Introdução à Fisioterapia PDF
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This document provides an introductory overview of physiotherapy, focusing on its principles and applications. It explores the role of physiotherapy in preventing and treating various health conditions. The document discusses different aspects of physiotherapy practice, including patient assessment and treatment strategies, and highlights the importance of ethical considerations in the profession.
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INTRODUÇÃO À FISIOTERAPIA FISIOTERAPIA- O QUE É? Ciência aplicada Como qualquer ciência apresenta um objeto de estudo Movimento humano, em todas as suas formas de expressão e...
INTRODUÇÃO À FISIOTERAPIA FISIOTERAPIA- O QUE É? Ciência aplicada Como qualquer ciência apresenta um objeto de estudo Movimento humano, em todas as suas formas de expressão e potencialidades quer nas suas alterações patológicas, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas Objetivo: preservar,manter desenvolver e/ou restaurar a integridade de órgãos, sistema ou função Centra-se na análise e avaliação do movimento e da postura, baseados na estrutura e função do corpo Utiliza modalidades educativas e terapêuticas específicas, com base, essencialmente, no movimento, nas terapias manipulativas, e em meios físicos e naturais Prevenir doenças, incapacidade e Tratar, habilitar ou Qual é a finalidade? reabilitar o utente com inadaptação Ajudar os utentes a atingir disfunções de natureza a máxima funcionalidade e física, mental, de qualidade de vida desenvolvimento e outras Promover a saúde PRINCÍPIOS DA FISIOTERAPIA: Respeitar e reconhecer a história e as raízes da profissão Fundamentar a prática no conhecimento científico atual Reconhecer e valorizar a pluralidade: Das culturas, valores e crenças Necessidades de saúde das pessoas e das sociedades Estrutura dos sistemas de saúde em todo o mundo Usar terminologia técnica adequadamente definida Prever o desenvolvimento continuo da profissão para a identificação do contributo único da fisioterapia Reconhecer a importância das ciências do movimento nos currículos de fisioterapia em todos os níveis de formação Enfatizar a necessidade da prática ser baseada em evidências Valorizar a relação da prática investigação e educação dentro da profissão Reconhecer a necessidade continua de análise da descrição da profissão de acordo com as remodelações Como resposta às necessidades de saúde na sociedade, associadas ao desenvolvimento do conhecimento em fisioterapia Do indivíduo ou do grupo, com real ou potencial diminuição limitação funcional, incapacidade ou qq outra alteração do estado de saúde Avaliação - recolha de dados Ou pode enquadrar-se em categorias de diminuições, limitações funcionais, capacidades/incapacidades ou síndromas Diagnóstico - disfunção do movimento Fisioterapia é o serviço prestado Planeamento- planeia, determina a necessidade de intervenção exclusivamente pelo fisioterapeuta e inclui: Intervenção - implementava e modificada de forma a serem atingidos os objetivos acordados e pode incluir manuseamento Reavaliação- nova avaliação Do indivíduo ou Avaliar os resultados e reajustar o planeamento e grupo a intervenção Constituem princípios dos fisioterapeutas: Pautar a sua ação nas diferentes áreas de atuação profissional, pelos princípios éticos que regem a prática cientifica e a profissão Cumprir e fazer cumprir as normas deontológicas aplicáveis à profissão Reportar todas as situações que não se coadunem com as normas deontológicas aplicáveis à profissão O que caracteriza a fisioterapia? Movimento como elemento essencial da saude e bem-estar, que depende da função integrada e coordenada das estruturas do corpo humano O indivíduo tem capacidade de sofrer adaptações, como resposta a fatores físicos, psicológicos, sociais e ambientais Corpo e a mente permitem a integração e a consciência do movimento A conduta ética do fisioterapeuta exige que reconheça autonomia do utente ou responsável legal quando recorre a este profissional Componente da fisioterapia - a interação entre o fisioterapeuta e o doente/utente/ família ou cuidador para desenvolver uma compreensão mútua, das necessidades Permite adequar a consciência corporal e os comportamentos do movimento para promover a saúde e o bem-estar Autonomia Ser capaz de iniciar, finalizar ou Capacidade reflexiva de um profissional para fazer uma avaliação independente alterar a sua intervenção Significa a responsabilidade