Sebenta de Bioquímica Geral PDF - Universidade do Algarve
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Universidade do Algarve
Rodrigo Vogado
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This document is a student's notes on general biochemistry for a first-term test at the Universidade do Algarve. The provided text focuses on key concepts and topics relevant to general biochemistry, including metabolic pathways.
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lOMoARcPSD|12496982 Sebenta de Bioquímica Geral BIOQUÍMICA (Universidade do Algarve) Studocu is not sponsored or endorsed by any college or university Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Resumo de Bioquí...
lOMoARcPSD|12496982 Sebenta de Bioquímica Geral BIOQUÍMICA (Universidade do Algarve) Studocu is not sponsored or endorsed by any college or university Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Resumo de Bioquímica Geral (Para 1º Teste) Rodrigo Vogado a68767 Aula 1 Página 1 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Elementos mais importantes: C, H, O, N As células pretendem retirar o máximo de oxigénio dos compostos que oxidam – oxidante final é o oxigénio Figura 1: Grupos Funcionais nas Biomoléculas Vias Metabólicas Lineares: 1+ substrato -> 1+ produto Ramificadas: 1+ substrato -> Vários produtos Cíclicas: pelo menos 1 produto = 1 substrato Metabolismo Vias Catabólicas Predominam reações de oxidação Libertação de energia (exergónicas) Vias Anabólicas Predominam reações de redução Consumo de energia (endergónicas) Página 2 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Aula 2: Água, pH e Soluções Tampão Onde está a água? 55% - Fluidos intracelulares 45% - Meio extracelular o Plasma – 8% o Meio intersticial e linfa – 22% o Tecido conjuntivo, ossos e dentes – 15% Funções da Água Manutenção da temperatura corporal Transporte de nutrientes Reagente e meio de reação Solvente Estabilização da conformação de polímeros Formação de Dipolos A formação de dipolos na molécula de água deve-se a: Distribuição não homogénea da carga elétrica Diferença de eletronegatividade entre os elementos O e H (Oxigénio tem mais eletronegatividade que Hidrogénio) A diferença de eletronegatividade dos átomos na Eletronegatividade: ligação determina o grau de polarização dessa ligação. Capacidade que um átomo de uma ligação covalente tem de atrair eletrões Ponte de Hidrogénio – atração electroestática entre os polos de carga oposta. Interação não covalente. Ocorre quando os átomos de H estão ligados a O, N ou F (Flúor), devido Natureza electroestática à grande diferença de Relativamente fracas (em comparação com as eletronegatividade. ligações covalentes) Podem ser ligações: Efeito cumulativo (grande número delas) o Intermoleculares Importantes para as propriedades físicas e químicas da água e para a estrutura e função o Intramoleculares das biomoléculas Interações Iónicas – atração electroestática entre átomos ou grupos com cargas opostas. Página 3 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Intermoleculares Intramoleculares Formam-se esferas de solvatação em contacto com a água. Interações Hidrofóbicas – entre substâncias não polares (não solúveis em água). “Afastamento” destas moléculas do meio aquoso Intermoleculares Intramoleculares Ligações Covalentes INTERMOLECULARES Pontes de Hidrogénio INTRAMOLECULARES ou Ligações Iónicas Interações Não Covalentes INTERMOLECULARES Ligações Hidrofóbicas Propriedades da Água NOTAS Elevada temperatura de fusão (0ºC) e ebulição (100ºC) Água é uma molécula dipolar Cada H2O pode atrair 4 moléculas de Elevado calor de vaporização H2O, no estado sólido Elevada capacidade térmica (modulador de temperatura) Solvente de um elevado número de substâncias (polares e iónicas) Elevada tensão superficial Gelo Estado Gasoso Estrutura cristalina Não forma qualquer tipo de interação Expande volume (9%) entre H2O Densidade < água líquida Quebra constante das pontes de H Nº máximo de pontes de hidrogénio na água (4) Estado Líquido Aumento de Temperatura ↓ 15% pontes de Hidrogénio Aumento de movimentos e vibrações das moléculas Afastam-se umas das outras, diminuindo o número de interações não covalentes Página 4 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Modulador de Temperatura – clima, regulação térmica dos seres vivos, importância das massas de água Elevado calor de vaporização Elevada capacidade térmica Solvente “Universal” – compostos polares, iónicos e compostos capazes de formar pontes de H Estrutura dipolar Formação de pontes de H ou interações iónicas Tensão Superficial – superfície coesa, capilaridade Estrutura dipolar Formação de pontes de H Compostos Apolares Constituídos por átomos com eletronegatividades muito próximas (como H e C), logo não formam dipolos Insolúveis em água – Efeito Hidrofóbico Compostos Anfipáticos Região polar (cabeça) – hidrofílica Região apolar (cauda) – hidrofóbica Ionização da Água Ácidos, Bases e Sais Página 5 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Ácidos –> em solução aquosa libertam H+ Bases –> em solução aquosa libertam OH- Sais –> dissociam-se, originando os dois iões que os compõem Escala de pH – método para expressar a concentração de H+ Ácidos Ácido forte – dissocia-se totalmente Ácido fraco – dissocia-se parcialmente – Equilíbrio Para avaliar a acidez de um ácido utiliza-se: Constante de Acidez (Ka) – constante de dissociação do ácido. pKa = - log Ka Quanto maior Ka – mais forte é o ácido Quanto menor pKa – mais forte é o ácido % de Ionização – para ácidos fracos. Quociente entre concentração da forma ionizada e a concentração inicial do ácido, multiplicado por 100 [A-] – fração ionizada do ácido [HA] – fração não ionizada do ácido Geralmente, os ácidos com um grupo carboxilo (-COOH) – ácidos orgânicos – são ácidos fracos Bases Base forte – dissocia-se totalmente Página 6 