Análise dos Hábitos de Lazer dos Jovens Adultos em Tempos de Pandemia da COVID-19 em Goiânia - PDF

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul

Douglas de Souza Martins, Guillermo de Ávila Gonçalves

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Lazer Pandemia COVID-19 Jovens Adultos

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This document analyses the leisure habits of young adults during the COVID-19 pandemic in Goiânia. It explores classical and contemporary concepts of leisure, the pandemic's impact on leisure activities, and presents research methodology. It suggests further academic research on leisure and tourism in different age groups in Brazil.

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1 ANÁLISE DOS HÁBITOS DE LAZER DOS JOVENS ADULTOS EM TEMPOS DE PANDEMIA DA COVID-19 EM GOIÂNIA Douglas de Souza Martins1 Guillermo de Ávila...

1 ANÁLISE DOS HÁBITOS DE LAZER DOS JOVENS ADULTOS EM TEMPOS DE PANDEMIA DA COVID-19 EM GOIÂNIA Douglas de Souza Martins1 Guillermo de Ávila Gonçalves² Resumo Este artigo analisa os hábitos de lazer dos jovens adultos no período da pandemia de Covid- 19 em Goiânia. São apresentados conceitos clássicos e contemporâneos do lazer segundo as visões crítica e funcionalista, bem como os conceitos-chave de diversos pesquisadores do tema. Em seguida, é apresentado um panorama geral da pandemia do novo coronavírus no tocante ao seu surgimento e principais desdobramentos causados na sociedade e, em paralelo, o impacto observado nas atividades de lazer. Para levantamento dos dados foi aplicado um questionário por intermédio da plataforma Google Forms, cujas respostas foram analisadas qualitativamente, em que se pôde observar uma predominante redução no tempo dedicado ao lazer e ainda uma diminuição das atividades de lazer em ambiente externo. Desse modo, são sugeridas pesquisas acadêmicas com o objetivo de levantar os dados em outras faixas etárias do território brasileiro e uma correlação com o que já foi apurado para o crescimento da pesquisa acadêmica nas disciplinas associadas ao lazer e ao turismo. Palavras-chave: lazer; pandemia; Covid-19. Análisis de los hábitos de ocio entre jóvenes adultos durante la pandemia de la COVID-19 en Goiânia/Brasil Resumen Este artículo analiza los hábitos de ocio de los adultos jóvenes durante la pandemia del Covid-19 en Goiânia-Brasil. Se presentan conceptos clásicos y contemporáneos del ocio según la visión crítica y funcionalista, así como los conceptos clave de varios investigadores sobre el tema. A continuación, se presenta un panorama de la pandemia del nuevo coronavirus en cuanto a su aparición y principales desarrollos provocados en la sociedad y, en paralelo, el impacto observado en las actividades de ocio. Para relevar los datos se aplicó un cuestionario a través de la plataforma Google Forms, cuyas respuestas fueron analizadas cualitativamente. La investigación mostró una reducción predominante en el tiempo dedicado al ocio y una disminución en las actividades de ocio en un entorno externo. De esta manera, se sugiere una investigación académica con el objetivo de recolectar datos en otros grupos de edad en el territorio brasileño y una correlación con lo ya determinado para el crecimiento de la investigación académica en las disciplinas asociadas al ocio y al turismo. Palabras clave: ocio; pandemia; COVID-19. 1 Acadêmico do Curso de Bacharelado em Turismo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). Tecnólogo em Design Gráfico pela Faculdade de Tecnologia Senac Goiás ([email protected]) ² Doutor em Educação pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) ([email protected]) 2 I - INTRODUÇÃO Atualmente, a pandemia de Covid-19 tem modificado o cotidiano de toda a população mundial, alterando a forma como as pessoas se locomovem e se relacionam. O lazer foi altamente impactado, visto que as determinações de isolamento social fazem com que o processo de fruição desta dimensão da vida seja refletido e reinventado. O presente artigo busca fazer um levantamento de como as atividades de lazer em Goiânia foram influenciadas pela pandemia de Covid-19, bem como analisar e identificar as novas formas de lazer que foram anexadas ao dia a dia dos habitantes da localidade alvo deste estudo. Objetivamos também traçar um perfil das atividades de lazer em Goiânia durante o período de isolamento social, e verificar os impactos positivos e negativos nos momentos de lazer e entretenimento dos jovens adultos com idades entre 18 e 30 anos. Buscamos, ainda, por