Princípios do exame físico PDF
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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Dr. Rafael Celestino
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Este documento fornece informações sobre os princípios do exame físico em enfermagem. Aborda a importância da abordagem do paciente e apresenta diferentes posições para o exame, com foco em criar um ambiente confortável e respeitoso para o paciente.
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1 Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde Escola de Enfermagem Anna Nery Departamento de Enfermagem Fundamental Disciplina: “Fundamentos,...
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde Escola de Enfermagem Anna Nery Departamento de Enfermagem Fundamental Disciplina: “Fundamentos, Modelos e Processos de Cuidar II” Aula: “Métodos propedêuticos aplicados à enfermagem” Professor Dr. Rafael Celestino Material para uso exclusivo na disciplina Sabe-se que o paciente pode ter as suas condições físicas modificadas a cada momento, por isso é necessário que a enfermagem seja capaz de avaliar detalhadamente as possíveis variações, partindo de um completo exame físico inicial. O exame físico consiste na coleta de dados físicos observados diretamente pela examinadora. Objetivos: Avaliar as condições físicas gerais do paciente e de cada sistema orgânico; Identificar situações de risco à integridade do paciente; Direcionar o aprendizado ao diagnóstico e evolução de enfermagem. Abordagem do cliente para o exame físico As pessoas que procuram por cuidados de saúde por um problema específico geralmente estão ansiosas pela incerteza sobre o significado dos seus sintomas. A ansiedade é causada pelos medos relacionados à descontinuidade do estilo de vida e sobre os custos da assistência à saúde. A pessoa, então, sente-se desamparada; Para minimizar essa ansiedade é importante apresentar-se, identificar sua função e descrever o propósito do exame. Deve-se reassegurar que as informações coletadas são confidenciais e utilizadas apenas pelos profissionais de saúde que terão acesso às informações; Um local reservado deve ser utilizado. Se a pessoa expressar o desejo de ter um familiar presente, isso é aceitável pois pode gerar informações adicionais que o paciente tenha esquecido ou não seja capaz de dar; Distrações como aparelhos de rádio ou TV são reduzidos ou desligados; 2 É importante que o paciente se sinta confortável, e expresse-se plenamente de forma espontânea. Isso é influenciado pelo comportamento da enfermeira e ambiente físico; O comportamento não-verbal tanto do examinador quanto do cliente merece atenção. A linguagem corporal pode proporcionar tantas informações quanto às palavras faladas; É essencial ouvir quando a pessoa responde às questões e estabelecer uma relação empática, respeitando crenças e atitudes do cliente, sem uma postura de julgamento. Para realizá-lo é importante que: -O paciente e o enfermeiro devem estar em posição correta. Assegure o conforto físico do paciente e seu; -A iluminação deve ser adequada (Luz natural ou artificial de cor branca); -Seja cortês e olhe para o paciente; -Deve ser preservada a privacidade e somente os seguimentos avaliados devem ficar descobertos durante o exame; -O paciente tem direito a um acompanhante durante o exame. Cumprimente o acompanhante; -O enfermeiro deve explicar os seus objetivos e solicitar o seu consentimento; -Para a avaliação de órgãos genitais, pode solicitar a saída do acompanhante e caso possível solicitar um auxiliar para acompanhá-lo; -Evite ser julgador. Posições básicas do paciente para o exame físico: 1 - Posição ortostática: o Paciente fica em pé com os pés um pouco afastados um do outro e com os membros superiores estendidos naturalmente junto ao corpo. 