Resumo de Patologia PDF

Summary

Este documento apresenta um resumo de patologia, incluindo conceitos básicos, definição, epidemiologia, etiologia, patogénese e morfologia das doenças. Explora também as adaptações celulares e inflamações agudas e crónicas. Fornece uma visão geral da lesão celular e da morte celular.

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Noti PATOLOGIA CONCEITOS BÁSICOS O QUE SABER SOBRE UMA DOENÇA Definição Epidemiologia: onde é mais recorrente, em que faixa etária, em que sexo,… Etiologia: qual a causa Patogénese: evolução da doença Morfologia: alterações macroscópicas e mi...

Noti PATOLOGIA CONCEITOS BÁSICOS O QUE SABER SOBRE UMA DOENÇA Definição Epidemiologia: onde é mais recorrente, em que faixa etária, em que sexo,… Etiologia: qual a causa Patogénese: evolução da doença Morfologia: alterações macroscópicas e microscópicas Consequências funcionais Condução do paciente Prognóstico: qual o desfecho expectável Prevenção: vacina/ rastreio/ estilo de vida (tabagismo, álcool) PATOLOGIA Estudo do sofrimento. Abrange a ciência básica e a prática clínica e envolve a etiologia e patogenia das doenças, que resultam em sinais e sintomas presentes no paciente. Geral: Reações de celulares básicas estímulos anormais a todas as doenças Sistémica: Respostas de tecidos e órgãos específicos a estímulos definidos. Ao contrário da biologia, a patologia estuda o mau- funcionamento do corpo, as doenças e o desequilíbrio do organismo. As células tendem a manter o seu meio intracelular dentro de uma faixa razoavelmente estreita dos parâmetros fisiológicos, isto é, elas mantêm a homeostase normal. No entanto podem-se dar alterações e as células e tecidos respondem em: Inflamação Adaptação Neoplasia INFLAMAÇÃO AGUDA VS INFLAMAÇÃO CRÓNICA Inflamação: é uma resposta protectora do hospedeiro a invasores estranhos e tecidos necróticos, porém ela mesma pode causar lesão tecidual. 5 sinais cardinais: calor, rubor tumor, dor (libertação de bradicinina) e perda de função (últimos 2 adicionais) INFLAMAÇÃO AGUDA: é uma resposta rápida e de curta duração à lesão ou a micróbios e outras substâncias estranhas, que é designada a levar leucócitos e proteínas plasmáticas para os locais da lesão; Caracterizada pela vasodilatação e a célula inflamatória é o neutrófilo e macrófago. Noti INFLAMAÇÃO CRÓNICA: é a inflamação de duração prolongada (semanas a meses ou anos) na qual a inflamação activa, destruição tecidual e reparação ocorrem simultaneamente Caracterizada pela proliferação de vasos (angiogénese) e de fibroblastos e destruição do tecido (necrose) e as células inflamatórias são os linfócitos e macrófagos. A inflamação aguda pode progredir para inflamação crónica quando a resposta aguda não pode ser resolvida, ou devido à persistência do agente lesivo ou por causa da interferência com o processo normal de cura. ADAPTAÇÕES CELULARES À DOENÇA ATROFIA: células diminuem de tamanho por perda de substância celular o atrofia dos músculos não utilizados HIPERTROFIA: células aumentam de tamanho devido a um aumento da quantidade de proteínas estruturais e de organelos o miocárdio dos hipertensos HIPERPLASIA (PATOGÉNICA): aumento do nº de células causada por estimulação hormonal excessiva ou por fatores de crescimento o células da próstata (+ de 50 anos) METAPLASIA: maior nº de células de diferente tipo da inicial, as células sensíveis a um determinado stress são substituídas por outros tipos celulares mais capazes de suportar o ambiente hostil (reversível); o Epitelial: epitélio respiratório dos fumadores (passa de ser pseudo-estratificado cilíndrico para estratificado pavimentoso, mais resistente) o Escamosa: no colo do útero DISPLASIA: estadio inicial do processo neoplásico, com proliferação desordenada, perda de uniformidade das células individuais e da sua orientação arquitectónica, pleomorfismo considerável e frequentemente possuem núcleos hipercromáticos (maiores). Noti Estes processos adaptativos são reversíveis quando não há estímulos (ao contrário das