intermédio dos resultados obtidos, apurar o que foi mantido ou aprimorado nos hábitos de lazer adquiridos e/ou desenvolvidos no período estudado. Para tanto, foram utilizados estudos de caráter exploratório com o intuito de levantar os dados bibliográficos para melhor desenvolvimento do trabalho de pesquisa científica. Posteriormente, foi iniciada a pesquisa de campo utilizando-se de abordagem qualitativa e através de formulário próprio na plataforma Google Forms. II - REVISÃO DE LITERATURA Neste tópico apresentamos uma revisão histórica do lazer desde os primórdios do estudo acadêmico feito pelo sociólogo francês Joffre Dumazedier ainda na década de 1970 e finalizamos com os pesquisadores mais contemporâneos como Christianne Gomes e Nelson Marcellino com suas respectivas contribuições na forma de proposição de definições do conceito de lazer e a sua funcionalidade e relevância no dia a dia da população. Sobre a pandemia de Covid-19, segue um relato de como o vírus surgiu em território chinês e suas peculiaridades na forma de principais sintomas, diagnósticos e possíveis sequelas para os cidadãos e a sua disseminação posterior. Neste artigo, analisamos como o lazer foi impactado por intermédio do isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus. 3 2.1 - Sobre o lazer Um dos precursores na pesquisa e conceituação do lazer foi o sociólogo francês Joffre Dumazedier, cuja pesquisa insere-se no contexto de uma sociedade industrial e a sua cultura popular. Inicialmente, ele definiu o lazer como: “[...] um conjunto mais ou menos estruturado de atividades com respeito às necessidades do corpo e do espírito dos interessados: lazeres físicos, práticos, artísticos, intelectuais e sociais.” (DUMAZEDIER, 1979, p. 92). De acordo com a teoria proposta, na composição do lazer existe uma divisão em diversas naturezas particulares, segundo a qual a atividade necessita de liberdade nas preferências peculiares de cada indivíduo. Além disso, o processo deve ser livre de imposição de algum compromisso formal e de obtenção de uma presumível rentabilidade financeira. E, por fim, vale salientar que existe a expressa intenção na busca de prazer imediato e satisfação individual (DUMAZEDIER, 1979). No tocante às funções do lazer, Dumazedier (2004) salienta três funções primordiais para o seu pleno exercício, a saber: descanso, entretenimento e desenvolvimento. O descanso é retratado como compensação das aflições do ambiente cotidiano e, sobretudo, do ambiente corporativo. Já o entretenimento compreende um tipo de evasão das tensões do dia a dia, como exemplo, nas atividades físicas ou no consumo de algum tipo de mídia. E encerra com o desenvolvimento em que a atividade de lazer busca incremento no aprendizado e nas relações humanas. Em paralelo ao proposto na teoria de Dumazedier, Santos e Pacheco (2019) destacam que a necessidade de um tempo livre para repouso e relaxamento é oriunda dos tempos de Revolução Industrial, em que, pouco a pouco, os trabalhadores, através de muito esforço, foram conquistando o direito a um período remunerado de não trabalho destinado à manutenção da vida e do lazer. Logo, a prática do lazer foi conquistada de forma gradativa e sua importância foi elevada no decorrer dos anos. Ampliando o estudo sobre o lazer, podemos perceber uma expansão da sua conceituação no decorrer dos anos e uma revisão crítica da teoria proposta por Dumazedier. Sendo assim, Gomes (2011) enfatiza a influência dos estudos precursores dessa área no enaltecimento em demasia dos valores europeus agregados do cenário industrial do período em que foram realizados e deixando de lado o rico campo de estudos latino-americanos, por exemplo. Em uma de suas muitas contribuições, Gomes (2011, p. 16-17) ressalta que [...] o lazer representa a necessidade de fruir, ludicamente, as incontáveis práticas culturais constituídas, socialmente, em cada contexto. Essa necessidade pode ser 4 satisfeita de múltiplas formas, segundo os valores e interesses dos sujeitos, grupos e instituições em cada contexto histórico, social e cultural. Por isso, o lazer precisa ser tratado como um fenômeno social, político, cultural e historicamente situado. No campo das contribuições para a construção de conceitos, Gomes (2011) salienta que a atividade de lazer se orienta como uma necessidade humana e como dimensão da cultura em bases primordiais, que são: os jogos e brincadeiras que buscam a criatividade, tradições e valores culturais, e ainda o ambiente comunitário onde os indivíduos se socializam em um contexto de educação