Manual de Capacitação em Resgate Veicular (2ª Edição) - Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina PDF
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2019
Diogo Bahia Losso e Hilton de Souza Zeferino
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This manual provides training on vehicle rescue, specifically for firefighters. It details procedures, safety regulations, and risk management in vehicle rescue scenarios. The updated 2nd edition aligns protocols with international best practices for vehicle rescue and emergency medical services (APH).
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MANUAL DE CAPACITAÇÃO EM RESGATE VEICULAR 2o Edição MANUAL DE CAPACITAÇÃO EM RESGATE VEICULAR 2ª edição atualizada e ampliada Florianópolis 2019 @ 2019. TODOS OS DIREITOS DE REPRODUÇÃO SÃO RESERVADOS AO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. SOMENTE S...
MANUAL DE CAPACITAÇÃO EM RESGATE VEICULAR 2o Edição MANUAL DE CAPACITAÇÃO EM RESGATE VEICULAR 2ª edição atualizada e ampliada Florianópolis 2019 @ 2019. TODOS OS DIREITOS DE REPRODUÇÃO SÃO RESERVADOS AO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. SOMENTE SERÁ PERMITIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL DESTA PUBLICAÇÃO, DESDE QUE CITADA A FONTE. EDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E INFORMAÇÕES: CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA DIRETORIA DE ENSINO 88085-000 AVENIDA GOVERNADOR IVO SILVEIRA 1521 BLOCO A 5˚ ANDAR - FLORIANÓPOLIS - SC DISPONÍVEL EM: HTTPS://BIBLIOTECA.CBM.SC.GOV.BR/BIBLIOTECA/ MANUAL DE CAPACITAÇÃO EM RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO C822 Corpo de Bombeiro Militar de Santa Catarina. ORGANIZADOR - Tenente Coronel BM Diogo Bahia Losso e Tenente Coronel BM Hilton de Souza Manual de Capacitação em resgate veicular / Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Organizado por Diogo Bahia Zeferino Losso e Hilton de Souza Zeferino – 2. ed. rev. ampl. -- Florianópolis, 2019. COLABORADORES - Tenente Coronel BM Diogo Bahia Losso, Major, BM Anderson Medeiros Sarte, 167 p. : il. color. Tenente BM Bruno Azevedo Lisboa, Tenente BM Bruno Lazarin Koch, Tenente BM Tiago Lucian de Oliveira, Sargento BM Ricardo Ângelo Volpato, Sargento BM Cristian Aurélio, Sargento BM Rodrigo Inclui bibliografia Vários autores Somensi, Cabo BM Anderson da Silva Gheller, Cabo BM Alberto Dal Piva Neto, Soldado BM Giovani Pereira, Soldado BM Cassiano Devilla, Soldado BM Gabriel Augusto Pinheiro. 1. Resgate Veicular. 2. Resgate veicular – equipamentos. 3. Gerenciamento de riscos. 4. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. I. Losso, Diogo Bahia. II. Zeferino, Hilton de Souza. III. Título. EQUIPE DE ELABORAÇÃO CDD 363-3481 OORDENADOR DE PRODUÇÃO - Tenente Coronel BM Alexandre Corrêa Dutra Catalogação na publicação por Marchelly Porto CRB 14/1177 e Natalí Vicente CRB 14/1105 REVISÃO TÉCNICA - Major BM Jesiel Maycon Alves REVISÃO ORTOGRÁFICA E GRAMATICAL - Rúbia Graziela Steiner Baldomar e Designer DE Arice Cardoso Tavares DESIGNER INSTRUCIONAL - Designer DE Arice Cardoso Tavares e Designer DE Dayane Alves Lopes PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E ILUSTRAÇÃO - Designer DE Dayane Alves Lopes FOTOGRAFIA - Designer DE Dayane Alves Lopes e Sd. BM Tiago Moritz BIBLIOTECÁRIAS CBMSC - Marchelly Pereira Porto (CRB 14/1177) e Natalí Ilza Vicente (CRB 14/1105). GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA GOVERNADOR Carlos Moisés da Silva SECRETÁRIO DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA Carlos Alberto de Araújo Gomes Júnior CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA COMANDO-GERAL Coronel BM Charles Alexandre Vieira SUBCOMANDO-GERAL Coronel BM Ricardo Steil CHEFE DE ESTADO MAIOR Coronel BM Charles Fabiano Acordi DIRETORIA DE ENSINO DIRETOR INTERINO DE ENSINO Tenente Coronel BM Guideverson de Lourenço Heisler DIVISÃO DE ENSINO BÁSICO E COMPLEMENTAR Tenente Coronel BM Jesiel Maycon Alves Prezado Aluno (a), Nos últimos anos temos acompanhado e participado de uma revolução na atividade de Resgate Veicular. O presente manual foi atualizado e alinhado ao profícuo trabalho realizado pelos nobres profissionais que ao longo dos anos escreveram a história do resgate veicular catarinense. Como principal novidade citam-se a alteração e inserção de novas etapas na Rotina de Resgate Veicular, sendo que, algumas já eram realizadas pelas guarnições e estavam implícitas na rotina. Entretanto, pela importância das ações esperadas foram elevadas ao nível de etapa. Todas as mudanças em desenvolvimento e aquelas já validadas tem como escopo alinhar o protocolo do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina aos preceitos da Organização Mundial de Resgate, propiciando assim uma atuação operacional ainda mais integrada entre as guarnições de Resgate Veicular e as de APH. Como destaque citamos, por exemplo, o desenvolvimento da rotina de RVE. Na prática, foi inserido um capítulo to- talmente novo, denominado Protocolo de Resposta Operacional em Resgate Veicular. Com a aplicação direta deste protocolo o que se pretende é deixar claro o cada um dos componentes da guarnição deverá fazer no atendimento da ocorrência. Por fim, com base na matriz curricular nacional para ações formatıvas dos profıssıonaıs da área de segurança públıca, foram inseridas as habilidades operativas e cognitivas necessárias aos componentes da guarnição de resgate veicular. Lembrando sempre que o objeto final a ser perseguido diariamente é aplicar nossa ação/conhecimento para contribuir na redução do número de mortes e sequelas decorrentes dos acidentes de trânsito no Estado de Santa Catarina Bons estudos! Hilton de Souza Zeferino Organizador COMO UTILIZAR ESTE MANUAL Este manual contém alguns recursos para que você possa facilitar o processo de aprendizagem e aprofundar seu conhecimen- to. Sugerimos que você clique nos links indicados para acessar materiais complementares aos assuntos propostos. Bom estudo! www Este manual é interativo, para acessar os links basta Glossário: explicação de um termo de conhecimen- clicar nos mesmos. to pouco comum. Clique no sumário para ir até a pagina desejada. Saiba mais: texto complementar ou informação im- portante sobre o assunto abordado. Indicação de Clique na seta para ir para primeira página do ma- leituras complementares, vídeos ou áudios relacio- nual nados ao assunto abordado. Clique na seta para ir para página anterior Reflita: indica questões para que o leitor possa re- fletir sobre como aquela informação se aplica a sua Clique na seta para ir para a página seguinte realidade. QR code: para utilizar e necessário escanear a ima- Download: indica um link para adquirir um material gem com qualquer aplicativo de leitor de QR. via web. Atenção: indica ao aluno que a informação apresen- tada merece destaque. LISTA DE SIGLAS ABIQUIM - Associação Brasileira da Indústria Química HPS - Head Protection System ABRABLIN - Associação Brasileira das Blindadoras de Veículos Au- HSLA - High Strenght Low Alloy tomotores ICS - Incident Command System ABTR - Autobomba Tanque Resgate IG - Instruções Gerais AR - Autorresgate Ked - Kendrick Extrication Device ASU - Autossocorro de urgência LED - Light Emitting Diode BM - Bombeiro Militar LOG - Logística CBMDF - Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal MSD - Módulo de sensoriamento e diagnóstico CBMSC - Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina NCT - New Car