MAEN II - Avaliação do Estado Nutricional (2011/2012) - FCNAUP PDF

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Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação

2011

Bárbara Santos e Ana Teresa Branco

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health indicators nutrition health public health

Summary

This document is a past paper from the Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (FCNAUP). It contains information about the assessment of nutritional status, indicators of health and nutrition, and the factors determining health. The document was produced in 2011/2012.

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MAEN II Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação - FCNAUP 2011/2012 Bárbara Santos e Ana Teresa Branco AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL O processo de dete...

MAEN II Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação - FCNAUP 2011/2012 Bárbara Santos e Ana Teresa Branco AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL O processo de determinação do estado nutricional de um indivíduo ou grupo populacional com base para a identificação das necessidades e metas a seguir na planificação de cuidados de saúde individuais ou de programas comunitários que visem atingir tais metas. Informação obtida através de:  Indicadores de saúde  Indicadores com interesse nutricional  Inquéritos aos Orçamentos Familiares  Balanças Alimentares INDICADORES DE SAÚDE E NUTRIÇÃO Saúde Determinantes de saúde  Condições económicas  Cond. Socioeconómicas, culturais e  Tratamento ambientais gerais  Condições de Vida  Prod. Agrícola e de alimentos  Alimentação e Nutrição  Educação  Cuidado  Ambiente de trabalho  Relacionamento  Condições de vida e de trabalho  Bem-estar  Desemprego  Actividade Física  Água e esgotos  Serviços sociais e de saúde  Habitação  Redes sociais e comunitárias  Estilo de vida dos indivíduos  Idade, sexo e factores herditários Para capitar as diversas dimensões da Saúde e da Nutrição  Mortalidade  Morbilidade  Factores de risco e de protecção  Dados nutricionais e de consumo alimentar  Dados sobre atendimentos (administrativos, serviços disponíveis, profissionais, etc) Indicadores de saúde Definição: - Mede aspectos relevantes do estado de saúde (ou dos seus factores determinantes) de uma população; - Medida que ajuda a descrever um acontecimento numa dada população e mede mudanças associadas a esse acontecimento que se repercutem na saúde, ao longo de um período de tempo Indicador ≠ Índice Aspectos concretos de um sistema (Esp. Média de Vida à Nascença) Medida composta que combina vários indicadores (IMC, IDH,…) Dado Análise Avaliação Acção Informação Aplicação Interpretação Conhecimento  Aplicações:  Melhoria e amplificação das fontes de dados  Produção sistemática de indicadores  Análises de tendências de cenários prospectivos  Apoio ao uso de evidências nas gestão em saúde  Avaliação de acções, programas e políticas de saúde Principais características (Índicador/Índice):  Validade: medem o fenómeno para o qual foram projectados  Sensibilidade: têm capacidade de medir alterações que possam ocorrer  Especificidade: dependem somente do fenómeno que vão medir  Fiabilidade/Reprodutibilidade: garantem concordância após medições repetidas sob as mesmas condições Funções de indicadores e índices: Depende de - Analisar evolução e tendências  Facilidade de - Diagnosticar obtenção - Planificar  Representatividade (área/região/país) - Investigar  Estabilidade temporal  Universalidade - Avaliar  Simplicidade cálculo - Formular políticas  Aceitação geral Formas de medir a frequência de determinado acontecimento Medidas Número absoluto Planeamento Razão Tomada de Proporção decisão Comparação Taxa Onde encontrar os dados? WHO, UNICEF, ONU, FAO, EUROSTAT, OPAS, ECHIM, DGS, INE, IBGE, DATASUS, RIPSA Taxa de mortalidade inferior a 5 anos Nº de óbitos de crianças com menos de 5 anos de idade, observado durante um determinado período de tempo (1 ano civil), referido ao número de nados vivos do mesmo período. (nº de óbitos / 1000 nados vivos). Para a UNICEF é o melhor indicador isolado da situação de saúde infantil de um país e do seu progresso. Porque é considerado um bom indicador?  