2 - Posição sentada: o O paciente fica sentado numa cadeira na maca ou no leito com as mãos repousando sobre as coxas. 3 - Posição dorsal: o O paciente fica deitado na maca ou leito com o ventre para cima, membros superiores e inferiores relaxados. 4 - Decúbito lateral direito: o O paciente fica deitado com o lado direito para baixo, pernas levemente fletidas, braço direito em abdução, o lado esquerdo para cima e o braço repousando sobre a face lateral da coxa. 5 - Decúbito lateral esquerdo: o O paciente fica deitado com o lado esquerdo para baixo, pernas levemente fletidas, braço esquerdo em abdução, o lado direito para cima e o braço repousando sobre a face lateral da coxa. 6 - Decúbito ventral: o O paciente fica deitado com o ventre para baixo, braços fletidos e mãos sobre a testa. (músculo esquelético) 7 - Posição de Litotomia: 3 o O paciente fica em decúbito dorsal com as pernas afastadas e joelhos fletidos e pés apoiados sobre a cama. (exame pélvico) 8 - Posição genupeitoral: o O paciente fica ajoelhado, joelhos afastados com o peito apoiado sobre a cama e a cabeça lateralizada sobre os braços (exame retal). Posições específicas 1 - Posição supina: o Paciente fica deitado em decúbito dorsal com travesseiros sobre a cabeça, braços estendidos ao longo do corpo, pernas estendidas ou ligeiramente fletidas. 2 - Posição prona: o Paciente fica em decúbito ventral com a cabeça virada para um dos lados, braços abduzidos para cima, com cotovelos fletidos e pernas estendidas. 3 - Posição de Sims: o Paciente fica em decúbito lateral esquerdo, com travesseiro sobre a cabeça, a perna direita que está por cima ligeiramente fletida e apoiada na cama, braço esquerdo apoiado na cama como se estivesse segurando o travesseiro enquanto o direito fica fletido e apoiado na cintura. (reto) 4 - Posição de Trendelemburg: o O paciente fica em decúbito dorsal com a cabeça mais baixa em relação ao corpo. 5 - Posição fowler: o O paciente fica em decúbito dorsal com o travesseiro sobre a cabeça e tronco elevado 45°. Após determinarmos a posição que iremos utilizar para iniciar o exame físico devemos lavar as mãos, usar luvas de procedimento, ter as unhas curtas para não ferir, aquecer as mãos. Instrumentos básicos para o exame físico Instrumentos utilizados: 1. Esfigmomanômetro 2. Estetoscópio 3. Relógio 4. Termômetro 5. Foco de luz/ lanterna 6. Otoscópio 7. Oftalmoscópio 8. Laringoscópio 9. Rinoscópio 10. Espátula 11. Régua e fita métrica 12. Luvas 13. Lubrificantes 4 14. Algodão e gaze 15. Martelo para reflexo 16. Alfinetes 17. Balança 18. Lápis demográfico 19. Material para registro Resumo de sequência sugerida, posicionamento para sua realização, regiões do corpo SENTADO 1. Inspeção geral 2. Sinais vitais 3. Pele: dorso superior, anterior e posterior 4. Cabeça e pescoço: inclusive tireoide e gânglios linfáticos 5. Sistema nervoso: função mental, força e tono motor da extremidade superior, função cerebelar 6. Tórax e pulmões DE PÉ - ORTOSTÁTICA 7. Musculoesquelético: marcha DECÚBITO DORSAL, COM CABECEIRA DO LEITO ELEVADA A 30° GRAUS 8. Cardiovascular DECÙBITO DORSAL 9. Mamas e axilas 10. Abdome 11. Vascular periférico 12. Sistema nervoso: força e tono motor da extremidade inferior, reflexos, sinal