neoplasias que não regridem). FERRAMENTAS NA PATOLOGIA O objetivo é explicar os sinais e sintomas manifestados pelos pacientes, permitindo uma base sólida para o tratamento clínico e terapêutico. As ferramentas utilizadas são: Imunohistoquímica (testes de relação Imunologia antigénio- anticorpo) Microbiologia e biologia celular Microscopia Autópsias As autópsias são fundamentais para o estudo do corpo a fundo: descobrir a causa da morte e relatar alterações teciduais. Inclui a avaliação macroscópica, exame histopatológico e o estudo necroscópico. VISÃO GERAL DA LESÃO CELULAR E DA MORTE CELULAR NOTAS: Quando há interrupção vascular, por mais pequena que seja, há necrose. O último organelo a ser destruído é o lisossoma (é mais resistente para evitar a distribuição das enzimas digestivas) Os desarranjos celulares da lesão reversível podem ser reparados e, se o estímulo nocivo cessa, a célula retorna à sua normalidade. No entanto, a lesão persistente ou excessiva faz com que as células passem do nebuloso “ponto de não-retorno” para a lesão irreversível e morte celular; LESÃO REVERSÍVEL As duas principais características morfológicas: TUMEFAÇÃO CELULAR: é resultado da falência das bombas de iões na membrana plasmática, dependentes de energia, levando a uma incapacidade de manter a homeostase iónica e de fluido; em microscopia pode revelar vacúolos pequenos e claros no citoplasma DEGENERAÇÃO GORDUROSA/ ESTEATOSE: surgimento de vacúolos lipídicos, grandes ou pequenos, no citoplasma; esta ocorre sobretudo em células envolvidas e dependentes do metabolismo de gordura (ex.: hepatócitos e miócitos); as células lesadas podem exibir uma coloração eosinofílica que se torna muito mais pronunciada com a progressão para necrose. Noti Alterações ultra-estruturais da lesão celular reversível: 1. Alterações na membrana plasmática, como bolhas, apagamento ou distorção das microvilosidades e a perda das adesões intercelulares; 2. Alterações mitocondriais com tumefacção e a presença de densidades amorfas ricas em fosfolípidos; 3. Dilatação do RE com destacamento dos ribossomas e a dissociação dos polissomas; 4. Alterações nucleares, com condensação da cromatina. LESÃO IRREVERSÍVEL INCAPACIDADE DE REVERTER A DISFUNÇÃO MITOCONDRIAL (perda da fosforilação oxidativa e geração de ATP) mesmo depois da resolução da lesão original PROFUNDOS DISTÚRBIOS NA FUNÇÃO DA MEMBRANA DANOS NOS LISOSSOMAS DESTRUIÇÃO DO DNA NECROSE MECANISMOS: Deprivação de oxigénio (hipóxia), causada principalmente por isquémia (fluxo sanguíneo deficiente) Formação de radicais livres de oxigénio Danos por reperfusão Agentes infeciosos Agentes físicos (radiação) Defeitos genéticos Reações imunológicas Desequilíbrios nutricionais PADRÕES DE NECROSE: COAGULATIVA: (Não ocorre no cérebro) o As células componentes estão mortas, mas a estrutura básica do tecido é preservada temporariamente; o Desnaturação das proteínas e perda da afinidade tintorial dos organelos; o Textura firme o Perdem a forma do núcleo- células fantasma o Células eosinofílicas- pH mais baixo devido à hipoxia e coagulação de proteínas Noti LIQUEFATIVA: (no cérebro p.ex, rico em lípidos) o infeções bacterianas focais ou fúngicas o digere por completo as células mortas, resulta num tecido de massa viscosa, líquida (pús)- abcesso (imagem 2) o presença de muitos neutrófilos e macrófagos. Específicas: Caseosa: o focos de infecção tuberculosa o Coagulativa+ liquefativa o A estrutura do tecido é completamente obliterada e os contornos celulares não podem ser distinguidos (células fragmentadas, com aparência granular amorfa); o O tecido necrosado tem aspecto amorfo branco ou amarelado, pastoso e seco. o Células epitelióides: os macrófagos adquirem características fenotípicas do epitélio (resistência); o Xantomatose: macrófagos em funções normais, fagocíticos o Células gigantes: fusão de macrófagos o Coroa de linfócitos basofílicos a rodear as células epitelióides. Noti Estatonecrose/ gordurosa: o Áreas focais de destruição gordurosa, tipicamente resultante