Até ao 1º ano de idade muitas crianças morrem por problemas de parto, malformações, morte súbita e estão protegidas por amamentação e imunidade inata  Entre 1 e 5 anos, caso não haja suficiente alimentação e cuidados maternos e de saúde, a criança é mais vulnerável  Mede um resultado final do processo de desenvolvimento e não só um factor de contribuição  Representa o resultado de uma grande variedade de factores de contribuição (alimentação, conhecimentos e cuidados de saúde da mãe, disponibilidade de cuidados de saúde, nível de imunização, disponibilidade de água potável e saneamento e segurança do meio ambiente de um modo geral)  Menos influenciada pelo erro da média do que, por exemplo, o PIB SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM NUTRIÇÃO E SAÚDE PÚBLICA Definição: Bases de dados centradas na recolha de dados básicos sobre a saúde da população e seus factores determinantes. Combinam a possibilidade de análise de dados temporais e análises comparativas a nível nacional/europeu/internacional. Alguns não são só sistemas de informação mas “Sistemas Integrados de Conhecimentos”, combinando dados, informação analítica e descritiva, e conhecimentos baseados na evidência. Importância/Utilidade: Diagnosticar Comparar/Monitorizar Planear/Gerir/Implementar Avaliar Alto Comissariado da Saúde: Directório de Informação em Saúde PORDATA: Base de Dados de Portugal Contemporâneo ECHI (European Core/European Comunity Health Indicators) Projecto de investigação cujo objectivo é propor uma lista coerente de indicadores de saúde para a CE.  Permitir uma recolha comparável de dados na área da SP na CE.  Promover a ligação entre as necessidades de informação e a recolha de dados  Identificar lacunas de informação e ajudar a estabelecer prioridades de recolha e harmonização de dados  Servir de guia para produzir relatórios internacionais, nacionais ou regionais  Servir de guia para o desenvolvimento de bases de dados e sistemas de informação  Servir de guia para fazer “follow up”/monitorização de programas de acção na área da saúde ECHI shortlist: 88 indicadores - Demográficos e sócio-económicos 64 – Implementação - Estado de saúde - Determinantes de saúde - Serviços de saúde 24- Desenvolvimento - Promoção da saúde Indicadores da Alimentação/Nutrição @ Determinantes de Saúde 42. IMC – proporção de adultos obesos (≥30kg/m2) 46. Consumo de Alcool total – Por indivíduos com + de 15 anos, expresso em litros de etanol/pessoa/ano 47. Consumo perigoso de álcool (D) 49. Consumo de fruta – Fruta e sumos de fruta, pelo menos uma vez por dia (%) 50. Consumo de vegetais – Vegetais (excluindo sumos e batatas), pelo menos uma vez por dia (%) 51. Amamentação (D) 52. Actividade Física (D) @ Promoção da saúde 86. Políticas em nutrição saudável (D) EUPHIX: Sistema para profissionais de saúde e outros. Apresenta informação pública europeia estruturada, dando ênfase a semelhanças e diferenças entre os estados membros. European Nutrition and Health Report 2004 / 2009 GAPMINDER world: explica a importância das bases de dados estatísticas e a sua interpretação. Motor de busca/Base de dados. INDICADORES/ÍNDICES EM SAÚDE PÚBLICA População por sexo e idade Taxa bruta de natalidade Nº nados vivos ocorridos durante um período de tempo (1 ano), referido à população média existente nesse mesmo período. (nº nados vivos / 1000 habitantes). Distribuição etária das mães Nº nascimentos por - 1000 mulheres dos 15-19 - 1000 mulheres dos 20-34 - 1000 mulheres dos 35-49 Taxa de fecundidade/fertilidade Nº de nados vivos observado durante um determinado período de tempo (1 ano) referido ao efectivo médio de mulheres em idade fértil (15-49) desse período. (nº nados vivos / 1000 mulheres em idade fértil). População por grau de educação Nº/% em 4 classes: primária, básico, secundário, superior Pode ser usado para ordenar outros dados Taxa de desemprego 1) Proporção (%) de desempregados entre os 15-74, no total de trabalhadores (empregados e desempregados dos 15-74) 2) Proporção (%) de desempregados entre os 15-74 (há um ano ou mais), no