de Babinski POSIÇÃO DE LITOTOMIA 13. Mulheres: exame pélvico e retal DECÚBITO LATERAL ESQUERDO 14. Homens: exame da próstata e reto 5 6 Métodos Propedêuticos empregados para o Exame Físico INSPEÇÃO O enfermeiro inicia o exame físico pela inspeção que é um procedimento propedêutico baseado no sentido da visão e olfato para averiguar ou inspecionar o aspecto, a cor, a forma, o tamanho e o movimento dos diversos segmentos corporais. Identifica condições clínicas visíveis a olho nu, como lesões cutâneas, cateteres, sondas... Podemos dizer que é a primeira avaliação feita pelo enfermeiro quando entra em contato com o paciente. Consiste numa ampla observação do estado geral do paciente sendo uma visão do conjunto e superficial. Aborda nível de consciência, estado nutricional, postura, higiene, tipo de fala, modo de andar... A inspeção pode ser: estática e dinâmica. A estática é realizada com o paciente em repouso, observando apenas os contornos anatômicos ou as partes estanques do corpo, como exemplo a forma do tórax e a cabeça. Na dinâmica o examinador observa os movimentos de determinado segmento. Ex: amplitude respiratória, modo de andar... Concluindo: Serve para avaliar: Superfície Corporal e Partes acessíveis das cavidades em contato com o exterior. Pode ser: Panorâmica ou localizada Olho nu ou com auxílio de lupa. O que é importante? Dispor de iluminação adequada. Descobrir a região a ser inspecionada. Ter em mente as características de normalidade da área em questão. PALPAÇÃO É baseada no tato e na pressão, especificamente, no toque sobre as superfícies dos segmentos corporais para detectar modificações da textura, volume, forma, espessura, consistência, flutuações, frêmitos, sensibilidade táctil e dolorosa, elasticidade, temperatura, localização dos órgãos, presença de edemas, massas... A palpação pode ser superficial (1 cm) ou profunda (4 cm). A palpação superficial deve preceder a profunda, porque pode provocar deslocamento de líquido, rompimento de tecido ou provocar maciez. 7 PARA DETERMINAR USAR Posição, textura, tamanho, consistência, Superfície palmar dos dedos e coxins dos líquido, crepitação, forma de uma massa ou dedos estrutura. Vibração Superfícies ulnares da mão e dos dedos Temperatura Superfície dorsal da mão Existem várias técnicas de palpação. ATENÇÃO: Unhas curtas. Palpação com a mão espalmada, usando-se toda a palma de uma ou de ambas as mãos. Palpação com uma das mãos sobrepondo-se à outra. Palpação com a mão espalmada, usando-se apenas as polpas digitais e a parte ventral dos dedos. 8 Palpação usando-se o polegar e o indicador formando uma pinça. Palpação com o dorso dos dedos ou das mãos. Digitopressão- realizada com a polpa do polegar ou do indicador. Puntipressão- compressão com objeto pontiagudo em ponto do corpo. 9 Vitropressão - compressão da pele com uma lâmina de vidro, através da qual se verifica a condição da pele. Difere como exemplo, eritema de púrpura. Fricção com algodão - para avaliação de sensibilidade. Concluindo: A palpação recolhe dados através: do tato - impressões sobre a parte mais superficial da estrutura. da pressão - impressões sobre a parte mais profunda. Objetivos Reconhecimento de modificações relacionadas à: Textura, Espessura, Consistência, Sensibilidade, Volume, Dureza, Flutuação, Elasticidade.... PERCUSSÃO A percussão consiste na utilização do tato e da audição, para provocar e ouvir os sons resultantes de golpes leves, planejados, articulados e direcionados para delimitar órgãos, detectar coleção de líquido ou ar e perceber formações fibrosas teciduais. Esses golpes dão origem a vibrações sonoras que têm características próprias quanto à intensidade, timbre e tonalidade, dependendo da estrutura anatômica percutida, e permitem também a obtenção de impressões sobre a resistência que a região golpeada oferece. 