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Base fraca – dissocia-se parcialmente – Equilíbrio Equação de Henderson-Hasselbalch Solução Tampão – ácido fraco e respetiva base conjugada Regulação do pH é essencial em todos os seres vivos Substâncias Anfipróticas ou Anfotéricas – podem comportar-se como ácidos ou bases Ião Bicarbonato HCO3- ⇌ H+ + CO32- HCO3- + H2O ⇌ OH- + H2CO3 Ácido Carbónico Aminoácidos (ex.: Glicina) Sistemas Tampão Fisiológicos Sistema tampão fosfato Sistema tampão proteicos o Hemoglobina Fluido intracelular o Aminoácidos o Proteínas do plasma Sistema tampão do ácido carbónico – bicarbonato Fluido extracelular Tampão Fosfato: meio intracelular Região tampão – pKa 2 = 7,2 Regulação do pH: Respiração (minutos) (H2PO4-/ HPO4-) ↑ CO2 → ↓pH → Hiperventilação → ↑ excreção CO2 ↑ pH Tampão Bicarbonato: sangue Regulação do pH: Rins (horas/dias) Controlo da excreção de H+ Reabsorção de HCO3- Troca de H+ por Na+ pH Fisiológico Sangue – 7,4 Estômago – 1-2 Página 7 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Trato intestinal – 8-9 Acidose/alcalose metabólica – relacionada No sangue podem ocorrer dois fenómenos: com valores do ião bicarbonato Acidose – redução de 0,2 unidades de Acidose/alcalose respiratória – relacionada pH com valores de Co2 Alcalose – aumento de 0,2 unidades de pH Aula 3: Compostos Azotados Aminoácidos – unidades básicas constituintes das proteínas A cadeia lateral é o que faz com que os aminoácidos sejam diferentes uns dos outros (existem 20 α-aas diferentes) Dois grupos funcionais ligados ao mesmo átomo de carbono – α-aminoácido. A designação α, β, γ… designa a posição do grupo amina relativamente ao grupo carboxilo. Os α-aminoácidos são os mais abundantes e participam na formação das proteínas. Carbono Assimétrico ou Centro Quiral – 19 dos 20 aminoácidos são assim (exceção é a glicina) L – Para a esquerda (as nossas são L) D – Para a direita Geometria das moléculas Caraterísticas determinantes para Carbono assimétrico – não se sobrepõe à a ligação das enzimas sua imagem especular. Classes: Não polares (hidrofóbicos) / apolares Polares (hidrofílicos) sem carga – mesmo assim formam dipolos Polares com carga o Acídicos (carga negativa, libertam protão) o Básicos (carga positiva, captam protão) Página 8 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 A natureza das cadeias laterais afeta o seu comportamento e das proteínas em que está incluído. Glicina – não tem carbono assimétrico Metionina – polaridade muito pouco significativa, apesar de ter um S. Fenilalanina, Triptofano (hidrofóbicos) e Tirosina – aminoácidos aromáticos Tirosina (hidrofílico) – tem também grupo álcool que lhe confere alguma polaridade - SH – grupo tiol (Cisteína) A natureza das cadeias laterais afeta o seu comportamento e das proteínas em que está incluído. Aminoácidos não polares (hidrofóbicos) o Cadeia lateral constituída apenas por C e H, logo não se formam dipolos – eletronegatividades muito próximas Aminoácidos polares (hidrofílicos) sem carga Página 9 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 o Cadeia lateral contém grupos que formam dipolos (-OH e NH2) ou que podem estar no estado reduzido ou oxidado (-SH) o Podem formar Pontes de Hidrogénio entre si ou com outras moléculas o Na Cisteína podem formar-se Pontes Dissulfito (S=S) Aminoácidos Não Polares (hidrofóbicos) Formam núcleos hidrofóbicos nas proteínas Cadeias laterais alifáticas de diferentes dimensões Glicina é um composto AQUIRAL e confere flexibilidade às cadeias polipeptídicas – pequena cadeia lateral (só um átomo de H) Enxofre (S) Dois aminoácidos contêm enxofre, a Metionina e a Cisteína, o que torna a cadeia mais polarizável. Mas, apenas a Cisteína é um aa polar com carga. A polaridade da Metionina é muito pouco significativa O grupo tiol das Cisteínas pode sofrer oxidação (perdendo 2H+ e 2e-), formando-se uma ligação S=S – ponte dissulfito, que é uma ligação covalente dupla. Aminoácidos Polares com Carga Acídicos o Cadeia lateral com grupos que estão desprotonados ao pH fisiológico (-COOH/-COO- – protonado/desprotonado) Básicos o Cadeia lateral com grupos que estão desprotonados ao pH fisiológico (-NH2/-NH3+) o Podem formar interações iónicas entre si ou com outras moléculas com carga Carregados negativa ou positivamente; podem formar ligações iónicas Aminoácidos Biologicamente Ativos Constituintes de péptidos e proteínas (podem ser modificados após a sua entrada na cadeia polipeptídica) Aminoácidos e seus derivados o Mensageiros químicos – neurotransmissores, hormonas Precursores de moléculas azotadas complexas Aminoácidos e aminoácidos modificados o Intermediários metabólicos Página 10 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Zwitterião (Composto Zwitteriónico) – composto neutro que contém igual número de cargas positivas e negativas na sua estrutura Os dois grupos funcionais são ionizáveis (ganhar/perder protão, em função do pH) e podem comportar-se como ácidos ou bases – compostos anfipróticos/anfotéricos. Ácido Glutâmico – 3 grupos ionizáveis (2 grupos carboxilo e 1 amina) Ponto Isoelétrico (pI) – Valor de pH em que a molécula tem uma carga global neutra (número de cargas positivas igual a negativas. Os 2 valores do pKa referentes ao equilíbrio onde está incluído o Zwitterião são utilizados para o cálculo do pI. Ligação Peptídica – reação endergónica (reação de síntese que requer energia) Planar Bastante rígida – caráter parcial de ligação dupla; não há rotação em torno desta ligação – mais forte que covalente simples e mais fraca que covalente dupla Configuração trans Polar – pode formar pelo menos 2 ligações de Hidrogénio A sequência de ligação dos aminoácidos condiciona a estrutura e função da molécula formada Mutações provocam alteração da estrutura e, consequentemente, de função Gasto de energia, esforço celular Péptidos – até 50aa (arbitrário) Página 11 