Meios de luta e modos de produção (Parte 1) - Cultura do Olival PDF
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Este documento descreve os meios de luta e os modos de produção na cultura do olival. Analisa os inimigos e infestantes da cultura, além de auxiliares e efeitos secundários dos produtos fitofarmacêuticos. Também aborda assuntos como o cultivo de oliveiras em regime superintensivo e biológico.
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Cultura do Olival Índice 1. Economia e produção 2. Ecossistema e características biológicas 3. Instalação da cultura 4. Manutenção e condução 5. Meios de luta e modos de produção 6. Colheita, conservação, comercialização e boas práticas Cultura do Olival...
Cultura do Olival Índice 1. Economia e produção 2. Ecossistema e características biológicas 3. Instalação da cultura 4. Manutenção e condução 5. Meios de luta e modos de produção 6. Colheita, conservação, comercialização e boas práticas Cultura do Olival 3 Meios de luta e modos de produção 5. Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta 5.2 Infestantes 5.3 Auxiliares e efeitos secundários dos produtos fitofarmacêuticos 5.4 Caderno de campo 5.5 Olival superintensivo 5.6 Olival em modo de produção biológico 5.7 Olival em modo de produção integrada 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Proteção da cultura A limitação das pragas e doenças faz-se à custa de múltiplas práticas e ações. É dado particular relevo à limitação natural através de auxiliares, que atuam como predadores ou parasitóides. Os auxiliares de proteção entram em atividade no início do ataque da praga, mantendo-a sob controlo abaixo do NEA (Nível Económico de Ataque). Os auxiliares de limpeza entram em atividade depois da praga e não a impedem de ultrapassar o NEA. Cultura do Olival 5 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Proteção da cultura Medidas que contribuem para a presença de auxiliares: Medidas culturais: Instalação de sebes vivas constituídas Eliminação de focos de doenças, pragas e infestantes; por arbustos (sabugueiro); Destruição de restos de culturas infetadas; Manutenção da vegetação espontânea Eliminação de plantas hospedeiras; nas entrelinhas (funcho); Mobilização do solo; Instalação de linhas de plantas aromáticas; Poda (arejamento); Quando o auxiliar é largado na cultura - luta biológica. Cobertura do solo. Cultura do Olival 6 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Pragas e doenças PRAGAS DOENÇAS Mosca da azeitona Caruncho da oliveira Gafa Cercosporiose Traça da oliveira Euzophera Olho de pavão Escudete Cochonilha negra Traça verde Ronha ou tuberculose Fumagina Algodão da oliveira Verticilose Cultura do Olival 7 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura MORFOLOGIA DA MOSCA DA AZEITONA e meios de luta 4-5 mm de comprimento, coloração acastanhada mais ou menos Adulto intensa com manchas escuras no abdómen, asas alongadas, Mosca da azeitona (Bactrocera oleae Gmelin) incolores com uma mancha escura no ápice. A mosca da azeitona é a praga mais importante da oliveira. Cerca de 0,8 mm de comprimento e 0,2 mm de largura, de cor branco-leitoso. É depositado no mesocarpo do fruto, Ovo numa cavidade perfurada pela fêmea, com cerca de 1,5 mm de profundidade e em direção oblíqua. O corpo é mole quase transparente, tem 1 mm de comprimento e mandíbulas negras. À medida que se desenvolve a cor passa Larva neonata para branco amarelado. O estado larvar apresenta 3 estados de desenvolvimento: L1 (1 mm de comprimento), L2 (1-3 mm de comprimento) e L3 (3-6 mm de comprimento). Figuras: Mosca da azeitona (Bactrocera oleae Gmelin) 4-5 mm de comprimento, encerrada num pupário em forma fontes: Sygenta, 2010; www.flfrevista.pt/2016/10/armadilha-digita Pupa de barrilete, inicialmente amarelo-pálido, vai escurecendo com o tempo até ficar acastanhado. Cultura do Olival 8 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Mosca da azeitona (Bactrocera oleae Gmelin) Ciclo de vida da mosca da azeitona: Ovo Larva Pupa Adulto fonte: Patanita, 2018 Cultura do Olival 9 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Mosca da azeitona (Bactrocera oleae Gmelin) Biologia: Os adultos surgem na primavera, entre maio e junho Alguns destes estados larvares vão originar insetos (1ª geração de verão) - estes adultos, provenientes adultos no Inverno, mas a maior parte vai pupar de pupas hibernantes do ano anterior, saem no solo, passando o Inverno nesse estado. Hiberna escalonadamente dos frutos mais adiantados, sob a forma de adulto na árvore e sob a forma de ao longo do mês de agosto até meados de setembro, pupa no solo; dando lugar a uma 2ª geração (princípios de setembro Nos frutos pode encontrar-se sob a forma de ovo até meados de outubro), os provenientes desta e larva. geração dão origem a uma 3ª (larvas de meados de outubro a dezembro); Cultura do Olival 10 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Mosca da azeitona (Bactrocera oleae Gmelin) O desenvolvimento das populações da mosca é regulado Prejuízos: por fatores abióticos e bióticos (parasitóides e predadores). Queda prematura dos frutos; Consumo pela larva de parte do mesocarpo do fruto FATORES ABIÓTICOS FATORES BIÓTICOS (perda de azeite); Temperatura Temperatura Parasitóides Aumento da acidez (redução da qualidade do azeite). A mosca pode sobreviver com temperatura A mosca pode sobreviver Braconídeo com temperatura Opius concolor Szpel; que varia dos 6-7°C aos 35-36°C, sendo que varia dos calcidideos 6-7°C aos ectófagos 35-36°C, Eupelmus sendo urozonus o intervalo ótimo de 20-30°C Dalm.,o Pnigalio intervalomediterraneus ótimo de 20-30°C Ferr & Del e Euritoma martelii Dom. Humidade relativa Predador Predador oófago cecidómideo Textura do solo Prolasioptera berlesiana Paoll. Fundamental na sobrevivência das populações hibernantes. Cultura do Olival 11 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Mosca da azeitona (Bactrocera oleae Gmelin) Estimativa de risco: Observação visual; A armadilha cromotrópica mais utilizada é constituída Armadilhas - devem ser colocadas em finais de maio, por uma placa amarela 20 x 20 cm, coberta com cola à altura da cabeça, no lado sul da árvore e no exterior sintética e iscada com uma feromona sexual para da copa, com contagens semanais dos adultos a mosca da azeitona (20 mg de 1,7 Dioxaspino (5,5) capturados. Utilizam-se dois tipos de armadilhas: Undecane), que deve ser substituída mensalmente; Garrafas mosqueiras Mcphail com dicarbonato Deve-se observar 100 frutos (2 x 50 árvores) de amónio ou fosfato de amónio; e contabilizar os frutos atacados com larvas vivas, sendo o NEA para azeitona para azeite de 10% de Armadilha cromotrópica com feromona azeitonas com larvas vivas; (combina estímulos visuais e olfativos). Cultura do Olival 12 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Mosca da azeitona (Bactrocera oleae Gmelin) Exemplos de armadilhas: Figura: Figura: Figura: Figura: Garrafa mosqueira Copo mosqueiro Garrafa mosqueira artesanal Placa cromótropica amarela fonte: gigalista.com.br fonte: www.agrofile.pt fonte: wn.com fonte: www.vidarural.pt Cultura do Olival 13 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Mosca da azeitona (Bactrocera oleae Gmelin) Nível económico de ataque (NEA): Meios de luta: Deve-se observar 100 frutos (2 x 50 árvores) Culturais preventivos: e contabilizar os frutos atacados com larvas vivas, Antecipação da colheita em anos de fortes ataques, para meados sendo o NEA para azeitona para azeite de 10% de ou finais de setembro; eliminação de frutos atacados, mesmo os do solo; podas regulares; polvilhação com pós de argila ou azeitonas com larvas vivas. de rocha (repelentes da mosca), evitam as posturas nas azeitonas. Luta biológica: Largadas sucessivas e em massa de algumas espécies de auxiliares (himenóptero parasitóide Opius concolor - 100 a 500 por oliveira quando surgem as primeiras larvas da mosca). Cultura do Olival 14 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Mosca da azeitona (Bactrocera oleae Gmelin) Meios de luta: Luta biotécnica: Figura: Luta biológica: Neste tipo de meio de luta, integra-se o método de captura parasitoide de larvas Opius Concolor em massa, que consiste na utilização de um número suficiente fonte: es.slideshare.net/ecoagricultura/dacus-oleae de armadilhas com atração visual, alimentar ou sexual. A Eco-Trap é o nome comercial de uma armadilha deste tipo. É constituída por um saco de polietileno (15 x 20) contendo um atrativo alimentar (70 g de bicarbonato de amónio), coberto por um papel verde impregnado com uma solução inseticida (15 g de deltametrina) e atrativo sexual (feromona). Colocação de uma armadilha por cada 2 árvores (em média Figura: 50 armadilhas ha-1), assim que o NEA seja atingido, não sendo Luta biotécnica: necessário mudá-las até ao fim da campanha. Eco-Trap fonte: www.tecnigran.com.br Cultura do Olival 15 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Mosca da azeitona (Bactrocera oleae Gmelin) Meios de luta: Luta biotécnica (continuação): Luta química: O método da confusão sexual - através da implantação no Tratamento preventivo: dirigido aos adultos e consiste ecossistema, de fontes artificiais de feromonas suficientemente na aplicação sobre uma parte da árvore de uma mistura numerosas. Os machos, recebendo atrativo de todas as direções, de uma substância atrativa (ex: Endomosyl) e um inseticida. não são mais capazes de localizar e fecundar as fêmeas. Deste Os tratamentos devem ter início quando se verificarem modo a taxa de reprodução baixa drasticamente. diferenças significativas das capturas nas placas com O método da luta autocida que tem por base a utilização de e sem feromona ou se verificarem as primeiras posturas. uma praga como agente da sua própria destruição. Esta técnica Tratamento curativo: é um tratamento generalizado, fundamenta-se na possibilidade de inviabilizar os machos de dirigido aos ovos e formas larvares e deve ser feito uma determinada espécie para a função reprodutora, os quais com inseticidas sistémicos. Normalmente só é necessário sendo posteriormente lançados na natureza e em proporção realizar um tratamento quando for atingido o NEA. conveniente não produzem descendência ao acasalarem com as fêmeas selvagens. Cultura do Olival 16 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura MORFOLOGIA DA TRAÇA DA AZEITONA e meios de luta Lepidóptero, de cor cinzento prateado, com cerca de 6 - 6,5 mm Adulto Traça da oliveira (Prays oleae Bern.) de comprimento e 13 - 17 mm de envergadura. É considerada a praga mais importante da oliveira a seguir Forma oval, cerca de 0,5 mm de comprimento. É ligeiramente à mosca da azeitona. convexo e no momento da postura fica bastante aderente Ovo à superfície vegetal. O ovo é branco-leitoso após a postura, mas torna-se amarelo translúcido após a incubação e castanho-amarelado após a eclosão da larva. 0,65 mm de comprimento, coloração branco amarelado, cabeça e placa anal de cor pardacenta. Passa por 5 instares larvares Larva neonata e no final do desenvolvimento mede 7 - 8 mm de comprimento e 1,4 mm de largura. Envolvida num casulo de seda de cor branco sujo e de malha Pupa ou crisálida Figuras: bastante lassa. Mede cerca de 5 - 5,5 mm de comprimento. Traça da oliveira fonte: pt.slideshare.net/Pelosiro/12725493-sanidade-oliveira Cultura do Olival 17 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça da oliveira (Prays oleae Bern.) Ciclo de vida da traça da oliveira: Ovo Larva Pupa Adulto fonte: Patanita, 2018 Cultura do Olival 18 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça da oliveira (Prays oleae Bern.) Biologia: Fatores de regulação da população: Possui 3 gerações anuais, cada uma das quais se desenvolve à custa de um órgão diferente do seu FATORES ABIÓTICOS FATORES BIÓTICOS hospedeiro, concretamente flores, frutos e folhas. Humidade relativa (HR) Temperatura Parasitóides Os ovos da 1ª geração (filófoga) são postos sobre as folhas Abaixo A mosca dossobreviver pode 60% dessecam o córion com temperatura quedo ovodos varia e este morre.Se 6-7°C a HR > 70% aos 35-36°C, sendo e os estragos surgem nas folhas. eotemperatura superior intervalo ótimo a 25°C, de 20-30°C Predadores a mortalidade é tanto maior quanto Os ovos da 2ª geração (antófaga) são postos sobre o cálice, mais elevada for a temperatura, os estragos incidem nas flores (cria uma espécie de teia). considera-se como temperatura letal os 35°C. Os adultos surgem entre maio e junho. Na 3ª geração (carpófaga) a postura é feita sobre o cálice dos jovens frutos, os estragos ocorrem nos frutos. Cultura do Olival 19 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça da oliveira (Prays oleae Bern.) Prejuízos: Os prejuízos são imputáveis unicamente às larvas das gerações antófaga e carpófaga; Os estragos provocados pelas larvas da geração carpófaga traduzem-se por: Queda estival – devido a galerias que a larva escava através dos canais fibrovasculares no momento da sua entrada para o caroço (início do verão); Queda outonal – devido às larvas que abandonam os frutos para irem pupar (finais de agosto a início de novembro). Figuras: Prejuízos da traça da oliveira: em olivais jovens; queda prematura dos frutos só em anos de fraca floração. fonte: pt.slideshare.net/Pelosiro/12725493-sanidade-oliveira Cultura do Olival 20 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça da oliveira (Prays oleae Bern.) Estimativa de risco: Nível Económico de Ataque (NEA): Deve-se seguir a evolução da população da traça Para a 2ª geração (antófaga): observar 100 botões da oliveira através de dois tipos de armadilhas: florais (2 x 50 árvores) e contar o número que Placas amarelas com feromonas; se encontram atacados, sendo NEA 1% dos botões Armadilhas do tipo delta com feromonas florais viáveis atacados; Para a 3 ª geração (carpófaga): observar 100 frutos (2 x 50 árvores) e observar os ovos viáveis postos sobre o fruto e contabilizá-los; O NEA é de 15% a 30% de ovos viáveis. Figuras: Armadilhas tipo delta e placa com feromonas Cultura do Olival 21 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça da oliveira (Prays oleae