Technology CBPMESP - Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São NFPA - National Fire Protection Association Paulo OBM - Organização Bombeiro Militar CIPE - Crítico, Instável, Potencialmente Instável ou Estável OCV - Operador e Condutor da Viatura. CO - Comandante da Operação PD - Plano de Desencarceramento CO2 - Gás carbônico POP - Procedimento Operacional Padrão COBOM - Centro de Operações Bombeiro Militar PQS - Pó químico seco Contran - Conselho Nacional de Trânsito R1 - Resgatista 1 CORE - Coaxial Rescue Equipment R2 - Resgatista 2 CV - Coluna vertebral ROPS - Roll Over Protective Structure DALC - Distúrbios associados à lesão em chicote SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência DETRAN - Departamento Estadual de Trânsito SCO - Sistema de Comando em Operações EMV - Emergência com Múltiplas Vítimas SMc - Composite prensado EPI - Equipamento de Proteção Individual SRS - Supplemental Restraint Systems EUA - Estados Unidos da América START - Simple Trageand and Rapid Treatment GLP - Gás liquefeito de petróleo UHSLA - Ultra High Strength Low Alloy GNV - Gás natural veiculado HP - Horse Power SUMÁRIO LISTA DE SIGLAS......................................................................................................8 ROTINA DE RESGATE..............................................................................................21 LIÇÃO DE APRESENTAÇÃO............................................................... 13 ESTABELECIMENTO DO COMANDO...................................................................... 22 IDENTIFICAÇÃO.....................................................................................................14 DIMENSIONAMENTO DE CENA............................................................................. 23 APRESENTAÇÃO.....................................................................................................14 RELATÓRIO DA SITUAÇÃO AO COMANDANTE DA OPERAÇÃO (CO)....................... 25 IDENTIFICAÇÃO DAS EXPECTATIVAS DO GRUPO...................................................14 GERENCIAMENTO DE RISCOS............................................................................... 25 CONTRATO.............................................................................................................14 ESTABILIZAÇÃO VEICULAR.....................................................................................26 FINALIDADE DA CAPACITAÇÃO..............................................................................14 INSPEÇÃO INTERNA DE SEGURANÇA....................................................................27 MÉTODO DE ENSINO.............................................................................................15 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA...........................................................................................27 OBJETIVOS DE DESEMPENHO...............................................................................15 TRIAGEM................................................................................................................27 OBJETIVOS DA CAPACITAÇÃO...............................................................................15 OS ÂNGULOS DE IMOBILIZAÇÃO PARA EXTRAÇÃO.............................................. 29 AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS......................................................15 OS TIPOS DE ENCARCERAMENTO......................................................................... 29 AVALIAÇÃO DA CONDUTA DE ENSINO..................................................................16 REUNIÃO TRIPARTIDA........................................................................................... 30 ORIENTAÇÕES GERAIS...........................................................................................16 DESENCARCERAMENTO........................................................................................31 LIÇÃO I PRINCÍPIOS DE ATUAÇÃO EM RESGATE VEICULAR....................................17 EXTRAÇÃO............................................................................................................ 32 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.....................................................................................18 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA..................................................................................... 32 PRINCÍPIOS DE ATUAÇÃO......................................................................................18 TRANSPORTE E TRANSFERÊNCIA DO PACIENTE.................................................... 32 SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES (SCO)....................................................18 RECAPITULANDO.................................................................................................. 34 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS.............................................19 REVISANDO A LIÇÃO............................................................................................. 35 ABORDAGEM INTEGRADA......................................................................................19 LIÇÃO II DINÂMICA DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO............................. 37 CICLO OPERACIONAL.............................................................................................19 O PERFIL TRIMODAL DA MORTE POR TRAUMA E A HORA DOURADA DO TRAUMA.38 PRONTIDÃO.......................................................................................................... 20 DINÂMICA DOS ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICOS................................................ 39 ACIONAMENTO..................................................................................................... 20 PRINCÍPIOS FÍSICOS APLICADOS À DINÂMICA DOS ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICOS....39 RESPOSTA..............................................................................................................21 CINEMÁTICA DO TRAUMA EM ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICOS................................41 FINALIZAÇÃO.........................................................................................................21 OS TRÊS IMPACTOS DE UMA COLISÃO................................................................. 42 SUMÁRIO OS PADRÕES DE COLISÕES.................................................................................. 42 RECAPITULANDO.................................................................................................. 65 RECAPITULANDO.................................................................................................. 46 AVALIANDO A LIÇÃO............................................................................................. 66 AVALIANDO A LIÇÃO..............................................................................................47 LIÇÃO IV GERENCIAMENTO DE RISCOS............................................. 67 LIÇÃO III ELEMENTOS ESTRUTURAIS DOS AUTOMÓVEIS...................... 48 GERENCIAMENTO DE RISCOS EM OPERAÇÕES DE RESGATE VEICULAR.............. 68 “ANATOMIA” DOS VEÍCULOS..................................................................................49 FATORES HUMANOS NO GERENCIAMENTO DE RISCOS....................................... 68 ESTRUTURA.......................................................................................................... 