Desporto e Violência-2 PDF

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This document is a presentation on the sociology of sport and violence. It discusses various factors influencing the relationship between sport and violence, drawing from sociological theories. The presentation is from January 2011.

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SOCIOLOGIA do DESPORTO DESPORTO E VIOLÊNCIA Maria Teresa Espeçada [email protected] Janeiro/2011 Ficha do Projecto Título: Desporto e Violência Área Científica: Educação Física e Desporto Resumo: No decurso do desenvolvimento social ocorre um aumento da tendência e competência dos indi...

SOCIOLOGIA do DESPORTO DESPORTO E VIOLÊNCIA Maria Teresa Espeçada [email protected] Janeiro/2011 Ficha do Projecto Título: Desporto e Violência Área Científica: Educação Física e Desporto Resumo: No decurso do desenvolvimento social ocorre um aumento da tendência e competência dos indivíduos para planear, e prever a longo prazo, a utilização de meios mais racionais para atingirem os seus objectivos. Desse modo, o controlo da agressividade e da violência é considerado primordial numa sociedade considerada civilizada. A violência controlada passa a ter, assim, um estatuto instrumental. Palavras-chave: desporto e violência; processo civilizacional; sociologia figuracional; teoria da rotulagem; desvio Bibliografia/Webgrafia: Coakley, J., Dunning, E. (2002) “Handbook of Sport Studies”. London: Thousand Oaks and New Delhi. BECKER, H. (1963) “Outsiders”. New York: The Free Press) Desporto e Violência Objec&vos: Pretende-se … - Promover a compreensão das dinâmicas e mecanismos subjacentes aos vários cenários de uso da violência; - Promover a compreensão da existência de diferentes perspec&vas na sua abordagem. Desporto e Violência Estrutura e Desenvolvimento Programático: 1. Sociologia Figuracional 1.1 O Processo Civilizacional 1.2 Violência e Desporto 1.3 Críticas à Sociologia Figuracional 2. Teoria da Rotulagem ou Teorias Interaccionistas do Desvio 2.1 O Desvio como Acção Colectiva 2.2 A Desmistificação do Desvio 2.3 A Questão Moral Desporto e Violência MURPHY, P., SHEARD K., WADDINGTON, I. “Figurational Sociology and its application to Sport”. in Coakley, J., Dunning, E. (2002) “Handbook of Sport Studies”. London: Thousand Oaks and New Delhi (pp. 92-105) 1. A sociologia figuracional A sociologia figuracional tem como ponto central o conceito de figuração, ou forma, desenvolvido por Norbert Elias e consiste “numa estrutura de indivíduos mutuamente orientados e dependentes” (Elias, 1978: 261). O investigador inclusive conceptualizou as figurações como sendo redes de interdependência historicamente produzidas e reproduzidas. Desporto e Violência No que se refere à dicotomia entre os conceitos “indivíduo” e “sociedade”, Elias considera que não podem ser considerados como dois objectos independentes, mas sim como dois conceitos inseparáveis, fazendo ambos parte do mesmo universo humano. Desse modo, a sociologia figuracional vê os indivíduos ligados através de constelações dinâmicas e considera que o seu estudo não deverá ignorar a noção de que todos somos seres humanos entre pares e reconhecer que o que é frequentemente conceptualizado como “forças sociais” reificadas não são mais que constrangimentos exercidos por indivíduos sobre outros indivíduos e sobre os próprios. Desporto e Violência Os constrangimentos causados pelas estruturas sociais (figurações/formas) sobre aqueles que as formam – e o facto de os processos sociais, apesar de produzidos pela interacção de uma pluralidade de actos individuais, terem autonomia relativa face a intenções individuais particulares – não devem ser considerados como uma realidade objectiva sobre os grupos de indivíduos cujas acções são constitutivas desses processos. O carácter dinâmico e a complexidade das interacções contínuas de grandes grupos de indivíduos podem levar à emergência de resultados que ninguém escolheu ou previu. Desporto e Violência Pensar “processualmente” é a fórmula eleita para o estudo das relações sociais como processos emergentes e contingentes. Desse modo, as figurações (ou formas) devem ser estudadas como relações de interdependência que fluem constantemente e que os desvios e transformações nos padrões de ligação social podem ser identificados em todos os modelos de desenvolvimento. É possível reconhecer esses desvios, porque a interdependência não é arbitrária nem feita ao acaso. Os indivíduos e os grupos que formam uma