Patologias Neurológicas Medulares em Equinos PDF
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Denis Steiner
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Este documento apresenta informações sobre patologias neurológicas medulares em equinos, abrangendo diagnósticos, tratamentos e profilaxia. O conteúdo se concentra nas diferentes condições e suas características específicas. O documento é útil para estudos e referência por veterinários.
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Patologias neurológicas medulares em Equinos Professor Denis Steiner Patologias medulares O exame neurológico é um passo importante para a localização da lesão. Patologias medulares Importância maior em equinos Sinais clínicos podem variar de uma paresia suave a decúbito e imp...
Patologias neurológicas medulares em Equinos Professor Denis Steiner Patologias medulares O exame neurológico é um passo importante para a localização da lesão. Patologias medulares Importância maior em equinos Sinais clínicos podem variar de uma paresia suave a decúbito e impossibilidade de se manter em estação. Ataxia Hipermetria Diminuição da propriocepção Diminuição do tônus do esfíncter anal Mielopatia compreensiva cervical Compreensão ou estreitamento do canal medular entre C1 e T1. Considerada a maior causa de ataxia nos cavalos na Europa e Oceania; O paciente clássico é um equino jovem, em desenvolvimento, bem alimentados. DOD A estenose do canal vertebral cervical é decorrente de malformações ósseas e articulares. Mielopatia compreensiva cervical A compressão medular é tradicionalmente separada em duas categorias: Compressão vertebral estática Compressões vertebrais dinâmicas Intermitente Flexão ou extensão Histórico e anamnese Animais em crescimento ( 7 meses a 4-5 anos) Bem alimentados Alimentação com ração (Carboidratos) compõem uma condição importante para a manifestação da doença. Geralmente acompanhada de outras DOD Fisites Cistos subcondrais OCD. Sinais clínicos Ataxia; Dismetria; Os quatro membros são afetados, embora os sinais sejam mais evidentes nos membros posteriores. Devido a localização mais superficial dos tratos proprioceptivos espinocerebelares na medula espinal. Diagnóstico Tratamento Clínico Admininstraçao de corticosteroides Redução na diminuição da ingestão de carboidratos em potros afetados em crescimento. DMSO Repouso Produzem discreta melhora do quadro clínico, entretanto a compressão ainda persiste. Tratamento cirúrgico Indicado para pacientes com quadro de ataxia leve a moderado. Fusão dos corpos vertebrais ventrais afetados com uma cesta de aço inoxidável. Prognóstico reservado a desfavorável. MIELOENCEFALITE PROTOZOÓTICA EQUINA Observado frequentemente em equinos Pode causar sinais neurológicos no SNC, porém mais frequentemente causam ataxia de origem medular Relacionado a infecção e instalação de esporozoítos do protozoário Sarcocystes Neurona MIELOENCEFALITE PROTOZOÓTICA EQUINA No Brasil os cavalos se infectam ao ingerir esporozoítos presentes nas fezes dos Gambás Didelphis Albiventris através do feno, pastagens ou água. Os esporozoítos migram do trato intestinal, através da corrente sanguínea até o SNC ou cordão espinhal (preferencialmente), onde se instalam e causam degeneração focal. MIELOENCEFALITE PROTOZOÓTICA EQUINA Os cavalos são hospedeiros acidentais Os sinais clínicos variam conforme a localização da lesão medular; Multifocal Paresia Ataxia (pode ser assimétrica) Atrofia muscular focal MIELOENCEFALITE PROTOZOÓTICA EQUINA Diagnóstico Observação dos sinais clínicos Titulação de imunoglobulinas antiproteina do S. Neurona, no liquido cefalo raquidiano. Punção da cisterna magna Centese da cisterna lombo sacra Tratamento Base do tratamento são as medicações antiprotozoárias Sulfadiazina (20 mg/kg) e Pirimetamina (1 mg/kg) VO 1 vez/dia, de 90 a 270 dias Diclauzuril, VO, 28 dias. Melhora clínica (pelo menos um grau) em torno de 