Métodos e Técnicas de Investigação em Administração Pública II PDF
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Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa
Ana Maria Santos
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This document is an introductory lecture on methods and techniques in public administration. It covers topics such as what is science, different views on science, and research methods.
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Métodos e Técnicas de Investigação em Administração Pública II I CICLO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS DO TERRITÓRIO 3.º ANO | 1.º SEMESTRE Noções Introdutórias Ana Maria Santos This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License. ©...
Métodos e Técnicas de Investigação em Administração Pública II I CICLO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS DO TERRITÓRIO 3.º ANO | 1.º SEMESTRE Noções Introdutórias Ana Maria Santos This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License. © Ana Maria Santos O que é a Ciência? Ciência significa conhecimento e refere-se ao conhecimento adquirido de forma sistemática, ou seja, através do método científico. Contudo, o conceito de ciência, a noção do que é ou não científico, e o entendimento sobre o próprio método científico, evoluíram ao longo do tempo. Por isso, Edgar Morin (1985) afirma: “A questão «que é a ciência?» é a única que ainda não tem resposta científica”. “A ciência é, e continua a ser, uma aventura” (Morin, 1985, p. 33). 2 Duas visões sobre a Ciência Paradigma Clássico Novo Paradigma Conhecimento científico é superior ao senso Conhecimento científico é uma das formas comum, à religião e à ideologia de lidar com sistemas complexos O único conhecimento válido é o que A ciência é influenciada pela sociedade representa o real de modo objectivo Não há unidade na ciência: as ciências Não é influenciado pela sociedade sociais são profundamente diferentes O método científico é o das ciências naturais Pluralidade teórica e metodológica Só é científico o que é quantificável Ligação entre o sujeito e objecto Separação entre o sujeito e objecto As ideias de valor não podem ser totalmente Separação entre juízos de facto e juízos de excluídas valor Proporciona uma leitura provisória e relativa Verdades definitivas ou parcial da realidade 3 A ciência hoje é menos “científica”? Não está em causa o rigor e a cientificidade. O que muda é o que se entende por científico e as formas de o alcançar. O conhecimento científico continua a ser diferente do senso comum. A própria relação entre o conhecimento científico e o senso comum também mudou. 4 O que é a investigação científica? No contexto particular da área científica de AP: – A investigação/ pesquisa é uma forma organizada, sistemática e direcionada por objetivos de: identificar e caraterizar problemas; fundamentar propostas técnicas e encontrar respostas para questões que afetam: – as políticas públicas; – a gestão das organizações públicas e/ou sem fins lucrativos; – o desenho, a implementação, e/ou a avaliação de políticas públicas, programas e/ou medidas de políticas públicas. 5 O que é a investigação científica? A investigação/ pesquisa envolve: – métodos científicos; – teorias; – conceitos que podem melhorar nossa compreensão : – em relação à governação pública; – dos processos e problemas sociais enfrentados pelo trabalhadores da AP e pelos titulares de cargos de direção das organizações públicas, governamentais e/ou sem fins lucrativos. 6 Quem faz investigação científica? A investigação/pesquisa é realizada por: – Trabalhadores da AP, funcionários governamentais, dirigentes de serviços e organismos públicos, administradores de agências, gestores, cientistas políticos, antropólogos, sociólogos, economistas, professores/educadores, jornalistas, gerentes de empresas, gestores de organizações sem fins lucrativos... … e pessoas como você e eu! 7 Caraterísticas do conhecimento científico Caraterísticas Descrição Parte das relações existentes entre os fatos. As partes podem ser ordenadas Racionalidade e/ou ligadas segundo regras lógicas através do raciocínio. Permite a validação de hipóteses de Objetividade investigação, através da experimentação. Clarifica as relações entre os fenómenos, Explicativo e a determinação das suas causas. Só pode ter validade se o mesmo for Verificável demonstrado. Fonte: Adaptado de Reis (2018), p. 17. 8 A relação entre a Teoria e a Prática TEORIA PRÁTICA 9 Tipos de Métodos Científicos Métodos gerais Descrição Parte da observação dos factos particulares de casos da realidade concreta para alcançar uma proposição generalizada da realidade Método indutivo empírica. Constrói-se uma generalização a partir de algumas proposições sobre acontecimentos. [Prática Teoria] Ex.: O Pedro tem dois cães: Sebastião e Gastão. O Sebastião tem pelo castanho. O Gastão tem pelo castanho. Todos os cães do Pedro têm pelo castanho. Parte da análise do geral para o particular de forma a chegar às conclusões, porque pressupõe que só a razão é capaz de levar à Método dedutivo veracidade do conhecimento. O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar e confirmar o conteúdo das premissas. Procuram-se [Teoria Prática] evidências empíricas para testar as hipóteses. Ex.: Todos os mamíferos têm um coração. E todos os cães são mamíferos. Conclusão: todos os cães têm um coração. Adotado quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado Método hipotético- assunto não são suficientes para a explicação de um fenómeno. dedutivo Assim, formulam-se e testam-se hipóteses, visando facilitar a identificação de outros conhecimentos e instrumentos. Fonte: Adaptado de Reis (2018), p. 18. 10 Diferença entre Métodos e Técnicas Métodos Técnicas 11 Abordagens Quantitativas e Qualitativas Abordagens Estudos Extensivos Qualitativas Abordagens Estudos Intensivos Quantitativas 12 Abordagens Quantitativas e Qualitativas: - Diferenças A natureza dos dados com que lidam é diferente; As diferentes assunções sobre a vida social; Os objectivos que pretendem alcançar são diferentes. (Neuman, 2004, p. 83) 13 Abordagens Quantitativas e Qualitativas Recolhem dados de natureza não numérica; Assumem uma visão crítica e interpretativa da ciência; Pretendem descobrir ou aprofundar perguntas de investigação/ determinado fenómeno; Abordagem Falam de “casos” e “contextos” (natureza descritiva); Qualitativa Pretendem analisar detalhadamente casos que surgem no decurso natural da vida social; Visam entender ideias, crenças, significados, perceções, inter-relações; Percursos não lineares de investigação. Fontes: Adaptado de Sampieri (2006), p. 5 e 8, e de Neuman (2004), pp. 41-43, e p. 83. 14 Abordagens Quantitativas e Qualitativas Recolhem dados de natureza numérica; Assumem frequentemente uma perspectiva positivista da ciência; Pretendem frequentemente provar hipóteses e Abordagem recorrem à análise estatística; Procuram estabelecer relações de causalidade Quantitativa entre as variáveis e/ou analisar correlações entre variáveis; Pretendem estabelecer padrões de comportamento e testar teorias; Percursos lineares de investigação. Fontes: Adaptado de Sampieri (2006), p. 5 e 8, e de Neuman (2004), pp. 41-43, e p. 83. 15 Abordagens Quantitativas e Qualitativas ABORDAGENS QUALITATIVAS ABORDAGENS QUANTITATIVAS PROCESSO INDUTIVO X X PROCESSO DEDUTIVO - X Os estudos qualitativos: Visam aprofundar um determinado fenómeno. São normalmente de natureza descritiva. Seguem normalmente o processo indutivo. Os estudos quantitativos: Podem visar caracterizar um determinado fenómeno - dimensão, prevalência ou incidência. Podem também pretender comprovar hipóteses e analisar correlações entre variáveis. Quando têm esses objectivos seguem normalmente o processo dedutivo ou hipotético-dedutivo. Mas não são necessariamente dedutivos, apenas por quantificarem. 