figuração específica estão interligados através de uma multiplicidade de laços dinâmicos. Desporto e Violência Uma dimensão central de identificação de figurações ou de ligações de interdependência dinâmicas é o poder, conceptualizado não como uma substância ou uma propriedade possuída por indivíduos particulares ou grupos, mas sim como uma característica de todas as relações humanas. O poder é sempre uma questão de equilíbrio relativo, nunca um poder absoluto ou de absoluta privação, já que ninguém é absolutamente poderoso ou completamente desapossado. O mesmo se passa com o equilíbrio de poder entre grupos e indivíduos na sociedade, pois esse equilíbrio é dinâmico e flui continuamente. Desporto e Violência 1.1 O Processo Civilizacional Elias, na sua obra “O Processo Civilizacional” (1994), considera vários níveis de desenvolvimento social, não pretendendo categorizá-los de mais ou menos civilizados. No entanto, o refinamento das maneiras e dos padrões sociais desenvolvidos no ocidente levou à pressão social sobre as formas de comportamento públicas e privadas. Ao nível da personalidade, houve um incremento da importância da “consciência” como reguladora do comportamento. Desporto e Violência Os padrões sociais foram interiorizados tanto a nível do controlo da consciência como também da racionalidade através da instigação de sentimentos como a vergonha, a culpa e a ansiedade. Um dos aspectos centrais deste processo no estudo do desenvolvimento do desporto é o crescente controlo social sobre a violência e a agressão. Nesse sentido, a domesticação dos sentimentos mais básicos do ser humano passou por dois processos: o desenvolvimento da repugnância face ao derramamento de sangue e outras manifestações directas e simbólicas de violência física e o desenvolvimento da internalização do tabu sobre a violência. Como consequência, os sentimentos de culpa e ansiedade são de imediato despoletados face a uma situação de violação deste tabu. Desporto e Violência Paralelamente a estes processos, desenvolveu-se a tendência para dirigir este tipo de comportamentos para os bastidores do social e a classificar aqueles que os praticavam como forma de prazer, como detentores de psicopatologias e, desse modo, sujeitos a formas de controlo (tratamento ou punição) que iam desde a estigmatização, à hospitalização e ao encarceramento, ou a uma combinação entre alguns deles. Comummente os conceitos de “violência” e “civilização” são tidos como antitéticos, no entanto, podem ser caracterizados como formas específicas de interdependência. Isto é, os processos civilizacionais estão relacionados com o estabelecimento cada vez mais forte de medidas de controlo público sobre o uso da violência e a aplicação de taxas (impostos), processos esses que confluem para a pacificação e o crescimento económico. Desporto e Violência 1.2 Violência e Desporto Em Sociologia do Desporto, e em particular na dimensão dos estudos sobre a violência, podem destacar-se quatro categorias principais: os processos de “desportivização” e o controlo da violência; o crescente envolvimento e desenvolvimento do desporto “profissional”; o “hooliganismo”; e as relações entre processos de globalização e desporto. Elias utilizou o termo “desportivização” para identificar o processo ao longo do qual as regras referentes ao desporto se foram tornando mais estritas, incluindo as que tentavam incentivar o “fair play” e a igualdade de oportunidades para todos vencerem. As regras no desporto tornaram-se cada vez mais precisas, mais explícitas, e, ao serem registadas por escrito, mais diferenciadas e supervisionadas, ficaram mais eficientes. Desporto e Violência No decorrer deste processo, o autocontrolo e a autodisciplina aumentaram, enquanto nos concursos de jogos, que ficaram conhecidos como desportos, foi estabelecido um equilíbrio entre a possibilidade de atingir um elevado nível de tensão combativa e o que era considerado como protecção razoável contra lesões. A aristocracia (sécs. XVIII/XIX), ao desenvolver hábitos mais civilizados socialmente, levou, por consequência, a que se organizassem formas de divertimento mais civilizadas, ou seja, menos violentas. Desporto e Violência Nas sociedades industriais, as pressões e controlos recíprocos a que os indivíduos estão sujeitos e que exercem sobre outrem inevitavelmente tornam-se presentes nas suas actividades desportivas. E, a partir de um determinado nível, a prática deixa de ser por simples prazer e passa a fazer parte de uma rede