Modelo do Comportamento Planeado

O Modelo do Comportamento Planeado (MCP) é uma ferramenta para compreender e prever a execução de comportamentos. Ele expande o Modelo da Ação Racional, adicionando dois componentes: a perceção do controlo sobre o comportamento e a perceção de barreiras.

As intenções refletem o desejo de fazer ou não uma ação. Elas são influenciadas por três fatores: as atitudes (avaliação pessoal), as normas subjetivas (pressões sociais) e o controle comportamental percebido (capacidade de controlar a ação).

A atitude é a avaliação pessoal de um comportamento. É a percepção da ação como boa ou ruim, benéfica ou prejudicial, atraente ou não.

Normas subjetivas representam a percepção das pressões sociais para realizar ou não um comportamento. São as expectativas das pessoas importantes na vida do indivíduo.

O controle comportamental percebido é a crença de que se é capaz de realizar um comportamento, considerando barreiras internas (competências) e externas (oportunidades).

O MCP sugere que atitudes, normas subjetivas e o controle comportamental percebido influenciam diretamente a intenção de agir. Essa intenção, por sua vez, impacta a execução do comportamento.

Apesar de sua utilidade, o MCP tem algumas limitações. Ele ignora a influência do tempo e das experiências passadas no comportamento. Além disso, não leva em conta o tempo entre a intenção e a ação, ignorando que as intenções podem mudar.

O MCP assume que as atitudes, normas e o controle percebido influenciam a intenção, que por sua vez, leva à ação. No entanto, é possível que comportamentos prévios também influenciem as atitudes e percepções.

A avaliação de ameaça se baseia na percepção de vulnerabilidade à doença (risco percebido) e na gravidade da ameaça à saúde.

A avaliação das aptidões de confronto inclui a eficácia ação-resultado (expectativa de que a ação remove a ameaça) e a auto-eficácia (crença na capacidade de executar a ação com sucesso).

A motivação protetora surge da combinação da avaliação de ameaça e da avaliação das aptidões de confronto, levando à intenção de realizar um comportamento adaptativo.

O medo de sofrer de uma doença ou dano aumenta a probabilidade de ação, dependendo da percepção de gravidade, suscetibilidade e benefícios intrínsecos.

As estratégias de enfrentamento da doença (adaptativas ou desadaptativas) resultam da avaliação de ameaça (ansiedade, medo) e da resposta de enfrentamento (coping).

As respostas desadaptativas colocam a saúde em risco, levando a consequências negativas e à ausência de comportamentos protetores (não adesão).

As respostas adaptativas envolvem seguir conselhos, implementar estratégias protetoras e reduzir a ameaça (adesão).

A teoria da comunicação persuasiva enfatiza o papel de informações sobre a ameaça, estratégias de enfrentamento e apelo ao medo para motivar comportamentos protetores.

O coping refere-se aos esforços cognitivos e comportamentais para lidar com situações ameaçadoras, incluindo mecanismos defensivos, comportamentos emocionais e racionais.

A relação entre medo e resposta é não linear (forma de U invertido) -> o medo inicial aumenta e impulsiona ações protetoras, mas níveis muito altos podem levar a respostas desadaptativas.

Estratégias de lidar com o stress que focam na mudança da situação problemática.

Estratégias de lidar com o stress que visam evitar ou minimizar a situação problemática.

Estratégias que visam regular as emoções negativas, como a ansiedade ou a raiva.

A avaliação se as estratégias de coping implementadas foram efetivas.

Indivíduos que se identificam fortemente com a doença, percebendo-a como grave e com consequências severas, tendem a utilizar estratégias de coping de evitamento/negação e expressão emocional.

O indivíduo, ao lidar com sua condição de saúde, pode se sentir satisfeito com seu desempenho e buscar uma recompensa, ou pode se sentir insatisfeito, desmotivado e buscar punição.

O modelo proposto por Leventhal considera o indivíduo como um 'cientista do senso comum', que tenta entender e gerenciar sua doença.

O indivíduo interpreta o diagnóstico e a doença como uma ameaça que precisa ser resolvida para retornar ao equilíbrio.

O comportamento do indivíduo é uma forma de solucionar o problema da doença, buscando soluções e adaptando-se às suas percepções.

A premissa fundamental do modelo é que o indivíduo é um agente ativo na busca pela saúde, buscando conectar o estado atual (doente) com o objetivo desejado (saudável).

A implementação de instruções precisas é crucial para promover mudanças comportamentais duradouras, superando o medo da ameaça.

A interpretação individual da condição médica influencia diretamente a escolha de estratégias para lidar com ela, impactando a adesão ao tratamento.

Este modelo sugere que a eficácia de mensagens de medo na mudança de comportamento depende da percepção de ameaça (gravidade e vulnerabilidade), da capacidade da pessoa de lidar com a ameaça (resposta de coping) e da eficácia da resposta de coping. Para ser eficaz, uma mensagem deve incluir informações sobre a ameaça e como lidar com ela.

O modelo enfatiza a importância de incluir informações sobre a resposta de coping (como lidar com a ameaça) nas mensagens de medo, além da informação sobre a ameaça em si, para aumentar a sua eficácia em promover mudanças comportamentais.

O modelo simplifica a relação entre medo e comportamento, ignorando outros fatores que podem influenciar a resposta a uma ameaça, como recursos pessoais ou contexto social. Isso significa que o medo nem sempre leva a uma ação protetora de forma linear.

Esta teoria explora como as pessoas controlam ativamente sua saúde, combinando conhecimentos da biologia, psicologia e sociologia para entender como as pessoas mantêm, recuperam ou melhoram seu bem-estar.

A auto-regulação é um processo ativo onde as pessoas controlam seus comportamentos ao longo do tempo para alcançar objetivos específicos. Isso envolve processos mentais e comportamentais que ajudam as pessoas a lidar com desafios, regular emoções e alcançar seus objetivos.

Esta teoria se baseia em outras teorias cognitivas de auto-regulação, estudos sobre o impacto de mensagens ameaçadoras no comportamento de promoção da saúde (TMP) e a teoria de Bandura.

A teoria da auto-regulação enfatiza o papel ativo do indivíduo na implementação de estratégias cognitivas e comportamentais para atingir um objetivo desejado. Isso significa que as pessoas usam seus pensamentos e ações para controlar seu comportamento e alcançar seus objetivos.

Segundo Maes e Gebhardt, a auto-regulação é a tentativa individual de guiar o comportamento ao longo do tempo para alcançar objetivos específicos. Ela envolve processos internos e externos que permitem às pessoas controlar suas ações para atingir seus objetivos, mesmo em situações desafiadoras.

O processo de entender e dar significado a uma doença, considerando suas causas, impacto na vida e possibilidade de cura ou controle.

A interpretação da doença, baseada em sintomas, diagnóstico e experiências pessoais, influencia a compreensão, ação e reação emocional.

Crenças sobre a definição e características da doença, influenciadas por sintomas e mensagens sociais.

Fatores que, na visão da pessoa, contribuem para o aparecimento da doença. Podem ser internos ou externos.

A percepção da duração da doença, incluindo seu tipo (aguda, crônica ou terminal) e o tempo que se espera que dure.

Impacto da doença em diferentes áreas da vida da pessoa, como a capacidade física, social e emocional.

A crença da pessoa sobre a possibilidade de cura ou controle da doença, influenciada pela eficácia do tratamento e pelos comportamentos de enfrentamento.

Estratégias que as pessoas usam para lidar com os desafios e emoções relacionadas à doença.