da libertação de lipases pancreáticas activadas na substância do pâncreas e na cavidade peritoneal. o Áreas brancas gredosas macroscopicamente visíveis (saponificação da gordura), provocadas pela combinação dos ácidos gordos libertados com o cálcio. o Não há núcleo e os adipócitos não são regulares. o Pacreatite e necrose do tecido mamário. Noti Fibrinóide: O Deposição de material fibroso (complexos de antígeno+anticorpo) nos vasos sanguíneos em doenças imunológicas O Paredes do vasos eosinofílicas. Gangrenosa: o Não é um padrão distintivo de morte celular; o É aplicado comumente aos membros, que perderam o seu suprimento sanguíneo e que sofreu necrose coagulativa. o Pode ser seca, húmida (quando uma infecção bacteriana se sobrepõe, necrose liquefativa) ou gasosa. MORTE NUCLEAR: Cariólise: basofilia da cromatina pode empalidecer (perda de DNA por ação de endonucleases); Picnose: retracção nuclear e aumento da basofilia. O DNA condensa-se; o No epitélio escamoso dá-se picnose sem significar necrose (colo de útero, pele) Cariorrexe: núcleo picnótico sofre fragmentação. Noti ALTERÇÕES MORFOLÓGICAS: Intensificação eosófilica (perde-se RNA Anucleação e as proteínas são desnaturadas) Perda de resolução e cor- “células Presença de leucócitos nos espaços fantasma” intersticiais Hemorragia Perda da simetria Partes amorfas EMPIEMA VS ABCESSO: Empiema: coleção de pus numa cavidade pré-existente (cavidades serosas: peritonial, pericárdia..) Abcesso: coleção de pus numa cavidade não existente – ambiente necrótico ÚLCERA VS EROSÃO Erosão: destruição parcial e superficial do epitélio Úlcera: separação das bordas do epitélio e perda de tecido da derme e epiderme. NECROSE VS APOPTOSE: CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA Implica o depósito anormal de sais de cálcio, em combinação com pequenas quantidades de ferro, magnésio e outros minerais Metastática: Depósito de sais de cálcio em tecidos normais, refletindo quase sempre algum distúrbio no metabolismo do cálcio (hipercalcemia) Distrófica: Ocorre em ambientes necróticos com níveis normais de cálcio Noti Corpos psamomatosos: calcificações em lamelas NOTA: Noti REPARO E REGENERAÇÃO REPARO: REGENERAÇÃO: Formação de cicatriz (deposição de Não há formação de cicatriz tecido conjuntivo) Tecido funcional Matriz extracelular desorganizada- Restauro da função e estrutura normal tecido fibroso não funcional do tecido injuriado Contribuição para contração da ferida- É limitada: presença de miofibroblastos o células lábeis: estão em Perda da pele normal contínua proliferação, fácil de regenerar (ex. pele) o células estáveis: células quiescentes (GO) com baixo potencial proliferativo, mas quando estimuladas entram no ciclo celular, regeneram até certo ponto (ex. fígado) o células permanentes: dividem-se no período embrionário, não regeneram (ex. neurónios) REPARO- CICATRIZAÇÃO 1ª FASE: HÉMOSTASE Tentativa de impedir o sangramento, tamponamento possível pelas plaquetas e vasoconstrição. Noti 2ª FASE: INFLAMAÇÃO Quando se dá uma exposição antigénica, são recrutados neutrófilos (característicos da inflamação aguda) e macrófagos (fagocitam os vestígios da inflamação) por quimiotaxia. Depois atuam os linfócitos. 3ª FASE: FORMAÇÃO DE TECIDO Proliferação de tecido fibroso pela acumulação de colagénio. Dá- se a migração epitelial (células basais substituem as afetadas) e angiogénese (formação de vasos). Fibrose: deposição extensa de colagénio em órgãos. ANGIOGÉNESE Desenvolvimento de novos vasos a partir de vasos pré-existentes. Vasodilatação em reposta ao NO Aumento da permeabilidade dos vasos pré-existentes induzidos pelo VEGF Destruição membrana basal para formar ramificação de um vaso Migração células endoteliais para o local de lesão e proliferação Inibição da proliferação das células endoteliais, remodelação tubos capilares e recrutamento células periendoteliais para maturar o vaso Supressão proliferação endotelial e deposição da membrana basal para formar o vaso maduro Vasculogénese: formação de redes vasculares