de interdependências. Os praticantes de topo nas modernas sociedades urbanas industriais deixam de ser independentes e passam a ser pressionados por um conjunto de indivíduos, ou grupos, envolvidos nesse mesmo processo, desde o espectador, ao treinador, aos dirigentes (clubes, associações, federações), e a outros agentes enredados na mesma teia. Desporto e Violência Para se ser considerado um “praticante de sucesso”, de topo, a prática desportiva deixa para trás o seu carácter lúdico e passa a ter uma fisionomia mais séria. O desportista de topo deixa a dimensão privada e passa a fazer parte do domínio público. Deixa de agir em prole da sua auto-satisfação e passa a ser representante de comunidades tais como cidades, países ou regiões. São cada vez mais constrangidos a providenciar vários tipos de satisfação exigida pelos seus apoiantes, ou seja, espera-se que providenciem um determinado grau de excitação e de satisfação que acompanha o apoio a um atleta, ou a uma equipa, de sucesso. Validam através da competição um certo tipo de comunidade com a qual os seus apoiantes se identificam (Elias e Dunning, 1986). Desporto e Violência Dunning e Sheard, no seu trabalho “Barbarians, Gentlemen and Players” (1979), sugerem ainda que esse tipo de motivação leva à utilização de determinados comportamentos por parte dos praticantes, como o recurso ilegítimo à violência, para atingirem a vitória. Esta proposta vai contra a teoria de Elias sobre o processo civilizacional através do qual tem existido um declínio na propensão para obter prazer do envolvimento directo e/ou no testemunho de actos violentos e que a repugnância face a tais comportamentos levaria ao desenvolvimento de um sentimento de culpa. Desporto e Violência Dunning refere ainda que, no decurso dos processos de civilização ocorre, em conjunção com o aumento das pressões ao nível da competitividade social, um aumento da tendência e competência dos indivíduos para planear, e prever a longo prazo, a utilização de meios mais racionais para atingirem os seus objectivos. Neste contexto, o deliberado uso de violência para obter vantagem ou a vitória num jogo é, segundo o investigador, consistente com a personalidade e o habitus de indivíduos que se consideram altamente civilizados, porque para tal estão envolvidos, necessariamente, um elevado nível de controlo, muito pouco prazer ao infligir directamente estados de dor e é utilizado para atingir fins específicos. Desporto e Violência Sugere, ainda, que no decurso dos processos de civilização ocorre uma mudança no equilíbrio entre violência “expressiva” e violência “instrumental” a favor desta última. Acrescenta que esta distinção, não tendo sido feita por Elias, ajuda na compreensão do que parece ser um aumento da violência em campo, consoante os desportos se têm tornado mais profissionalizados, “espectacularizados” e internacionalizados nas últimas décadas. Desporto e Violência No que se refere ao hooliganismo, Dunning e Sheard referem ainda que a questão da violência passa pelas origens rudes dos apoiantes que assistem às competições, isto é, no caso do futebol, fenómeno estudado pelos autores, este tipo de assistentes caracterizam-se não por laços instrumentais, mas sim por laços segmentários, ou seja, pela similaridade e não pela diferença. Os seus padrões característicos – incluindo pobreza relativa, desemprego, dominação masculina, etc. – reforçam-se mutuamente, produzindo, entre eles, normas de masculinidade agressiva e fortes sentimentos de ligação a determinados tipos de o “nosso-grupo” e, por consequência, de intensos sentimentos de rejeição e de hostilidade face a “estranhos” ou ao “grupodeles”. Desporto e Violência Este tipo de sociabilidade, através dos processos de globalização alargada, é difundido pelas formas de desporto modernas numa escala global. 