16 Abordagens Quantitativas e Qualitativas Os investigadores que assumem uma destas abordagens tendem a privilegiar e defender o seu ponto de vista e a não entender a linguagem de quem assume a outra abordagem. É preferível entender os pontos fortes e fracos de cada uma das abordagens, do que tomar partido por uma delas. As abordagens complementam-se e podem conjugar- se num mesmo estudo (estudos mistos). 17 Percursos de Investigação Lineares e não Lineares O percurso de investigação é a sequência de passos ou etapas percorridas no processo de investigação. Os investigadores quantitativos seguem geralmente um percurso mais linear e fixo do que os investigadores qualitativos. A investigação qualitativa é mais não linear e cíclica. 18 Triangulação A Triangulação serve de validação da investigação que se realiza, mas também para apreender melhor e de forma mais profunda a realidade. Podem-se triangular: – Teorias (diferentes abordagens explicativas) – Investigadores (constituição de equipas de investigação) – Métodos (intra-métodos e inter-métodos) – Resultados (provenientes de diversas fontes) 19 Bibliografia utilizada Sampieri, R. H., Fernández-Collado, C., & Lucio, P. B. (2006). Metodología de la investigación. McGraw-Hill. Morin, E. (1985). Ciência com consciência. Europa-América. Neuman, W. L. (2004). Basics of social research – Qualitative and Quantitative Approaches. Allyn and Bacon. Reis, F. L. (2018). Investigação científica e trabalhos académicos – Guia prático. Edições Sílabo, Lda.. 20 Dúvidas ou questões? 21 Métodos e Técnicas de Investigação em Administração Pública II I CICLO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS DO TERRITÓRIO 3.º ANO | 1.º SEMESTRE Definição de um Plano de Investigação Ana Maria Santos This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License. © Ana Maria Santos PROJETO DE PESQUISA a) O que é um projeto de pesquisa? b) O que devo incluir num projeto? c) Para que serve? d) Noções práticas e) Exemplos 2 PROJETO DE PESQUISA É o plano de ação definido para realizar a investigação. 3 PROJETO DE PESQUISA a) Um projeto de pesquisa é um documento onde se define: – O assunto da investigação; – O que se pretende descobrir ou alcançar; – Como o vamos fazer; – O que queremos aprender e porque vale a pena aprender. 4 PROJETO DE PESQUISA b) Que elementos deve incluir? A resposta a três questões essenciais: Objetivos O QUÊ? Pergunta de partida Métodos COMO? Técnicas PORQUÊ? Justificação 5 PROJETO DE PESQUISA c) O projeto de pesquisa serve para: – Orientar o processo de pesquisa; – Comunicar as intenções de investigação – Financiar a investigação. 6 PROJETO DE PESQUISA d) Noções práticas: – A dimensão e grau de detalhe da proposta depende do ciclo de estudos; – Importância de elaborar a proposta com supervisão e apoio de um orientador; – Na escolha de um orientador deve ter-se em conta: Conhecimento que tem do assunto; Empatia pessoal e facilidade de relacionamento; Disponibilidade para orientar e acompanhar o trabalho. 7 PROJETO DE PESQUISA d) Noções práticas (cont.): – Trabalhar as ideias, concretizando-as; – Pensar nos recursos disponíveis (tempo, dinheiro, pessoas, acesso à informação); – Implica realizar um estudo exploratório: Leituras Entrevistas junto de informadores qualificados Procurar a informação existente 8 PROJETO DE PESQUISA e) Exemplo: Título provisório: “A Formação e sua aplicabilidade: uma avaliação na organização X” Tema: Gestão de Recursos Humanos Tópico: Avaliação da formação contínua Objetivo geral: pretende-se realizar um estudo com vista a avaliar a transferência de conhecimentos da formação para o local de trabalho. Objetivos específicos: pretende-se avaliar se a acção de formação em “Liderança” melhorou o desempenho dos ex-formandos. Pretende-se ainda identificar os fatores que dificultam a aplicação dos conhecimentos na realização do seu trabalho. Metodologia: Objeto de estudo: Durante o ano passado frequentaram aquela ação 40 chefias diretas. Técnicas de recolha de dados: inquérito por questionário dirigido às chefias que frequentaram aquela formação e, também, inquérito por questionário dirigido aos seus subordinados. 9 PROJETO DE PESQUISA e) Exemplo (cont.): Pertinência do estudo: Na organização X verificou-se que aqueles 40 indivíduos tinham dificuldades de relacionamento com os seus subordinados, existindo mesmo conflitos internos graves entre algumas destas chefias e seus subordinados. Concluiu-se ser necessário estes indivíduos receberem preparação em liderança. Torna-se necessário aferir, agora passados 6 meses, se as dificuldades identificadas foram superadas ou, caso contrário, continuam a subsistir problemas de relacionamento entre chefias e subordinados. Caso se mantenham, interessa identificar os fatores que contribuem para que as dificuldades de relacionamento continuem a existir. Salienta-se ainda que o clima organizacional dos departamentos geridos por aquelas chefias são estratégicos para o funcionamento da organização. 10 Dúvidas ou questões? 11 Métodos e Técnicas de Investigação em Administração Pública II I CICLO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS DO TERRITÓRIO 3.º ANO | 1.º SEMESTRE Processo de Pesquisa e suas Etapas Ana Maria Santos This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License. © Ana Maria Santos O Processo de Pesquisa e suas Etapas 1. Selecionar um tema/ tópico 7. Divulgar 2. Definir a os pergunta resultados de partida 6. TEORIA 3. Interpretar Desenhar os dados a pesquisa 4. 5. Analisar Recolher os dados os dados Fonte: Adaptado de Neuman (2004). 2 As Tarefas envolvidas em cada Etapa 1. Seleccionar um tema/ A importância da ideia-chave LER tópico Encontrar o tema Centrar num tópico ESCREVER 3 As Tarefas envolvidas em cada Etapa 2. Definir a Definir conceitos e variáveis: pergunta operacionalização LER de partida Definir e formular a pergunta de partida Formulação de hipóteses (se for possível) ESCREVER 4 As Tarefas envolvidas em cada Etapa 3. Desenhar Definir o tipo de estudo LER a pesquisa Definir os métodos a utilizar Definir as técnicas de recolha dos dados Definir a amostra ESCREVER 5 As Tarefas envolvidas em cada Etapa 4. LER Recolher Deslocações os dados Recolha dos dados Registo das informações ESCREVER 6 As Tarefas envolvidas em cada Etapa 5. Analisar LER os dados Dados quantitativos Dados qualitativos ESCREVER 7 As Tarefas envolvidas em cada Etapa 6. Interpretar LER Explicação dos dados os dados Confronto com a teoria Comprovação de hipóteses ESCREVER 8 As Tarefas envolvidas em cada Etapa 7. Divulgar os LER Redação final do relatório resultados Comunicar Publicar ESCREVER 9 Bibliografia utilizada Neuman, W. L. (2004). Basics of social research: Qualitative and quantitative approaches. Allyn and Bacon. 10 Dúvidas ou questões? 11 Métodos e Técnicas de Investigação em Administração Pública II I CICLO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS DO TERRITÓRIO 3.º ANO | 1.º SEMESTRE Da Ideia ao Tema de pesquisa Ana Maria Santos This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License. © Ana Maria Santos A ideia inicial As ideias são a primeira aproximação à realidade: – fenómenos, eventos e ambientes que se irão estudar. Fontes de ideias? – Livros, revistas, jornais, dissertações/ teses; – Internet, fóruns de discussão; – Teorias e descobertas científicas; – Conversas pessoais, observação de factos, crenças, intuições e pressentimentos... As fontes não se relacionam com a qualidade das ideias; As ideias podem ir-se formando aos poucos, com base em informação proveniente de diversas fontes. 