Unidade 1 - 2.pdf - História Económica do Século XX
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Este documento discute as questões relacionadas ao fim da hegemonia europeia no século XX e a ascensão da economia dos EUA como "locomotiva" global, incluindo a situação económica da Europa, os investimentos dos EUA nos países europeus, e a introdução de novas tecnologias de produção tais como o Taylorismo e o Fordismo. O documento aborda os efeitos da Primeira Guerra Mundial na economia e as reações contraditórias a esta crise.
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O fim da hegemonia europeia (páginas 14 e 15) Alterações demográficas – elevadas perdas humanas – diminuição da mão de obra – envelhecimento da população – excedente da população feminina (Homens ausentes, mulheres independentes). Perdas materiais – Uma Europa em...
O fim da hegemonia europeia (páginas 14 e 15) Alterações demográficas – elevadas perdas humanas – diminuição da mão de obra – envelhecimento da população – excedente da população feminina (Homens ausentes, mulheres independentes). Perdas materiais – Uma Europa em ruínas. Interrupção da produção agrícola e industrial. A crise da Europa Os membros da Conferência de Paz não se interessavam pelo futuro da Europa nem se preocupavam com a sua sobrevivência. As suas preocupações, boas e más, relacionaram-se com questões relativas às fronteiras e às nacionalidades, ao equilíbrio de forças, a ganhos imperialistas, ao enfraquecimento de um inimigo forte e perigoso, à vingança. Os vencedores quiseram descarregar o peso dos seus insuportáveis encargos financeiros sobre os ombros dos vencidos. (...) O tratado não compreende qualquer disposição que vise a restruturação económica da Europa, nada decide para colocar os impérios centrais vencidos no meio dos bons vizinhos, nada para organizar os novos estados europeus ou para salvar a Rússia. Não cria um contrato de solidariedade económica entre os próprios aliados. Nenhuma disposição é tomada para restabelecer as finanças desreguladas da França e da Itália (...). John.M.Keynes (1883-1946), Economic Consequences of the Peace, 1919. Questões “A economia dos anos 20” 1. Enumera quatro desafios do pós-guerra. 2. Explicita o tipo de ajuda fornecida pelos EUA à Europa no pós-guerra. 3. Explica a seguinte expressão “Os EUA eram os grandes credores da Europa”. 4. Clarifica de que forma os EUA se tornaram a primeira superpotência mundial. 5. Esclarece o que era o “american way of life”. Correção 1. Enumera quatro desafios do pós-guerra. R. No pós Primeira Guerra a Europa teve de enfrentar grandes encargos sociais para com as vítimas. Assistiu ao aumento da inflação, do desemprego e da pobreza, assim como, à ruína da sua indústria. 2. Explicita o tipo de ajuda fornecida pelos EUA à Europa no pós-guerra. R. Os EUA passaram a abastecer à Europa armamento, matéria-prima e bens de consumo, assim como, avultados empréstimos. 3. Explica a seguinte expressão “Os EUA eram os grandes credores da Europa”. R. Os EUA passar a conceder grandes empréstimos aos países europeus para a sua recuperação económica. No caso alemão, o dinheiro era utilizado para pagar as indeminizações de guerra aos países vencedores. 4. Clarifica de que forma os EUA se tornaram a primeira superpotência mundial. R. Os EUA tornam-se a primeira superpotência, pois, desenvolvem uma indústria moderna e inovador para responder à crescente procura pelos seus produtos. Desenvolvendo o consumo em massa. 5. Esclarece o que era o “american way of life”. R. O american way of life, era um estilo de vida moderno e atarefado, onde a prosperidade parecia não ter fim. A difícil recuperação económica da Europa (Páginas 14 e 15) Quantidade de marcos necessários para a compra de uma onça* de ouro, na Alemanha (1919-1923) Inflação galopante – a procura excedia a oferta = racionamento dos bens essenciais. Assim, os preços subiram e tornaram-se incomportáveis para as classes médias, pois os salários não acompanhavam os aumentos. Para fazer face à crise os governos colocaram mais moeda a circular, que não se fez acompanhar pelo desenvolvimento produtivo. Ou seja, a moeda que circulava não acompanhava a riqueza dos Estados, perdendo valor = Crises inflacionárias ou inflação. *1 onça = 28, 349 A difícil