50 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI).................................................. 69 CÉLULA DE SOBREVIVÊNCIA................................................................................. 50 ORGANIZAÇÃO DAS ZONAS DE TRABALHO...........................................................71 ZONAS COLAPSÁVEIS........................................................................................... 50 POSTO DE COMANDO.......................................................................................... 73 MATERIAIS UTILIZADOS.........................................................................................51 PALCO DE FERRAMENTAS..................................................................................... 73 BARRAS DE REFORÇO ESTRUTURAL......................................................................51 RISCOS NO LOCAL DO RESGATE VEICULAR...........................................................74 PROTEÇÃO DAS PORTAS....................................................................................... 52 VAZAMENTO DE COMBUSTÍVEIS...........................................................................74 VIDROS................................................................................................................. 52 INCÊNDIO NO VEÍCULO.........................................................................................76 PRÉ-TENSIONADOR DO CINTO DE SEGURANÇA................................................... 53 REDE ELÉTRICA ENERGIZADA.................................................................................78 SISTEMAS DE PROTEÇÃO AUTOMÁTICA DO TETO CONTRA CAPOTAMENTO (ROPS)........53 INSTABILIDADE DO VEÍCULO................................................................................ 80 AIRBAG................................................................................................................. 53 SISTEMAS DO VEÍCULO........................................................................................ 84 COMO O AIRBAG PROTEGE OS PASSAGEIROS.................................................... 54 PRODUTOS PERIGOSOS........................................................................................ 86 FUNCIONAMENTO................................................................................................ 55 OFICIAL DE SEGURANÇA...................................................................................... 87 MODELOS............................................................................................................. 56 RECAPITULANDO.................................................................................................. 88 VEÍCULOS HÍBRIDOS............................................................................................ 58 REVISANDO A LIÇÃO............................................................................................. 89 VEÍCULOS BLINDADOS..........................................................................................59 LIÇÃO V FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS PARA RESGATE VEICULAR... 91 GENERALIDADES...................................................................................................59 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS........................................................................ 92 NÍVEIS DE BLINDAGEM......................................................................................... 60 EQUIPAMENTOS DE ESTABILIZAÇÃO.................................................................... 92 PROCESSO DE BLINDAGEM.................................................................................. 60 CALÇOS................................................................................................................. 92 A INFLUÊNCIA DOS DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA............................................. 63 HASTES METÁLICAS.............................................................................................. 93 SUMÁRIO CABOS...................................................................................................................94 PORTO-POWER................................................................................................... 102 FERRAMENTAS MANUAIS DE FORÇAMENTO E CORTE...........................................94 CONJUNTOS HIDRÁULICOS DE RESGATE........................................................... 102 MACHADO-PICARETA............................................................................................94 BOMBAS MANUAIS............................................................................................ 105 HALLIGAN..............................................................................................................94 FERRAMENTAS MANUAIS................................................................................... 105 PÉ DE CABRA........................................................................................................ 95 ALARGADORES................................................................................................... 105 WINDOW PUNCH................................................................................................ 95 TESOURAS.......................................................................................................... 106 FERRAMENTAS DE CORTE..................................................................................... 95 FERRAMENTAS COMBINADAS............................................................................ 106 SERRA DE ARCO.................................................................................................... 95 CILINDROS DE RESGATE......................................................................................107 TESOURA E CORTADOR DE CINTO DE SEGURANÇA.............................................. 96 ÚLTIMOS LANÇAMENTOS EM FERRAMENTAS DE RESGATE................................ 108 MARTELETE PNEUMÁTICO.................................................................................... 96 OUTRAS FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS.........................................................110 SERRA-SABRE (RECIPROCAL SAW)..................................................................... 97 FERRAMENTA HIDRÁULICA MOVIDA A ELETRICIDADE........................................110 MOTOSSERRA....................................................................................................... 97 CORTADOR DE PEDAL..........................................................................................111 MOTOABRASIVO (CORTADOR DE DISCO).............................................................. 98 RABBIT.............................................................................................................. 111 GLAS-MASTER...................................................................................................... 98 ESCADAS.............................................................................................................111 FERRAMENTAS DE TRAÇÃO.................................................................................. 99 PLATAFORMA DE RESGATE..................................................................................111 TRACIONADORES TIPO CATRACA......................................................................... 