2 Como surgem as ideias? – Onde se juntam grupos: hospitais, restaurantes, bancos, indústrias, universidades entre outras; – Ler um livro ou um artigo numa revista de divulgação científica; – Conversar com os amigos; – Ver televisão ou no cinema; – Recordar uma experiência; – Navegar na internet... Surgem das nossas experiências, dos nossos pensamentos e interesses e da observação, numa palavra: da nossa CURIOSIDADE. 3 A importância da “Ideia”: – A maioria das ideias iniciais são VAGAS e necessitam de ser analisadas cuidadosamente para se tornarem problemas de pesquisa mais precisos e estruturados; – Para as tornarmos mais precisas e estruturadas devemos refletir e colocar QUESTÕES. 4 Estruturar a “Ideia”: – Nomeadamente interrogarmo-nos: Fatores que influenciam; Analisar todos ou apenas alguns deles; Pessoas que vamos estudar; Enfoque psicológico, sociológico, económico... Posteriormente, temos de: – Nos iniciar na área de conhecimento em questão; – Falar com investigadores; – Pesquisar/ ler artigos e livros sobre o tema; – Conversar com colegas; – Ver filmes pedagógicos sobre o assunto. Ou seja, temos de nos familiarizar com o assunto 5 “Ideia” – relação com o tema e o tópico Área de Investigação Progressivo Tema enfoque Tópico 6 Necessidade de conhecer os antecedentes 1) Não investigar um tema já muito estudado, ou dar-lhe um enfoque inovador/ diferenciador: – Tratar um tema ainda não tratado; – Aprofundar temas já estudados; – Analisar com um enfoque diferente. 7 Necessidade de conhecer os antecedentes 2) Estruturar a ideia de investigação: – Ao ler um artigo de jornal sobre a atual crise económica poderá surgir a ideia de estudar aquele fenómeno. – Mas a ideia é, de início, confusa e não é claro como estudar. – Começa-se então a consultar várias fontes bibliográficas sobre o tema, conversa-se com pessoas que conhecem o assunto. Quando se aprofunda o campo de estudo correspondente, define-se com maior clareza e profundidade o que se pretende investigar 8 Necessidade de conhecer os antecedentes 3) Selecionar a principal perspetiva [mas não a única]: Liderança Comunicação entre chefias e trabalhadores Personalidade dos trabalhadores Rumores e meios de comunicação utilizados Motivação no trabalho PSICOLOGIA CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO Clientes Produtividade Vendas Desenvolvimento de RH Mercados Clima de trabalho MARKETING GESTÃO 9 Estratégias para começar… ESCREVER 10 Estratégias para começar… Escrever as ideias é útil quando: – Estamos bloqueados; – Se leu e pensou muito, e é necessário consolidar e ordenar ideias; Escrever ajuda a identificar questões que necessitam de serem repensadas, discutidas ou de aprofundar a leitura; A estruturação das ideias depende do pensamento e da escrita. 11 Estratégias para começar… a) Escrever não mais de duas páginas: – Descrevendo, da forma mais clara e direta possível: O que se pretende investigar; Como se pretende realizar a investigação. – Por vezes, a tentação é de escrever cinco, seis ou dez páginas referindo o contexto, os antecedentes e a literatura relevante e não o “quê” e o “como” da investigação. 12 Estratégias para começar… b) Escrever as ideias num paper: – Esboçar o contexto e antecedentes do tópico ou assunto a investigar, que, provavelmente, se relacionam com os principais temas na literatura. – Um primeiro objetivo é identificar as questões, pontos ou temas sobre o tópico a investigar; – Serve para detalhar o “quê” e o “como” da investigação; – Ajuda a ordenar as ideias sobre um tópico: refletindo sobre a literatura relevante (o que é que os outros sabem e dizem sobre o assunto); salientando o que o investigador já sabe sobre o assunto, talvez numa base experiencial. 13 Estratégias para começar… c) Trabalhar de forma dedutiva: – Quando se está bloqueado ou é difícil organizar e sistematizar ideias, hierarquizá-las pode ajudar: Definir Seleccionar uma Questões, Dados área de gerais e necessários para investigação específicas cada questão Desenvolver Desenvolver Definir Desenho de pesquisa, Um ou mais Um desses Recolha de dados, tópicos dessa área tópicos Procedimentos de análise Selecionar 14 Bibliografia utilizada Creswell, J. W. (2009). Research design – Qualitative, quantitative, and mixed methods approaches. Sage Publications. Sampieri, R. H., Fernández-Collado, C., & Baptista Lucio, P. (2007). Fundamentos de metodología de la investigación. McGraw-Hill. Neuman, W. L. (2004). Basics of social research – Qualitative and quantitative approaches. Allyn and Bacon. Punch, K. F. (2000). Developing effective research proposals. Sage Publications. Quivy, R., & Campenhoudt, L. V. (1992). Manual de investigação em ciências sociais. Gradiva. 15 Dúvidas ou questões? 16 Métodos e Técnicas de Investigação em Administração Pública II I CICLO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS DO TERRITÓRIO 3.º ANO | 1.º SEMESTRE Trabalho exploratório & Revisão da literatura Ana Maria Santos This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License. © Ana Maria Santos TRABALHO EXPLORATÓRIO 2 Trabalho Exploratório: 1. Pesquisa Documental e Organização das Leituras 2. As Entrevistas Exploratórias 3. Métodos exploratórios complementares 3 1. Pesquisa Documental e Organização das Leituras Objetivos: – Selecionar, tratar e interpretar a informação com vista a dela extrair algum sentido – Fazer o ponto de situação acerca dos conhecimentos que interessam para a pergunta de partida A pesquisa documental assume-se como passagem de testemunho, dos que investigaram antes no mesmo terreno, para as nossas mãos. 4 Pesquisa Documental Estudar o que se tem produzido na mesma área é um ato de gestão de informação – não uma afirmação de erudição académica ou de pedantismo intelectual É indispensável a quem queira introduzir valor acrescentado à produção científica existente, sem correr o risco de estudar o que já está estudado, tomando por original o que já outros descobriram Escolher “levas” sucessivas de dois ou três textos (obras ou artigos) de cada vez – Refletir, tomar notas e decidir a “leva” seguinte 5 Leituras Preparatórias Propósitos: – Obter informação sobre as investigações já levadas a cabo sobre o tema do trabalho – Situar, em relação às investigações anteriores, a nova contribuição que se pretende fazer – Fazer ressaltar a perspetiva que que parece mais pertinente para abordar o objeto de investigação 6 Escolha das Leituras Exploratórias Proceder do seguinte modo: – Comece pela sua pergunta de partida – Escolha os textos a ler tendo por referência os seguintes critérios de escolha: Ligações com a pergunta de partida; Dimensão razoável do programa de leitura; Elementos de análise e interpretação; Abordagens diversificadas; Períodos de tempo consagrados à reflexão pessoal e às trocas de pontos de vista. – Identifique os temas de leitura que lhe parecem mais relacionados com a pergunta de partida – Consulte algumas pessoas informadas – Proceda à pesquisa de documentos em Bibliotecas, Arquivos, Bases de Dados 7 2. Entrevistas Exploratórias Juntamente com as leituras, as entrevistas exploratórias devem ajudar a constituir a problemática de investigação. – As leituras: ajudam a fazer o balanço dos conhecimentos relativos ao problema de pesquisa; dão enquadramento às entrevistas exploratórias – As entrevistas: completam utilmente as leituras; contribuem para descobrir os aspetos a ter em conta e alargam ou retificam o campo de investigação das leituras; esclarecem-nos quanto à pertinência do enquadramento; permitem revelar determinados aspetos do fenómeno estudado permitindo, assim, completar pistas de trabalho sugeridas pelas leituras; 8 Entrevistas Exploratórias Objetivo: – Encontrar pistas de reflexão, ideias e hipóteses de trabalho, descobrir novas maneiras de colocar o problema Para desempenhar essa função de rutura, as entrevistas exploratórias devem preencher certas condições, que apresentamos sob a forma de resposta às seguintes perguntas: – Com quem é útil ter uma entrevista? – Em que consistem as entrevistas e como realizá-las? – Como explorá-las para que permitam uma verdadeira rutura com os preconceitos, as pré-noções e as ilusões de transparência? 