1.3 Críticas à sociologia figuracional No que se refere ao trabalho desenvolvido por Elias na sua sociologia figuracional emergem duas críticas principais: - A sociologia figuracional não representa uma perspectiva distinta; - e é considerada uma forma de funcionalismo. Desporto e Violência Bauman, por outro lado, afirmou que o conceito de figuração (forma) é uma “espada de dois bicos” com uma ponta apontada efectivamente às explicações individualistas dos processos sociais e a outra apontada a conceitos reificados tais como o de “sistema social”. Todas as críticas se centram na ideia de que na teoria de Elias sobre os processos de civilização estes se dão de forma contínua e progressiva em direcção a padrões de conduta cada vez mais civilizados no que se refere ao controlo da agressividade. No entanto, Elias referiu que muitas vezes as sociedades europeias experienciaram fases “incivilizadas” com diferentes intensidades e períodos de duração. Desporto e Violência “O movimento da sociedade e da civilização não segue certamente uma linha recta. (…) Existem repetidamente maiores ou menores contra-movimentos nos quais os contrastes entre sociedade e as flutuações no comportamento dos indivíduos, dos seus aportes afectivos, aumentam de novo.” (Elias, 1982: 253) Desporto e Violência 2. Teoria da Rotulagem ou Teorias Interaccionistas do Desvio (BECKER, H. “Labelling Theory” in Becker, Howard. (1963) “Outsiders”. New York: The Free Press) Os fenómenos de desvio incluem-se no vasto domínio das condutas a que se chama, conforme os casos, de delitos, de vícios, de não conformismo, de singularidade, de excentricidade ou de loucura. São devidos a um interesse teórico relacionado com a ordem social ou a um interesse prático relacionado com actos considerados como inverosímeis. O que é visto como falha da socialização e do sistema de sanção ou simplesmente os desvios de conduta ou infracções. Desporto e Violência A abordagem naturalista foca a sua atenção nas interacções entre os que são acusados de cometer as infracções e os que fazem essas acusações. A teoria da rotulagem refere três pontos que devem ser especialmente examinados: a concepção de desvio como acção colectiva; a desmistificação de desvio; e os problemas morais suscitados pela teoria do desvio. O grau pelo qual o facto deve ser qualificado como desviante deve ser estabelecido, para cada caso, através de caminho empírico e não por decreto teórico. A definição de um indivíduo como desviante pode, em determinadas circunstâncias, incitá-lo a adoptar determinadas linhas de conduta. Desporto e Violência As categorias de acções e exemplos particulares das mesmas podem, ou não, ser tidas como desviantes por qualquer dos grupos que delas tenham conhecimento. A diferença da definição, no rótulo aplicado ao acto, influencia os comportamentos, seja do público ou do actor. A problemática incide sobre comportamentos que obedecem às normas/ comportamentos que as transgridem. Desporto e Violência 2.1 O Desvio como Acção Colectiva Os indivíduos agem face ao que os outros fizeram, fazem, ou são susceptíveis de fazer futuramente. Procuram ajustar as suas linhas de acção às acções dos outros, percebidas ou esperadas. O resultado de todos esses ajustamentos pode chamar-se de acção colectiva. Não se refere unicamente a acções colectivas concertadas, mas também a todas as actividades executadas por um determinado número de indivíduos que agem em conjunto (greves, actividades escolares, tomar uma refeição em comum ou atravessar uma rua). Desporto e Violência Por ajustamento, considera-se que os indivíduos têm, normalmente, em conta o que se passa à sua volta e o que é susceptível de acontecer quando tomam uma decisão. O ajustamento recíproco das linhas de acção e das concessões mútuas no decurso das interacções produz-se igualmente entre grupos e organizações. São as organizações económicas, as associações profissionais, os sindicatos, os grupos de pressão, os moralistas e os legisladores que, ao entrarem em interacção, determinam as condições nas quais os representantes do Estado, que fazem respeitar as leis, devem interagir com os que supostamente as transgridem. Desporto e Violência Ao considerar o desvio como uma actividade colectiva percepciona-se, de imediato, que os indivíduos agem consoante a reacção dos outros implicados nessa mesma acção e têm em conta a forma como os seus semelhantes julgam o que eles fazem, assim como a influência que esse julgamento tem sobre o seu prestígio e o seu estatuto social (para manter o prestígio no “seu” bando, alguns elementos actuam de forma considerada como desviante pelos “outsiders”). Desporto e Violência Existem dois sistemas de acção colectiva distintos: um é composto pelos indivíduos que cooperam na produção do acto em questão; o outro compreende aqueles que cooperam no drama moral no qual as “infracções” são descobertas e tratadas, quer o processo seja oficial e legal, ou completamente informal. Isto é, o sistema de acções no qual os actos se produzem e o sistema de acções no qual os julgamentos são pronunciados. Como todas as formas de actividades colectivas, os actos e as definições que compõem o drama