recuperação económica da Europa (Páginas 14 e 15) Países particularmente afetados pela crise, uma vez que pagavam elevadas indeminizações de guerra: Alemanha Áustria Hungria A difícil recuperação económica da Europa (Páginas14 e 15) Agravamento do défice – a Europa encontrava-se dependente dos empréstimos e fornecimentos materiais estrangeiros. Devido ao facto de se produzir pouquíssima quantidade e por isso a exportação ser quase inexistente, o recurso a empréstimos era inevitável. Quando a moeda na Alemanha perde valor. O fim da hegemonia Europeia (Páginas14 e 15) A partir de 1914 Primeira década do século XX A Europa encontra-se numa Europa detém a hegemonia situação de dependência em industrial, comercial e financeira. relação aos EUA. O fim da hegemonia Europeia (Páginas14 e 15) Desvalorização de moedas europeias em relação ao dólar Moedas Percentagem Mesmos os países que não viram o seu território destruído sentiram Libra Esterlina 27% dificuldades devido à desorganização do comércio internacional. Franco 63% Marco alemão 98% A dependência em relação aos EUA (Páginas 14 e 15) O país não Os EUA sofreu tornaram-se nos diretamente o banqueiros dos impacto da 1.a países europeus. Guerra Mundial. EUA Concessão de empréstimos Recuperação económica Aliados Pagamentos das indeminizações de guerra Alemanha A dependência em relação aos EUA (Páginas 14 e 15) O país não Os EUA Aproveitamento sofreu tornaram-se nos dos inúmeros diretamente o banqueiros dos recursos internos impacto da 1.a países europeus. como o petróleo e Guerra Mundial. minerais. A dependência em relação aos EUA (Páginas 14 e 15) O país não Os EUA Aproveitamento sofreu tornaram-se nos dos inúmeros diretamente o banqueiros dos recursos internos impacto da 1.a países europeus. como o petróleo e Guerra Mundial. minerais. Aplicação de novos métodos de produção nas suas indústrias. Novos métodos de produção e de organização do trabalhos (páginas 16 e 17) Taylorismo Fordismo A ascensão económica dos EUA (Páginas 16 e 17) Frederik Taylor desenvolveu o Taylorismo: assenta na ideia de que a cada trabalhador deve ser atribuída uma tarefa específica. Essa tarefa deve ser cumprida no menor tempo possível e com grande precisão; Desenvolve o trabalho em cadeia: cada trabalhador é responsável pela mesma função, repetindo os mesmos movimentos de forma sistemática e rápida. Frederik Taylor (1856 – 1915). A ascensão económica dos EUA (páginas 16 e 17) Henry Ford foi o criador e dono da Ford Motor Company; Desenvolveu o Fordismo: método de trabalho assente na produção em série de peças e modelos uniformizados = estandardização. Monopólio comercial – concentrações empresariais que ditam as regras referentes à produção, preços e mercados. Henry Ford (1863 – 1947). A ascensão económica dos EUA (páginas 16 e 17) A junção do taylorismo com o fordismo deu aos EUA a oportunidade de produzir em grandes quantidades, de forma rápida e económica. Produção em Produção em Estandardização série série Boom industrial O modelo americano estendeu-se à Grã-Bretanha, França e Alemanha – concorrentes dos EUA; Falsa sensação estabilidade e crescimento económico – economia dos anos 1920 (crise de 1920-1921) instável e especulativa, pois os preços baixos e a subida dos salários deu uma ilusão de euforia permanente. A dependência em relação aos EUA (Páginas 14 e 15) O país não Os EUA Aproveitamento sofreu tornaram-se nos dos inúmeros diretamente o banqueiros dos recursos internos impacto da 1.a países europeus. como o petróleo e Guerra Mundial. minerais. Aplicação de Crescimento novos métodos económico e o fácil de produção acesso ao crédito nas suas impulsionaram o indústrias. consumo e a produção. Um Novo Modo de Vida nos EUA O mercado americano foi inundado de bens de consumo que, antes, eram acessíveis apenas a uma pequena minoria. As casas comuns passaram a ter eletricidade. As famílias da classe média adquiriam telefones, rádios, gramofones, aspiradores e frigoríficos. Milhões iam ao cinema todas as semanas. Os automóveis deixaram de ser um luxo e tornaram-se produtos do mercado de massas. O sonho americano parecia ter-se tornado uma realidade quotidiana. "Toda a gente devia ser rica", anunciou [...] o diretor da General Motors [...].” A economia dos Estados Unidos foi impulsionada