9 Entrevistas Exploratórias Só podem desempenhar essa função de rutura se forem pouco diretivas, dado que o objetivo não é validar ideias preconcebidas do investigador, mas antes imaginar novas ideias. Ao investigador interessam três tipos de interlocutores: – Os especialistas científicos do objeto de estudo (docentes, investigadores especializados, peritos); – As testemunhas privilegiadas (pessoas que, pela sua posição, ação ou responsabilidades, têm um bom conhecimento do problema); – As pessoas diretamente interessadas, ou seja, o público a que o estudo diz diretamente respeito. 10 Entrevistas Exploratórias A exploração das entrevistas é dupla: – As conversas podem ser abordadas diretamente enquanto fonte de informação – Cada entrevista pode ser descodificada como um processo ao longo do qual o interlocutor exprime uma verdade mais profunda do que a imediatamente percetível São, frequentemente, usadas em conjunto com outros métodos complementares, como a observação e a análise documental. 11 Entrevistas Exploratórias Atitudes a adotar ao longo de uma entrevista exploratória: – Fazer o mínimo de perguntas possível; – Intervir da forma mais aberta possível; – Abster-se de se implicar a si mesmo no conteúdo; – Procurar que a entrevista se desenrole num ambiente e num contexto adequados; – Gravar as entrevistas (mas também tomar notas). 12 3. Métodos exploratórios complementares Juntamente com as leituras e as entrevistas exploratórias, durante o trabalho exploratório, é comum (e necessário) recorrermos a: – Observação; – Análise documental. Como “lidar” com tantos métodos? – Anotar TUDO! Todos os fenómenos e acontecimentos observados, todas as informações recolhidas que estejam relacionadas com o tema. – Ler e reler estas notas para destacar as pistas de investigação mais interessantes. 13 REVISÃO DA LITERATURA 14 Revisão da literatura Resumo cuidadosamente elaborado a partir dos estudos recentes desenvolvidos sobre um determinado assunto e que inclui os principais resultados, métodos e fontes de informação utilizadas (Neuman, 2007). Seleção dos documentos disponíveis (publicados e não publicados) sobre um assunto, contendo informação, ideias, dados e evidências escritas para alcançar determinados objetivos (Hart, 1998). 15 A revisão da literatura consiste no conjunto de tarefas de: – Procura – Registo – Processamento – Síntese da informação pertinente e acessível sobre um determinado assunto. Permitindo elaborar um texto compreensivo e analítico que resuma o que se sabe até ao momento sobre o tema em questão. 16 Principais objetivos da revisão da literatura - determinar: a) se o assunto já foi tratado previamente; b) que conceitos foram utilizados; c) que metodologias foram adotadas; d) que resultados e conclusões foram alcançados. 17 Fases essenciais do processo de revisão da literatura: 1) Definir necessidades de informação; 2) Localizar as fontes de informação; necessárias para colmatar as necessidades; 3) Armazenar a informação e torná-la facilmente acessível; 4) Transformar a informação recolhida em conhecimento próprio. 18 Fases do processo de revisão da literatura 1. Definir necessidades de informação: Delimitar o tema; Romper com o senso comum; Obter um entendimento mais rigoroso e sistemático sobre o assunto: conhecimento científico. Problemas frequentes: sobre informação, subinformação e a pseudoinformação. 19 Fases do processo de revisão da literatura 2. Localizar as fontes de informação necessárias: Livros de referência Enciclopédias Monografias, teses Artigos científicos publicados Outras: bases de dados, proceedings de conferências, relatórios oficiais, publicações estatísticas de organizações oficiais Biblioteca nacional Bibliotecas universitárias Centros de documentação especializados (ministérios, e outras instituições) Pesquisa online 20 Revisão da literatura: a pesquisa online Vantagens Desvantagens Rapidez de acesso Sistema de indexação pobre o que pode dificultar a pesquisa de material relevante Flexível. Pode-se ir alterando as expressões de pesquisa à medida que se Apenas artigos mais recentes pesquisa Pesquisa não representativa. Informação actual. Os artigos são Necessidade de aprender a utilizar o disponibilizados online assim que os sistema de pesquisa autores submetem a versão final (em early views) Grande quantidade de informação, nem sempre relevante ou credível. ‘Surfar’ na Download de abstracts ou artigos net não é uma boa estratégia completos Compra de artigos relevantes Fonte: Adaptado de Burton (2000). 21 Fases do processo de revisão da literatura 3. Armazenar a informação e torná-la facilmente acessível: a) Armazenamento e organização física das fontes b) Armazenamento e organização dos conteúdos: Ficheiros bibliográficos Fichas de leitura fontes fotocopiadas ou adquiridas; a identificação completa da obra ou, fontes relevantes ainda não nome do autor e a data; acedidas; as anotações que resultam da leitura fontes acedidas, mas que não fazem e análise, como resumos, citações, parte da biblioteca pessoal do paráfrases, reflexões críticas e outros investigador. comentários que suscite (ex. “muito importante referir”; cap. rev. lit.). 22 Fases do processo de revisão da literatura 4. Transformar a informação recolhida em conhecimento próprio: Estratégias de leitura (hierarquizar as leituras, ler partes específicas) Estratégias de escrita (e de reescrita) Citar o material recolhido (os sistemas de referenciação. Ex.: APA) 23 Dúvidas ou questões? 24 Métodos e Técnicas de Investigação em Administração Pública II I CICLO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS DO TERRITÓRIO 3.º ANO | 1.º SEMESTRE Enunciação dos Objetivos de pesquisa & Pergunta de partida Ana Maria Santos This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License. © Ana Maria Santos DA IDEIA AOS OBJETIVOS Os objetivos indicam “porque é que queremos realizar o estudo e o que se pretende alcançar” (Locke et al., citado por Creswell, 2009); Transmite, numa ou várias frases, a intenção geral do trabalho que se pretende realizar; Objetivos ≠ Pergunta de partida; Os objetivos situam-se entre a ideia inicial, entretanto mais estruturada e específica, e a formulação da pergunta de partida. 2 OS OBJETIVOS CONTÊM INFORMAÇÃO SOBRE: Fenómeno central a investigar (conceito, variável) – O QUÊ; Unidade de análise – A QUE NÍVEL; Objeto de estudo – QUEM; Local – ONDE; Método – COMO. 3 COMO REDIGIR OBJETIVOS? Estudos Qualitativos Estudos Quantitativos indicam: indicam: O fenómeno central [A teoria a testar] Estratégia de recolha de As variáveis, sua relação ou dados comparação Objeto de estudo Estratégia de recolha de Local de investigação dados Objeto de estudo Local de investigação 4 COMO REDIGIR OBJETIVOS? 1) Utilizar palavras como “Objetivo”, “Intenção”, “Finalidade” e redigir os objetivos num parágrafo separado dos restantes: – “A finalidade (intenção ou objetivo) deste estudo é (consistiu em ou será)…” 2) Utilizar verbos de ação: – Descrever, entender, desenvolver, examinar, descobrir, comparar… Obs.: Verbo no presente ou passado – no trabalho; Verbo no futuro – propostas de investigação 3) Utilizar palavras e frases neutras (sem adjetivos): – “as experiências dos indivíduos” E NÃO “as experiências bem sucedidas dos indivíduos”; – Outras palavras a evitar: “útil”, “positivo”, que pressupõem uma direção na ocorrência dos eventos. 