Summary

This document provides a summary of pharmacology in Portuguese, covering topics such as the Sympathetic Nervous System (SNA), pharmacological intervention strategies, sympathomimetic and sympatholytic drugs. It discusses the mechanisms of action, clinical uses, and adverse effects of various drugs affecting the autonomic nervous system and cardiovascular system. The document also includes information on antianginal and antiarrhythmic drugs.

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SNA divide-se em: Estratégias Farmacológicas de intervenção Podem ser: - Intervenção sobre o mediador NE (interferência na síntese de NE, bloqueio da recaptação, bloqueio da metabolização, promoção ou bloqueio da libertação de NE); - Intervenção sobre os recetores (Agonização ou Antagonização parc...

SNA divide-se em: Estratégias Farmacológicas de intervenção Podem ser: - Intervenção sobre o mediador NE (interferência na síntese de NE, bloqueio da recaptação, bloqueio da metabolização, promoção ou bloqueio da libertação de NE); - Intervenção sobre os recetores (Agonização ou Antagonização parcial ou total dos recetores adrenérgicos); Fármacos simpaticomiméticos Os fármacos simpaticomiméticos são substâncias que imitam a ação do sistema nervoso simpático, ativando os receptores adrenérgicos (alfa e beta) e promovendo respostas típicas da ativação simpática, como aumento da frequência cardíaca, dilatação dos brônquios e aumento da pressão arterial. Classificação dos simpaticomiméticos: 1. De ação direta: ligam-se diretamente aos receptores adrenérgicos. Exemplos: Adrenalina (epinefrina): atua em todos os receptores (alfa e beta). Noradrenalina (norepinefrina): atua mais em alfa-1 e beta-1. Dopamina: agonista não seletivo, prefere receptores alfa-1 (vasoconstrição). Isoprenalina: agonista não seletivo para receptores beta (pode se ligar a alfa mas prefere beta). Dobutamina: beta-1 seletiva (aumenta força de contração cardíaca). 2. De ação indireta: aumentam a disponibilidade de noradrenalina no espaço sináptico, sem agir diretamente nos receptores. Exemplos: Anfetamina: aumenta a liberação de noradrenalina. 3. De ação mista: agem tanto diretamente nos receptores quanto aumentando a liberação de noradrenalina. Exemplo: Efedrina: broncodilatadora, vasoconstritora e estimulante do SNC. Usos clínicos: Adrenalina: anafilaxia, parada cardíaca, adjuvante de anestésicos locais. Noradrenalina: choque séptico e hipotensão grave. Fenilefrina: descongestionante nasal, midríase. Salbutamol (albuterol): asma (beta-2 seletivo, broncodilatador). Dobutamina: insuficiência cardíaca aguda. Catecolaminas São fármacos (ou neurotransmissores) que possuem um anel catecol (um anel benzênico com dois grupos hidroxila -OH nas posições 3 e 4) e uma cadeia lateral amina. Exemplos: Adrenalina (epinefrina) Noradrenalina (norepinefrina) Dopamina Isoproterenol Características: Alta potência nos receptores adrenérgicos. Rápida metabolização por enzimas como COMT (catecol-O-metiltransferase) e MAO (monoamina oxidase). Curta duração de ação. Pouca penetração no SNC (não atravessam bem a barreira hematoencefálica). Administração geralmente parenteral (ex: intravenosa), pois são mal absorvidas por via oral. Não catecolaminas São fármacos que não possuem o grupo catecol, mas ainda assim têm ação simpaticomimética. Características: Maior duração de ação (não são degradadas rapidamente por COMT). Podem ser administradas por via oral. Maior penetração no SNC (especialmente as que são lipossolúveis, como a anfetamina). Algumas têm ação mista ou indireta (ex: efedrina libera noradrenalina e também ativa receptores diretamente). Exemplos: 1. Imidazolinas agonistas (α1) Exemplos: Nafazolina, Tramazolina, Oximetazolina, Xilometazolina Ação: Vasoconstrição local (α1) Uso: Descongestionantes nasais 2. Agonistas α1 seletivos Exemplo: Fenilefrina Efeitos: Vasoconstrição, ↑ PA, midríase, bradicardia reflexa Uso: Descongestionante nasal e oftálmico, hipotensão, taquicardia supraventricular 3. Agonistas α2 seletivos Exemplos: Clonidina, Brimonidina, Metildopa, Tizanidina Ação: Inibição da libertação de noradrenalina (ação central ou periférica) Uso: Clonidina / Metildopa: Anti-hipertensores Brimonidina: Glaucoma Tizanidina: Espasticidade (relaxante muscular) 4. Agonistas α e β (ação mista) Exemplos: Efedrina, Pseudoefedrina Ação: ↑ liberação de noradrenalina + agonismo direto α e β Efeitos: Vasoconstrição, broncodilatação, ↑ FC e PA, estimulação do SNC Uso: Hipotensão, congestão nasal, midríase 5. Agonistas β2 seletivos Exemplos: Curta duração (SABA): Salbutamol, Terbutalina Longa duração (LABA): Salmeterol, Formoterol, Indacaterol Efeitos: Broncodilatação, relaxamento uterino Uso: Asma, DPOC, prevenção de parto prematuro (tocolítico) 6. Agonistas β3 seletivos Exemplo: Mirabegron Ação: Relaxamento do detrusor e contração do esfíncter Uso: Bexiga hiperativa 7. Simpaticomiméticos de ação indireta Exemplos: Anfetamina, Metilfenidato Ação: ↑ libertação de NE e dopamina Uso: TDAH, fadiga, obesidade, depressão AGENTES SIMPATICOLÍTICOS Agentes simpaticolíticos (ou antiadrenérgicos) são fármacos que inibem a ação do sistema nervoso simpático, ou seja, bloqueiam os efeitos da noradrenalina e adrenalina nos receptores adrenérgicos (α e β). Classificação dos simpaticolíticos: 1. Bloqueadores α-adrenérgicos (anti-α) α1 bloqueadores: Exemplos: Prazosina, Tansulosina, Doxazosina Efeito: Vasodilatação periférica → ↓ pressão arterial Uso: Hipertensão, hiperplasia benigna da próstata (HBP) α2 bloqueadores: Exemplo: Ioimbina Efeito: ↑ liberação de noradrenalina (efeito oposto aos agonistas α2) Uso: Disfunção erétil, obesidade (uso raro hoje) 2. Bloqueadores β-adrenérgicos (anti-β) Terminam em “-olol” Exemplos: Propranolol, Atenolol, Metoprolol, Carvedilol, Bisoprolol Efeitos: ↓ frequência cardíaca e contratilidade (efeito cronotrópico e inotrópico negativo) ↓ pressão arterial Broncoconstrição (em não seletivos) Uso: Hipertensão, angina, arritmias, insuficiência cardíaca, glaucoma, enxaqueca 3. Derivados da cravagem do centeio (ergot) Exemplos: Ergotamina, Ergometrina Ação complexa: Agonistas parciais ou antagonistas dos recetores α, serotoninérgicos e dopaminérgicos Uso: Enxaqueca (vasoconstrição cerebral), indução do parto AGENTES PARASSIMPATICOMIMÉTICOS Agentes parassimpaticomiméticos (ou colinomiméticos) são fármacos que imitam a ação do sistema nervoso parassimpático, principalmente ao ativar os recetores muscarínicos da acetilcolina (ACh). Eles estimulam funções como a contração da bexiga, secreções glandulares, contração do músculo liso e redução da frequência cardíaca. Tipos principais e exemplos: 1. Carbacol Pouco usado clinicamente (não seletivo – ativa tanto recetores nicotínicos quanto muscarínicos). Pode ter efeitos indesejados como bradicardia e broncoconstrição. 2. Betanecol Seletivo para recetores muscarínicos M3 M3: encontrados principalmente em músculo liso (bexiga, TGI) e glândulas. Pouca ação sobre o coração (M2) → menos risco cardiovascular. Uso terapêutico: Retenção urinária pós-operatória ou pós-parto (↑ contração da bexiga). Íleo paralítico (↑ motilidade gastrointestinal). Importante: Nunca administrar por via IM ou IV → risco de hipotensão grave e depressão cardíaca. 3. Pilocarpina Alcaloide natural (da planta Pilocarpus jaborandi). Agonista parcial muscarínico (resistente à degradação por colinesterases). Alta afinidade pelas glândulas → estimula intensamente a salivação e a lacrimação. Efeitos: Estimula secreções (saliva, suor, lágrimas). Contrai o esfíncter da pupila (miose) → diminui pressão intraocular. Uso terapêutico: Glaucoma de ângulo aberto (via tópica). Síndrome de Sjögren ou radioterapia (para xerostomia e xeroftalmia). Agentes Parassimpaticomiméticos / Colinérgicos São substâncias que aumentam a atividade do sistema parassimpático, seja estimulando diretamente os recetores colinérgicos ou inibindo a enzima acetilcolinesterase (AChE) — a responsável por degradar a acetilcolina (ACh). 