Sebenta 1 Freq. - Anatomia (PDF)
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2023
Lara Santos
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This document is a study guide for a first exam in anatomy. It covers bones, cartilage, and various types of joints. Topics include skeletal structures, ossification, and the function of different anatomical components. The document includes important sub-sections like 'Bones and Cartilage', 'Joints in Arthrology', and details aspects such as Osteoporosis.
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Anatomia – 1ª Frequência Lara Santos Ano letivo 2023/2024 CAP. 1. “Ossos e Articulações” SUBCAPÍTULO 1.1. “Ossos e Cartilagens” Sistema Ósseo ou esqueleto: ossos + articulações Ossos: > Formas rígidas de tecido conjuntivo > Principal tecido de suporte do...
Anatomia – 1ª Frequência Lara Santos Ano letivo 2023/2024 CAP. 1. “Ossos e Articulações” SUBCAPÍTULO 1.1. “Ossos e Cartilagens” Sistema Ósseo ou esqueleto: ossos + articulações Ossos: > Formas rígidas de tecido conjuntivo > Principal tecido de suporte do corpo humano > Órgãos vivos Ossos são compostos em 60% por sais, como o cálcio e fósforo, e apresentam um equilíbrio entre matéria orgânica e inorgânica (que varia com a idade) Funções dos ossos: > Proteção das estruturas vitais > Suporte do corpo > Apoio mecânico > Formação de glóbulos vermelhos: hematopoiese (dada ao nível da medula óssea vermelha) > Armazenamento de sais minerais: cálcio, fósforo e magnésio Tipos de osso: > Osso esponjoso: constituinte da parte central de quase todos os ossos (exceto aqueles com canal medular e os seios dos ossos da face) > Osso compacto: está presente em todos os ossos, sendo sólido e rígido, denso e sem espaços macrométricos, opaco ao RX, e é também constituinte do invólucro externo do osso esponjoso nos ossos longos na diáfise Classificação dos ossos: > Ossos longos: o comprimento é privilegiado sobre a largura (embora muitos não sejam compridos), são ossos de forma tubular (tendo duas epífises e uma diáfise) onde as extremidades se alargam para se articularem com os ossos adjacentes > Ossos curtos: apresentam dimensões mais ou menos iguais, forma cuboidal e só existem na mão e no pé > Ossos chatos: têm função de proteção (encontram-se na parede das cavidades), sendo duas lâminas de osso compacto com osso esponjoso no centro e medula, e existem ao nível da abóbada e do esterno (abóbada: díploe e tábua externa e interna) NOTA!! Outros tipos de ossos são, por exemplo, os irregulares (face e vértebras), os sesamóides (em alguns tendões e na rótula), os supranumerários ou acessórios (no pé) e os heterotópicos (ossos que não se formaram a partir de estruturas ósseas) O esqueleto axial é composto pelo crânio, vértebras, costelas e esterno, enquanto que o esqueleto apendicular é composto pelos membros superiores e inferiores (sendo a sua união ao esqueleto axial assegurada pelas cinturas pélvica e escapular – termo que vem de “clavícula”) Ossificação Primária (ossos longos): > Ocorre no centro da futura diáfise, ou seja, a parte que ossifica a partir desses centros é a diáfise > Ocorre entre a 7ª e a 12ª semanas de vida, ou seja, antes do nascimento > Visíveis no nascimento > Resulta da diferenciação de condro blastos em osteoblastos NOTA!! Os ossos curtos ossificam de forma semelhante àquilo que se verifica nos centros de ossificação primária dos ossos longos, sendo necessária também muita irrigação para estas ossificações ocorrerem Ossificação Secundária: > Ocorre depois do nascimento > Centros de ossificação localizam-se nas epífises, ou seja, serão estas as estruturas que resultam desses centros de ossificação Cartilagem de conjugação: > Também chamada de metáfise ou placa epifisária > Faixa de cartilagem entre a diáfise e a epífise > Permanece até à idade adulta, no sentido de impedir que os centros de ossificação primária e secundária se unam > Começando na puberdade até à maturidade, é lentamente substituída por osso, unindo as epífises às diáfises (e a sua ossificação continua): sinostose Irrigação óssea e Inervação... > Arterial: artérias penetram através de pequenos orifícios nas extremidades articulares dos ossos Artérias Periósticas: artérias que penetram através do periósteo (membrana de tecido conjuntivo fibroso que envolve o osso) Artérias Nutriente: encontram-se próxima do centro do corpo, sendo que ao nível da epífise ramifica-se em colaterais que irrigam o osso esponjoso e canal medular Artérias metafisárias e epifisárias: encontram-se nas extremidades ósseas e proveem de artérias vizinhas, estando separadas do osso em crescimento pela artéria de conjugação que irrigam > Venosa e Linfática: vasos linfáticos abundam no periósteo e as veias, acompanhando as artérias, saem por orifícios muito semelhantes aos arteriais > Inervação: nervos acompanham os vasos Nervos periósticos: nervos sensitivos abundam no periósteo Nervos vasomotores: constrição e dilatação muscular NOTA!! A cartilagem é a forma semirrígida de tecido conjuntivo do corpo, integrando o esqueleto nas partes onde o movimento ocorre, nutrindo-se por difusão a partir do osso adjacente irrigado (não possui capilares sanguíneos) e a proporção cartilagem/osso varia no sentido negativo com a idade Aspetos clínicos: > Osteoporose: redução da componente orgânica do osso, que resulta em redução do tecido ósseo, logo em perda de elasticidade e ossos mais quebradiços > Punção esternal: é um acesso pelo esterno e tem como objetivo recolher uma amostra de medula óssea > Necrose vascular: resulta da perda temporária ou permanente da irrigação sanguínea ao nível das epífises Idade óssea: > Idade de aparecimento dos centros de ossificação e das sinostoses (importante em medicina legal e antropologia forense) > Idade óssea radiológica: calcificação das epífises/diáfises e desaparecimento da placa epifisária (fusão em tempos específicos) -> artefactos radiológicos levam ao conhecimento da idade e localização das epífises SUBCAPÍTULO 1.2. “Articulações em Artrologia” Articulações: são uniões funcionais entre 2 ou mais ossos (ou partes de osso), classificando-se pelo tipo de material por que se ligam em fibrosas, cartilaginosas e sinoviais Sistema articular = ossos + articulações + ligamentos Tipos de articulações: > Fibrosas: comunicam-se por tecido fibroso (rígido) > Cartilaginosas: ligam-se por tecido fibroso e cartilagem ou por cartilagem – fibrocartilagem > Sinoviais: unem-se por cartilagem, estando rodeada a cavidade articular pela membrana sinovial Articulações Fibrosas: o seu grau de movimento depende da longitude das fibras que unem os ossos > Suturas: o grau de movimento é nulo ou quase nulo, não existem cavidades articulares e a sua união é muito forte Suturas Escamosas: os bordos dos ossos encontram-se sobrepostos (sutura nasal e metópica) Suturas Dentadas: os bordos dos ossos encontram-se inter-digitados (sutura sagital e coronal) > Sindesmoses: as superfícies articulares encontram-se afastadas, e a sua única forma de união são ligamentos à distância ou membranas fibrosas interósseas (havendo algum movimento devido à flexibilidade dos ligamentos e das membranas, como na sindesmose radiocubital) > Gonfoses: grau de movimento nulo (movimento é patológico), superfícies articulares são circulares e mantidas no lugar por feixes de tecido conjuntivo NOTA!! As suturas são reforçadas pelo periósteo (interior e exterior que se prolonga pela articulação) e por ligamentos suturais de tecido conjuntivo (entre dois ossos este tecido é denso e regular), sendo que são importantes para medicina legal na determinação da idade (sinostoses: fusão dos ossos por linhas de sutura) Articulações cartilaginosas: > Sincondroses (também chamadas de primárias): encontram-se em ossos revestidos por cartilagem hialina, sendo a maior parte destas temporária – nos primeiros anos de vida permite algum movimento e na idade adulta movimento respiratório > Sínfises ou Anfiartroses (também chamadas de secundárias): unidas por tecido fibrocartilaginoso e/ou por tecido fibroso e cartilagem hialina, permitindo movimentos discretos – exemplos de sínfise púbica, corpos vertebrais(discos) e articulação manúbrio-esternal Articulações sinoviais: encontram-se no esqueleto apendicular e possuem características que lhes conferem grande amplitude de movimento, nomeadamente o movimento livre dos membros > Cápsula articular: envolve as superfícies articulares e o líquido sinovial (que se encontra dentro da cavidade articular) Cápsula fibrosa: continuação da camada fibrosa e periósteo Membrana sinovial: revestimento interno da cápsula fibrosa, mas sem cobrir superfícies articulares, produzindo o líquido sinovial > Líquido sinovial: lubrificante e escorregadio, características conferidas por ácido hialurónico, regenerando-se após uma agressão > Ligamentos acessórios: reforçam a articulação e limitam o seu movimento, conferindo-lhe estabilidade Intrínsecos: pertencem à cápsula fibrosa Extrínsecos: independentes da cápsula fibrosa NOTA!! A articulação sinovial não é irrigada nem inervada, nutrindo-se a partir do líquido sinovial, e a cartilagem articular hialina cobre as superfícies dos ossos, diminuindo o atrito Outras características: > Discos articulares: existem quando superfícies articulares não são congruentes (punho e joelho), sendo apenas inervados nos bordos de inserção > Penetração de cápsulas por tendões intra-articulares: encontrado no bicípite branquial > Bordelete fibrocartilaginoso: aumento da concavidade da face articular de um dos ossos > Bursa: existe para algumas articulações Bolsa ou bursa: prolongamento da membrana sinovial para diminuir atrito Bursite: dor e limitação nos movimentos Tipos de articulações sinoviais, descritos quanto a forma das superfícies articulares e ao tipo de movimento: > Articulações planas ou artródias: são frequentes, pequenas, e superfícies lisas opostas (de tamanho idêntico), sendo limitadas por uma cápsula articular muito resistente que limita o seu movimento a um movimento de translação e deslizamento, ou seja, monoaxial > Articulações em sela ou epifiartroses: articulações em forma de sela, perpendiculares (uma côncava e uma convexa), permitindo um movimento biaxial > Gínglimo ou trocleartroses: articulações