e aprendizagem. No que tange à ludicidade, Gomes (2011) realça que a atividade de lazer é capaz de levar os praticantes a expressar uma série de sensações e sentimentos, visto que o indivíduo estimula o alegórico e intensifica suas emoções. Mesmo que isso não signifique obter um resultado satisfatório no fim do processo, mas se deve levar em conta toda a vivência da atividade em questão. Como exemplo, ao consumir um espetáculo teatral, mesmo que ao final da apresentação de certa forma o sujeito não tenha gostado da performance dos atores, ainda assim o processo de usufruir o lazer não será de todo comprometido. Isso porque a vivência do lazer sempre leva a pessoa a buscar novas categorias e de certa forma sempre retomar a sua prática. Em paralelo ao que foi acima citado, Gomes reforça: [...] que o lazer, por meio de diferentes experiências, pode contribuir com a elaboração de valores e caminhar em direção ao processo de re-construção de nossa sociedade. Enquanto necessidade humana e dimensão da cultura, o lazer é um fenômeno que pode aguçar as sensibilidades (sensibilidade que está relacionada ao plano sensorial, mas que deve ser também sensibilidade afetiva e não somente racional, artística, estética, ética, social, política, ecológica, etc.), estimular as pessoas a pensar sobre as sociedades para transformá-las e refletir sobre aspectos mais amplos. (GOMES, 2011, p. 21). Ainda em relação ao lazer como necessidade e dimensão da cultura, Gomes (2011) enfatiza que as atividades de lazer estão inseridas em um tempo/espaço social que resulta das relações sociais e da natureza por intermédio de aspectos tangíveis, metafóricos, racionais e abstratos. Sendo assim, por intermédio das vivências, permite-se uma nova forma de desenvolver os princípios e ainda buscar um novo modelo de composição social para que aconteça, durante o processo, um incentivo às novas formas de refletir sobre as sociedades no sentido da transformação. Considerando o significado do lazer na vida das pessoas, Marcellino (2002) aponta que não se deve submeter somente as interpretações à vertente do descanso, repouso e diversão, uma vez que podemos observar que o lazer é muito mais abrangente. Então, 5 semelhante ao que foi proposto por Gomes (2011), ele pode transformar o âmbito social e cultural dos seus praticantes. Sobre os valores do lazer, Marcellino (2002) acentua a existência de quatro maneiras de abordar a sua prática. A primeira é sua relação com o trabalho, na medida em que a prática da atividade de lazer poderia reparar as mazelas da vida laboral e culminar numa abordagem compensatória. Na abordagem romântica, evidencia-se o apreço pelo passado e os valores sociais mais convencionais. Já na visão moralista, o lazer é visto como uma via de “mão- dupla”, existindo um cenário onde a atividade pode trazer alguns princípios benéficos ou nocivos, isolados ou em concomitância, desestabilizando determinada comunidade local onde a atividade estiver inserida. E, por fim, a visão utilitarista, que flerta com os conceitos mais voltados para os interesses do ramo empresarial e industrial buscando a produtividade através de uso sistematizado do lazer de seus subordinados. Enfatiza-se, desse modo, a importância do lazer dos trabalhadores no incremento da produtividade e, consequentemente, a busca do incremento de seus negócios. Na visão de Morin (apud ALMEIDA; GUTIERREZ, 2004), o lazer é contemplado como acesso ao tempo livre e vinculado ao tempo industrial e dotado, como características essenciais, do repouso, da recuperação do trabalho e da reprodução da sociedade do consumo. Já Krippendorf (2009, p. 34) apresenta o lazer sob o ponto de vista das viagens como uma reconstituição e recriação do homem, onde se promove a cura e sustento do corpo e da alma, conferindo uma fonte de forças vitais e trazendo significado à vida. Lembramos que o universo das viagens consiste somente em uma vertente dentro de um universo de possibilidades que o lazer confere ao homem moderno. Ainda podemos constatar outra exposição da caracterização do lazer na dimensão do prazer em que Almeida e Gutierrez (2004) ressaltam que a prática do lazer é geralmente centrada na busca de algum nível de prazer. Isso independe se o indivíduo em questão realmente logrará êxito em sua busca por entretenimento incorporado de sensações deleitosas. 