1. Inibidores da Acetilcolinesterase (AChE) Ex: Fisostigmina, Neostigmina, Piridostigmina Mecanismo: Impedem a degradação da ACh, prolongando sua ação nas sinapses colinérgicas. Aumentam a quantidade de ACh disponível nos recetores muscarínicos e nicotínicos. EFEITOS POR SISTEMA: Aparelho digestivo / urinário ↑ Peristaltismo → útil em íleo paralítico ↑ Contração da bexiga → útil em paresia vesical Olhos Miose (contração da pupila) Espasmo de acomodação (visão turva) ↓ Pressão intraocular → útil em glaucoma de ângulo aberto Sinapse neuromuscular ↑ da força muscular em pacientes com Miastenia gravis Útil também em músculos cronicamente desnervados Sistema Nervoso Central Utilizados no tratamento da Doença de Alzheimer Objetivo: aumentar ACh no cérebro → melhora da memória e cognição Eficácia limitada (atua apenas nos sintomas) USO TERAPÊUTICO Miastenia gravis Doença de Alzheimer Glaucoma de ângulo aberto Íleo paralítico / retenção urinária TOXICIDADE DOS INIBIDORES DA AChE Quando em dose excessiva → crise colinérgica: Respiratório: Paragem respiratória (broncoespasmo + hipersecreção) Cardiovascular: Hipotensão Arritmias Paragem cardíaca SNC: Agitação Perturbação da memória Convulsões Outros sintomas colinérgicos: Hipersalivação Hipersudação (suor excessivo) Diarreia, náuseas Urgência urinária Agentes Parassimpaticolíticos (Anticolinérgicos) Definição: Substâncias que bloqueiam os recetores muscarínicos (M), impedindo a ação da acetilcolina (ACh) no sistema parassimpático. EFEITOS GERAIS Periféricos: Glândulas: ↓ secreção salivar, brônquica e sudorípara Efeito adverso: Xerostomia, xerose Contraindicação: Asma (exceto algumas moléculas) Coração: ↑ frequência cardíaca (taquicardia) Olhos: midríase (pupilas dilatadas), cicloplegia Contraindicação: Glaucoma Bexiga: relaxamento do detrusor → retenção urinária Intestino: ↓ motilidade → obstipação Centrais (SNC): Inibição da ACh no cérebro Uso terapêutico: Doença de Parkinson Reduz tremores e bradicinesia Principais FÁRMACOS Naturais: Atropina (derivada da beladona) Uso: colírios (midríase), antiespasmódico GI, antídoto para intoxicação por AChE Escopolamina Uso: cinetose (náuseas de movimento); base para fármacos sintéticos Sintéticos: Butilescopolamina (Buscopan®) Antiespasmódico intestinal Poucos efeitos centrais Mebeverina (Duspatal Retard®) Seletivo para motilidade intestinal, sem efeitos adversos clássicos Flavoxato Uso: afeções da bexiga e vias urinárias Ação: relaxa músculo liso + inibe fosfodiesterase Reações: tontura, boca seca, visão turva, taquicardia Cuidado: glaucoma, obstruções urinárias/intestinais Ipratrópio (Brometo de Ipratrópio) Atua sobre recetores M3 (brônquios) Uso: Asma, DPOC, bronquite, enfisema Promove broncodilatação Reações: boca seca, tosse, aumento da P intraocular, broncoespasmo paradoxal. Toxicidade Anticolinérgica (Doses altas): Xerostomia Fotofobia, midríase Taquicardia Obstipação Retenção urinária Rubor cutâneo Confusão mental, agitação (efeitos centrais com atropina, escopolamina) -------------------------------------------------------------------------------------- ANTIHIPERTENSORES Hipertensão Arterial A hipertensão é definida como o nível de PA em que os benefícios do tratamento (seja com intervenções no estilo de vida ou medicamentos) superam inequivocamente os riscos de tratamento. 1. Modificadores do Sistema Renina-Angiotensina (RAS) IECA (Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina) Exemplos: Enalapril, Captopril. Efeitos terapêuticos: Reduzem PA, albuminúria e risco de progressão de DRC. Indicados no pós-enfarte e IC com fração de ejeção reduzida. Efeitos adversos: Tosse seca. Risco de edema angioneurótico. Contraindicação: Não usar com BRA (riscos renais aumentados). BRAs (Bloqueadores dos Recetores da Angiotensina II) Exemplos: Losartan, Valsartan. Vantagens: Mesma eficácia dos IECA. Menores efeitos adversos → menor taxa de descontinuação. Reduzem risco de doença renal terminal. Indicações: Hipertensão, IC com fração reduzida, pós-enfarte. DRC (diabética e não diabética). 2. Bloqueadores dos Canais de Cálcio (CCBs ou BCC) Dihidropiridinas: Amlodipina (mais usados em estudos). Não-dihidropiridinas: Verapamil, Diltiazem. Benefícios: Redução eficaz do AVC. Melhores que beta-bloqueadores na regressão de HVE e proteinúria. Retardam progressão da aterosclerose. Observação: Menos eficazes na prevenção da ICFr. 3. Diuréticos Tipos: Tiazídicos: Hidroclorotiazida. Semelhantes aos tiazídicos: Clortalidona, Indapamida (mais potentes). Benefícios: Boa prevenção de morbidade/mortalidade CV. Mais eficazes na prevenção da IC. Desvantagens: Hipocalemia. Efeitos dismetabólicos: resistência à insulina, risco de diabetes. Menor eficácia com TFG reduzida. 4. Beta-Bloqueadores Exemplos: Metoprolol, Atenolol, Carvedilol. Indicações específicas: Angina, controlo da FC, pós-enfarte, ICFr. Alternativa a IECA/BRA em mulheres jovens com possibilidade de gravidez. Benefícios: Reduzem AVC, IC e eventos cardiovasculares. Desvantagens: Aumentam risco de diabetes em predispostos. Maior taxa de descontinuação vs. BRAs. 5. Outros antihipertensores (menos usados) Fármacos centralmente ativos: clonidina, metildopa. Alfa-bloqueadores: doxazosina. Nota: não recomendados para uso rotineiro. Como fazer a terapêutica? O tratamento dificilmente começa com uma monoterapia (apenas grau 1 ou doentes mais frágeis). A terapia inicial normalmente começa com uma combinação (normalmente em 1 comprimido só) 1. IECA ou BRA + BCCálcio ou Diurético Não funcionando…. Vamos para a terapêutica tripla: 2. IECA ou BRA + BCC + Diurético 3. Adição à terapêutica tripla de uma Espirolactona (diurético poupador de potássio) ou de outro diurético. Se nada resultar: Beta bloqueador ou alfa- bloqueador. Beta bloqueadores: São sempre considerados sempre que existir angina, pós infarte, algumas arritmias, mulheres jovens com planos para engravidas. Antihipertensores depressores da atividade adrenérgica Os antihipertensores depressores da atividade adrenérgica são fármacos que atuam reduzindo a ação do sistema nervoso simpático (adrenérgico), que normalmente estimula o aumento da pressão arterial. Essas drogas atuam em diferentes níveis: central, periférico, ou bloqueando recetores adrenérgicos. 1. Agentes de ação central (agonistas alfa-2 adrenérgicos) Atuam diretamente no sistema nervoso central (tronco cerebral), diminuindo a descarga simpática periférica. Exemplos: Metildopa – seguro na gravidez. Clonidina – também usado no tratamento de abstinência. Efeitos adversos: Sedação, boca seca, depressão. Rebound hipertensivo se interrupção abrupta. 2. Bloqueadores adrenérgicos periféricos a) Bloqueadores alfa-1 (alfa-bloqueadores) Relaxam a musculatura lisa vascular → vasodilatação. Exemplo: Doxazosina, Prazosina. Efeitos adversos: Hipotensão postural, taquicardia reflexa, retenção hídrica. b) Beta-bloqueadores (bloqueadores beta-adrenérgicos) Reduzem FC, débito cardíaco e libertação de renina. Exemplos: Metoprolol, Atenolol, Propranolol, Carvedilol. Usos: Hipertensão, angina, ICFr, pós-enfarte. O propanolol pode provocar vasoconstrição periférica reflexa, como resultado de uma atividade simpática não equilibrada. O propanolol não é cardio seletivo- tanto atua em beta 1 como em beta 2. Perfil farmacocinético permite que sejam usados de forma crônica. Além de serem eficazes e terem reações adversas facilmente controladas têm uma toma bastante fácil o que permite uma boa adesão à terapêutica. Efeitos adversos: Bradicardia, fadiga, disfunção sexual, risco aumentado de diabetes em predispostos. 3. Bloqueadores alfa-beta (dupla ação) Exemplo: Carvedilol, Labetalol. Atuam tanto nos recetores alfa-1 (vasodilatação) como beta (redução da frequência cardíaca). Muito usados em IC e em emergências hipertensivas (ex: labetalol na gravidez). 4. Agentes bloqueadores dos neurónios adrenérgicos (Axoplasmáticos-dentro do axónio)- Reserpina e Guanetidina Agentes que afetam a captura ou a libertação do neurotransmissor. Estes antagonistas adrenérgicos atuam na fibra adrenérgica pós ganglionar, afetando a síntese, libertação e recaptação intraneuronal e intravesicular do neurotransmissor simpático. Com isso há redução de norepinefrina nas sinapses, levando ao antagonismo simpático, com consequente diminuição de débito cardíaco e resistência vascular periférica Reações adversas: Tonturas; Secura na boca; Anorexia; Náuseas, vómitos; Congestão nasal; Melena, hematemese; Arritmias; Sonolência; Astenia (cansaço); Cefaléias; Edemas. Bloqueadores dos canais de cálcio Os bloqueadores de canais de cálcio (BCC) são medicamentos que atuam inibindo a entrada de cálcio nas células musculares lisas e no coração, o que resulta em diversos efeitos terapêuticos, principalmente no controle da pressão arterial e na modulação da função cardíaca. Classificação dos bloqueadores de canais de cálcio Di-hidropiridinas o Nifedipina (1ª geração) o Amlodipina (3ª geração) Benzotiazepinas (não Di-hidropiridinas) o Diltiazem Fenilalquilaninas (não Di-hidropiridinas) o Verapamil Di-hidropiridinas: Produzem um grau significativamente maior de vasodilatação arterial; Exercem relativamente pouco efeito sobre o tecido cardíaco; Causam menos depressão da contratilidade do miocárdio e apresentam efeitos mínimos sobre o automatismo do nódulo Sinusal e a velocidade de condução do nódulo AV. Não Di-hidropiridinas: Apresentam relação de seletividade vascular-cardíaca mais baixa; No coração, tanto o diltiazem quanto o verapamil atuam como agentes inotrópicos negativos; ----------Diminui PA Diminuem significativamente a condução cardíaca, isto é, o automatismo e a velocidade de condução. Efeitos principais: 1. Dilatação arterial: Reduzem a resistência periférica, diminuem a pressão arterial e, consequentemente, reduzem a carga sobre o ventrículo esquerdo e a demanda de oxigênio do miocárdio. Os BCC, especialmente as dihidropiridinas como nifedipina e amlodipina, têm forte ação vasodilatadora, sendo eficazes na dilatação das artérias coronárias. 2. Redução da contratilidade cardíaca: Embora todos os BCC sejam vasodilatadores, o verapamil e diltiazem também afetam a condução elétrica do coração, diminuindo a frequência cardíaca e a força de contração. Isso é útil no tratamento de arritmias e na proteção do miocárdio. 