em forma de roldana com superfície articular côncava correspondente, tendo cápsulas articulares finas, mas ligamentos acessórios fortes (para movimento monoaxial de ângulo reto, em flexão e extensão) > Articulações trucóides: articulação roda parcialmente num anel de osso e ligamento (movimento uniaxial) > Articulação esferoide ou enartrose: superfície articular esférica move-se dentro da cavidade de outra, sendo o seu movimento multiaxial (flexão, extensão, rotação, circundação, adução, abdução,...) > Articulações condilianas: articulação elíptica de movimento biaxial Irrigação arterial: > É feita a partir de artérias articulares que provêm dos vasos que rodeiam a articulação, as artérias epifisárias > Podem anastomosar-se e formar redes que permitam o movimento, como no cotovelo > Trocas com a cavidade articular são feitas por difusão NOTA!! Ao nível da irrigação venosa, as veias acompanham as artérias, principalmente ao nível da membrana sinovial Inervação: > É muito rica ao nível da cápsula articular, existindo fibras sensitivas dolorosas nesta região e ligamentos associados > Lei de Hilton: nervos articulares são os mesmos ramos que inervam a pele suprajacente e os músculos que fazem mover a articulação > Transmite propriocepção, ou seja, informação sobre o movimento e as partes do corpo (devido à ligação entre as terminações nervosas da cápsula articular e a medula espinal e o cérebro) NOTA!! A artrite é a doença articular mais comum (uma inflamação em qualquer articulação), sendo que a artrose é a mais comum forma de artrite, podendo começar com uma anomalia molecular ao nível da cartilagem articular: o diagnóstico e terapia é feito com recurso a uma artroscopia Aspetos Clínicos Caracterização Sintomas Perda momentânea de congruência articular, quer ao Dor na articulação imediata ou Entorse nível da cápsula articular, quer ao nível dos ligamentos gradual, perda de função e edema acessórios Hemorragia no espaço intra-articular Dor, edema, calor local, prurido, - Quando um indivíduo (muito frequentemente Hemartroses redução da amplitude do hemofílico) sofre lesões na articulação afetada, como movimento luxações Deslocamento repentino e duradouro, parcial ou completo, de um ou mais ossos de uma articulação Deformação na articulação, dor Luxação - Quando uma força atua direta ou indiretamente intensa, edema, contração muscular, numa articulação, empurrando o osso para uma fraqueza muscular posição anormal CAP. 2. “Miologia, Angiologia e Sistema Linfático” SUBCAPÍTULO 2.1. “Miologia no Sistema Muscular” A miologia corresponde ao estudo dos músculos e do sistema muscular Funções do sistema muscular: > Confere forma ao corpo > Produz calor > Suporte elástico > Responsável pelo movimento > Resistência à gravidade Músculos: estruturas anatómicas com a capacidade de se contrair quando estimuladas, sendo de funcionamento permanente > Células dos músculos são fibras musculares (células organizadas em tiras, longas e finas), e podem ser estriadas (actina e miosina na forma de filamentos) ou lisas Tipos de tecido muscular: > Estriado: Voluntário... tecido muscular próprio dos músculos esqueléticos (responsável pelo movimento do esqueleto) Involuntário... tecido próprio do músculo cardíaco (forma a maior parte das paredes cardíacas) e bombeia sangue > Liso: é involuntário, fazendo parte da maior parte dos vasos e vísceras ocas (é responsável pelo movimento das substâncias nas vísceras ocas e vasos) NOTA!! O termo vísceras ocas designa órgãos com cavidades, como o coração, ao contrário das vísceras maciças, que correspondem a órgãos como o fígado Músculos esqueléticos: > São músculos que de alguma forma se inserem no esqueleto (ossos, cartilagens, ligamentos, fáscias o combinações), tornando possível o movimento do corpo > Maior parte destes músculos são voluntários, mas há alguns automáticos, como o diafragma e os reflexos > São constituídos por fibras estriadas e compõem 40% do corpo > Células musculares: fibras estriadas cilíndricas, longas e finas organizadas em tiras, não ramificadas, com múltiplos núcleos periféricos e estrias paralelas e transversais Constituição de um músculo: > Tendão: localizadas nas extremidades dos músculos, estas estruturas têm a função de unir os músculos esqueléticos a outros músculos ou aos ossos > Ventre: músculo propriamente dito, sendo que o comprimento do músculo se traduz por ventre + tendão > Aponevrose: tendões em alguns músculos que formam lâminas planas/bainhas de tecido conjuntivo (centro aponevrótico e fáscias) que fixam um músculo a outro Inserções de um músculo: > Pele = cuticulares > Fáscias e bandas circulares > Muscosas = língua > Tendão de fibras de colagénio (tendão de Aquiles) NOTA!! A dicotomia “Origem.vs. Inserção” passou a não ser utilizada, sendo utilizados atualmente os termos: inserção proximal e distal e inserção medial e lateral Denominação dos músculos: > Forma (ou forma e função – quadrado pronador) > Função (de acordo com o tipo de movimento - adutor do 4º dedo) > Ossos onde se inserem (as inserções - esternocleidomasteudónio) > Posição (media, lateral, anterior,...) > Comprimento - osso longo do pescoço Componentes do tecido muscular: > Unidade estrutural: é a fibra muscular, não podendo realizar algum movimento sem o estímulo da unidade funcional e do nervo motor > Unidade funcional: é a placa motora, sendo esta o ponto de junção entre o nervo motor e a unidade estrutural, sendo que a quantidade de placas motoras disponíveis para estimular fibras musculares depende do tamanho e função do músculo... Coxas: são músculos de grande porte, mas com uma função não tão especializada, portanto apresentam um número de placas motoras reduzido Olhos e/ou mãos: são tecidos de tamanho reduzido, mas de função altamente diferenciada, daí a necessidade de um número elevado de placas motoras > Movimento resulta da ativação de um número crescente de placas motoras NOTA!! A sarcomeria afeta o sarcómero, unidade estruturar da placa motora constituída por filamentos de miosina e actina, sendo que, ao contrário da atrofia, causa danos irreversíveis no músculo, o músculo degradado Contração dos músculos: > Tónus muscular: Estado de contração reflexa do músculo quando este se mantém em determinada postura ou posição, dependendo dos impulsos cerebrais provenientes das terminações sensitivas dos músculos, tendões ou articulações (não existe no sono profundo, paralisia ou anestesia) > Contração tónica: Propriedade que demonstra que, mesmo quando os músculos de um indivíduo estão relaxados, estes estão quase sempre levemente contraídos, o que ajuda na estabilidade de articulações e manutenção da postura, enquanto mantém o músculo pronto a responder quando devidamente estimulado Músculo cardíaco: > Células musculares: fibras estriadas finas e longas organizadas em tiras, mas mais curtas que as dos músculos esqueléticos, sendo que se ramificam e anomostosam, de estrias transversais paralelas, mas com núcleo isolado e central > Quando se anomostosam, estas fibras unem-se topo a topo, formando o sincício, e nestas junções estão os discos intercalares Músculo Liso: > Ausência de fibras estriadas, formando túnicas musculares dos vasos sanguíneos e vísceras ocas (fibras fusiformes pequenas, isoladas ou aglomeradas, com núcleo único e central) > Integram o peristaltismo: contração fraca, lenta, ritmada e/ou tónica mantida que visa impulsionar substâncias da parede do tubo digestivo, trompas uterinas e ureteres > Restringe o fluxo e é regulado pelo sistema nervoso autónomo (contração iniciada por estímulo local ou hormonal) NOTA!! Tendões como o de Aquiles e o rotuliano, que se encontram sozinhos, são revestidos por um paratendão, que é um invólucro de proteção, no entanto, no punho e na tibiotársica podemos encontrar vários tendões a trabalhar em conjunto, sendo revestidos pela bainha (que contém líquido sinovial, cuja inflamação é tenosinovite) Regeneração e crescimento muscular: > Músculo esquelético: é feita através das células satélites do músculo esquelético, nas membranas basais das fibras musculares (fonte de mioblastos, as células percursoras do músculo) Não se divide, mas é capaz de formar novas fibras musculares que integram novos feixes musculares (de número insuficiente para reparar grandes perdas de músculo), mas o novo músculo tem estrutura desorganizada e tecido cicatricial > Músculo cardíaco: não há células satélites, logo não há regeneração nem estas se dividem (após EAM gera-se necrose cardíaca) > Músculo liso: mantém a capacidade de divisão (hiperplasia), aumentando de tamanho e de número Aspetos clínicos: > Tónus: anestesia, flacidez e espasticidade (tónus hiperbolizado) > Atrofia > Hipertrofia: no músculo liso (útero gravídico), no músculo esquelético (body builders, não se formam novas fibras, mas aumentam as miofibrilas dentro das fibras musculares), e no cardíaco (HVE – hipertrofia ventricular esquerda) > Pesquisa da força muscular > Eletromiografia: registo da atividade elétrica do músculo para ver se a placa motora funciona e verificar a ausência de lesões neurológicas SUBCAPÍTULO 2.2. “Angiologia e Sistema cardiovascular” A angiologia corresponde ao estudo dos vasos (capilares, veias e artérias) > Sistema cardiovascular: coração, vasos sanguíneos e vasos linfáticos > Sistema linfático: estruturas e vasos linfáticos que transportam linfa para o sistema venoso Constituição das artérias: > Íntima: endotélio que contacta com o sangue e membrana basal > Limitante elástica interna: cobre a lâmina própria, sendo uma camada de fibras elásticas de aspeto ondulado > Muscular: camada de fibras musculares concêntricas lisas > Limitante elástica externa > Túnica adventícia: camada externa de tecido conjuntivo NOTA!! Arteríolas são artérias mais pequenas, de calibre estreito e paredes grossas cuja pressão arterial é regulada principalmente pelo tónus do músculo liso Tipos de artérias: > Artérias elásticas: também chamadas de artérias condutoras, estas são as maiores que existem no nosso corpo (aorta é seus ramos), contendo nas suas paredes sobretudo elastina Ondas de pulso da pressão arterial... devem-se à ação destas artérias, que transmitem e propagam à distância os impulsos cardíacos (expandem após contração e voltam ao estado