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 A sua função uma ligação a um recetor (ou mais) Proteínas Estrutura tridimensional que resulta do enrolamento da cadeia polipeptídica: conformação nativa Monoméricas – 1 cadeia polipeptídica Poliméricas – 1+ cadeias polipeptídicas Estrutura Proteica Primária – sequência de aminoácidos Secundária – enrolamento local da cadeia polipeptídica Terciária – estrutura 3D da proteína completa Quaternária – proteínas com mais de uma subunidade (poliméricas) Estrutura Primária Cadeia polipeptídica desenrolada – não tem função Sequência dos aminoácidos ligados entre si – ligação peptídica A sequência de ligação dos aminoácidos condiciona a função e estrutura da proteína Como enrolam as proteínas? Região central hidrofóbica – contem as cadeias laterais apolares; podem formar interações hidrofóbicas Cadeias laterais polares no exterior da molécula – podem formar Pontes de Hidrogénio com a água e interações iónicas Estrutura Secundária Enrolamento local de partes da cadeia Pontes de Hidrogénio de curta distância (aminoácidos muito próximos) Formas mais comuns: o Hélice alfa o Folha pregueada beta Na hélice alfa ------------------- O grupo amina de um aa liga-se por Ponte de Hidrogénio ao grupo carbonilo da ligação peptídica de um aa próximo (a 4 aminoácidos de distância) Na folha pregueada beta ---- Formam-se Pontes de Hidrogénio entre o grupo amina de um aa e o grupo carbonilo de outro relativamente distante. Podem ser paralelas, antiparalelas ou mistas. Página 12 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Estrutura Terciária Conformação 3D única Pode requerer a ligação a outras moléculas (natureza não proteica) necessárias à atividade biológica – grupos prostéticos Moléculas essências à funcionalidade da proteína, que não são de natureza proteica Estrutura Quaternária Apenas em proteínas poliméricas: proteínas com 2 ou mais cadeias polipeptídicas (subunidades) As subunidades podem ser iguais ou diferentes Razões/vantagens: o Síntese de subunidades separadas pode ser mais eficiente o Reparação de regiões danificadas fica facilitada o Interação entre subunidades ajuda a regular a função da proteína Estabilização do Enrolamento das Proteínas Interações não covalentes o Pontes de Hidrogénio o Interações Iónicas entre grupos amina e carbonilo ou entre aa ácidos e básicos o Interações Hidrofóbicas Ligações covalentes o Pontes Dissulfito – entre cadeias laterais de cisteínas Classificação de Proteínas Proteínas fibrosas Proteínas globulares o Conformações estendidas regulares o Solúveis em água o Insolúveis em água o Atividade enzimática o Funções estruturais o Transporte o Presentes essencialmente nos animais Desnaturação A proteína desenrola (para quase uma estrutura primária) Perda de estrutura Perda de atividade biológica (parcial ou total) Não há quebra das ligações peptídicas Na maior parte dos casos, é irreversível Página 13 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Fatores Desnaturantes – perturbação das ligações/interações que estabilizam a estrutura tridimensional das moléculas Ácidos e bases fortes – alteração do pH – subida de H+ que podem ligar aos aa Temperatura Detergentes – moléculas anfipáticas Stress mecânico – agitação das moléculas Concentração Metais pesados – iões com carga positiva Solventes orgânicos – interferem ciom interações hidrofóbicas Agentes redutores (ex.: ureia) Diferentes estruturas – Diferentes funções Catálise – enzimas Estrutura – colagénio Movimento – actina e miosina Defesa – anticorpos Regulação – hormonas Transporte – hemoglobina Armazenamento – ferritina Recetores … Transportadores Produzida no fígado A mais abundante no plasma Transporte nas membranas celulares Carga negativa Difusão facilitada Transporta ácidos gordos, colesterol, Transporte ativo bilirrubina, hormonas, minerais, vitaminas e drogas (especialmente fármacos ácidos) Transporte no sangue Eritrócitos – Hemoglobina (O2/CO2) Plasma o Albumina Produzidas no fígado, exceto as γ. o Globulinas [α (1,2), β, γ] Fração α1 – transporte de fármacos (especialmente básicos) Fração α2 – inclui haptoglobina e HDL Fração β – inclui transferrina e LDL Transporte no Plasma Ligação reversível às proteínas do plasma Equilíbrio entre forma ligada e forma livre depende de: o Afinidade o Concentração de proteína o Concentração da substância a transportar Transporte nos Eritrócitos – Hemoglobina 4 subunidades Página 14 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 o 2 subunidades α o 2 subunidades β Cada subunidade tem um grupo Heme, com ferro na sua composição, e liga a uma molécula de O2 ou CO2. Grupo Heme – estrutura cíclica com átomo de ferro central, que liga ao O2/CO2, situa-se numa bola hidrófoba existente em cada subunidade Oxihemoglobina – O2 delivery Desoxihemoglobina – CO2 delivery A ligação do Oxigénio desloca o átomo de ferro – mudança de conformação da proteína Efeito Alostérico A ligação de um oxigénio facilita a ligação do oxigénio seguinte – Efeito Cooperativo Hemoglobina – Ligação ao O2 Hemoglobina – Ligação ao CO2 (Efeito de Bohr) Nos tecidos, baixos valores de pH (mais H+) e mais CO2 – diminuem afinidade da hemoglobina pelo O2 A oxigenação (pulmões) favorece a conformação O CO2 (originando bicarbonato ou ligando à Hb) oxi-Hb, que estimula a libertação de CO2. provoca a libertação de mais protões (↓pH) A afinidade da Hemoglobina pelo Oxigénio Página 15 de 40 responde a variações de pH, dentro dos valores de pH fisiológico. Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Efeito Alostérico A ligação de um composto a uma proteína provoca uma alteração da conformação dessa proteína com consequências para a sua função biológica (ativação ou inibição). Em proteínas com mais que uma subunidade pode ou não ocorrer efeito cooperativo. Regulação de enzimas Regulação de vias metabólicas Exemplos de proteínas reguladas alostericamente: Hemoglobina Enzimas Interação Ligando-Proteína (enzima, recetor…) Por interação não covalentes reversíveis; geometria; complementaridade Recetores Recetores membranares Presentes na membrana celular Recetores associados a: o Canais iónicos o Proteína G o Enzimas o Ligandos hidrossolúveis Recetores intracelulares Presentes no citoplasma e/ou no núcleo Ligandos lipossolúveis Nucleótidos e Ácidos Nucleicos Unidade básica dos ácidos nucleicos – nucleótidos Participam em transformações energéticas Reguladores de várias vias metabólicas Página 16 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Pentose – açúcar simples com 5 carbonos Ribose – RNA (mais um OH) Carbono 1 ligado à base azotada Carbono 5 ligado ao grupo fosfato Desoxirribose - DNA Bases Azotadas Piridinas – anel de 6 membros ligado a um anel imidazol de 5 membros (A,G) Pirimidinas – único anel heterocíclico de 6 membros (C,T,U) Nucleósido – base azotada + pentose Nucleótido – nucleósido + grupos fosfato Ácidos Nucleicos (DNA, RNA) – Polinucleótidos DNA (Ácido Desoxirribonucleico) Contém a informação genética de um organismo 2 cadeias complementares, organizadas em dupla hélice – emparelhamento de bases azotadas Pontes de Hidrogénio em grande número – grande estabilidade da molécula RNA (Ácido Ribonucleico) 1 ou 2 cadeias organizadas em moléculas lineares ou circulares Tamanhos e conformações variáveis rRNA – 75-80% tRNA – 10-15% mRNA – o restante Muitos outros… Página 17 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Aula 4: Enzimas Catalisadores biológicos Aumentam velocidade das reações Não se alteram no processo – presentes em baixas concentrações Maioria são proteínas – algumas moléculas de RNA têm atividade catalítica (ribozimas) Altamente específicas Permitem que as reações ocorram em condições muito suaves (ex.: temperatura, pH, pressão) Diminuem a energia de ativação das reações Não afetam o estado de equilíbrio Permitem o acoplamento de 2 ou mais reações São reguláveis por: o Concentração de substrato o Concentração de produto Ativa Inativa o Outros metabolitos importantes – alosterismo Regulação da atividade enzimática permite regular o fluxo através de uma via metabólica. Proteína liga a molécula e altera a sua conformação Página 18 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Alguma enzimas necessitam da presença de cofatores (moléculas de natureza não proteica) para serem ativas. Grupos Prostéticos – permanentemente ligados à enzima Coenzimas – ligados à enzima de forma transitória Natureza Química dos Cofatores Orgânicos – derivados de vitaminas, como: FAD (riboflavina) NAD, NADP (niacina) Coenzima A (ácido pantoténico) Inorgânicos Metais de transição (Fe, Zn, Mo, Cu) Nomenclatura Nome trivial – adição do sufixo -ase ao nome do substrato Nome Sistemático – classes de enzimas 1. Oxirredutases – transferência de eletrões; reações redox 2. Transferases – transferência de grupos funcionais 3. Hidrolases – reações de hidrólise 4. Liases – quebra ligações (reações de eliminação não hidrolíticas nem oxidativas) 5. Isomerases – rearranjo de isómeros 6. Ligases – formação de ligações, normalmente associada à quebra de ATP Número de Classificação (enzime comission) Exemplo: Oxidação do álcool a acetilaldeído EC 1.1.1 Classe: 1. Oxirredutase Subclasse: 1 – atua no grupo CHOH Sub-subclasse: 1 – NAD (ou NADP) como aceitador Nº Individual: 1 Reação Enzimática E e S – em movimento, ligam-se Meio aquoso – ↑agitação com aumento de T (ºC) e ↑ E Cinética Página 19 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Proteína tem estrutura 3D com enrolamento da cadeia polipeptídica Centro ativo – cadeias laterais Substrato liga durante algum tempo: geometria e ambiente químico do substrato Reação de catálise – formação dos produtos (estrutura e ambiente química) Local (centro) ativo Local de ligação do substrato à enzima “Bolsa” ou “cavidade” rodeada por cadeias laterais dos aminoácidos que participam diretamente no processo catalítico Estrutura terciária – confere alta especificidade e garante ligação do substrato na posição correta Modelos de Interação Enzima-Substrato Modelo Chave-Fechadura Modelo estático Encaixam perfeitamente Modelo do Ajuste Induzido Modelo dinâmico Prevê o ajuste da proteína ao substrato Ligeira modificação da conformação da enzima quando se aproxima do substrato (induzido) Fatores das Ligações Substrato-Enzima Página 20 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Carga (ambiente químico do substrato) Dimensão Geometria Catálise Enzimática – mecanismos de ação enzimática (exemplos) Catálise ácido-base – trocas de protões Catálise electroestática Catálise covalente – quebrar/formar ligações covalentes … Atividade Enzimática: efeitos das condições locais Temperatura – todas as enzimas têm uma temperatura ótima para a sua atividade (ou intervalo de temperaturas) pH – todas as enzimas têm um pH ótimo para a sua atividade (ou intervalo de valores de pH) – perde capacidade de ligar aos substratos se não for ótimo Cinética Enzimática Funções biológicas dos catalisadores enzimáticos Quantificação dessas funções Pode ser usada para controlar/manipular o curso dos processos metabólicos QUANTIFICAÇÃO/QUALIFICAÇÃO da atividade enzimática o Desaparecimento de substrato o Formação de produto Atividade Enzimática – quantidade de substrato modificado (ou quantidade de produto formado) por unidade de tempo, em determinadas condições controladas. Unidade enzimática – quantidade de enzima necessária para se obter determinada atividade enzimática em condições predefinidas Unidade Internacional (U) – 1mmol substrato alterado min-1 Atividade Específica – quando preparações não são puras expressa-se a atividade em unidade de atividade por unidade de massa de proteína Unidade Internacional – U.mg proteína-1 A atividade enzimática depende da concentração de substrato até um determinado ponto À medida que nos