total de trabalhadores (empregados e desempregados dos 15-74) População abaixo da linha de pobreza % de população com rendimentos abaixo de 60% da mediana nacional Desigualdade de rendimentos Rácio de rendimentos totais de 20% da população com os rendimentos mais elevados VS. Rendimentos totais de 20% da população com os rendimentos mais baixos. Esperança de Vida à Nascença Nº médio de anos que um indivíduo à nascença pode esperar viver, caso os padrões de mortalidade existentes na altura do seu nascimento se mantenham constantes ao longo da sua vida. Taxa de mortalidade infantil Nº óbitos de crianças com menos de um ano de idade, observado durante um período de tempo (1 ano), referido ao número de nados vivos do mesmo período. (nº óbitos em crianças com menos de 1 ano / 1000 nados vivos) Taxa de mortalidade perinatal Nº óbitos fetais de 28 ou mais semanas de gestação e óbitos de nados vivos com menos de uma semana, observado durante um período (1 ano), referido ao número de nados vivos e fetos mortos de 28 semanas ou mais do mesmo período. (nº óbitos fetais de 28 a + semanas e nados vivos com menos de uma semana / 1000 nados vivos e fetos mortos) Taxa de mortalidade neonatal precoce Nº de óbitos com menos de uma semana, observado durante um período (1 ano) referido ao número de nados vivos do mesmo período. (nº óbitos com menos de uma semana / 1000 nados vivos) Taxa de mortalidade neonatal Nº de óbitos com menos de 28 dias durante um determinado período (1 ano), referido ao número de nados vivos do mesmo período. (nº óbitos de crianças com menos de 28 dias / 1000 nados vivos) Taxa de mortalidade inferior a 5 anos (sim, é igual ao que já está para trás, não nos enganámos) Nº de óbitos de crianças com menos de 5 anos de idade, observado durante um determinado período de tempo (1 ano civil), referido ao número de nados vivos do mesmo período. (nº de óbitos / 1000 nados vivos). Para a UNICEF é o melhor indicador isolado da situação de saúde infantil de um país e do seu progresso. Porque é considerado um bom indicador?  Até ao 1º ano de idade muitas crianças morrem por problemas de parto, malformações, morte súbita e estão protegidas por amamentação e imunidade inata  Entre 1 e 5 anos, caso não haja suficiente alimentação e cuidados maternos e de saúde, a criança é mais vulnerável  Mede um resultado final do processo de desenvolvimento e não só um factor de contribuição  Representa o resultado de uma grande variedade de factores de contribuição (alimentação, conhecimentos e cuidados de saúde da mãe, disponibilidade de cuidados de saúde, nível de imunização, disponibilidade de água potável e saneamento e segurança do meio ambiente de um modo geral)  Menos influenciada pelo erro da média do que, por exemplo, o PIB Taxa bruta de mortalidade Nº de óbitos observado durante um determinado período de tempo (1 ano), referido à população média desse período. (nº óbitos / 1000 habitantes). Mortalidade por patologias específicas Lista de 65 causas da EUROSTAT contém as causas de morte mais frequentes. (grupos dos 0-64 e +65) Taxa de mortalidade materna Nº óbitos de mulheres devido a complicações da gravides, do parto e do puerpério, observado durante um período (1 ano), referido ao nº de nados vivos do mesmo período. (nº óbitos de mulheres nestas condições / 100.000 nados vivos ou nascimentos totais) Taxa de morbilidade Nº portadores de certa doença, observado durante um determinado período (1 ano), referido à população média do mesmo período. (nº doentes / 1000 ou 10.000 habitantes) Crianças com baixo peso à nascença % que nasce com menos de 2500g IMC % população com IMC ≥ 30 kg/m2. Consumo de álcool, fruta e vegetais Litros de álcool puro consumidos por pessoa/ano +15 Vegetais (excluindo sumos e batatas), pelo menos uma vez por dia (%) anos Fruta e sumos de fruta, pelo menos uma vez por dia (%) Taxa de crescimento natural Saldo natural (diferença entre nados vivos e mortos) observado durante um período de tempo (1 ano), referido à população média desse período. (expresso por 100 ou 1000 habitantes) Cresimento médio da população; Ritmo de crescimento médio anual; Taxa de crescimento efectivo