Material de Apoio - Telemedicina PDF
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Este documento fornece um material de apoio sobre o conceito de telemedicina. Ele discute os benefícios e seu histórico, incluindo exemplos de aplicações e inovações que foram utilizadas ao longo do tempo. O documento descreve tanto a perspectiva do paciente quanto do médico em relação ao uso desta tecnologia.
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Material de apoio Segundo Portal (2017) a telemedicina é um processo avançado para monitoramento de pacientes, troca de informações médicas e análise de resultados de diferentes exames. Estes exames são avaliados e entregues de forma digital, dando apoio para a medicina tradicional. A telemedicina...
Material de apoio Segundo Portal (2017) a telemedicina é um processo avançado para monitoramento de pacientes, troca de informações médicas e análise de resultados de diferentes exames. Estes exames são avaliados e entregues de forma digital, dando apoio para a medicina tradicional. A telemedicina já é utilizada em todo mundo, de forma segura e legalizada, estando de acordo com a legislação e as normas médicas. Com o uso de tecnologias de informação, que agregam qualidade e velocidade na troca de conhecimento, os médicos podem tomar decisões com maior agilidade e precisão. Por meio da telemedicina, os especialistas conseguem acessar os exames de qualquer lugar do país, utilizando computadores e dispositivos móveis, como smartphones e tablets conectados à internet. Segundo define o Conselho Federal de Medicina na Resolução CFM nº 1.643/2002, essa especialidade representa o exercício da medicina através da utilização de metodologias interativas de comunicação audiovisual e de dados, com o objetivo de assistência, educação e pesquisa em saúde. Desde a década de 90, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a importância dessa área médica, em especial para casos em que a distância é um fator crítico para a oferta de serviços ligados à saúde. Cabe dizer ainda que a telemedicina é exercida por profissionais de saúde devidamente capacitados, considerando as áreas avaliadas. Significa, por exemplo, que o responsável pela interpretação e produção de um laudo de cardiologia será sempre um médico cardiologista. Histórico De acordo com Morsch (2019) há estudos que relatam a contribuição da telemedicina na Idade Média, período no qual a Europa enfrentou desafios de saúde gigantes devido à proliferação de pragas. Mais precisamente, conta a história que um médico se isolou na margem oposta de um rio que banhava seu povoado. Livre de doenças e com tempo para estudar, ele repassava informações para um agente comunitário que, então, ajudava a população local. Esse agente descrevia sintomas e outras características de doenças para o médico, e recebia recomendações sobre que conduta deveria adotar. Por outro lado, como não há comprovação sobre o fato, os primeiros registros oficiais da telemedicina remetem ao século XIX, quando a transmissão de informações médicas ganhou um novo aliado: o telégrafo. A partir do aparelho, médicos passaram a compartilhar com colegas em locais distantes laudos de exames de diagnóstico por imagem, a exemplo dos radiográficos. Também a invenção do telefone, no final daquele século, revolucionou a troca de informações com a comunicação por voz. Tempos depois, as linhas telefônicas começaram a servir como base para redes de transmissão de dados que, combinadas a aparelhos de fax, permitiram o envio de resultados de eletrocardiogramas (ECG). Outra tecnologia que ampliou o alcance da telemedicina, também no século XIX, foi o código Morse. Mais tarde, a partir dos avanços proporcionados pelas ondas do rádio, médicos que atenderam nas frentes de batalha durante a Segunda Guerra Mundial puderam se comunicar com colegas em hospitais de retaguarda ou em navios. A telemedicina funciona por meio de uma combinação de equipamentos digitais, softwares, plataforma, internet e especialistas qualificados. A vantagem da emissão de laudos a distância para regiões distantes e sem recursos é uma grande vantagem da telemedicina. Dentre as principais vantagens encontradas para o médico no uso da telemedicina cita-se: armazenamento na nuvem, aumento da produtividade, exame realizado por um especialista, redução de custos, ampliação das especialidades atendidas e agilidade na entrega do laudo. Já, para o paciente as vantagens são: disponibilidade de exames laudados por especialistas e medicina de alta ponta, acessibilidade de exames em regiões remotas desprovidas de médicos especialistas, os exames ficam em segurança na nuvem, mantendo o histórico completo do paciente, facilidade no tratamento e monitoramento de pacientes com condições crônicas e disponibilidade de segunda opinião médica. Telemedicina no