10 Podem ser classificados como: som maciço, som submaciço, som abafado, som timpânico, som claro pulmonar (atimpânico), som hiper-ressonante, som hiper-timpânico. Quanto mais densa a área percutida maior será o som, mais breve e menos discernível. O som maciço transmite a sensação de dureza e resistência, é encontrado em regiões desprovidas de ar. É decorrente da percussão de regiões sólidas. EX: fígado, coração, baço e rins. O Som Submaciço é a variação de som maciço, ocorre devida presença de ar em quantidade restrita. EX: parênquima pulmonar e um órgão sólido – infecção de um lobo pulmonar. O Som Timpânico é encontrado em cavidades fechadas, recobertas por membranas flexíveis, que contenham ar. Acompanha a sensação de elasticidade. EX: intestinos e traube (fundo do estômago). O Som Claro Pulmonar é o que se obtêm quando se percute um tórax normal. Depende da presença de ar dentro dos alvéolos e demais estruturas pulmonares. TIPOS DE SONS OBTIDOS PARA TREINAMENTO Som Maciço - cabeceira da cama, parede, bloco de madeira Som Pulmonar - colchão de mola, caixa com pedaços de isopor, livro grosso colocado sobre a mesa Som Timpânico - caixa vazia, pequeno tambor Técnicas de percussão Percussão direta - é realizada golpeando-se diretamente com as pontas dos dedos a região alvo. 11 Percussão dígito-digital. Executa-se golpeando com a borda ungueal do dedo médio da mão direita na superfície dorsal da 2ª falange do dedo médio ou indicador da outra mão. Dedo que golpeia - plexor Dedo que recebe o golpe plexímetro Punho-percussão - mantendo-se a mão fechada, golpeia-se com a borda cubital a região estudada e averigua-se a ocorrência de sensação dolorosa. Percussão com a borda da mão - os dedos ficam estendidos e unidos, golpeando-se a região desejada com a borda ulnar, averiguando-se a ocorrência de sensação dolorosa. 12 Percussão por piparote - com uma das mãos o examinador golpeia o abdome por piparotes, enquanto a outra espalmada na região contralateral, procura captar ondas líquidas contra a parede abdominal. CONCLUSÃO Percussão é a detecção de vibrações obtidas pelo golpeamento direcionado a um ponto qualquer do organismo. Cada estrutura anatômica percutida tem características próprias quanto à: - Intensidade - Timbre - Tonalidade AUSCULTA A ausculta é um procedimento que consiste na utilização do sentido da audição para ouvir sons ou ruídos produzidos pelos órgãos, que são decorrentes da vibração das suas estruturas na superfície corporal, como na avaliação dos ruídos respiratórios, cardíacos, circulatórios e intestinais. A Ausculta direta é executada por aplicação direta da orelha ao corpo. A que utiliza o estetoscópio é denominada de indireta. Estetoscópio - Introduzido por Laennec na metade do século XIX. Origem da Palavra - Grego Stethos = peito Scopein = examinador estetoscópio auricular estetoscópio de Pinard Batimentos cardio fetais - BCF 13 A ausculta é empregada nos pulmões (murmúrios vesiculares), coração (bulhas cardíacas), vasos (sopros), abdome (ruídos hidroaéreos no intestino e peristalse no estomago). CARACTERÍSTICAS DOS SONS: Frequência - quanto maior, mais agudo Altura - Alto e baixo Qualidade- sopro ou borbulhante