70% dos pacientes. MIELOENCEFALOPATIA EQUINA POR HERPES-VÍRUS TIPO-1 O EHV-1, é comumente observado como agente causador de abortamento em éguas e doença respiratória em cavalos jovens. Mieloencefalopatia é uma manifestação menos frequente, ocorrendo geralmente associados a casos de doença respiratória no mesmo plantel. Os sinais clínicos de doença neurológica refletem a mieloencefalopatia multifocal difusa após vasculite, hemorragia, trombose e lesão neuronal isquêmica. Sinais clínicos Histórico na propriedade de abortamento ou surto de doença respiratória Podem variar de leve ataxia a paralisia completa dos membros anteriores e posteriores. Paralisia da bexiga; Incontinência urinária; Hipoalgesia ou paresia ou anestesia do períneo. Diagnóstico Coleta e análise de liquido cefalorraquidiano Xantocromia, Aumento da concentração de proteínas (100 a 500 mg/dℓ) Aumento de AQ (razão da concentração de albumina no líquido cefalorraquidiano e no soro), PCR; ELISA Tratamento Não há tratamento específico para o EHV-1 Tratamento suporte; DMSO Prednisona/Dexametasona Flunexin Meglumine Prognóstico Reservado Alguns animais apresentam melhora clínica Sequelas como cistite e incontinência urinária são comuns. Mieloencefalopatia degenerativa equina Observada em animais jovens (6 a 8 meses); Associado a animais com pouco acesso a forragens verdes; Baixos níveis plasmáticos de Vitamina E Desmielinização dos funículos dorsais da medula espinhal cervical e tronco encefálico. Mieloencefalopatia degenerativa equina Degeneração não compreensiva Sinais clínicos Ataxia Hipermetria Sinais clínicos clássicos e comuns de outras mielopatias. Mieloencefalopatia degenerativa equina A concentração plasmática de Vitamina E, pode estar reduzida. Mais não é regra. Não há alterações no liquido cefalorraquidiano Mieloencefalopatia degenerativa equina Após a doença estar instalada, não há tratamento específicos Suporte Suplementação diária com Vitamina E ou alfa tocoferol em potros com pouco acesso a pastagens verdes (INVERNO), pode funcionar como profilaxia. Prognóstico: Desfavoravel. Shivers Síndrome muscular crônica; Etiologia desconhecida Caracterizada por paresia/fraqueza/tremores/hiperextensão e elevação nos membros pélvicos quando o equino é movimentado para trás Geralmente progressiva Degeneração neuroaxonal terminoterminal nos núcleos cerebelares profundos Shivers Não há tratamento para esta condição. Traumas e fraturas da coluna vertebral Frequentemente observado em potros, secundário a quedas. Os sinais clínicos incluem ataxia, hipermetria, decúbito lateral, paralisia flácida, torcicolo, incapacidade de se manter em estação. Quadros agudos, não progressivos. Dor é um achado frequente. Sem alterações de consciência. Esta ligado a localização e extensão da lesão. Traumas e fraturas da coluna vertebral Diagnóstico Observação dos sinais neurológicos Radiografias Mielografias Ultrassom Exames de imagem avançados. Traumas e fraturas da coluna vertebral Tratamento Conservativo Redução da inflamação e do edema. Corticosteroides DMSO Manitol Repouso e imobilização Cirúrgico (Casos selecionados) Osteossinteses. Traumatismo vertebral Prognóstico Reservado Se houver secção da medula (Desfavorável) Eutanásia. Paralisia do nervo radial Ocasionado devido ao decúbito prolongado ou compressão direta ou indireta do nervo. Origem no plexo braquial entre C7 e T1 Por ser um tronco exclusivamente extensor causa paralisia flácida da musculatura extensora, impedindo de realizar o avanço do passada. Apresenta como manifestação clínica aspecto de cotovelo caído. Paralisia radial Diferenciar de fraturas de úmero e olecrano. Prognóstico: Bom a Reservado. Tratamento AINES Duchas Fisioterapia DMSO Talas Encefalomielite Equina Viral Doença infecciosa viral. Três tipos de RNA vírus são os agentes etiológicos da patologia Encefalomielopatia Oeste, Leste e Venezuela Arbovírus Potencial zoonótico Sinais