APG Sistema Digestivo PDF
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This document, likely a set of lecture notes, details the anatomy, embryology, histology, and physiology of the organs of the superior digestive system in a biological context.
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Anatomia, Embriologia, Histologia e Fisiologia dos órgãos do sistema digestivo superior: 1. Cavidade Oral Anatomia - Composta pelos lábios, bochechas, palato (dura e mole), língua e faringe. - Contém dentes e glândulas salivares. Embriologia - Desenvolve-se a partir dos arcos branquiais e do endode...
Anatomia, Embriologia, Histologia e Fisiologia dos órgãos do sistema digestivo superior: 1. Cavidade Oral Anatomia - Composta pelos lábios, bochechas, palato (dura e mole), língua e faringe. - Contém dentes e glândulas salivares. Embriologia - Desenvolve-se a partir dos arcos branquiais e do endoderma da faringe. Histologia - Epitélio estratificado pavimentoso na mucosa. - Camadas musculares na língua: longitudinal, vertical e transversal. Fisiologia - Função de mastigação, deglutição e produção de saliva. - A saliva contém enzimas como a amilase salivar, que inicia a digestão do amido. A língua possui várias estruturas importantes, incluindo papilas, sulcos e o frênulo, cada uma com funções distintas. Aqui está uma descrição das principais papilas da língua e suas localizações: 1. Papilas Filiformes: - Localização: Distribuídas por toda a superfície da língua, especialmente na parte anterior. - Função: Não são gustativas, mas ajudam na textura e na movimentação dos alimentos. Ajudam a dar sensibilidade tátil. 2. Papilas Fungiformes: - Localização: Localizadas principalmente nas laterais e na ponta da língua. - Função: Contêm botões gustativos e são sensíveis ao sabor doce, salgado e umami. 3. Papilas Circunvaladas (ou Caliciformes): - Localização: Formam uma linha em forma de "V" na parte posterior da língua, na frente do sulco terminal. - Função: Também contêm botões gustativos e são responsáveis pela detecção de sabores amargos. 4. Papilas Folhadas: - Localização: Localizadas nas laterais da língua, próximas à parte posterior. - Função: Contêm botões gustativos e são mais proeminentes em crianças. Sulcos - Sulco Terminal: É uma depressão que separa a parte anterior da língua (corpo) da parte posterior (raiz). Ajuda a delimitar as áreas de diferentes funções gustativas. - Sulco Mediano: Corre ao longo do centro da língua, dividindo-a em duas metades simétricas. Frênulo - Frênulo da Língua: É uma dobra de tecido que conecta a parte inferior da língua ao assoalho da boca. - Função: Ajuda a restringir o movimento da língua e é importante para a mobilidade e função da língua durante a fala e a deglutição. Essas estruturas trabalham juntas para permitir a percepção do sabor, a mastigação e a deglutição, desempenhando um papel crucial na alimentação e na comunicação. Artérias principais: - Artéria maxilar: Irriga os dentes, gengivas e parte da mucosa. - Artéria facial: Irriga os lábios e bochechas. - Artérias lingual e sublingual: Irrigam a língua. - Inervação sensitiva: - Nervo trigêmeo (V): Ramos maxilar (V2) e mandibular (V3) para a sensibilidade da mucosa. - Inervação motora: - Nervo hipoglosso (XII): Para a língua. -Nervo facial (VII): Inerva as glândulas salivares. 2. Faringe Anatomia - Dividida em nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. - Conecta a cavidade oral ao esôfago e à laringe. Embriologia - Derivada dos arcos branquiais e do endoderma. Histologia - Epitélio estratificado pavimentoso na porção orofaríngea. - Musculatura estriada esquelética. Fisiologia - Transporte de alimentos e ar. - Participa na deglutição. - Artérias faringeas: Ramos da artéria maxilar. - Artéria tireoidea superior: Irriga a parte superior da faringe. - Artéria lingual: Fornece sangue à parte posterior da língua e faringe. Inervação sensitiva e motora: - Nervo vago (X): Principais fibras motoras para a musculatura da faringe. - Nervo glossofaríngeo (IX): Sensibilidade da orofaringe e parte da motricidade. 3. Esôfago Anatomia - Tubo muscular que conecta a faringe ao estômago. - Possui esfínteres superior e inferior. Embriologia - Originado do endoderma da faringe. Histologia - Epitélio estratificado pavimentoso na mucosa. - Camadas musculares (estriada na parte superior e lisa na parte inferior). Fisiologia - Transporte de alimentos por peristaltismo. - O esfíncter inferior evita o refluxo. - Artéria tireoidea inferior: Irriga a parte cervical do esôfago. - Artérias esofágicas: Ramos da aorta torácica que irrigam a parte torácica do esôfago. - Artéria gástrica esquerda: Irriga a parte abdominal do esôfago. Inervação: - Nervos vago (X): Fornecem inervação parassimpática, promovendo a motilidade e secreções. - Plexo esofágico: Rede de nervos que coordena a motilidade esofágica. 