pelos reembolsos dos empréstimos de guerra e por uma política de "dinheiro fácil" (crédito barato graças às baixas taxas de juro). Foi isto que permitiu que a economia norte-americana crescesse durante uma década. Neil Faulkner, Uma História Radical do Mundo, Edições 70, Lisboa, 2020, pp. 384-385. O desenvolvimento do consumo (Páginas 16 e 17) Concessão de créditos; Aumento dos salários Promoção do consumo e dinamização da economia “Toda a gente tem um carro menos nós. Você também pode ter um automóvel sem ter falta de dinheiro e agora é a altura ideal para comprar um − através do método mais fácil e simples alguma vez criado.” Cartaz publicitário da Ford Motor Company, 1920. A dependência em relação aos EUA (Páginas 14 e 15) O país não Os EUA Aproveitamento sofreu tornaram-se nos dos inúmeros diretamente o banqueiros dos recursos internos impacto da 1.a países europeus. como o petróleo e Guerra Mundial. minerais. Aplicação de Crescimento População novos métodos económico e o fácil procurava gozar de produção acesso ao crédito a prosperidade nas suas impulsionaram o após o período indústrias. consumo e a de guerra. produção. O crescimento da economia americana foi, ainda, fomentada por monopólios de grandes empresas, que estabeleciam as regras de produção, os preços e a regulação do mercado. “O grande negócio da América são os negócios” Coolidge (presidente dos EUA 1923-1928) Durante o mandato de Coolidge Presidente EUA 1923-28) verificou-se: ▪ Crescimento em 64% da produção industrial; ▪ Alargamento do mercado interno (121 milhões de habitantes); ▪ Alargamento do mercado externo; ▪ Expansão do crédito; ▪ Expansão da Bolsa; ▪ Concentração industrial em Trusts e holdings Trusts – união ou fusão de duas empresas. Holdings Diferentes companhias dominadas por uma organização central. Novos métodos de produção exigiam grandes investimentos; Apenas as maiores empresas tinham sucesso; Levou à concentração de empresas (trusts); Desenvolvimento do monopólio; Desenvolvimento do capitalismo liberal –livre mercado, livre câmbio, livre concorrência. Reinvestimento dos lucros. Anos 20: a época de todas as (des)ilusões (Páginas 14 e 15) O aumento da produção e do comércio, permitiu: Produtos Aumento dos Aumento do mais baratos mercados consumo Os loucos anos 20 The american way of life O crescimento urbano (Páginas 26 e 27) Na primeira metade do século XX, as cidades cresceram de tal forma que nasceram grandes metrópoles e megalópoles, onde habitavam milhões de habitantes. Em alguns países a população urbana ultrapassou a população rural. As cidades eram centros Linha de comboio elevada, com velocidade de 19 Km\h das atividades fundamentais da vida, nelas encontravam-se: Sedes políticas e administrativas; Sedes bancárias; Sedes comercias; Sedes industriais; Transportes; Hospitais; Escolas; Entre outros. Consequências da transformação urbana: As zonas residenciais aumentaram; A construção em altura aumentou; O tráfico (trânsito) e a poluição intensificaram-se; O centro da cidade passaram a ser as zonas de comércio; As sedes dos vários serviços passaram a agregar um grande número de pessoas e, assim, tornaram-se “novos centros”; Aumento do número de escolas; tribunais; hospitais; mercados; redes de abastecimento de Um trabalhador da construção civil em cima do Empire águas e de esgotos; State Building, durante a sua construção em 1930, com eletricidade e gás; recolha o Edifício Chrysler ao fundo Os “loucos anos 20” (Páginas 26 e 27) Durante este período, as cidades reanimaram-se e o modo de vida transformou-se, surgindo novos hábitos de lazer. Questionário – A sociedade dos anos 20 1. Aponta duas alterações que a Europa sofreu, após a Primeira Guerra Mundial. 2. Indica a nova “locomotiva” económica e cultural do mundo, depois da guerra. 3. Revela algumas alterações visíveis na sociedade após a Grande Guerra. Correção 1. Aponta duas alterações que a Europa sofreu, após a Primeira Guerra Mundial. R. Novo mapa político (fim dos impérios e formação de novos Estados) e novas ideologias e regimes políticos. 2. Indica a nova “locomotiva” económica e cultural do mundo, depois da guerra. R. Os Estados Unidos da América (EUA). 