99 PROTETORES PARA AIRBAG.................................................................................112 TRACIONADORES DE FITA..................................................................................... 99 PROTETORES.......................................................................................................112 TIRFOR.................................................................................................................. 99 MANUTENÇÃO DA FERRAMENTA HIDRÁULICA...................................................113 GUINCHO ELÉTRICO............................................................................................. 99 MOTOBOMBA......................................................................................................113 VEÍCULO GUINCHO............................................................................................. 100 FERRAMENTAS.....................................................................................................114 FERRAMENTAS PARA SUSPENDER/EMPURRAR/AFASTAR................................... 100 INSPEÇÃO VISUAL DO CONJUNTO HIDRÁULICO.................................................114 MACACOS HIDRÁULICOS................................................................................... 100 VERIFICAÇÃO DO NÍVEL DE ÓLEO LUBRIFICANTE................................................115 MACACOS MECÂNICOS...................................................................................... 101 TROCA DE ÓLEO LUBRIFICANTE..........................................................................115 FERRAMENTAS HIDRÁULICAS............................................................................ 102 LIMPEZA DO FILTRO DE AR..................................................................................116 SUMÁRIO LIMPEZA DO MOTOR...........................................................................................116 GERENCIAMENTO DOS RISCOS E ESTABILIZAÇÃO VEICULAR..............................142 VELA DE IGNIÇÃO................................................................................................116 ACESSO AO VEÍCULO.......................................................................................... 144 COMBUSTÍVEL.....................................................................................................116 INSPEÇÃO INTERNA DE SEGURANÇA................................................................. 145 ACIONAMENTO DA MOTOBOMBA.......................................................................117 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DA VÍTIMA....................................................................... 145 RETIRADA DO AR DO SISTEMA HIDRÁULICO.......................................................117 REUNIÃO TRIPARTIDA..........................................................................................149 RECAPITULANDO.................................................................................................119 DESENCARCERAMENTO......................................................................................152 REVISANDO A LIÇÃO............................................................................................120 EXTRAÇÃO...........................................................................................................155 LIÇÃO VI TÉCNICAS DE RESGATE VEICULAR.......................................121 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA....................................................................................155 ANÁLISE PARA O DESENCARCERAMENTO...........................................................122 TRANSPORTE E TRANSFERÊNCIA DO PACIENTE...................................................156 TÉCNICAS DE RESGATE PARA VEÍCULOS CONVENCIONAIS.................................122 HABILIDADES OPERACIONAIS E COGNITIVAS DA GUARNIÇÃO DE RESGATE VEICULAR...157 QUEBRAR E RETIRAR OS VIDROS DO VEÍCULO....................................................122 COMANDANTE.....................................................................................................157 REBATER O TETO..................................................................................................124 TÉCNICOS........................................................................................................... 160 PORTAS................................................................................................................127 RECAPITULANDO................................................................................................ 164 REBATER O PAINEL...............................................................................................129 AVALIANDO A LIÇÃO........................................................................................... 165 TERCEIRA PORTA..................................................................................................131 REFERÊNCIAS...................................................................................................... 166 TÉCNICAS DE RESGATE PARA VEÍCULOS BLINDADOS..........................................132 TÉCNICAS DE RESGATE.......................................................................................132 RECAPITULANDO................................................................................................ 135 REVISANDO A LIÇÃO........................................................................................... 136 LIÇÃO VII PROTOCOLO DE RESPOSTA OPERACIONAL EM RESGATE VEICU- LAR..............................................................................................137 APLICAÇÃO DA ROTINA DE RESGATE VEICULAR................................................. 138 ESTABELECIMENTO DO COMANDO.................................................................... 138 DIMENSIONAMENTO DA CENA............................................................................139 LIÇÃO DE APRESENTAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final da lição, os participantes deverão ser capazes de: Identificar os participantes, os instrutores e o pessoal de apoio. Identificar as expectativas do grupo em relação à capacitação. Descrever a finalidade, o método de ensino, os objetivos de desempenho e de capacitação e a forma de avaliação. Identificar os aspectos de agenda e de logística das instruções. Lição de apresentação de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC). IDENTIFICAÇÃO As situações de vivências às quais os alunos são submetidos têm a única função de pro- Capacitação: Resgate Veicular vocar descarga de adrenalina no instruendo, Local de funcionamento: garantindo o processo de aprendizagem sob. estresse emocional. Período de funcionamento: a de Nenhum assunto ou procedimento tem a cobran- de. ça realizada de forma diferente daquela ensinada. Instrutores: Todas as experiências trazidas pelos alunos são respeitadas e valorizadas. Os alunos são responsáveis por participar atentamente de todas as aulas teóricas e práti- cas, realizando os exercícios necessários, sem- pre com atenção ao aprendizado e valorizando o trabalho em grupo e o respeito mútuo. APRESENTAÇÃO FINALIDADE DA CAPACITAÇÃO IDENTIFICAÇÃO DAS EXPECTATIVAS DO GRUPO Proporcionar aos participantes os conhecimen- tos e as técnicas necessários para a realização do No início da capacitação será realizada uma dinâ- resgate em acidentes automobilísticos com vítimas mica para a Identificação das expectativas do grupo. presas em