4. Estômago Anatomia - Dividido em quatro regiões: cárdia, fundo, corpo e piloro. - Possui glândulas gástricas. Embriologia - Desenvolve-se a partir do endoderma do intestino anterior. Histologia - Epitélio cilíndrico simples na mucosa. - Camadas musculares: longitudinal, circular e oblíqua. Fisiologia -Armazenamento e digestão inicial dos alimentos. - Produção de suco gástrico (ácido clorídrico e pepsina) que ajuda na digestão das proteínas. - Artéria gástrica esquerda: Irriga a curvatura menor do estômago. - Artéria gástrica direita: Ramos da artéria hepática comum. - Artéria gastroepiploica esquerda: Irriga a curvatura maior do estômago. - Artéria gastroepiploica direita: Ramos da artéria mesentérica superior Inervação: - Nervos vago (X): Inervação parassimpática que estimula a secreção gástrica e a motilidade. - Plexo celíaco: Inervação simpática que inibe a motilidade e secreções. Incluindo as seguintes camadas, de fora para dentro: (1) a serosa, (2) camada muscular lisa longitudinal, (3)camada muscular lisa circular, (4) a submucosa e (5) a mucosa. O músculo liso do trato gastrointestinal é excitado por atividade elétrica intrínseca, contínua e lenta, nas membranas das fibras musculares. Essa atividade consiste em dois tipos básicos de ondas elétricas: (1) ondas lentas e (2) potenciais em ponta, Não se conhece, exatamente, a causa das ondas lentas, mas elas parecem ser causadas por interações complexas entre as células do músculo liso e células especializadas, denominadas células intersticiais de Cajal, que, supostamente, atuam como marca-passos elétricos das células do músculo liso. O plexo mioentérico consiste, em sua maior parte, na cadeia linear de muitos neurônios interconectados que se estende por todo o comprimento do trato gastrointestinal. 5. Duodeno (considerado parte do sistema digestivo superior) Anatomia - Primeira porção do intestino delgado, curvando-se ao redor da cabeça do pâncreas. - Recebe bile e suco pancreático. Embriologia - Origina-se do intestino anterior e do intestino médio. Histologia - Epitélio cilíndrico simples com vilosidades. - Glândulas de Brunner que pro um duzem muco. Fisiologia - Conclusão da digestão dos alimentos e absorção de nutrientes. - Mistura do quimo com bile e suco pancreático. - Artéria pancreatoduodenal superior: Ramos da artéria gastroduodenal. - Artéria pancreatoduodenal inferior: Ramos da artéria mesentérica superior. - Inervação: - Nervos vago (X): Para a motilidade e secreção. - Plexo celíaco: Contribui com inervação simpática. Resumo Os órgãos do sistema digestivo superior desempenham funções vitais na ingestão, digestão e transporte de alimentos. A compreensão da anatomia, embriologia, histologia e fisiologia de cada um desses órgãos é fundamental para o estudo da saúde e das doenças do sistema digestivo. Se precisar de mais detalhes sobre algum órgão específico, sinta-se à vontade para perguntar! Resumo A irrigação arterial do sistema digestivo superior é realizada principalmente por ramos da aorta torácica e artérias que se ramificam a partir de grandes troncos arteriais. A inervação é complexa, envolvendo tanto o sistema nervoso central (por meio dos nervos cranianos) quanto o sistema nervoso autônomo, que regula a motilidade e as secreções dos órgãos digestivos. Se precisar de mais informações ou detalhes específicos, sinta-se à vontade para perguntar! Reflexos Gastrointestinais 1. Reflexos completamente integrados na parede intestinal do sistema nervoso entérico. Incluem reflexos que controlam grande parte da secreção gastrointestinal, peristaltismo, contrações de mistura, efeitos inibidores locais etc. 2. Reflexos do intestino para os gânglios simpáticos pré-vertebrais e que voltam para o trato gastrointestinal. Esses reflexos transmitem sinais por longas distâncias, para outras áreas do trato gastrointestinal, tais como sinais do estômago que causam a evacuação do cólon (o reflexo gastrocólico), sinais do cólon e do intestino delgado para inibir a motilidade e a secreção do estômago (os reflexos enterogástricos), e reflexos do cólon para inibir o esvaziamento de conteúdos do íleo para o cólon (oreflexo colonoileal). 3. Reflexos do intestino para a medula ou para o tronco cerebral e que voltam para o trato gastrointestinal. Esses incluem, especialmente, (1) reflexos do estômago e do duodeno para o tronco cerebral, que retornam ao estômago por meio dos nervos vagos — para controlar a atividade motora e secretória gástrica; (2) reflexos de dor que causam inibição geral de todo o trato gastrointestinal; e (3) reflexos de defecação que passam, desde o cólon e o reto, para a medula espinhal e, então, retornam, produzindo as poderosas contrações colônicas, retais e abdominais, necessárias à defecação (os reflexos da defecação). Controle Hormonal da Motilidade Gastrointestinal A gastrina é secretada pelas células “G” do antro do estômago em resposta a estímulos associados à ingestão de refeição, tais como a distensão do estômago, os produtos da digestão das proteínas e o peptídeo liberador de gastrina, que é liberado pelos nervos da mucosa gástrica, durante a estimulação vagai. As ações primárias da gastrina são (1) estimulação da secreção gástrica de ácido e (2) estimulação do crescimento da mucosa gástrica. A colecistocinina (CCK) é secretada pelas células “I” da mucosa do duodeno e do jejuno, em especial em resposta aos produtos da digestão de gordura, ácidos graxos e monoglicerídeos nos conteúdos intestinais. Esse hormônio contrai, fortemente, a vesícula biliar, expelindo bile para o intestino delgado, onde a bile tem funções importantes, na emulsificação de substâncias lipídicas, permitindo sua digestão e absorção. A secretina foi o primeiro hormônio gastrointestinal descoberto e é secretada pelas células “S” da mucosa do duodeno, em resposta ao conteúdo gástrico ácido que é transferido do estômago ao duodeno pelo piloro. A secretina tem pequeno efeito na motilidade do trato gastrointestinal e promove a secreção pancreática de bicarbonato que, por sua vez, contribui para a neutralização do ácido no intestino delgado. Tipos Funcionais de Movimentos no Trato