Fisiologia Hormonal Masculina até a Puberdade

A bolsa escrotal, também conhecida como escroto, é uma bolsa de pele que contém os testículos. É composta por pele, tecido conjuntivo laxo e o músculo dartos. O escroto é dividido em dois compartimentos, um para cada testículo.

Os músculos dartos e cremásteres são músculos que controlam a temperatura dos testículos. Quando a temperatura é baixa, os músculos se contraem, aproximando os testículos do corpo e reduzindo a superfície de contato com o ar frio. Quando a temperatura é alta, os músculos relaxam, afastando os testículos do corpo e aumentando a superfície de contato com o ar quente.

A temperatura ideal para a produção de espermatozoides é ligeiramente inferior à temperatura corporal. Por essa razão, os testículos ficam localizados fora do corpo, na bolsa escrotal.

O períneo é a região entre o ânus e os órgãos genitais. É dividido em dois triângulos: o triângulo anterior ou urogenital e o triângulo posterior ou anal.

O triângulo anterior ou urogenital contém a base do pênis e o escroto. Ele se estende da sínfise púbica até as tuberosidades isquiáticas.

O triângulo posterior ou anal é menor e contém o ânus. Ele se estende das tuberosidades isquiáticas até o vértice do cóccix.

Os testículos são as gônadas masculinas. São responsáveis pela produção de espermatozoides e da testosterona.

A túnica albugínea é uma cápsula espessa e branca que reveste o exterior de cada testículo.

A testosterona é inibida por um feedback negativo na secreção de GnRH pelos testículos, de forma a evitar a produção de espermatozóides antes da puberdade.

A testosterona é produzida principalmente pelas células de Leydig, mas também pode ser produzida pelo córtex supra-renal e, possivelmente, pelas células de Sertoli.

Após a puberdade, a testosterona mantém um feedback negativo na secreção de GnRH, mas não é suficiente para suprimir completamente a sua produção.

A testosterona estimula o crescimento do cabelo na região púbica, linha média abdominal, membros inferiores, tórax, axilas, rosto e, ocasionalmente, nas costas.

A testosterona desempenha um papel crucial no desenvolvimento dos órgão sexuais masculinos e no sistema reprodutor, incluindo a espermatogénese e a migração testicular durante o desenvolvimento embrionário.

O epidídimo é uma estrutura tubular enovelada que desempenha um papel crucial na maturação final dos espermatozoides, conferindo a eles a capacidade de mobilidade e fertilização. É composto por três partes: a cabeça, o corpo e a cauda.

A cabeça do epidídimo abriga os canais eferentes sinuosos, que convergem para o único canal epididimário, localizado principalmente no corpo do epidídimo.

O canal epididimário é revestido por células com microvilosidades longas, chamadas estereocílios, que aumentam a superfície para absorver líquidos.

Os canais deferentes, que transportam espermatozoides do epidídimo, são responsáveis pelo armazenamento e transporte rápido dos espermatozoides através de contrações musculares.

O canal deferente se junta a outros vasos e nervos, formando o cordão espermático, que ascende pelo canal inguinal até a cavidade pélvica.

O plexo pampiniforme é um conjunto de vasos sanguíneos que drena os testículos e converge para as veias genitais, que se conectam à veia renal.

Os espermatozoides, ao serem liberados pelos túbulos seminíferos, viajam para o epidídimo e, posteriormente, através do canal deferente, canal ejaculatorio e uretra até serem expelidos.

O epidídimo é uma estrutura tubular enovelada adjacente aos testículos que é essencial para o amadurecimento final dos espermatozoides. Ele confere aos espermatozoides motilidade e a capacidade de fertilizar o óvulo.

A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é uma condição comum em homens mais velhos, caracterizada pelo crescimento não canceroso do tecido prostático. Esse crescimento pode pressionar a uretra e obstruir o fluxo de urina.

A incidência da HBP aumenta com a idade, ou seja, quanto mais velho o homem, maior é a probabilidade de desenvolver a condição.