ferragens, determinando e implemen- tando as técnicas e as táticas para estabelecer o CONTRATO comando, dimensionar a cena, gerenciar os riscos, obter acesso, desencarcerar e extrair as vítimas Mediante o contrato que segue, os instrutores e os com rapidez e segurança, utilizando equipamen- alunos devem cumprir alguns compromissos, a saber: tos e ferramentas específicos. Os conteúdos teóricos e práticos repassados aos alunos são os mais atuais em uso no Corpo CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 13 Lição de apresentação MÉTODO DE ENSINO lístico, como: tráfego, presença de curiosos, eletricidade, produtos perigosos, vazamento O método de ensino utilizado é o interativo, va- de combustível, incêndio em veículos, posição lorizando a participação, a troca de experiências e instável dos veículos e riscos oferecidos pelos o alcance dos objetivos preestabelecidos. veículos. Executar as técnicas fundamentais de resgate OBJETIVOS DE DESEMPENHO veicular com segurança e eficiência: estabilizar veículos, quebrar vidros, rebater e retirar tetos, Garantir que todos os alunos capacitados te- retirar portas, rolar painel e fazer nham condições de resgatar vítimas de acidentes Demonstrar a execução das etapas de uma automobilísticos encarceradas em ferragens, de operação de resgate veicular: estabelecer o co- forma técnica e segura, observando corretamente mando, dimensionar e gerenciar os riscos da cena, os protocolos vigentes no CBMSC. obter acesso, desencarcerar e extrair as vítimas. OBJETIVOS DA CAPACITAÇÃO AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS Ao final da capacitação, os participantes deve- Uma avaliação escrita, contemplando todo o rão ser capazes de: conteúdo ministrado. Determinar os mecanismos de dinâmica dos Uma avaliação final prática envolvendo um acidentes automobilísticos de uma cena de aci- simulacro de acidente automobilístico com ví- dente, enumerando as maiores consequências timas presas em ferragens, em que os partici- para as vítimas e para os veículos. pantes devem demonstrar a forma correta de Utilizar com segurança e eficiência as ferra- utilização das técnicas e das táticas para estabe- mentas e os equipamentos específicos para o lecer o comando, dimensionar a cena, gerenciar resgate veicular, executando a manutenção pre- os riscos da cena, obter acesso, desencarcerar ventiva, as principais operações e a resolução e extrair as vítimas de forma segura em tempo dos problemas mais recorrentes. inferior a 12 minutos. Identificar e gerenciar os maiores riscos en- contrados na cena de um acidente automobi- CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 14 Lição de apresentação Condições para aprovação dos alunos Zelar pela estrutura e pela limpeza dos locais, como banheiro, alojamento, estacionamento etc. Glossário Para serem aprovados, os participantes devem Evitar interrupções durante as atividades com Brainstorming é uma expressão in- cumprir as exigências contidas nas Instruções Ge- o uso de telefones, rádios, entre outros. glesa que significa “tempestade ce- rais (IG) 40-01: Não fumar nos horários e nos locais das aulas. rebral” ou “tempestade de ideias”. Ter, no mínimo, 75% de frequência nas aulas Sempre utilizar os seguintes materiais: mate- Brainstorm é uma técnica para explo- e nos exercícios práticos. rial do participante, material de distribuição e rar o potencial criativo de equipes, na Cumprir um total de 70% de aproveitamento material de referência. qual se propõe que o grupo faça su- na avaliação escrita. Aplicar a Técnica do Baú. gestões para a resolução de proble- Cumprir um total de 70% de aproveitamento Atentar para as normas de segurança. mas reunindo o maior número possí- na avaliação final prática. Conhecer os procedimentos de emergência vel de ideias. Assim, a diversidade de Designar as funções do chefe de turma. opiniões possibilita solucionar pro- AVALIAÇÃO DA CONDUTA DE ENSINO blemas ou entraves que impeçam Ao final da capacitação, os participantes devem que um projeto siga adiante. Ao final de cada dia, os instrutores organizam preencher a avaliação da condução do ensino, en- um brainstorming para identificar os pontos posi- tregue pelos professores para que possam ser rea- Na técnica do Baú, os alunos e os tivos e os pontos a melhorar observados durante lizadas as mudanças necessárias para manter a professores elegem um espaço para o dia. Na conclusão da capacitação, os alunos de- fazer anotações sobre suas dúvidas, vem responder a um questionário a fim de com- com o intuito de promover uma dis- plementar a avaliação do processo de ensino. cussão no momento mais adequado da capacitação. ORIENTAÇÕES GERAIS Para a obtenção de melhor desempenho no decorrer da capacitação, estabelecem-se algumas condições: Realizar as refeições no horário predefinido, obedecendo ao sistema utilizado. CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 15 LIÇÃO I Princípios de atuação em resgate veicular OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final da lição, os participantes deverão ser capazes de: Conceituar resgate veicular, distinguindo desencarceramento de extração. Enumerar e descrever os princípios de atuação em resgate veicular. Descrever o ciclo de operação. Enumerar e descrever as etapas da rotina de resgate. Lição I Princípios de atuação em resgate veicular culiares à atividade de resgate veicular, como tam- CONSIDERAÇÕES INICIAIS bém englobar o conhecimento da doutrina de res- Glossário gate, dos elementos estruturais dos automóveis, Resgate veicular: é o procedimento O resgate veicular é uma atividade de extrema da aprendizagem das rotinas, do estabelecimento utilizado para localizar, acessar, esta- importância e muitas vezes arriscada. O desencar- de uma capacidade decisória e do desenvolvimen- bilizar e transportar as vítimas que es- ceramento das vítimas em acidentes automobi- to da capacidade para trabalhar em equipe. tejam presas nas ferragens de um veí- lísticos envolve um trabalho em equipe extrema- culo acidentado. O resgate veicular mente complexo, técnico e importante, ocorrendo PRINCÍPIOS DE ATUAÇÃO envolve principalmente o desencarce- sob condições extremas de estresse causadas pela ramento e a extração das vítimas. urgência do tempo, pela presença de curiosos, pe- Para que se complete o procedimento da for- los riscos no ambiente e pela pressão emocional ma mais rápida e segura possível, alguns princí- Desencarceramento: é a movimen- em função da ânsia de salvar as vítimas. pios de atuação deverão ser utilizados em todas as tação e a retirada das ferragens que Sua importância é muitas vezes negligenciada operações de resgate veicular, são eles: estão prendendo as vítimas e/ou im- por profissionais que não compreenderam todas Sistema de Comando em Operações (SCO); pedindo o acesso dos socorristas na as etapas do ciclo realizado em um salvamento vei- Procedimentos Operacionais Padronizados (POP); obtenção de uma via de retirada das cular, levando-os a: Abordagem integrada. vítimas. De modo geral, desencarce- ignorar o impacto da morbimortalidade por rar é retirar as ferragens para alcan- trauma decorrente de acidentes automobilísti- Apresenta-se, a seguir, cada um desses princí- çar as vítimas. cos no perfil da saúde da população; pios mais detalhadamente. não dar importância ao atendimento inicial aos traumatizados para a redução da mortalida- SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES (SCO) de e das sequelas decorrentes do trauma; não