2.2 - A pandemia da Covid-19: a origem e seus desdobramentos O ano de 2020 foi altamente impactado pela pandemia de Covid-19, período em que diversos países ao redor do mundo foram acometidos por uma série de óbitos e uma alta demanda nos estabelecimentos dotados de unidade de tratamento intensivo (UTI). Os 6 primeiros relatos da manifestação do novo coronavírus datam de dezembro de 2019, estando os pacientes acometidos por um tipo de pneumonia grave e até então desconhecida. Os primeiros casos foram localizados na cidade de Wuhan, situada na província de Hubei, na China. Em poucas semanas o vírus já havia se espalhado por diversos países do mundo (ZU et al., 2020). O processo de contaminação se dá pelo contato com as partículas do vírus presentes em objetos e superfícies contaminadas e ainda em secreções expelidas pelos sujeitos contaminados, dado que o tempo que decorre entre a introdução do agente infeccioso no organismo e a manifestação dos primeiros sintomas da doença leva em média de dois a quatorze dias corridos. Os principais sintomas que acometem os infectados pelo novo coronavírus assim se notabilizam: febre alta, falta de ar, tosse e cansaço. O exame mais utilizado para o diagnóstico de Covid-19 é o RT-PCR destinado a pacientes com e sem os sintomas do novo coronavírus (XAVIER et al., 2020). [...] quando comparada com a infecção por Influenza, a Covid-19 apresenta sintomas clínicos semelhantes, mas com maior proporção de evoluções para infecções graves e críticas, exigindo oxigenoterapia e suporte ventilatório. (Ibidem, p. 4) Referente à característica prevalecente na mortalidade dos contagiados, foi verificada uma alta taxa de óbitos na população idosa acima de 80 anos, em virtude de doenças preexistentes como pressão alta, doenças cardiovasculares e enfermidades oriundas do sistema respiratório e que contribuem diretamente para o agravamento do quadro clínico dos pacientes com idade avançada (Idem). No Brasil, o primeiro relato de Covid-19 foi noticiado na Folha de São Paulo, no dia 17 de janeiro de 2020, abordando que uma doença respiratória misteriosa havia vitimado dois cidadãos em território chinês e que o fato despertou a atenção do governo norte- americano. Hoje sabemos que, dias após a notícia em questão, o vírus já estava circulando em território brasileiro. Conforme apuração proposta no trabalho de Silva (2020), houve um equívoco por parte do Ministério da Saúde durante as divulgações do número de casos. Até então, o primeiro caso, datado de 26 de fevereiro, foi atribuído a um homem de 61 anos que havia viajado para a Itália. Mas, após investigação retrospectiva, sabemos que no dia 23 de janeiro é que ocorreu o primeiro relato de contaminação em território brasileiro, o de uma idosa do estado de Minas Gerais. De acordo com os dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2020) coletados no dia 5 de março de 2021 do Painel Coronavírus, disponibilizado em portal da internet, foram 7 computados 10.793.732 casos confirmados e 260.970 óbitos confirmados do novo coronavírus em todo o Brasil. Já segundo o Jornal Nacional (2021), levando em consideração as informações prestadas pelo consórcio dos veículos de comunicação G1, O Globo, Extra, O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e UOL, através de dados coletados das secretarias estaduais de saúde, foram apurados 10.796.506 casos confirmados e 261.188 óbitos confirmados do novo coronavírus no território brasileiro. Quanto ao processo de imunização da população brasileira, o Ministério da Saúde informou, através do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, na data de 16 de dezembro de 2020, que foram efetuadas encomendas de milhões de doses de vacina e ainda comunicados de interesse diversos laboratórios espalhados por todo o mundo. E, no dia 18 de janeiro de 2021, o Ministério da Saúde deu início à campanha de vacinação contra a Covid-19, enviando as primeiras doses da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan para todos os estados brasileiros e, até o fechamento da redação deste artigo, o processo de imunização da população brasileira continua em andamento (BRASIL, 2020). Com referência às sequelas causadas pela Covid-19, em estudo realizado na cidade chinesa de Wuhan entre os meses de janeiro e maio de 2020, foram selecionados 1.733 pacientes em amostra estatística para apurar quais sequelas mais se manifestaram na fatia da população analisada após o processo de contágio do novo coronavírus. No período de seis meses após a grave infecção, bem como alta hospitalar, foram observadas algumas sequelas genéricas na porção de indivíduos investigados como fragilidade muscular, distúrbios do sono e ainda alguns quadros de doenças psiquiátricas (HUANG et al., 2021). 