Nem todos os homens com HBP desenvolvem sintomas. Alguns podem ter a condição e não apresentar quaisquer problemas.

A HBP é uma doença que envolve principalmente o crescimento do estroma prostático, um tecido que suporta e rodeia as glândulas da próstata.

A HBP causa obstrução à passagem da urina pela uretra devido ao crescimento prostático, que compacta o canal. Esse crescimento físico é conhecido como componente mecânico.

O estroma prostático contém muitos nervos sensíveis à adrenalina, o que também contribui para a obstrução da uretra. Essa ação é considerada o componente dinâmico da HBP.

Existem vários fatores que contribuem para o desenvolvimento da HBP, incluindo predisposição genética, hormônios, inflamação, idade, tabagismo e obesidade.

Os sintomas da HBP podem ser divididos em sintomas de esvaziamento (dificuldade em urinar) e sintomas de armazenamento (aumento da frequência e urgência para urinar).

O toque retal é essencial para avaliar a próstata em homens com sintomas do trato urinário inferior (LUTS).

O tamanho da próstata não determina a gravidade dos sintomas de HBP. Um crescimento mais externo da próstata causa menos obstrução na uretra.

A consistência da próstata ao toque retal pode indicar problemas. Uma consistência fibroelástica com limites bem definidos é normal. Uma próstata endurecida com limites indefinidos pode indicar câncer.

A HBP aguda é uma condição grave que requer atendimento urgente. Os sintomas incluem redução da urina, dor na região do púbis e lombar, e bexiga distendida.

A HBP crônica é uma condição de longa duração que pode causar sintomas de armazenamento e esvaziamento da bexiga. A instalação dos sintomas é gradual, em semanas ou meses.

A retenção urinária aguda é uma condição em que a pessoa não consegue urinar. Pode ser causada por infecção da próstata, distensão da bexiga ou outros fatores.

O lobo médio da próstata não pode ser avaliado pelo toque retal. A HBP normalmente é simétrica e pode ser sentida como um sulco mediano.

A urofluxometria mede a velocidade do fluxo urinário e é recomendada em pacientes com suspeita de obstrução da uretra (por exemplo, HBP), especialmente se houver histórico de tratamento prévio com insucesso ou se uma intervenção cirúrgica estiver sendo considerada.

A medição do RPM (resíduo pós-miccional) ajuda a determinar se a bexiga está sendo esvaziada completamente após a micção. É indicada em casos de sintomas refratários ao tratamento ou em casos de queixas de esvaziamento incompleto da bexiga.

A uretrocistoscopia é um exame que permite visualizar o interior da uretra e da bexiga, usando um instrumento com câmera. É indicada em casos de hematúria (sangue na urina), para descartar a possibilidade de câncer na bexiga ou se existir dúvida sobre a causa da obstrução da uretra, diferenciando-a de outras obstruções, como pelo lobo médio da próstata.

O estudo urodinâmico é um exame que avalia a função da bexiga e da uretra, medindo a pressão e o fluxo da urina. É indicado em pacientes com suspeita de patologia neurológica, pois pode ajudar a determinar se a bexiga está funcionando corretamente.

A avaliação da próstata inclui a história clínica do paciente, toque retal para avaliar a próstata, pontuação da escala IPSS (Sintomas de Próstata) e QoL (Qualidade de Vida), além da urofluxometria, ecografia vesicoprostática e PSA.

O toque retal ajuda a determinar a mobilidade, superfície, elasticidade, tamanho e presença de nódulos na próstata.

A escala IPSS (Sintomas de Próstata) e QoL (Qualidade de Vida) são importantes para avaliar a gravidade dos sintomas da HBP e a qualidade de vida do paciente.

A ecografia vesicoprostática é útil para estimar o volume da próstata, detectar resíduo urinário na bexiga e identificar complicações, como divertículos, cálculos ou bexiga trabeculada.