Brasil No Brasil, iniciativas usando a telemedicina estão presentes desde a década de 1990, quando empresas como a Telecardio passaram a disponibilizar eletrocardiogramas à distância. O Instituto do Coração (Incor) foi pioneiro ao oferecer a interpretação desses exames vindos de diversas localidades brasileiras – na época, eram enviados via fax. No segmento acadêmico, a Universidade de São Paulo (USP) foi a primeira a criar uma disciplina dedicada ao estudo da telemedicina no Brasil, em 1997. Dois anos depois, a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) inaugurou o seu laboratório de telemedicina. Acompanhando as iniciativas e vantagens que essas inovações poderiam trazer ao Sistema Único de Saúde (SUS), a União encomendou, em 2005, o Projeto de Telemática e Telemedicina em apoio à Atenção Primária no Brasil. Em resumo, foi uma ação que usou a telemedicina para ajudar na capacitação de profissionais de 900 pontos de atenção primária no país. Legislação Publicada em fevereiro de 2019, a Resolução 2.227/18 aprovava a realização de teleconsultas – consultas entre médico e paciente a distância. Segue em vigor a Resolução CFM nº 1.643/2002, que exige a estrutura e qualificação dos profissionais e empresas que exercem a telemedicina. Por parte do Ministério da Saúde, uma das legislações de interesse é a Portaria MS nº 2.546/11, que aborda o Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes (Telessaúde Brasil Redes). Com a finalidade de auxiliar a área de cardiologia, suprindo a falta de cardiologistas em áreas remotas, foi criada a telecardiologia. Exames cardiológicos laudados pela Telemedicina: Eletrocardiograma de repouso: o ECG de repouso é a forma mais comum do exame, realizada em minutos e com o paciente deitado em uma maca; Teste ergométrico: também chamado de ECG de esforço, monitora os batimentos do coração enquanto o paciente se esforça, em geral, em uma esteira; Holter de ECG digital 24 horas: procedimento que estende o tempo em que o ritmo cardíaco é registrado, através de um dispositivo chamado holter; MAPA de pressão arterial 24 horas: MAPA é uma sigla que faz referência à monitorização ambulatorial da pressão arterial em 24 horas, realizada por meio de um aparelho automático fixado no braço do paciente; Tomografia cardiovascular: exame que gera, através de feixes de raios X, imagens transversais do coração e vasos sanguíneos na área cardíaca; Ressonância cardiovascular: procedimento de diagnóstico que gera imagens de alta resolução das estruturas anatômicas da área, através de um campo magnético. Telecirurgia A telecirurgia se trata de realizar uma cirurgia num local onde o especialista não está presente, utilizando toda tecnologia disponível na atualidade. Seja teleconferência, robótica guiada a distância por computadores conectados á internet (MORSCH,2018). Histórico Para nos situarmos no tempo, podemos afirmar que de forma muito rudimentar, a primeira cirurgia robótica utilizando um robô, foi em 1985, quando o robô PUMA 560, foi utilizado durante a realização de uma biopsia no cérebro para guiar a agulha. Em 1988, o PROBOT, desenvolvido no Colégio imperial de Londres, foi usado para realizar uma operação de próstata. Em 1992, o ROBODOC, da empresa “Sistemas cirúrgicos integrados”, para esculpir com precisão encaixes em um fêmur durante uma operação para instalação de uma prótese de quadril. Notem que até esse momento o robô permanecia no bloco cirúrgico, longe do paciente. Um grande avanço foi dado pela necessidade das Forças Armadas norte-americanas para fazerem cirurgias a distância na década de 1990 onde a necessidade de cirurgias nas frentes de batalha forçaram a pesquisa na área e a internet teve papel decisivo. A partir do início dos anos 2000, tem se utilizado a plataforma robótica em auxílio às operações. A plataforma Da Vinci Surgical System tem sido o sistema robótico mais ativo e mais estudado. Este sistema é composto por uma torre com quatro braços robóticos, um deles com câmera 3D de alta resolução acoplada e os outros três para receber diversos instrumentos, como pinças de apreensão, tesouras, aplicadores de clips, porta-agulhas, entre outros (MADUREIRA et. al, 2017). Em 2001, a primeira operação transatlântica foi conduzida por cirurgiões de um hospital em Nova Iorque em um paciente na França. Procedimentos aprovados assistidos por robótica: Urologia - prostatectomia radical; pieloplastia; cistectomia; nefrectomia; adrenalectomia; reimplantação ureteral; Cirurgia Geral - colecistectomia; fundoplicatura Nissen; miotomia de Heller; passagem de sonda gastrointestinal; esplenectomia; ressecção intestinal. Ginecologia - histerectomia; miomectomia; Cirurgia Cardíaca - Mobilização da artéria mamária interna e ablação do tecido cardíaco; reconstrução da válvula mitral; intervenção endoscópica em artéria