levar em conta a relevância da rapidez no Como as operações de resgate veicular envol- atendimento e na remoção das vítimas politrauma- vem múltiplas equipes e até múltiplas agências tizadas para o sucesso desse atendimento inicial. – Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Militar, Polí- cia Rodoviária Estadual e Federal, Guarda Munici- Em razão disso, a preparação de uma guarnição pal, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de resgate não só deverá envolver habilidades em (SAMU), Bombeiros Privados, Companhia de Ener- manusear as ferramentas e os equipamentos pe- gia Elétrica e de Água e Esgoto, entre outras –, é CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 17 Lição I Princípios de atuação em resgate veicular importante que sejam gerenciadas por meio de um do se as ações executadas propõem melhorias e SCO preestabelecido, propiciando o emprego se- adequações à atual POP. Glossário guro e racional dos recursos envolvidos. No CBMSC Incident Command System (ICS) é o sistema preconizado é o SCO, cuja base é o Sis- ABORDAGEM INTEGRADA uma abordagem hierárquica de pro- tema de Comando de Incidentes (ICS, do inglês – cedimentos para gerenciar inciden- Incident Command System) norte-americano. Uma das formas de se reduzir o tempo per- tes temporários, de qualquer tama- dido na cena do resgate é o uso de uma abor- nho, incluindo procedimentos para PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS dagem do problema em equipe. O planejamento selecionar e hierarquizar a gestão prévio, a pré-designação de responsabilidades e temporária de fundos, de pessoal, Todas as unidades de bombeiros devem pos- o treinamento das principais atividades desem- de instalações, de equipamentos e suir procedimentos padronizados para as suas penhadas em uma operação de resgate veicular de comunicações. O ICS é um siste- principais atividades, os quais são conhecidos aumentarão a capacidade de resposta rápida e ma projetado para ser usado ou apli- como Procedimentos Operacionais Padronizados eficiente da equipe. Segundo a filosofia da abor- cado a partir do momento em que (POP). Estes estabelecem as estratégias, as táticas dagem em equipe, cada integrante envolvido no ocorre um incidente até que o requi- e as técnicas a serem utilizadas na operação, prin- resgate deverá ter uma tarefa previamente desig- sito de gerenciamento e operações cipalmente nos momentos iniciais, garantindo a ra- nada e treinada, a fim de que múltiplas tarefas se- não exista mais. pidez no desdobramento das ações preparatórias jam desempenhadas de forma sequencial, lógica da operação e na sequência a ser seguida. O POP e, quando possível, simultânea. não conseguirá abarcar todas as possibilidades de uma ocorrência, razão pela qual a avaliação e a ex- CICLO OPERACIONAL periência da guarnição de resgate sempre serão importantes na tomada de decisão. A operação pode ser organizada em quatro fa- Caso durante o atendimento de uma ocorrên- ses, cada uma delas igualmente importante para o cia a Guarnição tenha identificado a necessidade sucesso da ação, formando um ciclo: prontidão, de se executar ações diferentes das previstas no acionamento, resposta e finalização. POP, esta deverá, via canais de comando, informar A seguir especifica-se cada uma das quatro fa- à Coordenadoria de Resgate Veicular o ocorrido, a ses do ciclo operacional e suas respectivas etapas. fim de que essa analise o fato repassado, verifican- CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 18 Lição I Princípios de atuação em resgate veicular PRONTIDÃO ter a capacidade de: prestar o socorro pré-hospi- talar ou autossocorro de Urgência (ASU), gerenciar A fase inicial da operação começa antes do os riscos e executar o desencarceramento das ví- acidente propriamente dito. Esta fase inclui todas timas com autobomba tanque resgate (ABTR), au- as medidas necessárias para que os recursos es- torresgate (AR) ou equipamento equivalente. tejam preparados e disponíveis para o momento do acionamento. Nesta fase é preciso que estejam Guarnição de resgate prontos os seguintes elementos: Pessoal A guarnição de resgate deve ter quatro inte- Material grantes (incluindo-se o Comandante - CO), distri- Técnicas buídos conforme disposto na sequência: Planejamento prévio Resgatista 1 (R1): o mais experiente e res- Procedimento Operacional Padronizado ponsável pelo círculo interno, táticas de resgate Treinamentos e operador principal das ferramentas. Resgatista 2 (R2): responsável pelo círculo ACIONAMENTO externo, pelo isolamento físico do local e pelo apoio na definição de táticas e operação de fer- Uma vez que ocorra um acidente há o aciona- ramentas. mento dos recursos em prontidão. Esta fase inclui: Resgatista 3 (R3): operador e condutor da recebimento da chamada; viatura, encarregado da logística da operação. obtenção das informações necessárias; Dentre as funções estão a montagem do palco despacho de recursos compatíveis; de ferramentas e a sinalização da via. orientações preliminares ao solicitante. Comandante da Operação (CO): poderá ser o Comandante da guarnição de resgate ou o O trem de socorro Chefe de Socorro. Responsável por todas as ati- vidades de comando na cena da emergência, A princípio, em todos os acidentes de trânsito sendo este posto equivalente ao de Coman- com vítimas que envolvam veículos com quatro ou dante de Resgate. Somente com a instalação mais rodas, o trem de socorro despachado deverá CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 19 Lição I Princípios de atuação em resgate veicular de um SCO é que o CO pode ser um Bombeiro Militar (BM) diferente do CO. ROTINA DE RESGATE Atenção Fique atento, pois a rotina de resga- RESPOSTA Denomina-se rotina de resgate o conjunto de te foi autalizada. Novas etapas foram etapas que são desenvolvidas na cena da emer- inseridas na sequência e algumas so- Uma vez que os recursos sejam deslocados à gência durante a fase de resposta da operação de freram modificações, consulte a pri- cena do acidente se inicia a fase de resposta. Nela resgate veicular. Mesmo considerando que cada meira edição para comparar as mu- serão implementadas as ações de resgate propria- ocorrência é única e possui suas particularidades, danças. mente ditas, as quais constituem a rotina de resgate. a rotina de resgate deverá seguir obrigatoriamen- Abordaremos o protocolo de resposta operacional te uma sequência preestabelecida: na Lição VII. 1. Estabelecimento do comando Atenção 2. Dimensionamento da cena Ampliaremos os estudos sobre rotina FINALIZAÇÃO 3. Gerenciamento de riscos resgate, bem como apresentaremos 4. Estabilização veicular aspectos relativos à atuação do Co- Nesta fase são tomadas todas as medidas ne- 5. Acesso ao veículo mandante, dos Técnicos em Resgate cessárias para que os recursos empregados retor- 6. Inspeção interna de segurança Veicular e dos Socorristas na lição VII nem à situação de prontidão, fechando assim o ci- 7. Avaliação primária deste material. clo operacional. Cumpre mencionar que a fase de 8. Reunião Tripartida finalização tem início no próprio local da ocorrên- 9. Desencarceramento cia, com a devida alocação na viatura de todos os 10. Extração equipamentos, ferramentas e acessórios emprega- 11. Avaliação secundária dos no atendimento. Mesmo que o material este- 12. Transporte e transferência do paciente. ja sujo,deverá estar organizado, pois a guarnição poderá ser acionada para o atendimento de outra A seguir, cada um dos doze