Bern.) Meios de luta: Luta cultural: Manutenção do equilíbrio biológico do ecossistema; Práticas culturais corretas (podas e fertilizações); Proteção (fomento da ação da fauna auxiliar e diversidade no coberto vegetal). Luta biológica: Bacillus thuringiensis contra a geração antófaga da traça da oliveira.O Bacillus thuringiensis é uma bactéria entomopatogénica, provoca doenças nos insetos. Ataca o aparelho digestivo das lagartas, que no prazo de alguns minutos a 2 horas após a Figura: ingestão, deixam de se alimentar, morrendo passados 2 a 5 dias. Luta biológica: Bacillus thuringiensis fonte: amtecbioagricola.com Cultura do Olival 22 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça da oliveira (Prays oleae Bern.) Meios de luta: Luta biológica: Os tipos de Bacillus thuringiensis mais importantes para os lepidópteros (lagartas de borboletas) do olival são Kurstaki e Aizawai. O produto deve ser aplicado no início da floração – botões verdes amarelados, com 10 % a 20 % das flores abertas, para atingir as lagartas nas fases iniciais do desenvolvimento. Deve-se molhar bem os cachos florais, adicionar açúcar (1 kg 100 L-1) para melhorar a eficácia. Repetir o tratamento se chover. Figura: Ação da Bacillus Thuringiensis contra a traça da oliveira fonte: dbiotec.blogspot.com Cultura do Olival 23 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça da oliveira (Prays oleae Bern.) Meios de luta: Luta biotécnica: Método de confusão sexual: esta técnica funciona Reguladores de crescimento de insetos (várias substâncias apenas quando as populações são baixas, devendo têm sido descobertas): a sua atuação é pela interferência na iniciar-se a libertação da feromona sexual no momento ação da hormona que regula a formação de quitina, impedindo em que se detetam os primeiros adultos em voo. o endurecimento protetor dos insetos e tornando-os por isso, extremamente suscetíveis à ação dos agentes exteriores. Captura em massa: este sistema parece ser efetivo só em caso de baixa intensidade de ataque. Os machos conseguem A mais conhecida destas substâncias é o diflubenzurão. fecundar algumas fêmeas antes de serem capturados. Cultura do Olival 24 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça da oliveira (Prays oleae Bern.) Meios de luta: Luta química: Os tratamentos fitossanitários são atualmente dirigidos Geração antófaga: realizados quando a maioria das larvas se unicamente contra os estados larvares da 2a e 3a gerações, encontram no 3° instar larvar, geralmente no início da floração. responsáveis pelos prejuízos. Geração carpófaga: as larvas encontram-se no interior dos frutos jovens é necessário utilizar inseticidas sistémicos. O tratamento deve ser efetuado quando os frutos têm o tamanho de um grão de trigo (estado fenológico I). Geralmente este tipo de tratamento é muito agressivo para a entomofauna auxiliar do olival, pelo que se impõe as máximas restrições aos mesmos. Cultura do Olival 25 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Cochonilha negra (Saissetia oleae Olivier) MORFOLOGIA DA COCHONILHA NEGRA Cerca de 2 – 5 mm de comprimento e 2 – 5 mm de largura. Adulto Apresentam cor escura e possuem um "H" em relevo no dorso. Ovo Cor rosada, cerca de 0,3 mm de comprimento. Passa por três instares: 1º instar (cor amarelo claro e comprimento inferior a 0,5 mm); Figura: Ninfa 2º instar (coloração alaranjada, comprimento entre 0,5-0,8 mm Cochonilha negra e surge o "H" em relevo no dorso); 3º instar (cor escura e mede entre 0,8-1,5 mm). Cultura do Olival 26 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Cochonilha negra (Saissetia oleae Olivier) Ciclo de vida da cochonilha negra: Ninfa 1º instar Ninfa 2º instar Ninfa 3º instar Ninfa 4º instar ou Adulto em adulto jovem reprodução fonte: Patanita, 2018 Cultura do Olival 27 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Cochonilha negra (Saissetia oleae Olivier) Biologia: Fatores de regulação da população: A cochonilha hiberna sob a forma de ninfa FATORES ABIÓTICOS de 2° e 3° instar; Os adultos surgem de maio a julho e as posturas Temperatura Clima com temperatura A mosca pode sobreviver Culturais Favorecem o desenvolvimento do realizam-se desde junho a agosto. Destes ovos Anos que amenos varia nem e húmidos dos 6-7°C quentes nem com verões aos 35-36°C, sendo inseto a elevada densidade de plantação o intervalo ótimosecos e invernos de 20-30°C e elevada densidade de folhagem, eclodem as ninfas, que podem surgir de junho temperados, favorecem o excesso de adubos azotados e o uso o desenvolvimento do inseto. indiscriminado de inseticidas. a setembro. Cultura do Olival 28 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Cochonilha negra (Saissetia oleae Olivier) Prejuízos: Estimativa de risco: Diretos: sucção da seiva e desvitalização da árvore; A partir de maio colhem-se mensalmente, de um Indiretos: provocados pela fumagina (Capnodium conjunto de oliveiras marcadas permanentemente, elaeophilum) que se desenvolve às custas das 10 fragmentos de 10 cm a partir da extremidade, substâncias açucaradas (meladas), excretadas em raminhos situados na zona inferior e mais pelo inseto. periférica da parte da copa virada a sul. Cultura do Olival 29 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Cochonilha negra (Saissetia oleae Olivier) Nível económico de ataque: Meios de luta: O NEA é atingido quando são contados 10 adultos Luta cultural: vivos não parasitados nessa amostra, ou apenas Poda (arejamento e entrada de luz); Diminuir as fertilizações azotadas. um adulto vivo quando se deteta a presença de fumagina em zonas onde esta costuma aparecer Luta biológica: com forte incidência. Largadas sucessivas e em massa de algumas espécies de auxiliares. Luta química: Óleo de Verão (inseticida mineral). Procedimento: 1,6 L 100L-1 quando as larvas começam a fixar-se às folhas (entre julho e setembro). Cultura do Olival 30 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Algodão da oliveira (Euphyllura olivina Costa) MORFOLOGIA DO ALGODÃO DA OLIVEIRA O algodão da oliveira é um inseto picador-sugador que se alimenta da seiva das plantas, quer no estado imaturo, Adulto Tem cerca de 2 mm de comprimento. quer no estado adulto. Amarelado, alongado e possui com um pequeno pedúnculo, Ovo cerca de 0,4 mm. Ninfa Cerca de 1,5 mm de comprimento. Figura: Algodão da oliveira Cultura do Olival 31 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Algodão da oliveira (Euphyllura olivina Costa) Ciclo de vida e biotecnologia do algodão da oliveira: As ninfas eclodem passados alguns dias e fixam-se nas inflorescências, onde No início da primavera faz as posturas formam colónias densas, que segregam Hiberna sob a forma de adulto, na base na face inferior das folhas dos rebentos uma substância branca, tipo algodão. dos ramos, nas folhas ou gomos. terminais. Durante o verão as ninfas entram em repouso estival. Pode ter entre duas a quatro gerações. Cultura do Olival 32 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Algodão da oliveira (Euphyllura olivina Costa) Prejuízos: Meios de proteção: Diretos: ataques nos rebentos e ataques nas Medidas indiretas ou preventivas: inflorescências (queda dos botões florais - redução Aumento das populações de auxiliares (manutenção de vegetação capaz de lhe proporcionar alimentos suplementares, abrigos e locais da produção), variável com as condições climáticas, de hibernação); a cultivar e a intensidade de ataque. Raramente é necessário aplicar meios diretos; Indiretos: meladas que excreta e que originam o desenvolvimento de fungos responsáveis pela fumagina. No caso de se atingir o NEA: Primeiro tratamento com sabão de potassa, segundo tratamento Contudo, em geral os estragos causados não assumem com óleo de verão; gravidade. Apenas quando se verifiquem ataques No caso de um forte ataque: intensos durante a primavera. Tratamento contra os estados imaturos (ninfas) na primavera; geralmente aproveita-se o tratamento feito contra a traça da oliveira. Cultura do Olival 33 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Caruncho da oliveira MORFOLOGIA DO CARUNCHO DA OLIVEIRA (Phloeotribus scarabaeoides Bernard) Cerca de 2 mm de comprimento, tem cor escura, com antenas Adulto avermelhadas terminadas por lamelas piriformes. Oval, branco e com cerca de 0,8 mm de comprimento Ovo e 0,5 mm de largura. Inicialmente de cor esbranquiçada, passando a amarela-palha com Larva a idade, comprimento situado entre cerca de 0,9 mm, nos primeiros instares e 3,8 mm, quando completamente desenvolvida. Cor branco-suja, os esboços das asas acinzentados, 2 a 3 mm Pupa de comprimento. Possuem olhos compostos e mandíbulas robustas, de cor castanha. Cultura do Olival 34 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Caruncho da oliveira (Phloeotribus scarabaeoides Bernard) Ciclo de vida e biotecnologia do algodão da oliveira: As larvas desenvolvem-se nas galerias Na primavera, sai destas galerias e perpendiculares à galeria nupcial, no final a fêmea escava uma galeria nupcial destas galerias larvares forma-se uma Hiberna sob a forma de adulto, escondido (para acasalar) com ramificações laterais câmara de pupagem, onde pupa. O adulto nas galerias alimentares. onde procede à postura. Cada fêmea põe ao eclodir faz um orifício de saída na cerca de 30-60 ovos. madeira, que se distingue do orifício de entrada por não ter serradura. Cultura do Olival 35 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Caruncho da oliveira (Phloeotribus scarabaeoides Bernard) Meios de proteção: Prejuízos: Luta cultural (meio utilizado para esta praga): Diretos: os adultos escavam galerias de alimentação, Antecipar o mais possível a poda, de modo a que, na época da postura, a lenha resultante esteja demasiado seca para afetam o desenvolvimento das árvores e a produção permitir o desenvolvimento da praga; e a sobrevivência de árvores jovens. Eliminar os ramos atacados, podando-os e enterrando-os ou queimando-os em seguida. Indiretos: a existência dessas galerias facilita o desenvolvimento de doenças e pragas, como a A título complementar, recomenda-se distribuir no olival tuberculose e os tripes. As Galerias escavadas pelas pequenas pilhas de lenha de poda recém cortadas para larvas podem impedir a circulação da seiva, originando atrair os insetos, que aí vão efetuar as posturas, a seca dos ramos, obrigando à realização de podas destruindo-as depois, obrigatoriamente antes da de regeneração para reconstituir as árvores. floração, de modo a impedir a formação de adultos. Cultura do Olival 36 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Euzophera (Euzophera pinguis Haw.) Biologia: MORFOLOGIA DA EUZOPHERA Os insetos hibernam no estado larvar no interior de galerias subcorticais de diferentes tamanhos e formas; Borboletas que medem entre 20 – 25 mm de envergadura e de Adulto 12 – 14 mm de comprimento, de cor castanho escuro e o terço basal acinzentado, com uma linha em zig-zag clara. Alguns A pupação inicia-se no fim do inverno (fevereiro a março), exemplares podem ter as asas anteriores muito escuras, consoante as regiões, prolongando-se durante toda a com duas bandas transversais cinzentas. primavera. A emergência dos adultos da primeira geração Ovo Tem forma oval, aplanados de tamanho de 1 x 0,8 mm. As posturas pode ter início ainda em fevereiro; encontram-se isoladas ou em pequenos grupos de 5-6 ovos. Durante o período estival o voo é muito reduzido, Larva de cor rosada e tamanho de 1 – 2mm. No seu máximo Larva desenvolvimento larvar tem coloração branca-amarelada e cabeça sobretudo em regiões em que as temperaturas escura, alcançando um tamanho de 10 – 12 mm. máximas atingem valores mais elevados para se intensificar de novo em setembro/outubro. Cultura do Olival 37 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Euzophera (Euzophera pinguis Haw.) Ciclo de vida da Euzophera: Ovos Lagarta Pupa Adulto fonte: Patanita, 2018 Cultura do Olival 38 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Euzophera (Euzophera pinguis Haw.) Estragos/prejuízos: Ataques principalmente para árvores vigorosas Sintomas: existência de glomérulos exteriores de cor (visualização das larvas nos cortes dos ramo durante castanha unidos por fios de seda devido à acumulação a poda, ou nas feridas provocadas pelo varejamento); de dejeções e serradura extraída pela larva, que se vai acumulando na entrada da galeria; Sintomas: presença de fissuras e galhas na casca dos ramos, devidos à existência de galerias escavadas Sintomas: forte desfoliação nas ramas já infestadas, pela larva que impedem o fluxo de seiva; que geralmente dá lugar à seca dos ramos e se se trata de árvores jovens pode-se provocar a morte da Sintomas: perda de coloração das folhas localizadas oliveira. A mortandade é muito alta em olivais jovens, nas ramas atacadas pelo inseto; com idades compreendidas entre os 4 e 10 anos. Cultura do Olival 39 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Euzophera (Euzophera pinguis Haw.) Estimativa do risco: Captura de adultos em armadilhas (tipo funil, Nas árvores atacadas por tuberculose, as observações armadilhas delta com feromona sexual ou armadilhas deverão efetuar-se até maior altura e incidir sobre luminosas) e observação visual do ataque na base os tumores. Em Portugal recomenda-se, a nível dos troncos; oficial, realizar a observação visual semanalmente em abril/junho e em setembro/outubro; A instalação das armadilhas no olival deve ter lugar a partir de finais de março, sendo observadas O nível económico de ataque aconselhado semanalmente para registo do número de capturas; oficialmente no País corresponde a "tratar ao pico de voo", recomendando-se realizar uma nova Observação de posturas na inserção dos ramos ou no aplicação se após o tratamento fitossanitário, tronco (até 1 m de altura do solo) das jovens oliveiras; a percentagem de lagartas vivas for superior a 20%. Cultura do Olival 40 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Euzophera (Euzophera pinguis Haw.) Meios de proteção: Luta cultural: Escolha de variedades; Assegurar o bom desenvolvimento das árvores (fertilizações equilibradas, podas pouco severas Fomento e