aproximamos do equilíbrio: Diminui a concentração de substrato Pode haver inibição da reação pelo produto Pode haver inativação da enzima por alteração das condições do meio Página 21 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Nas reações enzimáticas ocorre SATURAÇÃO – a partir do certo valor de C de substrato, a velocidade já não aumenta, pois, todas as enzimas estarão ocupadas (ligadas a substrato). A medição da atividade enzimática é medida no início da reação de 1ª ordem. Cinética de Michaelis-Menten Vmáx – Velocidade Máxima KM – Constante de Michaelis-Menten KM – concentração de substrato quando a velocidade é metade da Vmáx KM – caraterística de cada enxima/substrato, em determinadas condições. É um indicador de afinidade da enzima pelo substrato. Como estimar Vmáx e KM – gráfico de Lineweaver-Burk (gráfico dos duplos recíprocos) Regulação da Atividade Enzimática (funções) Manter um estado ordenado – produção do necessário, sem desperdícios Conservação de energia – apenas os nutrientes necessários para as necessidades energéticas são consumidos Responder às alterações ambientais – ajuste rápido a alterações de T, pH, força iónica, concentração de nutrientes, com o aumento ou redução das taxas de reação Regulação das Vias Metabólicas – ajustes na concentração e atividade de certas enzimas – Mecanismos de Controlo 1. Controlo genético 2. Modificação covalente 3. Inibição competitiva 4. Regulação alostérica 5. Compartimentação (compartimentalização Página 22 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 1. Controlo Genético – afeta a concentração das enzimas nas células Indução enzimática – ativação específica da síntese das enzimas – compostos indutores Repressão enzimática – inibição específica da síntese das enzimas – compostos inibidores 2. Modificação Covalente Interconversão reversível entre forma ativa e inativa o Requer ação de outras enzimas o Ex.: fosforilação/desfosforilação por ação de quinase/fosfatase Ativação irreversível de proenzimas ou zimogénios, por hidrólise de 1 ou mais ligações peptídicas o Requer ação de outras enzimas o Ex.: enzimas digestivas (proteolíticas), enzimas da coagulação 3. Inibição Competitiva O inibidor compete com o substrato pela ligação ao centro ativo; tem estrutura química semelhante Na presença destes inibidores, é necessária uma maior concentração de substrato para que a reação ocorra. 4. Alosteria (alosterismo, controlo alostérico) Modificação da estrutura terciária e/ou quaternária da proteína (enzima), resultante da ação de uma molécula ligante (ativador, inibidor, substrato, produto) – Mudança da conformação da enzima Ligações ocorrem no local(ais) alostérico(s) Forma de inibição não competitiva o Inibidor não se liga ao centro ativo; a sua ligação noutro local “distorce” a molécula – perda de atividade o A presença de maior concentração de substrato não influencia a ocorrência da reação Inibição Enzimática Reversível o Competitiva o Não Competitiva Irreversível – inibidores “suicidas” (ligações covalentes com a enzima) 5. Compartimentação Dentro da molécula as enzimas podem estar: o Agrupadas em complexos o Incorporadas em membranas Página 23 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 o Inseridas em organelos Separação física Barreiras de difusão Condições de reação especializadas Controlo de danos Aplicação Clínica das Enzimas Celulares A maioria funciona nas células em que são produzidas Podem ser excretadas numa forma inativa e ativadas no fluido extracelular onde funcionam Diagnóstico Considera as enzimas intracelulares Problemas na estrutura celular – enzimas “escapam” para o exterior e podem ter atividade no plasma Enzimas analisadas devem ter um elevado grau de especificidade (órgão/tecido) Grande gradiente de concentração e de atividade entre os meios intra e extra celular Atuação no citoplasma das células para que possam sair da célula quando há danos na membrana Estabilidade por um Δt no sangue Aula 5 – Hidratos de Carbono Grupos Funcionais: Carbonilo – COH (ligação dupla entre C e O - Álcool (-OH) —> Hidroxilo - Grupo Aldeído —> grupo carbonilo na extremidade da molécula Ou - Grupo Cetona —> grupo carbonilo noutro ponto da molécula Classificação: considerando o GRUPO FUNCIONAL presente nas moléculas - Aplica-se aos monossacarídos. Aldose - extremidade Página 24 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982. Cetose – no meio Classificação: considerando o Nº DE UNIDADES CONSTITUINTES - Monossacáridos – açúcares simples – Glucose, Frutose, Galactose - Dissacáridos (2 mono ligados) – Lactose, Sacarose, Maltose - Oligossacáridos (3-10 monos) - Polissacáridos (mais que 10 monos até milhares) – Amido e Glicogénio. Podem ser lineares ou ramificados. Podem ser homopolissacáridos (mesmo mono repetido) ou heteropolissacáridos Os açúcares mais simples têm 3 carbonos (trioses) CARBONO QUIRAL (Carbono Assimétrico) Estereoisómeros (D e L): Consoante o posicionamento do grupo hidroxilo (-OH) - D —> grupo -OH à direita, dextro - L —> grupo -OH à esquerda, levo - Grupo carbonilo —> menor número possível - Designação D e L aplica-se ao centro quiral de maior numeração - Açúcares D predominam na natureza Carbono Anomérico - Carbono constituinte do grupo carbonilo Atividade Ótica - Compostos quirais/ assimétricos rodam o plano da luz polarizada - A direção e rotação de cada composto depende de:. Concentração. Temperatura. Comprimento de onda da luz - Polarimetria:. Rotação pode ser dextrorrotatória (+) ou levorrotatória (-) Página 25 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 D-Aldoses (Poli-hidroxialdeídos) D-Cetoses (Poli-hidroxicetonas) Formas Cíclicas (formas α ou ß) Os aldeídos e as cetonas reagem com os álcoois: reações intramoleculares α e ß tem a ver com a posição do -OH em relação ao plano α —> cima ß —> baixo Carbono Anomérico: Anómeros da Glucose C anomérico passa a ser o