3. Efeitos na condução elétrica: O verapamil e diltiazem diminuem a taxa de disparo do nó sinoatrial e retardam a condução através do nó atrioventricular, o que pode ser benéfico em condições como taquicardia supraventricular e fibrilação auricular. Indicações terapêuticas: Hipertensão Angina de peito Arritmias (tais como taquicardia supraventricular e fibrilação auricular) Cardiomiopatia hipertrófica Aterosclerose Prevenção de enfarte do miocárdio Contraindicações e precauções: Bradicardia grave (principalmente com verapamil e diltiazem) Hipotensão Hipersensibilidade aos princípios ativos Durante a gravidez e aleitamento (com exceção da nifedipina, que pode ser usada na pré-eclâmpsia) Crianças Insuficiência hepática e renal (como os BCC são excretados principalmente pelo fígado e rins, pode haver necessidade de ajuste na dose) Interações medicamentosas: Com beta-bloqueadores: risco de bradicardia e hipotensão acentuada. Com antiarrítmicos, especialmente a amiodarona: risco de bradicardia. Com digitálicos: o verapamil e diltiazem aumentam os níveis de digoxina. Com bloqueadores H2 como cimetidina, que podem aumentar os níveis de BCC. Reações adversas: Dor de cabeça, rubor, tontura devido à dilatação arterial. Edema de tornozelo, mais comum com as dihidropiridinas, devido ao aumento da pressão hidrostática. Taquicardia e palpitações com formulações de liberação rápida de dihidropiridinas. Bradicardia e bloqueio cardíaco com verapamil e diltiazem. Constipação (com verapamil). Azia associada a amlodipina e outras dihidropiridinas. Considerações clínicas: Nifedipina: utilizada na gravidez para tratar a hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia, embora os BCC em geral sejam contraindicados durante a gravidez. Verapamil: deve ser evitado em casos de insuficiência cardíaca descompensada, mas é eficaz no tratamento de arritmias supraventriculares. Asma: os BCC, especialmente as dihidropiridinas, são mais indicados, pois não afetam a musculatura da árvore brônquica. Terapêutica na Hipertensão: Tratamento não farmacológico é sempre recomendado, com a escolha do fármaco dependendo da gravidade da hipertensão e das características do paciente. Os BCC podem ser combinados com inibidores da ECA (IECA) ou diuréticos, conforme a necessidade clínica. Modificadores do eixo Renina Angiotensina O eixo Renina-Angiotensina (RAAS) é um sistema crucial para a regulação da pressão arterial, equilíbrio hídrico e eletrólitos, além de ter implicações importantes no controle da função renal. Vários agentes podem modificar esse sistema de forma a tratar condições como hipertensão, insuficiência cardíaca e doenças renais. Aqui estão alguns modificadores principais: 1. Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA): Exemplo: Captopril, Enalapril, Lisinopril e Perindopril Mecanismo de Ação: Inibem a conversão de angiotensina I para angiotensina II, diminuindo a vasoconstrição e a liberação de aldosterona. Uso Terapêutico: Tratamento de hipertensão, insuficiência cardíaca, prevenção de complicações renais em diabetes, reduz mortalidade em doentes que já tiveram um enfarte e o ramipril pode retardar a progressão da aterosclerose e, com isso, reduzir a incidência de eventos cardiovasculares. Reações adversas (IECA): Hipotensão arterial Tosse Proteinúria (proteínas na urina) Hipercalémia (potássio) Palpitações Taquicardia Perturbações hematológicas Reações alérgicas Contra Indicações (IECA): Estenose da artéria renal; Gravidez; Hipersensibilidade; Durante a lactação; Precauções (IECA): Insuficiência hepática; Insuficiência respiratória; 2. Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina II (BRAs): Exemplo: Losartan, Valsartan Mecanismo de Ação: Bloqueiam os receptores AT1, impedindo os efeitos vasoconstritores e de retenção de sódio da angiotensina II. Uso Terapêutico: Hipertensão, insuficiência cardíaca, proteção renal em diabetes, usado em doentes com intolerância aos IECA. Reações adversas (BRA): Relativos ao abaixamento da PA Cefaleias; Dores musculares; Astenia; Hipercalémia (potássio); Tonturas. Contra Indicações (BRA): Mal formações fetais; Mulheres em fase de engravidar; Insuficiência hepática (exige adaptação da dose). Precauções (BRA): Cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva; Estenose aórtica, mitral e da artéria renal; Insuficiência respiratória Diuréticos Diuréticos são medicamentos que aumentam a produção de urina, ajudando a eliminar excesso de água e sal do corpo. Eles são usados para tratar condições como hipertensão, insuficiência cardíaca e edema. Existem diferentes tipos de diuréticos, que agem em diferentes partes do rim, e podem afetar a excreção de eletrólitos como sódio e potássio. 1. Diuréticos da Ansa (Exemplo: Furosemida): Mecanismo de Ação: Atuam no ramo ascendente espesso da alça de Henle, inibindo o cotransportador de Na+/K+/2Cl−. Isso impede a reabsorção de sódio, potássio e cloro, resultando em aumento da excreção de sódio, água e outros eletrólitos. Efeito: Potente aumento da diurese, com grande perda de eletrólitos (principalmente sódio, potássio e cálcio). Indicações: Hipertensão grave, insuficiência cardíaca moderada a grave, edemas devido a doenças renais ou hepáticas. Reações Adversas Desequilíbrios eletrolíticos; Depleção grave de sódio: Hiponatrémia (Na+ ); Hipocaliémia (K+ ); Hiperuricémia (aumenta ác. Úrico); Deficiência auditiva (ototoxicidade). Alcalose metabólica (↓ H+ ;↑ Bicarbonato); Diarreia aquosa; 2. Diuréticos Tiazídicos (Exemplo: Clorotiazida): Mecanismo de Ação: Inibem o cotransportador Na+/Cl− no túbulo distal, diminuindo a reabsorção de sódio e cloro. Efeito: Aumenta a excreção de sódio, água e potássio, embora o efeito seja menos intenso que o dos diuréticos da ansa. Indicações: Hipertensão, insuficiência cardíaca congestiva branda e cálculos renais. Reações Adversas Alterações metabólicas; Desequilíbrios eletrolíticos; Alterações hematológicas; Fenómenos de depleção; o Sódio, cloreto, potássio, magnésio… Hipersensibilidade; Azotomia em pacientes com função renal precária (aumento dos níveis de ureia e creatinina) 3. Diuréticos Poupadores de K+: Amilorida e Triantereno: Mecanismo de Ação: Inibem os canais de sódio no túbulo coletor, prevenindo a troca de sódio por potássio. Isso reduz a excreção de potássio. Efeito: Aumentam a excreção de sódio e água sem causar perda significativa de potássio. Indicações: Hipertensão, edemas, frequentemente usados em combinação com diuréticos tiazídicos ou da ansa para evitar a hipocalemia. Espironolactona (também listado como poupador de K+): Mecanismo de Ação: Antagonista dos receptores de aldosterona no túbulo distal e no túbulo coletor, prevenindo os efeitos de retenção de sódio e excreção de potássio. Efeito: Aumenta a excreção de sódio e água, mas poupando potássio. Indicações: Insuficiência cardíaca, hipertensão, síndrome nefrótica, hipocalemia (pode ser usado em combinação com outros diuréticos). Reações adversas Sonolência; Tonturas; Acidose Metabólica; Hipercalémia (K+). o Principalmente em doentes com insuficiência renal. 4. Diuréticos Osmóticos (Exemplo: Manitol): Mecanismo de Ação: Aumentam a pressão osmótica no túbulo renal, impedindo a reabsorção de água nos segmentos do néfron permeáveis à água (principalmente nos túbulos proximais e na alça de Henle). Efeito: Aumentam a excreção de água, mas não têm efeito significativo sobre os eletrólitos. Indicações: Redução da pressão intracraniana, insuficiência renal aguda, prevenção de falência renal aguda em situações como trauma e cirurgia. Reações Adversas Desidratação grave; Desequilíbrio eletrolítico; Retenção urinária Congestão pulmonar Cefaleias Náuseas Vómitos; 5. Diuréticos Inibidores da Anidrase Carbónica (Exemplo: Acetazolamida): Mecanismo de Ação: Inibem a enzima anidrase carbónica, que está envolvida na formação de bicarbonato. Isso reduz a reabsorção de sódio e bicarbonato nos túbulos proximais. Efeito: Aumento na excreção de sódio, potássio e bicarbonato, resultando em alcalose metabólica. Indicações: Glaucoma (para diminuir a produção de humor aquoso), alcalose metabólica, hipertensão, IC branda. Reações adversas: Acidose metabólica; Alcalinização da urina (pH mais elevado) Depleção de K+; Cálculos Renais; Depressão do SNC; Parestesias; Sonolência; Fadiga; Tonturas. Cardiotónicos Existem mecanismos compensatórios (Mediados pelo eixo renina angiotensina a nível renal). SN Simpático- faz com que haja aumento da pressão arterial Insuficiência Cardíaca Patologia na qual o coração se torna incapaz de bombear sangue suficiente para todo o corpo. O desempenho do coração é incapaz de satisfazer as necessidades metabólicas dos vários tecidos e órgãos o Diminuição da contratilidade do miocárdio o Redução do débito cardíaco (quantidade de sangue que o coração bombeia por minuto) Causas (IC): Doença arterial coronária o Enfarte do miocárdio Hipertensão; Fibrilhação auricular; Valvopatia; Consumo excessivo de bebidas alcoólicas; Infeções; Miocardiopatia de causa desconhecida. Insuficiência Cardíaca Congestiva Ativação do eixo renina angiotensina- Nos rins são detetados volumes insuficientes de sangue e o rim ativa o eixo. No inicio: diminuição da pré carga- Potenciar a IC; Mecanismos compensatórios Estimulação de sistemas de sinalização (SNA) o Aumento da frequência cardíaca (para tentar compensar) o Restabelecer o débito cardíaco adequado o Aumento da resistência