Gastrointestinal No trato gastrointestinal ocorrem dois tipos de movimentos: (1) movimentos propulsivos, que fazem com que o alimento percorra o trato com velocidade apropriada para que ocorram a digestão e a absorção, e (2) movimentos de mistura, que mantêm os conteúdos intestinais bem misturados todo o tempo. Função do Plexo Mioentérico no Peristaltismo. O peristaltismo é apenas fraco ou não ocorre nas regiões do trato gastrointestinal em que exista ausência congênita do plexo mioentérico. Também, fica bastante deprimido ou completamente bloqueado, em todo o intestino, quando a pessoa é tratada com atropina para bloquear a ação dos terminais nervosos colinérgicos do plexo mioentérico. Portanto, o peristaltismo efetivo requer o plexo mioentérico ativo. Reflexo Peristáltico e a "Lei do Intestino". Quando um segmento do trato intestinal é excitado pela distensão e, assim, inicia o peristaltismo, o anel contrátil que causa o peristaltismo, normalmente começa no lado oral do segmento distendido e move-se para diante, para o segmento distendido, empurrando o conteúdo intestinal na direção anal por 5 a 10 centímetros antes de cessar. Os movimentos de mistura diferem nas várias partes do trato alimentar. Em algumas áreas, as próprias contrações peristálticas causam a maior parte da mistura, o que é, especialmente, verdadeiro quando a progressão dos conteúdos intestinais é bloqueada por esfíncter, de maneira que a onda peristáltica pode, então, apenas agitar os conteúdos intestinais, em vez de impulsioná-los para frente. Em outros momentos, contrações constritivas intermitentes locais ocorrem em regiões separadas por poucos centímetros da parede intestinal. Os vasos sanguíneos do sistema gastrointestinal fazem parte de sistema mais extenso, denominado circulação esplâncnica. O plano desse sistema é tal que todo o sangue que passa pelo intestino, baço e pâncreas flui, imediatamente, para o fígado por meio da veia porta. No fígado, o sangue passa por milhões de diminutos sinusoides hepáticos e, finalmente, deixa o órgão por meio das veias hepáticas, que desembocam na veia cava da circulação geral. Esse fluxo de sangue pelo fígado, antes de retornar à veia cava, permite que as células reticuloendoteliais, revestindo os sinusoides hepáticos, Ao entrar na parede do intestino, as artérias se ramificam, e artérias menores percorrem, em ambas as direções, o perímetro do intestino. As extremidades dessas artérias convergem no lado diametralmente oposto ao da artéria maior de que se originaram. Dessas artérias perimetrais, artérias ainda menores penetram na parede intestinal, espalhando-se (1) pelos feixes musculares, (2) pelas vilosidades intestinais e (3) pelos vasos submucosos, sob o epitélio, servindo às funções secretoras e absortivas do intestino. Mastigação Os dentes são adaptados, engenhosamente, para a mastigação. Os anteriores (incisivos) possibilitam a ação de cortar, e os posteriores (molares), ação de trituração. Todos os músculos da mandíbula, em conjunto, conseguem aproximar os dentes com força de até 25 kg nos incisivos e 91 kg nos molares. A maioria dos músculos da mastigação é inervada pelo ramo motor do quinto nervo craniano, e o processo de mastigação é controlado por núcleos no tronco encefálico. A estimulação de áreas reticulares específicas, nos centros do paladar do tronco cerebral, causa movimentos de mastigação rítmicos. Além disso, a estimulação de áreas no hipotálamo, na amígdala e, até mesmo, no córtex cerebral, próxima às áreas sensoriais do paladar e do olfato, muitas vezes, pode causar mastigação. Grande parte do processo de mastigação é causado pelo reflexo de mastigação. A presença de bolo de alimento na boca, primeiro, desencadeia a inibição reflexa dos músculos da mastigação, permitindo que a mandíbula inferior se abaixe. Isso, por sua vez, inicia reflexo de estiramento dos músculos mandibulares que leva à contração reflexa, o que, automaticamente, eleva a mandíbula, causando o cerramento dos dentes, mas também comprime o bolo, de novo, contra as paredes da cavidade bucal, o que inibe, Além disso, a mastigação ajuda na digestão dos alimentos por outra razão simples: as enzimas digestivas só agem nas superfícies das partículas de alimentos, portanto, a intensidade da digestão depende, essencialmente, da área de superfície total, exposta às secreções digestivas. Deglutição A deglutição é mecanismo complicado, principalmente, porque a faringe serve tanto à respiração como à deglutição. A faringe se converte por apenas alguns segundos, em trato de propulsão alimentar. É particularmente importante que a respiração não seja comprometida pela deglutição. Em termos gerais, a deglutição pode ser dividida em (1) um estágio voluntário, que inicia o processo de deglutição; (2) um estágio faríngeo, que é involuntário, correspondente à passagem do alimento pela faringe até o esôfago; e (3) um estágio esofágico, outra fase involuntária que transporta o alimento da faringe ao estômago. Estágio Faríngeo da Deglutição. O bolo de alimento, ao atingir a parte posterior da cavidade bucal e a faringe, estimula as áreas de receptores epiteliais da deglutição, ao redor da abertura da faringe, especialmente, nos pilares tonsilares e seus impulsos passam para o tronco encefálico, onde iniciam série de contrações musculares faríngeas automáticas, como se segue: 1. O palato mole é empurrado para cima, de maneira a fechar a parte posterior da cavidade nasal, evitando o refluxo do alimento. 