2.3 - A Covid-19 versus lazer: vinculação de novas rotinas e significados Com o isolamento social determinado pela pandemia do novo coronavírus, vimos que a sociedade brasileira passou a repensar a forma de praticar suas atividades de lazer e em especial no ambiente doméstico. Assim, Uma questão muito importante em relação à casa como espaço de lazer é que muitos lares não foram preparados para presença diária e conjunta de todos os seus membros. Antes, com as longas jornadas de trabalho e deslocamentos até o ambiente profissional, principalmente para os que vivem em grandes cidades, as pessoas criaram o hábito de se manter muito tempo fora dos lares, exceto nos finais de semana, feriados e período de férias. A pandemia forçou todos a ficarem em seus lares como único meio de proteção contra o vírus que se espalha rapidamente. (CLEMENTE; STOPPA, 2020, p. 467) 8 Então, a criatividade e a flexibilidade do povo brasileiro fizeram com que as medidas protetivas e o isolamento social fossem contornados através dos meios eletrônicos. Por intermédio das redes sociais e outras plataformas da internet, diversos artistas e variados produtores de conteúdo puderam chegar ao seu público através de transmissões ao vivo intituladas de lives e disponibilizadas online, geralmente no YouTube e Instagram. Até mesmo o evento caracterizado como happy hour, muito difundido no ambiente corporativo, teve de passar por transformações, sendo então realizado em plataformas de vídeoconferência como o Google Meet, o Zoom e o Skype. No campo das atividades físicas, essas foram seriamente impactadas, visto que os centros de prática de esporte e as academias ficaram fechados por diversos meses. Logo, a população improvisou breves caminhadas no entorno de suas residências e exercícios que o ambiente domiciliar poderia proporcionar. Já no meio cultural, as plataformas de streaming como Netflix e Globoplay, segundo Cury (2020), viram o consumo de filmes e séries crescer vertiginosamente. Isto acarretou uma diminuição da qualidade de vídeos disponibilizados, com o intuito de não sobrecarregar a estrutura das plataformas. Nesse período, houve interesses manuais do lazer, como a prática da culinária no domínio doméstico, que recebeu uma grande atenção por parte dos brasileiros, em virtude de muitos estarem em casa devido ao amplo regime de trabalho em casa, denominado home- office, o qual teve a adesão de diversas empresas por todo o território nacional. Muitas pessoas se viram obrigadas a desenvolver e incrementar seus conhecimentos na culinária de forno e fogão pelo fato de ter uma cozinha a ser utilizada e o alto custo dos serviços de delivery ofertados pelos restaurantes. Tamanha dedicação fez com que, segundo Moura (2020), houvesse um aumento considerável no decorrer do ano de 2020 na busca de termos como “receita de pão” e “receita” na plataforma de pesquisa Google. Logo, carece de uma pesquisa ou levantamento científico para apurar se estes “novos cozinheiros” lidam com esse redescobrimento da cozinha como efetiva atividade de lazer durante o período da pandemia do novo coronavírus. Em contraponto, existem aqueles que não respeitaram os decretos públicos de isolamento social para evitar a disseminação do novo coronavírus. No âmbito do lazer, estão ocorrendo eventos paralelos que foram denominados pela mídia de festas clandestinas, onde centenas ou milhares de pessoas se reúnem em locais públicos e/ou privados indo contra as determinações de isolamento social impostas pelos governos de esfera municipal e estadual com a finalidade de conter o contágio e, consequentemente, o aumento dos casos de Covid- 9 19. De acordo com Rocha (2020), as aglomerações causadas por esses eventos favorecem ainda o mais o contágio e espalhamento do vírus, uma vez que dificilmente os participantes utilizam algum equipamento de proteção individual como as máscaras de proteção facial. E, em alguns casos, tais eventos foram paralisados durante a sua realização por diversos órgãos policiais e de fiscalização e multas foram aplicadas aos responsáveis pela organização deles. III - Discussão dos resultados Com o intuito de levantar os dados relativos à mudança na percepção e experiência do lazer do goianiense antes e durante a pandemia de Covid-19, foi aplicado o questionário de pesquisa com foco na faixa etária dos jovens adultos entre 18 e 30 anos. Para tanto, foi utilizada a plataforma Google Formulários como suporte para sua confecção e aplicação por meio eletrônico, visto que, em virtude do isolamento social imposto