vascular periférica… Dificuldade respiratória (principalmente na congestiva) Edemas GLICOSÍDEOS CARDÍACOS Fármacos utilizados no tratamento da INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (IC) o Aumentar a força de contração cardíaca o Aumentar o débito cardíaco Outros: Aminas simpaticomiméticas: o Dopamina; o Dobutamina. Inibidores da Fosfodiesterase: o Milrinona (Amrinona) Digitálicos: Digoxina Digitoxina Agonistas Beta-adrenérgicos: o Ativam a adenilciclase, que permite a conversão do ATP(i) em AMPc - ativa a proteína-quinase que conduz a um aumento de Ca2+ intracelular. o REAÇÕES ADVERSAS: Náuseas e vómitos; Dor anginosa; Arritmias Inibidores da fosfodiesterase III: o Inibem a hidrólise do AMPc, aumentando a sua concentração intracelular, o que prolonga a ação da proteína-quinase o que promove o aumento do Ca2+ intracelular. o Aumento da contratilidade cardíaca o REAÇÕES ADVERSAS: Hipotensão; Cefaleias; Palpitações; Trombocitopenia; Náuseas e vómitos; Arritmias. Cardiotónicos Digitálicos – Mecanismo de ação Atuam combinando-se de forma reversível com a ATPase Na+/K+ da membrana celular cardíaca resultando na inibição dessa bomba. Conduz aumento na concentração intracelular de Na+ , favorecendo o transporte de Ca2+ para o interior da célula através do mecanismo de troca Na+/ Ca2+ Os níveis intracelulares de Ca2+ elevados promovem o aumento na força de contração do coração. Resultado: Efeito Inotrópico Positivo Aumento da Contratilidade cardíaca Aumento do Débito Cardíaco Por aumento do tempo de despolarização da célula cardíaca: Diminuição da frequência e ritmos cardíacos Efeitos adversos Efeitos cardíacos o Bradicardia sinusal o Bloqueios auriculoventriculares o Hipocalémia Efeitos gastro- intestinais o Náuseas o Vómitos o Anorexia Efeitos no sistema nervoso central o Nevralgias o Cefaleias o Tonturas Contra Indicações e Precauções Síndrome de Wolff-Parkinson-White (inclui arritmias); Taquicardia ventricular; Bloqueios auriculoventriculares; Cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva; Hipercalcemia: Hipocalémia (K+) Interações medicamentosas Podem agravar as perturbações de ritmo cardíaco induzidas pelos digitálicos: Antidepressores tricíclicos; Antiarrítmicos; Simpaticomiméticos Podem interagir com a digoxina diminuindo a sua absorção: Antibacterianos; Antiácidos; Metoclopramida Antiarrítmicos Qualquer alteração dos batimentos cardíacos quanto à: Frequência; Ritmo; Génese; Condução. -60bpm -> bradicardia; +100bpm -> taquicardia Causas: Estilo de vida: Fumar, stress, bebidas alcoólicas, sedentarismo, drogas, toma incorreta de alguns medicamentos, excesso de cafeína, etc… Doenças associadas (fatores de risco): Enfarte, hipertensão, doenças das artérias coronárias, diabetes, hipo e hipertiroidismo. Fibrilhação auricular, por exemplo – Uma das arritmias mais comuns. Fibrilhação Ventricular – mais grave Desregulação do sinal elétrico que controla o batimento cardíaco (automatismo e génese). o Atrasado o Bloqueado o Alterações ao seu percurso normal (Mecanismo de reentrada, por exemplo) o Início em pontos extra- nódulo sinusal (focal-1 e multifocal- 2 ou mais) Todos os sinais vão originar a determinada altura modificações no ritmo. Célula tem um período refratário- faz com que o impulso seja unidirecional. Se existirem problemas antes do tempo existe uma despolarização precoce. Classe I- Bloqueadores dos canais de sódio Em fase 0: Os canais de sódio abrem muito rápido; Depois fecham muito rapidamente (ficam inativos).Na fase de repolarização começam a ser ativados muito lentamente. Diminuição da velocidade de despolarização das células marcadoras de passo (fase 4) Aumento do limiar para que ocorra a despolarização da membrana Diminuição da velocidade de despolarização rápida das células cardíacas (fase 0) Diminuição da velocidade de condução nas células cardíacas Classe Ia: Diminuição da fase 0 moderada; Repolarização prolongada Classe Ib: Diminuição da fase o discreta; Repolarização mais curta----------- +outside da box Classe Ic: Diminuição da fase 0 acentuada: Repolarização sem efeito Diminuição da velocidade de despolarização das células marcadoras de passo (fase 4) Aumento do limiar para que ocorra a despolarização da membrana Diminuição da velocidade de despolarização rápida das células cardíacas (fase 0) Diminuição da velocidade de condução nas células cardíacas Efeitos dos antiarrítmicos de classe I e agonistas naturais sobre o potencial de ação do nó SA. A. O potencial de ação normal do nó SA é mostrado por uma curva cheia. Os antiarrítmicos da classe I (bloqueadores dos canais de Na+) alteram a automaticidade do nó SA ao afetar dois aspetos do potencial de ação do nó SA: o (1) o limiar é deslocado para potenciais mais positivos e o (2) a inclinação da despolarização da fase 4 é diminuída. B. A acetilcolina e a adenosina (agonistas naturais) diminuem a frequência de disparo do nó SA ao ativar os canais de K+ que hiperpolarizam a célula e diminuem a inclinação da despolarização da fase 4. Grupo I-A Quinidina, Procainamida e disopiramida. São mais eficazes em arritmias auriculares, diminuem a TMD e a condução AV. Grupo I-B Lidocaína e Fenitoína. Não interferem com a Condução AV, são mais úteis em arritmias ventriculares, diminuem tanto a TMD como a DPA e são mais usados em casos emergentes. Grupo I-C Encainida, flecainida e propafenona. Diminuem TMD, Condução AV e Contratilidade. Classe II - Bloqueadores β Propranolol, esmolol e sotalol. Suprimem a despolarização na fase 4. Diminuem a automaticidade e a contratilidade. Sotalol tem atividade na classe III também. Bloqueiam os efeitos adrenérgicos dos potenciais de ação dos nódulos SA e AV. o Diminuindo a inclinação da despolarização da fase 4 (importante no nódulo SA). Prolongam a repolarização (relevante no nódulo AV). o Úteis no tratamento das arritmias supraventriculares e ventriculares precipitadas por estimulação simpática. Classe III – Prolongadores da Repolarização ou Bloqueadores dos Canais de Potássio Amiodarona, bretílio e sotalol. Prolongam a repolarização na fase 3. Bloqueiam os canais de potássio e estendem o período de repolarização. Muito importante: Amiodarona (usada em últimos recursos por causa das reações adversas) Classe IV – Bloqueadores dos canais de cálcio Verapamil; Diltiazem – Apenas estes (não di hidropiridinas) porque têm função cardíaca. Diminuem a excitabilidade das células do nódulo SA. Prolongam a condução do nódulo AV. o Principalmente ao tornar lenta a ascensão do potencial de ação no tecido nodal. o ::: Úteis no tratamento das arritmias que envolvem reentrada através do nódulo AV. Em altas doses podem prolongar, exageradamente, a condução do nódulo AV. Bloqueio cardíaco Antidislipidémicos SCORE que indica o risco associado a ter uma doença fatal cardiovascular num prazo de 10 anos. Os fatores de risco a ter em conta aqui são a idade; PA; hábitos tabágicos, género e colesterol total. Fármacos utilizados no tratamento de dislipidemias. Alteração dos níveis lipídicos no organismo. o Colesterol; o Triglicerídeos; o Lipoproteínas. QUILOMICRON: produzido no intestino a partir das gorduras da dieta; transportam as gorduras aí digeridas (TG da dieta) para a corrente sanguínea. VLDL (very low density lipoprotein): produzido no fígado; transportam os TG (endógenos) no sangue (que resultaram da esterificação dos ácidos gordos - convertidos no fígado) para o tecido adiposo. IDL (intermediate density lipoprotein): produzido no sangue, resultam da hidrólise das VLDL (remanescente das VLDL após digestão dos TG); quando chegam ao fígado ligam-se a receptores específicos. As IDL que não são removidas pelo fígado, perdem os TG residuais e transformam-se em LDL. LDL (low density lipoprotein): produzido no sangue (remanescente das IDL após digestão dos TG – produto final das VLDL). Transportam o colesterol do fígado para os tecidos. São responsáveis pela maioria do colesterol total do plasma, obstruindo as artérias ao depositar o colesterol nas suas paredes, bloqueando o fluxo sanguíneo. HDL (high density lipoprotein): produzido no fígado e intestino; troca proteínas e lípidos com outras lipoproteínas. Transporta colesterol dos tecidos periféricos para o fígado Dislipidemias Hipertrigliceridemia – aumento dos TG Hipercolesterolemia – aumento do CL total Dislipidemias mistas – aumento do CL e TG Redução do HDL Fatores de risco: Idade Sexo História familiar de hiperlipidemia Obesidade Dieta rica em gorduras Falta de exercício físico Consumo intenso de álcool Tabagismo Diabetes mal controlados Patologias associadas FORMAÇÃO DE PLACA ATEROSCLERÓTICA - Enfarte de miocárdio; Insuficiência renal; AVC Tratamento (dislipidemias) Deve ser sempre precedido de uma mudança dos hábitos alimentares e do estilo de vida (e posterior acompanhamento); Os fármacos utilizados possuem diferentes mecanismos de ação, agindo preferencialmente sobre determinada fração das lipoproteínas; o Corrigem as alterações dos níveis lipídicos (colesterol e triglicerídeos), assim como as formas de transporte (lipoproteínas) dos mesmos no sangue. Tratamento inicial em monoterapia. Tratamento Farmacológico Diminuir a produção de lipoproteínas pelos tecidos Aumentar o catabolismo de lipoproteína