proteção da fauna auxiliar; e realizadas antes do período de voo do inseto, e mobilizações superficiais); Recomenda-se que a remoção dos lançamentos "ladrões" que se desenvolvem na base do tronco das oliveiras, ocorra Proteger os cortes que se fazem durante as práticas nos períodos de menor número de capturas nas armadilhas, culturais (poda, varejamento, enxertias) aplicando sobre porque as feridas facilitam a penetração das lagartas. eles um cicatrizante, de maneira a evitar a postura por parte das fêmeas e evitar também que a larva recém-nascida penetre facilmente no seu interior; Cultura do Olival 41 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Euzophera (Euzophera pinguis Haw.) Meios de proteção: Luta biológica: Luta biotécnica: Conhecem-se poucas espécies de auxiliares capazes A confusão sexual pode ter interesse, no entanto de atuar sobre a euzofera; há necessidade de obtenção de informação mais aprofundada sobre o inseto, designadamente sobre A limitação da praga pode ser feita através dos auxiliares a sua biologia e comportamento. como os braconídeos I. mylolenta e P. ocularis; A possibilidade do desenvolvimento de medidas de valorização da ação destes auxiliares, depende do avanço do conhecimento sobre as interações existentes no ecossistema olival. Cultura do Olival 42 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Euzophera (Euzophera pinguis Haw.) Meios de proteção: Luta química: Em árvores adultas, só se recomenda a realização de A luta química, deve incidir sobre os ovos ou lagartas jovens, tratamentos, quando se observam sintomas externos antes da penetração destas no lenho da planta; (debilitamento de ramos e início de amarelecimento nas folhas); Recomenda-se ainda, tratar em dias amenos, utilizando pulverizadores de baixa pressão, e pulverizar apenas a base Em árvores jovens, recomenda-se realizar tratamentos dos ramos e troncos atacados, molhando bem toda a zona. quando se encontre uma galeria - momento de realizar o tratamento, é quando a maior parte da população, se encontra no estado de larva; Cultura do Olival 43 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça verde (Palpita unionalis Hübn) Sintomatologia: MORFOLOGIA DA TRAÇA VERDE As folhas jovens da parte terminal dos lançamentos, quer da base da árvore quer da copa, apresentam-se A borboleta têm uma envergadura de 30 mm, as suas asas Adulto têm coloração branca, o corpo tem cor castanho pálido. roídas; A atividade da espécie é noturna. Em condições de laboratório a fêmea pode pôr até 600 ovos. Pode observar-se junto das folhas roídas, a lagarta Forma aproximadamente elíptica achatada, superfície reticulada coberta por uma ténue malha de fios sedosos; Ovo e cor branca a amarelada. O seu tamanho é de cerca de 1 mm por 0,5 mm. (lagartas recém-nascidas medem cerca de 1,5 mm, Ocasionalmente, em agosto/setembro, surgem São de cor amarela clara, passando depois a esverdeadas e, roeduras mais ou menos profundas nos frutos. posteriormente, a verde mais ou menos escuro). Encontra-se no interior de um casulo sedoso de cor Larva branca-acinzentada, de cor castanha escura e mede 12 a 16 mm por 3 a 4 mm. Cultura do Olival 44 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça verde (Palpita unionalis Hübn) Ciclo de vida da traça verde: Ovo Lagarta Pupa Adulto fonte: Patanita, 2018 Cultura do Olival 45 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça verde (Palpita unionalis Hübn) Bioecologia e comportamento: Parece poder hibernar tanto no estado de lagarta Os ovos são postos, quer isoladamente, como de pupa, surgindo os primeiros adultos quer em grupos de dois a cinco, em qualquer em março/abril, nas regiões mais temperadas das páginas das folhas das plantas hospedeiras; e um mês ou dois mais tarde, nas mais frias; A fecundidade das fêmeas varia entre 30 e 600 ovos Durante o dia os adultos permanecem em e a sua longevidade pode ir desde uma semana até repouso, dissimulados na página inferior das um mês ou dois; folhas, com as asas abertas, desenvolvendo Após um período de incubação situado entre três a a sua atividade ao crepúsculo e durante a noite.; quatro e 12 a 15 dias eclode a lagarta, que se alimenta principalmente das folhas e rebentos novos, embora também possa atacar os frutos; Cultura do Olival 46 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça verde (Palpita unionalis Hübn) Bioecologia e comportamento: A duração do desenvolvimento larvar, que é Observações efetuadas em Trás-os-Montes fortemente condicionada pelas condições climáticas, e na Beira Interior e no Ribatejo mostraram uma em especial pela temperatura, situa-se entre 15 e curva de voo irregular, sugerindo a sobreposição de 100 dias, sendo de 23 dias, para uma temperatura diferentes gerações entre meados do verão e meados média de 20°C; do outono, com um pico de capturas em junho/início A duração total do ciclo evolutivo da traça verde de julho e outro de maior intensidade entre meados é de 24 dias à temperatura média de 26°C e de de agosto e outubro. 39 dias, se a temperatura for de 17°C; O ciclo biológico do inseto é, portanto, função das condições climáticas da região onde se desenvolve; Cultura do Olival 47 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça verde (Palpita unionalis Hübn) Estragos/prejuízos: Os estragos são provocados pela alimentação Quando o ataque se dá nos frutos, densidades das lagartas nas folhas e frutos, em geral não populacionais elevadas da praga podem reduzir tendo significado económico nas árvores adultas; a produção em até 30%; Contudo, em viveiros e plantações jovens, por vezes Em Portugal a traça-verde tem causado preocupação, verificam-se prejuízos significativos, na medida nos últimos anos, no Ribatejo e Alentejo, sobretudo em que a redução da área foliar e dos rebentos pode em olivais intensivos e superintensivos, mas não atingir 90%, o que acarreta redução do desenvolvimento se dispõe de informação quantificada sobre a sua vegetativo, seca dos raminhos e, por vezes, morte importância económica. das plantas; Cultura do Olival 48 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça verde (Palpita unionalis Hübn) Fatores de nocividade: As populações da traça-verde estão sujeitas a fatores O complexo parasitário da traça-verde é relativamente de mortalidade natural (condições climáticas e ação diversificado. Como espécies mais importantes de parasitóides e predadores); referem-se os braconídeos Apanteles sp., A. syleptae O limiar crítico para desenvolvimento dos ovos Ferriere e A. xanthostigma, o icneumonídeo Xanthopimpla é com uma temperatura de cerca de 9°C; punctata (Fabricius), o calcidídeo Brachymeria euploeae (Westwood) e o género Trichogramma. Aos predadores atribui-se alguma importância, sobretudo pela sua ação sobre os ovos e lagartas dos primeiros instares - referem-se neste grupo de auxiliares os insetos das famílias dos crisopídeos e o sirfídeo Eupeodes corollae!