5 COMO REDIGIR OBJECTIVOS? Alguns exemplos de verbos usados na formulação dos objetivos, com vista a: – determinar estágio cognitivo de conhecimento: apontar, arrolar, definir, enunciar, inscrever, registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear; – determinar estágio cognitivo de compreensão: descrever, discutir, esclarecer, examinar, explicar, expressar, identificar, localizar, traduzir e transcrever; – determinar estágio cognitivo de aplicação: aplicar, demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar, inventariar, manipular, praticar, traçar e usar; 6 COMO REDIGIR OBJECTIVOS? – determinar estágio cognitivo de análise: analisar, classificar, comparar, constatar, criticar, debater, diferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar e experimentar; – determinar estágio cognitivo de síntese: articular, compor, constituir, coordenar, reunir, organizar e esquematizar; – determinar estágio cognitivo de avaliação: apreciar, avaliar, eliminar, escolher, estimar, julgar, preferir, selecionar, validar e valorizar. 7 COMO REDIGIR OBJECTIVOS? Com base na Taxonomia de Bloom (1956), revista em 2001, sistematizam- se na tabela abaixo algumas subcategorias desta estrutura de organização hierárquica de objetivos educacionais, a qual pode ajudar na redação de objetivos de investigação: 8 DOS OBJETIVOS À PERGUNTA DE PARTIDA Os objetivos orientam a investigação em termos genéricos; É necessário especificar ainda mais o foco da investigação, formulando questões específicas; A formulação da pergunta de partida poderá ser mais ou menos específica, caso se trate de um estudo qualitativo ou quantitativo. Seja como for, constitui um passo essencial de rutura com os preconceitos e com as noções prévias. 9 PROBLEMAS NAS PERGUNTAS DE PARTIDA: MÁS PERGUNTAS PROBLEMAS QUE APRESENTAM “O aborto deveria ser legalizado?” Não são empiricamente testáveis, são questões de natureza não “Deve existir pena de morte?” científica “Tratamento do álcool e do uso de drogas” São tópicos, não são perguntas de partida “Envelhecimento ativo” “Pena de morte e discriminação racial” São conjuntos de variáveis, não são perguntas de partida “Decadência urbana e gangs” “A polícia afeta a delinquência?” Demasiado vagas e ambíguas “O que pode ser feito para prevenir o abuso de crianças?” “A incidência do abuso de crianças tem aumentado?” Necessitam de ser mais específicas “Como é que a pobreza afeta as crianças?” “Que problemas afetam apenas as crianças pobres?” 10 EXEMPLOS DE PERGUNTAS DE PARTIDA: PERGUNTAS TIPO DE PERGUNTA “A incidência do abuso infantil alterou-se no concelho de Pergunta exploratória Lisboa nos últimos 10 anos?” “O abuso infantil, físico ou sexual, é mais frequente em Pergunta descritiva famílias recompostas do que em famílias não recompostas?” “A instabilidade emocional criada pela experiência de um Pergunta explicativa divórcio aumenta a probabilidade dos pais divorciados abusarem fisicamente dos filhos?” 11 DIFERENÇA ENTRE TÓPICO E PERGUNTA DE PARTIDA Pergunta de Divórcio partida A idade de casamento está associada ao divórcio? Tópico 12 A PERGUNTA DE PARTIDA NOS ESTUDOS QUALITATIVOS: A questão central é uma questão genérica que sugere a exploração do principal fenómeno ou conceito a investigar; É genérica porque se pretende que não limite o estudo a realizar; Para chegar à pergunta de partida deveremos questionarmo- nos: “qual é a questão mais geral que posso formular para este estudo?”; A intenção é explorar o conjunto complexo de fatores que se relacionam com o fenómeno, apresentar as diversas perspetivas ou significados dos indivíduos que se irão analisar. 13 A PERGUNTA DE PARTIDA NOS ESTUDOS QUALITATIVOS: Orientações CARACTERÍSTICAS DAS PERGUNTAS DE PARTIDA Uma ou duas questões centrais, e sub-questões Perguntas abertas e genéricas As perguntas irão evoluir e modificar-se ao longo da investigação Não fazem referência à literatura ou à teoria. 14 A PERGUNTA DE PARTIDA NOS ESTUDOS QUALITATIVOS: Exemplo a) Como é que as mulheres, que frequentam um programa doutoral em psicologia, descrevem a sua decisão de prosseguir estudos? b) Como é que as mulheres, que frequentam um programa doutoral em psicologia, descrevem as suas experiências de retorno ao ensino? c) Em que medida o regresso à escola modificou a vida destas mulheres? Estudo de caso conduzido por Padula e Miller (1999) que descreve as experiências de mulheres que, após algum tempo, regressaram ao ensino para frequentarem um programa de doutoramento em Psicologia. O objetivo era documentar as experiências das mulheres, fornecendo uma perspetiva de género e feminista. 15 A PERGUNTA DE PARTIDA NOS ESTUDOS QUANTITATIVOS: Definem perguntas de partida e hipóteses; As perguntas incidem sobre variáveis e suas relações; As hipóteses são predições acerca das relações esperadas entre as variáveis; São estimativas numéricas dos valores da população com base em dados amostrais; Para testar as hipóteses recorre-se a procedimentos estatísticos através dos quais o investigador estabelece inferências acerca da população. 16 A PERGUNTA DE PARTIDA NOS ESTUDOS QUANTITATIVOS: Orientações CARACTERÍSTICAS DAS PERGUNTAS DE PARTIDA Deve estabelecer uma relação entre duas ou mais variáveis Forma clara e sem ambiguidade Forma de questão Ser testável através de métodos empíricos Não representar atitudes morais ou éticas. 17 A PERGUNTA DE PARTIDA NOS ESTUDOS QUANTITATIVOS: Exemplo “A probabilidade de divórcio está associada à idade com que os casais contraem matrimónio? “ “Qual a relação entre quociente de inteligência e o rendimento escolar?” 18 Bibliografia utilizada Creswell, J. W. (2009). Research design – Qualitative, quantitative, and mixed methods approaches. Sage Publications. Sampieri, R. H., Collado, C. F., & Lucio, P. B. (2007). Fundamentos de metodología de la investigación. McGraw-Hill. Neuman, W. L. (2004). Basics of social research – Qualitative and quantitative approaches. Allyn and Bacon. Punch, K. F. (2000). Developing effective research proposals. Sage Publications. Quivy, R., & Campenhoudt, L. V. (1992). Manual de investigação em ciências sociais. Gradiva. 19 Dúvidas ou questões? 20 Métodos e Técnicas de Investigação em Administração Pública II I CICLO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS DO TERRITÓRIO 3.º ANO | 1.º SEMESTRE Enquadramento teórico & Modelo de análise Ana Maria Santos This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License. © Ana Maria Santos ENQUADRAMENTO TEÓRICO 2 Definição de conceitos Um conceito é uma ideia expressa como um símbolo ou por palavras Os conceitos têm duas componentes: – Designação: palavra que o identifica; – Definição: precisa o entendimento do conceito. 3 Definição de conceitos A teoria social requere conceitos bem definidos; A sua definição ajuda a relacionar a teoria com a pesquisa: MEDIÇÃO DOS FENÓMENOS; Um objetivo valioso de pesquisa e da maioria dos trabalhos de investigação relevantes, é clarificar e refinar conceitos; Pelo contrário, a má definição de conceitos ou a sua ambiguidade restringe o avanço do conhecimento. 4 Definição de conceitos – Exemplo 1 O conceito de inteligência, na psicologia tem sido medido de diversas formas: – Raciocínio analítico (dedutivo e indutivo) – Inteligência prática e criativa – Vários tipos de inteligência: Social e interpessoal Emocional Musical Espacial... Como é que as escolas identificam, desenvolvem aprendizagem; Como é que a sociedade avalia, promove e reconhece os contributos dos indivíduos. 