Variação populacional observada durante um determinado período de tempo (1 ano), referido à população média desse período. (considera outras variações, que não apenas as advindas do Saldo Natural) Taxa de analfabetismo % da população com 15 ou mais anos de idade que não consegue ler nem escrever, com compreensão, um texto pequeno e simples sobre o seu quotidiano referido à população total com 15 ou mais anos do mesmo período. Índice de envelhecimento Relação entre a população jovem e a população jovem, definida como quociente entre o número de pessoas com 65+ anos e o número de pessoas com idades dos 0-14. (expresso por 100 pessoas dos 0-14 anos) Índice de longevidade Relação entre a população mais idosa e a população idosa, definida como o quociente entre o número de pessoas com 75+ anos e o número de pessoas com 65+ anos. (expresso por 100 pessoas com 65+ anos) Índice de dependência de idosos Relação entre a população idosa e a população em idade activa, definida como o quociente entre o número de pessoas com 65+ anos e o número de pessoas com idades entre 15-64. (expresso por 100 pessoas com 15-64 anos) INDICADORES EM SAÚDE PÚBLICA Medidas Medidas absolutas Relativas Números Quocientes Expressões de Frequências uma medida Absolutas em funç. de outra Habitualmente contam com tam. popul. e/ou tempo Razão Relação entre duas quantidades distintas (com características diferentes) Quociente de duas quantidades cujo numerador não está incluído no denominador = a/b Proporção (%) Quociente de duas quantidades cujo numerador está sempre incluído no denominador = a/a+b. Varia entre 0 e 1 e não tem dimensão Taxa Medida de frequência com que um dado acontecimento ocorre numa população, num determinado período de tempo Quociente calculado pela divisão de um numerador respeitante a um acontecimento ocorrido num período de tempo específico, por um denominador, geralmente a população média existente nesse período de tempo Componentes: numerador, denominador, tempo específico em que se verificou o acontecimento e, geralmente um coeficiente de multiplicação sob a forma de uma potência de 10 Mede a probabilidade ou risco de ocorrência de um determinado fenómeno ou acontecimento, por unidade de tempo  Numa verdadeira taxa, tem-se em conta o período de tempo, mas não existe relação entre numerador e denominador. Varia entre 0 e +∞ e tem dimensão Taxas Calculadas para a Brutas ou população total gerais Calculadas para partes/subgrupos da Específicas população total Brutas ou específicas, calculadas de forma a Ajustadas ou remover o efeito de padronizadas diferenças na estrutura da população em causa (ajustadas à idade, sexo, etc) Prevalência  Descreve a existência de doença (casos).  Nº de casos de determinada doença presentes numa população num determinado momento.  Proporção de indivíduos com uma determinada doença ou condição numa população num determinado momento.  Não tem dimensão  Útil para o planeamento dos serviços de saúde (conhecimento de necessidade de cuidados médicos na população) Instantânea ou pontual: nº casos de uma doença num determinado momento (momento exacto) Periódica ou de período: nº casos de uma doença presentes numa população durante um determinado período de tempo (período de observação) Incidência  Descreve a ocorrência de novos casos de doença  Nº de novos casos de uma doença que surgem numa dada população durante um determinado período de tempo;  Mede a proporção de indivíduos de uma população que adquiriram determinada doença, durante um determinado período de tempo  Mede uma mudança de estado (não tinha e passou a ter)  risco!  