2. As pregas palatofaríngeas, em cada lado da faringe, são empurradas medialmente de forma a se aproximarem. Dessa forma, estas pregas formam fenda sagital, por onde o alimento deverá passar para a parte posterior da faringe. Essa fenda desempenha ação seletiva, permitindo que o alimento suficientemente mastigado passe com facilidade. Esse estágio da deglutição dura menos de 1 segundo, e qualquer objeto grande, normalmente, é impedido de passar para o esôfago. 3. As cordas vocais da laringe se aproximam vigorosamente, e a laringe é puxada, para cima e para frente, pelos músculos do pescoço. Essas ações, combinadas com a presença de ligamentos que impedem o movimento para cima da epiglote, fazem com que a epiglote se mova para trás, na direção da abertura da laringe. O conjunto desses efeitos impede a passagem do alimento para o nariz e para a traqueia. De grande importância é a vigorosa justaposição das cordas vocais, mas a epiglote ajuda a evitar que o alimento chegue até elas. A destruição das cordas vocais ou dos músculos que as aproximam pode causar engasgo. 4. O movimento para cima da laringe também puxa e dilata a abertura do esôfago. Ao mesmo tempo, os 3 a 4 centímetros superiores da parede muscular esofágica, referidos como esfíncter esofágico superior (também conhecido como esfíncter faringoesofágico) se relaxam. Então, o alimento se move livre e facilmente da faringe posterior para o esôfago superior. Entre as deglutições, esse esfíncter permanece fortemente contraído, evitando a entrada de ar no esôfago durante a respiração. O movimento para cima da laringe também eleva a glote afastando-a do fluxo principal de alimento, de maneira que este passe nos lados da epiglote em vez de ao longo da sua superfície, o que confere uma proteção adicional contra a entrada de alimento na traqueia. 5. Quando a laringe é elevada e o esfíncter faringoesofágico relaxado, toda a parede muscular da faringe se contrai, iniciando na parte superior e, então, a contração progredindo para baixo, nas áreas medial e inferior da faringe, o que impulsiona o alimento por peristaltismo para o esôfago. Resumindo os mecanismos do estágio faríngeo da deglutição: a traqueia se fecha, o esôfago se abre, e onda peristáltica rápida, iniciada pelo sistema nervoso da faringe, força o bolo de alimento para a parte superior do esôfago; o processo todo dura menos de 2 segundos. Estágio Esofágico da Deglutição. A função primária do esôfago é a de conduzir rapidamente o alimento da faringe para o estômago, e seus movimentos são organizados de modo específico para essa função. O esôfago, normalmente, apresenta dois tipos de movimentos peristálticos: peristaltismo primário e peristaltismo secundário. O peristaltismo primário é, simplesmente, a continuação da onda peristáltica que começa na faringe e se prolonga para o esôfago, durante o estágio faríngeo da deglutição. Essa onda percorre desde a faringe até o estômago em cerca de 8 a 10 segundos. O alimento engolido por pessoa na posição ereta, normalmente, é levado para a porção inferior do esôfago até mais rapidamente do que a própria onda peristáltica, em cerca de 5 a 8 segundos, devido ao efeito adicional da gravidade que força o alimento para baixo. Se a onda peristáltica primária não consegue mover, para o estômago, todo o alimento que entrou no esôfago, ondas peristálticas secundárias resultam da distensão do próprio esôfago pelo alimento retido; essas ondas continuam até o completo esvaziamento do esôfago. As ondas peristálticas secundárias são deflagradas, em parte, por circuitos neurais intrínsecos do sistema nervoso mioentérico e, em parte, por reflexos iniciados na faringe e transmitidos por fibras vagais aferentes para o bulbo retornando ao esôfago por fibras nervosas eferentes vagais e glossofaríngeas. Relaxamento Receptivo do Estômago Quando a onda peristáltica esofágica se aproxima do estômago, onda de relaxamento, transmitida por neurônios inibidores mioentéricos, precede o peristaltismo. Todo o estômago e, em menor extensão, até mesmo o duodeno relaxam quando a onda peristáltica atinge a porção inferior do esôfago e assim, se preparam com antecedência para receber o alimento levado pelo esôfago. Função do Esfíncter Esofágico Inferior (Esfíncter Gastroesofágico) Na porção final do esôfago, cerca de 3 centímetros acima da sua junção com o estômago, o músculo circular esofágico funciona como um largo esfíncter esofágico inferior, também denominado esfíncter gastroesofágico. Esse esfíncter, nas condições normais, permanece tonicamente contraído, gerando pressão intraluminal no esôfago da ordem de 30 mmHg, em contraste com a porção medial do esôfago que, normalmente, permanece relaxada. Quando a onda peristáltica da deglutição desce pelo esôfago, ocorre o “relaxamento receptivo” do esfíncter esofágico inferior, à frente da onda peristáltica, permitindo a fácil propulsão do alimento deglutido para o estômago. Funções Motoras do Estômago As funções motoras do estômago estão associadas a: (1) armazenamento de grande quantidade de alimento, até que ele possa ser processado no estômago, no duodeno e nas demais partes do intestino delgado; (2) misturar esse alimento com secreções gástricas, até formar mistura semilíquida denominada quimo; e (3) esvaziar, lentamente, o quimo do estômago para o intestino delgado, vazão compatível com a digestão e a absorção adequadas pelo intestino delgado. Em termos anatômicos, o estômago, normalmente, é dividido em duas partes principais: (1) o corpo e (2) o