5 Definição de conceitos – Exemplo 2 O conceito de pobreza pode ser operacionalizado de diferentes formas, podendo afetar o que as pessoas devem ou não beneficiar de medidas que visam combatê-la. Algumas definições de pobreza: – Os indivíduos são pobres se não conseguirem adquirir a comida suficiente para evitar a má nutrição; – Os indivíduos são pobres se o seu rendimento anual for inferior a metade do rendimento médio da população; – Os indivíduos são pobres se viverem abaixo do “limiar de pobreza”, baseado numa avaliação do rendimento necessário para aceder um determinado padrão de vida (saúde, segurança, higiene, habitação, vestuário, dieta alimentar, transporte, entre outros). Estas definições podem influenciar muito as condições de vida de milhões de pessoas. 6 Definição de conceitos DOIS PROCESSOS ENVOLVIDOS: CONCEPTUALIZAÇÃO OPERACIONALIZAÇÃO 7 Definição de conceitos Conceptualização: – Processo de transformar um constructo e o refinar dando-lhe uma definição teórica e conceptual; – Uma definição conceptual utiliza termos teóricos e abstratos. Refere- se a outras ideias e constructos relacionados com o fenómeno; – Envolve pensar cuidadosamente, observação direta, consultar peritos ou especialistas, lendo o que outros disseram ou produziram, e tentando possíveis definições (Neuman, 2004. p.108). 8 Definição de conceitos Operacionalização: – Associa uma definição conceptual a um conjunto específico de técnicas ou procedimentos de medição; – Liga a linguagem da teoria à linguagem das medidas empíricas; – Uma teoria envolve um conjunto de conceitos abstratos, assunções, relações, definições e causalidade. – As medidas empíricas descrevem como se medem variáveis concretas/ específicas. 9 Definição de conceitos Qualquer que seja a abordagem metodológica – quantitativa ou qualitativa – estes dois processos estão sempre presentes; Varia o modo como o investigador os realiza e também a sua sequência; Numa investigação de natureza indutiva, o processo de operacionalização precede frequentemente o de conceptualização; Numa investigação de natureza dedutiva, o processo de conceptualização precede o de operacionalização. 10 Definição de conceitos CONCEITO REVISÃO DA LITERATURA D E D U DIMENSÕES Ç Ã O INDICADORES DADOS EMPÍRICOS 11 Definição de conceitos Numa investigação do tipo dedutivo, o investigador parte do abstrato para o concreto: – 1º) conceptualiza uma variável, dando-lhe uma definição clara; – 2º) operacionaliza-a desenvolvendo uma definição operacional ou um conjunto de indicadores; – 3º) Recolhe os dados para esses indicadores; A relação entre os conceitos abstratos e os dados empíricos permite-lhe testar hipóteses. 12 MODELO DE ANÁLISE 13 Modelo de análise É um conjunto de conceitos logicamente articulados entre si por relações presumidas (hipóteses); A sua representação gráfica, esquemática ou narrativa permite clarificar: – A problemática: conjunto de conceitos, possíveis hipóteses a definir; – As falhas do modelo e rever a sua construção; – A abordagem do investigador ao fenómeno em estudo (dado que implica escolhas). A base de construção do modelo de análise é a revisão da literatura Procura esquematizar o problema e identificar as relações teóricas 14 Modelo de análise Integra a análise do problema, agregando as relações entre as questões/ conceitos/ variáveis relevantes e discutindo as hipóteses ou proposições articulados entre si formando um quadro de análise. Estabelece a relação entre o referencial teórico e a pesquisa de campo. Inclui a teoria base relevante, incorporando os conceitos e as principais abstrações da investigação. 15 Definição de conceitos – Exemplo Objetivo do estudo: avaliar o papel que o apoio social, proporcionado pelo supervisor e colegas de trabalho, assume na facilitação do ajustamento do recém-admitido e na moderação dos efeitos do stress causado pela frustração das expectativas (Fisher, 1985, p. 40). Metodologia: estudo longitudinal com 3 momentos de recolha de dados – após a formação profissional e antes de iniciarem o seu primeiro emprego como enfermeiros; após 3 meses de trabalho; após 6 meses de trabalho. Responderam aos 3 questionários aplicados 210 indivíduos de uma amostra inicial de 720 indivíduos. 16 Definição de conceitos – Exemplo (cont.) Conceitos Definição operacional Indicadores Stress causado A soma das diferenças entre as expectativas antes 9 indicadores [escala de 5 pela frustração de do primeiro emprego e as condições reais do posições] expectativas primeiro emprego [criação de um índice] Apoio social Tipos de apoio (Emocional/Informacional/ Escala de 17 items Clarificação do papel) Fontes de apoio (Colegas de trabalho/Supervisor) Ajustamento ao Satisfação com o trabalho [3 items] trabalho Envolvimento organizacional [escala de 15 items desenvolvida por Mowday, Steers e Porter (1979)] Intenção de abandono [1 item numa escala de Likert de 7 posições] Desempenho [7 aspectos funcionais do trabalho] Fonte: Adaptado de Fisher (1985) , pp. 43-46. 17 Definição de conceitos – Exemplo (cont.) Apoio Social Do supervisor Dos colegas Ajustamento do Stress Indivíduo Expectativas frustradas Satisfação Envolvimento Abandono Desempenho Fonte: Adaptado de Fisher (1985) , p. 41. 18 Objetivos de estudo – Exemplo OBJETIVOS GERAIS OBJETIVOS ESPECÍFICOS A. Caraterizar a JO do SIADAP de acordo com as I. Caracterizar a percepção de Justiça Organizacional, perceções dos avaliados, nas suas quatro dimensões de avaliados e avaliadores, em relação ao e respetivas subdimensões Subsistema de Avaliação do Desempenho dos B. Caraterizar a JO do SIADAP de acordo com as Trabalhadores da Administração Pública Portuguesa perceções dos avaliadores, nas suas quatro (SIADAP3) dimensões e respetivas subdimensões C. Identificar as dimensões que mais contribuem para a JO do SIADAP, segundo as perceções dos avaliados D. Identificar as dimensões que mais contribuem II. Identificar os determinantes da percepção de para a JO do SIADAP, segundo as percepções dos Justiça Organizacional do Subsistema de Avaliação avaliadores do Desempenho dos Trabalhadores da E. Identificar as relações entre as dimensões de JO do Administração Pública SIADAP, segundo as perceções dos avaliados F. Identificar as relações entre as dimensões de JO do SIADAP, segundo as percepções dos avaliadores 19 Metodologia – Exemplo Recolha de Dados: – Métodos qualitativos Análise documental – Métodos quantitativos Inquérito por questionário – Aplicado online (2 de maio e 31 de agosto de 2013) População e Amostra: – Pedido de colaboração de todas as entidades da Administração Central Direta e Indireta do Estado, listadas no SIOE – Sistema de Informação da Organização do Estado – 1783 questionários respondidos 1111 questionários válidos (62%) 20 Metodologia – Exemplo (cont.) Técnicas de Tratamento dos Dados: – Modelo de classes latentes (Lazarsfield & Henry, 1968; McCutcheon, 1987; Clogg, 1995; Fonseca, 2009, 2013, 2013a) – Regressão Logística Binária – Software: LatentGOLD 3.0 SPSS versão 22.0 21 Modelo de análise Perceção da Justiça Organizacional do SIADAP – Exemplo Justiça Procedimental Justiça Procedimental do avaliador (JPdA) (JP) Justiça Procedimental do sistema (JPdS) Precisão da avaliação final (JD-PdA) Justiça Distributiva (JD) Preocupação do avaliador com a distribuição da avaliação final (JD-PaA) Explicações/ justificações dadas pelo avaliador sobre o desempenho esperado (JIf-EdE) Feedback contínuo durante o período de avaliação (JIf-FcA) Justiça Informacional (JIf) Explicações/ justificações dadas pelo avaliador sobre a avaliação final (JIf-EaF) Explicações/ justificações dadas pelo avaliador sobre o processo de avaliação (JIf-EpA) Tratamento revelado pelo avaliador: Sensibilidade e compreensão (JIp-SeC) Justiça Interpessoal Tratamento revelado pelo avaliador: Respeito e (JIp) amabilidade (JIp-ReA) Tratamento revelado pelo avaliador: Confiança (JIp- CoN) 22 Conceptualização – Exemplo Conceptualização da dimensão “Justiça Procedimental”, correspondentes subdimensões, componentes das subdimensões e indicadores DIMENSÃO: JUSTIÇA PROCEDIMENTAL (JP) – VARIÁVEL