Útil para explorar teorias de causalidade (associar a exposição ao risco) e avaliar efeitos de medidas preventivas (programas de prevenção) Incidência cumulativa (IC) = Risco = Proporção da Incidência: Mede a probabilidade de ocorrência de um indivíduo pertencente a uma população sã, contrair a doença num determinado período de tempo Taxa de incidência (TI) = Densidade da Incidência: Mede a rapidez de ocorrência com que surgem novos casos de doença numa dada população, tendo em conta o factor pessoa/tempo O que aconteceu à prevalência da Diabetes quando apareceu a insulina? Aumentou a prevalência, uma vez que evita a morte (aumento do número total - denominador) mas não cura a doença, logo, o número de doentes não se altera (numerador) ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO Índice de desenvolvimento humano – IDH Usado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento na elaboração de relatórios anuais desde 1993 Medida sucinta e padronizada que mede as realizações médias (acontecimentos) de um país em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: vida longa e saudável, conhecimento e nível de vida digno. Avalia e mede o bem-estar de uma população, de forma padronizada Permite comparar entre os diversos países do mundo factores como a riqueza, educação, esperança média de vida, entre outros. Dimensões Indicadores Esperança de Vida à Nascença Nº de anos que um recém-nascido poderia esperar viver se os padrões prevalecentes das taxas de mortalidade por idades na data do nascimento permanecessem iguais ao longo da sua vida Média de anos de escolaridade Nº médio de anos de educação recebidos pelas pessoas de idade superior a 25 anos durante o seu tempo de vida, com base nos níveis de educação alcançados pela população convertidos em anos de escolaridade, baseados nas durações teóricas de cada nível de educação frequentado. Anos de escolaridade esperados Número de anos de escolaridade que uma criança em idade de entrada na escola pode esperar receber, se os padrões prevalecentes das taxas de matrícula por idades permanecerem iguais ao longo da sua vida Rendimento Nacional Bruto per Capita Soma monetária de todos os bens e serviços finais produzidos, num determinado país ou região, durante um determinado período de tempo, dividindo o valor referido pela população total do mesmo país ou região. Expressa-se em dólares PPC (Paridade do Poder de Compra) Construção dos índices  Selecção de valores mínimos e máximos – “Balizas” – para cada indicador  Aplicação da seguinte fórmula para a construção de cada um dos índices. Cada índice é expresso com um valor entre 0 e 1 Cálculo do IDH IDH = Classificação antiga – IDH Classificação actual – IDH Não apresenta cut-off’s pré- definidos mas sim cut-off’s definidos pela divisão em quartis Quanto mais próximo da unidade, maior o grau de desenvolvimento humano Valor do IDH de um país mostra a distância que ele já percorreu em direcção ao valor máximo possível de 1 Diferença entre o valor atingido por um país e o valor máximo possível do IDH mostra a carência do país – distância que o país ainda tem que percorrer e o desafio que tem pela frente para reduzir as suas carências INQUÉRITOS AO ORÇAMENTO FAMILIAR Após a produção alimentar, alguns dos produtos são exportados ou usados para fins não-alimentares. Os restantes, juntamente com os stocks já existentes e os produtos importados, dão origem à disponibilidade alimentar total, sendo esta medida pelas Balanças Alimentares. Estando disponíveis e rejeitando-se as perdas de produção e distribuição, bem como os usos para a restauração, juntamente com a auto-produção e doaões, obtêm-se os valores de aquisição familiar. Estes, juntamente com o stock das despensas e excluindo as perdas e desperdícios, levam à disponibilidade familiar, avaliada através de inquéritos familiares. Os factores que afectam a distribuição alimentar entre os membros do agregado familiar bem como os usos para restauração, constituem o consumo individual, avaliado por inquéritos individuais. Inquéritos familiares  Unidade de estudo: família  Mais económicos  Permitem comparação de padrões de consumo alimentar entre grupos sócio- económicos, regiões e países  Não fornecem dados sobre distribuição alimentar dos membros da família (quantidade de alimento/pessoa)  Úteis em estudos ecológicos – formulação de hipóteses  Métodos utilizados: Contabilização de alimentos; Inventário; Registo familiar; Listas Contabilização de alimentos (Indirecto) O responsável pelo agregado familiar mantém um registo detalhado das quantidades (e preços) dos produtos alimentares adquiridos para o lar (incluindo ofertas e auto- produção). Estima-se também o consumo extra domiciliário (através de uma lista de aquisições diárias elaborada por cada um dos membros do agregado familiar). Inventário (Indirecto) Idêntico ao método anterior mas inclui também a realização (pelo entrevistador ou responsável do agregado familiar) de um inventário de todos os produtos alimentares existentes no alijamento no início e no fim do período de observação.  