3. Revela algumas alterações visíveis na sociedade após a Grande Guerra. R. As mentes ficaram mais abertas, as pessoas queriam mais liberdade e prazer. Os “Loucos anos 20” (Páginas 28 e 29) A Primeira Guerra Mundial trouxe consigo morte e destruição, deixando, no Ocidente, um profundo sentimento de angústia e sofrimento; De forma a apagar da memória os horrores da guerra, os países industrializados ocidentais, na década de 1920, procuraram viver a vida de uma forma frenética, adotando novos hábitos de lazer e uma intensa vida noturna. Leitarias e casas de DESEJO DE Cafés e restaurantes chá VIVER Novos estilos de dança INTENSAMENTE Cabarés e (charleston, foxtrot, clubes noturnos tango) SOCIABILIZAÇ ÃO Novos registos Popularidade dos musicais (jazz) automóveis e dos aviões BOÉMIA Gosto pelo cinema e Vestuário mais DIVERSÃO pelo desporto prático e cómodo MODA Os “Loucos anos 20” (páginas 28 e 29) A vida urbana de 1920: As mulheres passaram a trabalhar fora de casa; Maior número de habitantes, menos comunicação e interação com a vizinhança = indiferença social; Ritmos de vida padronizados; Estilo de vida moderna “American Way of Life”; Zonas de degradação – marginalização; Também se verifica o convívio em restaurantes, bares e cabarés; as alterações na moda (mais prática e confortável); o acesso a bens de consumo que facilitaram a vida doméstica (frigorífico, máquina de lavar a roupa, fogão e rádio). A crise dos valores tradicionais (páginas 30 e 31) Após o fim da guerra vamos assistir a várias reações contraditórias: Descrença no otimismo que se fez crescer ao longo do século XIX; Abandono dos valores tradicionais, como a família, o casamento, a sexualidade...; Regresso, por parte de alguns, à religião; Procura de diversão e de uma vida assente no luxo; Pacifismo, como foi o caso do desarmamento das nações; Orgulho nacional = nacionalismos. Assistimos a uma anomia social. A emancipação feminina (páginas 32 e 33) Durante a I Guerra, as mulheres foram obrigadas a entrar no mercado de trabalho em substituição dos homens, enviados para a frente de batalha, ou mortos em combate. Este papel ativo que assumiram na sociedade permitiu-lhes adquirir independência e um novo estatuto social. As mudanças registaram-se, não só, a nível familiar, mas também no convívio social. A EMANCIPAÇÃO FEMININA A alteração do papel da mulher na sociedade contribuiu para o seu reconhecimento e para a afirmação do feminismo. A EMANCIPAÇÃO FEMININA O QUE É O FEMINISMO? Movimento de contestação surgido no século XIX e que se afirmou no século XX. Defende os direitos das mulheres com base no princípio da igualdade entre géneros, de modo a alcançarem o mesmo estatuto político, económico e social. A luta pelo direito de voto acentuou-se com os movimentos sufragistas, muitas vezes marcados por protestos, prisões e greves de fome. A descrença no pensamento positivista e as novas conceções científicas (páginas 34 e 35) O início do século XX foi, também, marcado por uma mudança de perspetiva da ciência, que contribuiu para uma nova conceção do indivíduo e do universo. Bebedetto Croce → Benedetto Croce contestou as teorias positivistas; História → Croce negou às ciências sociais e humanas, em geral, à história, em particular, o caracter de ciências objetivas. → Todo o conhecimento histórico é um conhecimento relativo e substantivo. → No seculo XX, outros campos da ciência abandonam o racionalismo, a certeza e o absoluto, para adotar a incerteza e o relativismo. Sigmund Freud → reforço do estatuto de ciência da História; Ciências Sociais → a Psicologia e a Sociologia adquiriram um papel importante no estudo do comportamento do indivíduo e da sua integração na sociedade (com destaque para a contribuição de Sigmund Freud - psicanálise); → a Demografia, a Geografia, a Economia e a Antropologia desenvolveram-se enquanto importantes áreas do conhecimento sobre o papel do indivíduo na sociedade. → Albert Einstein, através da sua Teoria da Relatividade, desenvolveu uma nova dimensão espaço-tempo e os seus estudos Ciências Físicas e contribuíram para o Albert Einstein Químicas desenvolvimento de novos caminhos para a ciência. → Desenvolvimento da Teoria do Big Bang, segundo a qual a explosão de um átomo terá dado origem ao Universo. → No campo da energia atómica, cientistas investigaram a estrutura do átomo, conduzindo a avanços no campo da energia nuclear.