LATENTE SUBDIMENSÕES COMPONENTES DAS SUBDIMENSÕES INDICADORES Avaliados: Q12_1, Q12_2, Q12_3, Q12_4, Q12_5, Q13_1, Q15_1, Q27_1, Q27_2, Q27_3, Q27_4, Q27_5, Q33_1, Q34_1, Participação no processo (JPdA-PnP) Q35_1 Avaliadores: Q70_1, Q70_2, Q70_3, Q70_4, Q70_5, Q79_1, Q79_2, Q79_3, Q79_4, Q79_5, Q84_1, Q85_1, Q86_1 JP do avaliador (JPdA) Aplicação, igualitária e não enviesada, dos Avaliados: Q19_1, Q37_1 procedimentos formais (JPdA-AiP) Avaliadores: Q73_1, Q88_1 Adoção de princípios de honestidade e Avaliados: Q26_1, Q51_1 equidade (JPdA-ApE) Avaliadores: Q78_1, Q99_1 Feedback regular e atempado sobre o Avaliados: Q28_1, Q32_1 desempenho (JPdA-FrD) Avaliadores: Q80_1, Q83_1 Aplicação regular dos procedimentos Avaliados: Q17_1, Q18_1 formais previstos (JPdS-ApP) Avaliadores: Q71_1, Q72_1 Decisões baseadas em informações Avaliados: Q20_1, Q38_1 precisas (JPdS-DiP) Avaliadores: Q74_1, Q89_1 JP do sistema (JPdS) Pertinência e validade percecionada dos Avaliados: Q36_1 parâmetros de avaliação (JPdS-PpA) Avaliadores: Q87_1 Possibilidade de revisão da avaliação final Avaliados: Q52_1, Q53_1 (JPdS-PdR) Avaliadores: Q100_1, Q101_1 23 Resolução do Modelo Perceção da Justiça Organizacional do SIADAP de análise (1) – – Avaliados Justiça Procedimental do avaliador (JPdA) Exemplo Justiça Procedimental [ 1.º ] [ Subdimensão mais importante ] Justiça Procedimental do sistema (JPdS) [ Subdimensão não selecionada pelo modelo ] 0.65 Precisão da avaliação final (JD-PdA) [ 1.ª subdimensão mais importante ] Justiça Distributiva [ 3.º ] Preocupação do avaliador com a distribuição da avaliação final (JD-PaA) [ 2.ª subdimensão mais importante ] Explicações/ justificações dadas pelo avaliador sobre o desempenho esperado (JIf-EdE) [ 3.ª subdimensão mais importante ] 0.695 Feedback contínuo durante o período de avaliação (JIf-FcA) Justiça Informacional [ 4.ª subdimensão mais importante ] [ Dimensão não selecionada ] 0.647 Explicações/ justificações dadas pelo avaliador sobre a avaliação final (JIf-EaF) [ 2.ª subdimensão mais importante ] Explicações/ justificações dadas pelo avaliador sobre o processo de avaliação (JIf-EpA) [ 1.ª subdimensão mais importante ] Tratamento revelado pelo avaliador: Sensibilidade e compreensão (JIp-SeC) [ 1.ª subdimensão mais importante ] Tratamento revelado pelo avaliador: Respeito e Justiça Interpessoal amabilidade (JIp-ReA) [ 2.º ] [ 2.ª subdimensão mais importante ] Tratamento revelado pelo avaliador: Confiança (JIp-CoN) [ Subdimensão não selecionada pelo modelo ] 24 Perceção da Justiça Resolução do Modelo Organizacional do SIADAP – Avaliadores de análise (2) – Justiça Procedimental Justiça Procedimental do avaliador (JPdA) [ Subdimensão mais importante ] Exemplo [ 1.º ] Justiça Procedimental do sistema (JPdS) [ Subdimensão não selecionada pelo modelo ] 0.731 Precisão da avaliação final (JD-PdA) [ 2.ª subdimensão mais importante ] Justiça Distributiva 0.869 [ 4.º ] Preocupação do avaliador com a distribuição da avaliação final (JD-PaA) [ 1.ª subdimensão mais importante ] Explicações/ justificações dadas pelo avaliador 0.670 sobre o desempenho esperado (JIf-EdE) [ Subdimensão não selecionada pelo modelo ] 0.627 Feedback contínuo durante o período de avaliação (JIf-FcA) Justiça Informacional [ 2.ª subdimensão mais importante ] [ 2.º ] Explicações/ justificações dadas pelo avaliador 0.615 sobre a avaliação final (JIf-EaF) [ 1.ª subdimensão mais importante ] Explicações/ justificações dadas pelo avaliador sobre o processo de avaliação (JIf-EpA) [ 3.ª subdimensão mais importante ] 0.651 Tratamento revelado pelo avaliador: Sensibilidade e compreensão (JIp-SeC) [ 1.ª subdimensão mais importante ] Tratamento revelado pelo avaliador: Respeito e Justiça Interpessoal amabilidade (JIp-ReA) [ 3.º ] [ 3.ª subdimensão mais importante ] Tratamento revelado pelo avaliador: Confiança (JIp-CoN) [ 2.ª subdimensão mais importante ] 25 Dúvidas ou questões? 26 Métodos e Técnicas de Investigação em Administração Pública II I CICLO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E POLÍTICAS DO TERRITÓRIO 3.º ANO | 1.º SEMESTRE Citações, Referências bibliográficas, Normas e Estilos - APA 7th edition - Ana Maria Santos This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License. © Ana Maria Santos Estilo APA O estilo APA (American Psychological Association) é um dos mais usados na área das Ciências Sociais : – Site oficial: https://apastyle.apa.org/ As citações utilizam‐se para identificar um recurso de informação no texto relativo a uma ideia ou pensamento de um autor, de modo a que o utilizador possa ter acesso à fonte primária da informação. As citações podem ser directas ou parafraseadas e devem ser sempre mencionadas no respectivo local do texto entre parênteses curvos. 2 Estilo APA A sétima edição do Manual APA é composta por 12 capítulos: 1. Scholarly writing and publishing principles 2. Paper elements and format 3. Journal article reporting standards (JARS) 4. Writing style and grammar 5. Bias-free language guidelines 6. Mechanics of style 7. Tables and figures 8. Works credited in the text 9. Reference list 10. Reference examples 11. Legal references 12. Publication process 3 Estilo APA – Citação no Texto O método de citação usado pela APA é autor‐data que inclui o apelido do autor, seguido da data de publicação do documento. – Um autor: (Autor, ano de publicação) Ex.: (Armstrong, 2010) – Dois autores: (Autor & Autor, ano de publicação) Ex.: (Walker & Allen, 2004) – Três ou mais autores: (Autor et al., ano de publicação) Ex.: (Utley et al., 2001) – Organização como autor: (Autor, ano de publicação) Ex.: (OECD, 2000) 4 Citação narrativa Citação com parênteses Tipo de citação e Primeira citação no Citações Primeira citação no Citações número de autores texto subsequentes texto subsequentes Um autor Santos (2014) Santos (2014) (Santos, 2014) (Santos, 2014) Santos e Pereira Santos e Pereira (Santos & Pereira, (Santos & Pereira, Dois autores (2018) (2018) 2018) 2018) Santos et al. (2020) Santos et al. (2020) (Santos et al., 2020) (Santos et al., 2020) Três ou mais autores Se os primeiros autores forem os mesmos devem-se incluir todos até ao primeiro autor divergente, seguido de et al. Direção-Geral da (Direção-Geral da Grupo como autor Administração e do Administração e do (identificado por DGAEP (2021) (DGAEP, 2021) Emprego Público Emprego Público abreviatura) (DGAEP, 2021) [DGAEP], 2021) Grupo como autor Universidade de Universidade de (Universidade de (Universidade de (sem abreviatura) Lisboa (2019) Lisboa (2019) Lisboa, 2019) Lisboa, 2019) Fonte: Adaptado de American Psychological Association. (2020). Publication Manual of the American Psychological Association. American Psychological Association, p. 266. 5 Estilo APA – Referência bibliográfica Livro impresso: Autor, A. A. (1974). Título. Editora. – Um autor: Bilhim, J. (2013). Ciência da Administração. Edições ISCSP. – Três a 20 autores*: Goldstein, L. J., Lay, D. C., Schneider, D. I., & Medeiros, H. B. (2006). Matemática aplicada economia, administração e contabilidade. Bookman. – Colectividade como autor sem DOI (Digital Object Identifier): American Psychological Association. (2020). Publication manual of the American Psychological Association (7th ed.). * Até 20 autores – são todos indicados na lista de Referências Bibliográficas. Com 21 ou mais autores, incluem-se os primeiros 19 autores seguidos de “...” (reticências) e do último nome de autor (sem & - E comercial). Aplica-se igualmente a outros tipos de documento. 6 Livro impresso com Coordenador ou Editor (obras coletivas): – Editor, A. A. (Ed.). (1974). Título. Editora. – Coordenador, A. A. (Coord.). (1974). Título. Editora. 