antro.Em termos fisiológicos, ele se divide mais apropriadamente em (1) porção “oral”, abrangendo cerca dos primeiros dois terços do corpo, e (2) porção “caudal”, abrangendo o restante do corpo mais o antro. A Função de Armazenamento do Estômago À medida que o alimento entra no estômago, formam-se círculos concêntricos de alimento na porção oral do estômago; o alimento mais recente fica mais próximo da abertura esofágica e, o alimento mais antigo, mais próximo da parede externa do estômago. Normalmente, quando o alimento distende o estômago, o “reflexo vago vagal”, do estômago para o tronco encefálico e de volta para o estômago, reduz o tônus da parede muscular do corpo do estômago de modo que a parede se distende, acomodando mais e mais alimento até o limite, que é de 0,8 a 1,5 litro, no estômago completamente relaxado. A pressão no estômago permanece baixa até esse limite. Esvaziamento do Estômago O esvaziamento do estômago é promovido por intensas contrações peristálticas no antro gástrico. Ao mesmo tempo, o esvaziamento é reduzido por graus variados de resistência à passagem do quimo pelo piloro.Quando o tônus pilórico é normal, cada intensa onda peristáltica força vários mililitros de quimo para o duodeno. Assim, as ondas peristálticas, além de causarem a mistura no estômago, também promovem a ação de bombeamento, denominada “bomba pilórica”. O Papel do Piloro no Controle do Esvaziamento Gástrico. A abertura distal do estômago é o piloro. Aí, a espessura da musculatura circular da parede é 50% a 100% maior do que nas porções anteriores do antro gástrico, e permanece em leve contração tônica quase o tempo todo. Por isso, o músculo circular pilórico é denominado esfíncter pilórico. Efeito do Volume Alimentar Gástrico no Esvaziamento. Efeito do Hormônio Gastrina sobre o Esvaziamento Gástrico. Efeito Inibitório dos Reflexos Nervosos Enterogastrico de Origem Duodenal. Os fatores continuamente monitorados no duodeno e que podem desencadear reflexos inibidores enterogástricos, incluem os seguintes: 1. O grau de distensão do duodeno. 2. Irritação da mucosa duodenal em graus variáveis. 3. O grau de acidez do quimo duodenal. 4. O grau de osmolalidade do quimo. 5. A presença de determinados produtos de degradação química no quimo, especialmente de degradação química das proteínas e, talvez, em menor escala, das gorduras. O Feedback Hormonal do Duodeno Inibe o Esvaziamento Gástrico — O Papel das Gorduras e do Hormônio Colecistocinina. Outros possíveis inibidores do esvaziamento gástrico são os hormônios secretina e peptídeo inibidor gástrico (GIP), também chamado peptídeo insulinotrópico dependente de glicose. A secretina é liberada principalmente pela mucosa duodenal, em resposta ao ácido gástrico que sai do estômago pelo piloro. O GIP tem efeito geral e fraco de diminuição da motilidade gastrointestinal. O GIP é liberado pelo intestino delgado superior em resposta, principalmente, à gordura no quimo, mas em menor escala também aos carboidratos. Embora o GIP iniba, de fato, a motilidade gástrica sob certas condições, seu principal efeito em concentrações fisiológicas é o de estimular a secreção de insulina pelo pâncreas. Função da Válvula lleocecal A principal função da válvula ileocecal é a de evitar o refluxo do conteúdo fecal do cólon para o intestino delgado. a válvula ileocecal se projeta para o lúmen do ceco e é fechada quando o aumento da pressão no ceco empurra o conteúdo contra a abertura da válvula. A válvula, usualmente, resiste à pressão reversa de 50 a 60 centímetros de água. Além disso, a parede do íleo, alguns centímetros acima da válvula ileocecal, tem musculatura circular espessada, denominada esfíncter ileocecal. Esse esfíncter, normalmente, permanece levemente contraído e retarda o esvaziamento do conteúdo ileal no ceco. Entretanto, imediatamente após a refeição, o reflexo gastroileal (descrito antes) intensifica o peristaltismo no íleo e lança o conteúdo ileal no ceco. BOXE AZUL: Peritônio e cavidade peritoneal. Perviedade e obstrução das tubas uterinas; Peritônio e procedimentos cirúrgicos; Peritonite e ascite; Aderências peritoneais e adesiólise; Paracentese abdominal; Injeção intraperitoneal e diálise peritoneal; Funções do omento maior; Formação de abscesso; Disseminação de líquidos patológicos; Fluxo de líquido ascítico e pus; Líquido na bolsa omental; Intestino na bolsa omental; As glândulas parótidas (20-30g) possuem uma forma achatada e estão situadas abaixo e na frente da orelha, e o ducto de cada glândula desemboca em frente ao segundo molar superior. Elas são responsáveis por 30% da saliva. As glândulas submandibulares (12-15g) são ovoides e estão sob o assoalho da boca, com os ductos abrindo-se ao lado do frênulo da língua. Produzem 60% da saliva. As glândulas sublinguais (2-3g) possuem forma de amêndoa e estão sob o assoalho da boca, anteriormente às submandibulares, e seus ductos (1012) abrem-se nos ductos destas glândulas ou junto a eles. Secretam cerca de 5% da saliva.As glândulas salivares maiores estão envolvidas por uma cápsula de tecido conjuntivo denso que emite septos de tecido conjuntivo denso ou frouxo, dividindo o parênquima (epitélio glandular) em lobos e lóbulos. O estroma de tecido conjuntivo serve de arcabouço estrutural e conduz vasos sanguíneos, nervos e ductos. As células serosas possuem uma forma piramidal, com citoplasma basófilo, por causa da abundância de retículo endoplasmático rugoso para a síntese proteica. O núcleo é esférico e basal. Os