(Fabricius). Cultura do Olival 49 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça verde (Palpita unionalis Hübn) Estimativa do risco: Nível económico de ataque: Captura de adultos em armadilhas (tipo funil cor branca A intensidade do ataque pode ser determinada ou armadilhas delta com feromona sexual – instalar por observação visual dos rebentos, à razão em finais de março, sendo observadas semanalmente de cinco rebentos em cada uma de 20 árvores; para registo do número de capturas); Em Portugal, os ataques da traça verde raramente Observação visual do ataque nos rebentos e ou frutos. justificam o seu combate; O valor referendado para nível económico de ataque é de mais de 5% de plantas atacadas, no caso de viveiros ou plantações jovens e mais de 1% de frutos atacados, no caso de olivais adultos; Cultura do Olival 50 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça verde (Palpita unionalis Hübn) Nível económico de ataque: (continuação) Medidas de proteção indiretas ou preventivas: A tomada de decisão de intervir poderá ter lugar ainda Fomento e proteção da fauna auxiliar; na primavera, no caso de viveiros e plantações jovens; Todas as medidas que assegurem um desenvolvimento No caso dos olivais adultos, os tratamentos feitos equilibrado das árvores, como a rega e a fertilização contra a mosca da azeitona são eficazes contra adequada e a poda pouco severa; a traça-verde. A título complementar aconselha a remoção dos lançamentos vigorosos que se desenvolvem na base do tronco da oliveira (designados "ladrões"), por poderem constituir focos da praga. Cultura do Olival 51 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Traça verde (Palpita unionalis Hübn) Meios de proteção diretos: Luta biológica: Luta biotécnica: Por meio de artrópodos e de entomopatogénios; Recurso à confusão sexual; Tratamentos biológicos efetuados a nível experimental A confusão sexual também foi ensaiada, com resultados com Trichogramma cordubense Vargas & Cabello facultaram que, embora promissores, mostraram a necessidade taxas de parasitismo que atingiram 83%; de obter informação adicional sobre o comportamento da praga, antes da técnica poder ser utilizada na prática. Os parasitóides atuam sobre os ovos da praga. Luta química: Produtos à base de B. thuringiensis. Cultura do Olival 52 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Gafa (Gloeosporium olivarium Alm.) Os ataques começam nos frutos quando estes mudam de cor (verde para roxo) e as condições climáticas são favoráveis. A germinação dos poros é favorecida pela presença de água e temperatura elevada. As zonas de difícil drenagem do solo são mais propícias ao desenvolvimento da doença. Os frutos atacados pela mosca são mais sensíveis à gafa. Esta pode também atacar folhas e raminhos, quando as condições forem propícias. Esta doença afeta os frutos quando estes se encontram próximos da maturação. Figuras: Gafa (Gloeosporium olivarium Alm.) Nas azeitonas formam-se manchas arredondadas fontes: www.sapecagro.pt; e em depressão que se alastram e unem. geo.drapn.min-agricultura.pt; www.openpd.eu/pt Cultura do Olival 53 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Gafa (Gloeosporium olivarium Alm.) Normalmente o ataque começa no ápice da azeitona, onde Meios de luta: se acumula a água da chuva ou de orvalho. Os frutos ficam Meios de luta cultural preventivos: engelhados e mirrados e acabam por cair. Os ataques mais Poda de limpeza para provocar um bom arejamento; importantes verificam-se nos 2/3 inferiores da copa. Solo com boa drenagem; Laborar em separado, as azeitonas atacadas e as sãs; Prejuízos:! Manter as árvores em bom estado vegetativo e sanitário. Perdas quantitativas pela destruição total ou Meios de luta química: parcial dos frutos, que caem da árvore facilmente; O tratamento com sulfato de cobre, hidróxido de cobre ou oxicloreto de cobre, deve ser preventivo e realizar-se antes Perdas qualitativas, uma vez que o azeite fica das primeiras chuvas de outono, repetindo-se sempre que com elevada acidez e sabor desagradável. ocorrerem períodos de chuva ou nevoeiros. Cultura do Olival 54 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Olho de Pavão (Spilocaea oleagina Cast. Hughes) Existem períodos de maior incidência da doença no outono-inverno e inverno-primavera, embora o fungo sobreviva nos períodos desfavoráveis nas folhas caídas e nas folhas afetadas, que permanecem na árvore, podendo a doença disseminar-se todo o ano. Figuras: Folha de oliveira com manchas típicas provocadas pelo olho-de-pavão Os sintomas manifestam-se através de umas manchas fontes: pt.slideshare.net/Pelosiro/1255042093-fitossanidade3; www.syngenta.com circulares, concêntricas, na página superior, estas manchas aumentam e adquirem um tom amarelado na sua periferia. Na página inferior surgem umas manchas arredondadas de contorno irregular. Cultura do Olival 55 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Olho de Pavão (Spilocaea oleagina Cast. Hughes) Na epiderme dos frutos podem aparecer manchas Meios de luta: necróticas irregulares. Quando o pedúnculo é atingido Meios de luta cultural preventivos: o fruto fica engelhado. Poda racional de modo a haver arejamento;! Evitar o excesso de azoto;! Prejuízos:! Corrigir as carências de cálcio. A doença pode provocar desfoliação e queda de frutos, Meios de luta química: conduzindo a desequilíbrios fisiológicos na planta. Assim que se detetar a doença, deve-se efetuar um ou dois tratamentos entre meados e fins de novembro com oxicloreto ou sulfato de cobre; Quando a situação é muito grave, deve-se efetuar um tratamento na primavera, no início da rebentação;! Os tratamentos realizados para a gafa também controlam esta doença. Cultura do Olival 56 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Ronha ou tuberculose (Pseudomonas Savastanoi Smith) A bactéria penetra pelas feridas provocadas por cortes Fatores condicionantes: acidentais, granizo, poda, etc., produzida a infeção há Olivais jovens; um desenvolvimento celular hipertrófico e hiperplágico Bem fertilizados; que dá lugar a um tumor. Durante a fase de crescimento do tumor se houver lesões as bactérias ficam expostas, Solos ácidos, húmidos e mal drenados; sendo facilmente arrastadas pela água da chuva. Varejamento; Granizos, geadas e ventos; Cultivares sensíveis (ex. Galega, Verdeal e Cordovil). Cultura do Olival 57 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Ronha ou tuberculose (Pseudomonas Savastanoi Smith) Sintomas: Meios de proteção: Surgem tumores nódulos ou galhas, nos rebentos e ramos Luta cultural: medidas profiláticas jovens, que de início são pequenos nódulos esverdeados, Utilizar cultivares resistentes; Suprimir os ramos atacados; lisos e esponjosos, e mais tarde tornam-se lenhificados, Desinfetar as feridas e os utensílios de corte; Evitar o varejamento e as lesões de qualquer tipo. mais escuros e com superfície irregular. Luta biológica: Natureza dos estragos: É de referir as iniciativas em curso no sentido do desenvolvimento de Esta doença manifesta-se em olivais mal cuidados, biobactericidas contra a tuberculose. Assim, na Califórnia avaliam-se a sua evolução pode levar ao enfraquecimento das as possibilidades do emprego