profissional para: Intervir no âmbito da prática de forma independente Agir de acordo com as regras de ética e o código de conduta profissional dentro do quadro legal em saúde A autonomia profissional é declarada na lei, com regulamentação, directrizes ou regras que regem o alcance da prática Autonomia profissional Significa a responsabilidade do profissional, para tomar decisões sobre: Gestão de condição de um doente/utente com base no conhecimento próprio e especializado para orientar a prática de forma independente Agir de acordo com as regras da ética e o código de conduta profissional, dentro do quadro legal Toma decisões Ou seja: Age de forma independente dentro do contexto O fisioterapeuta é um profissional que: profissional É responsável pelas suas decisões e ações Elemento chave da autonomia profissional é a compreensão e trabalha dentro dos limites da competência pessoal e do desígnio da prática Existem 2 tipos de autonomia Clinica: responsabilidade para decidir o programa de intervenção e as suas modalidades, com base no diagnóstico que elaborou De gestão: responsabilidade do profissional para orientar a sua prática de turma independente O que caracteriza a fisioterapia ? Diagnóstico em fisioterapia: resultado de um processo de raciocínio clinico que resulta: Na identificação de deficiências existentes ou potenciais limitações de atividade, restrições de participação influências ambientais ou habilidades/deficiências Objetivo: orientar o fisioterapeuta a identificar o prognóstico e as estratégias de intervenção / tratamento mais apropriadas para doentes /utentes e, em compartilhar informação com eles Durante este processo de diagnóstico 10 fisioterapeuta por necessitar de obter informações adicionais de outros profissionais Quando na avaliação do indivíduo encontramos achados que não estão dentro do alcance do conhecimento ou na experiência do fisioterapeuta este ceve encaminhá-lo para ouro profissional mais adequado FISIOTERAPEUTA- QUEM É? Quem é? Profissional da área de saúde Que técnicas utiliza? a quem compete executar Colabora no diagnóstico mediante métodos e técnicas de a avaliação dos deficientes, reabilitação identificando as áreas lesadas FISIOTERAPEUTA Elabora programas adequados de Finalidade tratamento Restaurar, desenvolver e conservar a Ensina aos deficientes o modo capacidade física do doente mais adequado de proceder Colabora na recuperação, aumento e consoante o seu estado, trata de manutenção das capacidades físicas dos eu doentes de diferentes patologias pacientes bem como na prevenção da incapacidade Através de técnicas especificas da Ortopédica profissão Que técnicas utilizam? Respiratória Terapia pelo movimento Pode fazer parte de uma equipa de reabilitação, Manipulativas juntamente com outros técnicos aplicando os Electroterapia Incluindo frio e calor conhecimentos específicos da profissão Outras mais evoluídas de facilitação neuromuscular O fisioterapeuta trata ou previne perturbações do funcionamento musculo-esquelético, cardiovascular, respiratório e neurológico, actuando igualmente no domínio da saúde mental. A sua intervenção processa-se numa perspetiva bio-psico-social Tem em vista à obtenção da máxima funcionalidade dos utentes, no seu desempenho, com base numa avaliação sistemática, planeia e executa programas específicos da intervenção Para isso utiliza entre outros meios, o exercício físico, terapias manipulativas, ONDE ATUA? electroterapia e hidroterapia Hospitais Centros de reabilitação Centros de saúde Estabelecimentos terminais Desenvolve ações e colabora em programas Departamentos de saúde ocupacional de empresas no âmbito de promoção e educação para a Estruturas desportivas saúde Escolas Instituições de ensino especial Instituições de apoio à idosos Perfil de competências do fisioterapeuta Comunicador (desenvolve estratégia de comunicação ) Efetivas para informar de forma clara, transparente e eficiente o utente/ grupo Promover uma boa relação terapêutica e profissional Esclarecer, envolver e motivas o utente/ grupo no processo de cuidados de fisioterapia promovendo a sua satisfação Comunicar com outros profissionais, comunidades científicas, suciais e políticas Promotor de profissionalismo Demonstrar valores chave da profissão, com indicadores como Fornecer serviços de elevada qualidade Altruísmo Ética Excelência Comunicação Atuar de acordo com os códigos de conduta Cuidados Fiabilidade profissional e éticos dentro dos seus limites Estimular os outros a participar em de atuação