Duração- curta, média ou longa. A ausculta deve ser realizada em ambiente silencioso, o paciente em posição adequada e a área a ser auscultada deve ser descoberta. CAMPÂNULA COM DIAFRAGMA DEVEMOS EXERCER MAIOR PRESSÃO SOBRE A PELE DEVEMOS EXERCER PRESSÃO Sons de baixa frequência MODERADA SOBRE A PELE Sons de alta frequência Diafragma – sons agudos ou de alta freqüência – 1ª e 2ª bulhas, sopro sistólico e atrito pericárdico Campânula – sons graves – 3ª e 4ª bulha, estenose mitral. Ectoscopia/Somatoscopia O exame físico pode ser dividido em duas etapas : Exame físico geral ou ectoscopia ou somatoscopia Exame dos diferentes sistemas e aparelhos 14 INSPEÇÃO GERAL Sinais de desconforto / expressões faciais: Alegria, surpresa, interesse, aprovação, vergonha, dúvida, desprezo, desinteresse, nojo, raiva, medo, tristeza, ansiedade, dor; Vestuário, cuidados de higiene pessoal: Apropriado, roupa limpa; Odores corporais e Hálito: Hálito cetônico, alcoólico; O ESTADO GERAL Sinais e sintomas comuns que causam preocupação: Muitas vezes inespecíficos Mudanças de peso Cansaço ou fadiga– sensação de falta de energia Fraqueza ou astenia– redução de força muscular Prostração - estado de abatimento extremo, físico e psíquico, que se traduz por imobilidade total e ausência de reações às solicitações exteriores. Febre, calafrios, sensação de calor Sudorese noturna – tuberculose e câncer 15 INSPEÇÃO GERAL INSPEÇÃO E ESTADO GERAL PALPAÇÃO FÁCIESCOM NO EXAME FÍSICO GERAL, ATITUDE/POSTURA/MARCHA ALÉM DE SE DETERMINAR O ESTADO GERAL DO CLIENTE, MOV. INVOLUNTÁRIOS O ENFERMEIRO DEVERÁ DETERMINAR A PRESENÇA DE BIOTIPO/EST. NUTRICIONAL CARACTERÍSTICAS ANORMAIS NA FACE, ATITUDE, POSTURA. NESTE MOMENTO, O NÍVEL DE CONSCIÊNCIA ENFERMEIRO JÁ PODERÁ IDENTIFICAR ACHADOS PELE E FÂNEROS TÍPICOS DE UMA DETERMINADA PATOLOGIA FALA/LINGUAGEM OU PROBLEMA. SINAIS VITAIS 16 O ESTADO GERAL O ESTADO GERAL PODERÁ NOS DAR INFORMAÇÕES ACERCA DA CAPACIDADE DE REAÇÃO DO BOM ESTADO GERAL CLIENTE DIANTE DA DOENÇA. FORNECE UMA REGULAR ESTADO GERAL VISÃO DO CLIENTE EM SUA TOTALIDADE MAU ESTADO GERAL Indica até que ponto a doença atingiu o organismo visto como um todo FACE – inspeção e palpação Coloração: Palidez, Cianose, Icterícia Manchas (sinal da asa de borboleta – Lupus) Expressão fisionômica ou mímica facial - denuncia o estado de humor do indivíduo (tristeza, desânimo, esperança, desespero, ódio, alegria, etc). Fácies –alterações na expressão facial que caracterizam uma doença Movimentos Sangramentos nasal e auditivo FÁCIES NORMAL RENAL LEONINA PARKINSONIANA 17 MIXEDEMATOSA CUSHINGÓIDE ESCLERODÉRMICA DE DEPRESSÃO Fácies Normal Também conhecida por fácies atípica Apresenta apenas as características pessoais peculiares Fácies Hipocrática Olhos fundos e inexpressivos, Nariz afilado Lábios adelgaçados, Costuma-se observar batimentos das asas do nariz Palidez cutânea , Rosto sudorético, Discreta cianose labial 18 Costuma estar presente em doenças graves e crônicas, em estágios finais de várias doenças Fácies Leonina Pele espessa Grande número de lepromas de tamanhos variados e confluentes, a maior parte na fronte Supercílios caem, Nariz espessado Bochechas e mento se deformam pelo aparecimento de nódulos Lábios mais grossos, Aspecto de “cara de leão” As alterações são produzidas por lesões da Hanseníase Fácies Leonina-Lepra Fácies Parkinsoniana Cabeça inclinada um pouco para frente e permanece imóvel nesta posição Olhar fixo, Fronte enrugada, Adinamia facial Observada na Doença de Parkinson Fácies Mixedematosa Rosto