clínicos inespecíficos Encefálicos ( Distúrbios da consciência) Ataxia progressiva Decúbito Obito. Encefalomielite Equina Viral No Brasil de maior clínica é a tipo Leste Maior frequência nos meses quentes Artrópodes alados (Mosquitos) são vetores da doença. Inicia-se o processo de viremia até o SNC Hipertermia ( ate 41ºC) é o primeiro sinal clínico observado Encefalomielite Equina Viral Após o período inicial de hipertermia Não desenvolvem a doença Desenvolvem neurológica e se tornam doença neurológica imunoprotegidos. Diagnóstico Observação dos sinais clínicos Sorologia do LCR ELISA de captura de IgM PCR Fixação de complemento Tratamento Não há tratamento específico Terapia suporte AINES Cuidados de enfermagem Profilaxia Vacinação Tétano em equinos Tétano Caracterizada por rigidez muscular progressiva e depressão respiratória. Todos os herbívoros são sensíveis a desenvolver a doença, mais ela é particularmente mais fatal em equinos (80%). Fisiopatologia Inoculação dos esporos de Clostridium Tetani que habitam o solo e cama das baias em feridas puntiformes, feridas de casco, feridas cirúrgicas de castração. Necessitam de ambiente de anaerobiose para a germinação e liberação das toxinas tetânicas. A presença de material orgânico e tecido necrótico favorecem a formação deste microambiente de anaerobiose. Sinais clínicos Progressivos Andar rígido Orelhas eretas Posição de cavalete Protusão da terceira pálpebra Trismo Cauda em bandeira |decúbito lateral Morte por asfixia Tratamento Neutralizar as toxinas livres circulantes; Soro antitetânico 1000 a 5000 UI/Equino a 1000 a 5000 UI/Kg via IV Promover relaxamento muscular Acepromazina (0,5 a 1mg/kg) IV Diazepan (0,01 a 0,4 mg/kg até 8 vezes ao dia) Tratamento suporte Fluidoterapia Fornecer cama de boa qualidade Limpeza e debridamento das feridas cirúrgicas. Prevenção Vacina antitetânica Semestral Preventivo antes de cirurgias como castração. Prognóstico Reservado em animais em estação e no inicio dos sinais clínicos. Desfavorável em equinos que estão em decúbito lateral. Leucoencéfalomalacia Intoxicação de equinos ao ingerir milho ou seus componentes contaminados com o fungo Fusarium moniliforme. Causa degeneração do SNC em consequência das lesões vasculares causadas pelas toxinas funonisínicas. Necrose liquefativa e degeneração ou malácia da substancia branca cerebral. Leucoencéfalomalacia Sinais clínicos súbitos Sonolência Perda de consciência Head Press Convulsões Óbito Alguns cavalos podem apresentar elevação das enzimas hepáticas e doença renal. Pode ocorrer em um único indivíduo ou em rebanhos que tiveram acesso a mesma ração. Diagnóstico Observação dos sinais clínicos Achados de necropsia. Elevação das enzimas hepáticas no plasma. Tratamento Não há tratamento específico Após a manifestações dos sinais clínicos, o óbito é o esperado Tratamento Suporte DMSO Flunexin Meglumine Tiamina Profilaxia Dosagem das toxinas fumonisinicas no milho e na ração estocada Traumatismo cerebral Qualquer espécie é susceptível a sofrer um trauma craniano Nos equinos isso acontece com mais frequência devido ao comportamento individual e de rebanho. O desenvolvimento dos sinais clínicos estarão relacionados a localização, extensão e duração do trauma/contusão. Tronco cerebral: Disfunção em serie dos pares de nervos cranianos, distúrbio da consciência grave. Medula oblonga: Padrões respiratórios alterados, hiperreflexia, tetraplegia. Baseocipitais: Distúrbios vestibulares, nistagmo, desvio da cabeça. Com frequência devido a formação de edema e compressão cerebral há acometimento de diversas estruturas cerebrais concomitantes. Traumatismo cerebral Tratamento Visa diminuir o edema e a compreensão cerebral Corticosteroides Diuréticos hiper osmóticos (Manitol) Controle das convulsões Tratamento suporte Cuidados de enfermagem. Traumatismo cerebral Prognóstico Depende da localização e extensão da lesão. RESERVADO A DESFAVORAVEL.