septal defeituosa; anastomose entre artéria torácica e artéria coronária anterior esquerda descendente para revascularização cardíaca e mediastinotomia. Principais tecnologias utilizadas na telemedicina e telecirurgia: Robótica: A robótica é uma ciência responsável por desenvolver tecnologias presentes em computadores, sistemas, softwares e robôs. Seus circuitos integrados controlam partes mecânicas e automáticas; Internet: A Internet é um sistema global de redes de computadores interligadas que utilizam um conjunto próprio de protocolos (Internet Protocol Suite ou TCP/IP) com o propósito de servir progressivamente usuários no mundo inteiro. É uma rede de várias outras redes, que consiste de milhões de empresas privadas, públicas, acadêmicas e de governo, com alcance local e global e que está ligada por uma ampla variedade de tecnologias de rede eletrônica, sem fio e ópticas; WhatsApp Empresarial: Rede social que permite que a sua empresa envie informações automatizadas para os clientes, como por exemplo informando o horário de funcionamento e outros canais para atendimento. Outra função disponível é ter respostas rápidas automatizadas para as perguntas mais frequentes dos clientes; IOT (Internet das coisas): consiste na instalação de sistemas para troca e coleta de informações em máquinas e objetos de forma que eles possam se “comunicar” com o usuário ou fazer comandos com base em determinados comportamentos. Na clínica de saúde, uma forma de usar esta tecnologia é implementar este tipo de sistema nos aparelhos de exames, de forma que eles possam enviar dados a uma central de telemedicina em tempo real; Prontuário eletrônico: no prontuário eletrônico não há risco das informações se apagarem com o tempo e é possível anexar exames de imagens e laudos para revisão quando necessário, como por exemplo no acompanhamento da evolução ou retração de alguma doença. Comodato: Segundo Morsch (2019) a palavra comodato se refere a um regime de aluguel ou empréstimo que não envolve recursos financeiros. Previsto na legislação (artigos 579 a 585 do Código Civil Brasileiro), o comodato é definido como um empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Significa que qualquer instituição só cede em comodato bens que não podem ser substituídos, seja em qualidade, espécie ou quantidade. Esse regime de comodato é comum em diversas áreas, sendo praticado especialmente por fabricantes de grandes máquinas, como agrícolas e industriais. No campo da saúde e, mais especificamente, da medicina, o comodato representa um importante serviço agregado das empresas de telemedicina. Ele surgiu como opção para hospitais, consultórios e clínicas que desejam ofertar testes de diagnóstico, mas não dispõem do orçamento necessário para comprar aparelhos médicos. Por empregarem alta tecnologia, esses equipamentos costumam ser caros, o que pode impactar as finanças de forma negativa, comprometendo o capital de giro e até inviabilizando o negócio. Como funciona o comodato de equipamentos médicos? Adquirir equipamentos médicos em comodato é simples e prático. Basta solicitar os aparelhos a uma empresa de telemedicina, que formaliza o pedido e elabora um contrato especial para o empréstimo. Em seguida, a própria empresa aciona a fábrica para que envie os dispositivos ao cliente, que se compromete apenas a devolver os aparelhos devidamente conservados. Vale lembrar que o comodato de equipamentos médicos não engloba taxas ou custos. No entanto, o cliente paga uma mensalidade pelo pacote de laudos remotos. Caso precise de mais laudos, o cliente pode pedir por eles diretamente na plataforma de telemedicina, e pagar um pequeno valor pelo excedente. Os aparelhos em comodato só precisam ser devolvidos ao final da parceria. Referências Madureira, F. A.V.; Varela, J. L. S.; Filho, D. M.; Vieira, L. A.; Madureira, Fabio A. V.; Duarte, A. M.; Vaz, O. P.; Ramos J. R. Modelo de programa de treinamento em cirurgia robótica e resultados iniciais. 2017. Rio de Janeiro. Rev. Col. Bras. Cir. 2017; 44(3): 302-307. Morsch, J. A. TELEMEDICINA COMO FUNCIONA, BENEFÍCIOS, LEGISLAÇÃO E NORMAS NO BRASIL. 2019. Disponível em: https://telemedicinamorsch.com.br/blog/telemedicina#telemedicina-11. Acesso em: 27 de dez. 2019. Morsch, J. A. CIRURGIA A DISTÂNCIA: COMO A TELECIRURGIA IMPACTARÁ O FUTURO DA MEDICINA?. 2018. Disponível em: https://telemedicinamorsch.com.br/blog/cirurgia-a-distancia. Acesso em: 23 dez de 2019. Morsch, J.A. TUDO SOBRE O COMODATO DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS. 2019. Disponível em: https://telemedicinamorsch.com.br/blog/comodato-de- equipamentos-medicos. Acesso em: 19 de dez. 2019. Portal Medicina. O que é Telemedicina e como funciona? 2017. Disponível em: https://portaltelemedicina.com.br/blog/telemedicina-o-que-e-e-como-funciona. Acesso em: 28 de dez, 2019.