arredondado, Nariz e lábios grossos Pele seca e espessada, Supercílios escassos Cabelos secos e sem brilho, Expressão de desânimo, apatia Presente no hipotireoidismo Fácies Acromegálica Saliência das arcadas supra-orbitárias Proeminência das maçãs do rosto Maior desenvolvimento da mandíbula Aumento do tamanho do nariz, lábios e orelhas Visto na acromegalia, conseqüente da hiperfunção hipofisária Fácies Cushingóide Arredondamento do rosto, Em forma de lua-cheia Observado quando há aumento de cortisol seja por produção endógena ou administração exógena Fácies Mongolóide Prega cutânea que torna os olhos oblíquos, Rosto redondo Observada na Síndrome de Down Fácies Miastênica Ptose palpebral bilateral 19 Ocorre na miastenia grave e outras miopatias que comprometem os músculos da pálpebra superior Sinais de TCE SINAL DE GUAXINIMSINAL DE BATTLE ATITUDES NA POSIÇÃO DE PÉ Boa postura Postura sofrível Má postura Cifose Lordose Escoliose 20 la lordose cervicale (1), · la cyphose dorsale (2), · la lordose lombaire (3). Atitude e decúbitos preferidos no leito Atitudes voluntárias Ortopnéicas, Genupeitoral, Cócoras Parkinsoniana, DLD, DLE, DD, DV 21 BIOTIPO OU TIPO MORFOLÓGICO Brevilíneo Mediolíneo Longilíneo Longilíneo: Pescoço longo e delgado,Tórax afilado Membros alongados com franco predomínio sobre o tronco Musculatura delgada e panículo adiposo pouco desenvolvido Tendência para estatura elevada Mediolíneo: Equilíbrio entre os membros e o tronco Desenvolvimento harmônico da musculatura e distribuição adiposa Brevilíneo Pescoço curto e grosso, Tórax alargado e volumoso Membros curtos em relação ao tronco Musculatura desenvolvida e panículo adiposo espesso Tendência para baixa estatura DESENVOLVIMENTO FÍSICO Leva-se em conta : Idade, Sexo, Altura Estrutura somática – esta feita através da inspeção global Estrutura Somática Os achados podem ser enquadrados nas seguintes alternativas: Desenvolvimento normal Hiperdesenvolvimento, Hipodesenvolvimento 22 Hábito grácil (constituição corporal frágil e delgada, estrutura óssea fina , musculatura pouco desenvolvida, altura e peso abaixo dos níveis normais) Infantilismo persistência anormal de características infantis na idade adulta Gigantismo, Nanismo MOVIMENTOS ANORMAIS OU INVOLUNTÁRIOS São sinais originados de lesões neurológicas que podem estar localizadas no córtex, nos núcleos da base, no cerebelo, e também, de origem psicológica. Pesquisa-se: Partes do corpo afetadas pelos movimentos Ritmicidade e uniformidade Frequência, amplitude e força Presença de fadiga Fatores precipitantes ou agravantes TREMORES Movimentos alternantes, mais ou menos rápidos e regulares, de pequena ou média amplitude, que afetam principalmente as partes distais dos membros. TIPOS DE TREMORES Tremor de repouso - Parkinson Tremor de atitude ou postura (flapping ou asterix) /Tremor familiar Tremor de ação - doenças cerebelares Tremor vibratório fino e rápido; causado por hipertireoidismo, mas na maior parte das vezes é emocional Movimentos Coréicos Movimentos bizarros, inesperados, de grande amplitude, arritmicos, multiformes e sem finalidade. Constantes ou de aparecimento esporádico. Ex. Coréia de Sydenham-infecciosa Coréia de Huntington -hereditária Movimentos Atetósicos Ocorrem nas extremidades, são lentos e estereotipados-movimentos reptiformes ou movimentos dos tentáculos de polvo. 