no plasma Aumentar a remoção de colesterol do organismo ▪ Ácido Nicotínico ou Vitamina B3 ▪ Fibratos: Clofibrato; Genfibrozil ▪ Resinas Permutadoras de Iões: Colestiramina ▪ Inibidores da HMG-CoA redutase: Estatinas ▪ Outros: Inibidores da absorção de colesterol; Inibidores da PSCK9 Ácido Nicotínico (Niacina) Inibe a lipólise de Triglicerídeos no tecido adiposo. Diminuição da propagação de ácidos gordos na corrente sanguínea. Diminuição de VLDL e LDL Inibe a depuração da Apo A1 o Aumento dos níveis de HDL o Melhor fármaco para aumento de HDL Diminuição de triglicerídeos – tão eficaz como Fibratos ou Estatinas Não tão usados hoje em dia Fibratos (Clofibrato; Gemfibrozil) Preferencialmente em hipertrigriceridemia isolada. Potenciam a ação da lipase lipoproteica (vasos capilares)- responsável pela hidrolise de triglicerideos Aumento da hidrólise de triglicerídeos contidos em quilomicrons e VLDL Aumento da síntese de Apo A1 nos hepatócitos o Aumento da síntese de HDL Oxidação dos ácidos gordos nos hepatócitos o Diminuição de síntese de Triglicerídeos Resinas permutadoras de Iões (Colestiramina; Colestipo) – sequestradores de ácidos e sais biliares São resinas de troca iónica que se ligam aos ácidos e aos sais biliares de carga negativa no intestino delgado O complexo ácido biliar – resina é excretado pelas fezes Impedindo que os ácidos biliares retornem ao fígado pela circulação entero- hepático Diminuem a concentração de ácido biliar; Aumentam a conversão de colesterol em ácidos biliares ao nível dos hepatócitos; Diminuindo a concentração intracelular de colesterol; Promovendo o aumento da captação hepática de colesterol com partículas LDL. Podem ser usados em grávidas- não são absorvidos para os vasos sanguíneos Inibidores da HMG-CoA redutase- Estatinas ▪ Sinvastatina ▪ Lovastatina ▪ Pravastatina ▪ Fluvastatina ▪ Atorvastatina ▪ Rosuvastatina ▪ Cervostatina Hipercolesterolemia isolada; Podem ser utilizadas em associação com outros antidislipidémicos; Diminuem a síntese de colesterol Administradas ao deitar (seguindo o ritmo circadiano) Diminuição de Colesterol intracelular Estimulação de recetores para LDL Captação de mais colesterol Inibição de formação libertação de VLDL Diminuição de triglicerídeos na corrente sanguínea Reações adversas e contraindicações das Estatinas: Contraindicados na gravidez ; Problemas a nível do fígado por sobrecarga de citocromo P450; Mialgias, fraqueza muscular, rabdomiólise. Inibidores da absorção de Colesterol A ezetimiba inibe a proteína NPC1L1 e assim inibe a captação intestinal do colesterol dietético e biliar no intestino Ao inibir a absorção do colesterol, a ezetimiba reduz a quantidade de colesterol no sangue Em resposta à reduzida entrega de colesterol o fígado regula positivamente a expressão de LDLR, o que leva a depuração de LDL do sangue. Pró proteína convertase subtilisina/ kexina inibidores tipo 9 (PCSK9) Efeitos metabólicos ↓LDL-C 48%-71%, ↓ non-HDL-C 49%-58%, ↓TC 36%-42%, ↓Apo B 42%-55% ao inibir a ligação de PCSK9 com LDLRs disponíveis para limpar o LDL, e diminuindo os níveis de LDL-C Principais considerações: Requer autoinjeção subcutânea e geralmente necessita de refrigeração; Níveis gerais de reações adversas e descontaminação muito baixos; As reações adversas com taxas significativamente diferentes entre o medicamento e o placebo foram: Reações locais no local da injeção e gripe As reações adversas mais comuns: o Alirocumab: Nasofaringite, Infeções urinárias, diarreia, bronquite e mialgia; o Evolocumab: Nasofaringite, dor de costas, infeções do trato respiratório superior. Avaliar sempre o risco geral associado ao doente. SCORE a baixo de 1% - basta estabilizar nos 116 mg/dL SCORE mais altos tem que baixar mais O que fazer em caso de hipercolestoremia? - Ver SCORE e avaliar. - Se não for candidato a terapêutica farmacológica, seguir apenas com mudanças no estilo de vida. - Se for candidato a terapêutica farmacológica: Definir o objetivo de valores para o tratamento. Numa primeira estância pode-se utilizar Estatinas de alta potência. Se forem suficientes, manutenção do tratamento. Se o tratamento não resultar, adicionar inibidores da absorção do colesterol (ezetimibe). Se ainda assim não for o suficiente, podemos adicionar inibidores (PCSK9). Considerar sempre inibidores (PCSK9), ao longo do tratamento, por exemplo em casos de insuficiência cardíaca. Trombose Um distúrbio trombótico refere-se a condições nas quais se formam coágulos nos vasos sanguíneos. Isto acontece devido à elevada coagulação no sangue. Existem várias condições que podem desencadear uma atividade de coagulação elevada no sangue. Se o sangue coagular demasiado, a pessoa pode sofrer uma trombose. Se um coágulo se tornar demasiado grande, pode bloquear o fluxo sanguíneo normal nas artérias e veias, causando: o Acidente vascular cerebral isquémico ou ataque cardíaco o Trombose venosa profunda (TVP) o Embolia pulmonar (EP) É possível que um coágulo também se desloque pelo corpo, podendo bloquear vasos sanguíneos no cérebro (AVC) ou nos pulmões (EP) Se um doente tiver um elevado risco de trombose, o médico tentará evitar a formação excessiva de coágulos através de medicação o Tal como heparina ou anticoagulantes orais. A trombose aguda, tal como um ataque cardíaco ou um AVC, requer tratamento imediato. o Uma das medidas terapêuticas padrão é o tratamento com medicamentos fibrinolíticos para dissolver o bloqueio de coágulo (ou trombo) e restabelecer o fluxo sanguíneo para evitar lesões ou morte Hemorragia Quando a taxa de coagulação no sangue de uma pessoa é demasiado baixa, o doente pode experienciar hemorragia excessiva. Os distúrbios hemorrágicos são frequentemente hereditários, mas também podem ser adquiridos por meio de diferentes doenças e condições. As principais causas de disfunções hereditárias e adquiridas em termos de distúrbios hemorrágicos são: o Hereditárias: ▪ Hemofilia A ▪ Hemofilia B ▪ Doença de von Willebrand ▪ Disfunção plaquetária o Adquiridas: ▪ Patologias hepáticas ▪ Coagulopatia intravascular disseminada (CID) ▪ Terapia anticoagulante ▪ Disfunção plaquetária Os distúrbios hemorrágicos podem ser tratados com medicamentos que substituem as proteínas em falta para preencher as lacunas na reação de hemóstase em cascata. Antiagregantes Plaquetários Inibidores da agregação plaquetária, diminuem a formação ou a ação de sinais químicos que promovem a agregação plaquetária. Incluem fármacos como: o Ácido acetilsalicílico (aspirina -AAS) o Dipiridamol o Inibidores P2Y12 - Clopidogrel, Ticlopidina, Prasugrel,… o Inibidores GP IIb/IIIa - Abciximab Aspirina Bloqueia de forma duradoura a formação de tromboxano A2 (um indutor da agregação plaquetária e vasoconstritor) a partir do ácido araquidónico nas plaquetas por inibição da cicloxigenase. Apresenta uma eficácia máxima como agente antitrombótico em doses de 100 a 300 mg. Dipiridamol Inibição da enzima fosfodiesterase nas plaquetas, resultando num aumento da concentração do AMPc (adenosina monofosfato cíclico) intraplaquetária. Inibindo a libertação de agentes agregantes Ticlopidina Inibe a agregação plaquetária, por impedirem a ligação do fibrinogénio às plaquetas ativadas. Administrada por via oral. Liga-se amplamente às proteínas plasmáticas. Pode causar sangramento prolongado… Pode causar neutropenia… Em desuso Inibidores P2Y12 Atuam a nível da enzima. É a ligação ao recetor P2Y12 que é responsável pela amplificação da ativação plaquetária. Inibindo os recetores P2Y12, as tienopiridinas são antiagregantes mais potentes que o ácido acetilsalicílico. EX: Clopidrogel (prevenção), Ticagrolor (nível hospitalar) Inibidores GP IIb/IIIa Terapêutica biológica, para doentes que não respondem a terapêutica com AAS ou clopidrogel. Indicados para intervenções coronárias Indicações: ▪ Prevenção de isquemia recorrente em pacientes com angina instável; ▪ Síndrome coronária Aguda; ▪ Pós angioplastia e colocação de Stent ANTAGONISTAS DA VITAMINA K A vitamina K é essencial para a formação de diferentes fatores de coagulação atuando como co-factor em diferentes reações enzimáticas a nível hepático. INIBINDO A VITAMINA K diminui-se a atividade da protrombina com atraso da formação da trombina compromete-se a cascata da coagulação e portanto a formação do coágulo. Anticoagulantes cumarínicos que incluem: o Varfarina (Warfarin) o Dicumarol o Acenocumarol Anticoagulantes orais Apresentam um início de ação anticoagulante mais lento(8 a 12 horas). Impedem/inibem a formação/síntese de fatores de coagulação dependentes da vitamina K. Atravessam a barreira placentária (Apresentam efeitos teratogénicos) Usam-se em caso de: o Hemorragias, Necessidade de cirurgia, manobras invasivas Reversão dos efeitos: NECESSITAM DE CONTROLO DO INR REGULAR o Cessar a toma de antagonistas da Vitamina K; o Administrar Fitomenadiona (vit K); o Plasma fresco congelado; o Complexo protrombínico. DOAC – Anticoagulantes Orais Diretos Os Anticoagulantes Orais Diretos incluem o Inibidores diretos da trombina ▪ dabigatrano o Inibidores diretos do fator Xa ▪ rivaroxabano (SUPER CARO), apixabanano e doxabano Apresentam no mínimo eficácia idêntica aos antagonistas da vitamina K, com melhor perfil de segurança e menor risco de