e respeito dos outros atividades de DPC Promover o desenvolvimento profissional continuo (DPC) Atualizar as evidências mais recentes Implementar um processo reflexivo de aprendizagem continua com o objetivo de nas was áreas de intervenção melhorar os processos e os resultados das suas intervenções e a satisfação dos seus utentes Modelo centrado no utente Modelo da funcionalidade Modelos de intervenção da fisioterapia Modelo de sistemas de Modelo de raciocínio clinico e de influência do movimento tomada de decisão 1) centrado no utente Serviços de fisioterapia centrados na pessoa/utente como elemento essencial de qualidade Respeito pelas suas preferências, necessidades e autonomia Envolver nas decisões de saúde de acordo com as suas escolhas As suas intervenções estão entradas no doente Um aspeto crucial dos cuidados centrados na pessoa e a partilha de tomada de decisão O profissional de saúde e o utente assumem um papel igualmente importante no processo de decisão 2) da funcionalidade Abordagem multidimensional da funcionalidade e da incapacidade Considera a funcionalidade de um indivíduo num domínio específico como uma intenção dinâmica ou relação complexa entre a sua condição de saúde e os fatores contextuais A intervenção num elemento pode, potencialmente, modificar um ou vários outros elementos A interação funciona em dois sentidos Inferir uma limitação da capacidade devido a uma ou mais disfunções A presença de limitação Restrição de desempenho por causa de uma ou mais limitações funcional pode modificar a própria condição de saúde É importante colher dados de maneira independente e explorar as associações e ligações casuais entre eles 3) Modelo de raciocínio clínico e de tomada de decisão O processo de raciocínio clínico é um processo de interrogações reflexivas que compreende: Os elementos chave, cognição, metacognição e conhecimento, que são recrutados num quadro de colaboração Interação com o utente, familiares, cuidadores ou outros profissionais de saude Neste processo o fisioterapeuta recorre à união de diferentes estratégias de raciocínio clínicos Diagnóstico (hipotético-dedutivo, reconhecimento de padrões) Narrativo Procedimental, interativo, colaborativo, educacional, preditivo e ético Em termos clínicos o fisioterapeuta envolve-se no processo de avaliação, que inclui: Recolha da história do doente Revisão de sistemas Aplica testes e medidas para identificar problemas potenciais e existentes Para elaborar o diagnóstico, prognóstico e o plano de Com base da sua análise e nos objetivos do doente, o cuidados fisioterapeuta: Realiza a avaliação do doente Aplica o plano de intervenções Sintetiza os dados da avaliação Realiza a avaliação é a reavaliação Identifica os problemas, a serem abobadados Modifica as intervenções necessárias para atingir os objetivos dentro do âmbito da prática da fisioterapia e os resultados esperados Desenvolve e implementa planos de alta FISIOTERAPIA NOS DIAS DE HOJE De todas as especialidades clínicas e cirúrgicas O fisioterapeuta passou a ser reconhecido como profissional, tornando-se presença obrigatória no atendimento hospitalar E nos serviços de urgência e nos cuidados intensivos, minimizando as complicações decorrentes dos longos períodos Atua em conformidade com a indicação de internamento clínica, pré-diagnóstico, diagnóstico e processo de investigação ou identificação Cabe-lhe conceber, planear, organizar, aplicar e avaliar o processo de trabalho no âmbito da respetiva profissão Com o objetivo da promoção, da saúde, da prevenção, do diagnóstico, do tratamento, da reabilitação e da reinserção CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE Sistema de classificação inserido na família de classificações internacionais da OMS Descrever, avaliar e medir a saúde e a Constitui o quadro de referência universal adotado pela OMS com o objetivo de incapacidade Quer ao nível individual quer ao populacional Classificação internacional de funcionalidade (CIF), surge como revisão da classificação internacional de deficiência, incapacidade desvantagem (ICIDH) Restrição ou perca da capacidade para realizar uma tarefa ou uma atividade de uma forma considerada normal para um ser humano Doença ou Deficiência Incapacidade Desvantagem distúrbio Refere-se a “anormalidades” Perda ou anormalidade nos tecidos, orgãos ou bioquímicas, fisiológicas e sistemas do corpo, e é normalmente resultado anatómicas de uma patologia ativa Resultante de uma deficiência ou incapacidade, que limita o cumprimento de