de actinomicetas produtoras de antibióticos, enquanto em Itália se estudam, sob esse ponto de vista, oliveiras (seca e quebra dos ramos) com a consequente estirpes avirulentas de bactérias produtoras de bacteriocinas. quebra de produção. Cultura do Olival 58 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Verticilose (Verticillium dahliae Kleb) Biologia: Sintomatologia: Desenvolvem-se conidióforos verticilados sobre o micélio Apoplexia: ocorre a morte rápida dos ramos principais do fungo e formam-se microesclerotos de cor escura; e secundários nos finais do inverno ou início da primavera. Adquirem uma cor arroxeada a partir da extremidade Os conídios são unicelulares e hialinos; para a base. As folhas enrolam-se, ficam secas nos ramos Os microesclerotos sobrevivem durante vários anos e tornam-se avermelhadas. no solo, tanto sobre tecidos infetados como livres; Morte lenta (definhamento): as flores mumificam e ficam O principal modo de disseminação da doença é através na árvore, podendo cair posteriormente. As folhas adquirem da água da rega, mas o vento, a poda e outros agentes uma coloração verde mate e caem, exceto as que ficam também podem ser responsáveis pela sua dispersão. na extremidade do ramo. Em árvores jovens, os sintomas da doença são mais evidentes e a gravidade é maior. Cultura do Olival 59 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Verticilose (Verticillium dahliae Kleb) Meios de proteção: Luta cultural: Luta química: Utilizar material vegetal isento de doenças e pragas; Não têm sido obtidos bons resultados com a aplicação Evitar a aplicação de excesso de azoto; de fungicidas. Não instalar o olival em parcelas que tenham sido ocupadas por culturas suscetíveis à doença (ex: algodoeiro): Deve-se desinfetar as ferramentas usadas da poda e na enxertia. Cultura do Olival 60 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Cercosporiose (Cercospora cladosporioides Sacc) Biologia: A infeção propaga-se de folha a folha, através dos O micélio expande-se pela folha e penetra conídeos ou de troços de micélio e surge normalmente na planta através das feridas ou pelos estomas; no outono; O fungo desenvolve estruturas de resistência Dá-se a esporulação do fungo com temperaturas – esclerotos quando os invernos são secos e frios. compreendidas entre 12 e 28ºC; O período de incubação é de 20 dias, em condições ótimas de desenvolvimento; Cultura do Olival 61 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Cercosporiose (Cercospora cladosporioides Sacc) Sintomatologia: Meios de proteção: Na página inferior da folha surge uma tonalidade Os tratamentos realizados contra o olho de pavão acinzentada que posteriormente se torna amarelada, (Spiloceaa oleagina) são eficazes para controlar destacando-se zonas mais escuras onde se encontram a doença, não sendo usual fazer tratamentos as frutificações do fungo, acabando a folha por cair. para a cercosporiose. Os sintomas da doença são menos frequentes Pulverizações com calda bordalesa a 2%, nos frutos e manifestam-se através de manchas realizadas no início da primavera e no final circulares de tamanho variável entre 3 e 15 mm, do verão, são eficazes contra a doença. castanhas avermelhadas. Cultura do Olival 62 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Escudete (Spheropsis dalmatica Thum. Gig.) Biologia: A maturação dos picnídeos é seguida do aparecimento A profundidade de penetração só pode alcançar de cirros em condições de excesso de humidade; 1-2 mm, no máximo; A água da chuva, o vento, insetos e outros O ótimo de temperatura de germinação dos conídios artrópodes são responsáveis pela dispersão situa-se entre 20-25ºC, embora possam germinar dos conídios nos frutos; entre uma gama larga de temperaturas; A entrada dos conídios nos frutos ocorre através A doença pode desenvolver-se até os 40-50%, de feridas da epiderme e principalmente através a temperaturas superiores a 25ºC; dos orifícios de entrada e saída da mosca da azeitona; A partir destas condições o fungo pára o seu ataque e faz-se rodear de uma capa suberosa. Cultura do Olival 63 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Escudete (Spheropsis dalmatica Thum. Gig.) Sintomatologia: Meios de proteção: No fruto, surge uma mancha mais ou menos circular, Os tratamentos contra a mosca da azeitona são eficazes com diâmetro variável de aproximadamente 0,5 cm, contra o escudete porque se evitam infeções importantes de cor castanha clara no início, tornando-se cinzenta desta doença; escura depois; A bordadura pode estar mais elevada Foram feitas experiências com tratamentos preventivos e escura, com uma depressão no centro; com fungicidas à base de cobre, mas não deram os Quando o ataque é intenso, o fungo propaga-se por todo resultados pretendidos, pois desconhecem-se alguns o fruto, desidratando-o e enrugando-o, apresentando aspetos etiológicos e epidemiológicos da doença. semelhanças aos sintomas da gafa - distingue-se através dos picnídeos, com o aspeto de pontos negros nesta doença, diferentes dos acérvulos de cor laranja da gafa. Cultura do Olival 64 Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta Fumagina (Capnodium elaeophilum Prill.) Sintomas: A fumagina surge como manchas negras e O ataque deste fungo ocorre em consequência superficiais (o fungo não penetra nos tecidos da produção de substâncias açucaradas, que da planta) sobre as folhas, ramos e troncos podem ser produzidas pela cochonilha (S. oleae); e algumas vezes até nos frutos; Quando é muito intenso diminui o vigor da árvore, As manchas negras, pode cobrir uma área grande caso contrário a árvore vegeta normalmente. da árvore, dificultando ou impedindo a fotossíntese, trocas gasosas ou através dos estomas, etc.; Cultura do Olival 65 Meios de luta e modos de produção 5. Meios de luta e modos de produção 5.1 Inimigos da cultura e meios de luta 5.2 Infestantes 5.3 Auxiliares e efeitos secundários dos produtos fitofarmacêuticos 5.4 Caderno de campo 5.5 Olival superintensivo 5.6 Olival em modo de produção biológico 5.7 Olival em modo de produção integrada 5.2 Infestantes De acordo com a duração do ciclo biológico, as infestantes Na segunda fase de desenvolvimento ocorre a floração podem ser classificadas em anuais, bianuais e perenes. e a produção de sementes, e a seguir dá-se a sua morte, no outono, do segundo ano. As anuais, completam o seu ciclo de vida numa estação (correspondendo a um ano ou menos). Podem ser de verão, As infestantes perenes vivem três ou mais anos e os gomos com a germinação/emergência, na primavera e produção de renovo estão acima do nível do solo. As vivazes, são as de semente e morte no final do outono, princípio do inverno plantas herbáceas cuja parte subterrânea vive mais de dois (PIO, 2017). anos. Nos períodos de desenvolvimento acumulam reservas, com as quais sobrevivem durante a dormência. Anualmente As bianuais completam o seu ciclo em mais de um ano renovam os seus caules aéreos. e, normalmente, em menos de dois. Iniciam a 1ª fase do desenvolvimento no outono, com o crescimento vegetativo, desenvolvem folhas