hemorragia intracraniana Biodisponibilidade depende sempre da ingestão de certos alimentos. O Rivaroxabano (20mg- 2 vezes ao dia) é o “mais seguro” uma vez que apresenta mais biodisponibilidade (mesmo com alimentos) PROBLEMAS: Hemorragia. Se for menor- suspender. Se for grande- Usar antagonistas destes fármacos ou usar plasma. Normalmente são mais seguros que a Varfarina para alguns utentes Heparinas Atuam pela ligação e ativação da antitrombina III, inibindo a trombina Impedindo a formação da fibrina Resultado num efeito anticoagulante A administração crónica ou intermitente de heparina pode conduzir à redução na atividade da antitrombina III Risco aumentado de trombose Injetável (SC e EV) Ação rápida; Não atravessam a barreira placentária; Indicadas no tratamento de: o Trombose venosa profunda o Embolia pulmonar o Prevenção de trombose venosa em pós operatório Circulação extracorporal e hemodiálise – Usa-se heparina para evitar coagulos Apresentam heterogeneidade quanto a: o Peso molecular; o Efeito anticoagulante; o Propriedades farmacocinéticas Heparina Não fracionada (HNF) ▪ Relação dose-resposta variável ▪ Margem terapêutica estreita Heparinas de Baixo Peso Molecular (HBPM) ▪ Apresentam como principal vantagem um efeito anticoagulante mais previsível. ▪ Apresentam um tempo de semi-vida superior. ▪ Incluem fármacos como: Dalteparina sódica; Enoxaparina sódica; Nadroparina cálcica; Reviparina sódica; Tenziparina sódica. ▪ São derivadas de HNF por degradação química ou enzimática. ▪ Com peso molecular também heterogéneo. ▪ Apresentam como principal vantagem uma diminuição na ligação às proteínas plasmáticas e às plaquetas, resultando num efeito anticoagulante mais previsível. ▪ Administração SC ▪ Indicações: o Profilaxia da doença tromboembólica venosa o Tratamento da trombose venosa profunda (TVP) e embolismo pulmonar (EP) excluindo EP que requeira terapêutica trombolítica ou cirurgia. o Prevenção da formação de trombos na circulação extracorporal durante a hemodiálise. o Síndrome coronária aguda FIBRINOLÍTICOS TROMBOLÍTICOS Agentes que ativam a conversão de plasminogénio Plasmina - proteína sérica que hidrolisa a fibrina Dissolução dos Coágulos Normalmente administrados por via Endovenosa; Apresentam como principal efeito adverso o desenvolvimento de hemorragias; Contraindicações principais: o Gravidez; o Feridas não cicatrizadas. Indicações: o Trombose venosa profunda; o Enfarte do miocárdio; o Trombose e embolia arterial. Incluem os fármacos: Estreptoquinase; Alteplase; Reteplase; Uroquinase; Tenecteplase Anti-hemorrágicos Antifibrinolíticos Ácido aminocapróico Ácido Tranexâmico Derivados do sangue e plasma Antitripsina Inibidor da estearaseC1 humana Hemostáticos Fitomenadiona Emicizumab Derivados do sangue e plasma o Fatores de coagulação, ativadores de fatores da coagulação, Fibrinogénio Ácido aminocapróico/ Ácido Tranexâmico – Mais usados no bloco Indicações: hemorragia causada por fibrinólise local ou generalizada, incluindo: o Hemorragias pós-cirúrgicas em: ▪ Urologia (cirurgia da bexiga e próstata); ▪ Ginecologia (cirurgia do colo cervical); ▪ Obstetrícia (hemorragias pós-parto e pós-aborto) após correção do defeito de coagulação; ▪ Cirurgia cardíaca (com ou sem colocação de bypass); ▪ Gastroenterologia; ▪ Odontostomatologia (extrações dentárias em hemofílicos, doentes submetidos a terapêutica anticoagulante). o Hemorragias com risco de vida induzidas por trombolíticos (estreptoquinase, etc.); o Hemorragias associadas a trombocitopenia, púrpura trombopénica, leucemia; o Hematúria não cirúrgica do trato urinário inferior (secundárias a cistite, etc.); o Menstruações intensas, menorragia e metropatias hemorrágicas Fitomenadiona–Vitamina K Indicações: Hemorragia ou risco de hemorragia resultante de: o hipoprotrombinemiagrave (i.e. deficiência dos factores de coagulação II, VII, IX e X) de origem diversa, incluindo sobredosagem dos anticoagulantes do tipo cumarínico, o outras formas de hipovitaminose K (p. ex. icterícia obstrutiva, bem como alterações intestinais e hepáticas o após uso prolongado de antibióticos, sulfonamidas ou salicilatos). É necessário monitorizar o INR após administração de Vit. K a doentes com função hepática gravemente alterada. É antídoto dos anticoagulantes cumarínicos (p. ex. varfarina) mas não da heparina. Emicizumab Na profilaxia de rotina de episódios de hemorragia em doentes com hemofilia A com inibidores de fator VIII. Possíveis reações adversas: ▪ Microangiopatia trombótica; ▪ Tromboembolismo associado à utilização concomitante Sulfato de Protamina O sulfato protamina neutraliza o efeito anticoagulante da heparina. Neutraliza quase completamente a actividade antitrombina(anti-IIa) da Heparina de Baixo Peso Molecular (HBPM), e neutraliza parcialmente o seu efeito anti-Xa. Indicações: o no tratamento de sobredosagem ou hemorragia durante o tratamento com heparina ou Heparina de Baixo Peso Molecular (HBPM) o Para neutralizar os efeitos anticoagulantes da heparina ou HBPM antes da cirurgia; o Para reverter os efeito Sobredosagem!!: apresenta efeito anticoagulante! Pode originar hemorragias!! Anemia Define-se como a redução da concentração da hemoglobina funcional circulante total. Deficiente quantidade de eritrócitos (hematócrito) Deficiência de hemoglobina Ambas Redução da massa total de eritrócitos: em número; redução do hematócrito; redução da quantidade de Hgb Assim como a presença de hemácias anormais e com função alterada Base para caracterizar um quadro de anemia Taxa de hemoglobina < 12g/dL Hematócrito < 37 (mais variável nas mulheres) Anemia (Sinais e sintomas) Fadiga Redução da capacidade física Rápida exaustão Dispneia Palpitação Cefaleia Dores articulares ou ósseas – anemia falciforme Ferimentos na boca dificuldade de deglutir, desejo de comer gelo ou barro (picofagia) ◦ deficiência grave de ferro Os sinais e sintomas dependem da: Rapidez de instalação; Gravidade; Idade do doente; Origem racial Anemia (Causas) Perdas: hemorragia aguda ou crónica Aumento da destruição o Defeitos extraglobulares: Anticorpos - infeções – sequestro esplénico; Agentes físicos – drogas – hemólise mecânica o Defeitos intraglobulares: Esferocitose – hemoglobinopatias Produção inadequada o Falta subst. essenciais: ferro, ác. Fólico, vit. B12 o Falta células precursoras: anemia aplástica o Infiltrações: lesões medulares Causas endócrinas.: hipotireoidismo, insuf. suprarrenal Doenças crónicas: cirrose, infeções, neoplasias Classificação das anemias Tamanho dos eritrócitos: o Normocítica – normal o Microcítica – mais pequeno que o normal o Macrocítica – maior que o normal Quantidade de hemoglobina que possuem: o Hipocrómica – hemoglobina baixa o Normocrómica – hemoglobina normal o Hipercrómica – não tem razão de ser Existe a possibilidade de um quadro misto!!!! ANEMIA MICROCÍTICA E HIPOCRÓMICA N.º de eritrócitos que contêm pouca hemoglobina Resulta da deficiência de Ferro por: o Dieta pobre o Hemorragia crónica Esta anemia chama-se eritropoiese com deficiência em Fe, sendo a 1ª fase desta anemia. O organismo começa a produzir eritrócitos mais pequenos (microcítica), mas ainda com a quantidade de Fe ainda proporcional ao tamanho do eritrócito 80% do ferro – função eritrocitária o Necessidades ◦ Adultos:1 mg; Crianças: 5-20 mg o Absorção ◦ Fe hem (ião ferroso) (origem animal); Biodisponibilidade 35% ◦ Fe não hem (ião férrico) (origem vegetal); Biodisponibilidade 5-10% o Absorção: duodeno e jejuno Ferritina ◦ Aumenta quando os niveis endógenos descem ou quando aumenta a eritropoiese. ◦ Absorção máxima 3-4 mg/di o Transporte: ◦ Transferrina ◦ A síntese aumenta no deficit de ferro e na gravidez ANEMIA MACROCÍTICA E NORMACRÓMICA Inclui anemia megaloblástica, devido a carência de Vit. B12 e ácido fólico, ou factor intrínseco. Os eritroblastos crescem lentamente na medula óssea, com formas estranhas e são excessivamente grandes. Quantidade de Fe normal, mas tamanho dos eritrócitos muito grande. ANEMIA NORMOCÍTICA E NORMACRÓMICA Eritrócitos normais no tamanho e cor Incluem as anemias hipoplásticas ou aplásticas por defeito de funcionamento da medula óssea Número de eritrócitos menor que o normal, embora sejam morfologicamente iguais aos normais Deve-se a uma hipoplasia ou aplasia da medula (funciona mal ou não funciona) Ocorre na hemorragia aguda grave ANEMIA HEMOLÍTICA Eritrócitos com diversas formas que os tornam frágeis e incapazes de atravessar as membranas, porque são destruídos Ocorre lise dos eritrócitos, tendo estes por vezes um tempo de vida menor (5 dias) Antianémicos Objetivo: estimular a produção de eritrócitos ◦ Normalizar a capacidade de transporte de O2 A terapêutica deve ser adequada à causa especifica da mesma e inclui: o Compostos de Ferro o Vitamina B12 o Ácido Fólico o Eritropoietina Ferro (oral) Facilmente absorvidos (até 60%) A ingestão deve ser feita 1 hora antes das refeições e ao deitar, para aumentar a absorção. A absorção ocorre ao longo de todo o tubo digestivo mas é maior no duodeno e parte proximal do jejuno. Os comprimidos de revestimento entérico e algumas preparações de libertação lenta Efeitos Indesejados: Náuseas, dor epigástrica, vómito, diarreia ou obstipação, fezes escuras que persistem durante alguns