7 Capítulo de autoria individual em obra coletiva: Autor, A. A. (1974). Título do capítulo do livro. Em A. Apelido Editor (Ed.), Título do livro (pp. xx-xx). Editora. Napolitano, J. (2013). Development, sustainability and international politics. Em L. Meuleman (Ed.), Transgovernance: Advancing sustainability governance (pp. 163– 211). Springer. Capítulo de autoria coletiva em obra coletiva: Autor, A. A., & Autor, B. B. (1995). Título do capítulo ou entrada. Em A. Editor, B. Editor, & C. Editor (Eds.), Título do livro (pp. xxx-xxx). Editora. 8 Livro eletrónico: Autor, A. A. (1974). Título. Editora. URL (http://xxx) ou doi (https://doi.org/) Solomon, M., Bamossy, G., Askegaard, S., & Hogg, M. K. (2006). Consumer behaviour. Pearson Education UK. http://lib.myilibrary.com?ID=60159 Capítulo de livro eletrónico: Autor, A. A. (1974). Título do capítulo do livro. Em A. Apelido Editor (Ed.), Título do livro (pp. xx-xx). URL (http://xxx) ou doi (https://doi.org/xxxxx) Napolitano, J. (2013). Development, sustainability and international politics. Em L. Meuleman (Ed.), Transgovernance: Advancing sustainability governance (pp. 163– 211). https://doi.org/10.1007/978-3-642-28009-2_4 9 Para colocar informação sobre edição, volume, ou número de páginas de livros: – “Place information about editions, volume numbers, and page numbers (such as revised edition, volume number, or chapter page range) in parentheses following the title, with the period after the parentheses: (Rev. ed.) or (Vol. xx, pp. xxx-xxx).” 10 Exemplos de como colocar informação sobre edição, volume, ou número de páginas de livros: – Capítulo em livro de Editor: Autor, A. A., & Autor, B. B. (1974). Título do capítulo. Em C. C. Editor & D. D. Editor (Eds.), Título do livro (xx ed., Vol. xx, pp. xxx–xxx). Editora. Hamilton, R. B., & Newman, J. P. (2018). The response modulation hypothesis: Formulation, development, and implications for psychopathy. Em C. J. Patrick (Ed.), Handbook of psychopathy (2nd ed., pp. 80–93). Guilford Press. – Livro de Autor: Autor, A. A. (1974). Título do livro (xx ed., Vol. xx). Editora. Bouckaert, G., & Halligan, J. (2008). Managing Performance: International comparisons (2nd ed., Vol. IV). Routledge. – Livro de Editor: Editor, E. E. (Ed.). (1974). Título do livro (xx ed., Vol. xx). Editora. Peters, B. G., & Pierre, J. (Eds.). (2014). Handbook of public administration. (2nd ed., Vol. 1). SAGE Publications. 11 Artigo científico impresso: Autor, A. A. (1974). Título do artigo. Título da Revista Científica, Volume(Issue), Intervalo de páginas. Edwards, A. S. (1957). Case studies in childhood emotional disabilities. Journal of Educational Psychology, 48(7), 470‐471. Light, M. A, & Light, I. H. (2008). The geographic expansion of Mexican immigration in the United States and its implications for local law enforcement. Law Enforcement Executive Forum Journal, 8(1), 73-82. 12 Artigo científico eletrónico: ‒ Com DOI: Autor, A. A. (1974). Título do artigo. Título da Revista Científica, Volume(Issue), Páginas. doi (https://doi.org/) Fonseca, J. R. S., Ramos, R. M. P., Santos, A. M., Fonseca, A. P. S.S. (2015). Policy Effects on the Quality of Public Health Care: Evaluating Portuguese Public Hospitals’ Quality through Customers’ Views". Central European Journal of Public Policy, 9(2), 122-131. https://doi.org/10.1515/cejpp-2016-0015 ‒ Sem DOI: Autor, A. A. (1974). Título do artigo. Título da Revista Científica, Volume(Issue), Páginas. URL Correia, A. B., & Santos, A. M. (2021). Drivers for public value creation in universities and community awareness [Special issue: Entrepreneurship Innovation & Management]. International Journal of Entrepreneurship, 25(4S), 1-9. https://www.abacademies.org/articles/drivers-for-public-value-creation-in-universities-and- community-awareness-12668.html 13 Teses de doutoramento/ Dissertações de mestrado: Autor, A. A. (Ano). Título do documento [Dissertação de mestrado ou Tese de doutoramento, instituição]. Nome do repositório. https://xx... Santos, A. M. (2014). A justiça organizacional do SIADAP: uma análise das perceções de avaliados e avaliadores sobre o sistema de avaliação de desempenho dos trabalhadores da Administração Pública [Tese de doutoramento, Universidade de Lisboa]. Repositório da Universidade de Lisboa. https://www.repository.utl.pt/handle/10400.5/7494?mode=full Caso tenha acesso à versão impressa da tese/ dissertação, desconhecendo se está disponível em um repositório ou base de dados: Santos, A. M. (2014). A justiça organizacional do SIADAP: uma análise das perceções de avaliados e avaliadores sobre o sistema de avaliação de desempenho dos trabalhadores da Administração Pública [Tese de doutoramento não publicada]. Universidade de Lisboa. 14 Legislação O documento APA 7th edition apenas apresenta regras para o caso particular da legislação Norte Americana. Contudo, e de forma adaptada ao contexto português, sugere-se a seguinte redação: Documento legal n.º X/ano da(o) Entidade emissora. (Ano). Diário da República: X série, n.º XXX. https://xx... Lei n.° 95/2019 da Assembleia da República. (2019). Diário da República: I série, n.° 169. https://dre.pt/application/file/1010956 15 Páginas web Autor, A. A. ou identificação da instituição/organização. (Ano, Mês dia). Título do documento. Denominação do site/Plataforma (se for diferente do autor). https://xxxx Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. (2019, abril 30). Candidatura às Licenciaturas (1.º ciclo). https://www.iscsp.ulisboa.pt/pt/cursos/candidaturas/licenciaturas Pinto, R. R. P. (2020, s/d). Mensagem do Presidente. Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. https://www.iscsp.ulisboa.pt/pt/cursos/candidaturas/licenciaturas 16 Slides de PowerPoint (Apresentações) ou Notas de aula Seguindo as regras aplicáveis às páginas WEB é possível adaptá-las a apresentações disponíveis online ou em plataformas online. Autor, A. A. ou identificação da instituição/organização. (Ano). Título do documento. Denominação do site/Plataforma (se for diferente do autor). https://xxxx Santos, A. M. (2024). Citações, referências bibliográficas, normas e estilos - APA 7th edition [PowerPoint slides]. Plataforma de e-Learning MOODLE. https://elearning.iscsp.ulisboa.pt/login Housand, B. (2016). Game on! Integrating games and simulations in the classroom [PowerPoint slides]. SlideShare. https://www.slideshare.netlbrianhousand/gameon-iagc-2016/ Notas de aula: Canan, E., & Vasilev, J. (2019, Maio 22). [Notas da aula sobre alocação de recursos]. Departamento de Controle de Gestão e Sistemas de Informação, Universidade do Chile. https://uchilefau.academia.edu/ElseZCanan 17 Estilo APA Aconselhamos a aceder ao Site oficial da APA (https://apastyle.apa.org/) e a explorar os diversos recursos disponíveis. The official interactive guide to learning APA Style: – https://apastyle.apa.org/products/mastering-apa-style Repositório JARS – Repositório com informação sobre normas de apresentação de artigos em revistas que apresentam uma variedade de desenhos grátis. https://apastyle.apa.org/jars Blog Estilo APA – Espaço online atualizado periodicamente que responde a questionamentos dos usuários e que manifestam novos aspetos sobre o Manual. https://apastyle.apa.org/blog Academic Writer – Ferramenta desenvolvida pelos criadores do Manual APA, com o objetivo de ensinar a escrever de modo eficaz. Um meio básico para estudantes e profissionais que ajudam a construir trabalhos académicos excelentes e a dominar o Estilo APA 7: https://digitallearning.apa.org/academic-writer 18 Estilo APA Alguns exemplos de programas que podem ajudar nas gestão de referências ao longo dos trabalhos académicos: – Zotero - https://www.zotero.org – Mendeley - https://www.mendeley.com/ – EndNote - https://endnote.com – Jabref - http://jabref.sourceforge.net/ 19 Dúvidas ou questões? 20