do desvio tomam lugar num determinado tempo e diferem de um período para outro. As definições de conduta são referentes ao momento: um acto pode ser definido como desviante num determinado tempo e não noutro. Desporto e Violência As circunstâncias para estabelecer e fazer respeitar normas funcionam quando numa relação uma das partes em causa possui um poder desproporcionado em relação ao outro; pode então impor a sua vontade, apesar da oposição dos outros, desejando manter uma aparência de justiça e de racionalidade (por exemplo, as relações típicas entre pais e filhos ou entre professores e alunos). Ao considerar o desvio como uma forma de actividade colectiva, deve ter-se em consideração que o nosso objecto de estudo não é um acto isolado, ele tem, efectivamente, lugar num contexto complexo de acções onde intervêm outros actores, fazendo, ele próprio, parte dessa complexidade. Desporto e Violência 2.2 A Desmistificação do Desvio O senso comum pode induzir-nos em erro, no entanto, ele constitui a sabedoria tradicional da tribo, a amálgama dos saberes de “todo o mundo” que as crianças aprendem ao crescer, os estereótipos da vida quotidiana. Dá às ciências sociais as generalizações que se referem à natureza dos fenómenos, as correlações entre categorias da realidade social (por exemplo, entre raça e delinquência, ou entre classe social e inteligência) ou a etiologia dos problemas sociais como a pobreza e a guerra. Desporto e Violência Se observarmos de perto o que observamos, é provável que vejamos os factos sobre os quais as teorias interaccionistas se debruçam. Constata-se que os indivíduos que se dedicam a actos convencionalmente considerados como desviantes não são movidos por forças misteriosas desconhecidas: fazem o que fazem por razões idênticas às que motivam as actividades mais vulgares. Observamos que as normas sociais, longe de serem imutáveis, são continuamente reconstruídas para cada situação, para se adaptarem às comodidades, vontades e posições de poder dos diversos participantes. Constata-se que as actividades consideradas como desviantes necessitam muitas vezes de recursos de cooperação complicados que não são típicos de alguém com problemas mentais. Desporto e Violência 2.3 A Questão Moral Algumas críticas referem que as teorias interaccionistas do desvio atacam abertamente, ou de forma oculta, a moralidade convencional ao recusarem deliberadamente aceitar a sua definição do que é e o que não é desviante e ao pôr em questão os postulados sobre os quais repousam as organizações oficiais que se ocupam do desvio. As teorias interaccionistas acentuaram a independência recíproca do acto e da reacção, criando em espaço de propriedades com quatro partes, através da combinação da variável de execução ou de não execução de um acto potencialmente desviante, com a variável existência ou ausência de uma reacção definidora do acto como desviante. A essência reside na interacção entre o conjunto das partes implicadas. Desporto e Violência As teorias interaccionistas do desvio, como todas elas em geral, dão atenção à forma como os indivíduos se definem mutuamente e definem o seu ambiente. Dão particular atenção às diferenças no poder de definir, à forma como um grupo adquire e utiliza o poder de determinar como os outros grupos devem ser considerados, compreendidos e tratados. Para Becker, o desvio não é uma qualidade dos indivíduos, mas depende da reacção de outros, o que significa que ninguém é desviante, ou nenhuma acção é desviante, salvo se o for especificamente designado socialmente. Desporto e Violência Avaliação: v Faça uma breve articulação de uma das perspectivas apresentadas com um fenómeno que considere pertinente dentro deste âmbito. Aprendizagem Sistémica e Dinâmica Sugestões/Opiniões: Para qualquer sugestão de melhoria e/ou opinião relevante ao conteúdo deste Objecto de Aprendizagem deve, o utilizador, enviar um email para o contacto do Autor. Consentimento/Autorização do Autor Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso NãoComercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Unported. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt ou envie uma carta para Creative Commons, 171 Second Street, Suite 300, San Francisco, California 94105, USA. © Teresa Espeçada, ISCE 2011. Todos os direitos reservados. Janeiro de 2011 GbL – Gabinete b-Learning do ISCE Rua Bento de Jesus Caraça, 12 2620- 379 Ramada, Portugal gbl.isce @gmail.com

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