a partir de células estaminais. FIBRIOPLASIA Migração e proliferação de fibroblastos para o local de lesão Deposição de proteínas da MEC (colagénio) produzidas por essa célula O recrutamento e a ativação de fibroblastos para sintetizar proteínas do tecido conjuntivo são orientados por fatores de crescimento (TGF-β) cujas células inflamatórias são as principais fontes (macrófagos). Fibroblasto: célula constituinte do tecido conjuntivo responsável pela biossíntese de colagénio de tipo 1. TGF-β : agente fibrinogénico potente (estimula produção de colagénio, fibronectina, proteoglicanos + inibe degradação colagénio) e inibe proliferação de linfócitos (efeito anti-inflamatório forte) PDGF : causa migração e proliferação de fibroblastos e células musculares lisas / macrófagos. A acumulação da rede de colagénio torna o tecido formado mais forte e resistente → formação de tecido de granulação Noti TECIDO DE GRANULAÇÃO Fase precursora da cicatrização: tecido conjuntivo fibroso composto por capilares novos, fibroblastos em proliferação e células inflamatórias residuais (macrófagos) 4ª FASE: REMODELAÇÃO DA CICATRIZAÇÃO MIGRAÇÃO EPITELIAL Queratinócitos, células epiteliais, células tronco (stem-cells) epiteliais migram das bordas para o centro da ferida, induzindo contração (através de proteínas produzidas pelos miofibroblastos), aproximação das bordas e neoepitelização da lesão. Essa camada é fina e superficial, porém cria uma espécie de barreira para bactérias e corpos estranhos. MATURAÇÃO Transição de um tecido de granulação para um tecido de cicatrização envolve reorganização e maturação (colagénio tipo III substituído por colagénio mais espesso) das fibras de colagénio de forma a aumentar a resistência e força do tecido. Durante este processo, as fibras de colagénio são orientadas ao longo de linhas de tensão, e ligadas transversalmente por ligações covalentes- cross linking. REPIGMENTAÇÃO Melanócitos começam a proliferar, e isso ajuda a restaurar a cor normal da pele danificada, que passa de vermelho-escura a um tom rosa-claro. AÇÃO ENZIMÁTICA Metaloproteínase (MMPs): degrada colagénio TIMPs: Inibidores de MMPs. MATRIZ EXTRACELULAR É o substrato de adesão das células. Regula o crescimento, movimento e a diferenciação celular. Consiste em proteínas fibrosas (colagénio/elastina e glico-proteínas de adesão) e matriz intersticial. Quando a matriz extracelular é mantida intacta, há regeneração. Se é danificada é reparada com tecido cicatrizante, exceto quando o dano é muito grande, que nem sequer há reparo. Noti TIPOS DE REPARO 1ª INTENÇÃO Margens estão próximas e juntam-se Cicatriz mínima Célullas estaminais reparam o tecido 2ª INTENÇÃO Margens estão muito afastadas As células estaminais não se juntam por estarem muito afastadas Tecido conjuntivo preenche a ferida desde a base e forma-se uma cicatriz irregular 3ª INTENÇÃO A ferida é desinfetada e deixada aberta devido ao alto risco de contaminação por bactérias, enquanto isso é observada até ser fechada por 1ª intenção ou ser deixada aberta e cicatrizar por 2ª intenção. COMPLICAÇÕES DA CICATRIZAÇÃO FATORES EXTERNOS QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO Diabetes (baixa circulação) Malnutrição Radiação Isquemia tecidual Presença de corpo estranho Infeção persistente CICATRIZAÇÃO ABERRANTE Noti CICATRIZ HIPERTRÓFICA Dentro dos limites da ferida A cicatriz é tensa, saliente, vermelha ou rosada Surge pouco tempo após lesão da pele. Pode regredir de forma natural com o passar do tempo. QUELÓIDES Lesão elevada, brilhante, firme e deformada que invade a pele adjacente Surgem meses ou anos após a lesão Evoluem ao longo do tempo e não regridem de forma espontânea Avermelhadas ou castanhas escuras GRANULOMAS PIOGÉNIOS (GRÁVIDAS) Consistem em zonas carnosas, levemente volumosas, de cor vermelha ou castanho-avermelhada húmida ou crocante, provocados por crescimento excessivo dos capilares e pelo inchaço do tecido circundante. Noti REVIEWS Noti v Noti

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