centro quiral, quando o hidrato de carbono passa a cíclico Mutarrotação (de a-D-Glucopirase a ß-D-Glucopiranose) Reações dos Monossacáridos - Grupos carbonilo e hidroxilo podem participar em diversas reações:. Oxidação do grupo aldeído, do grupo hidroxilo da extremidade da cadeia ou de ambos. Redução dos grupos carbonilo —> origina o açúcar-álcool respetivo. Isomerização —> grupos hidroxilo livres podem ser convertidos a ésteres por reações com ácidos (fosfato, sulfato). Reações de Glicosilação —> permitem ligar açúcares ou glicanos (polímeros de açúcares) a proteínas ou lípidos: formação de Glicoproteínas ou Glicolípidos - Através dos átomos de N ou O presentes nas proteínas - LIGAÇÃO GLICOSÍDICA. Formação de glicósidos Página 26 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982. Reação endergónica. Tipos consoante a configuração do carbono anomérico envolvido na ligação: - Tipo α —> O abaixo do plano do anel - Tipo ß —> O acima do plano do anel. Quando se estabelece a ligação glicosídica entre 2 monossacáridos – Dissacárido Dissacáridos - Maltose - α - Sacarose - α; 2 carbonos anoméricos envolvidos na ligação glicosídica - Lactose – ß Sacarose (Glucose α-1—>2-Frutose) - Carbonos anoméricos de ambos os monossacáridos envolvidos na ligação glicosídica - Não estão livres para mutarrotação - Açúcar não redutor - Não sofre oxidação Lactose (Galactose ß-1—>4-Glucose) Intolerância à Lactose - Carbono anomérico da glucose mantém-se - Ausência ou redução de lactase (ß-galactosidase), livre enzima responsável pela sua hidrólise e consequente absorção. - Açúcar redutor - Lactose não é hidrolisada para glicose e galactose, logo: - 2 formas possíveis:. Aumento de lactose. α-lactose e ß-lactose. Metabolizada por enzimas bacterianas. Perturbações gastrointestinais Galactosémia - Incapacidade de converter a galactose em glucose. Não têm a enzima - Formação de galactiol (devido ao aumento de grupos -OH) - Absorção de água (edema) - Danos celulares (ex.: cérebro) Página 27 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Maltose (Glucose α-1—>4-Glucose) - Não existe livre na natureza - Produto da hidrólise parcial do amido - Açúcar redutor Oligossacáridos - 3 a 10 monos ligados por ligações glicosídicas - Constituintes de glicoproteínas e glicolípidos - Podem ter ligações α ou ß entre os monos constituintes - Funções:. Reconhecimento. Proteção das proteínas contra catabolismo e ligação hormona-recetor - Nos alimentos:. Presentes nas leguminosas como o feijão de soja ou as lentilhas; não são digeridos pelos humanos; flatulência - Constituintes de fármacos de várias origens:. Bleomicina A2 —> agente anti-tumoral. Estreptomicina —> antibiótico de largo espectro Os grupos sanguíneos são determinados pela natureza do oligossacárido ligado às proteínas na superfície do eritrócito. Polissacáridos - Mais que 10 monos ligados por ligações glicosídicas - Peso molecular não é valor fixo. Tamanho reflete o estado metabólico das células que o produzem - Estruturas lineares ou ramificadas - Funções:. Estrutura. Reserva (armazenamento) Classificação Página 28 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 - Homopolissacáridos —> um único tipo de mono (amido, glicogénio, celulose, todos formados por D- glucose) - Heteropolissacáridos —> mais do que 1 tipo de mono (gomas, mucopolissacáridos) Amido - 10-30% de α-amilose - 70-90% de amilopectina - Reserva de glucose nas células vegetais - Importante fonte de hidratos de carbono no Homem - A sua hidrólise completa gera apenas moléculas de D-glucose. Amilopectina. α-amilose - Polímero ramificado - Molécula linear, longa - Moléculas de D-Glucose ligadas por ligações - Moléculas de D-glucose ligadas por ligações α(1,4) nos troços lineares e α(1,6) nas ramificações α(1,4) - Ramificações ocorrem a cada cerca de 20-25 - Conformação em hélice resíduos de glucose - Estabilizada por pontes de hidrogénio - Ramificações favorecem a função de armazenamento das moléculas - Adequada à função de armazenamento - Várias extremidades —> mobilização e ligação rápida da glucose Glicogénio - Molécula ramificada - Ligações α(1,4) e α(1,6) entre as moléculas de D-glucose - Ramificações espaçadas a cada cerca de 8-12 resíduos de glucose - Locais de maior abundância: fígado e músculo esquelético - Reserva de glicose nos vertebrados Celulose - Molécula linear - Moléculas de D-glucose unidas por ligações ß(1,4) - Não é digerível pelo Homem Página 29 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 - Componente da fibra alimentar - Polissacárido estrutural —> responsável por manter a estrutra das plantas Glicoproteínas Proteoglicanos - Proteína ligada a fração glicídica - Cadeias de hidratos de carbono ligadas a fração - Principalmente proteína proteica (glicosaminoglicanos, GAG) - Principalmente hidratos de carbono - Unidades variadas de monossacáridos - GAGs: - Ligações tipo O (serina ou trionina). Cadeias lineares longas (mais de 100 OU monos) - Ligações tipo N (asparagina). Compostos por unidades repetitivas de - Modulação de processos de desenvolvimento dissacáridos celular - Reconhecimento celular Outros Polissacáridos: com aplicações médicas, farmacêuticas, alimentares e outras - Dextrinas —> resultam da hidrólise parcial do amido, juntamente com maltose e glucose - Pectinas —> heteropolissacáridos existentes nas polpas de frutos; agentes gelificantes (nada a ver com amilopectina) - Gomas —> usados como espessantes, estabilizantes e gelificantes Aula 6 – Lípidos - Compostos solúveis em solventes orgânicos e praticamente insolúveis em água Funções - Fontes de energia - Componentes das membranas celulares - Reguladores: hormonas esteroides, antioxidantes, pigmentos, vitaminas, fatores de crescimento - Digestão (bílis) 1. Ácidos Gordos - Cadeias hidrocarbonadas (H, C) + grupo ácido carboxilo (-COOH) Página 30 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 - Tamanho variável (C4-C24) - Moléculas mais comuns têm 16C ou 18C - Podem ser:. Saturados —> ligação covalente simples. Insaturados —> ligação covalente dupla - Monoinsaturados (MUFAs) —> 1 ligação dupla - Polinsaturados (PUFAs) —> mais de 1 ligação dupla NOTA: Ligações covalentes duplas —> dobra/desvio da cadeia hidrocarbonada Quando carbonos em ligação dupla (cada 1 ligado a 1 H) —> carbonos tendem a afastar-se (repelem-se) —> Ligação cis —> dobras na cadeia —> + comuns Quando Carbonos em ligação dupla —> configuração trans —> cadeia mais linear Nomenclatura Nome Sistemático —> nº de átomos de carbono + sufixo -óico O delta e ómega associam-se à posição das ligações duplas dependendo de onde se começam a contar os carbonos.. Delta —> se C1 pertence ao grupo carboxilo. Ómega —> se C1 pertence ao grupo metil O nosso organismo não forma ligações duplas antes do carbono 9. Não temos enzimas para. - Mas usamos para produzir – ingestão - Ácidos gordos com ligação dupla antes do C9 são essenciais (ex.: ácido linoleico e linolénico que são ómega-6 e ómega-3 respetivamente) Ácido Araquidónico - Constituinte da membrana celular - Modificado para metabolitos importantes em:. Sistema imune. Alergias. Inflamação. Humor Página 31 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982. Apetite Reações - Hidrogenação —> ácidos gordos insaturados reagem com H2; ligações duplas convertem-se em simples; margarinas (gorduras hidrogenadas) - Oxidação (peroxidação) —> produto final – gorduras ransosas - Acilação de Proteínas —> adição de grupos acil. + frequentes – adição de grupos miristoil ou palmitoil. Necessário para localização subcelular e na membrana e interação entre proteínas - Esterificação —> ligação dos ácidos gordos a outras moléculas; reação através de 2 grupos -OH. Ocorre na formação de triglicéridos (esterificação de 3 ácidos gordos com 1 glicerol + 3H2O). Ligação tipo éster 2. Triglicéridos - Cadeias carbonadas dos ácidos gordos = grupos acil - Em cada triglicérido as 3 cadeias podem ser:. Idênticas ou diferentes. Saturadas ou Insaturadas Nomenclatura - Ao nome de cada ácido gordo, acrescenta-se o sufixo -oil - Indica-se a posição dos ácidos gordos na molécua de glicerol - Acrescenta-se a palavra “glicerol” Funções - Transporte e armazenamento de ácidos gordos - Reserva energética – mais eficiente que glicogénio. Molécula menos oxidativa. Oxidação liberta mais energia\. Hidrofóbicas – gotículas anidras compactas Página 32 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 - Proteção e isolamento —> por não interagirem com a água - Transporte de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) - Propriedades sensoriais dos alimentos —> sabor e textura dos alimentos com mais/menos gordura Temperatura de Fusão: depende dos ácidos gordos na sua composição - Temperatura aumenta quando: T de fusão está associada à interação entre as. Cadeias mais longas cadeias de ácidos gordos (interações hidrofóbicas). Cadeias mais saturadas - PORQUE aumenta a interação entre as cadeias (interações hidrofóbicas) NOTA: Cadeias mais longas —> Mais interações hidrofóbicas —> necessita-se mais energia para quebrar essas ligações Ácidos Gordos Saturados Ácidos Gordos Insaturados - Elevado nº de interações hidrofóbicas entre as cadeias - Poucas interações hidrofóbicas entre as cadeias - Ponto de fusão elevado - Ponto de fusão baixo - Sólidos à temperatura ambiente - Líquidos à temperatura ambiente Intermediários Metabólicos - 1,2 diglicéridos - 1 monoglicéridos - 2 monoglicéridos - Existem em pequena quantidade na natureza - Compostos com diferentes polaridades (MG > DG > TG) Reações - Hidrogenação —> dos ácidos que os compõem - Hidrólise —> quebra das ligações éster pela água; formam-se 1 molécula de glicerol e 3 AG em hidrólise completa Página 33 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 - Saponificação —> hidrólise com uma base forte (KOH ou NaOH); sabões são moléculas anfipáticas (interagem com substâncias polares e apolares) 3. Fosfolípidos - Fosfoglicéridos - Esfingolípidos: esfingomielinas Fosfoglicéridos (moléculas anfipáticas) - Glicerol Funções: - 2 ácidos gordos - Componentes estruturais da membrana - Grupo fosfato - Agentes emulsionantes - Grupo polar (X) - Agentes tensioativos (diminuem a tensão superficial) - Em solução aquosa, formam estruturas ordenadas, dependendo da concentração Fosfolipases —> hidrolisam ligações éster nos fosfolípidos - Remodelação da membrana - A1 e A2 —> hidrolisam a ligação dos AGs nas posições 1 e 2 do glicerol - Transdução de sinal - B —> hidrolisam a ligação dos AGs nas posições 1 OU 2 do - Digestão glicerol - Algumas podem ser tóxicas (destroem membranas) - C —> remove os grupos polar e fosfato - D —> remove o grupo polar Esfingolípidos - Contêm um amino-álcool de cadeia longa na sua estrutura. Enfingosina (animais). Fitoesfingosina (plantas) - Para formar os esfingolípidos, precisamos de derivados de esfingosina, com um ácido gordo ligado —> ceramida Esfingomielinas -Presentes nas células nervosas - Ceramida + Fosfatidilcolina OU Página 34 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 - Ceramida + Fosfatidiletanolamina 4. Isoprenóides - Várias repetições de uma estrutura de 5 carbonos – UNIDADE ISOPRENÓIE - A sua síntese iniciam-se com formação de isopentenil pirofosfato, a partir de acetil-CoA - Categorias:. Terpenos: Caratenóides - Carotenos (não têm O) - Xantofilas (têm O). Componenes não terpenos ligados a grupos isoprenóides. Esteróides: colestrol e derivados Terpenos – classificados de acordo com o nº de unidades isoprenóides Carotenóides – cores dos frutos, legumes, flores. Têm 8 unidades isoprenóides, todos com 40 carbonos; na extremidade tem um composto cíclico. - Carotenos - Xantofilas (oxigenados) Ex.: ß-caroteno; Luteína (tomate); Zeaxantina (milho) Componentes Não-Terpenos ligados a Grupos Isoprenóides - Também designados