Resumo de Filosofia Política para o 11º Ano

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filosofia política justiça distributiva teoria de rawls filosofia

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Este documento apresenta resumos de filosofia política, focando-se na justiça distributiva, na teoria de Rawls, no utilitarismo e no comunitarismo. O texto discute conceitos como o problema da justiça distributiva, a visão de Rawls sobre justiça como equidade, os seus princípios de justiça, a sua abordagem contratualista, a rejeição do utilitarismo e a importância da igualdade e da liberdade individual.

Full Transcript

Filosofia Política- Teste 11º ano 1\. Explicar em que consiste o problema da justiça distributiva e a sua importância. Ao longo dos tempos, as reflexões dos filósofos políticos tiverem muitas consequências, ao nível da democracia grega e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, por exemplo. A...

Filosofia Política- Teste 11º ano 1\. Explicar em que consiste o problema da justiça distributiva e a sua importância. Ao longo dos tempos, as reflexões dos filósofos políticos tiverem muitas consequências, ao nível da democracia grega e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, por exemplo. Atualmente, há muitas desigualdades sociais e económicas, uma vez que há pessoas muito ricas com os seus aviões privados e outras tão pobres que não têm dinheiro suficiente para proporcionarem aos seus filhos os cuidados de saúde necessários. Este assunto suscita diversas questões: qual é a maneira correta de distribuir a riqueza numa sociedade? As desigualdades sociais e económicas serão justas ou injustas? Como não há respostas consensuais, devemos discutir o problema para tornar o mundo justo e garantir o bem-estar dos cidadãos. 2\. Esclarecer os motivos que levaram Rawls a definir a justiça como equidade. Rawls é um liberalista igualitário, que acredita que devemos promover um equilíbrio entre a liberdade e a igualdade, diminuindo as desigualdades sociais e económicas. A ideia de equidade está presente num dos seus princípios de justiça, o princípio da oportunidade justa, também conhecido como \"igualdade equitativa de oportunidades\". Como dar o mesmo a todos nem sempre é justo, pois algumas pessoas têm mais necessidades do que outras, é preciso compensar essa desvantagem para termos todos as mesmas oportunidades. Para além disso, o filósofo descreve a posição original como equitativa, pois é uma situação de igualdade em que nenhuma pessoa é mais do que a outra e temos todos os mesmos direitos. 3\. Mostrar por que razão a teoria de Rawls é contratualista. A teoria de Rawls é contratualista, pois fala num acordo hipotético em que seriam definidos os princípios de justiça que iriam reger a sociedade através de um contrato social. Como seria uma situação hipotética (posição original), as pessoas desconheceriam quem iriam ser na sociedade e a sua etnia e classe social (véu de ignorância), afastando os interesses particulares e gerando imparcialidade na decisão dos princípios de justiça. As pessoas saberiam que necessitariam de \"bens sociais primários\" e seriam todas consideradas indivíduos racionais e morais com os \- mesmos direitos, garantindo a equidade da situação. 4\. Analisar os princípios de justiça propostos por Rawls. Rawls identificou três princípios de justiça. O primeiro é o princípio da liberdade igual, segundo o qual os indivíduos devem ter todas as liberdades e direitos que sejam conciliáveis com as dos outros. O segundo princípio, o princípio da oportunidade justa, defende uma igualdade de oportunidades e um maior apoio às pessoas mais desfavorecidas para que estas não tenham menos hipóteses do que as outras. Por fim, o último princípio, o da diferença, mostra que é admissível que existam algumas desigualdades sociais e económicas. Este princípio exige uma interferência do Estado, fazendo com que os ricos paguem mais impostos, de forma a beneficiar os mais desfavorecidos. 5\. Explicitar os argumentos apresentados por Rawls para justificar a escolha dos princípios de justiça. Rawls defendeu o princípio da liberdade igual, da oportunidade justa e da diferença, pois acredita que esses seriam os princípios de justiça que escolheríamos na posição original, onde estaríamos sob um véu de ignorância. Nessas condições, as pessoas seriam racionais e razoáveis, para além de imparciais, uma vez que não escolheriam princípios que mais tarde as poderiam vir a prejudicar. Não iriam escolher uma sociedade em que não houvesse igualdade de oportunidades, porque poderiam pertencer à classe mais baixa e não ter acesso a uma educação de qualidade. Rawls pensava que, na posição original, as pessoas não quereriam que isso acontecesse e seguiriam a \"regra maximin\", ou seja, tentariam maximizar o mínimo, fazendo com que até as pessoas mais desfavorecidas tivessem uma vida razoável. Por fim, o filósofo utiliza o argumento moral para justificar os princípios de justiça, mostrando que nós não somos o que escolhemos ser, ou seja, podemos ter sorte ou azar na lotaria social (riqueza) e na lotaria natural (talentos naturais). Assim, quem é rico e tem vontade de trabalhar (teve sorte na lotaria social e natural), deve ajudar quem teve azar na lotaria social e natural, com o pagamento de impostos mais elevados, para termos todos as mesmas oportunidades. 6\. Explicar a rejeição que Rawls faz do utilitarismo. De acordo com o utilitarismo, o bem é o critério do justo e é justo tudo aquilo que proporcione felicidade a um maior número de pessoas. Rawls responde negativamente a essa questão, pois não admite sacrifícios da liberdade e violações dos direitos, iguais para todos, seguindo o principal princípio da justiça, o da igual liberdade. 7\. Esclarecer em que medida a teoria de Rawls procura conciliar a igualdade e a liberdade individual. Rawls é um liberalista igualitário. Este filósofo acredita que devemos promover um equilíbrio entre a liberdade e a igualdade, ou seja, assegurar as liberdades individuais e diminuir as desigualdades sociais, sem acabar com todas elas. Assim, aumentaríamos a igualdade na atribuição dos direitos e deveres básicos e contribuiríamos para uma melhoria dos que estão em pior situação. 8\. Compreender a teoria libertarista de Robert Nozick e a sua crítica à teoria de Rawls. Robert Nozick concorda com o princípio da liberdade igual defendido por Rawls. A crítica liberalista radical de Nozick incide sobre o princípio da diferença, o princípio da oportunidade justa e a redistribuição da riqueza. Nozick acha que a interferência do Estado na utilização dos bens dos indivíduos obtidos de forma legítima é uma violação do direito à propriedade. Para além disso, o filósofo defende o conceito de estado mínimo, ou seja, o Estado deve cobrar apenas impostos necessários para pagar os serviços de segurança (polícia, tribunais, exército), sem interferir na gestão económica dos cidadãos. Logo, os ricos não devem pagar mais impostos para ajudar os mais necessitados, por isso promover a desresponsabilização de quem é ajudado e deixa de trabalhar e poder ser visto como trabalho forçado. 9\. Compreender a teoria comunitarista de Sandel e a sua crítica à teoria de Rawls. Sandel concorda com o princípio da oportunidade justa e da diferença. A crítica comunitarista de Sandel incide sobre a posição original e o véu da ignorância, pois o filósofo acredita que não basta as nossas escolhas serem imparciais para serem boas. A avaliação das nossas escolhas é um dever moral e, por isso, temos primeiro de saber o que é bom e só depois o que é justo. Para além disso, a posição original e o véu da ignorância baseiam-se num eu abstrato, desenraizado da sociedade, o que não corresponde à realidade. Por fim, os princípios de justiça não podem ser baseados no interesse egoísta, como Rawls defende, mas nos benefícios que trazem para a comunidade, por exemplo, a diminuição das desigualdades e o aumento da solidariedade, com os deveres de solidariedade.

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