passos é exposto ocorrência antes da chegada ao quartel. detalhadamente, para melhor compreensão da se- quência de resgate. CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 20 Lição I Princípios de atuação em resgate veicular ESTABELECIMENTO DO COMANDO “Sargento Otávio, Comandante do ABTR-25, na BR-101, no Km 196. Confirmo acidente de trânsito Atenção Toda operação de resgate, do acidente mais com vítimas envolvendo dois automóveis de pas- A identificação da viatura como pos- simples ao mais complexo, independentemente seio. Assumo o comando da operação.” to de comando deve ser feita com da quantidade de vítimas, terá obrigatoriamente um cone sobre a cabine. um Comandante (CO). O componente mais gra- Posto de comando duado da primeira unidade de emergência a ter acesso ao local deverá assumir formalmente o co- O posto de comando será estabelecido nas mando da operação e dar início ao SCO. Seguindo operações de maior complexidade e duração. Nas o princípio da modularidade, a operação poderá operações mais simples, o posto de comando po- prosseguir até o final da emergência apenas com derá ser personificado na figura do Comandante. uma estrutura simples composta pelo CO e seus Quando necessário, e assim que possível, o Co- recursos ou ir aumentando de complexidade, sen- mandante deverá também estabelecer onde será o do situação em que deverão ser ativadas e preen- seu posto de comando. Deverá ser um local seguro, chidas as demais funções do SCO, como logística, visível, de fácil acesso e que permita, na medida do ligação e outras. possível, o controle visual das principais atividades. Uma boa opção é a utilização da própria viatura do Assumir formalmente o comando Comandante, a qual poderá contar com uma esta- ção móvel de rádio, oferecendo o capô e as laterais Para assumir o comando, o componente mais para fixação de papéis, mapas, figuras, planos, en- graduado da primeira unidade na cena deverá in- tre outros. Uma vez estabelecido o local do posto formar pelo rádio seu nome, função, viatura ou Or- de comando, deverá ser realizado um comunicado ganização Bombeiro Militar (OBM), localização, a por meio do rádio. descrição breve da situação e, por fim, anunciar o comando com a seguinte frase: “Assumo o coman- Quem deve comandar do da operação”. Por exemplo: A questão de quem deverá comandar uma operação será sempre complexa. O comando será inicialmente estabelecido pela primeira unidade a CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 21 Lição I Princípios de atuação em resgate veicular chegar à cena, mas alguns fatores poderão impos- sões e providências já tomadas, uma vez que esta- sibilitar que continue no comando. Alguns crité- rá na cena desde o início da operação. rios poderão servir de guia para a resolução desse problema (mas dificilmente esgotarão a discussão): DIMENSIONAMENTO DE CENA comandará a instituição que chegar primeiro; comandará a entidade que tiver a obrigação O dimensionamento da cena será um proces- legal pela operação; so permanente em qualquer operação, que ini- comandará quem tiver maior conheci- ciará no momento do acionamento e somente se mento técnico; concluirá após a finalização da ocorrência. Porém, comandará a unidade que tiver a maior quan- há um momento específico em que o dimensio- tidade de recursos empregados; namento da cena constituirá o esforço principal outra possibilidade que poderá ser utilizada da operação, quando se identificarão os riscos e em operações mais complexas é a adoção do as vulnerabilidades. No resgate veicular, a técnica comando unificado, composto por representan- utilizada para esse fim é composta por dois círcu- tes das agências envolvidas. los de avaliação que serão tratados adiante. Logo após estabelecer o comando, o comandante e os Transferência do comando demais componentes da guarnição de resgate e de Atendimento Pré-hospitalar (APH) deverão di- Nas situações em que outro profissional neces- mensionar a cena, identificando basicamente os site assumir o comando de uma operação já em seguintes itens: andamento, será importante que o novo coman- dinâmica do acidente; dante procure o anterior para inteirar-se da situa- riscos na cena; ção. Posteriormente deverá anunciar formalmente número de vítimas, estado aparente delas e na rede de rádio que está assumindo o comando cinemática do trauma; da operação a partir daquele momento. O coman- dificuldades para o resgate; dante substituído poderá assumir a função de ope- posição e instabilidade dos veículos envolvidos; rações ou permanecer junto ao novo comandante. quando possível, tipo de encarceramento da Ainda, poderá permanecer no posto de comando vítima. prestando informações importantes sobre as deci- CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 22 Lição I Princípios de atuação em resgate veicular Dois círculos de avaliação O CO e o R1 deverão avaliar os veículos aci- dentados – de perto, mas sem tocá-los – e as víti- A técnica de avaliação será realizada por meio mas em seu interior, enquanto o R2 avaliará a área de dois círculos. O círculo externo executado pelo em torno do acidente buscando vítimas adicionais R2 e o círculo interno realizado pelo CO e pelo R1. e outros riscos. Os socorristas deverão focar na Caso estejam presentes na cena, os socorristas de- quantidade de vítimas, na situação aparente delas verão acompanhar o dimensionamento. Os círcu- pela cinemática do trauma e no tipo de encar- los de avaliação podem ser observados na Figura ceramento. Ao se depararem com as vítimas, os a seguir. socorristas deverão iniciar contato verbal e perma- necer em contato visual, sem encostar no veículo Figura 1 - Os dois círculos de avaliação até expressa autorização do comandante. Círculo interno Será realizado pelo CO, pelo R1 e pelos socor- ristas. A aproximação do veículo deverá ser feita com cuidado, com atenção aos seguintes pontos: presença de materiais ou áreas energizadas; presença de vazamento de combustível e ou- tros líquidos deslizantes; existência de princípio de incêndio e agentes de ignição; presença de produtos perigosos; existência e condição atual dos airbags; número de vítimas, posição e estado aparen- te e, quando possível, tipo de encarceramento. Fonte: CBMSC CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 23 Lição I Princípios de atuação em resgate veicular Círculo externo Solicitar ou dispensar recursos adicionais ATENÇÃO Será realizado pelo R2 ao redor do acidente no Uma vez concluído o dimensionamento da A verificação dos riscos será respon- sentido oposto ao realizado pelos demais com- cena, o CO fará um novo contato com o Centro de sabilidade de todos os integran- ponentes da guarnição de resgate. Deverá man- Operações Bombeiro Militar (COBOM), informan- tes da guarnição de resgate veicu- ter afastamento compatível com a dinâmica do do mais detalhes da situação e redimensionando a lar. A divisão acima citada referente acidente, num local mais distante do CO e do R1. necessidade de recursos adicionais. aos círculos é apenas um parâme- Deverá buscar situações de risco e mecanismos tro para que todas as ameaças sejam que levem à compreensão do acidente, buscando GERENCIAMENTO DE RISCOS identificadas, respeitando a dinâmi- atentar aos seguintes pontos: ca do acidente existência de vítimas ejetadas; Uma vez que a cena esteja dimensionada será situação geral de obstáculos e estruturas físi- preciso torná-la segura, gerenciando os riscos cas no perímetro do acidente; identificados. Para