de grupos prenil ou isoprenil - Vitaminas lipossolúveis Esteróides - 4 anéis (17 carbonos) - Distinguem-se por:. Localização de ligações duplas. Localização de grupos substituintes (grupos alquil, carbonil, hidroxil) – substituem o H que está nos carbonos Página 35 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 - Em todos os eucariotas e em algumas bactérias Colestrol - Sintetizado principalmente no fígado - Hormonas sexuais - Encontrado apenas em alimentos de origem animal - Mineralcorticoide (córtex adrenal) - Funções - Glucocorticoide. Componente das membranas celulares - Ácido biliar. Precursor de outros compostos importantes: - Hormonas esteróides (regulação e desenvolvimento) - Vitamina D (metabolismo do cálcio) - Ácidos (sais) biliares (digestão) 5. Eicosanóides - Derivados de:. Ácido araquidónico. Ácido eicosapentaenoico - que estão presentes nos fosfolípidos da membrana - Classificação:. Prostanoides - Protaglandinas (PG) - não têm O - Tromboxanos (TX) – têm O. Leucotrienos (LT) - Reguladores parácrinos/autócrinos: comunicação/ação local - Ativos por curtos períodos de tempo - Produzidos em baixas quantidades - Importantes em vários processos fisiológicos:. Contração e relaxamento do músculo liso. Regulação da tensão arterial. Formação de coágulos sanguíneos. Resposta imune – resposta a ferimentos e infeções, febre, inflamação, dor Lipoproteínas Página 36 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 - Já não são lípidos - Agregados moleculares de lípidos, associados a proteínas específicas (apolipoproteínas ou apoproteínas) que servem como veículo transportador de lípidos no sangue e linfa. - Contêm:. Fosfolípidos. Triglicéridos. Colestrol (livre e esterificado com ácido gordo). Proteínas - Tipos de Lipoproteínas:. Quilomicra. VLDL (very low density lipoprotein). LDL (low density lipoprotein). HDL (high density lipoprotein) Quilomicra LDL - Produzido: intestino - Ricos em colesterol e ésteres de colesterol - Função: transporte de triglicéridos exógenos (dieta) - Circulam pelo corpo - Destino: fígado - Retirados de circulação pelos. Recetores LDL no fígado - Alteram-se no percurso (quilomicra remanescentes) VLDL HDL - Produzido: figado - Produzidos nas células - Função: transporte de lípidos endógenos - Transportam colesterol e ésteres de colesterol - Destino: células - Alteram-se no percurso (IDL ou VLDL remanescentes Apolipoproteínas - Constituintes de diferentes tipos de lipoproteínas - Sintetizadas em diferentes sítios do corpo - Diferentes afinidades pelos recetores - Promovem a atividade de algumas enzimas A bicamada é uma estrutura dinâmica e fluida. As moléculas movem-se lateralmente (10x por segundo) ou trocam de camada (flip-flop, 1x por mês) Página 37 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 Fluidez da membrana - Composição em ácidos gordos. Comprimento da cadeia/grau de saturação. Temperatura. Colesterol Efeito do grau de saturação dos ácidos gordos:. Insaturados (menos interações) —> maior fluidez. Saturados. —> menor fluidez. Insaturados + Colesterol —> fluidez diminui. Saturados + Colesterol —> fluidez aumenta (cria espaço onde não havia espaço) Efeito da Temperatura. Baixa T —> menor fluidez. Alta T —> maior fluidez, membranas demasiado fluidas, mas:. Alta T + Colesterol —> fluidez diminui. Baixa T + Coleterol —> fluidez aumenta NOTA: Tem de haver equilíbrio entre ácidos gordos insaturados e saturados e coleterol. Aula 7- Metabolismo Celular Percursores/substratos —> compostos utilizados no início de uma via metabólica As reações de oxidação/redução que ocorrem no metabolismo requerem coenzimas como dadores (nas reduções) ou aceitadores (nas oxidações) de eletrões NAD, NADP, FAD Coenzima A: transporte de grupos acil (cadeias hidrocarbonadas) - Formada a partir de: Página 38 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982. Adenosina Difosfato (ADP). Ácido Pantoténico (vit. B5). Cisteína (aa) Coenzimas necessitam vitaminas (dieta) Metabolismo Energético: hidratos de carbono Glucose para produzir energia vem de: - Alimentação – digestão e absorção - Reservas endógenas Alimentação (digestão, absorção, transporte e distribuição) - Ezimas salivares, pancreáticas, intestinais - Transportadores membranares Disgestão dos Hidratos de Carbono - Na boca: início da digestão do amido (polissacárido mais abundante na alimentação). Ação da amilase salivar —> hidrólise de ligações α(1,4) - No estômago: não ocorre digestão; estômago para a atividade enzimática da amilase salivar - No intestino delgado: continua a digestão. Ação da amilase pancreática —> hidrólise de ligações α(1,4) das dextrinas, formando maltose, maltotriose e dextrinas limite. - No intestino delgado (borda em escova): continua a digestão. Ação da maltase, isomaltase —> hidrólie de ligações α(1,4) e α(1,6).Também ocorre a digestão dos dissacáridos. Produtos obtidos entram nos enterócitos por difusão facilitada Absorção 1. Insuline binds to receptor Hexoquinase —> fosforilação da 2. Signal transduction cascade glucose que entra nas células Página 39 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected]) lOMoARcPSD|12496982 3. Exocytosis (Glut-4) 4. Glucose enters cell Glut-4. Tecido adiposo. Músculo esquelético. Músculo cardíaco. Dependente de insulina Regulação da Glicémia —> hormonas pancreáticas (independentes do sistema nervoso) - Glucagon —> sinaliza falta de glucose nas células —> hipoglicémia - Hiperglicémia —> células pancreáticas percebem o aumento de C de Glucose e libertam insulina —> liga às células alvo com recetores de insulina - Hexoquinase tipo 1 e 2 inibida pela gluose-6-fosfato Glucogenólise - Mobilização do glicogénio (fígado e rins) - Resíduos de glucose removidos das extremidades não redutoras das ramificações exteriores da molécula, até chegar a 4 resíduos de uma ramificação Página 40 de 40 Downloaded by Ângela Sousa Sousa ([email protected])