dias. Quando administrados em doses elevadas, os preparados de ferro podem provocar intoxicações, devido a uma ação corrosiva na mucosa gastrintestinal. Interações: Diminui a absorção de tetraciclinas, quinolonas, metildopa,.); Os antiácidos diminuem a sua absorção Ferro (parentérico) Esta administração deve ser reservada para situações específicas, nomeadamente: o Via oral é impraticável ou ineficaz por intolerância o Recusa ou incapacidade de tomar medicação pela via oral o Absorção ineficaz por via oral o Doença gastrointestinal o Situação de urgência na reposição das reservas de Fe o Associado a eritropoetina Utilizados compostos orgânicos, na forma férrica. A via IM é dolorosa, pode provocar despigmentação no local de injeção. Por esta via podem usar-se: ◦ Ferro dextrano – menos tóxico (EV ou IM) ◦ Ferro sacarose (EV) Vitaminas e Sais Minerais Vitamina B12 e ácido fólico o Atuam ao nível do processo de formação de DNA A carência origina anemia megaloblástica A carência de Vitamina B12 o Provoca: perda de memória, agitação, nervosismo, neuroses e psicoses. o Deve-se: à diminuição de fator intrínseco indispensável para permitir a absorção ao nível do intestino delgado Vitamina B9 e Vitamina B12 o Possuem estreitas relações devido ao papel metabólico na eritropoiese e aos efeitos semelhantes produzidos pela sua deficiência. o A deficiência resulta numa síntese defeituosa de ADN em qualquer célula em que esteja a decorrer replicação e divisão de cromossomas, afectando principalmente os tecidos com rápida renovação celular (sistema hematopoiético e tracto GI). o São essenciais para a síntese de nucleoproteínas e mielina, reprodução celular, crescimento normal e manutenção de uma eritropoiese normal. Vitamina B12 o Cobalamina: ◦ Esqueleto comum de todos os derivados da vitamina B12 o Cianocobalamina e B12: ◦ Termos usados de forma permutável como expressões genéricas para todas as cobamidas activas nos seres humanos. o Metilcobalamina (metil-B12): ◦ Forma circulante necessária para a formação de metionina a partir de homocisteína e conversão de metil- FH4 em FH4 o Desoxiadenosilcobalamina (ado-B12): ◦ Forma intra-celular e necessária à isomeração da metilmalonil-CoA em succinil-CoA. Necessidades aumentadas na gestante o Pode ser administrada por via oral, no caso de não existir deficiência na produção de fator intrínseco nem perturbações digestivas. o A intensidade de absorção pode ser reduzida com ingestão de álcool ou a existência de doenças concomitantes. o Resposta rápida à terapêutica o Excretada pela bílis e rins. o Podem utilizar-se dois compostos: ◦ Cianocobalamina (IM) ◦ Hidroxocobalamina (IM)- Absorção lenta; Maior ligação às proteínas plasmáticas e ao fígado; Efeito mais prolongado Ácido Fólico - B9 Utilizados no tratamento das anemias megaloblásticas. Necessidades diárias: ◦ Adultos são 50 – 100 µg/dia ◦ Grávidas e mulheres que amamentam de 200 µg/dia Precursor de uma coenzima, que intervêm no primeiro estágio da sintese dos ácidos nucleicos e na maturação dos eritrócitos Administração por via oral A intensidade de absorção pode ser reduzida com ingestão de álcool ou a existência de doenças concomitantes. Excreção feita pelas fezes. Quando se administram em doses elevadas a excreção é feita em 90% pela urina Efeitos laterais (raros) o Podem ocorrer alergias com as formas injectáveis. o Em doses elevadas pode antagonizar o efeito antiepiléptico da fenitóina, fenobarbital e primidona e aumentar a frequência das crises epilépticas. FACTORES DE CRESCIMENTO HEMATOPOIÉTICO São hormonas (glicoproteínas) que regulam: o a proliferação e diferenciação das células hematopoiéticas progenitoras o e a função das células sanguíneas maduras Atuam: o localmente onde são produzidos ou o entram na circulação Células produtoras: Linfócitos T, monócitos (e macrófagos), células endoteliais e fibroblastos (exceto a eritropoietina: 90% da qual é produzida nos rins) Fatores: Atuam nas células do estroma: IL-1, TNF; Atuam na célula pluripotencial: SCF (factor da stem cell); Atua na célula multipotencial precoce Il-3, IL-6, GM-CSF; Atua em célula que originarão 1 ou 2 linhagens: G-CSF, M- CSF, IL-5, EPO, TP Eritropoietina ou epoietina Produção: Rins (50 a 90%); Fígado (geralmente 10%; 30 a 50% em patologias) Regulador dos progenitores dos eritrócitos ◦ Formação ◦ Diferenciação ◦ Maturação ◦ Proliferação Quando há hipóxia, esse sinal é interpretado como uma diminuição de eritrócitos Em caso de: Diminuição do volume sanguíneo; Anemia; Diminuição de hemoglobina; Doença isquémicas (fornecimento insuf. de sangue aos tecidos); Doença pulmonar: Ocorre um aumento de produção de eritropoietina pelos rins Destinada ao tratamento das anemias hipoplásticas, hemoliticas e de causa renal Indicada no tratamento de anemias associadas a doenças em que se verifica uma deficiência de produção da eritropoietina, nomeadamente na insuficiência renal crónica A eritropoietina humana recombinante, produz no organismo os mesmo efeitos biológicos que o composto endógeno A produção máxima de reticulócitos ocorre 3 a 4 horas após a administração do fármaco. O hematócrito começa a subir de forma proporcional à dose, depois de 1 a 3 semanas, fazendo-se acompanhar de uma subida nos níveis de hemoglobina. Neutropenia Condição em que o número de neutrófilos se encontram a abaixo do normal, podendo resultar em infecção como consequência da defesa inadequada do hospedeiro à invasão microbiana. (IMUNIDADE) Causas de neutropenia: Inadequada produção; Elevada destruição dos leucócitos (frequentemente causada por fármacos) Neutropenia aguda – desenvolve-se de forma rápida Neutropenia crónica – prolonga-se durante meses ou anos TRATAMENTO DA NEUTROPENIA DEPENDE DE: Causa Gravidade Factores de crescimento mielóides ou Factores estimulantes do macrófago e da granolocitopas Fator estimulante de granulócitos (G-CSF) Filgrastim e lenograstim Estimular a proliferação, diferenciação e ativação das células progenitoras da linhagem dos granulócitos convertendo-os em neutrófilos funcionais Eficaz no: Tratamento da neutropenia grave decorrente de transplante da medula óssea e da quimioterapia em altas doses; Tratamento de neutropenias congénitas graves Apresenta como efeitos laterais dor óssea que é aliviada aquando da administração descontinua Fator estimulante de granulócitos- macrófagos (GM-CSF) Molgramostrim (glicosilado) - Estimular a mielopoiese, acelerando a proliferação das células progenitoras de granulócitos, eritrócitos e magacariócitos; Efeito direto nas células alvo maduras no sangue e nos tecidos, potenciando a função dos neutrófilos e dos monócitos – macrófagos. Molgramostim e sargramostim- estimular a proliferação, diferenciação e ativação dos Granulócitos, macrófagos, células eritroides, megacariócitos e eosinófilos. Antianginosos Angina de Peito (angina pectoris) Síndrome clínico que se integra na doença cardíaca isquémica e que resulta da isquémia transitória de uma porção do miocárdio. Apresenta em norma uma dor pré-cordial intensa causada principalmente por obstrução das coronárias. Resulta do desequilíbrio entre a oferta e a necessidade de oxigénio no miocárdio. Os episódios isquémicos poderão resultar: o Súbita privação do aporte de sangue e O2 ao miocárdio; o Aumento súbito das necessidades do miocárdio com a impossibilidade de aumento suficiente da irrigação; o Simultaneidade de ambas as ocorrências. Possíveis fatores: o Grave anemia o Excesso de carboxiemoglobina dos fumadores. o Estenose aórtica calcificada o Aterosclerose das coronárias. o Formação de trombos ou agregação plaquetária ao nível das artérias coronárias. o Espasmos das artérias coronárias. Clinicamente descrevem-se, habitualmente, três principais tipos de angina: o Angina estável ou “de esforço” ▪ Presença de um estreitamento aterosclerótico fixo ou lentamente progressivo; ▪ Apresenta em repouso, uma perfuração compatível com as necessidades exigências metabólicas; ▪ Mas não permite satisfazer os acréscimos de fluxo coronário e de oxigénio em: Exercício físico; Exposição ao frio; Stress emocional… ▪ Estes mecanismos terá representa cerca de 70-80% das formas de angina de peito. o Angina instável ▪ Apresenta um perfil sintomático intermédio entre a angina estável e o enfarte do miocárdio; ▪ Pode apresentar de uma forma inicial, episódios anginosos graves e frequentes, ou tomar a forma de uma situação de aumento da frequência e intensidade/ou duração das crises anginosas. ▪ Pode apresentar-se em repouso ou em esforço; ▪ Em geral, esta apresenta uma rotura de uma placa de aterosclorose coronária, com consequentemente agregação plaquetária, formação local de trombos oclusivos e vasoconstrição; ▪ Pode resultar de oclusão significativa de uma ou mais coronárias; o Angina variante de Prinzmetal ▪ Espasmo coronário súbito; ▪ Desencadeamento de uma acentuada e repentina redução do aporte sanguíneo e de oxigénio ao miocárdio; ▪ Isquemia e dor anginosa ocorrem tipicamente em repouso, por vezes durante o sono; ▪ O mecanismo deste espasmo arterial coronário permanece controverso; Tratamento: Identificação e tratamento dos fatores de risco; Corrigir os fatores agravantes que contribuem para a angina; Reeducação do doente. Terapêutica farmacológica