pela pandemia, não seria viável a ocorrência de entrevistas presenciais. Para divulgação e distribuição do questionário foram utilizadas algumas plataformas de redes sociais do autor como Twitter, Instagram, Linkedin e Facebook. Foram realizadas publicações diárias no perfil pessoal e grupos de interesses diversos nas plataformas em questão, com o objetivo de alcançar o maior de número de possíveis respondentes. Paralelamente, também foi criada uma lista de transmissão por meio do aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp na conta pessoal do autor para amplitude da divulgação do questionário. O questionário foi disponibilizado no dia 15 de janeiro de 2021 e foi fechado para respostas no dia 21 de janeiro de 2021: foram computadas 139 respostas distribuídas por diversos estados brasileiros. As questões abordadas foram, inicialmente, os dados pessoais (nome, gênero, estado civil, faixa etária, tipo de moradia, grau de escolaridade, renda, cidade e estado onde reside). Já com relação ao lazer, optamos por cinco questões que buscaram descobrir a definição do lazer e se o tempo de dedicação às atividades de lazer foi impactado em virtude da pandemia. Visamos ainda a determinação dos tipos de atividades de lazer realizadas antes e durante a pandemia. Também solicitamos, de forma opcional, um breve relato de quais modificações o(a) entrevistado(a) observou comparando suas experiências de lazer antes e durante a pandemia. Dentre as respostas predominantes nos dois cenários, citamos o conteúdo audiovisual (shows musicais, programas de TV, seriados, filmes, etc.) e o lazer eletrônico (vídeo-game, 10 celular, tablet, leituras/e-books, etc.). Em relação aos itens predominantes no pré-pandemia e praticamente inexistentes durante a pandemia, destacaram-se o turismo (viagens, passeios, excursões, etc.) e também as participações em festas e eventos sociais e/ou musicais. Quanto aos itens predominantes durante a pandemia e não no pré-pandemia, observamos a navegação em redes sociais (facebook, twitter, instagram, etc.) em maior evidência, e secundariamente o item jardinagem. De posse das respostas computadas no sistema do Google Formulários, as vinte primeiras respostas de moradores de Goiânia, na faixa etária de 18 a 30 anos, foram separadas com foco na análise qualitativa e secundariamente nos dados que requerem avaliações quantitativas. Destacamos que a análise estatística quantitativa não se constituiu em uma prioridade metodológica em nosso trabalho, ao contrário da perspectiva qualitativa. No que se refere à pesquisa qualitativa, Veal (2003) menciona que os conceitos emergem dos participantes, e não do pesquisador. Sobre os dados pessoais do público analisado, seguem algumas informações: Na amostra de vinte jovens adultos, vimos a predominância do gênero feminino com 85% do total. Gráfico 1: Gênero Fonte: Dados coletados pelos autores (2021). 11 Entre os jovens goianienses da amostra coletada, cerca de 80% se declararam com o estado civil de solteiros. Gráfico 2: Estado civil Fonte: Dados coletados pelos autores (2021). 12 No que se refere à moradia, o item casa/aptº próprio obteve 50% das menções, seguidos por casa/aptº alugado, com 35%. Gráfico 3: Moradia Fonte: Dados coletados pelos autores (2021). 13 Em relação ao grau de escolaridade, pode-se observar a predominância de respondentes oriundos do meio acadêmico. Cerca de 90% dos respondentes da amostra frequentam ou já participaram de cursos de nível superior. Acreditamos que o alto alcance de respostas de universitários se dá pelo fato de os mesmos possivelmente se interessarem mais por responder formulários de pesquisa de conteúdo acadêmico. Gráfico 4: Grau de escolaridade Fonte: Dados coletados pelos autores (2021). 14 Em relação aos dados de renda coletados da amostra, cerca de 70% dos jovens analisados ganham até três salários mínimos. Gráfico 5: Renda Fonte: Dados coletados pelos autores (2021). Considerando os dados qualitativos, os conceitos que melhor se encaixam na definição do lazer, segundo o público analisado, são os termos diversão e descanso, indo ao encontro das definições clássicas de lazer já propostas e amplamente divulgadas na teoria de Dumazedier (2004). Quanto ao tempo de dedicação às práticas do lazer, a amostra examinada provou que, majoritariamente, todos relataram redução no tempo devotado ao lazer durante a pandemia de Covid-19. Abaixo seguem gráficos relativos aos dados diagnosticados: 15 Gráfico 6: Modificações de tempo em suas atividades de lazer comparando durante e antes da pandemia de Covid-19 Fonte: Dados coletados pelos autores (2021). Na análise do gráfico 7, o percentual excedeu o valor de 100% no somatório total, visto que foi permitido aos entrevistados mencionar um ou mais conceitos que melhor definissem o lazer na sua concepção particular. 