basal entre estas) > Artérias musculares: também chamadas de artérias distributivas, são de médio calibre e são responsáveis pela distribuição do sangue (artéria femoral) e regulam o seu fluxo em termos de débito para o músculo NOTA!! Os Vasa Vasorum são vasos que nutrem os vasos, penetrando nos mesmos a partir do exterior para formarem redes na túnica adventícia (e também na túnica média) Aspetos clínicos: > Aterosclerose: vem como consequência do excesso no consumo de calorias, acabando por se formarem placas de aterosclerose no interior das artérias (ateromas) em demasia, havendo obstrução das mesmas > Arteriosclerose: espessamento e perda de elasticidade ao nível das artérias > Arteriolosclerose: formação de placas de arteriolosclerose em demasia, obstruindo as arteríolas > Trombose e EAM: surgem como consequência da aterosclerose e arteriolosclerose > Isquémia dos membros Veias.vs. Artérias: > Paredes mais finas que as artérias (PA no interior é menor) > Constituição quase igual (são acrescentadas válvulas para impedir o fluxo retrógrado do sangue suportando peso de menores colunas de sangue) > Quase sempre duplas ou triplas (para artérias distributivas há sempre o dobro de veias satélites) > São de 3 tipos: pequenas, médias e grandes > Mais prováveis de se anastomosarem que as artérias > Igualmente irrigadas por vasa Vasorum e vasos linfáticos Tipos e tamanhos das veias: > Veias de médio a grande calibre: túnica adventícia muito desenvolvida, assim como a muscular (exemplo: veia cava superior) > Vénulas e pequenas veias: vénulas (40 a 50 picnómetros) e pequenas veias (0.2 a 0.3 mm) NOTA!! O fluxo venoso deve-se a contração dos músculos das pernas, ao Vis a Tergo (que traduz a força do impulso circulatório após a passagem na rede capilar e provém do tónus do músculo liso) e a aspiração (resultante da pressão negativa criada no tórax durante a inspiração) Aspetos clínicos: > Varizes ou veias varicosas: veias com válvulas não funcionais > Flebite: inflamação nas veias NOTA!! Os capilares são tubos endoteliais simples que permitem a comunicação entre as extremidades arterial e venosa da circulação através das redes capilares, no entanto, nem sempre estes vasos são intermediários entre estas extremidades, sendo que por vezes há “shunts” (ligações ou anomostoses) arteriovenosos, que permitem uma ligação direta entre uma artéria e uma veia em casos de irrigação rápida (para a homeotermia por exemplo) Redes capilares: > Mais extensas e numerosas em tecidos com nível elevado de metabolismo > As redes capilares na pele apresentam mais canais anatómicos do que no músculo esquelético e esquelético e têm função termorreguladora > Nos músculos a sua principal função é a troca de nutrientes e O2 por produtos de degradação metabolitos e CO2 > Fluxo regulado pelo sistema nervoso autónomo SUBCAPÍTULO 2.3. “Angiologia e Sistema linfático” A angiologia corresponde ao estudo dos vasos (capilares, veias e artérias) > Sistema cardiovascular: coração, vasos sanguíneos e vasos linfáticos > Sistema linfático: estruturas e vasos linfáticos que transportam linfa para o sistema venoso Os sistema linfático faz assim então parte do sistema cardiovascular, tendo como função a drenagem do excesso de líquido dos tecidos (linfa é filtrada por gânglios linfáticos) e é um órgão de defesa do organismo > Vasos e plexos linfáticos: os últimos formados por capilares linfáticos que se iniciam nos espaços intercelulares (herméticos) e formam uma rede juntamente com gânglios linfáticos > Gânglios linfáticos: massas de tecido linfático no trajeto dos vasos linfáticos que filtra a linfa NOTA!! O sistema linfático é ainda constituído pela linfa, tecido linfoide, tecido mieloide e linfócitos circulantes, sendo que os capilares linfáticos são visíveis num cadáver Nos vasos linfáticos, o sentido de circulação da linfa é unidirecional, sendo que estes se unem para formarem vasos linfáticos de maior calibre (que convergem ao nível dos troncos linfáticos) > Aferentes e eferentes > Superficiais: pele e fáscias superficiais > Profundos: fáscias profundas, entre músculos (tecido conjuntivo, músculo liso e válvulas) Os troncos linfáticos ligam-se às veias torácicas ou a canais linfáticos junto de veias de grande calibre, cada um drenando uma parte específica do corpo: > Troncos lombares, intestinais, bronco-mediastínicos, infra claviculares e jugulares Um vaso linfático apresenta sempre o revestimento interno (endotélio circundado por uma membrana elástica), a camada intermédia (células de músculo liso e fibras elásticas) e a camada mais externa (fina membrana de tecido conjuntivo fibroso) Os gânglios linfáticos são pequenas estruturas ovalares e planas, palpando-se nas virilhas, axilas, pescoço,... e são constituídos por dois componentes principais: > Folículos linfáticos = massas esféricas de tecido linfoide no gg linfático > Trabéculas = septos de tecido conjuntivo que vão desde a cápsula para o interior do gg linfático Há dois tipos de gânglios linfáticos, os superficiais e profundos, sendo que as suas funções são as mesmas: > Filtrar a linfa, removendo bactérias e outras substâncias > Produção de linfócitos > Produção de anticorpos NOTA!! A linfa é um líquido claro, ligeiramente amarelado, cuja composição passa por plasma onde circulam proteínas (aminoácidos), linfócitos, gordura (ácidos gordos, glicerol), glicose,... Tipos de tecido no sistema linfático: > Tecido linfoide = encontra-se nas paredes do tubo digestivo, no baço e no timo > Tecido mieloide = constituído por medula óssea vermelha (essencialmente no osso esponjoso, interior do osso, principalmente na bacia e esterno) e é o local de produção de linfócitos B e T a partir de linfoblastos NOTA!! O sistema linfático evidencia agregados invulgarmente grandes de nódulos linfáticos e tecido linfático difuso (apresenta linfócitos, macrófagos e outras células dispersas), as amígdalas Os canais linfáticos a que os troncos linfáticos se ligam estão divididos em duas grandes componentes, que drenam a linfa de partes específicas do corpo: > Canal torácico: drena a linfa de todas as partes do corpo menos daquelas que são drenadas para a grande veia linfática direita e desagua na união da veia jugular interna com a veia subclávia esquerda Cisterna do quilo = saco dilatado na extremidade inferior do canal torácico onde desaguam troncos linfáticos intestinais lombares > Grande veia linfática direita (canal linfático direito): drena linfa do lado direito da cabeça e do pescoço, do membro superior direito e da metade direita da cavidade torácica, desaguando na união da veia jugular interna com a veia subclávia direita Aspetos clínicos: > Adenopatias = aumento desproporcional de um gânglio linfático, chamado o gânglio sentinela (pode ser indicador de uma patologia de maior alcance) > Linfedema = acumulação de linfa nos tecidos por incapacidade de drenagem, havendo uma lesão nos vasos linfáticos > Linfadenite = infeção de gânglios linfáticos > Linfangite = infeção dos vasos linfáticos > Linfoma = gânglios linfáticos e linfócitos se tornam malignos (a disseminação de tumores associados a linfomas pode ser hematogénica ou linfática) > Linfografia = radiografia de vasos e gânglios linfáticos NOTA!! O sistema linfático tem como funções (em suma): drenagem do excesso de líquidos a nível dos tecidos pela filtragem da linfa nos gg linfáticos, drenagem da mesma linfa para o sistema venoso, absorção e transporte de gorduras (drenadas do intestino para os vasos quilíferos, canal torácico e sistema venoso) e defesa do organismo CAP. 3. “Sistema Nervoso: Função e Estrutura” SUBCAPÍTULO 3.1. “Constituição do Sistema Nervoso” O sistema nervoso é constituído por tecido conjuntivo e tecido nervoso, tendo as seguintes funções: > Coordenação e controlo de atividades do organismo > Homeostasia -> equilíbrio dinâmico entre o meio interno e externo do organismo > Funções mentais superiores -> inteligência, memória, aprendizagem,... Divisão do sistema nervoso: > Divisão estrutural: sistema nervoso central e periférico > Divisão funcional: sistema nervoso somático e autónomo (parassimpático e simpático) Constituição do SN: Neurónio > Especializado em comunicação rápida > Constituído por dendrites, corpo celular, axónio, bainha de mielina,... > Unidade estrutural e funcional do sistema nervoso Constituição do SN: Neuróglia > Células não nervosas, ou seja, não excitáveis > Nutrem, suportam e realizam a manutenção dos neurónios, sendo o seu “esqueleto” > Representatividade: Sistema Nervoso Central: são o seu maior constituinte, na forma de astrócitos, células ependimárias, oligodendrócitos e micróglia Sistema Nervoso Periférico: células de Schawnn (neurilemáticos) e células satélite (rodeiam os corpos celulares dos neurónios dos gânglios) SUBCAPÍTULO 3.2. “Sistema Nervoso Central” O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo (cérebro, tronco cerebral e cerebelo) e pela medula espinhal, protegido pelos ossos que o rodeiam e meninges + LCR Líquido céfalo-raquídeo (LCR): banha o encéfalo e a espinhal medula, funciona como uma “almofada protetora” e ainda fornece alguns nutrientes Meninges: são 3 membranas de tecido conjuntivo > Dura-máter: mais superficial e mais espessa, separada do osso adjacente pelo espaço epidural (onde se encontram vasos sanguíneos e gordura) e separada da meninge aracnóideia pelo espaço subdural (onde passa sangue) > Aracnóideia: muito fina e delgada, como uma teia de aranha, separada da meninge pia-máter pelo espaço subaracnóide, onde se encontra o LCR > Pia-máter: delgada, fina e transparente, sendo a camada mais interna No SNC o encéfalo e a medula espinhal são constituídos por substância branca (feixes de axónios – via ou trato) e substância cinzenta (coleção de núcleos de células nervosas) > A substância branca rodeia a substância cinzenta > Substância cinzenta: Corno posterior (dorsal) -> relativamente delgado Corno anterior (ventral) -> relativamente mais largo SUBCAPÍTULO 3.3. “Sistema Nervoso Periférico” O sistema nervoso periférico é formado por uma rede complexa de nervos que liga o SNC às estruturas periféricas, sendo um prolongamento funcional e estrutural deste mesmo > O sistema nervoso central processa, armazena e responde à informação recolhida e