Antianginosos o Nitratos Orgânicos; o β-bloqueadores (β1-bloqueadores) o BEC / BCC Antiagregantes plaquetários (AAS ou clopidogrel ou ticagrelor) Antidislipidémicos. Nitratos Orgânicos Nitroglicerina ou trinitrato de glicerina (TNG), foi sintetizada pioneiramente em 1847 pelo italiano Ascania Sombreiro Só em 1867 Lauder Brunton relatou a capacidade dos nitratos em aliviar a angina Necessidade de criar fármacos com maior duração de ação, levou a síntese de dinitrato de isossorbida PRINCIPAIS NITRATOS ORGÂNICOS DISPONIVEIS EM PORTUGUAL E A RESPECTIVA MARCA COMERCIAL o Mononitrato de isossorbida: ISMO ®; MONOKET RETARD ®; IMDUR ®; ORASORBIL ® o Dinitrato de isossorbida: FLINDIX ®; FLINDIX RETARD ® o Nitroglicerina: Bucais e gengivais: NITROMINT®; Cutâneas e transdérmicas: NITRO-DUR®; EPINITRIL 5 ®; NITRADISC ® MECANISMO DE ACÇÃO São profármacos cujo metabólito ativo de óxido nítrico. Interacção com receptores de nitratos do musculo liso vascular; Oxidação dos nitratos orgânicos por radicais sulfidrila (SH-); Formação de óxido nítrico (ON) e nitrosotióis: Estimulação guanilato ciclase solúvel intracelular; Aumento da formação intracelular de monofosfato de guanosina (GMP) cíclico; Relaxamento do musculo liso vascular: o Inibição da entrada de cálcio pelos canais de cálcio tipo L; o Diminuição da liberação de cálcio do retículo sarcoplásmatico; o Eliminação de cálcio através de uma bomba de Ca++ adenosina trifosfatase (ATPases) do sarcolema EFEITOS FARMACOLÓGICOS Relaxamento da musculatura lisa tanto das artérias como das veias; Em baixas concentrações -> Relaxamento venoso -> Redução da pré carga -> Menor volume diástolico ventricular -> Diminuição do consumo de oxigénio pelo miocárdio; Aumento do fluxo sanguíneo coronário A redução do débito cardíaco verificada é compensada pela taquicardia reflexa Em doses elevadas -> As arteríolas sofrem vasodilatação com consequente queda de pressão arterial, bem como do débito cardíaco, o que reduz mais as necessidades de oxigénio pelo miocárdio. Efeitos na circulação coronária: o Dilatação das artérias com diâmetro iguais ou superiores a 100µm; o Auto-regulação do fluxo das pequenas artérias e arteríolas não é influenciada por esse efeito vasodilatador; o Em situações de isquemia ocorre redistribuição do fluxo coronário em direcção a essas zonas. o Inibição do espasmo das artérias coronárias normais e nas ateroscleróticas. Efeitos antiplaquetários: o Nitratos causam aumento de ON o Aumento monofosfato cíclico de guanosina (GMPc) no nível intraplaquetário o Redução da adesão e agregação plaquetária o Como na angina e infarte agudo do miocárdio existe uma activação plaquetária Actividade antitrombótica TOLERÂNCIA Caracteriza-se por redução da resposta vasodilatadora e antianginosa aos nitratos. Administração repetida dos nitratos (pode levar a): o Excesso de nitrato levaria a produção de radicais livres o Ativação do sistema reninaangiotensina em ocorrência a redução da perfusão renal o Enzima aldeido desidrogenase com atividade reduzida o Depleção dos grupamentos SHteciduais livres (radicais sulfidrila) Diminuição do relaxamento Redução da produção ON Crescente evidência sugere que a produção de radicais livres é um importante mecanismo de desenvolvimento da tolerância aos nitratos; Fenómeno multifatorial que não está totalmente esclarecido; Até ao momento, a única maneira eficaz de evitar a tolerância é a suspensão noturna dos fármacos (intervalo de pelo menos dez horas). EFEITOS ADVERSOS: Cefaléia: é o efeito adverso mais comum, podendo chegar até 82% dos pacientes tratados com nitratos. A tolerância a este efeito surge rapidamente, depois de alguns dias de tratamento; Hipotensão postural; Palpitações; Rubor facial; Taquicardia reflexa; Superdosagens ou envenenamento acidental pode levar a metemoglobina Ana Ferreira | ESS INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS: Administração de nitratos é contra-indicada com o uso concomitante de inibidores da fosfodiesterase 5: Sildenafil (Viagra®); Tadafil (Cialis®); Vardenafil (Levitra®). o Tanto os nitratos como os inibidores da fosfodiesterase 5 levam aumento do GMPc, o que pode causar vasodilatação e hipotensão pronunciada, levando em alguns casos a morte. Bloqueadores dos Recetores β-Adrenérgicos A administração destes compostos terapêutica antianginosa resulta: o Diminuição na frequência de crises de angina; o Redução do consume de nitroglicerina; o Maior tolerância ao exercício na prova de esforço ; Em resposta ao exercício físico o miocárdio aumenta a frequência cardíaca e a contractilidade do miocárdio. Antagonizam a ação das catecolaminas sobre o coração, desta forma atenuam o efeito a resposta do miocárdio ao stress ou ao exercício físico. Verifica-se assim uma diminuição do consumo de oxigénio do miocárdio para determinada intensidade de atividade física. Antagonistas dos recetores β-Adrenérgicos mais comummente utilizados no tratamento da angina de peito: o Propranolol o Nadolol o Metoprolol o Atenolol Estão particularmente indicados para o tratamento cujas crises de angina sejam frequentes e imprevisíveis, apesar do uso de nitratos orgânicos. O uso concomitante de bloqueadores β-Adrenérgicos e nitratos orgânicos - objetivo potencializar os efeitos terapêuticos de cada um e minimizar os seus efeitos adversos. Bloqueadores dos Canais de Cálcio Uso terapêutico como antianginosos justifica-se por terem uma ação que leva a: o Redução do trabalho cardíaco o Melhoria da perfusão coronária o Preservação do miocárdio Provocam uma redução da entrada do cálcio através dos canais tipo L, ao nível da célula muscular lisa vascular, célula cardíaca e tecido de condução. Redução do consumo de oxigénio pelo miocárdio Melhoria da perfusão coronária Reduzem a compressão imposta aos microvasos coronários; Dados também sugerem que estes exercem efeitos antiagregantes plaquetários; Preservação do miocárdio A isquemia provoca despolarização da membrana celular e, deste modo, facilita a entrada de cálcio nas zonas isquémicas. A acumulação de cálcio intracelular nas mitocôndrias, reduz a viabilidade celular. No entanto no homem essa acção benéfica dos BEC está por demonstrar. BCC mais comummente utilizados no tratamento da angina de peito: o Amlodipina o Diltiazem o Verapamil Produzem: Um aumento da tolerância ao esforço; Diminuição do consumo de nitroglicerina; Diminuição do número de crises e duração da dor; Venotrópicos Insuficiência venosa funcional: o Dor, edema, sensação de peso, prurido e parestesias localizadas aos membros inferiores, de predomínio vespertino e ainda cãibras noturnas; Síndrome varicoso: o Para além dos sintomas, geralmente mais graves, estão ainda presentes alterações morfológicas e hemodinâmicas. o Menos frequentemente manifesta-se por complicações como varicoflebites e varicorragias. O sistema venoso não é apenas o sistema vascular que encaminha o sangue dos capilares para o coração, pois este é mediado por diversos outros fatores. Apesar da função de capacitância, as veias contêm menos tecido muscular e menos tecido elástico do que as artérias e são pouco distensíveis. As veias dos membros inferiores contêm mais fibras musculares lisas do que as veias dos membros superiores, e as veias as superficiais destas também são mais ricas em fibras musculares. Na maior parte das veias as contrações do músculo liso são originadas pela presença na vizinhança das células de mediadores neuro-humorais. Catecolaminas - Contraem o músculo liso venoso pela ativação dos recetores adrenérgicos alfa existentes nas fibras musculares lisas. ✓Os recetores alfa1 ✓Os recetores alfa2 Na espécie humana, as veias, sobretudo as dos membros inferiores apresentam válvulas. Os doentes com varizes dos membros inferiores apresentam veias dilatadas, de trajecto sinuoso e com válvulas incompetentes. A síndrome varicosa constitui uma situação relativamente benigna se as alterações atingirem apenas as veias superficiais. Mas torna-se grave se há incompetência das válvulas das veias comunicantes e do sistema venoso profundo (ou obstrução deste sistema)- EX: Trombaflebite O tratamento tem como objetivo primordial evitar que uma síndrome varicosa primária evolua para uma síndrome varicosa secundária. Medidas (mais de prevenção) Vestuário e calçado adequado: Evitar roupa apertada, principalmente a nível abdominal e usar calçado preferencialmente com salto de 3 a 4 centímetros; Promover exercício isotónico e anti-estático; Evitar ortostatismo prolongado e de posição sentada; Elevar os membros inferiores por períodos regulares durante o dia e durante o repouso noturno. Evitar calor ambiental ou fontes diretas de calor. Utilização de compressão associada ou não a outras formas de pressoterapia (massagem de drenagem venosa e compressão pneumática intermitente), leva à redução da hipertensão venosa e diminui o diâmetro das veias superficiais, estando ainda demonstrado a sua eficácia na redução de fenómenos trombóticos. Compressão nos membros inferiores: Utilização de meias elásticas de compressão graduada (grau I a IV). Administrar fármacos venotrópicos: o Melhoraria do tónus venoso e drenagem linfática; o Usados seja qual a gravidade da doença se acompanhada de sintomas funcionais.