e raízes, normalmente acumulando reservas nas raízes tuberosas. Cultura do Olival 67 Meios de luta e modos de produção 5.2 Infestantes As infestantes distribuem-se pela classe das monocotiledóneas e pela classe das dicotiledóneas. As primeiras podem ser anuais, bienais ou perenes conforme a espécie e reproduzem-se por semente, rizomas ou tubérculos. São exemplo as gramíneas, como a grama, e as ciperácias, como a juncinha, que são de difícil controlo. As infestantes da classe das dicotiledóneas caracterizam-se por apresentarem crescimentos com ramificações e normalmente flores mais vistosas e coloridas. Cultura do Olival 68 Meios de luta e modos de produção 5.2 Infestantes Dicotiledóneas Nome científico: Rumex crispus L. (Poligonáceas) Nome científico: Raphanus raphanistrum L. (Brassicáceas) Nome comum: Labaça-crespa Nome comum: Saramago É geralmente vivaz, caule ereto ramificado ou não, verde ou Anual com caule ramoso, folhas inferiores com 1-4 pares de avermelhado. Folhas da base oblongo-lanceoladas e pecioladas. segmentos ovados. Inflorescência, cacho com flores de pétalas brancas, (Moreira et al., 2000) rosadas, amarelas ou violáceas, frequentemente com nervuras violáceas. fonte: Rocha, 2006 [figura] (Moreira et al., 2000) fonte: Rocha, 2006 [figuras] Nome científico: Fumaria L. (Papaveráceas) Nome científico: Vicia sativa L. (Fabáceas) Nome comum: Erva-moleirinha Nome comum: Ervilhaca Anuais, de caules eretos. Folhas alternas, geralmente estreitos. Anual de primavera, caule simples ou ramificado, rastejante ou Inflorescência, flores com pedicelos curtos, reunidas em cachos trepador, folhas compostas por 3-8 pares de folíolos, terminados bracteados, corolas rosa púrpura. (Moreira et al., 2000) por uma gavinha ramificada. Flores solitárias ou geminadas, corola fonte: Rocha, 2006 [figura] violácea-avermelhada ou rosada, raramente branca. Fruto vagem castanho amarelada a negra, glabra ou pubescente. (Moreira et al., 2000) fonte: luirig.altervista.org/photos-searc/ [figuras] Cultura do Olival 69 Meios de luta e modos de produção 5.2 Infestantes Dicotiledóneas Nome científico: Erodium moschatum L. (Gerenáceas) Nome científico: Malva L. (Malváceas) Nome comum: Agulheira-moscada Nome comum: Malva Anual Herbácea. Folhas em geral arredondadas ou renifromes, Anual, caule (10-80 cm). Folhas oblongo-lanceoladas, dentadas longamente pecioladas. Corola de pétalas emarginadas ou bilobadas. serradas. Inflorescências cimeiras com 5-12 flores. Pétalas violáceas (Moreira et al., 2000) ou purpúreas. Fruto com 5-6 mm, com pelos brancos ou acastanhados. (Moreira et al., 2000) fonte: luirig.altervista.org/photos-searc/ [figura] fonte: luirig.altervista.org/photos-searc/ [figuras] Nome científico: Geranium dissectum L. (Gerenáceas) Nome científico: Convolvulus arvenses L. (Convolvuláceas) Nome comum: Coentrinho Nome comum: Corriola Anual, caule ereto. Folhas até 5 cm de diâmetro, longamente pecioladas. Vivaz de rizoma profundo esbranquiçado. Caule até 2 metros, rastejante Inflorescências cimeiras axilares. Flores de pedicelos curtos, pétalas ou volúvel. Folhas alternas, ovadas ou lineares. Inflorescências flores rosado-purpúreas. Fruto de monocarpos geralmente deiscendentes solitárias ou em grupos de 2 ou 3, brancas ou rosadas. Fruto cápsula e pubescentes. (Moreira et al., 2000) glabra. (Moreira et al., 2000) fonte: luirig.altervista.org/photos-searc/ [figura] fonte: luirig.altervista.org/photos-searc/ [figuras] Cultura do Olival 70 Meios de luta e modos de produção 5.2 Infestantes Dicotiledóneas Nome científico: Veronica L. (Escrofulariáceas) Nome científico: Chamaemelum mixtum (L.) All. (Asteráceas) Nome comum: Verónica Nome comum: Margaça Anual, geralmente de pequeno porte, com caules prostrados e Anual de 10-60 cm, pubescente ou vilosa, caule simples ou ramificado. ramificados. Folhas inferiores opostas e as superiores alternas. Flores Folhas alternas. Inflorescências capítulos de 10-30 mm de diâmetro, solitárias, corola rodada ou campânula de 4 lobos também desiguais. flores da periferia brancas, enquanto as do centro amarelas. Fruto cápsula cordiforme ou ovoide. (Moreira et al., 2000) (Moreira et al., 2000) fonte: luirig.altervista.org/photos-searc/ [figura] fonte: luirig.altervista.org/photos-searc/ [figura] Nome científico: Calendula arvenses L. (Asteráceas) Nome científico: Chondrilla juncea L. (Asteráceas) Nome comum: Erva-vaqueira Nome comum: Leituga-branca Anual de inverno e primavera, caule ereto ou prostrado, frequentemente Vivaz, caule ereto, geralmente solitário com numerosos ramos ramificado. Folhas inferiores espatuladas e pecioladas, folhas médias e ascendentes. Folhas basilares oblanceoladas e superiores lineares a superiores ovado-lanceoladas. Capítulos amarelos. (Moreira et al., 2000) lanceoladas inteiras ou denticuladas. Inflorescência capítulos solitários. fonte: luirig.altervista.org/photos-searc/ [figura] (Moreira et al., 2000) fonte: luirig.altervista.org/photos-searc/ [figura] Cultura do Olival 71 Meios de luta e modos de produção 5.2 Infestantes Dicotiledóneas Nome científico: Coleostephus myconis (L.) Rchb. f. (Asteráceas) Nome científico: Chrysanthemum coronarium L. (Asteráceas) Nome comum: Pampilho Nome comum: Pampilho-ordinário Anual, glabra ou ligeiramente pubescente, caule sub-reto, geralmente Anual de primavera e verão, caule ereto e ramoso. Inflorescência, ramificado na metade superior. Folhas basilares pecioladas, obovadas capítulos com flores amarelas e/ou brancas, com flores tubulosas. ou obovado-espatuladas. Inflorescência capítulos de 25-45mm (Moreira et al., 2000) solitários, flores da periferia amarelas ou esbranquiçadas e as do fonte: Rocha, 2006 [figura] centro tubuloso-campanuladas. (Moreira et al., 2000) fonte: luirig.altervista.org/photos-searc/ [figura] Nome científico: Conyza canadensis L. (Asteráceas) Nome científico: Sonchus L. (Asteráceas) Nome comum: Avoadinha Nome comum: Serralha Anual, geralmente de verão e início de outono. Caule reto, pouco Anual ou vivaz. Caule ereto, oco simples ou ramoso, folhas moles, ramificado inferiormente. Folhas inferiores oblongo-lanceoladas glabras (serralha macia) ou rígidas, frequentemente lustrosas, a espatuladas e as superiores de lineares a linear-oblongas e de com margem espinhosa (serralha áspera). Inflorescência capítulos inteiras a quase serradas, lobadas e dentadas. Inflorescência capítulos em corimbos terminais, de flores liguladas amarelo vivo. numerosos em panícula longa. (Moreira et al., 2000) (Moreira et al., 2000) fonte: luirig.altervista.org/photos-searc/ [figura] fonte: Rocha, 2006 [figura] Cultura do Olival 72 Meios de luta e modos de produção 5.2 Infestantes Dicotiledóneas Monocotiledóneas Nome científico: Solanum nigrum L. (Solanáceas) Nome científico: Avena sterilis L. (Poáceas) Nome comum: Erva-moira Nome comum: Balanco Anual de primavera e verão ou por vezes perene com pelos Anual de outono e inverno formando tufos. Colmo reto, glabro, de simples e esparsos ou quase glabra. Caules eretos ou decumbentes, 50-150 cm. Folhas sem aurículas e com lígul