grânulos de secreção podem ser visualizados no citoplasma. Essas células produzem uma solução aquosa com enzimas (amilase, lipase e lisozima), lactoferrina e IgA secretora (IgAS). A amilase e a lipase iniciam a digestão dos carboidratos e dos lipídios na cavidade. Os ductos intercalares continuam como ductos estriados, de epitélio simples colunar. O citoplasma é eosinófilo, e o núcleo é esférico e central. Há microvilos curtos na superfície apical. A porção basal é preenchida com invaginações e mitocôndrias, o que confere um aspecto estriado a essa região (Figuras 8.2 e 8.4). As Na+-K+ ATPases das invaginações realizam o transporte ativo desses íons, utilizando a energia produzida pelas mitocôndrias. Íons de Na+ são removidos da saliva, e é adicionada, em troca, uma quantidade menor de K+, tornando a saliva hipotônica. Através da anidrase carbônica presente no citoplasma, íons HCO3- são gerados, e eles são excretados para a saliva. Não há células mioepiteliais ao redor desses ductos. A língua participa dos processos de mastigação, gustação, deglutição e fala.37 É revestida por epitélio estratificado pavimentoso, e a superfície dorsal, a qual está em contato com o palato duro na deglutição, na fala e no repouso, é queratinizada. A face superior da língua é irregular, devido a saliências do epitélio e do tecido conjuntivo frouxo subjacente: as papilas linguais.38,39 As papilas filiformes (do latim filiu, fio)40 são as mais numerosas e cobrem a superfície anterior da língua. São pontiagudas, com a extremidade voltada posteriormente. São queratinizadas e não contêm corpúsculos gustativos (Figura 8.6). Possuem um papel mecânico, ajudando a raspar o alimento de uma superfície e aumentando a fricção na mastigação. As papilas fungiformes estão situadas entre as papilas filiformes e são visíveis a olho nu como pontos vermelhos, devido à menor queratinização do epitélio e à rica vascularização do tecido conjuntivo subjacente. Possuem a parte apical mais dilatada que a base, lembrando um cogumelo, Em pequeno número na língua humana, há as papilas foliadas. Elas estão situadas nas bordas laterais, posteriormente, uma ao lado da outra. Ductos de glândulas serosas desembocam entre elas. O epitélio é não queratinizado, e há muitos corpúsculos gustativos nas paredes laterais, mas eles são funcionais somente até o segundo ou terceiro ano de vida. No V lingual, há oito a 12 papilas circunvaladas. São papilas grandes, com 1 a 1,5mm de altura e 1 a 3mm de largura. São assim denominadas porque são circundadas por um sulco, resultante da invaginação do epitélio. Na superfície dorsal, a papila pode ser ligeiramente queratinizada e, nas paredes laterais, contém botões gustativos. No sulco, desembocam os ductos de glândulas salivares linguais serosas, cuja secreção remove os resíduos e permite que os corpúsculos gustativos respondam a novos estímulos. A fenda palatina é uma malformação congênita que ocorre quando há uma falha no fechamento do palato durante o desenvolvimento embrionário. Aqui está uma descrição de como e por que isso ocorre. Os corpúsculos gustativos são estruturas ovoides, com 30-40µm de largura e 70-80µm de comprimento, ocupando a espessura do epitélio. Eles são constituídos pelas células neuroepiteliais, células de sustentação e células basais. As células neuroepiteliais e as células de sustentação são alongadas, de coloração clara, e as células basais são pequenas e arredondadas. A superfície apical das células neuroepiteliais e das células de sustentação apresenta microvilos e faz face a um pequeno orifício no epitélio, o poro gustativo. Faringe É comum ao sistema digestório e ao sistema respiratório e é revestida por epitélio estratificado pavimentoso na porção oral e epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes na porção nasal.58,59 O epitélio estratificado pavimentoso protege a faringe do atrito sofrido com a passagem do bolo alimentar. No tecido conjuntivo denso subjacente, há glândulas salivares, que produzem muco lubrificante. Os músculos longitudinais e constritores da faringe, de músculo estriado esquelético, promovem a deglutição. O tubo digestório tem quatro túnicas (camadas): mucosa, submucosa, muscular e serosa ou adventícia.64 A mucosa é constituída por epitélio, lâmina própria, de tecido conjuntivo frouxo, e muscular da mucosa, de músculo liso. Conforme a região do tubo digestório, o epitélio pode ser estratificado pavimentoso, com função protetora, ou simples colunar, com diferentes tipos celulares para a absorção ou a secreção de substâncias. A lâmina própria pode conter glândulas e tecido linfoide. A muscular da mucosa geralmente consiste em uma subcamada interna circular e uma subcamada externa longitudinal de músculo liso. Ela promove o movimento da mucosa, aumentando o contato com o alimento. A submucosa é de tecido conjuntivo denso não modelado. Pode ter glândulas e tecido linfoide. Contém o plexo nervoso submucoso (ou de Meissner), com gânglios do sistema nervoso autônomo, cujos neurônios são multipolares e motores. Eles controlam o movimento da muscular da mucosa, a secreção das glândulas e o fluxo sanguíneo. A camada muscular pode ser de músculo estriado esquelético ou de músculo liso, dependendo do órgão. Devido à organização das células musculares lisas são observadas geralmente duas subcamadas: a circular (interna) e a longitudinal (externa). As células musculares arranjam-se em espiral, sendo que ela é mais compacta na circular e mais alongada na longitudinal. Entre