23 Movimentos lentos, sinuosos, de contorção, geralmente nas mãos e nos pés. Impregnação cerebral por Kernicterus (aumento de bilirrubina - Bb) Mioclonias Contrações musculares breves, rítmicas ou arrítmicas, localizadas ou difusas, que acometem um músculo ou um grupo muscular. Relatadas como choque, abalos, sacudidas. Descarga de neurônios subcorticais-epilepsia tipo pequeno mal. Asterix (flapping) Movimentos rápidos, de amplitude variável, que ocorrem nos segmentos distais - bater de asas. Pré- coma hepático Coma urêmico Tetania Crises exclusivamente tônicas quase sempre localizadas nas mãos e pés. Pode ocorrer de forma espontânea ou provocada-hipocalcemia Convulsões Convulsões clônicas Convulsões tônicas Convulsões tônico- clônicas O ESTADO MENTAL Orientação: qual é a data, dia da semana, nome da instituição.. Memória: qual é a sua idade, data de nascimento... Cálculo: contar de trás para frente, de 3 em 3, começando do 30... Fala e Linguagem Depende=órgão fonador+musc. da fonação e elaboração cerebral Disfonia: alteração do timbre da voz/órgão fonador Dislalia: alterações menores da fala-troca de letras Disfasia: perturbação na elaboração cortical da fala Disgrafia: perda da capacidade de escrever Dislexia: perda da capacidade de ler 24 O NÍVEL DE CONSCIÊNCIA SISTEMA RETÍCULO-TALÂMICO AVALIAR: VIGÍLIA PERCEPTIVIDADE OBNUBILAÇÃO REATIVIDADE TORPOR DEGLUTIÇÃO COMA REFLEXOS AVALIAR PELA ESCALA DE GLASGOW AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Desde a antiguidade o homem tem a curiosidade de medir seu corpo. Medidas: Longitudinais ou alturas e comprimentos LINEARES Transversais ou diâmetros CIRCUNFERÊNCIAS OU Diversas. Ex.perímetro cefálico, circ. abdominal PERÍMETROS MASSA OU PESO Dobras cutâneas e peso na balança 25 MEDIÇÃO DA ALTURA OU ESTATURA As medidas de altura possuem muitas unidades de medida, porém as mais comuns são em metros/centímetros e em pés/polegadas. A altura modifica-se conforme o crescimento e o desenvolvimento do indivíduo no ciclo vital. MEDIÇÃO DO PESO As mudanças de peso decorrem de alterações dos tecidos ou no líquido corporal. Alterações rápidas sugerem alterações hídricas. A medida de peso usada é o quilograma(Kg) Mudanças de peso: Ganho de peso (ingesta maior do que o consumo, edema ) Perda ponderal (várias causas: diminuição do consumo, vômitos, redução de absorção, melhora do edema) Sinais de desnutrição: baixo peso, baixa estatura, cansaço, palidez... Índice de Massa Corporal Atualmente utiliza-se o cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal) que incorpora medidas estimadas de gordura corporal mais acuradas que o peso isolado. 26 Cálculo do IMC Para fazer o cálculo do IMC basta dividir seu peso em quilogramas pela altura ao quadrado (em metros). O número que será gerado deve ser comparado aos valores da tabela IMC para se saber se você está abaixo, em seu peso ideal ou acima do peso. Por exemplo, se você pesa 60Kg e mede 1,67m, você deve utilizar a seguinte fórmula para calcular o IMC: IMC = 60 ÷ 1,67² IMC = 60 ÷ 2,78 IMC = 21,5 Tabela IMC Cálculo IMC Situação Abaixo de 18,5 Você está abaixo do peso ideal Entre 18,5 e 24,9 Parabéns — você está em seu peso normal! Entre 25,0 e 29,9 Você está acima de seu peso (sobrepeso) Entre 30,0 e 34,9 Obesidade grau I Entre 35,0 e 39,9 Obesidade grau II 40,0 e acima Obesidade grau III PELE O exame da pele é realizado pela inspeção e palpação. Ela se inicia na inspeção geral e pode se estender durante todo o exame físico à medida que cada parte do corpo é observada. 1. Observar a pele e suas estruturas. 2. Inspecionar toda a superfície com boa iluminação. 3. Correlacionar os achados com a observação das mucosas. 