uma atividades considerada normal para o indivíduo Funcionalidade e incapacidade são multidimensionais Abrangem a experiência humana nos níveis de funções e estruturas do corpo e atividades e participação no contexto do ambiente e dos fatores pessoais Execução de uma tarefa ou Incapacidade Funcionalidade ação por parte do indivíduo Lesões Funções / estruturas corporais Limitação da atividade Atividades Envolvimento de um indivíduo numa situação real Desvantagem Participação A CIF muda a concessão de consequência da doença para componente de saúde Condição de saúde Condição de saúde Funções estruturas/ Atividades Participação corporais Incapacidade Consequência de doenças Fatores ambientais Fatores pessoais O grau e a natureza da funcionalidade e da incapacidade pode: Diferir entre pessoas com a mesma condição de saúde Igual entre pessoas com diferentes condições de saúde Domínios de saúde Domínios relacionados com a saúde Visão Respiração Audição Dor Auto-cuidados: inclui alimentação Fala Afeto Atividades habituais: atividades domésticas, Digestão Sono no trabalho e na escola Funções da excreção corporal Energia/vitalidade Função social: relações inter-pessoais Fertilidade Cognição Participação: participação na sociedade Actividade sexual Comunicação incluindo discriminação/ estigma Pele e desfiguração Mobilidade e destreza Estado ou condição de saúde - termo abrangente para doença, lesão, distúrbio ou trauma Pode incluir outras circunstâncias, tais como: envelhecimento, stress, anomalia congénita ou predisposição genética Codificadas através da CID-10 CIF 2003, tem como objetivos: Fornecer uma base científica para medir as consequências das condições de saúde Estabelecer uma linguagem comum para melhorar a comunicação Permitir comparações de dados entre Grau de integridade Funções Funções e estruturas do corpo Estruturas Capacidade Componentes da CIF Atividades e participação Desempenho Fatores ambientais Barreiras Facilitadores DEFINIÇÕES Funções corporais são funções fisiológicas dos sistemas do corpo, incluindo funções psicológicas Estruturas corporais são partes anatómicas do corpo, tais como órgãos, membros e seus componentes Deficiências são problemas na função ou estrutura do corpo como uma perda ou anormalidade importante Atividade é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo Participação é o envolvimento numa situação da vida Limitações na atividade são dificuldades que um indivíduo pode ter em executar atividades Restrições na participação são problemas que um indivíduo pode experimentar no seu envolvimento em situações da vida Fatores ambientais Transformam o ambiente físico, social e de atitudes no qual as pessoas vivem e condicionam a sua vida Fatores pessoais Características particulares de um indivíduo e a sua situação de vida Abrange dados que não fazem parte da condição de saúde No contexto de saúde INCAPACIDADE torna-se um termo mais abrangente incluindo: Deficiências Limitações de atividades Restrições a participação Denota os aspetos negativos da interação entre um indivíduo e os contextuais do indivíduo Modelo de avaliação Médico Social A deficiência é um atributo ou característica do Deficiência é um produto das barreiras físicas, indivíduo organizacionais e atitudinais presentes na sociedade Causada diretamente por doença, trauma ou outra Não é culpa individual da pessoa que tem a deficiência condição de saúde Ou uma consequência inevitável de suas limitações Requer algum tipo de intervenção profissionais para “corrigir” ou “compensar” o problema Garantir que a CIF delimita todas as políticas públicas para pessoas com deficiências Interdisciplinaridade nas avaliações Dispor de equipas multidimensionais Avaliação das barreiras e dos fatores ambientais em diversos contextos Respeito pelo valor inerente e autonomia dos indivíduos Compromisso com as políticas sociais Diretrizes para utilização ética da CIF A informação não deve ser utilizada para negar ou restringir direitos A CIF não deve ser utilizada para rotular o indivíduo ATIVIDADES E PARTICIPAÇÃO p5- cuidado pessoal p6- vida doméstica a1- aprendizagem e aplicação de conhecimentos p7- interações interpessoais a2- tarefas e exigências gerais p8- áreas principais da vida a3- comunicação p9- comunidade, vida social e cívica a4- mobilidade Cada uma das 4 componentes da CIF é codificada com uma letra: B- para funções corporais S- para estruturas anatómicas D- para atividade e participação E- para fatores ambientais Seguido por um código numérico