as duas subcamadas, há um pouco de tecido conjuntivo com o plexo nervoso mioentérico (ou de Auerbach). Ele tem gânglios do sistema nervoso autônomo, com neurônios multipolares e motores. Esse plexo nervoso coordena o peristaltismo, uma onda de contração que se move distalmente e consiste em constrição e encurtamento. A contração da camada circular diminui a luz, comprimindo e misturando o conteúdo, e a contração da camada. Esôfago É um tubo com cerca de 25cm de comprimento, que transporta o bolo alimentar da faringe para o estômago. A luz do esôfago encontra-se geralmente colapsada devido às pregas longitudinais, formadas pela mucosa e pela submucosa com a contração da camada muscular circular Durante a deglutição, o esôfago distende-se, e essas pregas desaparecem.Como há atrito do bolo alimentar na sua superfície, ele é revestido por epitélio estratificado pavimentoso. Para diminuir esse atrito, o epitélio é lubrificado por um muco produzido pelas glândulas esofágicas da submucosa. Essas glândulas são tubuloacinosas compostas seromucosas. A porção serosa é pequena e produz lisozima e pepsinogênio. Essas glândulas abrem-se na superfície epitelial através de um ducto de epitélio estratificado cúbico ou pavimentoso. Estômago É uma porção dilatada do tubo digestório, onde o bolo alimentar é macerado e parcialmente digerido em uma pasta, o quimo (do grego chymos, suco). Em adultos, comporta 1,5L e, quando distendido, 3L.97 Anatomicamente, é dividido em: cárdia, fundo, corpo e piloro. O cárdia estende-se a partir da junção gastroesofágica por 2 a 3cm. O fundo é uma região em cúpula, por cima de um plano horizontal no cárdia, geralmente preenchido com gases. O corpo situa-se abaixo dessa linha, ocupa a maior parte do estômago e é onde se forma o quimo. O piloro é uma região afunilada, corresponde ao terço inferior e controla a liberação do quimo para o duodeno. A mucosa e a submucosa formam pregas longitudinais, denominadas rugas. Elas se distendem quando o estômago está cheio. O epitélio é simples colunar, constituído pelas células mucosas superficiais. Seu citoplasma apical é repleto de vesículas de glicoproteínas, o que o torna palidamente corado com HE, mas muito corado com PAS. O núcleo é oval e basal. O muco liberado é viscoso, semelhante a um gel e fica aderido ao epitélio; é rico em bicarbonato, contribuindo para a sua alcalinização. Ele protege o epitélio dos efeitos corrosivos do suco gástrico. O epitélio invagina-se resultando nas fossetas gástricas, também com as células mucosas superficiais e nas glândulas, cujos tipos celulares variam conforme a região do estômago.As fossetas são mais rasas na região cárdica e mais profundas na região pilórica.108 As glândulas cárdicas e pilóricas são tubulares ramificadas mucosas. O corpo e o fundo são semelhantes histologicamente, e as glândulas são denominadas gástricas ou fúndicas. Elas são glândulas tubulares ramificadas. Cerca de três a sete glândulas desembocam no fundo de cada fosse ta. As glândulas apresentam as células-tronco, as células mucosas do colo, as células oxínticas (ou parietais), as células zimogênicas (ou enteroendócrinas. Fáscia da parede anterolateral do abdome A tela subcutânea da maior parte da parede contém quantidade variável de gordura e é um depósito de gordura importante. Os homens são mais suscetíveis ao acúmulo subcutâneo de gordura na parede anteroinferior do abdome. Na obesidade mórbida, a camada de gordura tem muitos centímetros de espessura e, em geral, forma uma ou mais dobras flácidas (abdome em avental). Superiormente ao umbigo, a tela subcutânea é igual à encontrada na maioria das regiões. Inferiormente ao umbigo, a parte mais profunda do tecido subcutâneo é reforçada por muitas fibras elásticas e colágenas, formando duas camadas: o panículo adiposo do abdome (fáscia de Camper) e o estrato membranáceo (fáscia de Scarpa) da tela subcutânea do abdome. O estrato membranáceo continua inferiormente na região perineal como o estrato membranáceo do períneo (fáscia de Colles),mas não prossegue até as coxas.As camadas superficial, intermediária e profunda da fáscia de revestimento cobrem as faces externas das três camadas musculares da parede anterolateral do abdome e suas aponeuroses (tendões expandidos planos) e não podem ser facilmente separadas delas. As fáscias de revestimento são extremamente finas nesse ponto e são representadas principalmente pelo epimísio. Os três músculos planos são o oblíquo externo do abdome, o oblíquo interno do abdome e o transverso do abdome. As fibras musculares dessas três camadas concêntricas de músculos têm orientações diferentes; as fibras das duas camadas externas são, em sua maior parte, diagonais e perpendiculares entre si, e as fibras da camada profunda são transversais. Todos os três músculos planos continuam anterior e medialmente como aponeuroses fortes, semelhantes a lâminas FUNÇÕES E AÇÕES DOS MÚSCULOS DA PAREDE ANTEROLATERAL DO ABDOME Os músculos da parede anterolateral do abdome: -Formam uma sustentação forte e expansível para a parede anterolateral do abdome -Sustentam e protegem as vísceras abdominais contra lesões -Comprimem o conteúdo abdominal para manter ou aumentar a pressão intra-abdominal e, assim, fazem oposição ao diafragma (o aumento da pressão intra-abdominal facilita a expulsão) -Movem o tronco e ajudam a manter a postura. Os nervos toracoabdominais partem dos espaços intercostais em direção inferoanterior e seguem no plano neurovascular entre os músculos