mobilizada pelo sistema nervoso periférico Condução do sistema nervoso periférico: > Fibras sensoriais ou aferentes: conduzem para o SNC impulsos a partir dos órgãos dos sentidos ou recetores sensitivos do corpo (músculos) > Fibras motoras ou eferentes: conduzem a partir do SNC impulsos para músculos e glândulas NOTA!! O sistema nervoso periférico é formado por nervos espinhais ou raquidianos: 31 pares com origem na medula espinhal, saindo pelo forâmen intervertebral, e pelos nervos cranianos (são constituídos por 2 tipos de fibras (sensoriais e motoras) e até podem comunicar com os nervos raquidianos ou espinhais) Nervos cranianos do SP: são 12 pares, com origem no encéfalo, saindo através de forâmenes 1. Nervo olfativo (olfato) 2. Nervo ópitco (visão) 3. Nervo oculomotor (movimentação ocular) 4. Nervo troclear 5. Nervo trigémeo (sensibilidade somática em grande parte da cabeça e mastigação) 6. Nervo abducente 7. Nervo facial (gustação e inervação da musculatura mímica da face – secreção glandular) 8. Nervo cócleo vestibular (equilíbrio e audição) 9. Nervo glossofaríngeo (gustação e inervação da musculatura da faringe) 10. Nervo vago (sensibilidade visceral) 11. Nervo espinhal acessório (inervação dos músculos da laringe, trapézio e esternocleidomastóideo) 12. Nervo hipoglosso (movimentação da língua) Nervos periféricos do SP podem originar: > Dermátomos: áreas da pele que são inervadas pelas fibras dum mesmo nervo espinhal > Miótomos: áreas musculares inervadas pelas fibras de um mesmo nervo espinhal Comparação de fibras nervosas com o sistema nervoso central: > Feixe de fibras nervosas: Sistema Nervoso Periférico: Nervo -> Feixe -> Plexo Nervoso Sistema Nervoso Central: Nervo –> Feixe -> Via ou trato > Coleção de células nervosas: no SNP é um gânglio, enquanto que no SNC é um núcleo NOTA!! Os vasos sanguíneos nutrem sempre toda a estrutura nervosa e existe um revestimento de tecido conjuntivo que envolve também a totalidade das fibras nervosas Composição de nervos periféricos: > Axónios > Bainha de tecido conjuntivo Endoneuro: bainha individual que envolve cada axónio Perineuro: bainha ainda mais delicada, envolvendo um fascículo de fibras nervosas periféricas Epinêurio: bainha que envolve um feixe de fascículos, mais superficial e espessa, irrigada e com tecido adiposo > Neurilema: Fibras mielinizadas: séries contínuas de células de Schawnn que rodeiam o axónio Fibras não mielinizadas: fibras envolvidas por célula, neurilema simples, sem mielina Nervo espinhal ou raquidiano: > Raiz posterior (ou dorsal): é a raiz do corno posterior, onde se encontram fibras sensitivas ou aferentes que se estendem perifericamente até às terminações sensitivas > Raiz anterior (ou central): é a raiz do corno anterior, onde se encontram fibras eferentes ou motoras, que se estendem perifericamente para órgãos efetores NOTA!! Os ramos dorsal e ventral primários são ramos mistos (ambos contêm fibras motoras e sensitivas), sendo que as fibras do ramo dorsal primário se dirigem para a pele do dorso e articulações da coluna vertebral, e o ramo ventral primário apresenta fibras que se dirigem para membros e regiões ântero-laterais do tronco Um nervo espinhal típico pode apresentar fibras somáticas (que podem ser sensitivas ou motoras) e fibras viscerais (também essas dispondo de poderem ser sensitivas ou motoras) > Fibras somáticas: Fibras sensitivas gerais/somáticas: transmitem sensações do corpo para a medula de sensibilidade exterocetiva (dor, tato, pressão) e propriocetiva (noção da orientação espacial das partes do corpo, do seu movimento,...) Fibras motoras somáticas: transmitem impulsos para os músculos esqueléticos > Fibras Viscerais: Fibras sensitivas viscerais: transmitem sensações reflexas subconscientes do corpo (dor nas glândulas, vasos,...) Fibras motoras viscerais: transmitem impulsos involuntários para músculo liso e esquelético NOTA!! Um nervo espinhal típico ainda apresenta tecido conjuntivo a envolve-lo e Vasa Nervorum, para além de quaisquer tipos de fibras motoras ou sensoriais, somáticas e viscerais, que o constituem Aspetos clínicos: > Paraplegia e Tetraplegia: destruição de nervos por doença ou trauma (não são substituídos porque não se multiplicam (salvo o olfativo), embora possa haver alguma regeneração caso o. corpo celular esteja íntegro) > Parestesia: resulta da compressão nervosa (embora a secção de um nervo pode ser reparada por sutura topo-a-topo) > Compressão da vasa nervo rum: degeneração se secção do nervo for prolongada e síndrome de sábado à noite SUBCAPÍTULO 3.4. “Constituição do Sistema Nervoso Autónomo” O sistema nervoso autónomo é constituído por uma série de nervos e gânglios que se encontram entre o SNP e o SNC, regulando o funcionamento das vísceras, glândulas secretoras, músculo liso,... > Regulam o funcionamento dos sistemas cardiovascular, respiratório, digestivo, secretor, termorregulador, atingindo a homeostasia do meio interno Composição do SNA: > Fibras autónomas: entram e saem do SNC através dos nervos cranianos e raquidianos > Neurónios: os autónomos diferem dos somáticos, na medida em que entre o SNC e o tecido alvo existem 2 neurónios onde ocorre sinapse SNC (medula óssea) NOTA!! Neurónios eferentes autónomos podem pertencer a dois sistemas diferentes: o parassimpático e o simpático, sendo que, embora muitas estruturas disponham de ambos estes 2 tipos de neurónios, nem todas têm essa propriedade SUBCAPÍTULO 3.5. “Sistema Nervoso Simpático” É constituído pelos neurónios pré-ganglionares, que se encontram no corno lateral da substância cinzenta (no segmento torácico de T1 a T12 e no segmento lombar em L2 e L3), e pelos neurónios pós-ganglionares, localizados em: > Cadeia simpática: gânglios para vertebrais (número par) > Plexos: gânglios pré-vertebrais (gânglio celíaco e mesentérico superior e inferior) – número ímpar NOTA!! Os axónios pré-ganglionares deixam a medula óssea na raiz ventral do nervo espinhal, sendo que o comprimento do neurónio pré-ganglionar em relação ao do pós-ganglionar é muito mais proporcional no sistema simpático do que no parassimpático Distribuição parietal: > Sempre que os neurónios pré-ganglionares se quiserem conectar com os pós-ganglionares têm de passar na cadeia simpática lateral > Distribuição é feita para glândulas sudoríparas, vasos sanguíneos e músculos eretores do pelo Distribuição visceral: > Integra a inervação de estruturas torácicas e cabeça > Fibras pré-ganglionares que inervem estruturas abdominais e pélvicas passam na cadeia simpática lateral sem sinapse até aos plexos onde se encontram os neurónios pós-ganglionares > Fibras pré-ganglionares sobem e descem realizando normalmente sinapse Os gânglios simpáticos estão ligados aos nervos espinhais (com fluxo simpático) através de dois pequenos ramos comunicantes: > Branco (mielinizadas): estabelece a comunicação entre as fibras pré-ganglionares e o gânglio > Cinzento: permite o retorno das fibras ao nervo espinhal após sinapse nas cadeias simpáticas Troncos simpáticos: > Fibras ascendentes e descendentes > Fibras eferentes: pré ganglionares, pós ganglionares e sem sinapse > Fibras aferentes: fazem sinapse com neurónio ascendentes e transmitem informação sobre funcionamento visceral NOTA!! O neurotransmissor pré-ganglionar é a acetilcolina e o pós-ganglionar é a noradrenalina (embora na distribuição parietal algumas glândulas sudoríparas são colinérgicas) SUBCAPÍTULO 3.6. “Sistema Nervoso Parassimpático” É de distribuição restrita (não passa pelos gânglios espinhais, salvo S2-S4), e é constituído pelos neurónios pós-ganglionares (perto das estruturas que inervam) e pelos pré-ganglionares: > Cérebro: Nervos cranianos que inervam tórax, abdómen e cavidade abdominal (motor ocular, facial, glossofaríngeo e vago) -> somar sempre metade > Medula: Nervos espinhais S2-S4 que inervam vísceras pélvicas: reto, bexiga e órgãos genitais Neurónios pós-ganglionares da porção craniana originam-se nos gânglios ciliar, pterigo-palatino, submandibular, ótico e plexo dos órgãos inervados pelo vago e terminam nos respetivos órgãos que inervam > Neurotransmissor pré-ganglionar e pós-ganglionar: acetilcolina Funções do sistema simpático: > Stress > Vigília > Excitação e sistema catabólico > Aumento da tensão arterial > Broncodilatação > Vasodilatação músculo-esquelética (maior atividade) > Diminuição do peristaltismo > Aumento da sudorese e perda de calor Funções do sistema simpático: > Estimulação de atividades relaxantes > Sistema anabólico e homeostático > Atua principalmente à noite > Promove o peristaltismo > Bronca constrição > Diminuição da tensão arterial NOTA!! Os sistemas simpático e parassimpático apresentam funções antagónicas, um regulando os excessos do outro e vice-versa, todo este processo acontecendo de uma forma coordenada e organizada SUBCAPÍTULO 3.7. “Sistema Nervoso Somático” É composto por um conjunto de nervos entre o SNP e o SNC, constituído pelas suas partes somáticas, inervando todas as partes do corpo de modo motor e sensorial, salvo as vísceras, músculo liso e glândulas > Transmite: dor, tato, pressão > Permite: movimentos voluntários e reflexos Divisão do sistema nervoso: > Divisão estrutural: composta pelo sistema nervoso periférico e pelo sistema nervoso central > Divisão funcional: composta pelo sistema nervoso somático e pelo sistema nervoso autónomo (por sua vez composto pelo sistema nervoso simpático e parassimpático) CAP. 4. “Estruturas e Composição do Tórax” SUBCAPÍTULO 4.1. “Introdução e Constituição do Tórax” O tórax é a estrutura do corpo humano localizada na parte superior do tronco, entre o pescoço e o abdómen, sendo dividida em duas partes principais: > Caixa ósteo-cartilaginosa: de volume variável e constante movimento (movimento do tórax é conferido pelo movimento da traqueia, esófago, coração, respiratório, vasos,...) > Cavidade torácica e tórax: de dimensões relativamente pequenas comparadas às idealizadas com base na aparência externa do tronco NOTA!! A caixa ósteo-cartilaginosa é composta por 12 vértebras, 12 pares de costelas, 11 espaços intercostais + 1 subcostal, esterno, cartilagem, musculatura e 12 discos intervertebrais O tórax tem a forma de um cone truncado, apresentando uma abertura superior (raiz do pescoço) e uma inferior (fechada pelo diafragma), para além das suas superfícies: > Superfície externa: face anterior, lateral (12 arcos costais e 11 espaços intercostais) e posterior > Superfície interna: face anterior (igual à externa), face lateral (limites da superfície externa) e face posterior (linha média = coluna vertebral e goteiras pulmonares de cada lado) Abertura torácica superior: > Apresenta-se como um orifício elíptico (maior eixo é a transversal) > Traça a oblíqua ântero-inferior da 1ª costela > Atravessada pela traqueia, esófago, nervos e vasos para a cabeça, pescoço e membros Abertura torácica inferior: > Muito maior do que a superior > Larga e irregular > Fechada pelo diafragma > Limites: corpo vertebral D12, lateralmente as 6 últimas cartilagens costais, 11ª e 12ª costela, base no apêndice xifoide NOTA!! O diafragma que fecha a abertura inferior do tórax é perfurado pela aorta torácica, veias e esófago, apresentando uma porção muscular e outra tendínea (onde existem hiatos (forâmenes = buracos) por onde passam estas estruturas) SUBCAPÍTULO 4.2. “Aspetos funcionais e Função do Tórax” Principais funções do tórax: > Suporte da cintura escapular (fixação/ligação para membro superior através da clavícula e suporte do seu peso) > Resistência às pressões negativas internas (retração elástica dos pulmões e movimentos inspiratórios) > Proteção de órgãos torácicos e abdominais (órgãos cabem na proteção óssea, como o baço, fígado, estômago,...) > Inserção para alguns músculos do tórax, abdómen, pescoço e membros superiores NOTA!! Quanto aos movimentos inseridos no processo de inspiração, o tórax aumenta de volume essencialmente em 3 direções: vertical, transversal e ântero-posterior (e na expiração maioritariamente no sentido vertical) Sentidos de Movimento Caracterização do Movimento Na inspiração as cúpulas diafragmáticas descem 5 a 10 cm e na expiração sobem à Sentido vertical sua posição inicial devido às pressões negativas do tórax que desencadeiam retração elástica do pulmão Na inspiração (músculos intercostais contraídos) há o levantamento das costelas e Sentido transversal o movimento asa de balde Na inspiração (músculos intercostais contraídos) há o levantamento das extremidades anteriores da 2ª à 6ª costela e do esterno (projeção anterior e Sentido ântero-posterior retificação do ângulo esternal), sendo que as costelas se inclinam antero- superiormente -> movimento em alavanca de bomba SUBCAPÍTULO 4.3. “Costelas e Vértebras do Tórax” Na sua maioria, a porção da coluna vertebral que integra a parte torácica é formada por vértebras dorsais ou torácicas típicas, ocorrendo de T2 a T9: > Hemi-facetas costais bilaterais nos corpos vertebrais: inferiores (bordo postero-lateral inferior) e superiores (bordo postero-lateral superior) > Facetas costais na apófise/processo transverso para articulação com tuberosidade das costelas > Processos espinhosos: saliências ósseas que servem de inserção para músculo (transverso e espinhoso), articulação com costelas (transverso) e articulação com vértebras (articulares) NOTA!! A definição de típicas ou atípicas para as costelas remete para a forma em como estas se articulam com as costelas em questão (sendo que numa típica a sua costela é sempre a superior) e o pedículo é o ponto de união entre as massas apofisárias e o corpo vertebral Vertebras costais atípicas: > A vértebra T1 apresenta uma faceta costal superior bilateral para a primeira costela e uma Hemi- facetas inferior costal bilateral para articulação com a segunda costela (articula com a cervical) > A vértebra T10 apresenta um par de facetas costais bilaterais na transição do corpo para o pedículo > As vértebras T11 e T12 apresentam um par de facetas costais bilaterais simples nos pedículos, não apresentando facetas na apófise transversa NOTA!! Os processos espinhosos são inclinados postero-inferiormente, sendo longos e palpáveis na linha média posterior (em C7), mudando a sua orientação para proteção do canal raquídeo (quanto mais descemos na coluna vertebral iremos encontrar corpos vertebrais mais densos para suportar o peso do corpo) As costelas são ossos planos, chatos e curvos, mas muito leves e resistentes, tendo no seu interior osso esponjoso com medula óssea (onde se dá a hematopoiese) > Articulam-se com a coluna vertebral, definindo o ângulo costovertebral > Orientação: inclinação para baixo, frente e dentro, com extremidade posterior mais volumosa, concavidade interna e bordo inferior com goteira (sulco para passagem do plano neuro vascular) Podemos classificar as costelas quanto à sua inserção: verdadeiras ou esternais (1ª até a 7ª/8ª) e falsas ou asternais (aderentes da 8ª à 10ª e flutuantes da 11ª à 12ª) ou quanto à sua morfologia: > Legítimas (com 2 raízes): espalmadas – da 1º à 2ª e enroscadas – da 3ª à 10ª > Espúrias (com uma raiz): 11ª e 11ª > Típicas (3ª à 9ª) ou atípicas (1ª, 2ª, 10ª à 12ª) Tipo de Costelas Caracterização da costela e das componentes Costelas Típicas Chamado de diáfise, é fino, achatado e curvo (a sua face externa é convexa e relaciona- Corpo se com a pele e a sua face interna côncava é lisa e relaciona-se com a pleura) Extremidade anterior apresenta forma elítica para articulação com a cartilagem costal e extremidade posterior é composta pela cabeça (duas Hemi-facetas articulares separadas Extremidades pela crista da cabeça), pelo colo (zona estreita entre o tubérculo e a cabeça) e pelo tubérculo (1 faceta articular para a apófise transversa e uma saliência óssea não articular para o ligamento costo-transverso lateral) Bordo superior serve para inserções musculares e bordo inferior apresenta a goteira Bordos subcostal (sulco para passagem de plano neuro vascular) Costelas Atípicas Mais curta, mais curva e mais larga, de extremidade articular nítida posterior, com a face 1ª costela côncavo interno e bordo superior saliente (sulco ventral para a veia subclávia e dorsal para a artéria subclávia – entre estes dois está a inserção para o escaleno anterior) Duplamente maior do que a primeira e menos curva, sem goteira costal e com tuberosidade para o grande dentado e escaleno posterior (orientação: extremidade com 2ª costela 2 hemi-facetas articular é posterior, face côncava interna e face com rugosidade é supero-externa) Em todas estas costelas só é verificada uma faceta na cabeça da costela (11ª e 12ª são 10ª, 11ª e 12ª costelas curtas sem colos nem tubérculos) Aspetos clínicos: > Coartação da aorta: estreitamento da aorta através de uma incisão com recurso a raio-x > Toracotomia anterior: cortes em forma de H no pericôndrio das cartilagens costais para acesso à cavidade torácica > Toracotomia posterior: remoção de alguns pedaços das costelas posteriores para acesso à cavidade torácica e retirar um tumor do pulmão (por exemplo) Aspetos clínicos das costelas: > Costelas cervicais: articulam com C7 e podem originar síndrome da costela cervical Compressão do plexo braquial (paralisia ou perda de sensibilidade nos músculos inervados pelo plexo e dor nas costas/ombros que irradia pro braço) , da artéria subclávia e veia subclávia > Costelas lombares: geram problemas ao nível do raio-x, por confusão com a apófise transversa de L1 > Costelas bífidas de um lado > Agenesia da 12ª costela/vértebra: síndrome de Down > Costelas fundidas: patologia associada a malformações vertebrais e existência de hemi-vertebras (agenesia de um lado) NOTA!! Uma fratura nas costelas ocorre mais facilmente nos seus pontos fracos, nomeadamente nos seus ângulos costais e arcos médios, podendo estas perfurar as estruturas respiratórias, mas também os órgãos abdominais que a caixa ósteo-cartilaginosa do tórax protege SUBCAPÍTULO 4.4. “Cartilagens Costais” As cartilagens costais prolongam as costelas anteriormente, conferem elasticidade à parede torácica, protegem contra fratura de costelas e esterno e apresentam-se como sendo 12 em valor numérico > Aumentam de tamanho da primeira à 7ª, mas depois diminuem progressivamente > Primeiras 7 cartilagens costais articulam com o esterno diretamente > Da 8ª à 10ª articulam com a cartilagem de cima e a 11ª à 12ª articulam na extremidade livre da musculatura da parede abdominal Constituição da cartilagem costal: duas faces (anterior convexa e posterior côncava), duas extremidades e dois bordos (assim como apresentado para as costelas) > Extremidades mediais da 7ª à 10ª costela ligam-se, formando o bordo costal (define com a extremidade inferior do apêndice xifoide o ângulo infra esternal ou xifoideu) Aspetos clínicos: podem calcificar (parede torácica rígida, radiopacas ao raio-x e geram maior risco de fracturação das costelas e do esterno) SUBCAPÍTULO 4.5. “Estruturas e Composição do Esterno” O esterno é um osso plano, chato e alongado que constitui a parte anterior e medial do tórax (ímpar e mediano), composto pelos seguintes elementos: > Manúbrio > Corpo > Xifoide NOTA!! Atrás do esterno encontra-se o mediastino, onde se encontram pontos de referência anatómica bastante importantes de localização de estruturas, nomeadamente devido à sua projeção na coluna vertebral (sulco é uma depressão mais alongada, ao contrário de incisura) O manúbrio projeta-se para as vértebras T3 e T4, sendo um triângulo de vértice inferior, e na sua face superior podemos encontrar > Incisura jugular > Incisura clavicular > Incisura para 1ª costela (sincondrose) O corpo projeta-se sobre T5 a T9 e apresenta-se como sendo um losango alargado até à 5ª costela, estreitando depois da mesma > Encontra-se separado do manúbrio pela crista manúbrio-esternal e do apêndice xifoide pela crista xifo-esternal > Mais fino e curto nas mulheres (utilizada em antropologia forense) > Nos bordos laterais encontramos incisuras (chanfraduras) articulares e não articulares O apêndice xifoide é a parte mais inferior e pequena do esterno, apresentando-se em espada e muito variável (é uma estrutura cartilaginosa, nomeadamente com representatividade das sincondroses) > Ponto de referência anatómico de avaliação abdominal: limite inferior da parede torácica anterior, indicador do centro frénico do diafragma, limite inferior do coração e superior do fígado > Define com bordo costal o ângulo infra esternal ou xifoideu Aspetos clínicos: > Défices de ossificação: fenda esternal completa (falha