16 Gráfico 7: Conceitos que se encaixam melhor na definição de lazer Fonte: Dados coletados pelos autores (2021). Finalizando com as formas de lazer relatadas antes e durante a pandemia, notamos uma ampla redução na diversificação dos tipos de lazer informados no período de pandemia em relação ao período livre de restrições. O turismo, as participações em festas e eventos sociais e as atividades físicas foram as principais formas de lazer que deixaram de existir em consequência da pandemia do novo coronavírus. Porém, algumas formas de lazer passaram a ser praticadas com maior frequência durante o período de pandemia, acentuando assim a navegação em redes sociais mencionada por diversos entrevistados. Na questão aberta relativa às modificações observadas no lazer antes e durante a pandemia, podemos testemunhar um relato de como a saúde mental foi prejudicada em 17 virtude da redução das atividades de lazer durante o isolamento social, e ainda outro em que o lazer entre os membros de família aumentou pelo fato de todos estarem mais tempo juntos em casa. Outro relato evidenciou que o lazer eletrônico causou uma falsa sensação de lazer que, ao invés de proporcionar um certo escape para o isolamento social, trouxe, na verdade, um aumento da ansiedade. Os dados coletados mostram que a pandemia afetou diretamente o lazer ligado à movimentação e encontro de pessoas e que privilegiou as atividades que não demandam o contato pessoal. Por mais que o público analisado tenha ficado possivelmente um tempo maior em suas residências em virtude do isolamento social decorrente da pandemia, podemos observar redução no tempo de dedicação destinado para as atividades de lazer. Isso leva à conclusão de que o lazer do público analisado possa ter sido realizado prioritariamente em atividades externas, visto que a participação em festas e eventos sociais e as atividades físicas são em maior parte realizadas em locais fora da residência do indivíduo, e junto ao turismo carecem de movimentação externa ao local de moradia. Portanto, a pandemia propiciou um novo modo de se enxergar um lazer de certa forma “interno”, no qual os indivíduos tiveram de se reinventar e descobrir novos tipos de atividades para os momentos de descanso e entretenimento dentro de suas residências em virtude dos diversos momentos necessários de isolamento. IV - Considerações finais Os conceitos de lazer com maior dominância, conforme a amostra analisada, foram a diversão e o descanso, o que vai ao encontro da visão funcionalista do lazer que é uma perspectiva clássica oriunda de estudiosos como Dumazedier e de ligação do lazer com o trabalho produtivo. Gomes (2011) ainda assinala que essa visão considera alguns pontos interessantes como reflexão e meditação, porém, deixa de lado a articulação com a democracia e a inclusão. Considerando o pensamento contemporâneo do lazer, existe ainda a visão crítica. E ambas as visões ideológicas são assim definidas: [...] a perspectiva crítica compreende o lazer como determinação do modo de produção capitalista e pressupõe, a partir do materialismo dialético, a formação cultural capaz de superar tal forma de organização social e econômica; já a vertente funcionalista, alicerçada no positivismo, acredita que o lazer seja um subsistema que ajuda o sistema a funcionar como está, levando o ser humano a conformar-se à sociedade (sem questioná-la) e a entender o próprio lazer como válvula de escape em relação às tensões sociais. (SILVA et al., 2011 apud GONÇALVES, 2014, p. 23) 18 Dessa forma, podemos observar que a visão ideológica crítica do lazer procura redefinir a relação com os modos de produção capitalista e busca o enriquecimento cultural e social dos indivíduos sem que o mesmo fique alienado a um sistema imposto em que o desenvolvimento e a educação não são levados em conta prioritariamente. Entendemos assim que, no território brasileiro, possam existir muitas iniciativas do campo público e privado em que os projetos de lazer vão além da dualidade entretenimento e repouso, permitindo formas pedagógicas e de evolução da população. Porém, o que foi obtido na amostra é que o lazer ainda inclui uma visão limitada por parte de seus participantes no caso dos jovens adultos da cidade de Goiânia. Ainda na busca por uma