Vantagem: é mais preciso em relação à quantidade de alimentos realmente disponível para consumo em cada uma das famílias.  Desvantagem: alertar para os alimentos armazenados Registo familiar (Directo) São pesados ou quantificados por medidas caseiras todos os alimentos a consumir (crus e cozinhados), tendo em conta desperdícios de preparação (parte edível). São estimados e subtraídos os gastos com visitas e os desperdícios finais (prato). Por vezes também se faz um registo individual (consumo extra domicílio) e do gasto com animais domésticos. É uma técnica que combina registo e memória. Registo diário de cada membro do AF (compras, autoprodução, ofertas; questionário aberto; valores monetários e pesos). Fora de casa, só se regista o valor monetário) Período: 1990 7dias // 1995 – 2000 14dias Variação sazonal: recolha de dados distribuída pelos 12 meses do ano Listas (Directo) Com o auxílio de um questionário estruturado (listagem de alimentos adequada aos HÁ da população a estudar) é pedida ao representante do AF informação quantitativa e preço de todos os alimentos adquiridos e consumidos pelo AF durante um dado período de tempo (1 semana)  Vantagens: fácil e económico – uma visita, um entrevistador  Desvantagens: recorre à memória (informar responsável pelo AF para que guarde talões de compra, o que pode distorcer os padrões de compra); não fornece informação sobre o consumo fora do domicílio, de visitas e dos diferentes elementos do AF Contabilização + Inventário  Populações com elevado abastecimento exterior e elevado nível educacional Registo familiar + Listas  Populações com elevada auto-produção e baixo nível educacional // Elevado abastecimento exterior Escolha do método depende de:  Principal origem do abastecimento  Tipo de avaliação pretendida  Escolaridade dos inquiridos  Disponibilidade de inquiridores  Duração do estudo IOF servem essencialmente fins económicos. Para servirem fins nutricionais devem fornecer:  Informação quantitativa sobre os produtos alimentares adquiridos num período de tempo  Um nível razoável de agregação dos grupos de produtos alimentares utilizados  Informação sobre o número, idade e sexo dos componentes do AF Elevada taxa de resposta  Portugal 62% (2005) Períodos de observação de 1 a 4 semanas (ou 3 a 4 meses) British NFS assume 10% para desperdícios alimentares (erro!) DAFNE: Data Food NEtworking Objectivo geral  Harmonização de dados Europeus relativos aos IOF’s  Construção a baixo custo de uma base de dados alimentar/nutricional Objectivos específicos:  Identificar disparidades de hábitos alimentares e seus determinantes sócio- demográficos  Avaliar a evolução temporal das práticas alimentares  Identificar sub-grupos populacionais com hábitos alimentares desajustados  Desenvolver medidas preventivas que visem alterar as escolhas dos consumidores e implementar uma alimentação saudável Harmonização dos dados  14 grupos alimentares e 35 sub-grupos alimentares  Rural/semi-urbano/urbano  Educação primária/secundária/superior Conversão em nutrientes  Microdiet Plus for Windows  Factores de conversão para edível Cálculo da disponibilidade alimentar/nutricional DAFNESoft:  Disponibilidades familiares médias (alimentos/bebidas) – 19 grupos/X sub- grupos  Nacional, por localidade, educação, ocupação e tipo de agregado familiar  Comparação dentro de um país  Comparação entre países  Evolução temporal Limitações dos IOF’s: Não idealizados para fins alimentares Não consideram diferenças de idade/género dos membros do agregado familiar Comparação – metodologias semelhantes (amostra, duração do registo) Falta de informação sobre consumo alimentar fora de casa Balanças Alimentares Definição: Método de avaliação da disponibilidade alimentar de um país num determinado período de tempo (1 ano). Conjunto de dados estatísticos referentes à disponibilidade de alimentos de um país. Resulta das entradas e saídas à escala nacional, da quantidade de alimentos que se encontra disponível para consumo humano, durante um determinado período de tempo. Entradas Produção + importação + variação de stocks Saídas Exportação + utilização para fins não alimentares (sementes, alim. animal, prod. processados) + perdas no armazenamento e transporte Método de avaliação do consumo de alimentos de forma indirecta, a nível nacional. Representa “consumo alimentar aparente” nacional. (Dispon. ≠ Cons. Alimentar) Disponivilidades alimentares expressas per capita:  Quantidade de produto alimentar (kg/per capita/ano ou g/per capita/ano)  Energia (cal/per capita/dia)  Macronutrientes (g/per capita/dia) Balança Alimentar Portuguesa By: INE (de 1963 até 2003) Âmbito geográfico: país Período de referência: ano civil Campo de observação: Integra todos os produtos da agricultura, pescas e indústria alimentar, cuja principal função seja a alimentação humana 14 grupos 50 sub-grupos Metodologia BAP Food Balance Sheets – publicadas pela FAO (1961 – 2007…) Utilizadas no cálculo de usos pela indústria 16 Grupos // 78 Sub-grupos Limitações / Fontes de erro:  Não avaliam o consumo alimentar real (a produção caseira, o consumo de animais domésticos e a destruição ao nível dos domicílios não são quantificados)  Considera o país um todo uniforme, sem distinção de diferentes grupos populacionais (idade, sexo, sócio-cultural, económico), zonas geográficas e sazonalidade  Disponibilidade e fiabilidade dos dados estatísticos (diferentes de país para país)  Alimentos não comercializados/declarados (mercado negro, caça, pesca, auto-produção)  Stocks/desperdícios de difícil contabilização (destruição para controlo de preços)  Estimar população total no período (emigrantes ilegais, turistas, refugiados)  Passagem de alimentos a produtos primários equivalentes  Passagem de alimentos a nutrientes Utilidade  Avaliar evolução das disponibilidades alimentares de um país ao longo do tempo  Comparar as disponibilidades alimentares entre países, num mesmo período de tempo  Indicar em que medida as disponibilidades alimentares de um país estão adequadas às necessidades nutricionais  Determinar o grau de auto-suficiência de um país (produção/importação)  Permitir o estudo das relações entre disponibilidades alimentares e padrões de doença de um país  Desenvolver e avaliar políticas alimentares a nível nacional (produção, distribuição e consumo) Índice de adequação mediterrânica Alimentos mediterrênnicos / Alimentos não-mediterrânicos Conclusão: Portugal está a afastar-se do padrão alimentar mediterrânico. ATENÇÃO! Caracterização dos hábitos alimentares da população portuguesa  Inquérito Alimentar Nacional de índole individual  Acções dirigidas a grupos populacionais específicos TRANSIÇÃO NUTRICIONAL Processos de mudança Transição demográfica Passagem de um padrão de elevada natalidade e mortalidade para um padrão de baixa natalidade e mortalidade e, consequentemente, um aumento da esperança média de vida Transição epidemiológica Passagem de um padrão caracterizado por elevada prevalência de doenças infecciosas, associadas a má nutrição, períodos de fome e más condições sanitárias para um outro caracterizado pela elevada prevalência de doenças crónicas não transmissíveis, associadas ao estilo de vida típico das sociedades urbanas e industrializadas Transição nutricional Passagem de um padrão caracterizado pela alta prevalência de desnutrição para um outro caracterizado pela prevalência de doenças crónicas não transmissíveis, relacionadas com a alimentação e a actividade física Definição: Fenómeno no qual ocorrem mudanças nos padrões nutricionais e de actividade física, numa dada população, ao longo do tempo, sendo em geral uma passagem de desnutrição para obesidade 5 Padrões/Modelos Nutricionais:  Paleolítico = recolector de alimentos  Fome  Recessão de fome = ausência de fome  Doenças crónicas não transmissíveis = doenças degenerativas  Mudanças/alterações comportamentais

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