4. Familiarizar-se com lesões e colorações cutâneas. 27 Coloração: Pesquisar o aumento da pigmentação, perda, vermelhidão, palidez, cianose e pele amarelada. A coloração da pele normal depende: melanina, caroteno, hemoglobina. Melanina: pigmento acastanhado. (determinado geneticamente e aumentado com a exposição solar) Caroteno: pigmento amarelo-dourado. (gordura subcutânea – regiões das palmas das mãos e plantares) Oxi-hemoglobina: pigmento vermelho-brilhante. Desoxi-hemoglobina: pigmento mais escuro e azulado. Atenção: -Os pacientes mais sensíveis podem ter mudança na coloração. -É possível que o paciente note as alterações antes do examinador. -Os melhores locais para observar cianose central, são os lábios. -A cianose das unhas, mãos e pés tem origem central ou periférica. -Pesquisar a presença de coloração amarelada das escleróticas. -Para detectar os níveis elevados de caroteno, inspecionar as palmas das mãos, pés e face. Carotenemia. Umidade: Ressecamento, sudorese e oleosidade. O ressecamento pode sugerir hipotireoidismo. Temperatura: -Identificar aquecimento e resfriamento -Utilize o dorso dos dedos, -Aquecimento em qualquer área avermelhada. -Calor local da inflamação ou celulite. -O calor generalizado é observado no hipertireoidismo e resfriamento hipotireoidismo. Textura: São ásperas ou lisas. Mobilidade e turgor: -Puxe uma prega e observe a facilidade com que se desloca (mobilidade) e a velocidade com que retorna a seu lugar (turgor). -Redução de mobilidade no edema e esclerodermia. -Redução do turgor na desidratação 28 Lesões: Observar e anotar suas características: 1. Localização anatômica e distribuição das lesões pelo corpo. São generalizadas ou localizadas, apenas superfícies expostas ou regiões intertriginosas (pregas cutâneas) 2. Disposição Lesões lineares, aglomeradas, anulares (formato de anel), arciformes (em arco) 3. Tipos específicos de lesões cutâneas. (diagnóstico médico)**** Máculas, pápulas, vesículas, nevos 4. Observar a coloração. #### Não se esqueça de observar áreas escondidas (palmas e unhas das mãos e pés, entre os dedos, etc.) *ALTERAÇÕES CIRCUNSCRITAS PLANAS, IMPALPÁVEIS MÁCULAS – Pequenas, até 0,5 cm Ex.: sarda MANCHA – Maior que 0,5 cm 1. Pigmentares – Hiper-hipo e acromia – Icterícia e xantocromia 29 2. Vasculares Eritema, cianose, petéquias e equimose 30 *MASSAS PALPÁVEIS, ELEVADAS E SÓLIDAS PÁPULA – Até 0,5 cm. Ex.: molusco PLACA – Maior que 0,5 cm , geralmente junção das pápulas NÓDULO – Até 3 cm , mais profundo e duro que a pápula. Ex.: neoplasia VEGETAÇÃO – Pápula elevada, pendiculada ou não, verruga vulgar *ELEVAÇÕES SUPERFICIAIS E CIRCUNSCRITAS DA PELE, FORMADAS POR LÍQUIDOS VESÍCULA – Lesão elevada, circunscrita até 0,5 cm com líquido claro (herpes) BOLHA OU FLICTENA – Lesão preenchida com líquido claro >0,5 cm (queimadura) PÚSTULA – Lesão com até 0,5 cm , com líquido purulento (foliculite) ABSCESSO – Coleção purulenta, proeminente e circunscrita com mais de 0,5 cm, localizada no subcutâneo (furúnculo) REFERÊNCIAS Bickley, Lynn S. Bates, propedêutica médica essencial - avaliação clínica, anamnese, exame físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. Jarvis, Carolyn. Exame físico e avaliação de saúde para Enfermagem. Rio de Janeiro, Elsevier. Seidel Henry,, Ball Jane, Dains Joyce, Benedict G. Mosby, Guia de Exame Físico. Rio de Janeiro, Elsevier. Potter P., Perry Anne Griffin. Fundamentos de Enfermagem. Rio de Janeiro, Elsevier. https://apoio.grupoa.com.br/anamnese4ed/capitulo-eletronicos-email/?dest=videos