isso será necessário adotar uma veículos adicionais. metodologia de análise de risco potencial na cena. O gerenciamento dos riscos é a atuação sobre as RELATÓRIO DA SITUAÇÃO AO COMANDANTE DA ameaças, vulnerabilidades ou ambos os aspectos, OPERAÇÃO (CO) visando tornar o risco aceitável e, consequente- mente, a operação segura. Ao terminarem os dois círculos de avaliação, os resgatistas e os socorristas deverão transmitir as Análise de risco potencial informações obtidas ao CO, para que ele possa responder às seguintes questões: Na análise de risco potencial, realiza-se uma O que aconteceu? comparação entre ameaça e vulnerabilidade, a Como está a situação? qual determinará a possibilidade e a severidade Qual a tendência de evolução? dos danos e das lesões que uma dada ameaça po- Que recursos serão necessários solicitar ou derá causar às pessoas, às propriedades ou aos dispensar? sistemas, em decorrência de suas vulnerabilidades. CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 24 Lição I Princípios de atuação em resgate veicular Principais ameaças orientando os resgatistas nos casos em que não ti- verem reconhecido de forma adequada o padrão No momento de um resgate veicular, a guar- de instabilidade, ou seja, o sentido provável de mo- nição deverá atentar-se para algumas ameaças vimentação da carga, dos obstáculos ou dos pró- que poderão surgir na cena, das quais se desta- prios veículos. Tal procedimento será essencial para cam as mais comuns: que não seja necessário realizar novamente essa tráfego; etapa posteriormente. Esse assunto será abordado curiosos; ampliado na Lição IV – Gerenciamento de Riscos. produtos perigosos; vazamento de combustível; Obtenção de Acesso incêndio; superfícies cortantes e áreas aquecidas; O acesso ao veículo deverá ser obtido assim que rede elétrica danificada; a cena for considerada segura. O acesso será reali- posição instável do veículo; zado por um dos socorristas a fim de tornar seguro sistemas de segurança do veículo. o interior do veículo, pois determinadas ameaças e peculiaridades do habitáculo serão verificadas ESTABILIZAÇÃO VEICULAR apenas neste momento. Sempre que possível, ainda de fora do veículo, A estabilização dos veículos e de estruturas que outro socorrista poderá efetuar a avaliação primá- comprometam a segurança deverá ser realizada ao ria da vítima (desde que tal ação não comprometa longo de toda a operação, merecendo uma aten- a segurança geral). ção especial. A estabilização é primordial para que o Comandante possa garantir o acesso dos socorris- Critérios de acesso tas ao veículo com rapidez e segurança. Importante citar que existem duas formas de estabilização, pri- Recomenda-se que a guarnição utilize o aces- mária e secundária, sendo conferidas durante todo so mais simples, a fim de não tornar a operação o atendimento da ocorrência. desnecessariamente complexa. Por isso, indica-se O Comandante deverá assegurar de que a es- a seguinte sequência para busca de acesso: tabilidade dos veículos seja efetuada eficazmente, CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 25 Lição I Princípios de atuação em resgate veicular Portas por meios não destrutivos: sempre mentos de Inspeção Interna de Segurança, a que possível, o acesso deverá ser realizado por qual consiste em: Glossário meios normais, como a própria porta do veículo. Acionar o freio de mão do veículo Risco aceitável: trata-se do risco que Janelas por meios não destrutivos: se não for Tentar abrir portas e vidros é compatível com o desenrolar da possível abrir normalmente uma porta, os socor- Tentar acionar manípulo do capô e bagageiro atividade que se pretende efetuar. ristas poderão utilizar a abertura de uma janela, Identificar a presença e situação dos airbags Operação segura: quando o risco é sem que haja a necessidade de quebrar o vidro. (se deflagrados ou não) aceitável. Janelas por meios destrutivos: se não for Verificar se o movimento dos bancos é ma- possível acessar por um método não destruti- nual ou elétrico Ameaça: fato ou situação que pode vo, a primeira opção será quebrar o vidro que Verificar se os bancos reclinam provocar lesões ou danos em pes- esteja mais distante das vítimas, permitindo o Desligar a chave, retirá-la e entregá-la ao Co- soas, propriedades ou sistemas. acesso dos socorristas. mandante Exemplo: vazamento de combustí- Portas por meios destrutivos: se não for vel, incêndio no veículo, tráfego, pos- possível utilizar a abertura de uma janela, o AVALIAÇÃO PRIMÁRIA te danificado, rede elétrica energiza- resgatista deverá desobstruir uma porta por da, produtos perigosos, entre outros. meios destrutivos. A avaliação primária do paciente compreende Teto: se uma porta não puder ser utilizada os procedimentos destinados a identificar e corri- Vulnerabilidade: fator que deter- para o acesso, uma alternativa será o rebati- gir os problemas que ameaçam a vida. Esta ava- mina o quanto pessoas, proprieda- mento ou a retirada do teto. liação será feita pelos socorristas (normalmente), des ou sistemas podem ser afetados Outros meios: em situações extremas pode- conforme a sequência apresentada na figura 2. por uma ameaça. Exemplos: presen- rá ser necessário recorrer a outros meios, como ça de uma pessoa fumando próximo a abertura da completa da lateral do veículo ou à cena com vazamento de combustí- até mesmo a abertura do assoalho. vel; combate a incêndio no veículo sem a utilização do equipamento de INSPEÇÃO INTERNA DE SEGURANÇA proteção individual (EPI). Ao acessar o veículo, antes mesmo de abordar a vítima, o socorrista deverá realizar os procedi- CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 26 Lição I Princípios de atuação em resgate veicular Figura 2 - Sequência de avaliação da vítima Avaliar a Identificar Posicionar e Verificar Verificar nível segurança da hemorragias desobstruir vias presença de de consciência cena externas aéreas preser- respiração importantes vando a coluna Definir o status das Aplicar Aplicar colar Identificar sinais Verificar vítimas utilizando a oxigeno- cervical e sintomas presença de escala CIPE terapia de choque pulso Fonte: CBMSC As demais observações sobre a avaliação pri- dendo da dinâmica do acidente a guarnição de mária serão abordadas na Lição VII. resgate precisará apoiar. Na triagem, cada componente da guarnição TRIAGEM atribuirá um cartão ou fita para cada vítima e re- portará a situação ao Comandante (Figura 2). De Em emergências com múltiplas vítimas (EMV), a posse das informações, o Comandante dimensio- triagem inicial deverá ser feita imediatamente por nará os meios necessários e determinará as linhas meio do sistema START. A triagem normalmente de ação segundo um plano-padrão para acidente será realizada pelos socorristas, contudo, depen- com múltiplas vítimas (Figura 3). CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 27 Lição I Princípios de atuação em resgate veicular Figura 3 - Cartão de triagem - sistema START Figura 4 - Sistema de análise das vítimas - START DEAMBULA SIM NÃO Prioridade 3 pode aguardar RESPIRA SIM NÃO FREQUÊNCIA Posicionar via aérea >30 rpm 2 seg. Acesso em: jul. 2017.. Acesso em: jul. 2017. RESQTEC. Frontliner FX-series. 2017. Disponível em:. Acesso em: jul. 2017. HURST JAWS OF LIFE. Rabbit Tool. 2017. Disponível em:. Acesso em: jul. 2017. RESQTEC. Homepage. 2017. Disponível em: < http://resqtec.com/res- cue/3sr-power-units/>. Acesso em: 5 jul. 2017. 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