na união das duas metades fetais, relacionada com a ectopia cardíaca) e forâmen esternal (no corpo do esterno, dando problemas no raio-x) > Esteronomia mediana: punção óssea > Acesso cirúrgico ao mediastino anterior através de medulo gramas e bypass cardíacos NOTA!! Aspetos clínicos de uma articulação: Aspetos Clínicos Caracterização Sintomas Perda momentânea de congruência articular, quer ao Dor na articulação imediata ou Entorse nível da cápsula articular, quer ao nível dos ligamentos gradual, perda de função e edema acessórios Hemorragia no espaço intra-articular Dor, edema, calor local, prurido, - Quando um indivíduo (muito frequentemente Hemartroses redução da amplitude do hemofílico) sofre lesões na articulação afetada, como movimento luxações Deslocamento repentino e duradouro, parcial ou completo, de um ou mais ossos de uma articulação Deformação na articulação, dor Luxação - Quando uma força atua direta ou indiretamente intensa, edema, contração muscular, numa articulação, empurrando o osso para uma fraqueza muscular posição anormal CAP. 5. “Artrologia e Musculatura do Tórax” SUBCAPÍTULO 5.1. “Introdução à Musculatura do Tórax” A musculatura do tórax e do abdómen é única devido ao facto de se distribuir num plano em que mais nenhuma se distribui, ou seja, na parede ântero-lateral da região, sendo caracterizada pela prevalência de centros aponevróticos Apesar de terem inserção nas costelas, estes músculos muitas vezes pertencem ao abdómen, o pescoço, ao dorso, ao membro superior,... (outros sendo inspiradores ou expiradores) > Constituem estruturas dos espaços intercostais e diafragma > Cada espaço apresenta 3 músculos e 1 feixe neuro-vascular Os músculos do tórax estão divididos entre duas regiões: > Região ântero-lateral: grande e pequeno peitoral, subclávio, serrátil anterior e posterior e escalenos > Região costal: intercostal externo, médio e interno, subcostais, elevadores das costelas e transverso triangular do tórax SUBCAPÍTULO 5.2. “Músculos da Região Ântero-lateral” Os músculos grande peitoral e pequeno peitoral estão sobrepostos, havendo entre eles fáscias que inibem o atrito no movimento inter-relacionado > Grande peitoral: Inserções: na clavícula (face inferior rugosa), esterno, centro aponevrótico abdominal e troquiter Inervação: nervo torácico anterior Função: adução, elevação do tronco, músculo respiratório acessório, rotação medial do braço > Pequeno peitoral: Inserções: da 3º à 5º costela e apófise coracoide da omoplata Inervação: torácico anterior Função: músculo acessório na inspiração (elevação das costelas) e depressão da omoplata O serrátil ou dentado anterior (cobre a face lateral do tórax) é inervado pelo longo torácico (C5 a C7) e pelos 8º e 9º nervos intercostais, sendo um músculo acessório da respiração e responsável pela abdução e rotação superior da omoplata, apresentando 3 porções: > Porção superior: inserção no ângulo superior da omoplata e na face externa da 1 e 2 costelas > Porção média: inserção no bordo medial da omoplata e face externa da 2 a 4 costelas > Porção inferior: inserção no ângulo inferior da escápula e na face externa da 5 a 8 costelas Músculo serrátil ou dentado posterior: > Porção superior: Inserções: ligamento nucal e processos espinhosos de C7 a T1/T3, bordos superiores da 2ª à 4ª costela (inclinação latero-inferior) Inervação: do 2 ao 5 nervo intercostal Função: aumenta o diâmetro do tórax e eleva as costelas > Porção inferior: Inserções: processos espinhosos de T11 a L2 e bordos inferiores da 8 à 12 costela perto dos seus ângulos Inervação: ramos anteriores dos nervos espinhais torácicos T9 a T12 Função: deprime as costelas NOTA!! O músculo subclávio tem inserção na face inferior da clavícula e 1 costela e cartilagem costal, sendo feita a sua inervação pelo nervo subclávio e a sua função é a depressão na clavícula e no ombro Tipo de Escaleno Inserções Inervação Funções Escaleno anterior 1ª costela e de C3 a C6 Plexo cervical Eleva a 1º costela Escaleno médio 1º costela e de C2 a C6 Plexo cervical Elevar a 1º costela Acessório na inspiração e Escaleno inferior 2º costela e de C4 a C6 Plexos cervical e braquial elevação da 2º costela SUBCAPÍTULO 5.3. “Músculos da Região Costal” Os músculos intercostais estão divididos em 3 porções: intercostal externo, intermédio e interno, diferenciando nas inserções superiores e inferiores, inervação e funções > Intercostais externos: músculos mais superficiais, oblíquos para frente e para baixo, continuando para baixo pelos oblíquos externos Inserções: inserção superior o lábio externo do bordo inferior da costela superior e inferior o lábio externo do bordo superior da costela inferior Inervação: intercostal Função: inspiração e elevação das costelas > Intercostais intermédios: sitiam-se dentro dos intercostais externos, oblíquos para trás e para baixo em ângulo reto com os externos, continuando para baixo pelos oblíquos internos Inserção: lábio externo do bordo inferior da costela superior e vice-versa para inserção inferior Inervação: intercostal Função: expiração e depressão das costelas > Intercostais internos: situam-se dentro dos intercostais intermédios, oblíquos para baixo e pra trás em ângulo reto com intercostais externos, continuando para baixo com os oblíquos internos Inserção: superior é lábio interno da goteira da costela superior e inferior é bordo superior da costela inferior Inervação: intercostal Função: inspirador, estando separado dos outros pelo feixe neuro vascular NOTA!! Na representação das paredes torácicas é visível que os ic externos partem da articulação costo transversária até à condrocostal e prolonga-se daí para o esterno através da membrana intercostal externa (ic intermédios partem da linha axilar média e prolongam.se através da membrana intercostal interna até às vértebras e ic internos do ângulo posterior das costelas até cerca de 5cm do bordo do esterno) Os músculos subcostais têm como sua inserção proximal a face interna de uma costela perto do seu ângulo e distal a face interna da costela suprajacente (mesma direção que ic intermédios) > A sua inervação é feita pelos intercostais e função é elevação e depressão das costelas O transverso triangular do tórax é um músculo com 4 ou 5 feixes cuja inserção proximal é a face interna do corpo do esterno e apêndice xifoide e a distal é a face interna da segunda à sexta cartilagem costal > A sua inervação é feita pelo intercostal e função é leve depressão das cartilagens costais > Continua para baixo com o transverso do abdómen > Vasos torácicos internos são-lhes anteriores, situando-se entre eles e as cartilagens costais (e músculos ic médios) Os músculos elevadores das costelas ou supracostais podem dividir-se em duas porções, sendo que a sua inervação é igual (ramos primários posteriores de nervos C8 a T11) e a sua função também (aumentar o diâmetro do tórax e elevar as costelas) > Supracostais curtos = do vértice das apófises transversas de C7 a T11 ao bordo superior e face externa das costelas subjacentes > Supracostais longos = contêm dois feixes (1 idêntico aos curtos e outro que se insere duas costelas a abaixo do vértice da apófise transversa) SUBCAPÍTULO 5.4. “Características das Articulações do Tórax” As articulações do tórax permitem movimentos de grande amplitude e frequentes associados à respiração, no entanto, a amplitude do movimento de qualquer articulação do tórax (individualmente) é pequena > Qualquer interferência numa articulação torácica afeta a respiração > Articulações torácicas são semimóveis (as móveis encontram-se no esqueleto apendicular e os imóveis no crânio) Articulação intervertebral: > É do tipo cartilaginosa secundária (mais especificamente uma sínfise) > Encontra-se entre os corpos vertebrais no disco vertebral > Ligamentos acessórios: longitudinais posteriores e anteriores As articulações costovertebrais podem ser de 2 tipos: articulação da cabeça da costela (encontra-se entre a cabeça de uma costela típica, as hemi-facetas bilaterais costais das vértebras adjacentes e o disco invertebral respetivo) e articulação costo-transversa (entre a tuberosidade da costela e a faceta costal da apófise transversa da vértebra adjacente) Articulação costovertebral -> articulação da cabeça da costela: > Articula com a hemi-facetas costal superior da vértebra do mesmo número e com a hemi-facetas costal inferior da vértebra superior > Crista da cabeça da costela une-se ao disco intervertebral respetivo, formando o ligamento intra- articular ou interósseo e dividindo o espaço fechado entre duas cavidades sinoviais > Cápsula articular envolve a articulação e liga a cabeça da costela com a circunferência da cavidade articular > Camada fibrosa é forte na sua porção anterior (ligamento radiado ou costovertebral anterior) > Exceção: 1ª, 10ª, 11ª e 12ª articulam com a sua própria vértebra e não apresentam ligamento intra- articular > Movimentos: movimentos ligeiros de deslizamento e importantes nas extremidades costais Articulação costovertebral -> articulação costo-transversa: > Une a tuberosidade da cabeça da costela com a apófise transversa adjacente > Articulação sinovial pouco desenvolvida (cápsula delgada) > Reforçada por determinados ligamentos: Ligamento costo-transversário posterior (lateral): ligamento que se encontra da tuberosidade da costela ao vértice da apófise transversa, fortalecendo a face posterior e anterior da articulação Ligamento costo-transversário superior: encontra-se entre o bordo superior do colo da costela ao bordo inferior da apófise transversa superior, dividindo-se em 2 – ligamento costo-transversário superior forte e fraco – onde a abertura entre estes dois permite a passagem do nervo espinal e do ramo posterior da artéria intercostal Ligamento costo-transversário inferior: do bordo inferior da apófise transversa de uma vértebra ao bordo superior do colo da costela abaixo Ligamento costo-transverso ou interósseo: do colo da costela à apófise transversa > Movimentos: rotação (quando costelas e esterno se movem no plano sagital – superfícies articulares das tuberosidades das costelas 1 a 7 são convexas e encaixam-se na concavidade da apófise transversa) e deslizamento (9/10 e 11/12 são ainda mais livres pois costelas aderentes não articulam com a