Material de Apoio - História da Psicologia PDF
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Este documento fornece um material de apoio sobre a história da psicologia, cobrindo períodos da Grécia antiga até a idade moderna. Destaca as ideias de filósofos importantes e os desenvolvimentos na área, explorando conceitos como a alma, razão e mente.
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Material de Apoio Linha do tempo: História da Psicologia Na história da psicologia, duas vertentes da história são importantes: 1. A história grega em um período anterior a era cristã 2. Quando retomamos o desenvolvimento da modernidade que é, efetivamente, a responsável pelo surgimento da...
Material de Apoio Linha do tempo: História da Psicologia Na história da psicologia, duas vertentes da história são importantes: 1. A história grega em um período anterior a era cristã 2. Quando retomamos o desenvolvimento da modernidade que é, efetivamente, a responsável pelo surgimento da Psicologia como ciência Grécia antiga **É entre os filósofos gregos que surgem a primeira tentativa de sistematizar um pensamento sobre o espirito, ou seja, a interiorização humana.** O próprio termo Psicologia vem do grego *pyqué,* que significa alma e de *logos* que significa razão. A alma era concebida como uma parte imaterial do ser humano e abarcaria o pensamento, os sentimentos, a sensação e a percepção [Pré -- Socráticos:] **os filósofos pré-socráticos preocupavam-se em definir a relação do homem com o mundo por meio da** percepção. Havia uma oposição entre os: Idealistas -- para os quais a ideia forma o mundo Materialistas -- para os quais a matéria que forma o mundo, já que é dada a percepção [Sócrates:] a principal preocupação de Sócrates era com o limite que separa o ser humano dos animais. **Ele postulava que a principal característica humana era a razão**. **Para Sócrates, a sabedoria dependia de conhecer a si mesmo e do conhecimento da ignorância por parte de cada indivíduo, já que o autoconhecimento é o trazia a alma no homem, necessitando apenas descobri-los.** [Platão**:**] **Platão procurou definir um ¨lugar¨ para a razão em nosso próprio corpo, onde a resposta foi a *cabeça***, onde se encontra a alma humana. **Ele concebia a alma separada do corpo**. Além disso, Platão suponha a existência de 2 mundos: Mundo das ideias -- entendidas como invisíveis, eternas, mas reais, ali é encontrada a Alma Mundo sensível -- sendo o mundo dos objetos e dos corpos [Aristóteles:] sua contribuição foi inovadora ao **postular que a alma e corpo não podem ser dissociados.** Para ele, **a psique seria o princípio ativo da vida.** Qualquer ser vivo apresenta uma ALMA, tais como os vegetais que possuem uma alma vegetativa -- função de se alimentar e reproduzir; os animais teria a alma vegetativa e a sensitiva -- função de percepção e movimento e o **ser humano teria essas duas almas(vegetativa e sensitiva) e a alma racional** -- função de pensamento, chegando a estudar as diferenças entre razão, percepção e sensação. **Aristóteles entendia que o ser e cada ser continha uma substancia que o define, chamada essência e compreender essa substancia seria tarefa do autoconhecimento.** Idade Media **Nos primórdios, as ideias sobre o mundo psicológicos estão relacionados de perto ao conhecimento religioso.** Ao lado do poder econômico e político, a igreja católica também monopolizava o saber. [Santo Agostinho:] ele, inspirado em Platão, **também fazia uma divisa entre o corpo e alma. Para Santo Agostinho, a alma não era somente a sede da razão, mas uma manifestação divina no homem. A alma era considerada imortal por ser o elemento de ligação com Deus.** [São Tomás de Aquino:] vivendo um período de queda da igreja e avanço do capitalismo, era preciso encontrar novas justificativas para a relação homem x Deus. **Para isso, buscou em Aristóteles a distinção entre essência e existência, considerando que o ser humano, em sua essência, busca a perfeição por meio da sua existência, porem a perfeição é somente Deus.** Idade Moderna **Se os valores gregos-romanos foram abandonados durante a idade média, agora na idade moderna, eles foram resgatados e o nível de reflexão sobre o homem x mundo**, sem a influência da religião ganha destaque, fazendo com que as ciências avançassem. **Esses avanços na produção de conhecimento proporcionou o início da sistematização do conhecimento cientifico.** [René Descarte:] um dos filósofos que mais contribuiu para a ciência (e consequentemente a Psicologia), **postulou a separação entre mente e alma, ocasionando o dualismo mente-corpo, que por sua vez, tornou-se possível o estudo do corpo humano, despertando o avanço da anato-fisiologia, contribuindo com a criação da Psicologia Cientifica.** A origem da Psicologia Cientifica A criação da Psicologia como ciência, temos que considerar duas caraterísticas do mundo moderno: 1. A crença na ciência como forma de conhecer o mundo e dar respostas e soluções para problemas da vida humana 2. A experiencia da subjetividade pessoal, isto é, a certeza de que em nós se registra um conjunto de experiencias vividas que são absolutamente individuais, particulares e privadas *Lei de Fecher Weber* -- **a lei estabeleceu a relação entre estímulos e sensações.