oblíquo interno e transverso do abdome para suprir a pele e os músculos do abdome. Os ramos cutâneos laterais emergem da musculatura da parede anterolateral e entram na tela subcutânea ao longo da linha axilar anterior (como divisões anterior e posterior), enquanto os ramos cutâneos anteriores do abdome perfuram a bainha do músculo reto do abdome e entram na tela subcutânea a uma curta distância do plano mediano. Ramos cutâneos anteriores do abdome dos nervos toracoabdominais: T7 a T9 inervam a pele superior ao umbigo T10 inerva a pele ao redor do umbigo T11, mais os ramos cutâneos dos nervos subcostal (T12), ílio-hipogástrico e ilioinguinal (L1), suprem a pele inferior ao umbigo. Importância clínica da fáscia e dos espaços fasciais da parede do abdome A lipoaspiração é um método cirúrgico para retirada de gordura subcutânea indesejada por meio da inserção percutânea de um tubo de aspiração e uso de vácuo de alta pressão. Os tubos são introduzidos sob a derme através de pequenas incisões cutâneas. Ao fechar incisões cutâneas abdominais inferiores ao umbigo, os cirurgiões incluem o estrato membranáceo da tela subcutânea ao suturar por causa de sua resistência. Entre essa camada e a fáscia muscular que cobre os músculos reto e oblíquo externo do abdome há um espaço potencial onde pode haver acúmulo de líquido (p. ex., urina quando há ruptura d uretra). Embora não haja barreiras (além da gravidade) que impeçam a passagem superior do líquido a partir desse espaço, ele não pode seguir inferiormente para a coxa, porque o estrato membranáceo da tela subcutânea se funde à fáscia muscular da coxa (fáscia lata) ao longo de uma linha cerca de 2,5 cm inferior e paralela ao ligamento inguinal. A fáscia parietal do abdome (endoabdominal) é muito importante na cirurgia. Proporciona um plano que pode ser aberto e permitir que o cirurgião aproxime-se de estruturas situadas sobre ou dentro da face anterior da parede posterior do abdome, como os rins ou corpos das vértebras lombares, sem entrar no saco peritoneal membranáceo que contém as vísceras abdominais. Desse modo, o risco de contaminação é minimizado. Uma parte anterolateral desse espaço potencial entre a fáscia transversal e o peritônio parietal (espaço de Bogros) é usada para a colocação de próteses (tela de Gore-Tex, por exemplo) ao reparar hérnias inguinais (Skandalakis et al., 1996) Hérnias abdominais A parede anterolateral do abdome pode apresentar hérnias. A maioria das hérnias ocorre nas regiões inguinal, umbilical e epigástrica (ver, no boxe azul, “Hérnias inguinais”, adiante). As hérnias umbilicais são comuns em neonatos, porque a parede anterior do abdome é relativamente fraca no anel umbilical, sobretudo em lactentes de baixo peso ao nascimento. As hérnias umbilicais geralmente são pequenas e resultam do aumento da pressão intra- abdominal associado à fraqueza e ao fechamento incompleto da parede anterior do abdome após a ligadura do cordão umbilical ao nascimento. A herniação ocorre através do anel umbilical. Reflexos abdominais superficiais A parede do abdome é a única proteção da maioria dos órgãos abdominais. Consequentemente, ela reage em caso de doença ou lesão de um órgão. Com a pessoa em decúbito dorsal e os músculos relaxados, o reflexo abdominal superficial é induzido riscando-se rapidamente a pele no sentido horizontal, lateromedial em direção ao umbigo. Como Ocorre a Fenda Palatina 1. Desenvolvimento Normal: - O palato (céu da boca) é formado a partir de dois processos: o processo palatino primário, que se desenvolve a partir do maxilar e forma a parte anterior do palato, e os processos palatinos secundários, que se desenvolvem a partir dos maxilares e se fundem para formar a parte posterior do palato. - O fechamento do palato normalmente ocorre entre a 6ª e a 12ª semana de gestação. 2. Mecanismo da Malformação: - Se o fechamento dos processos palatinos não ocorre corretamente, pode resultar em uma fenda que pode ser parcial (apenas no palato mole) ou completa (afetando o palato duro e mole). - A fenda pode se estender até as gengivas e, em casos mais severos, envolver também o lábio (fenda labiopalatina). Por Que Ocorre a Fenda Palatina Fatores Genéticos: - A predisposição genética desempenha um papel importante na fenda palatina. Se houver histórico familiar de anomalias congênitas, o risco é maior. - Vários genes estão envolvidos no desenvolvimento do palato, e mutações ou alterações nesses genes podem contribuir para a malformação. Fatores Ambientais: - Exposição a certos agentes teratogênicos durante a gravidez, como álcool, drogas, tabaco ou medicamentos específicos, pode aumentar o risco de fenda palatina. - Deficiências nutricionais, especialmente de ácido fólico, durante a gestação podem contribuir para o desenvolvimento de fendas palatinas. Condições Maternas: - Algumas condições de saúde maternas, como diabetes mellitus ou obesidade, podem aumentar o risco de anomalias congênitas, incluindo fenda palatina. Interação de Fatores: - A fenda palatina geralmente resulta de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A interação entre predisposição genética e fatores ambientais pode ser crítica no desenvolvimento da malformação. Consequências A fenda palatina pode levar a várias complicações, incluindo dificuldades na alimentação, problemas de fala, infecções do ouvido e questões estéticas. O tratamento geralmente envolve cirurgia para corrigir a fenda e pode incluir terapia fonoaudiológica e acompanhamento multidisciplinar.