apófise transversa) Articulação costo condral: situada entre a extremidade lateral das cartilagens costais com a extremidade esternal da costela, havendo uma cúpula onde encaixa a cartilagem > São do tipo cartilaginosas hialinas (primárias), não havendo movimento geral > Reforçadas pelo periósteo ou o pericôndrio da articulação Articulação intercondral: > Entre bordos adjacentes das costelas números 6 a 9 > Sinoviais planas reforçadas por ligamentos intercondrais e pericôndrio Articulação esterno-condral: > Articulação da primeira cartilagem costal com o manúbrio do esterno (cartilaginosa primária, sincondrose) > Articulação das segundas às sétimas cartilagens costais com os bordos laterais do esterno (sinovial plana) > Ambas estas articulações são reforçadas pelo ligamento radiado anterior e posterior Articulação esternoclavicular: é do tipo sinovial eipifiantrose (selar), situada entre o bordo esternal da clavícula com o manúbrio do esterno, formando a primeira cartilagem costal > Apresenta um disco intra-articular > É reforçada pelos ligamentos esternoclaviculares anterior e posterior e costoclaviculares Articulação esternal: subdivide-se em esternal superior (manúbrio esternal, um articulação cartilaginosa secundária) ou esternal inferior (xifo-esternal, uma articulação cartilaginosa primária, sincondrose) SUBCAPÍTULO 5.5. “Irrigação e Inervação dos Espaços Intercostais” Os espaços intercostais localizam-se entre costelas e cartilagens costais, sendo ocupados por músculos, vasos sanguíneos, nervos intercostais, membranas intercostais,... > Estes são nomeados de acordo com a costela que está suprajacente ao espaço > 11 espaços intercostais + 1 subcostal NOTA!! Com exceção do 10º e 11º espaços intercostais, todos os espaços intercostais são irrigados arterialmente por 3 artérias principais: 1 grande artéria intercostal posterior (e ramos colaterais) e um pequeno par de artérias intercostais anteriores Artérias intercostais posteriores: 2 primeiras artérias intercostais posteriores (partem da artéria intercostal superior ou suprema, que parte do tronco costo cervical) + 9 artérias intercostais posteriores (partem da aorta torácica) > Ramo posterior: acompanha ramo dorsal do nervo espinal a medula, coluna, músculos do dorso/pele > Ramo colateral: cruza espaços intercostais sobre o bordo superior da costela inferior > Ramos terminais: anastomosam-se com artérias intercostais anteriores NOTA!! As artérias intercostais posteriores acompanham nervo intercostal até ao ângulo da costela, entrando no sulco costal entre a veia e nervo intercostal e depois entre músculos intercostais intermédios e internos (9 artérias intercostais posteriores são maiores à direita e há uma subcostal) Artérias intercostais anteriores: cada par para os 6 primeiros espaços intercostais deriva da artéria torácica interna e do sétimo ao nono espaço intercostal cada par deriva da artéria musculo frénica > Em cada par destas artérias uma segue no bordo inferior da costela superior e outra no superior da costela inferior, irrigando músculos intercostais, peitorais, mamas e pele > Estão ausentes nos 2 últimos espaços intercostais, sendo estes supridos pelas artérias intercostais posteriores e ramos colaterais > A artéria subcostal tem origem na aorta torácica e segue ao longo do bordo inferior da 12 costela, irrigando músculos da parede ântero-lateral do abdómen As artérias que suprimem os 2 primeiros espaços intercostais situam-se entre pleura parietal e músculos intercostais intermédios, sendo que as dos 4 espaços seguintes são separadas da pleura pelo músculo transverso do tórax Em suma, o suprimento arterial da parede torácica é feito através das seguintes artérias principais: > Aorta torácica: da qual se originam a artéria subcostal e as artérias intercostais posteriores da 3 à 9 > Artéria subclávia: da qual se origina artéria torácica interna (da qual se originam os ramos das artérias intercostais anteriores) e artéria intercostal suprema (da qual se originam os ramos das primeiras artérias intercostais posteriores) > Artéria axilar: da qual se origina a artéria torácica superiores e a artéria torácica lateral Das veias que inervam a parede torácica podem ser distinguidas das veias intercostais das torácicas internas, sendo que estas últimas são veias satélite das artérias torácicas internas > Unem-se do 1º ao 3º espaço intercostal num tronco que desagua na veia braquiocefálica NOTA!! Veias intercostais são as mais profundas e superiores no VAN e acompanham artérias intercostais (da 2ª e 3ª unem-se para formar um tronco comum que drena na veia intercostal superior, que drena na veia braquiocefálica e da 4ª à 11ª terminam no sistema venoso ázigos, que drena vísceras do mediastino e desagua na veia braquiocefálica) A veia intercostal superior (para onde drenam veias ic do segundo ao terceiro espaço intercostal) divide-se em: > Veia intercostal superior esquerda = drena na veia braquiocefálica esquerda e geralmente recebe veias brônquicas esquerdas e veias periodardio-frénica > Veia intercostal superior direita = desagua na veia ázigos, que irá dar à veia braquiocefálica A inervação da parede torácica é feita com recurso a 12 pares de nervos espinhais torácicos que, após deixarem o forâmen intervertebral dividem-se em ramos primários anteriores e posteriores > Ramos posteriores = próximos das articulações intervertebrais, suprindo articulações, músculos e pele do dorso > Ramos ventrais (T1 a T12) = nervos intercostais (de T1 a T11) + nervo subcostal (T12) Os nervos intercostais classificam-se como típicos do 3º ao 6º e apresentam várias características: > Entram nos espaços intercostais posteriores entre a pleura parietal e a membrana intercostal interna e no ângulo da costela passa entre músculos ic íntimos e internos > Proteção: entra no sulco costal abaixo da artéria intercostal > Na parte anterior do tórax permanecem na face muscular interna dos músculos intercostais internos e são anteriores ao transverso triangular do tórax e a vasos torácicos internos (perto do esterno dirige- se para a frente e penetra nas cartilagens costais, dando origem aos ramos cutâneos anteriores) NOTA!! O ramo cutâneo lateral do 2º nervo intercostal corresponde ao nervo intercostobraquial, surgindo no segundo espaço intercostal, penetrando o músculo dentado anterior (entrando na axila e no braço e inervando soalho da axila para se ligar ao nervo cutâneo medial do braço = inerva faces medial e posterior do m.sup. até ao cotovelo) Ramos de um nervo intercostal típico: Ramos Intercostais Típicos - Nervo envia ramo comunicante branco para o gânglio e o mesmo nervo recebe o ramo comunicante cinzento do gânglio do tronco simpático Ramos comunicantes - Fibras nervosas simpáticas estão distribuídas através de ramos do nervo intercostal (para músculo liso, glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos) - Origem perto do ângulo das costelas, indo para o bordo Ramos colaterais superior da costela inferior, inervando os músculos intercostais - Origem perto da linha axilar média, penetrando entre os músculos intercostais interno e externo a meio do Ramos cutâneos laterais arco lateral (em ramo posterior e anterior para inervar a pele da face lateral das paredes torácica e abdominal) - Inervam músculo transverso do tórax e ic médio e pele Ramos cutâneos anteriores da face anterior e lateral das paredes torácica e abdominal - Inervam músculos intercostais, subcostais, transverso Ramos musculares do tórax, supracostal, grande dentado e dentado posterior Os nervos intercostais atípicos seguem nas faces internos das respetivas costelas e não no bordo inferior dos sulcos, sendo o 1º e o 2º nervos intercostais principalmente > 1º nervo intercostal: porção inferior (menor) do ramo ventral do 1º nervo espinhal torácico (porção superior e maior une-se ao plexo braquial, cuja inserção é de C5 a C8) e não apresenta ramos cutâneos anterior nem lateral > 2º nervo intercostal: porção maior e inferior do ramo ventral do 2º nervo espinhal torácico, sendo que a menor e superior se une ao plexo braquial Os nervos toraco-abdominais são nervos intercostais atípicos que suprem as paredes torácica e abdominal, indo de T7 a T11, apresentando dois tipos de ramos nervosos: > Os ramos comunicantes unem estes nervos á medida que estes atravessam a parede anterior abdominal > Os ramos cutâneos anteriores perfuram a bainha do músculo reto e entram na fáscia superficial SUBCAPÍTULO 5.6. “Dermátomos, Miótomos e Aspetos Clínicos” Um dermátomo e miótomo estão relacionados entre si: > Dermátomo = região da pele inervada por um par de raízes sensitivas, sendo nomeado de acordo com o nervo espinhal que o inerva Nervos espinhais são mistos: a parte sensitiva entra na medula através da raiz posterior ou dorsal, onde se encontram os gânglios espinhais e parte motora na substância cinzenta sai da medula através da raiz anterior ou ventral (corpos celulares dos neurónios da raiz motora localizam-se na medula) > Miótomo = músculo inervado por um par de raízes motoras NOTA!! Caso haja perda de função de um nervo por lesão do gânglio a sensibilidade não é completamente perdida, porém pode ser gravemente afetada quer num miótomo desse nervo, quer num dermátomo Num mapa de dermátomos são representados os limites dos mesmos ao longo do corpo humano muito bem definidos, no entanto, há sempre sobreposição da inervação de dermátomos adjacentes > T1 e T2 inervam membro superior e parede torácica > T7 a T11 inervam parede torácica e abdominal > Mapa de dermátomos visto na posição quadrúpede tem uma distribuição muito mais organizada do que na vertical (possível evidência de ancestrais quadrúpedes) Dermátomos na clínica: como cada nervo espinhal garante a inervação e aquisição de sensibilidade de uma região específica do corpo, é possível desenhar os tais mapas que caracterizem essa inervação > É de grande importância para o fisioterapeuta pois, face a uma lesão, este consegue determinar que raízes nervosas sensitivas foram afetadas > Em práticas de acupuntura são estimulados determinados dermátomos, ocorrendo reações nervosas profundas, pois como consequência são estimuladas determinadas regiões da medula espinhal e órgãos inervados pelo grupo de nervos daquela área A doença