** Tendo uma grande importância na história da psicologia, pois instaurou a possibilidade medida do fenômeno psicológico, o que até então era considerado impossível, ganhando status científicos para a concepção de ciência da época [Wilhelm Wundt:] **pioneiro e pai da Psicologia Cientifica após a criação de um laboratório na área de psicofisiologia na Alemanha. Ele desenvolveu a concepção do paralelismo psicofísico, segundo o qual aos fenômenos mentais correspondem fenômenos orgânicos.** Além disso, ele cria o método que denomina de *introspeccionismo* (nesse método, o experimentador pergunta a um sujeito treinado para a auto observação, os caminhos percorridos no seu interior por uma estimulação sensorial) Embora a Psicologia Cientifica tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela encontra campo para um rápido crescimento. Quais foram as primeiras abordagens da Psicologia? *Funcionalismo* -- para a escola funcionalista de Willian James, importa responder: o que fazer os homens? Por que os fazem? **James elegeu a consciência como o centro de suas preocupações e buscou compreender o seu funcionamento, ou seja, a medida em que o homem usa a consciência para adaptar-se ao meio.** *Estruturalismo* -- o estruturalismo também estava preocupado com a compreensão da consciência. **Porém, diferentemente de William James, Titcherner estudou seus aspectos estruturais (os estados elementares da consciência como estrutura do sistema NC)** **Associacionismo** -- **o principal representante do associacionismo é Edward Thorndike, formulador da primeira teoria de aprendizagem na Psicologia.** Sua produção de conhecimento postulava por uma visão de utilidade desse conhecimento sem haver com as teorias filosóficas. **Associacionismo origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação de ideias (das mais simples ao mais complexo). Além disso, Thorndike formulou a lei do efeito que de acordo com essa lei, todo comportamento de um organismo vivo tende a se repetir se nós recompensarmos (efeito), ou ao contrário, onde o comportamento tendera a diminuir se o organismo for castigado (efeito).** A origem da Psicologia Cientifica **Brasil colônia** **Mais especificamente, o Brasil, sob o domínio dos portugueses, constituiu-se como colônia de exploração.** A organização da empresa colonial exigia, de um lado, um forte aparato repressivo (seja para a contenção de revoltas internas, seja para a defesa do território contra a invasão de outros países europeus) e, de outro lado, **um sólido aparato de ordem ideológica, com a finalidade de transmitir, impor e manter ideologias que, em última instância, justificavam e legitimavam a exploração colonial.** No âmbito do aparato ideológico, a Companhia de Jesus assumiu importante função, mantendo sua influência mesmo após sua expulsão de Portugal e de suas colônias no quadro das reformas pombalinas. **O processo catequético e a educação das primeiras letras para os indígenas têm sido vistos como expressão de uma pedagogia repressiva, baseada em castigos, com vistas à disciplinarização e controle, com base na psicologia moral da época.** **Brasil império** Com o fim da condição colonial, o Brasil sofreu, a partir do início do século XIX, profundas transformações econômicas, políticas e sociais com a instalação da Corte no Rio de Janeiro, e, posteriormente, à guisa de independência em relação à coroa portuguesa, com a instauração da condição imperial. **O século XIX foi profícuo na produção de saberes psicológicos, mantendo muitas das preocupações do período colonial, porém, assumindo um caráter mais sistemático pela gradativa vinculação institucional e pela melhor elaboração dos conteúdos. As questões sociais tornaram-se o principal foco de interesse médico ou pedagógico, fonte das preocupações com o fenômeno psicológico, o que não lhes conferiu um caráter de compromisso social com os interesses da maioria da população, mas não livres de contradições.** Em outras palavras, no século XIX, o indígena já não mais representava um problema para o colonizador. O problema era, então, o afrodescendente, que, livre ou sujeitado ainda à escravidão, já não mais correspondia às necessidades de força de trabalho para o novo ciclo econômico, agora deslocado para o sudeste do País, para a cafeicultura. A isso somam-se as ideias racistas, cada vez mais fortes e elaboradas, preocupadas em garantir não só a supremacia étnica de base europeia mas também em segregar ou eliminar a presença de outras origens étnicas e raciais na formação social brasileira. Coube ao pensamento científico, representado principalmente pelo poder médico, construir o discurso que sustentava tais ideias, dentre estas, muitas relacionadas ao fenômeno psicológico. Essas condições próprias da Psicologia, os problemas internos brasileiros e o acesso às ideias produzidas na Europa foram fundamentais para ampliar a produção dos saberes psicológicos no Brasil no século XIX, sustentados principalmente na Medicina e na educação. **Início do século 20** **Como já foi dito, muitos dos representantes da Medicina assumiram, nesse momento, uma função de controle social, com vistas à normalização e à higienização da sociedade, defendendo posições explícitas a favor da exclusão social, e até mesmo prescrevendo a reclusão daqueles considerados socialmente indesejáveis para as camadas dominantes e seus interesses.