiristas, o entendimento do ser humano como uma folha em branco que era moldada pelas suas experiências, pela fisiologia, em particular o estudo dos órgãos dos sentidos, nervos e cérebro, e da psicofísica, estudo da relação entre os estímulos físicos e suas respetivas sensações. 27 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia Testes sensoriais e consciência Wundt passou a estudar sobre as sensações humanas: O seu intuito era medir a consciência humana, negando a consciência como uma experiência subjetiva e única para cada indivíduo. Segundo ele, toda a consciência tem origem nas sensações, mas elas não são internalizadas como "puras", mas percebidas como um composto de representações. Para Wundt, a consciência consistia em três principais categorias de ação - a representação, a vontade e o sentimento -, e juntas dão a impressão de uma unidade de eventos. 28 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia Representações, vontade e sentimentos Representações dividem-se em perceções, ao representar a imagem mental de um objeto percebido no mundo exterior, e intuições, quando representam atividades subjetivas. A vontade envolve decidir o que fazer e como fazer. Wundt considerava que não havia como controlar ou medir por meio das suas experiências. Já os sentimentos poderiam ser medidos por meio de relatos subjetivos dos participantes ou por meio da medição de níveis comportamentais, como tensão, relaxamento ou excitação. 29 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia As influências culturais Para Wundt, o desenvolvimento psicológico de uma pessoa não pode ser determinado somente pelas suas sensações, mas também por complexas influências sociais e culturais, que não podem ser replicadas em laboratórios. Entre essas influências culturais e sociais, ele incluiu a religião, a linguagem, os mitos, a história, a arte, as leis e os costumes. Entre as suas principais obras é possível destacar "Lições de psicologia humana e animal" (1863), "Fundamentos da psicologia fisiológica" (1873) e "Contribuições para a teoria da percepção sensorial" (1896). 30 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia Psicologia como ciência da mente Wundt definia a psicologia como uma ciência da mente e o seu objeto de estudo era a experiência imediata tal como é dada diretamente ao observador. Segundo ele, a mente executa uma síntese química mental que se processa através da associação e que se realiza de três formas: pela fusão, onde os elementos combinados aparecem sempre juntos; pela assimilação, que é também uma combinação de elementos em que nem todos estão presentes do consciente; e pela complicação, em que se reúnem elementos de diferentes modalidades e sentidos, como a noção do sabor e da temperatura. 31 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia Podemos perceber que a atuação de Wilhelm Wundt marca o início da psicologia como ciência ao utilizar rigorosamente o método das ciências naturais, entendendo a psicologia como a ciência da mente, influenciado por ideais Evolucionistas e Positivistas, referências comuns das ciências da sua época. O seu foco da psicologia estava muito mais para o estudo da fisiologia do que para o estudo das angústias e do sofrimento emocional. 32 Ética & deontologia A visão de Wilhelm Wundt para a Psicologia Introspeção controlada: Wundt introduziu a “auto-observação experimental”, uma forma controlada de introspeção em que os participantes relatavam experiências conscientes sob condições experimentais específicas. Este método diferia da introspeção tradicional por enfatizar a replicabilidade. Limites metodológicos: Wundt limitou a introspeção a experiências conscientes imediatas, excluindo processos mentais complexos. Esta restrição alinhava-se com a filosofia kantiana, que defendia que os processos mentais superiores estavam para além da observação direta Métodos comparativos: Wundt também defendeu a utilização de métodos históricos e comparativos para estudar as influências culturais na consciência, formando a base da Völkerpsychologie 33 Ética & deontologia Da filosofia ao laboratório: Mudança dos fundamentos epistemológicos A abordagem empírica de Helmholtz: Ao contrário de Wundt, Helmholtz estava profundamente enraizado no empirismo e usava métodos experimentais para investigar a perceção, marcando uma mudança da filosofia especulativa para a ciência mensurável A integração filosófica e empírica de Wundt: Embora Wundt mais tarde tenha se distanciado do materialismo estrito, ele defendeu um equilíbrio entre os métodos empíricos e a investigação filosófica. Esse equilíbrio foi crucial para a transição da psicologia da filosofia para a ciência empírica Desenvolvimento de Métodos Experimentais: Esta transição baseou-se em inovações metodológicas que foram além da simples introspeção, tais como estudos de tempo de reação e medições sensoriais, que permitiram à psicologia afirmar -se como uma ciência natural 34 Ética & deontologia Legado de Helmholtz e Wundt: conceitos-chave e impacto na psicologia futura Ideias-chave introduzidas por Helmholtz e Wundt As teorias de Helmholtz sobre o processamento sensorial e a inferência inconsciente influenciaram psicólogos posteriores interessados na cognição e na perceção, marcando-o como um precursor da ciência cognitiva. As contribuições institucionais de Wundt, especialmente o laboratório de Leipzig e a revista Philosophische Studien, lançaram as bases da psicologia experimental e inspiraram escolas de pensamento subsequentes. Contribuições influenciaram psicólogos posteriores, incluindo o estruturalismo e o funcionalismo. Institucionalização da Psicologia: O trabalho de Wundt na Alemanha levou ao estabelecimento da psicologia como uma disciplina académica, encorajando outras universidades a desenvolver os seus próprios programas e laboratórios de psicologia. 35 Ética & deontologia Legado de Helmholtz e Wundt: conceitos-chave e impacto na psicologia futura Uma imagem com Cara humana, homem, Barba humana, vestuário Descrição gerada automaticamente https://www.youtube.com/watch?v=ubg1yM7fnno 36 Ética & deontologia Limitações da Psicologia Experimental inicial Críticas à dependência da psicologia experimental inicial na introspeção, limitações subjetivas e falta de aplicabilidade a processos mentais complexos. A confiança de Wundt na introspeção enfrentou críticas devido à sua natureza subjectiva e aplicação limitada a processos mentais complexos. Esta limitação realçou a necessidade de dados observáveis e mensuráveis em psicologia → Como é que estas limitações influenciam a nossa compreensão da psicologia atual (i.e., rigor científico e a objetividade da psicologia)? Implicações para a Psicologia Moderna As limitações dos métodos introspetivos sublinharam a importância do desenvolvimento de novas metodologias, influenciando o surgimento do behaviorismo e das abordagens cognitivas no século XX. 37 Ética & deontologia Conclusão: O legado filosófico e empírico A importância da transição da psicologia filosófica para a experimental. Transição da Filosofia para a Ciência Empírica: a evolução da psicologia reflecte mudanças epistemológicas mais amplas da especulação filosófica para a investigação científica Refletir sobre como o trabalho de Helmholtz e Wundt estabeleceu uma base para a psicologia científica moderna. As contribuições de Helmholtz e Wundt para o estabelecimento da psicologia como uma disciplina científica através de metodologias experimentais e inovações teóricas Próxima aula sobre a Gestalt e a Etologia 38 Bibliografia Bibliograf ia T. H. (2018). A history of Psychology: From antiquity to modernity (8th ed.). Routledge. Leahey, Sá-Nogueira Saraiva, R. de (2024). História das ideias sobre a mente. (.pdf em pré-edição). Schultz, D. P. & Schultz, S. E. (1992). A History of Modern Psychology. Harcourt Brace Jovanovitch, Orlando. (Há tradução portuguesa (Cultrix), no Brasil.) Hergenhahn, B. R. (2000). An Introduction to the History of Psychology. Wadsworth Publishing O’Brien, D. (2016). An Introduction to the Theory of Knowledge (2nd ed.). Polity