Zona consiste numa virose dos gânglios espinhais causada pelo vírus VZV, resultando da reativação deste mesmo vírus após uma fase de latência desde que houve uma infeção primária (que deu origem à varicela), processando-se da seguinte forma: 1. Vírus VZV é reativado (após invadir o gânglio) e produz uma dor aguda no dermátomo suprimido pelo nervo do respetivo gânglio espinhal afetado 2. Distribuição de uma lesão da pele dermatomicamente 3. Dermátomo afetado torna-se vermelho e com vesículas O uso de anestésico local para impedir a chegada de impulsos nervosos sensoriais ao cérebro é usado numa técnica designada por bloqueio do nervo intercostal, onde há uma injeção de um analgésico local no espaço intercostal > Procedimento só fica completo quando se bloqueia o nervo que se pretende (e o seu ramo colateral), o inferior e o superior, devido à sobreposição de dermátomos NOTA!! Uma toracocentese consiste na introdução de uma agulha através do espaço intercostal para o interior da cavidade pleural, sendo que esta agulha tem de ser inserida superiormente à costela, alto o suficiente para n atingir o ramo colateral do nervo intercostal respetivo CAP. 6. “Estruturas e Funções do Diafragma” SUBCAPÍTULO 6.1. “Introdução ao Diafragma” O diafragma é uma estrutura que funciona como “tampa inferior” da caixa torácica, sendo uma separação musculo-tendinosa cupular entre o tórax e o abdómen > Fixo ás vertebras lombares superiores (L1 a L3) e ao bordo inferior da caixa torácica (6 últimas costelas e cartilagens costais) Diafragma = Porção Tendínea + Porção Muscular > Porção tendínea localiza-se no centro frénico e é aponevrótica, na parte central > Porção muscular localiza-se nas periferias e é imóvel porque está fixa ao bordo inferior da caixa torácica e às vertebras lombares superiores É o principal músculo da respiração, descendo quando contrai (inspiração) e subindo quando relaxa (expiração) > Movimentos na expiração: hemicúpula direita até 5 costela (baço faz pressão para cima) e esquerda até 5 espaço intercostal (não sobre tanto pelo coração) NOTA!! O nível das cúpulas frénicas varia não só na fase de respiração, mas também com a posição e tamanho e grau de distensão das vísceras abdominais (uma pessoa com mais massa gorda tem o diafragma mais elevado) Centro frénico do diafragma: > Folíolo anterior = porção central, anterior e média, logo abaixo do coração (pericárdio fibroso que corresponde ao saco do coração) > Folíolos Direito e Esquerdo = porções laterais que formam eixo que se dirige para trás Os folíolos que compõem o centro frénico são por sua vez compostos por feixes que se orientam em duas fibras diferentes: > Fita oblíqua: vai da porção posterior do folíolo direito ao folíolo anterior por trás e por dentro do orifício da veia cava inferior > Fita arciforme: vai da porção posterior do folíolo direito ao esquerdo pelo lado e pela frente do orifício da veia cava inferior Porção Muscular Diafragmática Compartimentos Caracterização Fibras musculares que se inserem na parede torácica, indo desde o folíolo anterior Parte esternal até à base do apêndice xifoide (2 feixes musculares e forâmen ântero-lateral de Morgan ni de cada lado da linha média) Fibras musculares que se inserem na parede torácica e que vão desde os folíolos Parte costal laterais à face interna das 6 últimas cartilagens costais e costelas adjacentes, formando as hemicúpula Fibras musculares que se inserem na parede torácica e vão desde a porção posterior Parte lombar dos folíolos laterais à coluna vertebral, servindo de inserção para músculos como o grande psoas e o quadrado do lombo NOTA!! O diafragma é um músculo principal da respiração, sendo complementado com os músculos acessórios da respiração: grande e pequeno peitoral, escalenos, serrátil anterior,... SUBCAPÍTULO 6.2. “Musculatura e Hiatos do Diafragma” Os feixes lombares do diafragma integram dois tipos de estruturas: > Pilares do diafragma: músculos cuja inserção são as 3 primeiras vértebras lombares > Ligamentos arqueados: laterais, mediais e mediano Ligamentos arqueados do diafragma: > Ligamento arqueado lateral: insere-se na arcada do músculo quadrado do lombo é vai desde o vértice da costela número 12 à apófise transversa de L1 (arco aponevrótico) > Ligamento arqueado medial: insere-se na arcada do músculo psoas maior à frente do psoas, indo desde a apófise transversa de L1 ao corpo de L2, constituindo-se como um espessamento da lâmina anterior da fáscia toracolombar sobre a parte superior do psoas maior > Ligamento arqueado mediano: curva-se sobre a face anterior da aorta e, juntamente com pilares esquerdo e direito forma o hiato aórtico Os pilares do diafragma apresentam os seus feixes musculo tendinosos inseridos nas faces anteriores dos corpos vertebrais de L1 a L3, nos seus respetivos discos intervertebrais e no ligamento longitudinal anterior > Pilar direito = de L1 a L3 e discos intervertebrais respetivos (pilar acessório direito insere-se no corpo de L2) > Pilar esquerdo = de L1 a L2, mais curto, e pilar acessório esquerdo (um pouco mais abaixo do que o direito) O diafragma apresenta 3 hiatos: o da veia cava inferior (projetado sobre T8), o do esófago (sobre T10) e o da aorta (projetado sobre T12) > Hiato aórtico: formado pelos pilares esquerdo e direito do diafragma, juntamente com o ligamento arqueado medial, sendo que o seu fluxo não é afetado pelo diafragma porque este não o perfura (pela ação do ligamento arqueado mediano) O que passa neste hiato aórtico? A aorta, o canal torácico, troncos linfáticos intercostais que se dirigem para a cisterna do quilo e a veia ázigos > Hiato esofágico: é superior, anterior e mais à esquerda relativamente ao hiato aórtico, constituído por fibras do pilar direito do diafragma (cruzamento destas fibras abaixo do hiato, formando os bordos do hiato, passando para a direita do hiato aórtico) O que passa no hiato esofágico? O esófago, 2 nervos vagos, alguns vasos linfáticos e ramos esofágicos dos vasos gástricos esquerdos > Hiato da veia cava inferior: situa-se no centro frénico, na união dos folíolos anterior e direito (à direita do plano sagital), sendo que a vci adere à margem do forâmen e quando se contrai na inspiração dilata o lúmen da veia O que passa no hiato da veia cava inferior? A veia cava inferior, o nervo frénico direito (C3 a C5) e vasos linfáticos do fígado para gânglios frénicos e mediastínicos NOTA!! Em 30% da população um feixe musculo tendinoso superficial do pilar esquerdo do diafragma contribui para a definição dos bordo direito do hiato esofágico (hiato da VCI: bordos ântero-lateral e antero-medial definidos pela fibra arciforme e postero-lateral e postero-medial pela fita oblíqua) Os folíolos que compõem o centro frénico são por sua vez compostos por feixes que se orientam em duas fibras diferentes: > Fita oblíqua: vai da porção posterior do folíolo direito ao folíolo anterior por trás e por dentro do orifício da veia cava inferior > Fita arciforme: vai da porção posterior do folíolo direito ao esquerdo pelo lado e pela frente do orifício da veia cava inferior SUBCAPÍTULO 6.3. “Irrigação e Inervação do Diafragma” A irrigação do diafragma ao nível das artérias é composta em dois níveis que correspondem com as faces do diafragma: > Face superior = pelas artérias musculo frénicas e pericardiofrénicas (derivam da aorta torácica interna) e pelas artérias frénicas superiores (derivam da aorta torácica) > Face inferior = pelas artérias frénicas inferiores (derivam da aorta abdominal e do tronco celíaco) A irrigação do diafragma ao nível das veias é igualmente dividida consoante as duas faces do diafragma: > Face superior = veias musculo frénicas e pericardiofrénicas (derivam da veia torácica interna) e veia frénica superior direita (veia cava inferior) > Face inferior = veia frénica inferior direita (veia cava inferior) e veia frénica inferior esquerda (geralmente dupla, derivando da veia suprarrenal esquerda mais posterior) Irrigação Linfática do Diafragma São para esternais (plexos linfáticos Gânglios diafragmáticos anteriores comunicam livremente entre superfícies Face superior torácica e abdominal) São gânglios mediastínicos posteriores Gânglios diafragmáticos posteriores frénicos Gânglios lombares superiores Face inferior São densos para absorção dos líquidos Gânglios frénicos peritoneais e substâncias administradas no peritoneu NOTA!! A inervação do diafragma é motora (ramos ventrais do nervo frénico) e sensitiva (na parte central é sentida dor e propriocepção através do nervo frénico e nas partes periféricas são os 6/7 últimos nervos intercostais que as inervam, juntamente com os nervos subcostais) SUBCAPÍTULO 6.4. “Aspetos Clínicos relativos ao Diafragma” Ações do diafragma: > Principal músculo respiratório: na inspiração as cúpulas baixam e aumenta a pressão intra-abdominal (facilita retorno venoso através da compressão da VCI e da dilatação do lúmen da VCI) > Micção, defeção e parto: por aumento da pressão abdominal NOTA!! O diafragma encontra-se mais alto em decúbito dorsal e mais alto na hemicúpula frénica do lado do decúbito lateral (ainda assim , a hemicúpula direita é sempre mais alta do que a esquerda) A dor diafragmática irradia-se para duas áreas consoante a diferença na inervação sensitiva: dor na pleura diafragmática ou no peritoneu diafragmático (região central) irradia para o ombro e área de pele C3-C5 e dor nas regiões periféricas é sentida no abdómen e pele do bordo costal Hérnias: constituem um deslocamento das vísceras, transpondo-as do seu local original para outro que não corresponde à sua posição, e podem classificar-se como... > Traumáticas = acontecem em acidentes de viação, pelo súbito aumento da pressão intratorácica ou abdominal (mais à esquerda), órgãos como o estômago, baço, intestino delgado,... sobem através do trígono lombocostal (área não muscular entre as partes costais e lombar), comprimindo o pulmão > Orgânicas Hérnias do Hiato = estômago desloca-se em parte para tórax através do hiato esofágico Hérnias Congénitas = conteúdo abdominal projetado para o tórax, criando um defeito postero-lateral do diafragma (mais comum à esquerda), reduzindo o espaço para desenvolvimento e insuflação dos pulmões e dificuldades respiratórias com risco de vida