definição condizente com o contexto da pandemia, Bramante (2020 n.p.) apresenta uma conceituação atualizada acerca do lazer: Um conceito em tempos de pandemia, o lazer é uma dimensão humana privilegiada para poucos que se traduz pela vivência lúdica possível dentro de um contexto marcado pela percepção de liberdade. Na maioria das vezes num tempo/espaço conquistado limitado, cuja qualidade está vinculada a um conjunto de conhecimentos, habilidades, e atitudes adquiridas ao longo da vida. Trata-se de uma expressão genuína de vida que valoriza a magia do inesperado, a subjetividade da experiência única, a riqueza dos sonhos e a gratuidade das relações humanas na plenitude da existência. Logo, Bramante (2020) evidencia que o lazer ainda é restrito a uma boa parte da população e que a atividade em si está ligada a uma busca por liberdade e se desenvolve por intermédio das experiências vividas pelo sujeito. Nesse contexto, o aprendizado e o não premeditado caminham juntos para a riqueza da prática em si. Como já relatado, ficou evidente o impacto causado pela pandemia de Covid-19 nas atividades do lazer, visto que a quase totalidade dos entrevistados relatou uma redução no tempo dedicado às atividades de lazer em geral e ainda na extinção de algumas práticas de lazer direcionadas ao ambiente externo. Foi diagnosticada a migração para os tipos de lazer por intermédio de dispositivos eletrônicos, sobretudo no uso do celular e computador, para a navegação em redes sociais. Assim, as atividades realizadas no ambiente externo, como o turismo, eventos em geral e ainda atividades físicas, foram altamente impactadas, pois boa parte dos entrevistados relatou que tais atividades deixaram de ser realizadas devido à pandemia do novo coronavírus. A partir dos resultados apurados pela pesquisa, foi apresentada uma possível adaptação das atividades de lazer para o ambiente doméstico. O jovem goianiense se apresenta em um cenário hipotético no qual pode-se agregar novos hábitos, mesmo que de 19 certa forma não logrando êxito na busca pelo lazer ideal em tempos de pandemia de Covid- 19. Na pergunta aberta sobre as modificações do lazer comparando antes e durante a pandemia, fomos capazes de perceber o desconforto causado pelo pouco contato social e, consequentemente, o duro processo de adaptação dos indivíduos neste novo cenário que se apresenta. Entendemos que o lazer é uma dimensão humana em constante evolução e que ainda carece de muita atenção na sua abordagem, especialmente no modo como é estudado, pois a atividade em si dialoga com diversas áreas do conhecimento, como Psicologia, Turismo, Educação Física, Economia, Sociologia, entre outras. Durante o processo desta pesquisa, sobretudo em relação à produção acadêmica durante o período de pandemia, podemos perceber que foram publicados conteúdos acadêmicos na sua maioria por pesquisadores da área de Educação Física e Turismo. Presumimos, assim, que o lazer ainda carece de atenção e consequentemente de abordagem científica por parte de outras áreas do conhecimento, uma vez que o número de publicações pertinentes à área em questão é escasso. Por fim, acreditamos que o artigo tenha alcançado o objetivo de traçar e refletir sobre o perfil dos hábitos de lazer dos jovens adultos da cidade de Goiânia (GO). No entanto, ainda indicamos abordagens em pesquisas futuras de cunho acadêmico com os intuitos de levantar os dados em outras faixas etárias e em regiões distintas do território brasileiro, e de estabelecer correlações com o que já foi apurado em outros contextos. Em relação ainda ao público analisado, os jovens adultos goianienses, indicamos a leitura de textos sobre o lazer objetivando a formação crítica dos indivíduos e a consequente escolha de experiências lúdicas comprometidas com a transformação da realidade social. V – Referências ALMEIDA, M. A.; GUTIERREZ, G. L. Subsídios teóricos do conceito cultura para entender o lazer e suas políticas públicas. Conexões, Campinas, v. 2, n. 1, p. 48-63, 2004. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8637910. Acesso em: 26 dez. 2020 BRAMANTE, A. C. Lazer e a sua importância na vida das pessoas ontem, hoje e sempre. YouTube: Panathlon Brasil, 31 jul. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oGtCFcaeF2k. Acesso em: 9 fev. 2021. 20 BRASIL. Painel Coronavírus. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: https://covid.saude.gov.br/. Acesso em: 5 mar. 2021. BRASIL. Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19. 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