** Assim foi também com muitas teses produzidas nesse período, das quais muitas relacionadas às questões psicológicas. Além das teses, encontram-se outros escritos produzidos por médicos, como livros, artigos em revistas e jornais e transcrição de conferências, nos quais é também recorrente a presença de temas de natureza psicológica. A crítica ao Brasil agrário e ao atraso econômico formou a base para o projeto de um Brasil moderno e à altura do século, tendo a industrialização como meta. Almejava-se um novo país, o que demandaria a construção de um novo homem, adequado aos novos tempos. À educação caberia forjar esse novo homem, educação essa que deveria ser também moderna e à altura do século. **Essa Pedagogia tem na Psicologia sua mais importante fundamentação científica. Foi nesse quadro que a área ganhou condições não apenas para se afirmar como ciência autônoma, não mais produzida no interior de outras disciplinas, mas, sobretudo, para se desenvolver e se ampliar, fundamentada no que se produzia na Europa e nos Estados Unidos.** Muitas são as instituições que incorporaram a Psicologia como uma das áreas de estudo e de intervenção, entre elas, o Pedagogium, onde, em 1906, foi criado o primeiro laboratório de Psicologia no Brasil, planejado por Binet, em Paris, com a colaboração de Manoel Bomfim, que o dirigiu por cerca de quinze anos. **Os hospícios criados no século XIX se expandem no século seguinte, e muitos deles fundam laboratórios de Psicologia, que terão importante participação no desenvolvimento e no processo de autonomização da Psicologia.** Muitas foram as realizações desenvolvidas tanto no interior da Educação como da Medicina, que foram sustentáculos para que a Psicologia conquistasse o estatuto de ciência autônoma no Brasil. Demandas desses campos e possibilidades de respostas trazidas pela nova ciência foram fundamentais para esse processo. **O processo de consolidação da psicologia** Os movimentos gestados nas primeiras décadas do século XX culminaram com o golpe de outubro de 1930, constituindo se em marco para uma série de mudanças de ordem econômica, política e social. A política econômica atrelada aos interesses dos setores agrários, sobretudo aqueles relacionados à produção e à exportação de café, geraram um amplo descontentamento na sociedade brasileira, culminando com a já referida Revolução de 30. **Esse período caracteriza-se pela expansão do ensino de Psicologia, das Escolas Normais para o ensino superior, especialmente nos cursos de Filosofia e pedagogia, pelo aumento da publicação de livros e periódicos, expansão das atividades de pesquisa, criação de associações de Psicologia, realização de congressos e, especialmente, pelo aumento dos campos de atuação da Psicologia que, da educação, estende-se para a organização do trabalho e para a prática clínica.** Destaque deve ser dado ao fato de que muitas instâncias governamentais tiveram, na Psicologia, uma das bases científicas para a intervenção social, com especial ênfase nas questões relacionadas ao trabalho e a sua racionalização. **Esses fatores condicionam o que se pode considerar como o processo de consolidação da Psicologia no Brasil, que, por sua vez, gerou as condições para que, em 1962, a profissão de psicólogo fosse reconhecida.** Em outras palavras, foi nesse período que a Psicologia, respondendo a demandas impostas pelo modelo desenvolvimentista de economia e de uma política de intervenção do **Estado no processo produtivo, se estabelece como ciência reconhecida e se consolidam as modalidades de atuação prática que, pode- se dizer, gestaram as condições para sua consolidação como ciência e profissão, sendo essa última a que se oficializaria a partir da Lei nº 4119.** Pode-se afirmar, assim, que a Psicologia no Brasil passou por significativas transformações nesse período que se seguiu à regulamentação da profissão. Das limitações teóricas e da escassez de mercado de trabalho, da precariedade de formação de grande contingente de formandos, das limitações dos campos de atuação, do comprometimento com interesses dominantes à crítica que identificava as contradições e buscava a superação tanto de suas teorias como de suas modalidades práticas, buscando comprometer-se com os interesses e necessidades da maioria da população, a Psicologia caminhou para um novo patamar de produção e para um salto qualitativo em sua atuação profissional.